UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE COACHING:O VISLUMBRE DE UMA NOVA REALIDADE Por: Sabrina Schemberg Bonates da Cunha Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2009

2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE COACHING: O VISLUMBRE DE UMA NOVA REALIDADE Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Sabrina Schemberg Bonates da Cunha

3 3 AGRADECIMENTOS A Deus pelo divino milagre da vida e pelo maravilhoso caminho de aprendizados e evolução... Aos amigos e parentes que acreditaram em uma nova condução de minha vida profissional.

4 4 DEDICATÓRIA Dedico esta monografia à minha querida mãe, por estar sempre ao meu lado, me apoiando, incentivando e principalmente por acreditar no meu potencial. Dedico também aos amigos que além da preciosa amizade, também contribuíram para minha vida profissional, me proporcionando novas perspectivas, abrindo meus horizontes...

5 5 RESUMO Despertar o melhor de si e caminhar na direção de concretização de metas na vida pessoal, profissional, organizacional, etc. Com esta visão que o coaching vem ganhando cada vez mais espaço na atualidade, despertando o interesse das pessoas pelos mais diversos motivos. Em termos pessoais, o coaching vai de encontro a pessoas que almejam transformações em suas vidas, seja em pequenas, médias ou grandes proporções. As pessoas em sua maioria estão tomando maior consciência de seus recursos internos e estão querendo enfrentar o comodismo e partir para ações mais ativas, buscando descobrir o que realmente querem e precisam para serem mais felizes, traçando o caminho adequado que lhes conduza a esta felicidade. Este caminho, por sua vez, poderá ser bem melhor traçado, mediante uma técnica apropriada e adaptada a cada tipo de pessoa e ambiente em que esta se encontre. No que tange à vida profissional e corporativa, o coaching também vai de encontro a pessoas que buscam a felicidade; só que adaptada a um contexto profissional, empresarial. Mas jamais podemos esquecer que empresas são feitas de pessoas, as quais têm seus sonhos e visões próprios. E mais, nos dias atuais muitos profissionais buscam oportunidades que realmente lhes proporcionem desenvolvimento pessoal e profissional; não pensando tão somente no atendimento da empresa. Cabe ao coaching e aos seus condutores fazer um paralelo entre a visão das pessoas e das empresas, de modo que todos saiam satisfeitos. Assim que o presente trabalho monográfico se apresenta com o objetivo de trazer elucidações a respeito do coaching; clareando seu conceito, seus aspectos fundamentais, e o contexto que facilita e promove a presença do mesmo.

6 6 METODOLOGIA O presente trabalho foi elaborado mediante vasta pesquisa bibliográfica: leitura de livros, artigos de revistas e jornais, entrevistas, questionários e visitas a sites da internet, nacionais e internacionais (sobretudo espanhóis). A escolha do tema se deu em razão do interesse que o mesmo despertou em mim tão logo tomei conhecimento de sua existência, tal qual se apresenta nos tempos atuais. À primeira vista, vislumbrei uma diretriz de como a vida das pessoas poderia progredir seja no campo pessoal, profissional e até organizacional, de forma mais rápida e prática do que as vistas anteriormente. Ou seja; trata-se de um tema vasto, com capacidade de atendimentos múltiplos, porém, de fácil entendimento e visualização. A partir deste interesse, dei início a um processo investigativo, tomando o cuidado de buscar informações em diversas fontes, já que se trata de um tema relativamente novo (em relação ao propósito de se apresentar como uma diretriz bem definida, com contornos próprios).

7 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Origem, definição e premissas de coaching 11 CAPÍTULO II - Tipos, contextos e cenários 18 CAPÍTULO III O processo de coaching 24 CAPÍTULO IV O profissional coache 29 CAPÍTULO V Coaching e outras intervenções 38 CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 44 ANEXO 1 46 ÍNDICE 49 FOLHA DE AVALIAÇÃO 51

