Eficiência energética
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- Giovana Barreto Galvão
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1 Parlamento Europeu Textos aprovados pelo Parlamento Edição definitiva : 14/03/2001 Eficiência energética A5-0054/2001 Resolução do Parlamento Europeu sobre a Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu, ao Comité Económico e Social e ao Comité das Regiões intitulada - Plano de Acção para melhorar a eficiência energética na Comunidade Europeia (COM(2000) C5-0567/ /2265(COS)) O Parlamento Europeu, - Tendo em conta a Comunicação da Comissão (COM(2000) C5-0567/2000), - Tendo em conta o Livro Verde da Comissão "A segurança do aprovisionamento energético da União Europeia" (COM(2000)769), - Tendo em conta o Protocolo de Quioto, acordado em 10 de Dezembro de 1997, - Tendo em conta a sua Resolução de 25 de Fevereiro de 1999 sobre a Comunicação da Comissão "Eficiência energética na Comunidade Europeia - para uma estratégia de utilização racional da energia" (COM(1998) C4-0316/1998) 1(1), - Tendo em conta as conclusões dos Conselhos da Energia de 30 de Maio de 2000 e de 5 de Dezembro de 2000, - Tendo em conta a resposta oral dada pelo Sr. Lamoureux, em nome da Comissão, à pergunta oral QUO-ITRE-002/2000 (Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia) sobre o Programa-Quadro no domínio da Energia na reunião da Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia havida em 28 de Novembro de 2000, - Tendo em conta o nº 2 do artigo 3º da Decisão nº 2179/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de Setembro de 1998, relativa à revisão do programa da Comunidade Europeia de política e acção em matéria de ambiente e desenvolvimento sustentável "Em direcção a um desenvolvimento sustentável", - Tendo em conta a Declaração de Jacarta, de 13 de Junho de 2000, sobre a reforma das Agências oficiais de crédito à exportação e das Agências de seguros de investimentos, - Tendo em conta o nº 1 do artigo 47º do seu Regimento, - Tendo em conta o relatório da Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia e os pareceres da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, e da Comissão da Política Regional, dos Transportes e do Turismo (A5-0054/2001),
2 A. Considerando que existe um imenso potencial de melhoria da eficiência energética em todos os sectores económicos da UE e que tal melhoria constitui um meio rentável de contribuir para a consecução dos objectivos de Quioto e se traduz em importantes benefícios para a economia, a saber: (i) estimula o crescimento económico, graças a uma redistribuição da poupança dos custos de energia, (ii) cria emprego - incluindo a nível empresarial -, já que as importações de energia são substituídas por produtos e serviços nacionais eficientes em termos energéticos, bem como por trabalhos de construção no sector industrial, imobiliário, etc., (iii) aumenta as exportações de produtos de elevada eficiência, (iv) reduz os custos ambientais e sociais da utilização de energia, (v) limita a dependência crescente das importações de petróleo, nomeadamente do Médio Oriente, (vi) lança as bases de um sistema energético sustentável, B. Considerando que o crescimento do consumo energético primário da UE, previsto para , é de cerca de 14% e que, por conseguinte, existe o risco de não se poder cumprir o compromisso assumido pela UE, em Quioto, de reduzir em 8% as emissões de gases com efeito de estufa entre 1990 e 2010, já que, em vez disso, se prevê (2), um aumento das emissões de CO 2 de 7%, num cenário de "manutenção do status quo", C. Considerando que o sector dos transportes é responsável por 26% das emissões de CO2 produzidas actualmente na UE dos 15; que essa percentagem está a aumentar rapidamente, aproximando-se, em alguns Estados-Membros, dos 40%, e que o sector da construção já é responsável por 40% das emissões, D. Considerando que o acordo relativo à partilha de responsabilidades subscrito pelo Conselho em 1998, no âmbito do Protocolo de Quioto, deverá ser incorporado num instrumento jurídico, E. Considerando que a redução de emissões de CO2 apenas pode ser conseguida através da redução do uso de combustíveis fósseis e que a melhoria da eficiência energética pode contribuir para essa redução, para além de introduzir um factor de competitividade na utilização da energia, F. Considerando que uma estratégia eficaz em matéria de alterações climáticas deve assentar nos seguintes pilares: melhoria da eficiência no que respeita à utilização e ao fornecimento de energia, mudança para combustíveis fósseis menos poluentes e transição gradual para fontes de energia alternativas, nomeadamente renováveis, bem como desenvolvimento e recurso acrescidos a tecnologias limpas de utilização de combustíveis fósseis que produzam menos emissões nocivas, reforço da eficiência dos materiais e dos produtos e estratégias relativas à produção de gases distintos do CO2, G. Considerando que o facto de a UE não possuir estratégias coerentes, a curto, a médio ou a longo prazo, (ou uma estratégia global) para o domínio energético torna muito difícil uma aplicação activa de políticas comuns com vista à transformação do sistema energético e,
