CIRCULAR N/REFª : 77/2012 DATA: 04/10/2012. ASSUNTO: Conjuntura Económica 2º Trimestre de Exmos. Senhores,

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1 CIRCULAR N/REFª : 77/2012 DATA: 04/10/2012 ASSUNTO: Conjuntura Económica 2º Trimestre de 2012 Exmos. Senhores, Junto se envia a Conjuntura Económica, elaborada pelo Gabinete de Estudos e Projectos, relativa ao 2º Trimestre de Com os melhores cumprimentos, Ana Vieira Secretária-Geral Anexo: O mencionado /sa

2 CONJUNTURA ECONÓMICA Nº 28 Setembro 2012 NOTA DE ABERTURA 2º TRIMESTRE 2012 Uma questão central para o futuro da economia do país é a de saber quando vamos poder de novo financiar-nos no mercado de capitais. A resposta a dar só numa pequena parte está associada ao comportamento dos nossos indicadores financeiros e depende, acima de tudo, das decisões tomadas a nível europeu e dos instrumentos que vierem a ser accionados na «zona euro». Destes, destacam-se os que podem resultar da actuação do BCE, sem dúvida, a única instituição europeia capaz de mobilizar os meios necessários para ultrapassar a actual face crítica que atinge as dívidas soberanas. A confirmá-lo o facto de ter bastado o simples anúncio de que o Banco iria voltar a comprar dívida pública dos países sujeitos a programas de ajustamento acordados com a «troika» e que, simultaneamente, se dispunha a renunciar ao estatuto de credor privilegiado para que, de imediato, se registasse uma descida das taxas de juro e dos «spreads» dos países mais directamente envolvidos. Criou-se, assim, um clima de maior desanuviamento, que se tem mantido ao longo dos dois últimos meses e que foi, ainda, reforçado com as mais recentes posições assumidas pela Alemanha, seja pelos sinais que deu de que não iria contestar (apesar da forte oposição manifestada pelo Bundesbank) a actuação do BCE, o que teria o efeito de enfraquecer o seu impacto, seja através da deliberação do Tribunal Constitucional alemão de não inviabilizar a entrada em vigor do novo mecanismo de estabilidade do euro (MEE). É, também, em sintonia com estas posições que pode ser vista, quer a anunciada intenção de flexibilizar novamente as metas de correcção do défice na Grécia, quer a aceitação silenciosa por parte da «troika» de um valor para o défice de Portugal em 2012 acima do previsto e que se traduziu, na prática, na concessão de mais um ano para se baixar a «mítica» fasquia dos 3% no défice orçamental. Esperava-se pois que, na rentrée política, o Primeiro Ministro de Portugal pudesse pôr, em evidência estes factores conjunturais mais favoráveis e, em sintonia, com o anúncio, que fizera anteriormente, de que 2013 iria ser um ano de crescimento da nossa economia, anunciasse, não o fim das medidas de austeridade, mas a necessidade de as complementar com outras capazes de dar consistência ao propósito de inverter o actual ciclo recessivo. O facto é que, ao arrepio de tudo isto, assistimos a um novo anúncio de medidas de conteúdo contraccionista que, não só fizeram transbordar o copo da contida contestação social, como provocaram uma inesperada e indesejável crise política na governação do país, ameaçando ainda pôr em causa a concertação e o diálogo social, que é, sem dúvida, um dos pontos que 1

3 nos diferencia positivamente de outros países em situação difícil. Se a gestão das expectativas é uma variável essencial do comportamento dos agentes económicos o que o Governo fez foi hipotecar qualquer hipótese de a economia poder ser tocada no futuro próximo por um «choque» de reanimação que, muito naturalmente, nenhum pacote de medidas avulso com incidência nas condições da oferta está em condições, por si só, de impulsionar. As razões profundas desta incompreensível actuação não são ainda conhecidas, sobretudo, perante o empenho expresso pelo Governo em querer assumir integralmente (só assim se justificando o seu anúncio público sem estar ainda concluída a avaliação da «troika») a paternidade e responsabilidade pela adopção das novas medidas. Contudo, a natureza e a dimensão das medidas anunciadas parecem enquadrar-se num exercício «sacrificial» em que, implicitamente, se aceitava como sendo da inteira e exclusiva responsabilidade do país o incumprimento das metas fixadas e, em reconhecimento pela elevada compreensão da «troika» (junto da qual se considerava prioritário recuperar a imagem do «bom aluno» que, em nenhum momento, questiona a suprema sabedoria dos seus «mestres»), antecipávamos uma medida de elevado impacto que era uma espécie de «dois em um», permitindo ultrapassar, por um lado, o chumbo do Tribunal Constitucional e, por outro, recuperar (de forma desastrosa, diga -se) a quase esquecida pretensão da «troika» de baixar a TSU nas empresas. O que poucos referenciaram é que esta medida deixava de ter qualquer efeito directo e imediato sobre o défice orçamental, mas apenas iria funcionar como mais um «choque de competitividade» inserido nas chamadas «reformas estruturais» em curso e que Governo e «troika» consideram essenciais para restabelecer um caminho de crescimento para o país. Ou seja, à boleia da extensão dos cortes remuneratórios ao sector privado era possível baixar finalmente a TSU das empresas sem custos directos para o Orçamento de Estado (factor que inviabilizara anteriormente a sua adopção). Perante este cenário e a contestação que se lhe seguiu ficava algo submerso o confronto com o que é o verdadeiro problema que urge debater e que tem, precisamente, que ver com os pressupostos e a orientação da «terapêutica» que nos tem vindo a ser aplicada desde que o país assinou o Memorando com a «troika». Ora, a realidade dos factos o que mostra é que a receita aplicada, não só é errada (na perspectiva da retoma do crescimento económico), como é ineficaz (na perspectiva do próprio objectivo de correcção do défice orçamental). A convicção de que a recessão económica é o incontornável preço a pagar para corrigirmos o défice deixa de fazer sentido a partir do momento em que o resultado da aplicação do pacote de medidas de austeridade que nos vem sendo ministrado não se traduz sequer numa diminuição do défice, como os números da execução orçamental de 2012 comprovam. Ou seja, aquilo que a realidade nos mostra é que, excluindo receitas extraordinárias, o défice em 2012 do O.E. em percentagem do produto será mesmo superior ao registado em 2011 (podendo ultrapassar meio ponto percentual). É que, apesar do aumento significativo da carga fiscal e da redução dos benefícios concedidos ao nível da Segurança Social, a recessão económica, por si só, fez baixar de forma significativa (o que era por demais previsível) as receitas fiscais, ao mesmo tempo que deteriorou o saldo relativo às contas do sistema de Segurança Social, por via dos chamados «amortecedores automáticos». 2

