Instalações para Bovinos de Corte. Profa. Dra. Letícia Ane Sizuki Nociti
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- Fernanda Custódio Faro
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1 Instalações para Bovinos de Corte Profa. Dra. Letícia Ane Sizuki Nociti
2 Aspectos gerais As instalações adequadas facilitam o bom manejo do rebanho, devendo ser bem planejadas, projetadas e construídas, para contribuir positivamente na exploração pecuária. A quantidade e os tipos de instalações dependem do sistema de criação e da finalidade da exploração, havendo maior necessidade das mesmas em sistemas mais intensivos. Na pecuária de corte mais extensiva, as instalações são mais simplificadas.
3 Planejamento das Instalações Deve considerar as características da área, tipos de solo, topografia do terreno, distribuição das aguadas e benfeitorias existentes. O passo seguinte é o da construção/adequação das instalações e também deverá ser feita por profissionais qualificados, para que não ocorram falhas na implantação do projeto.
4 Instalações para Bovinos de Corte Consistem em um curral e construção acessória, onde são realizadas diversas operações de manejo da criação: - apartação; - marcação e identificação; - descorna; - vacinação; - embarque e desembarque; - castração e pequenas cirurgias; - curativos; - desinfecção contra parasitos (banho carrapaticida).
5 Instalações para Bovinos de Corte O curral pode ser completo, construído geralmente próximo à sede da fazenda, ou secundário, localizado nos retiros, no caso de grandes fazendas. O completo é dotado de divisões, brete, tronco, seringa, banheiro carrapaticida, maternidade, bezerreiro, estábulo, balança e rampa de embarque. O curral secundário apresenta apenas brete, seringa e divisões. O formato é variado, podendo ser redondo, quadrado ou retangular. A área de serviço deverá ser coberta, com exceção das divisórias.
6 Localização O terreno escolhido deve estar bem posicionado em relação à sede e às invernadas, visando à facilidade de acesso e manejo. A localização no centro da propriedade, antecedendo a construção de cercas e outras benfeitorias, é a melhor opção. Com bom planejamento, é possível garantir o fácil acesso dos animais ao curral. O local deve ser firme e seco, preferencialmente plano, não sujeito à erosão.
7 Localização Inicialmente, faz-se a limpeza do terreno, que deve ficar livre de toda vegetação e com inclinação de até 5%. Essa operação visa favorecer o escoamento das águas pluviais, impedindo a formação de lama nos pontos de maior movimentação de gado. Finalmente, se acrescenta uma camada de piçarra/rocha em toda a área, com uma faixa excedente em volta do curral e proximidades do embarcadouro, seguida de compactação..
8 Instalações para Bovinos de Corte Tratando-se de gado de corte (regime normal de alimentação é através e pastagem) é no curral que os animais recebem complementação de ração necessária (sal, melaço, uréia, forragens, etc.). Operações de reprodução, bem como controle de ganho de peso, são feitos em instalações anexas ao mesmo.
9 Instalações para Bovinos de Corte As construções de currais deve ser simples, econômica e funcional, visando o melhor aproveitamento de mão-de-obra e do tempo destinado às diversas operações. Madeira em quase sua totalidade, sob a forma de: - moirões roliços de 0,20 m de ou peças de 0,20 m x 0,20 m; - peças menores de 3 x 6 e - tábuas de 0,50 m x 0,033 m ou 0,30 m x 0,03 m. A área destinada aos animais varia de criador para criador, podendo tomar em média 2 a 4 metros quadrados/animal.
10 Criação confinada Tem larga aceitação pelos criadores, em função das vantagens, destacando-se como principais: - área muito < para a criação em comparação com o sistema tradicional, permitindo intensiva em propriedades pequenas; - redução da idade de abate e rendimento + elevado em carne, proporcionando retorno + rápido do capital investido na engorda; - produção bem > de adubos orgânicos e aproveitamento de resíduos de indústrias (melaço, uréia) e de culturas agrícolas.
11 Criação confinada O confinamento costuma ser feito em cercados sem cobertura (céu aberto) em currais com um dos lados possuindo área coberta (comedouros e bebedouros distribuídos dentro da área cercada que deve ser de 12 a 15 m 2 /animal) e em galpões fechados. Comedouros, em geral confeccionados de tábuas, conforme sua distribuição, apresentam as seguintes dimensões: - Para alimentos volumosos: seção de 0,80 x 0,60 x 0,30 m e comprimento de 0,70 a 0,90 m/animal; - Para sais minerais e mistura melaço-uréia: 0,40 x 0,30 x 0,30 m e comprimento de 2 m para cada 50 animais.
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13 Projeto de um cocho para a suplementação de bezerros. Fonte: Tortuga (2004).
14 Criação confinada Bebedouros: podem ser de paredes de alvenaria de tijolos e fundo de concreto simples ou construídos inteiramente de concreto armado. São + higiênicos e de duração ilimitada. Cuidados especiais devem ser observados na sua impermeabilização interna, e não devem apresentar arestas vivas. Como medida de economia da água deve ser prevista uma pequena caixa-d água com bóia anexa ao bebedouro. A fim de evitar formação de lama, ao redor do mesmo, é aconselhável a construção de piso pavimentado com cerca de 1,50 m de largura.