3 nomeadamente, à redução da elevada dependência dos combustíveis fósseis, H. Considerando que um bom funcionamento do mercado da energia requer, como condição prévia e importante, que os preços de mercado reflictam a totalidade dos custos de produção, e salientando que os actuais mercados da energia não satisfazem esta condição, I. Realçando, neste contexto, que o mercado interno da electricidade está sujeito a distorções decorrentes da concessão de subvenções directas e indirectas a favor das fontes convencionais de energia e que a não internalização dos custos ambientais e sociais nos preços de mercado diminui o incentivo ao investimento na eficiência energética, pelo que se torna imperioso promover os investimentos nas energias alternativas e na eficiência energética, J. Considerando que os incentivos ao investimento na eficiência energética e na co-geração diminuíram em virtude da baixa de preços e da crescente concorrência resultante da liberalização do mercado da electricidade numa perspectiva a breve prazo, e que esse investimento deve ser fomentado por outros meios, K. Considerando que existem outros entraves à melhoria da eficiência energética, como a falta de informação dos utilizadores domésticos e das pequenas e médias empresas industriais e do sector de serviços acerca das opções existentes em matéria de eficiência energética, a invisibilidade do investimento na eficiência energética e o dilema do proprietário-locatário, L. Considerando que, lamentavelmente, o Conselho não adoptou a proposta da Comissão relativa a um imposto sobre as emissões de CO2 a nível da UE, destinado a compensar os custos externos impostos à sociedade pela utilização de combustíveis fósseis, M. Considerando que a incoerência das diversas publicações da Comissão, em que se descrevem as melhorias já alcançadas e a alcançar em matéria de eficiência energética, bem como as reduções registadas a nível da intensidade energética na UE, tornam muito difícil não só uma verificação das melhorias realmente ocorridas mas também o estabelecimento de objectivos realistas para o futuro, N. Considerando que o potencial de melhoria da eficiência energética é particularmente promissor no domínio do equipamento doméstico e dos materiais de construção e que, por exemplo, uma poupança anual de electricidade superior a 140 TWh/ano (o consumo total de electricidade doméstica, incluindo o aquecimento, é da ordem dos 610 TWh) é realizável se se utilizar o equipamento e os materiais mais eficientes existentes no mercado (com base no princípio do menor custo de ciclo de vida), O. Considerando que será um desperdício colossal não fazer um melhor aproveitamento do importante potencial de co-geração no interior da UE e nos países candidatos, quando tal for possível, P. Considerando que uma estratégia vantajosa para melhorar a eficiência energética deve apoiarse numa combinação de instrumentos políticos, tais como acordos voluntários combinados com mecanismos adequados de controlo, normas obrigatórias em matéria de eficiência, rotulagem, incentivos fiscais, contratação pública, formação profissional, programas para a aplicação das melhores práticas, investigação, etc.; salientando, paralelamente, que o funcionamento do mercado interno não deve ser distorcido em resultado de tal estratégia,
4 Q. Considerando que as medidas de apoio à eficiência energética adoptadas até à data pela Comunidade têm sido manifestamente limitadas e caracterizadas por uma continuidade e coerência escassas, por um acompanhamento e uma divulgação insatisfatórias e por esforços demasiado restritos de partilha das melhores práticas, o que, em parte, se deve à falta de pessoal, R. Considerando que a experiência tem revelado que programas resultantes de contratos públicos bem definidos podem reduzir de forma significativa os preços do equipamento energeticamente eficiente que ainda não é comercialmente viável, tornando-o dessa forma competitivo em relação às tecnologias convencionais; considerando que a análise do custo do ciclo de vida dos diversos produtos constitui a este propósito um instrumento útil, S. Considerando que o Parlamento Europeu e o Conselho decidiram rever as normas comunitárias que regem os contratos públicos, a fim de melhor incorporar a vertente ambiental