4 Ora, perante estas evidências, como é possível continuar a acreditar que a aposta num novo agravamento da carga fiscal via TSU ou IRS - acompanhada inevitavelmente de um maior empobrecimento do país permitirá, no futuro imediato, baixar o défice? Como tem vindo a ser defendido por um número crescente de organizações (com destaque para o CES) e de analistas económicos, torna-se essencial repensar a própria lógica das medidas aplicadas, nomeadamente, rebalanceando-as em função do objectivo de obter uma maior compatibilização das duas variáveis fundamentais em presença: o reequilíbrio das contas públicas e o crescimento da economia. O que parece certo é que a fixação apenas num destes objectivos não consegue solucionar qualquer deles. Isto significa, sem dúvida, começar por rever o quadro temporal fixado para o reequilíbrio orçamental (sempre dissemos que mais um ano era insuficiente) e assumir que o crescimento não emerge espontaneamente dos ajustamentos financeiros em curso. Neste quadro afigura-se completamente desajustado que para 2014 a meta do défice tenha sido fixada em 2.5%, abaixo dos 3.0% consagrados no PEC. E esta reformulação remete-nos para a segunda ilusão em que, a nosso ver, caiem os defensores mais dogmáticos deste receituário. Ou seja, a de que os problemas sociais que estamos a viver e também a queda das receitas fiscais resultam, simplesmente, de um processo de ajustamento mais acelerado do que o previsto inicialmente, sendo que esse ajustamento incorpora uma «reforma estrutural» da nossa economia que terá efeitos virtuosos a prazo na nossa competitividade. Mas, também aqui, a realidade não confirma estas suposições. Por um lado, é hoje evidente que os autores do Programa de Estabilidade subestimaram o estado de fragilidade em que já se encontrava o tecido produtivo nacional aquando do eclodir da crise (com praticamente uma década de continuada estagnação económica) e, consequentemente, o efeito das medidas tomadas sobre o mesmo. Ao contrário, por exemplo, do que sucedeu num país - a Letónia - em que foi aplicada receita com contornos similares e que tem sido apresentado com o maior caso de sucesso de uma intervenção externa sem desvalorização monetária, mas que registara anteriormente um crescimento intenso da sua economia, (em parte resultante do IDE registado), Portugal vinha de um período de estagnação económica resultante do esgotamento de um modelo económico incapaz de responder à abertura dos mercados e alimentado quase exclusivamente pelo endividamento externo. Por outro lado, a ideia, correcta, em si mesma, de reforçar a externalização da nossa economia, acabou por conduzir a uma sobreavaliação da capacidade de crescimento da procura externa da economia portuguesa, tendo-se ignorado, praticamente, o papel da procura interna nesse mesmo crescimento. O resultado tem sido o encerramento de largos milhares de empresas orientadas para o mercado doméstico e um aumento concomitante dos níveis de desemprego. Mas, apesar disto, será que para além de podermos admitir que o ritmo tenha sido demasiado acelerado não podemos estar aqui perante um processo, doloroso, mas necessário, de «destruição criativa», em que o velho sucumbe para que o novo possa imergir? O cenário com que nos deparamos no presente não configura, de todo, uma situação com este perfil. Para que isso pudesse estar a ocorrer os indicadores do investimento e do emprego qualificado teriam que ser outros. Ora, quando o investimento irá em 2013 registar uma quebra acumulada ao longo de 6 anos sucessivos de cerca de 45% e o desemprego de licenciados tem vindo a 3

5 aumentar, não podemos falar verdadeiramente de uma qualquer dinâmica inovatória na nossa economia. A mudança estrutural que o Governo afirma estar em curso não está a puxar a economia para cima mas está, sim, a dar origem a uma economia mais fragilizada, com menor valor acrescentado criado e a caminho de retroceder para um tempo em que a nossa vantagem competitiva estava no custo do factor trabalho, ou seja era baseada numa mão-de-obra intensiva mas desqualificada e assente em baixos salários. Haverá futuro para um modelo inserido no espaço europeu baseado neste princípio? Pensamos, claramente, que não é este o caminho que interessa ao país e que nos pode aproximar dos países mais desenvolvidos. Por outro lado, o muito festejado reequilíbrio da nossa balança comercial não é o resultado de nenhuma mudança de fundo no nosso perfil empresarial e no nosso modelo económico e por isso não é sustentável. Do lado das importações a redução verificada reflecte apenas a queda da procura interna e, como se vê pelo facto de mais de metade da redução nas importações ser da responsabilidade dos veículos automóveis, não traduz nenhum consistente processo de substituição de importações. Do lado das exportações o que se assiste sem com isso retirar mérito a muitas empresas que têm vindo a conseguir entrar em novos mercados e, sobretudo, em actividades de serviços, afirmar indiscutíveis condições de competitividade é, no essencial, a um processo de recuperação pós-crise ao sabor da evolução da procura externa relevante e em que a maioria das empresas exportam mais do mesmo, aproveitando a subutilização das capacidades produtivas que resultara da crise internacional para crescer, não se assistindo, nem a uma mudança acentuada do nosso perfil exportador, nem sequer a um aumento da capacidade exportadora da generalidade das empresas. Os últimos números conhecidos continuam a evidenciar que mais de metade daquilo que exportamos é realizado por uma centena de empresas, do universo das cerca de 18 mil empresas que exportam e até 2011 os números mostram que andámos apenas a recuperar das quebras registadas em 2008 e O que está em causa na vertente externa, reafirma-mo-lo, é saber como passamos de uma «vaga exportadora» estruturada num modelo do passado e, centrada em bens de reduzido valor acrescentado, com uma vantagem competitiva assente no baixo custo do factor trabalho, para uma outra centrada no valor acrescentado produzido, intensiva em conhecimento e em factores de diferenciação competitiva. Ora, esta passagem complexa pode ter várias variantes e modulações, mas uma coisa é absolutamente certa, não se faz sem investimento e sem uma nova dinâmica de crescimento da economia portuguesa. Não existem soluções mágicas ou indolores, mas existem, obviamente, alternativas ao caminho que vem sendo seguido e das quais nos afastamos de todas aquelas que impliquem, em si mesmo, uma saída da «zona euro» cujos custos seriam incalculáveis. Em matéria de consolidação orçamental continua a ser essencial reduzir a despesa através de uma verdadeira reforma do Estado que possa traduzir-se numa redução global da despesa pública. Mas é também necessário ter a noção exacta de que o equilíbrio do O.E. não pode ser obtido apenas do lado da despesa. O aumento das receitas continua a ser uma componente essencial desta consolidação e só pode ser obtido com crescimento económico. Os aumentos da carga fiscal confrontam-se com a conhecida curva de Laffer em que a partir de um determinado nível de exigência contributiva mais impostos geral menos e não mais receitas. (redigido em 19 de Setembro 2012) 4

6 A Situação Internacional A economia internacional continua a ser dominada por um clima de incerteza, cujo epicentro é a crise da «zona euro», tendo a generalidade das previsões, quer para 2012, quer para 2013, sido revistas em baixa ao longo dos últimos meses. Após termos tido um 1º trimestre de 2012 com resultados acima do previsto em termos mundiais, o 2º trimestre deste ano revelou uma clara desaceleração das principais economias, fazendo agora prever um ano de 2012 em que o crescimento ficará abaixo do registado nos dois últimos anos, seja nos países «avançados», seja nos países «emergentes». Em particular, a «zona euro» deverá mesmo registar uma variação do PIB negativa (-0.3%, segundo as últimas previsões da Comissão Europeia), com sete dos seus Estados membros a contribuirem para a contracção da actividade económica. São eles a Itália, a Espanha, a Holanda, Portugal, a Grécia, Chipre e a Eslovénia. As duas maiores economias do euro (Alemanha e França) registarão crescimentos modestos (0.5%), não conseguindo inverter aquela tendência. Esta situação propaga-se ao conjunto da U.E. (27) que deverá apresentar uma variação nula do Produto Interno Bruto, e em que apenas a Polónia e as ex-repúblicas soviéticas do Báltico apresentam previsões de crescimento acima dos 2.0% em As duas principais economias «avançadas» fora da Europa, ou seja os E.U.A. e o Japão, deverão apresentar no final do ano taxas de crescimento a rondar os 2.0%, acentuando-se assim a evolução divergentes da União Europa face aos E.U.A., dado que, no caso do Japão, parte do crescimento previsto assinala a recuperação desta economia da recessão vivida em 2011 na sequência do desastre que vitimou este país. Os números conhecidos relativamente ao 2º trimestre deste ano são particularmente preocupantes ao nível da União Europeia ao expressarem uma nova entrada do PIB em terreno negativo (com -0.6%) facto que não se verificava desde o 4º trimestre de A evolução na «zona euro» foi, como tem vindo sempre a acontecer, ainda pior, ao registar um decréscimo do PIB em termos homólogos de -0.8%. Onze dos actuais dezassete Estados da moeda única europeia registaram um crescimento negativo, com destaque, por um lado, em razão da dimensão da quebra, para a Itália ( -2.8%) e a Espanha ( -1.6%) e, por outro, ao interromper um ciclo de retoma e de crescimento mais robusto, para a Irlanda ( - 1.1%) e a Finlândia ( -0.1%). A nível do conjunto da U.E. (27), 9 países podem considerar-se em situação de recessão (de acordo com a definição desta de pelo menos 2 trimestres consecutivos de quebra do Produto). A acompanhar este comportamento do produto merece destaque a nível europeu o claro desinvestimento que se regista na maioria dos países, atingindo particularmente os países sujeitos a intervenção externa, mas também a Alemanha que viu a FBCF no 2º trimestre cair -1.5%. No conjunto da «zona euro» a quebra deste indicador foi de -3.7%, com a Grécia, a Irlanda, Chipre e Portugal a registarem as maiores quebras (todos eles com valores entre -15% e -20%). Também os indicadores do consumo privado vão no sentido da contracção das economias do euro, sendo a Alemanha o único país, do grupo dos 17 que integram a moeda única, 5