15 Bebedouro de concreto/alvenaria com proteção lateral.
16 Bebedouro de concreto circular. Bebedouro de aço circular.
17 Criação confinada Comedouros: a proteção contra as chuvas e os raios solares diretos é feita por meio de uma simples cobertura. Colocação de cocho e piso pavimentado com cerca de 1,50 m de largura.
18 Cocho móvel para sal. Cocho móvel e duplo, para ração e sal.
19 Outros tipos, área parcialmente coberta e galpões fechados Curral para distribuição de gado, com 4 recintos fechados e interligados, com um corredor central (seringa) onde se realizam operações de marcação, vacinação e curativos. As cercas são feitas de moirões roliços de diâmetro de 0,20 m ou peças de 0,20 x 0,20 m e tábuas de 0,20 x 0,03 m pregadas do lado interno. As porteiras têm as dimensões de 1,80 x 2,10 e são confeccionadas conforme desenho.
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21 Outros tipos, área parcialmente coberta e galpões fechados Projeto semelhante ao anterior, porém destinado a separação do gado para as operações de rotina nesse tipo de criação. Dispõe de uma área coberta para engorda em confinamento, para 35 a 40 animais, onde são colocados comedouros e bebedouros necessários. O corredor de tratamento, situado num dos lados do curral, facilita bastante os serviços, despendendo < tempo de execução. As pessoas encarregadas das tarefas ficam numa posição + alta em relação aos animais, por meio de um tablado (corte A-B). Mesmo madeiramento utilizado nos projetos anteriores. A cobertura do galpão anexo é de telhas francesas, possuindo uma calha para águas pluviais no beiral do telhado que fica para o lado de dentro do curral.
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24 Outros tipos, área parcialmente coberta e galpões fechados Projeto destinado a criação confinada. Galpão com área de 240 m, dividido em 8 boxes com capacidade para 6 a 7 animais cada um. Compartimentos com entradas independentes. Comedouros um em frente ao outro, na parte central da construção. Bebedouros em forma de semicírculo, servindo cada um para abastecer 2 boxes. Colunas podem ser de alvenaria de tijolos ou de concreto armado e a cobertura de telhas francesas. Todo o perímetro do abrigo será fechado até a altura de 1,75 m com tábuas de 0,20 m x 0,03 m com espaçamento de 0,15 m para ventilação. As paredes divisórias dos boxes também serão construídas do mesmo modo. Para os animais se exercitarem ao ar livre, são previstas duas áreas cercadas, com cerca de 600 m 2 cada uma, nos 2 lados do galpão.
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26 Relação ambiente/enfermidade Modernamente, a enfermidade em um agroecossistema é considerada uma variável entrante ou resultante. No primeiro caso, elas surgem no sistema de produção trazidas por um agente transmissor externo (Ex. febre aftosa). No segundo caso, elas são geradas dentro do próprio sistema de produção (Ex. carência nutricional). Em ambos os casos, para que ocorram e se mantenham, dependem de fatores de risco presentes no ambiente de criação dos animais. Fator de risco é uma inadequação do próprio sistema de produção e podem ter suas origens na alimentação, nas instalações rurais, nos animais e no manejo, itens que devem permanecer sempre em interação dinâmica entre si.
27 Relação ambiente/enfermidade Qualquer desequilíbrio entre eles é motivo de aparecimento de um estado mórbido dentro do sistema de produção como um todo. No que se refere à alimentação, os principais fatores de risco de uma enfermidade é a inadequação quantitativa e/ou qualitativa das pastagens e/ou da mineralização. A alimentação tem interferência direta nos animais e indireta no manejo, e qualquer desequilíbrio entre eles poderá acarretar o surgimento de uma enfermidade.
28 Relação ambiente/enfermidade Quanto às instalações, é a ausência ou a inadequação delas que favorece o aparecimento de problemas sanitários no rebanho. Esse item tem interferência direta na alimentação, nos animais e no manejo. Podemos citar, como exemplo, a ausência ou inadequação de cochos de sal, que fatalmente provocarão o surgimento de enfermidades carenciais no rebanho. Outro exemplo, é a inadequação ou ausência de cercas de contenção que podem provocar alteração no manejo das pastagens e, conseqüentemente, na alimentação dos animais.
29 Relação ambiente/enfermidade Assim, a melhor maneira de se evitar as enfermidades em um rebanho é manter em equilíbrio todos os componentes ambientais do sistema de produção: a alimentação, as instalações, os animais e o manejo. Entretanto, no tratamento de uma enfermidade já ocorrente, não se deve pensar somente na eliminação do agente patogênico causador do mal (vírus, bactéria, e parasito), mas também e, principalmente, na eliminação do fator de risco responsável pelo aparecimento de tal agente.
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