Crédito - junho. Brasil - Estoque de Crédito como Proporção do PIB (%)
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- Jerónimo Aires Fagundes
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1 set/03 fev/04 jul/04 mai/05 out/05 mar/06 ago/06 jan/07 nov/07 abr/08 fev/09 jul/09 mai/10 out/10 ago/11 jan/12 Crédito - junho 26/07/12 Diversos indicadores do crédito no Brasil em junho seguiram a trajetória que já vinham desenhando nos últimos meses, com o crescimento do saldo desacelerando, a expansão do crédito se concentrando em bancos estatais e a taxa de juros cobrada dos empréstimos caindo. A grande novidade da nota de crédito de junho divulgada pelo Banco Central foi a leve queda da inadimplência das pessoas físicas nesse mês, interrompendo um processo de alta que estava levando a preocupações quanto à sustentabilidade do crescimento do crédito, do consumo e da economia brasileira como um todo. O saldo de crédito no Brasil em junho seguiu crescendo, atingindo 50,6% na relação crédito/pib (contra 50,1% PIB no mês anterior e 25% em 2003). A taxa de crescimento A/A do saldo de crédito, por sua vez, seguiu desacelerando, como tem feito desde 2011, passando de 19% A/A em 2011 para 17,9% em Brasil - Estoque de Crédito como Proporção do PIB (%) 50.6
2 jul/11 ago/11 out/11 nov/11 jan/12 fev/12 abr/12 mai/ % Saldo de crédito - dados recentes (variação A/A nominal) 20.0% 19.5% 19.0% 18.5% 18.0% 17.5% 17.9% 17.0% Total A desaceleração do crescimento do crédito no Brasil é algo esperado após o forte ritmo de expansão mantido ao longo da última década. Mesmo assim, há grandes preocupações quanto ao nível de crescimento que o crédito pode vir a ter daqui para frente, com uma desaceleração muito forte podendo levar a crescimento muito baixo do consumo e, consequentemente, do PIB. Pode-se ver no Brasil uma maior relutância do setor privado em emprestar para pessoas físicas após o aumento da inadimplência que foi visto nos últimos meses. O saldo de crédito para pessoas físicas (excluindo empréstimos para habitação) emprestado pelas instituições privadas nacionais tem ficado estável em torno de 8% do PIB desde a metade do ano passado. Essa maior relutância também evitou que a menor taxa de juros básica fosse repassada para as taxas finais cobradas dos tomadores de empréstimos, dado o maior risco. O governo federal, desejando que a economia retomasse seu nível de crescimento, ordenou que os bancos estatais aumentassem sua oferta de crédito e diminuíssem o spread no começo desse ano, ação que tem resultado na maior participação dessas instituições no crédito total. Basicamente todo o crescimento do crédito para pessoas físicas como % do PIB desde a metade do ano passado tem ocorrido através das instituições públicas.
3 set/07 mar/08 mar/09 set/09 mar/10 set/10 4.2% 3.7% 3.2% 2.7% 2.2% 1.7% 1.2% Brasil - Crédito para PF - Instituições públicas e privadas (% do PIB) Inst. Públicas Inst. Privadas 8.5% 7.5% 6.5% 5.5% 4.5% 3.5% 2.5% Essa ação dos bancos públicos tem surtido efeito sobre as taxas de aplicação (as taxas cobradas) dos empréstimos para pessoas físicas, que atingiram seu menor nível na série histórica em, 36,5% a.a. em média. Juros PF - aplicação e spread (% a.a.) Taxa de aplicação Spread O prazo dos empréstimos, no entanto, não tem reagido tanto quanto os juros. O prazo dos empréstimos para habitação seguiu aumentando, porém há queda no prazo médio dos empréstimos para automóveis e estabilidade no restante dos empréstimos. O prazo é uma variável importante para o crédito no Brasil, uma vez que afeta também o tamanho das parcelas que os tomadores de empréstimo pagam.
4 jun/01 dez/01 jun/02 dez/02 jun/01 dez/01 jun/02 dez/ Operações de crédito PF (sem imobiliário e automóveis) - Prazo em dias A inadimplência no crédito para pessoa física, como mencionado anteriormente, estava subindo nos últimos meses, sendo grande causa de preocupação. Esse aumento, que ocorreu basicamente nos segmentos de automóveis e cartão de crédito, está relacionado à pior qualidade dos tomadores de empréstimos no final de 2010, quando os critérios para concessão de crédito estavam excessivamente relaxados. Em junho de 2012, no entanto, houve uma interrupção no aumento da inadimplência (atrasos acima de 90 dias) que estava ocorrendo até então, passando de 7,9% para 7,8%. Essa queda da inadimplência ocorreu nos dois segmentos que mais preocupam (cartão de crédito, de 28,1% para 27,7%, e aquisição de veículos, de 6,1% para 6,0%), sendo, então, uma boa notícia Inadimplência total Inadimplência plência1/ Vencidas 15 a 90 dias
5 mar/08 mar/09 set/09 mar/10 set/10 reais. As concessões de crédito para pessoa física subiram em junho, no dado ajustado pela inflação e sazonalidade pela SulAmérica Investimentos. Boa parte desse aumento está relacionada à retomada das vendas de automóveis, com os incentivos dados pelo governo. As outras concessões de crédito, não relacionadas a automóveis, ficaram estáveis em termos Concessões PF Reais por du (R$ mi de jun/00) 1,900 1,800 1,700 1,600 Concessões PF Totais MM 3 ms 1,500 1,400 1,300 1,200 Os outros segmentos de crédito, não ligados a pessoas físicas, tiveram bom desempenho em junho. O saldo de crédito direcionado seguiu se expandindo acima da média (21,8% A/A em, contra 17,9% A/A do crédito geral), devido aos empréstimos do BNDES e para habitação. O crédito com recursos livres para pessoas jurídicas teve menor crescimento do saldo nominal na comparação A/A e as concessões em termos reais e dessazonalizados diminuíram, porém houve queda na inadimplência das pessoas jurídicas nesse mês. Dessa forma, os dados de crédito de junho ajudaram a melhorar a percepção quanto ao desempenho futuro desse setor, em especial a queda da inadimplência vista tanto para PF quanto para PJ. Este material foi preparado pela SulAmérica Investimentos DTVM S.A. e apresenta caráter meramente informativo, não podendo ser reproduzido ou copiado sem a expressa concordância da mesma. As análises aqui contidas foram elaboradas a partir de fontes fidedignas e de boa-fé. As informações aqui apresentadas deverão ser consideradas confiáveis apenas na data em que este foi publicado. Ainda assim, a SulAmérica Investimentos DTVM não garante, expressa ou tacitamente, exatidão, nem tampouco assertividade sobre os temas aqui abordados. Todas as análises aqui contidas estão sujeitas a alteração sem aviso prévio. As opiniões aqui expressas não devem ser entendidas, em hipótese alguma, como uma oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros.
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