7 em que o consumo não caiu em termos homólogos no 2º trimestre do ano. A crise de crescimento na Europa é resultante das políticas conduzidas a nível da União Europeia visando a diminuição dos défices orçamentais dos vários Estados membros em conformidade com o novo principio subscrito por 25 dos 27 países que integram a União de fixar em 0.5% o limite para o chamado défice estrutural das contas públicas (a vigor ar após 2015). A ser aplicada esta nova regra dificilmente a Europa poderá retomar nos próximos anos uma dinâmica de crescimento mais robusto. Estas políticas têm efeitos imediatos sobre a evolução da procura interna (investimento e consumo) e repercutem-se nos níveis da actividade económica empresarial e na taxa de desemprego que, no período de um ano (terminado em Junho de 2012), cresceu 1.3 pontos percentuais na «zona euro». A anunciada agenda para o crescimento na U.E. não consegue, neste contexto, contrabalançar esta tendência recessiva, tendo, nomeadamente, contra si um clima de generalizada desconfiança que retira eficácia a qualquer tipo de medida prócrescimento que, de forma isolada, venha a ser contemplada, em especial, através de projectos financiados pelo BEI. Com as instâncias europeias concentradas no défice e na dívida pública dos vários países, a anunciada Agenda 2020 é, cada vez mais, uma miragem, fazendo os discursos sobre o crescimento económico tornarem-se votos piedosos que um cada vez menor número de países (mesmo os do norte da Europa), consegue atingir. É pois neste cenário, sem fim à vista que, no imediato, se destacam pelo impacto que poderão vir a ter no futuro do euro, as situações da Espanha e da Itália que, apesar dos problemas de financiamento, vêm resistindo até ao limite a ter de recorrer a uma ajuda externa da «troika», pois o reverso dos juros elevados que estão a suportar é confrontarem-se com a alternativa do que tem sido o reduzido sucesso das políticas aplicadas na Grécia e em Portugal. A decisão anunciada pelo BCE de comprar dívida pública dos países intervencionados teve, sem dúvida, um efeito desanuviador em termos da pressão dos mercados, permitindo baixar, de alguma forma, os juros cobrados aos países considerados em situações de maior risco; mas ela está longe de constituir, só por si, uma medida capaz de superar a crise das dívidas soberanas. Para que isso pudesse suceder seria necessário que o BCE tivesse uma política monetária claramente expansionista e não condicionasse a sua intervenção nos mercados a programas de austeridade crescentemente ineficazes e desfasados das realidades dos países em que são aplicados. Infelizmente, ao nível da chamada «troika» o maior fundamentalismo monetarista vem precisamente da Comissão Europeia e das posições aí dominantes, muitas delas em clara dissonância com os discursos do seu Presidente, nomeadamente, quando se dirige ao Parlamento Europeu. Em relação ao comportamento de dois condicionantes externos relevantes da actividade económica dos países: o preço do petróleo e as taxas de juro (referenciados na taxa euribor), a tendência de ambos foi positiva no 2º trimestre do ano, prevendo-se que assim continue até ao final de O «brent» atingiu em Junho o valor mais baixo dos dois últimos anos (sofreu depois uma ligeira subida, mas não se prevê uma nova aceleração até ao final do ano) e as taxas euribor têm vindo a registar uma descida continuada ao longo do ano (atingindo mínimos 6

8 B Economia Portuguesa históricos no final de Setembro), apesar do BCE apenas ter descido durante este ano (em Julho) em 0.25 p.p. a sua taxa de intervenção. A taxa de câmbio do euro face ao dólar seguiu uma tendência de desvalorização até Agosto tendo, na sequência do anúncio do BCE de comprar dívida pública, vindo a registar uma nova subida fixando-se nos 1.28 no final de Setembro. Por último, as cotações dos mercados bolsistas medidas pelo índice Dow Jones Stoxx registaram uma evolução algo errática ao longo do ano: após uma subida no 1º trimestre do ano, assistiu-se a uma quebra no 2º trimestre, a que se sucedeu nova subida nos meses de verão. 1. Produto, Procura Interna e Procura Externa Da análise à situação internacional ressalta o fraco dinamismo económico que continua a caracterizar o espaço europeu no segundo trimestre de 2012, ainda que a procura externa líquida continue a contribuir positivamente para o PIB português, muito pelo efeito positivo do decréscimo alcançado nas importações de bens e serviços superar o efeito negativo da desaceleração das exportações portuguesas. Assim, no conjunto dos 27 países da União Europeia o PIB terá decrescido 0,1% e na zona Euro reduziu-se 0,2%, após a estagnação registada no primeiro trimestre do ano. Dos principais parceiros comerciais de Portugal, só a Alemanha registou crescimento no PIB, de 1%. Destaca-se em particular a quebra de 1,3% no PIB em Espanha, o nosso principal parceiro comercial, o decréscimo de 0,5% no PIB da Holanda e do Reino Unido, a redução de 2,5% no PIB italiano, e a quase estagnação do PIB francês, que voltou a aumentar apenas 0,3%. Ainda que com pouca relevância para as exportações portuguesas, são ainda de mencionar as quebras registadas no PIB da Grécia, de -6,2%, da República Checa ( -1,2%) e da Hungria (-1%). No segundo trimestre do ano, acentuou-se a tendência recessiva que caracterizou a economia portuguesa durante todo o ano de 2011 e no início do corrente ano, tendo-se registado um decréscimo homólogo de 3,3% no PIB, que compara com uma variação de -2,3% no 1º trimestre e de -1,1% no trimestre homólogo, conforme os dados divulgados pelo INE das Contas Nacionais Trimestrais, tratando-se da sexta quebra consecutiva registada no PIB português. Uma vez mais o acentuar da evolução negativa da actividade económica resulta exclusivamente da procura interna, a qual teve um contributo para o PIB de -7,9 p.p. (-6.4 p.p. no primeiro trimestre), por oposição ao contributo de 4,7 p.p. da procura externa líquida (4,1 p.p. no primeiro trimestre). O comportamento negativo da procura interna, com uma variação homóloga de -7,6%, foi ainda mais acentuado do que no primeiro trimestre (-6,1%), para o qual contribuiu em particular a muito forte redução do investimento com uma variação homóloga de -18,7%. O consumo privado e o consumo público também se mantiveram em queda, com variações homólogas de -5,9% e -3,9%, respectivamente. No que se refere ao consumo privado acentuou-se o decréscimo do consumo de bens não duradouros, para -4,2% (compara com -3,4% no primeiro trimestre do ano e com -1,9% no segundo trimestre de 2011), tendo-se mantido muito elevado o decréscimo de bens duradouros, de -22,3% (compara com -26,3% no primeiro trimestre e com -16,5% 7

