THALES TÁCITO PONTES LUZ DE PÁDUA CERQUEIRA PROMOTOR DE JUSTIÇA COOPERADOR 1
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- Alessandra Custódio do Amaral
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1 COTA INTRODUTÓRIA À DENÚNCIA I.P nº 151/98 MM. Juiz: 1) Recebi o Inquérito em questão, a fim de cooperar com os cultos colegas Ministeriais, face o acúmulo de serviços; 2) Manifestei-me em separado, em 03 laudas impressas em computador, somente no anverso, oferecendo denúncia; 3) Em relação ao laudo de exame de corpo de delito(fls.13/14), observo que o mesmo fora feito e assinado por apenas um perito, em desconformidade com o artigo 159 do CPP. Assim,o CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, Livro I - Do Processo em Geral - arts. 1º a 393, Título VII - Da Prova - arts. 155 a 250, Capítulo II - Do exame do corpo de delito, e das perícias em geral - arts. 158 a 184, no seu artigo 158 determina: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Já o artigo 167 do C.P.P diz: Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. O STF tem entendido que nos delitos materiais, de conduta e resultado, desde que desaparecidos os vestígios, a prova testemunhal pode suprir o auto de corpo de delito direto (RECrim , DJU , p ). Assim, deixando vestígios o delito, é necessário o exame de corpo de delito direto (CPP, art. 158); desaparecidos os vestígios, é admissível a prova testemunhal supletiva (STF, RHC , DJU , p. 7670). Diante dessas circunstâncias, a fim de evitar futura alegação de vicissitude da perícia(e não do IP, eis que este é peça inquisitória), requeiro, via serventia, seja realizada nova perícia na vítima e, como óbvio, se os vestígios tiverem sumido pelo tempo, suprir esta falta com prova testemunhal, declaração da vítima, informação da mãe, do Delegado ou detetives e indícios(artigo 239 do CPP), para não haver prejuízo para a prova da materialidade delitiva. Em relação a palavra da vítima, vejamos: 1
2 ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR VÍTIMA MENOR DE 14 ANOS VALIDADE DE SEU DEPOIMENTO PORQUE ALICERÇADO PELOS DEMAIS ELEMENTOS PROBATÓRIOS CONDENAÇÃO MANTIDA O testemunho de criança, em verdade, deve ser considerado com sérias reservas, contudo, quando coerente e harmônico com o restante da prova apurada serve, inocultavelmente, como lastro a prolação de um decreto condenatório. (TJSC ACr ª C. Crim. Rel. Des. Márcio Batista J ) Como decidiu o TJSP, é "da jurisprudência e do bom-senso comum que se deve dispensar perícia direta, sempre que sua realização não mais seja possível por haverem desaparecido os vestígios da infração, embora hajam eles, de começo, existido" (RT 528/311); 4) No tocante ao denunciado, considerando o disposto no artigo 89 e seus parágrafos e incisos da Lei nº 9.099/95, este representante do Ministério Público do Estado de Minas Gerais DEIXA DE OFERECER PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO, uma, porque a pena mínima do delito em foco ultrapassa o limite máximo de 01 ano, impedindo objetivamente a benesse legal; duas, porque os requisitos subjetivos não lhe são favoráveis e não indicam que a benesse será suficiente e producente, pois denotou personalidade fria, bem como conduta social desregrada, caracterizando o que os médicos-legais franceses denominam de sociopata(doença social,) ou seja, enquanto a sociedade caminha para regras num sentido, o denunciado caminha na contra-mão de direção, alicerçado por problemas de natureza sexual; 5) Requeiro, via serventia, seja Oficiado à Delegacia de origem, constando: 2
3 DR. DELEGADO, REQUISITO, Considerando que nos crimes sexuais as declarações da vítima assumem grande relevância, REQUISITO seja diligenciado o atual paradeiro da vítima, através de Haroldo e da Sra. Darcy(fls.16) e se preciso, Oficiando ao Cartório Eleitoral. Mercê. Campo Belo, 11 de agosto de Promotor de Justiça Cooperador 3
