Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas
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- João Vítor Sabala
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1 Red Econolatin Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Fevereiro 2014 Profa. Anita Kon PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS- GRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA. 1. SITUACIÓN ECONÓMICA ACTIVIDAD ECONÓMICA Em janeiro, a atividade econômica brasileira permanece lenta e as expectativas do empresariado estão menos otimistas, porem apesar desta na confiança dos empresários em geral em relação à economia brasileira, houve um crescimento de 36,9% no volume de investimentos privados em 2013, particularmente aplicados nas fábricas do setor automotivo do Estado de São Paulo. No entanto, o ritmo de expansão da atividade econômica brasileira deve se manter relativamente estável em comparação a O consumo continua em baixo crescimento e em ritmo mais moderado do que o observado em anos recentes. A inflação apresenta tendência de se elevar o que traz expectativas quanto ao aumento da taxa de juros oficial pelo Banco Central, para adequar os preços ao regime de metas da inflação. O setor que vinha apresentando a maior dinâmica em 2013 cresceu taxas menores do que as anteriores porem o maior crescimento da economia mundial e a alta do dólar, deve favorecer a economia brasileira e as indústrias estão se preparando para o aumento da demanda global externa esperada, e para o aumento da produtividade. No entanto a velocidade destas transformações continua muito lenta.
2 SECTOR EXTERIOR No ano de 2013 o país apresentou o pior resultado no comércio externo em 13 anos, quando o superávit da balança comercial foi 87% inferior ao de Este desempenho foi reflexo de um conjunto de ocorrências, desde a crise nas principais economias do mundo, que afetou a venda de produtos exportados até a fraca produção nacional de petróleo e derivados e aumento da demanda interna por combustível, que foi importado. Nos 12 meses de 2013 acumulados, as exportações totais do Brasil caíram 1% em relação a 2012 e as importações bateram recorde, subindo 6,5%. No total das contas externas, houve também déficit que não foi coberto por investimentos diretos e o saldo nas transações correntes ficou negativos e 50% acima do déficit de Porém o Banco Central, acredita que um real mais desvalorizado em 2013 e o maior crescimento esperado para a economia global mudem este desempenho nos meses que virão Paralelamente a esta situação, a queda mais forte do peso argentino ocorrida colocou em alerta investidores do mercado brasileiro, associandose às notícias de menor dinamismo da China, compradora de produtos brasileiros e dos sinais de redução dos estímulos nos EUA. Outro fator que repercutiu no déficit das contas externas foi o aumento dos gastos de turistas brasileiros no exterior, tendo em vista a valorização do real em alguns momentos, ao mesmo tempo em que os gastos de estrangeiros aqui não cresceram na mesma velocidade. No entanto, os especialistas acreditam que o setor externo irá contribuir para o crescimento da economia brasileira em 2014, devido à desaceleração esperada para a demanda interna e para as importações, que conjuntamente com a taxa de câmbio mais desvalorizada, deve levar a um superávit maior da balança comercial. SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL O governo federal anunciou que em 2013 cumpriu sua meta de economia de gastos para pagamento da dívida pública (de 1,5% do PIB), ou seja, chamado superávit primário. Este resultado foi obtido graças a receitas extraordinárias no final de Porém ainda não foram computados resultados para os estados e municípios, e as estimativas são de que a