9 no 2º trimestre de 2011), ao qual está fortemente associado o decréscimo das vendas de veículos automóveis. No investimento salientou-se o decréscimo ainda muito elevado na formação bruta de capital fixo em equipamento de transporte, de -31% ( -38% no primeiro trimestre), e o acentuar da queda da formação bruta de capital fixo em construção, para -20,1% (-12,6% no primeiro trimestre). O contributo da procura externa líquida para a variação do PIB de 4,7 p.p., ligeiramente acima do contributo assegurado no trimestre anterior (4,1 p.p.), resultou de uma maior redução das importações de bens e serviços em -8,1% ( -3,8% no primeiro trimestre), apesar da desaceleração das exportações de 7,9% no primeiro trimestre para 4,3% no segundo trimestre. A maior redução das importações decorreu sobretudo da componente de bens que de -4,5% no primeiro trimestre passou para -9,4% no segundo trimestre, ainda que, também na componente dos serviços se tenha passado de uma variação de 0,8% para -0,9% no segundo trimestre do ano. Já do lado das exportações a desaceleração foi acentuada em ambas as componentes: na componente de exportação de bens passou-se de um crescimento de 9,7% no primeiro trimestre para um aumento de apenas 6,1% no segundo trimestre, e na componente de exportação de serviços passou-se de uma variação de 2,9% para um decréscimo de 0,4%. No segundo trimestre de 2012 a evolução do termos de troca foi ainda desfavorável, já que a desaceleração no aumento de preços implícitos das importações foi ligeiramente superior à dos preços implícitos das exportações, tendo-se ainda assistido a uma perda dos termos de troca, ainda que inferior à do primeiro trimestre. Em termos nominais, e conjugado com o efeito volume dos fluxos do comércio externo, assistiu-se a um desagravamento do saldo externo de bens e serviços, o qual correspondeu a -0,2% do PIB (quer em relação aos -4,8% do PIB do trimestre homólogo, quer face aos -1,9% do trimestre anterior). Comparando com o trimestre homólogo, o desagravamento do saldo externo de bens e serviços reflectiu-se igualmente numa redução da necessidade líquida de financiamento externo da economia portuguesa que, de 3,5% do PIB no primeiro trimestre (e de 8% no 2º trimestre de 2011), passou para 0,2% do PIB no segundo trimestre de 2012, tendo-se igualmente reduzido o saldo negativo dos rendimentos primários. 2. Sectores de Actividade Em termos sectoriais e em termos homólogos, o segundo trimestre de 2012 foi mais desfavorável para todos os sectores. No sector da Agricultura, silvicultura e pescas a variação do VAB foi de -1,5%. O sector da Construção continua a registar o decréscimo mais acentuado, -17,3%, ainda mais desfavorável do que o decréscimo registado no primeiro trimestre do ano. Na indústria o decréscimo do VAB foi de 3,5%, a redução mais acentuada desde 2010 e no sector da Energia, água e saneamento diminuiu 3,1%. No conjunto do sector dos serviços a variação homóloga do VAB foi de -1,4%, destacando-se a variação nos Transportes, armazenagem, e actividades de informação e comunicação onde sofreu uma redução de 3,3%, a mais acentuada desde 2009, bem como no Comércio, restauração e alojamento cujo VAB agregado decresceu 2,2%, neste segundo trimestre. A evolução negativa no sector da Indústria é também demonstrada pela evolução do Índice de Produção Industrial (IPI) do INE, em quebra contínua desde o segundo semestre 8

10 do passado ano, com uma variação homóloga anualizada de -4,6% no segundo trimestre, e de -4,2% no trimestre terminado em Julho. A evolução do índice do volume de negócios da indústria manteve-se também negativa: no segundo trimestre registou uma variação homóloga trimestral de -2,2% (variação homóloga anual de 0%), tendo atingido uma quebra de -3,1% no trimestre terminado em Julho (e uma variação homóloga anual de -0,6%). No que respeita ao sector da Construção, também o índice de produção (do INE) corrobora a sua evolução negativa, traduzida por um decréscimo homólogo trimestral de 19,4%, registado no segundo trimestre, e de -18,8% no trimestre terminado em Julho. O indicador relativo às vendas de cimento das empresas nacionais para o mercado interno (excluindo importações de cimento), divulgado pelo Banco de Portugal, continua também a evoluir no mesmo sentido, tendo registado um decréscimo homólogo de 29,8% no segundo trimestre do corrente ano, e de -30,3% no trimestre terminado em Agosto. A manutenção da tendência negativa no sector dos Serviços é igualmente visível na evolução do índice do volume de negócios do INE, o qual apresentou uma variação homóloga anualizada de -9,5%, no 2º trimestre, e de -9,9% no trimestre terminado em Julho. Em todo o sector dos serviços, no segundo trimestre, apenas as actividades do transporte aéreo e as actividades jurídicas e de contabilidade e de consultoria para os negócios e a gestão apresentaram um variação positiva no respectivo índice de volume de negócios, de 5,3% e 0,5%, respectivamente, situação que se manteve no trimestre terminado em Julho, cujas variações foram, pela mesma ordem 4,9% e 1%. De todas as actividades cujo índice registou um decréscimo, salienta-se em particular o comércio e manutenção automóvel, com um decréscimo homólogo anualizado de -32,2%, em Julho, destacandose também o mau desempenho das actividades imobiliárias ( -23,4%), as Actividades de publicidade, estudos de mercado e sondagens de opinião ( -22,6%), as Actividades de serviços administrativos e de apoio prestados às empresas ( -20%), as Actividades de emprego (-17,6%), as Actividades da restauração e similares (-17,3%), as Actividades de edição (-13,6%), as Actividades de arquitectura, de engenharia e técnicas afins; e as actividades de ensaios e análises técnicas (-11,7%), as Actividades de Alojamento ( -11,5%) e as Actividades de Transportes terrestres; transportes por oleodutos ou gasodutos (pipe -lines) ( -10,1%), para apenas citar as que apresentam decréscimos homólogos já com dois dígitos. No comércio por grosso a variação homóloga do índice de volume de negócios no segundo trimestre de 2012, foi de -5,3%, variação que passou para -5,5% no trimestre terminado em Julho. No comércio a retalho a variação homóloga no segundo trimestre do ano do índice de volume de negócios foi de -6,6% e passou a -5,9% no trimestre terminado em Julho. Mantém-se a quebra mais acentuada nas vendas do retalho de bens não alimentares (-8,8% no trimestre terminado em Julho e -9% no segundo trimestre) face à do retalho de bens alimentares (-3,1% no trimestre terminado em Julho e -4,2% no segundo trimestre do ano). Nas quebras do volume de negócios do comércio a retalho há ainda a salientar o forte contributo das quebras registadas no retalho de Combustíveis (-10,8% no segundo trimestre), no retalho dos Bens para o lar e similares (-10,7%) e no retalho de Produtos farmacêuticos, médicos, cosméticos e de higiene ( -10,6%). A quebra das vendas por correspondência, Internet e outros meios foi de -16,3%, embora a sua proporção no total das vendas a retalho seja diminuta (não chega a atingir 1% do total). A dinâmica do sector do turismo mantém-se aquém da registada no ano anterior, com o 9