8 8 INTRODUÇÃO Pode-se dizer que o presente trabalho é fruto de uma mistura de interesse, fascínio e até de ligeira desconfiança diante da palavra Coaching e de tudo que ela traz consigo. Esta palavra, conforme será visto ao longo deste trabalho é bem mais antiga do que possa parecer, assumindo alguns significados até chegar ao conceito de hoje. O que despertou interesse, entretanto, foi a presença maciça do coaching na mídia atual, sendo visto por muitos como uma febre, a nível nacional e internacional. É certo que bem mais internacional; porém sua chegada ao Brasil vem assumindo proporções bem consideráveis. O fascínio surgiu de todo o contexto otimista que envolve a temática. Quem não ficaria no mínimo entusiasmado diante de uma idéia de um processo que visa despertar o potencial das pessoas a fim de ajudá-las na concretização de sonhos nas mais diversas áreas da vida? Pois isso é o coaching, um sistema que ajuda a pessoa a mudar, da maneira que ela quer e a caminhar na direção que ela quer ir. Conforme Leonardo Wolk (2008, p.11), O coaching é um convite à mudança, a ser mudado, a pensar diferente, a revisar nossos modelos. Na visão de Andréa Lages e Joseph O Connor: Coaching é um jogo para altas apostas. Felicidade. As pessoas recorrem ao coaching porque querem ser felizes ou mais felizes. Elas desejam uma vida satisfatória, repleta de boas experiências. Bons relacionamentos, uma trabalho que lhes dê orgulho, onde possam usar seus talentos e ganhar dinheiro. (Lages, Andrea e Joseph O Connor, 2004, p.10).

9 9 Assim, juntamente, com o interesse e fascínio sobre o coaching, surgiu também certa desconfiança (o que acreditamos ser compreensível). Será mesmo este processo tão comentado nos tempos atuais capaz de tantas transformações significativas, englobando as mais diversas áreas da vida das pessoas? E mais, por que só agora ele começou a aparecer e ganhar repercussão já que sua origem é tão antiga? Em razão destes questionamentos e da proporção tomada pelo coaching; por estar cada vez mais presente na mídia, ser considerado como uma das carreiras mais promissoras da atualidade por imprensa especializada, e fazer cada vez mais parte do mundo corporativo, que se traz o tema à tona, com o fim de clareá-lo, elucidando seus aspectos fundamentais tais como origem, contexto, tipos, finalidade, etc., conforme será visto ao longo desta dissertação. O primeiro capítulo fará uma abordagem da origem, definição e algumas premissas do coaching. Este capítulo é fundamental para que se dê partida no estudo do tema. Através do conhecimento da origem do coaching, tanto em relação à parte conceitual, quanto à metodológica, muitas questões já poderão ser compreendidas com mais facilidade. O segundo capítulo que trata dos tipos, contextos e cenários; também é da mais alta importância, na medida em que situa o coaching no mundo contemporâneo, trazendo e explicando a conjuntura que lhe favoreceu, bem como, proporcionando um maior entendimento da disciplina em diversas áreas. O terceiro capítulo, por sua vez, tem o objetivo de desmembrar o processo e trazê-lo para a prática; dizendo como o ele ocorre efetivamente. A parte que trata dos elementos do processo de coaching é bem significativa na medida em que permite uma visão bem apurada de como o processo deve ser conduzido.

10 10 Já o quarto capítulo traz a figura do coach, figura essencial para o êxito do processo. Nesta parte será abordada a importância deste profissional, seus requisitos imprescindíveis para que possa conduzir um processo de coaching, bem como as características que devem nortear sua conduta. Por exemplo, um coach deve ter excelente capacidade de escuta e de observação. Um item interessante deste capítulo refere-se às atitudes que um coach não deve cometer (retiradas de uma pesquisa bibliográfica que trata dos 101 erros mais comuns deste profissional). O capítulo quinto, finalmente, trata de outras intervenções humanas que comumente são confundidas com o coaching. Apesar de não haver ainda um consenso acerca destas distinções, a linha adotada por este trabalho decidiu diferenciar o coaching de outras modalidades, corroborando a idéia de que se trata de uma disciplina individual, merecendo, portanto, atenção e tratamento específicos.

11 11 CAPÍTULO I ORIGEM, DEFINIÇÃO E PREMISSAS DE COACHING O tema Coaching conforme já é de conhecimento geral no mundo corporativo, especialmente na área de Recursos Humanos, há muito que se faz presente, seja neste ambiente citado, seja em situações corriqueiras e práticas do dia a dia das pessoas. Porém, antes mesmo de adentrarmos na fundamentação deste tema e na tentativa de elucidação e justificativa dele ter se tornado uma febre a nível internacional, cabe um estudo de sua origem no que tange ao próprio uso da palavra coaching, bem como sua existência como metodologia. 1.1 Origem do Coaching enquanto palavra Segundo Sílvio Celestino (2007), Coach é uma palavra inglesa, mas de várias origens, francesa (coche), alemã arcaica (kotche), holandesa (koets) e húngara (kocsi). Este autor, inclusive, faz uma menção à cidade húngara de Kocsi, onde surgiram os primeiros coches que viajavam entre Viena e Budapeste entre os séculos XV e XVI. Eram carruagens muito cobiçadas na época por serem muito confortáveis. Esta nomenclatura ia se modificando à medida que as carruagens ultrapassavam fronteiras e chegavam a cidades com outros idiomas. Esta idéia é corroborada pelo autor L. Rivera (2005), que ainda acrescenta que a função primordial da palavra continuou (transportando pessoas de um local ao outro) e