3 meta total do setor público de 2,3% no ano não deve ser atingida, ficando em 2%, o que é suficiente para manter estável a dívida pública. Estes resultados ocorreram apesar de que a arrecadação foi recorde. A meta para 2014 ainda não foi definida pelo governo federal, porém na proposta de Orçamento de 2014, a meta mínima do governo federal é de 1,1% do PIB, abaixo da fixada para 2013, de 1,5% do PIB. Os maiores gastos serão devidos ao período pré-eleitoral para a escolha de novo presidente, com a candidatura de reeleição da presidente Dilma. Dessa maneira, o governo continuou ampliando gastos, principalmente nas áreas de saúde, educação e social, a economia teve que ser reduzida. Nas contas oficiais, a renúncia fiscal também foi recorde no ano passado, com as medidas de alívio de impostos e contribuições, resultando em que o governo teria deixado de arrecadar R$ 77,8 bilhões, particularmente com a redução da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamentos. Apesar do benefício concedido a mais de 50 setores, a receita do tributo subiu 3% acima da inflação. EMPLEO Resultados publicados neste mês sobre empregos no ano de 2013 mostram que a geração de empregos formais, ou seja, o número de novas vagas, tiveram em 2013 uma queda de 14,1% em relação aos registrados em 2012, em virtude do baixo crescimento do PIB. Os economistas esperam que o ritmo de criação de vagas deve se manter em 2014 semelhante ao de O governo federal planejou a organização de reuniões com centrais sindicais e empregadores em março para discutir mudanças nas regras do seguro-desemprego e do abono salarial. O IBGE, que calcula oficialmente as taxas sobre o mercado de trabalho, divulgou uma nova pesquisa trimestral sobre a taxa de desocupação, baseada em metodologia mais abrangente que mensura o país como um todo, enquanto a metodologia anterior que vinha sendo publicada mensalmente representava uma amostra das regiões metropolitanas. Dessa forma, pela metodologia anterior a taxa de desocupação do 2º trimestre de 2013 era de 5,9% e pela nova metodologia ficou em 7,4. No entanto não se deve confundir a taxa de desocupação com taxa de desemprego (que é superior) 1 em um mercado de trabalho com as características do brasileiro. A desaceleração do emprego formal também coincidiu com a desaceleração da renda do trabalho, que resultou da freada do crédito para o consumo, do 1 Para maiores detalhes, veja-se Kon, A., Pleno emprego no Brasil: interpretando os conceitos e indicadores, Revista Economia & Tecnologia, Volume 8, Número 2, p. 5-22, Abr/Jun 2012
4 menor reajuste do salário mínimo, da confiança reduzida de empresários, além de inflação (que corrói a renda) e juros mais altos. POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN Em janeiro, o Banco Central elevou a taxa de juros oficial SELIC, em 0,5% para o patamar de 10,5% ao ano, como política de combate à inflação que continua prevalecer. O Banco comunicou a possibilidade de um novo aumento dos juros em fevereiro, se a inflação não ceder. O Índice de Preços ao Consumidor Avançado (IPCA) indicador oficial da inflação fechou 2013 em 5,91% ficando abaixo do teto da meta (6,5%), mas acima do centro da meta (4,5%) e acima do ano de 2012 (5,8%), e a expectativa dos analistas é que neste ano de 2014 o índice continue rondando os 6%. A inflação preocupa mais o governo que o PIB fraco. Esta alta vem sendo puxada por alimentos e gasolina, com tendências a continuar pressionando nos primeiros meses do ano de No ano de 2013, os preços livres do controle direto ou indireto do governo subiram mais que a inflação: 7,29%, maior alta em dez anos, o que preocupa o governo. Naquele ano, a inflação foi contida pela redução dos preços da energia elétrica, promovida pelo governo, e pela suspensão de aumentos de ônibus e talvez não haja mais margem para a continuidade de segurar estes preços monitorados que estão onerando consideravelmente o setor público. Para este ano eleitoral, os analistas esperam mais pressão sobre a inflação, tendo em vista aumento dos gastos governamentais. MERCADOS FINANCIEROS O aumento da taxa Selic para 10,5% alterou o ambiente financeiro do país, pois, como esta taxa serve de referência para o custo do crédito e a remuneração dos investimentos, seu aumento tem o efeito de encarecer empréstimos e estimular aplicações financeiras, diminuindo o consumo e a pressão sobre os preços. O que se observa sempre, é que os juros médios ao consumidor são bem mais altos que a Selic, nas diversas linhas de crédito, mas a taxa básica não é o único fator para sua definição. Nas taxas cobradas pelos bancos ao conceder crédito, entram itens como custo operacional e risco de calote. Os especialistas calculam que com a Selic a 10,50%, a taxa média cobrada de pessoas físicas em empréstimos ficará em 93,17% anuais (5,64% ao mês). Em 2013 o juro médio das linhas de crédito fechou em valor equivalente a mais de 9 vezes o da Selic, mas, quando a taxa básica era a mínima histórica, essa diferença era ainda maior: superava 12 vezes,