11 total de dormidas praticamente estagnado no período de Janeiro a Julho, registando uma variação homóloga de -0,4%, segundo o Inquérito à Permanência na Hotelaria do INE. O número de hóspedes reduziu-se no mesmo período 1,5%, a estada-média manteve-se semelhante à do ano anterior, e os proveitos de aposento sofreram um decréscimo de 1,5%, sem qualquer compensação por outras actividades, já que o decréscimo dos proveitos totais foi ainda superior: -2,5%. No conjunto, o total de dormidas mantém-se próximo do total registado há um ano, exclusivamente devido ao crescimento da procura turística de não residentes, cujo total de dormidas aumentou 3,9%, já que o total de dormidas de residentes caiu 9,1%. O aumento das dormidas de não residentes não é contudo acompanhado por parte de todos os mercados emissores, mantendo-se o acentuado decréscimo nas dormidas de espanhóis ( -14,4% em Julho), um decréscimo de 6,2% nas dormidas de italianos e um modesto crescimento, de 2,3%, nas dormidas do importante mercado emissor britânico. Os destaques positivos mantêm-se nas dormidas dos mercados da França (+17,5%), da Alemanha (+15,2%) e do Brasil (+10,4%), na Irlan da o acréscimo foi menos expressivo (+9,2%) e ainda menos nos Países Baixos (+7,3%). A evolução das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros mantém-se distinta nas várias regiões do país, com as regiões do Norte, do Centro, a Região Autónoma da Madeira e a Região do Açores a registarem decréscimos, e apenas as Regiões de Lisboa, do Algarve e, de forma menos expressiva, do Alentejo, a contribuírem para o aumento global das dormidas. 3. Financiamento da Economia O sector dos Transportes continua também a espelhar a tendência recessiva da economia portuguesa. No segmento de passageiros, a quebra no movimento de passageiros é generalizada a todos os modos de transporte. No segundo trimestre a quebra no transporte ferroviário foi de 11,6%, nas vias fluviais foi de 15,1%, no metropolitano de Lisboa foi de 13,1%, no do Porto foi de 3,9% e no modo aéreo a redução no movimento de passageiros foi de 1,2%. No transporte de mercadorias, à semelhança do trimestre anterior, apenas se registou um aumento homólogo no total de toneladas de mercadorias transportadas por modo marítimo de cerca de 5,9%, tendo-se registado decréscimos homólogos tanto no transporte ferroviário de mercadorias ( -7%), como no transporte aéreo de mercadorias ( -7,6%). Por modo rodoviário, não é ainda conhecida a sua evolução no segundo trimestre, mas os resultados do primeiro trimestre de 2012 foram ainda mais negativos que nos trimestres anteriores: o total de toneladas de mercadorias transportadas reduziu-se 26,4%, face ao primeiro trimestre de 2011 (a variação homóloga tinha sido de -10,6% no último trimestre de 2011). A situação de financiamento da economia portuguesa mantém-se sem grandes alterações, dominada pelas grandes dificuldades na obtenção de crédito por parte de todos os agentes de mercado em Portugal, empresas, particulares, entidades privadas e entidades públicas, dificuldades crescentes que perduram desde finais de 2010, mas com particular intensificação em 2011, a par do pedido de auxílio financeiro por parte do Governo português, à Troika. Assim manteve-se no segundo trimestre do ano a crescente restrição de financiamento que caracterizou os quatro trimestres de 2011, perspectivando-se que se tenha também mantido no terceiro trimestre do corrente ano. 10

12 Uma vez mais, segundo os resultados do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito realizado pelo Banco de Portugal, em Julho de 2012, a percepção menos favorável dos riscos e o aumento dos custos de financiamento e das restrições de balanço da banca portuguesa conduziram também no segundo trimestre do corrente ano ao reforço da tendência restritiva na concessão de crédito. As restrições acrescidas traduziram-se pela aplicação de condições contratuais mais exigentes que, em particular no caso das empresas, se concretizou pela redução nas maturidades dos empréstimos concedidos, pela introdução de condições contratuais não pecuniárias mais restritivas, pelo reforço das garantias exigidas, bem como pela aplicação de outras condições contratuais não pecuniárias ligeiramente mais restritivas. No caso específico dos empréstimos a particulares para aquisição de habitação, é relatada a maior exigência quanto ao rácio entre o valor do empréstimo e o valor da garantia. Os resultados do inquérito apontam também para uma redução mais acentuada da procura de empréstimos ou linhas de crédito por parte dos particulares, ao longo do segundo trimestre de 2012, quer no segmento do crédito à habitação quer no segmento do crédito ao consumo, confirmando a tendência observada desde o 1º trimestre de No caso da procura por parte das empresas a diminuição observada na procura de crédito para financiamento de investimentos ou processos de fusões/aquisições é compensada pelo aumento da procura associado a maiores necessidades de financiamento de existências e fundo de maneio, o que globalmente se traduz por alguma estabilização da procura de crédito por parte das empresas. Os resultados do inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito são coerentes com a evolução dos indicadores disponíveis do Banco de Portugal sobre o crédito. Com efeito, a evolução dos empréstimos concedidos por bancos residentes ao sector privado não financeiro, cuja variação homóloga anual foi de -4% em Julho, manteve a tendência crescentemente negativa em curso desde Junho de A redução dos empréstimos tem sido mais acentuada na componente de particulares ( -3,9% em Julho), face à componente dos empréstimos às sociedades não financeiras ( -3,8% em Julho), embora estejam no presente já muito próximas. Na componente de particulares tem sido crescentemente mais penalizada a componente de empréstimos ao consumo e outros fins (-7,3% em Julho) do que a componente de empréstimos a particulares para habitação (-3,1% em Julho). Por outro lado mantém-se também a tendência descendente do valor médio da avaliação bancária de habitação. Segundo o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação do INE, a variação homóloga anual do valor médio da avaliação bancária da habitação em Portugal foi crescentemente negativa entre Março de 2011 e Maio de 2012, tendo a partir de Maio desacelerado e ascendido a -6,5% em Julho de A variação homóloga trimestral foi de -8,5% no segundo trimestre de 2012 e de -7,4% no trimestre terminado em Agosto do corrente ano. No contexto das condições cada vez mais restritivas na concessão de crédito e conforme também mencionado no âmbito dos resultados do inquérito aos Bancos, as taxas de juro mantêm-se elevadas, embora registando ligeiras reduções. Assim, em Julho do corrente ano, as taxas de juro referentes aos empréstimos a sociedades não financeiras, a particulares para habitação e a particulares para consumo e outros fins, diminuíram 0.30, 0.67 e 0.24 pontos base, face a Dezembro, respectivamente (ascendendo, pela mesma ordem, a 4.81%, 2.06%, e 8.44%). As taxas de referência Euribor, mantêm-se em fase descendente desde o início do ano: no dia 2 de Julho as taxas de Euribor para os prazos de um, três, seis e doze meses 11