12 12 ainda faz um paralelo com a função atual do coaching que continua sendo a de transportar pessoas (de um estado atual para um estado futuro). Diversos são os significados que esta palavra possui, porém dois merecem maior destaque: veículo para transporte de pessoas (em sua origem, carruagens) e técnico ou treinador de profissionais. O primeiro deles já foi explicitado. Já o segundo tratava-se de uma analogia aos tutores que ensinavam às crianças, muitas vezes nas próprias carruagens, durante viagens feitas pelas famílias. O tutor era conhecido como aquele que guiava crianças pelos diversos campos do conhecimento. Tempos depois, nas primeiras décadas do século XX, as universidades americanas começaram a chamar assim os instrutores de seus atletas, principalmente aqueles de esportes coletivos. Na década de 80, esta disciplina começou a ganhar autonomia e a se apresentar como profissão. Autores precursores como Timoth Gallwey e Jonh Withmore, dentre outros, começaram a propagar suas idéias com destaque, as quais passaram a ingressar em novos campos de atuação. 1.2 Origem do Coaching enquanto metodologia A origem do coaching enquanto metodologia é bem mais antiga do que normalmente se imagina. Chiavenato (2002) já fez uma vez uma alusão a Sócrates como a fonte inspiradora do coaching. O autor trouxe à tona as reuniões que o filósofo fazia com seus discípulos nas quais propunha temas, instigava idéias mediantes perguntas, e atuava como ouvintes destes. Esta atitude tinha o objetivo de desenvolver as pessoas, fazer com que elas abrissem suas mentes e buscassem o conhecimento dentro de si. Isto se explica pela premissa de Sócrates segundo a qual, não se podia ensinar nada a ninguém, visto que a pessoa já tem todo o conhecimento dentro de si. E o que Sócrates queria era que as pessoas encontrassem a sua própria verdade.

13 13 Há ainda quem vai mais além com a idéia de que os alunos de Sócrates se recordavam de um conhecimento depositado em uma memória ancestral. Seguindo o mesmo pensamento de Sócrates, Platão, seu discípulo, também trouxe relevante contribuição para o coaching, através de dois grandes recursos: a formulação de perguntas e a escuta ativa exercida pelo coach (o que será visto mais a frente). Poderíamos ainda citar outros grandes filósofos e autores que faziam coaching ainda que esta nomenclatura não existisse. Isto porque, conforme veremos de forma mais aprofundada ao longo deste trabalho, o papel do coaching não é o de ensinar coisa alguma, mas sim o de despertar o potencial que existe em cada pessoa (coachee). Já no século XX, o coaching fez sua entrada no mundo esportivo, inicialmente nos Estados Unidos. A idéia de que neste ambiente o pior inimigo do esportista era sua própria mente foi essencial para o surgimento deste tema. A partir daí começou-se a estudar e desenvolver técnicas para ajudar os esportistas a superar os seus bloqueios e melhorar seus rendimentos. Esta técnica começou a obter resultados inimagináveis e surpreendentes, não demorando muito para que o coaching ultrapassasse a barreira do mundo esportivo para o mundo empresarial e pessoal. Cumpre destacar novamente o nome Timoth Gallwey (1996), bem como Thomas Leonard, como um dos autores mais citados na literatura acerca do assunto. O primeiro ficou conhecido por sua abordagem diferenciada de se jogar tênis. Ao contrário da maioria dos professores da época, Thimoty trouxe à tona para o mundo esportivo o princípio da habilidade inata de movimentar-se que existe no ser humano. Segundo ele, o técnico deveria fazer perguntas ao esportista que contribuíssem para sua expansão da consciência e a partir daí, examinasse o que deveria fazer para melhorar seu desempenho.