na sua aplicação mas salvaguardando, simultaneamente, o respeito pelas regras de concorrência, T. Considerando que os requisitos previstos na regulamentação dos Estados-Membros em matéria de isolamento térmico dos edifícios divergem consideravelmente, mesmo tendo em conta as diferentes condições climáticas, U. Considerando a inexistência de legislação-quadro a nível da UE para organizar a transformação do mercado dos equipamentos de utilização final de energia, atingindo assim um rendimento energético óptimo, V. Considerando que se devem estabelecer orientações gerais para os equipamentos que consomem energia, de acordo com as quais o desenvolvimento de equipamentos num determinado sector, i.e., computadores e ar condicionado, deverá ser compensado por melhorias da eficiência nesse sector, W. Considerando que a liberalização registada a nível da oferta de energia não foi acompanhada de medidas tendentes a reduzir os obstáculos à eficiência energética existentes do lado da procura, X. Considerando que o êxito do Plano de Acção depende da participação activa das autoridades locais e regionais, Y. Considerando que as actividades da Agência de crédito à exportação e de seguro de investimentos (ECA) exercem grande influência no desenvolvimento das infra-estruturas nos países em vias de desenvolvimento; que a maior parte destas agências não se norteia por exigências estritas em matéria de ambiente, pelo que se realizam investimentos avultados em sectores de elevada intensidade energética sem se atribuir particular atenção à energia sustentável, nomeadamente à eficiência energética, e que esta contradição entre os princípios que presidem aos financiamentos da ECA e os compromissos assumidos pela UE no âmbito da Convenção sobre o clima suscita sérias apreensões, Z. Salientando que é necessário realçar os aspectos que se prendem com a eficiência energética em todos os programas tecnológicos de I&D, designadamente no que se refere às tecnologias da informação e da comunicação, aos materiais novos, aos processos biotecnológicos, às membranas, às tecnologias para catalisadores e tratamento de superfícies, bem como dedicar maior atenção à eficiência dos materiais e à gestão dos recursos/produtos e promover o
5 aprofundamento da investigação neste domínio, AA. Considerando que uma estratégia destinada a economizar de facto energia, suficiente para evitar uma crise climática, exige mais do que um simples aumento da eficiência energética, que pode incentivar a um maior uso dos serviços cujos preços são assim reduzidos, e deve, por tal motivo, ser complementada por medidas, tais como uma taxa sobre a infra-estrutura, que contribuam activamente para reduzir a utilização de energia em geral e dos combustíveis fósseis em particular, 1. Congratula-se com o Plano de Acção, mas considera-o insuficiente para se atingirem os objectivos estabelecidos no Protocolo de Quioto e vencer o desafio da segurança energética da Europa; lamenta que o plano não contenha uma avaliação sistemática e coerente dos esforços desenvolvidos no passado, bem como estimativas mais precisas sobre o impacto das futuras medidas; crê, além disso, que os objectivos estabelecidos não são suficientemente quantificados e deplora o facto de as acções propostas serem limitadas, ou não definidas circunstanciadamente, em particular no que respeita aos transportes e aos edifícios; congratula-se por isso com o propósito manifestado pela Comissão de apresentar, num futuro próximo, uma directiva específica destinada a melhorar a eficiência energética dos edifícios; 2. Lamenta ainda que o Plano de Acção coloque a ênfase apenas na eficiência energética, e preferiria que o programa legislativo previsto, o qual reveste uma urgência extrema, dissesse respeito à poupança global de energia, incluindo desse modo medidas destinadas a garantir uma redução do consumo de energia em geral e de combustíveis fósseis em particular; 3. Assinala a prioridade absoluta do sector dos transportes para o sucesso do Plano de Acção da Comissão, e recorda que as políticas do sector dos transportes devem contemplar, em pé de igualdade, políticas de natureza tecnológica e não tecnológica; 4. Deplora o facto de a Comissão não ter apresentado dados detalhados e transparentes nas estimativas em que preconiza uma redução da intensidade energética de 1% por ano; não partilha o ponto de vista pessimista da Comissão, reiterando, em contrapartida, o parecer já anteriormente expresso, segundo o qual é possível uma redução de 2,5% da intensidade energética final, desde que exista uma vontade política forte; exorta, por conseguinte, o Conselho Europeu a correlacionar economia baseada no conhecimento e eficiência energética integrando a eficiência energética