5 porém a diferença entre o juro ao consumidor e a taxa básica, continua muito considerável. Os analistas recomendam cautela nos investimentos financeiros, com a expectativa de que a Selic atinja brevemente 11% ao ano e persistem um sentimento de aversão ao risco que leva a maior seletividade do mercado para investimentos financeiros mis sólidos, tendo em vista a retração da liquidez do mercado internacional, que partiu dos Estados Unidosl. TIPO DE CAMBIO As preocupações com o ritmo da economia brasileira e com o cenário externo fraco mais uma vez empurraram o dólar para cima e a Bolsa para baixo. Os analistas observam indícios que sugerem a continuidade da alta do dólar em relação ao real em Isso se dá porque o país teve em 2013, a maior saída de dólares desde 2002 e as preocupações de investidores com a possível redução da nota do Brasil por agências de classificação de risco. Alem disso, a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras, decidida no fim de 2013 pelo governo para gastos no exterior em cartões pré-pagos e de débito pode não conseguir frear as despesas em dólar dos brasileiros. A alta do dólar vem ocorrendo em alguns momentos apesar da atuação programada do Banco Central brasileiro, que interfere no mercado. Porém, em outros momentos de janeiro, o real viveu uma fase de valorização ante o dólar e economistas afirmam que a expectativa de novas altas da taxa de juros tem aumentado a atratividade de investimentos no país, o que afeta o câmbio. Quanto mais altos os juros, maior é a tendência de valorização da moeda, pois cria a perspectiva de que recursos estrangeiros adicionais entrem no país para ganhar com a taxa mais elevada. Por outro lado, o país tem mantido um nível de juros mais alto do que o de muitos de seus concorrentes na disputa por investimentos. A perspectiva de entrada investimentos financeiros já influi nos negócios no mercado futuro e afeta a cotação da moeda. 2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS Com o desempenho da inflação em crescimento em 2013 surpreendeu e levou à perspectiva de que o Banco Central manterá o ritmo de alta dos juros em 0,5% na próxima reunião do Copom. Até agora, a expectativa era que o Copom, comitê que define a trajetória da taxa Selic (referência para economia), começasse o ano eleitoral com doses menores de juros, de 0,25%, porem as estimativas do mercado financeiro são de maior elevação. Para o Ministério da Fazenda, o IPCA de 2014 ficará abaixo dos, mas o
6 desempenho do câmbio é uma grande incógnita, porem há previsão de maior depreciação do real, com o dólar superando a marca dos R$ 2,50 no período eleitoral. O aumento nos juros ajudaria a segurar essa evolução. Outra perspectiva também desfavorável, a respeito do ritmo menor de criação de vagas e da renda mais pressionada pela inflação, que levaria à tendência de que o desemprego volte a crescer em 2014 (estimado em 1%), não em razão de demissões pelas empresas mas sim, porque mais indivíduos irão procurar emprego para completar o orçamento da família, aumentando assim a força de trabalho, ao mesmo tempo em que a oferta de vagas será menor. Esta piora deve acontecer, até mesmo com as vagas temporárias que podem ser criadas na Copa e nas eleições. O FMI voltou a reduzir a previsão de crescimento para o Brasil, de uma previsão anterior de 2,5% ao ano para 2,3%. 3. SITUACIÓN POLÍTICA A presidente está preocupada com a elevação continuada de preços e adotou politicamente a estratégia do controle de preços neste ano eleitoral, como prioridade política. Esta avaliação é de um ministro, que considera que Dilma ganhou a eleição em 2010 com inflação a 5,9%, em um momento no qual o nível de renda era menor que o atual e a taxa de desemprego era maior que hoje. Por outro lado, o ambiente político conturbado e as manifestações contra a deficiência de serviços públicos vem resultado em reuniões políticas com os assessores governamentais, visando uma estratégia adequada e a decisão quanto às intervenções nos mercados rotineiras do governo, desde que as decisões políticas têm impacto nos planos de investimento das empresas,
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