13 situavam-se, respectivamente, em: 0.372%, 0.652%, 0.928% e 1.213%, e no dia 1 de Outubro diminuíram, pela mesma ordem, para: 0.116%, 0.223%, 0.438% e 0.685%. Até Maio do corrente ano o mercado de acções português caracterizou-se por desvalorizações sucessivas, situação interrompida, desde Junho, com o PSI geral em Junho, Julho e Agosto a registar valorizações de 2,6%, 0,5% e 5,2%, e em Setembro também próxima de 5%, acompanhando portanto a trajectória do índice relativo à área do euro. 4. Comércio Externo A evolução do comércio internacional de bens manteve-se favorável no segundo trimestre do ano e no trimestre terminado em Julho, designadamente pelo seu efeito positivo no desagravamento do défice da balança comercial. Com efeito, o ligeiro abrandamento no crescimento das exportações de bens, para 7,1% no segundo trimestre e 8,3% no trimestre terminado em Julho (que compara m com um crescimento de 11,5% no primeiro trimestre) foi acompanhado por um decréscimo acentuado nas importações de bens, de -8,6% no segundo trimestre e de -6,5% no trimestre terminado em Julho (que compara com um decréscimo de 2,4% no primeiro trimestre do ano), traduzindo-se numa melhoria da taxa de cobertura das importações de bens pelas exportações, de 80,1% no primeiro trimestre para 83,6% no segundo trimestre e 85,7% no trimestre terminado em Julho. Por comparação com o período homólogo, essa melhoria traduziu-se igualmente num desagravamento do saldo do comércio internacional de bens de 2 064,7 milhões de euros no segundo trimestre e de 1 887,1 milhões de euros no trimestre terminado em Julho, tendo contribuído para esse desagravamento tanto as trocas com os nossos parceiros comunitários, como as trocas com os nossos parceiros do espaço extra-comunitário. O abrandamento do crescimento das exportações teve o forte contributo da desaceleração acentuada das vendas para os parceiros da UE, dada a importância que têm no total das exportações portuguesas e que, de um crescimento de 5% no primeiro trimestre, passou para apenas 2,9% no segundo trimestre e 3,2% no trimestre terminado em Julho. No entanto foi também muito acentuada a desaceleração das exportações para o espaço extracomunitário que de um crescimento de 32,9% registado no primeiro trimestre do ano, passou para 19,6% no segundo trimestre e para e 23,4% no trimestre terminado em Julho, mantendo-se apesar disso num ritmo de crescimento bastante significativo. Embora a proporção das vendas para os nossos parceiros comunitários continue a ser muito mais significativa do que as exportações extra-comunitárias, assiste-se a uma redução já significativa e num curto espaço de tempo: no conjunto do ano de 2011 a relação era de 74,1% para 25,9% das saídas para o espaço intracomunitário versus exportações extra-comunitárias, enquanto que no conjunto dos sete meses já decorridos de 2012 essa relação passou a ser de 71,8% para 28,2% (nos mesmos sete meses de 2011 aquela relação foi de 75,5% para 24,5%). Do lado das importações de bens, o decréscimo é acentuado quer nas chegadas intracomunitárias de bens que, de uma redução de 7,7% no primeiro trimestre, passaram para um decréscimo de 8,1% no segundo trimestre, e para -6,5% no trimestre terminado em Julho; como nas importações extracomunitárias que de um aumento de 14,3% no primeiro trimestre passaram para uma redução de 8,6% no segundo trimestre e de -6,5% no trimestre terminado em Julho. 12

14 Sobre o tipo de bens transaccionados, é de salientar no mês de Julho o decréscimo das entradas de veículos e outro material de transporte provenientes do espaço intracomunitário, bem como o decréscimo das importações do espaço extracomunitário de combustíveis minerais (principalmente de gás natural liquefeito) e de alguns produtos agrícolas (nomeadamente de soja não triturada e milho sem ser de sementeira). Na evolução das exportações por tipo de bens, no mês de Julho, destacou-se o aumento homólogo nas exportações extracomunitárias de Veículos e outro material de transporte (principalmente veículos automóveis de passageiros com destino ao mercado chinês) e de Máquinas e aparelhos, e de Metais comuns (principalmente construções e suas partes, de ferro fundido) e o aumento das expedições de combustíveis minerais para os parceiros comunitários. No que se refere aos principais mercados de destinos das exportações portuguesas, dentro do espaço intracomunitário, e no que se refere aos nossos principais parceiros manteve-se a evolução desfavorável das exportações com destino ao nosso principal parceiro a Espanha, cuja quebra se acentuou para -5,5% no segundo trimestre de 2012, e quase estagnaram as exportações dirigidas ao nosso segundo maior parceiro, a Alemanha, com um aumento homólogo de apenas 0,6%; com o nosso terceiro parceiro a França, as exportações aumentaram apenas 1,3%. Só com os nossos quarto e quinto maiores parceiros o Reino Unido e os Países Baixos se observou um aumento mais expressivo nas exportações: de 11,3% e 12,3%, respectivamente. Fora dos principais parceiros, no segundo trimestre há a registar uma melhoria na dinâmica das expedições para a Bélgica (com um aumento homólogo de 20,3%), para a Grécia (com um aumento de 320,%), para a Áustria (com um crescimento h omólogo de 16,8%), para a Finlândia (com um aumento de 54,6%), para a Dinamarca (+11,7%) e Hungria (+44,8%). Sobre os destinos das exportações extra-comunitárias destacou-se novamente o crescimento de 25,6% nos primeiros sete meses de 2012, nas exportações para países africanos (que representam 39,2% do total das exportações extracomunitárias), salientando-se o destino Angolano (com um crescimento de 39,7%) que só por si absorveu no conjunto dos sete meses cerca de 21% das exportações extracomunitárias, o crescimento de 33,6% das exportações para Marrocos (que atingem já 4% do total das exportações extra-comunitárias), o aumento de 39,3% nas exportações para Moçambique (2,2% do total) e a redução de 11,8% nas exportações para a Argélia (2,8% do total das exportações extracomunitárias). As exportações para destinos americanos, que no seu conjunto representaram 26,4% do total extra-comunitário, cresceram 15%, neles se destacando o destino Estados Unidos com um aumento de 30,3% e a representar 14% do total das exportações extra-comunitárias, bem como o crescimento homólogo das exportações para o Brasil, de 6% que, embora em desaceleração, correspondem já a 4,4% do total das exportações extra-comunitárias portuguesas. As exportações para a Ásia, representando apenas cerca de 17% do total dos destinos extracomunitários, aumentaram quase 55,4%, neles se destacando a China, com um aumento de quase 185,7% e a representarem 7,2% no total das exportações extracomunitárias, a República da Coreia com um crescimento de 56,9%, ainda que representando somente 0,6% do total das exportações extracomunitárias, a Arábia Saudita com um aumento de 54,8%, representando 1,1% do total das exportações extracomunitárias e com Hong-Kong, a aumentarem 38,6%, representando 1% do total das extra-comunitárias. 13