no processo de Lisboa, mediante a adopção de um objectivo de redução anual de 2,5% da intensidade energética final; 5. Solicita aos Estados-Membros a inclusão no Tratado CE de um capítulo sobre política energética aquando da próxima CIG, a fim de aproximar os diferentes quadros regulamentares e preparar o caminho para uma abordagem mais sistemática e de longo prazo no domínio da energia, em que expressamente se confira prioridade a uma utilização eficiente da energia; 6. Insta o Conselho a adoptar legislação visando instituir um imposto a nível europeu sobre as substâncias com efeitos nocivos sobre o clima que abranja a totalidade dos gases responsáveis pelo efeito de estufa mas não agrave a carga fiscal global, e/ou - como alternativa a longo prazo - um amplo sistema comunitário de comércio de direitos de emissão com uma redução gradual das quotas de emissão; 7. Solicita à Comissão e aos Estados-Membros que revejam os sistemas nacionais de tributação,
6 a fim de criarem incentivos ao investimento na eficiência energética, reduzindo nomeadamente as taxas do IVA que incidem sobre os equipamentos e os serviços que permitem poupanças energéticas, concedendo deduções no imposto sobre os rendimentos, oferecendo uma redução da fiscalidade sobre os imóveis que satisfaçam padrões elevados de eficiência energética e atribuindo reduções fiscais especiais, particularmente para a PCCE (o que implica a revisão da Directiva 92/77/CEE); 8. Solicita à Comissão que analise o impacto dos mecanismos flexíveis previstos no Protocolo de Quioto a nível da eficiência energética; 9. Solicita à UE que institua uma Agência para o Programa Energético Europeu, a fim de assegurar a coerência e a continuidade dos programas no domínio da energia e, em particular, a implementação, o acompanhamento e a divulgação dos resultados de todos os programas que se inscrevem no âmbito do SAVE, do ALTENER e do capítulo Energia do Quinto Programa- Quadro de IDT, bem como de coordenar e aplicar o Plano de Acção, no intuito de melhorar a eficiência energética; 10. Solicita, em particular, que se disponibilizem os recursos financeiros necessários; nota que se devem reforçar, sobretudo, as dotações do programa SAVE (fomento da eficiência energética) num valor igual aos recursos financeiros necessários para executar o Plano de Acção; 11. Recomenda à Comissão que proponha um programa de gestão energética a nível da UE, aplicável a todas as administrações dos Estados-Membros, bem como às instituições e aos organismos da UE, solicitando-lhe, neste contexto, que examine os domínios tecnológicos em que iniciativas de contratação pública em larga escala possam dar lugar a importantes ganhos de eficiência; exorta, além disso, todas as instituições da UE a assegurarem que a actual revisão da legislação comunitária em matéria de concursos públicos tenha plenamente em conta as cláusulas ambientais, e insiste, neste contexto, em participar plenamente na elaboração do documento interpretativo da legislação comunitária relativa a contratos públicos, bem como no estudo de uma possível inclusão de cláusulas ambientais nos contratos públicos que estão actualmente a ser preparados pela Comissão; 12. Recomenda, em particular, a aplicação de "contratos-modelo" para financiar edifícios eficientes do ponto de vista energético; 13. Acolhe com satisfação a proposta da Comissão de ampliar a Directiva 93/76/CEE do Conselho, relativa à limitação das emissões de dióxido de carbono através do aumento da eficácia energética (SAVE) de modo a nela incluir, nomeadamente, o uso em pequena escala de energias renováveis em edifícios, a eficiência nos transportes, a produção combinada de calor e electricidade, as auditorias energéticas, a gestão da energia e os programas de garantia de resultados; exorta a Comissão e os Estados-Membros a possibilitarem a sua rápida aplicação; 14. Exorta a Comissão e os Estados-Membros a diligenciarem no sentido de os principais edifícios das instituições da UE e dos Estados-Membros se tornarem em casos exemplares de eficiência energética, inclusive em matéria de transportes (concepções de mobilidade para as instituições da UE, etc.); 15. Solicita à Comissão que apresente uma proposta de directiva destinada a melhorar as normas respeitantes à construção, estabelecendo disposições rigorosas não só para os novos edifícios