4 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE CAMPO BELO/MG I.P nº 151/98 O Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por seu representante que ao final se identifica e assina, no uso de suas atribuições legais, supedâneo nos artigos 129, I da CF, 120, I da CE/MG, 25, III da Lei 8625/93, 66, V da Lei Complementar 34/94 e artigo 41 do Cód. Proc. Penal, comparece a presença de Vossa Excelência para DENUNCIAR, como denunciando está, com base no que está descrito no Inquérito Policial em epígrafe, que esta acompanha, ANDERSON CALIXTO, brasileiro, solteiro, servente de pedreiro, natural de Campo Belo/MG, nascido em 02/12/1.974, atualmente com 23 anos de idade, filho de Florsina Calixto, residente à Rua Porto Alegre, nº 297, no Bairro Jardim Alvorada, na cidade e comarca de Campo Belo/MG, por ter ele praticado o ato delituoso a seguir descrito: No dia 07 de julho de 1998, por volta das 21 horas, na Rua Major Misseno Maia, nº 103, no Bairro Centro, na cidade e comarca de Campo Belo/MG, o denunciado, constrangeu a Srta. Bruciliana Alice de Carvalho Moreira, MEDIANTE GRAVE AMEAÇA(emprego de arma branca- faca) E MEDIANTE VIOLÊNCIA PRESUMIDA(vítima com 12 anos de idade), a praticar sexo anal e permitir que praticasse ato libidinoso(molestar seus seios), atos estes, diversos da conjunção carnal. Segundo se apurou, no dia, hora e local dos fatos, o denunciado abordou a vítima, de apenas 12 anos de idade na época, em frente à sua residência. 4
5 Em seguida, percebendo que a mesma estava sozinha, sacou de uma faca, de inopino e mediante grave ameaça, disse a vítima: se gritar eu te mato. A vítima tentou fugir, mas prostrou-se ao chão, tendo o imputado, desta feita, encostado a faca em seu peito e novamente ameaçado de morte. Ato contínuo, o imputado levou a vítima a um matagal próximo à sua residência, segurando-a pelos braços, obrigando a mesma a retirar suas roupas, razão pela qual tirou a camisa, enquanto que o denunciado tirou-lhe a calça e a calcinha. Dando prosseguimento em seu intuito libidinoso, o imputado chupou-lhe os seios, encostou sua boca na vagina e, pro fim, praticou sexo anal na vítima. Agindo como agiu, o denunciado atingiu seu fim lascivo, aproveitando-se da idade da vítima. O delito resultou em lesão corporal leve, caracterizando a natureza de Ação Penal Pública Incondicionada. A vítima possuia 12 anos de idade na data dos fatos. Diante do exposto, denuncio a Vossa Excelência, ANDERSON CALIXTO, dando-o como incurso nas iras do artigo 214, caput do Código Penal(mediante grave ameaça) c/c os artigos 224, a (presunção de violência por idade da vítima) do mesmo Diploma Legal e artigos 1º, VI e 9º(causa de aumento de pena) da Lei nº 8.072/90 e requeiro que, uma vez distribuída, registrada e autuada esta, seja o mesmo processado e ao final condenado, tudo nos termos dos artigos 394/405 e 498/502 do Código de Processo Penal, ouvindo-se no momento processual oportuno, a vítima e as testemunhas arroladas abaixo: - BRUCILIANA ALICE DE CARVALHO MOREIRA, brasileira, solteira, estudante, com último endereço sito à Rua Major Misseno Maia, nº 103, no Bairro Centro, na cidade e comarca de Campo Belo/MG- vítima da terra/vítima presencial-fls.07/08; 5
6 ROL DE TESTEMUNHAS 1- VITAR MARIA DE CARVALHO, brasileira, concubina, do lar, com último endereço sito à Rua Major Misseno Maia, nº 103, no Bairro Centro, na cidade e comarca de Campo Belo/MG- informante da terra(não compromissar- mãe da vítima)-fls.12; 2- DARCY COSTA SANTANA, brasileira, casada, do lar, residente sito à Rua Major Misseno Maia, nº 102, no Bairro Centro, na cidade e comarca de Campo Belo/MG- testemunha da terra/testemunha presencial(presenciou parcialmente os fatos)-fls.16; 3- AROLDO COSTA SANTANA, brasileiro, casado, estudante, residente sito à Rua Major Misseno Maia, nº 102, no Bairro Centro, na cidade e comarca de Campo Belo/MG- informante da terra(informante, face a idade de 11 anos -art.208 do CPP)/informante presencial(presenciou parcialmente os fatos)- fls.17; 4- JERRY EUSTÁQUIO MARTINS, brasileiro, sargento da Polícia Militar, devendo ser REQUISITADO POR SEU SUPERIOR HIERÁRQUICO(PM DE CAMPO BELO)-testemunha da terra(endereço do Batalhão de PM)-fls.04(B.O); 5- LUIZ EDUARDO DA SILVA, brasileiro, detetive da Polícia Civil, devendo ser REQUISITADO POR SEU CHEFE ADMINISTRATIVO(DELEGADO DE POLÍCIA)-testemuha da terra(endereço da Delegacia de origem/analisar compromisso)- fls.05(comunicação de serviço); 6- MARCONNI FERNANDES CARVALHO, brasileiro, detetive da Polícia Civil, devendo ser REQUISITADO POR SEU CHEFE ADMINISTRATIVO(DELEGADO DE POLÍCIA)-testemunha da terra(endereço da Delegacia de origem/analisar compromisso)- fls.05(comunicação de serviço); 6
7 7- EGMAR GERALDO DA SILVA, brasileiro, Delegado de Polícia, devendo ser CONVIDADO-informante da terra-fls.02. Campo Belo, 11 de agosto de Promotor de Justiça Cooperador 7
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