15 O défice das trocas comerciais de bens com os países extra-comunitários voltou a evoluir favoravelmente, no segundo trimestre de 2012, bem como no trimestre terminado em Julho, tendo registado em termos homólogos um desagravamento de, respectivamente, 968,8 e 928,2 milhões de euros. Ainda ao nível do Comércio Externo e segundo os resultados das Contas Nacionais, importa salientar que, não obstante continuar a registar-se uma perda de termos de troca, mas menos desfavorável que nos trimestre anteriores, observou-se uma relevante melhoria homóloga no saldo externo de bens e serviços tendo passado de -4,8% do PIB no segundo trimestre de 2011, para -0,2% do PIB no segundo trimestre do corrente ano, melhoria associada ao efeito volume dos fluxos do comércio externo. Sobre a Balança Corrente de Bens e Serviços mantém-se o défice da componente de bens, tal como se mantém consolidadamente superavitária a Balança de Serviços, constituindo o maior contributo positivo para a Balança Corrente. 5. Inflação A taxa de variação média anual do índice harmonizado de preços (IHPC) em Portugal, em Agosto, foi de 3,2% (2,7% no final do 2º trimestre, em Junho), tendo ficado acima das variações médias da UE e da «zona Euro», as quais ascenderam a 2,7% e a 2,6% respectivamente, (e a 2,6% e 2,4% no final do 2º trimestre, em Junho) com a menor variação a registar-se na Suécia (+0,9%), seguida da Grécia (+1,2%), da Letónia (+1,9%), da Alemanha (+2,2%), da Áustria (2,3%), da França (2,4%), da Holanda (+2,5%), da Bélgica, Dinamarca, Irlanda e Reino Unido (os quatro a registarem +2,6%), da Espanha (+2,7%), da Bulgária e Eslovénia (3,1%), e a maior a registar-se na Hungria (+6,0%). No final do segundo trimestre de 2012, em Junho, a variação média dos últimos 12 meses do índice de preços no consumidor em Portugal (IPC) foi de 3,33%, verificando-se desde o início do ano uma menor pressão inflacionista, tendo esse valor ainda descido para 3,31% em Agosto. As respectivas variações homólogas mensais foram de 2,71% e de 3,08%, respectivamente. No que se refere à contribuição das diferentes classes de categorias de consumo que compõem o índice de preços para a inflação, destacaram-se as categorias habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis e, com menor expressão, a dos Transportes, dos Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, e dos Restaurantes e hotéis para o seu aumento e as classes da Saúde e do vestuário e calçado para a sua redução. 6. Mercado de Trabalho De acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, em 1 de Outubro, a taxa de desemprego, em Agosto, ascendeu a 11,4% na zona euro e a 10,5% na UE27, as quais se agravaram 1,2 e 0,8 p.p., respectivamente, face a Agosto de Portugal manteve-se no ranking das mais elevadas taxas de desemprego dos países da zona Euro, tendo registado uma taxa de desemprego de 15,9%, ocupando o 3º lugar, tendo sido apenas ultrapassado pela Espanha (25,1%) e com grande probabilidade pela Grécia, da qual apenas se conhece ainda a taxa registada em Junho, de 24,4%. Na Letónia a taxa de desemprego referente ao 2º trimestre do ano era de 15,9%, desconhecendo-se ainda a sua evolução mais recente, na Irlanda foi de 15% em Agosto e na Eslováquia 14,2%. Na Lituânia, que em 2011 registara taxas muito elevadas, a taxa de desemprego ascendeu a 12,9% em Agosto. 14

16 A taxa de actividade global da população portuguesa foi de 52% e a taxa de actividade para os indivíduos com 15 ou mais anos, foi de 61,2%, taxas de actividade inferiores em 0,3 p.p. e 0,4 p.p. respectivamente, que as do trimestre homólogo. O total de empregados em Portugal, num total de 4688,2 mil indivíduos, manteve-se na sua trajectória descendente, com uma diminuição de 4,2% face ao segundo trimestre do passado ano, e um decréscimo de 0,6% quando comparado com o primeiro trimestre do corrente ano. Do mesmo modo, manteve-se também inalterada a trajectória crescente do desemprego com um aumento homólogo de 22,5% e um aumento de 0,9%, quando comparado com o trimestre anterior. A taxa de desemprego ascendeu a 15%, +2,9 p.p. acima da taxa de desemprego observada no trimestre homólogo e +0,1 p.p. acima da taxa de desemprego do 1º trimestre do corrente ano. O desemprego de longa duração (com duração igual ou superior a 12 meses) aumentou 71 mil indivíduos (+1 9%) em termos homólogos e totalizou mais 27,1 mil indivíduos que no trimestre anterior correspondendo a 53,6% do total de desempregados (5 5,2% e 53% do total de desemprego, no 2º trimestre de 2011 e no 1º trimestre de 2012, respectivamente). Ao nível sectorial, face ao segundo trimestre de 2011, destacou-se o acentuado decréscimo de 10,2% verificado no emprego dos sectores da Indústria, Construção e Energia. No sector da Agricultura e Pescas o volume de emprego praticamente estagnou, com uma variação de 0,6% e no sector dos Serviços o volume global do emprego reduziu-se 2,3%. No sector secundário é de salientar o decréscimo homólogo de 80,8 mil indivíduos no sector da construção e a redução em 50,8 mil pessoas nas indústrias transformadoras. No sector dos serviços, que em termos homólogos perdeu globalmente 70,6 mil indivíduos, salienta-se em particular a redução observada nas actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares com uma quebra de 35,6 mil indivíduos (-19,9%) e a redução de cerca de quase 23 mil indivíduos (-3,2%) nas actividades de comércio. É ainda de destacar aquelas cuja redução de emprego em termos percentuais foi mais relevante: as actividades imobiliárias ( -20,5%), novamente as actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares (-19,9%), as actividades financeiras e de seguros (-8,4%) e as actividades de transporte e armazenagem (-8,2%). No segundo trimestre do ano o total de emprego no sector do comércio foi estimado em 686,7 mil indivíduos, registando uma quebra de 22,8 mil indivíduos, face ao segundo trimestre de 2011, a que corresponde uma variação homóloga de 3,2%. Uma vez mais, todos os ramos de comércio contribuíram para esse decréscimo, embora com um maior contributo do comércio a retalho, o qual registou uma redução de 11,8 mil indivíduos (-2,7%). O comércio manutenção e reparação, de veículos automóveis e motociclos teve uma quebra de 7,2 mil indivíduos ( -6,8%) e o comércio por grosso reduziu-se em 3,9 mil empregados (-2,4%). O número de desempregados à procura de novo emprego no segundo trimestre do ano, e que era anteriormente empregado no sector do comércio (há 8 ou menos anos), foi de 136 mil indivíduos, tendo aumentado 15,5 mil indivíduos (+12,9%) face ao registado no mesmo trimestre do passado ano. 15

17 O maior contributo para esse aumento foi do comércio grossista (+7,3 mil desempregados, ou seja +38,6% do que no 2º trimestre 2011) seguido do comércio, manutenção e reparação, de veículos automóveis e motociclos (cujo número de desempregados aumentou 1,9 mil pessoas, ou seja +10,9% do que o registado no segundo trimestre de 2011). O desemprego no comércio retalhista diminuiu 6,3 mil pessoas, correspondente a -7,5%. 7. Execução Orçamental do Sector Público Administrativo O saldo global da Administração Central e da Segurança Social, na óptica da contabilidade pública (óptica de caixa), de Janeiro a Agosto de 2012, disponibilizados na síntese de execução orçamental de Setembro pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO), ascendeu a -4,02 mil milhões de euros. Segundo a DGO, considerando um universo comparável, ou seja excluindo as entidades públicas reclassificadas, aquele saldo teria sido no mesmo período de -3,5 mil milhões de euros, menos desfavorável do que o registado no período homólogo de 2011: de -5,2 mil milhões de euros. O saldo primário apresenta-se positivo, ascendendo a 679 milhões de euros ou, considerando o universo comparável, a 767,1 milhões de euros, claramente melhor que o défice primário verificado no período homólogo, de -1,6 mil milhões de euros. No que se refere ao subsector Estado, a execução orçamental óptica da contabilidade pública, tendo por base ainda valores provisórios no período de Janeiro a Agosto, traduziuse por um défice de 4 895,3 milhões de euros ( ,3 milhões de euros no período homólogo), a que correspondeu um saldo primário de -656,7 milhões de euros, bastante inferior ao défice registado no mesmo período de há um ano atrás ( ,8 milhões de euros). Do lado da receita efectiva registou-se um aumento homólogo de 10,6%, a que correspondeu um grau de execução de 62,9% (de 59,9% no período homólogo). Do lado da despesa efectiva o aumento face a igual período de 2011 foi de 1,1% com um grau de execução de 64,8% (61,8% em 2011). Já a despesa primá ria do subsector Estado registou uma redução homóloga de 1,2%. A receita fiscal de Janeiro a Agosto do corrente ano reduziu-se em 2,4%, e contribuiu em -2,2 p.p. para a evolução da receita efectiva. Destaca-se em particular o elevado contributo dos impostos indirectos para o decréscimo da receita fiscal (com um contributo de -3,2 p.p.) e nestes, o contributo do IVA (em -0,9 p.p.), do imposto sobre veículos (em -1 p.p.) e no imposto sobre os produtos petrolíferos ( -0,6 p.p.). Nas receitas do IVA registou-se um decréscimo de 2,2%, não obstante as alterações ocorridas na passagem de alguns produtos antes taxados a taxa reduzida para a taxa normal, enquanto que as receitas do imposto sobre os veículos decresceram 44,4%. Ambas as situações resultam da redução das vendas no mercado interno, associadas à redução da procura interna, influenciada pela redução do rendimento disponível das famílias e pelo aumento da poupança que a incerteza sobre o futuro terá gerado nas famílias portuguesas. Nos impostos directos, registou-se até Agosto um acréscimo global de 2,1%, correspondendo a um contributo de 0,8 p.p. para a receita fiscal. A receita de IRS teve um aumento de 13,7%, face à antecipação do prazo para pagamento do IRS de 2011, enquanto que a receita de IRC sofreu um decréscimo de 22,9%, face à degradação financeira das empresas contribuintes. A receita não fiscal registou um acréscimo significativo de 116,1%, sobretudo explicado pelo aumento das transferências de capital (com um contributo para o total da receita não fiscal de 104,4 p.p.). 16