7 mas também para os já existentes, nomeadamente no que se refere aos sistemas de aquecimento; 16. Solicita à Comissão que, no âmbito da futura revisão das directivas relativas ao mercado interno da electricidade e do gás, apresente propostas destinados ao estabelecimento de regras comuns visando promover a produção de PCCE, desde que tal seja benéfico do ponto de vista ambiental, isto é, desde que seja sobretudo garantida uma utilização eficaz da energia eléctrica e do calor, tanto quanto possível ao longo de todo o ano, e assegurar um determinado nível mínimo de melhoria da eficácia energética através de sistemas de gestão da procura a aplicar pelas empresas de produção e distribuição de energia; 17. Entende que há que adoptar medidas especiais para, até 2010, conferir carácter vinculativo à consecução do objectivo comunitário de duplicação, para 18%, da utilização da co-geração energia-calor na produção de energia eléctrica da União Europeia, uma vez que se espera que tal conduza, a partir de 2010, a uma redução suplementar anual de 65 milhões de toneladas de emissões de CO2; exorta a que, a partir de 2015, se garanta que a co-geração energia-calor represente 25% da produção de energia eléctrica da União Europeia, devendo, neste contexto, os obstáculos que se colocam ao desenvolvimento da co-geração energia-calor ser rapidamente eliminados pela União Europeia e pelos Estados-Membros; 18. Solicita à Comissão que apresente uma proposta de directiva destinada a promover a eficiência energética dos aparelhos eléctricos, incluindo normas para o modo "stand-by", com base numa combinação de acordos voluntários e de requisitos obrigatórios, e a examinar, neste contexto, os meios mais adequados para introduzir normas dinâmicas susceptíveis de impulsionarem o desenvolvimento tecnológico; solicita além disso à Comissão que explore as sinergias entre as TIC e o equipamento de escritório; 19. Insta a Comissão a encetar uma ampla reflexão, a desenvolver acções concretas de marketing social no domínio da eficiência energética (isto é, informações dirigidas aos consumidores, etc.), e a adoptar uma iniciativa destinada a preencher as lacunas de conhecimentos existentes a todos os níveis (engenheiros, arquitectos, investidores ) no que diz respeito à eficiência energética; 20. Solicita à Comissão que apresente, tão rapidamente quanto possível, uma proposta, no âmbito do processo de co-decisão, de legislação-quadro sobre acordos voluntários em matéria de ambiente, estabelecendo os critérios relevantes no que diz respeito a condições, disposições relativas ao controlo e sanções; 21. Insta a Comissão a consagrar no Livro Branco sobre a política de transportes a integração dos modos de transporte na perspectiva de um sistema intermodal global de transporte como ideia motora de uma estratégia sustentável para o futuro, e, em seguida, a concretizar progressivamente esta ideia; 22. Insta a Comissão, o Conselho e os Estados-Membros a tomarem em melhor consideração, na política e nos programas de investigação, o desenvolvimento de sistemas logísticos que englobem os vários modos de transporte; 23. Considera a promoção de todas as políticas e iniciativas comunitárias relativas aos transportes condição necessária para o sucesso do Plano de Acção;
8 24. Espera que o programa "desenvolvimento sustentável do meio urbano" tenha em conta a necessidade de incentivar as cidades a reduzirem a expansão urbana e a desenvolverem os transportes colectivos, a fim de limitar o consumo de energia nas cidades; 25. Assinala a necessidade de melhoria da coordenação entre as iniciativas e políticas comunitárias no sector dos transportes, bem como entre estas e as correspondentes iniciativas e políticas dos Estados-Membros; 26. Espera que a Comissão tenha em conta as seguintes propostas quando elaborar medidas tendo em vista a adopção de uma política comum relativa a um sistema de transportes sustentável: (i) benefícios fiscais para os veículos eficientes no que diz respeito ao combustível, (ii) controlo dos acordos actualmente negociados com os construtores de veículos, aplicação dos seus objectivos e recurso a normas vinculativas se e quando o acordo não for posto em prática, (iii) instalação nos veículos de indicadores do consumo de combustível, (iv) promoção da concorrência entre materiais para fabricar veículos mais leves (como os "hiper-carros" ) para transporte particular e colectivo, os motores de combustão interna, que ainda carecem de melhorias substanciais em matéria de eficiência energética, e a futura tecnologia a células combustíveis, (v) redução dos limites de velocidade nas auto-estradas e/ou limitações técnicas à velocidade dos veículos, (vi) aplicação de uma taxa por quilómetro/tonelagem aos veículos pesados (segundo o modelo suíço), (vii) supressão, nos voos intracomunitários, das isenções fiscais que incidem sobre o combustível, (viii) instituição de um imposto sobre o carbono aplicável em toda a UE aos óleos pesados, (ix) apoio aos transportes públicos mediante taxas reduzidas do IVA em vez de uma redução das taxas sobre a energia e/ou o CO2, (x) exploração das sinergias entre a revolução das TIC e os transportes sustentáveis, nomeadamente fazendo desta questão um ponto central do programa de acção para a e-europe, (xi) apoio ao desenvolvimento de infra-estruturas, em toda a Europa, para combustíveis e motores alternativos, (xii) repercussão dos custos da infra-estrutura, a fim de garantir que o aumento da eficiência energética nos transportes não conduza a um maior consumo de energia através de uma maior utilização dos transportes; 27. Insta a Comissão e o Conselho a prosseguirem o programa PACT para além do ano de 2001 e a incluírem plenamente o território dos países candidatos no seu âmbito de aplicação, a fim de globalmente prosseguir o contributo estratégico prestado pelas acções-piloto no domínio dos
9 transportes combinados à eficiência energética e de aquele programa se desenvolver nos países candidatos; 28. Congratula-se com a intenção da Comissão de coordenar, supervisionar e avaliar regularmente os resultados obtidos pelos Estados-Membros, e espera que o Parlamento Europeu seja regularmente informado sobre os progressos realizados; 29. Considera que a participação dos Fundos Estruturais e do Fundo de Coesão são essenciais para a realização dos objectivos do Plano de Acção; 30. Exorta a União Europeia e os seus Estados-Membros a eliminarem todos os obstáculos que travem a redução da intensidade energética, em particular os de carácter burocrático, jurídico, técnico, financeiro ou fiscal; 31. Solicita à Comissão e aos Estados-Membros que incentivem a aplicação dos programas locais e regionais da Agenda 21 em todo o território da UE, no intuito, nomeadamente, de incentivarem medidas de promoção da eficiência energética; 32. Reitera os insistentes apelos do Parlamento no tocante à coerência das políticas da UE e salienta a necessidade de ajudar os países em desenvolvimento e as economias em transição a transformarem os respectivos sistemas energéticos para que os mesmos se tornem mais eficientes, nomeadamente a nível da utilização final, e a reduzirem a sua dependência em relação ao carbono; solicita à Comissão e ao Conselho a adopção de normas ambientais vinculativas, que condicionem a concessão de assistência com base em empréstimos e as intervenções dos bancos de investimento, como o BEI e o BERD, e das agências nacionais de crédito à exportação, de modo a promoverem o investimento nas energias sustentáveis e na eficiência energética; 33. Insta uma vez mais o Banco Europeu de Investimento a financiar mais projectos de utilização racional da energia e a desenvolver e aplicar, a este respeito, modelos inovadores de financiamento, por exemplo, contratos-modelo, e espera que a Comissão e o Conselho proponham rapidamente um programa de grandes projectos europeus de transporte combinado ferro-rodoviário, com o objectivo de melhorar a eficiência energética dos transportes e lutar contra o efeito de estufa; 34. Solicita à Comissão que pondere a eventual restrição à exportação de máquinas, instalações e veículos usados e ineficazes da UE; solicita além disso à Comissão que prossiga o desenvolvimento do capítulo da Carta da Energia relativo à eficiência energética, estabelecendo objectivos quantitativos no que respeita às melhorias a alcançar relativamente à eficiência energética; 35. Solicita à União Europeia e aos Estados-Membros que promovam a diversificação dos abastecimentos de energia e a utilização de fontes de energia locais novas e renováveis, com o objectivo de reduzir o consumo de energia no transporte dos materiais necessários à produção de energia e a perda de energia na sua transferência; isto permitirá reduzir os riscos físicos, económicos, sociais e ambientais associados ao abastecimento de energia; 36. Requer incentivos especiais para o desenvolvimento de tecnologias de eficiência energética e acolhe, neste contexto, a proposta da Comissão de ampliar o sistema de rotulagem energética da UE a todos os principais aparelhos e equipamentos instalados; esta medida deveria aplicar-se
10 tanto nas habitações e nas empresas como em determinados sectores da indústria pesada e ligeira; 37. Solicita ao Conselho Europeu que confira rapidamente um mandato para a aplicação do presente Plano de Acção, e aos Estados-Membros que adoptem as medidas necessárias para a sua execução; solicita igualmente a criação, a nível da União Europeia, de instrumentos estruturais e organizativos que, respeitando o princípio da subsidiariedade, estejam à altura dos desafios; 38. Encarrega a sua Presidente de transmitir a presente resolução à Comissão, ao Conselho e aos parlamentos dos Estados-Membros. (1) JO C 175 de , p (2) "Projecto de Análise Partilhada", Comissão Europeia, 1999.
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