18 No subsector Serviços e Fundos Autónomos o saldo global ascendeu em Agosto a 609,2 milhões de euros, ficando aquém do saldo alcançado no período homólogo (1191,2 milhões de euros), em grande medida devido ao contributo desfavorável de -516,5 milhões de euros, das entidades públicas reclassificadas no perímetro da Administração Central. Comparando com o universo comparável o saldo seria de 1125,7 milhões de euros, nesse caso representando um desvio bastante menor, explicado pelo aumento homólogo de 1,8% da despesa efectiva, superior ao acréscimo homólogo de 1,2% registado na receita efectiva. O aumento da receita efectiva decorre sobretudo do reforço previsto no orçamento rectificativo de 2012 para o Sistema Nacional de Saúde (SNS). Enquanto que o aumento da despesa efectiva decorre do pagamento extraordinário em 2012 de dívidas de anos anteriores do SNS a fornecedores. No conjunto dos Serviços e Fundos Autónomos, sobressai o saldo positivo inferior ao do período homólogo da Caixa Geral de Aposentações, relacionado com o decréscimo de receitas associado às menores contribuições resultantes da suspensão dos subsídios de férias, bem como o saldo inferior do Instituto do Emprego e da Formação Profissional. No que se refere ao saldo global negativo em 516,5 milhões de euros das entidades públicas reclassificadas (EPR), há a salientar o que decorre do esforço de investimento realizado pela Parque Escolar, EPE, na construção e requalificação de edifícios escolares, bem como o pagamento de juros e outros encargos financeiros por parte do Metro do Porto, S.A.. À semelhança do verificado nos anos mais recentes, no subsector da Segurança Social o saldo global entre Janeiro e Agosto foi excedentário, em 268,8 milhões de euros, ainda que com uma redução de 458,9 milhões de euros, face ao executado no período homólogo de Para esse pior desempenho salienta-se o contributo do aumento da despesa com as prestações sociais, em 400 milhões de euros, associadas ao período de crise sócioeconómica que o país atravessa, bem como o contributo da menor arrecadação de receitas de contribuições (-3,1% face ao período homólogo). Por outro lado salienta-se também o efeito do Regime Substitutivo Bancário, com impacto no volume das contas da segurança social, quer pela maior despesa, decorrente das obrigações de pagamento das pensões desse regime em 332,9 milhões de euros, quer pelo correspondente aumento nas receitas da respectiva transferência do OE em igual valor, para fazer face a essa despesa. Globalmente a receita efectiva da Segurança Social aumentou 0,7%, face ao período homólogo, enquanto a despesa efectiva aumentou 3,8%. Relativamente ao subsector da Administração Regional, o respectivo défice, registado até Agosto, ascende a 81,9 milhões de euros, correspondendo a um agravamento de 85,5 milhões de euros, face ao executado no período homólogo, derivado do défice da região Autónoma da Madeira, de -110 milhões de euros, a qual tem em curso a implementação do Programa de Assistência Económica e Financeira. A Região Autónoma dos Açores continuou a apresentar um excedente, de 28,1 milhões de euros. Finalmente sobre a Administração Local e para um universo comparável de 236 municípios, o saldo orçamental até Agosto foi excedentário em 233,4 milhões de euros. Assistiu-se a uma redução da receita efectiva, resultado de uma redução da receita de capital em parte atenuada pelo aumento da receita fiscal da derrama. Globalmente a redução da receita efectiva foi inferior à redução da despesa efectiva. Finalmente sobre a dívida não financeira da Administração Pública, e tendo ainda em conta valores provisórios para o mês de Agosto, até Agosto o montante de dívidas por pagar há mais de 90 dias pelas Administrações públicas e outras entidades ascendia a 3941 milhões de euros, o valor mais baixo desde Janeiro do corrente ano, tendo-se atingido o valor máximo em Abril, mês em que aquele montante ascendera a 5309 milhões de euros. (Relatório concluído a 4 de Outubro de 2012) 17

19 Quadro 1 CENÁRIO MACROECONÓMICO PARA A ECONOMIA PORTUGUESA (de acordo com as previsões do Governo nas Grandes Opções do Plano para 2013) Taxa de variação homóloga 2012 * 2013 Produto Interno Bruto (PIB) -3.0 (-2.8) -1.0 Consumo Privado -5.8 (-4,8) -2.2 Consumo Público -3.5 (-6.2) -3.5 Investimento (FBCF) (-9.5) -4.2 Exportações (bens e serviços) 4.3 (4.8) 3.6 Importações (bens e serviços) -6.6 (-4.3) -1.4 Índice Preços no Consumidor (IPC) 2.8 (3.1) 0.7 Taxa de Desemprego 15.5 (13.4) 16.0 Saldo da Balança Corrente -2.6 (-3.9) -0.6 Saldo da Balança de Capital 1.5 (1.4) 1.6 * Entre parênteses os valores previstos no relatório do O.E. para

20 Quadro 2 Economia Portuguesa Quadro Síntese Taxas de variação homólogas (em volume, quando aplicável) Indicadores 2º Trimestre º Trimestre * 2011 PIB (Produto Interno Bruto) (-0.9) VAB agricultura VAB indústria VAB construção VAB serviços Índices de Volume de Negócios - na Indústria - no Comércio a Retalho (exclui o sector automóvel) - nos Serviços Trimestre terminado em: Jun 2012 Jul Trimestre terminado em: Jun 2012 Jul Trimestre terminado em: Jun 2012 Jul Trimestre terminado em: Jun 2011 Jul Trimestre terminado em: Jun 2011 Jul Trimestre terminado em: Jun 2011 Jul (0.7) (1.0) (-9.4) (-1.0) Jun 2011 (6.8) Jun 2011 (-5.9) Jun 2011 (-5.3) Procura Interna (-5.2) Investimento (FBCF) (-12.5) Consumo das Famílias (-3.4) IPC - Variação homóloga (mensal) - Variação média dos últ. 12 meses Jun 2012 Ago Jun 2011 Ago Jun 2011 (3.36) (2.94) Exportações - Bens - Serviços Importações - Bens - Serviços Desemprego (Taxa de) Taxa de Juro de empréstimos a sociedades não financeiras (em %, valores médios, fim de período) º Trim % Jun 2012 Jul º Trim % Jun 2011 Jul *Os valores entre-parentisis correspondem às revisões entretanto feitas pelo INE relativamente aos números disponibilizados quando da preparação do número deste Boletim referente ao 2º trimestre de (8.4) (8.6) (8.0) (-5.4) (-7.5) (-7.9) 2ºT 2011 (12.1%) Jun 2011 (4.49) 19

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