14 14 Thomas Leonard, por sua vez, um bem-sucedido administrador financeiro americano era procurado por seus clientes para discutir questões financeiras, bem como questões ligadas á atividade profissional e planejamento de carreira. A partir daí, com a experiência adquirida com estes clientes, o autor (segundo o boletim de fevereiro de 2008 da TISOC, enviado por em 11 de fevereiro de 2008) utilizou-se de conceitos empresariais, sociológicos, filosóficos, esportivos e espirituais para criar um processo que apoiasse as pessoas na criação de uma vida ideal. Seu papel foi fundamental para que as pessoas deixassem a resignação e conformismo e começassem a trabalhar na concretização de seus sonhos. A importância de Thomas, reconhecido por muitos como o pai do coaching moderno se explica pela criação da primeira Universidade de Coaching em 1992, da Federação Internacional de Coaching (The International Coaching Federation ICF) em 1994 e posteriormente da Associação Internacional de Coaching (The International Asociation Coaching IAC). O autor faleceu de modo repentino em 2003, mas seu trabalho continuou a repercutir a nível internacional estimulando o crescimento do movimento associativo iniciado por ele. Da mesma forma, também num momento mais próximo aos dias atuais, cabe citar o papel da psicologia humanista como uma das influenciadoras do coaching. Vários são os links que ligam estas duas disciplinas, mas aqui citamos dois de grande importância: O foco nas pessoas, suas motivações e necessidades e não em suas patologias, e o desenho feito pela própria pessoa de seu caminho, partindo do presente para o futuro. 1.3 Definição de Coaching Na literatura atual existem diversas definições para coaching. Uma que merece atenção pela sua criatividade é a do autor Leonardo Wolk (2008), que diz que o coaching é a arte de soprar brasas. Na mesma obra ele diz ainda: Coaching é um caminho de transformação pessoal que começa a partir do desejo do protagonista ou de certa

15 15 insatisfação que o impulsiona a uma busca. É nessa inquietude que encontrará desafios e também aliados. Muitas pessoas fazendo coaching despertam o melhor de si. O coaching é um convite à mudança, a ser mudado, a pensar diferente, a revisar nossos modelos. (Wolk, Leonardo, 2008, p.4 e p.5). Seguindo a mesma linha, citamos o autor Jose L. Menendez, segundo o qual O coaching é uma arte que faz com que o indivíduo busque seu autoconhecimento de modo a desenvolver seu potencial ao máximo. E mais: Coaching é uma filosofia que se centra no indivíduo desde uma perspectiva global. Neste processo o indivíduo descobre a si mesmo, suas necessidades, valores pessoais, fortalezas e fraquezas, e suas metas aonde quer chegar, conscientizando aonde se encontra hoje. ( acessado em ). A autora Andrea Lages (2004, p.14) faz um comentário bem interessante do que é o coaching: O que é notável é força e a versatilidade inatas do coaching. E o autor Joseph O Connor, na mesma obra, também traça linhas bem interessantes, ao relacionar coaching com sonhos: o que o coaching tem a ver com sonhos Coaching é sobre mudança, sobre efetuar mudanças. Coaching envolve sua imaginação e, ao mesmo tempo, é extremamente prático no mundo real. Ele lida com metas e realização. Vincula o mundo dos sonhos com o mundo da realidade. (Lages, Andrea & Joseph O connor, 2004, pág. 3) Outra grande figura de destaque na temática do coaching corrobora o pensamento acima com as seguintes palavras: expressões tais como o estimular o melhor em cada um ou o seu potencial oculto pressupõem que muitas coisas existem dentro das pessoas à espera de serem liberadas. (Whitmore,2004,p.13)

16 16 Cumpre ainda citar novamente palavras de Andrea Lages (2004, p.10) quando diz que coaching é um jogo para altas apostas, qual seja: a felicidade ; o que faz com que seja disciplina da mais alta importância em qualquer tempo, em qualquer parte do mundo. 1.4 Premissas de Coaching 1. Na maioria dos casos, as pessoas não têm consciência do quanto elas sabem, sendo imprescindível que elas reconheçam seu próprio potencial escondido. Ou seja; elas devem adquirir uma consciência efetiva de que são capazes de fazer melhor, de que seus sucessos são decorrentes de seus próprios esforços e que outras pessoas também acreditam nelas. 2. As pessoas possuem recursos nem sempre adequadamente aproveitados para aumentar a sua performance. Assim, mais uma vez entra a questão da consciência. É primordial que elas acreditem que já possuem todos os recursos necessários, ou que podem criálos. Não há que se falar em pessoas sem recursos, apenas em estados mentais pouco desenvolvidos. 3. Perguntas pontuais, pertinentes e úteis são capazes de produzir bem mais resultados do que ordens e comandos. O cliente tem as respostas, o coach as perguntas. A consciência e a responsabilidade (essências do coaching) aumentam mais quando se pergunta, do que quando se ordena algo. 4. Todo erro pode representar uma oportunidade de aprendizagem. Não há que se falar em fracasso, mas tão somente em feedback. Se uma pessoa ainda não alcançou uma meta, isto pode significar tão somente uma necessidade de uma pausa para reavaliar a estratégia e ponderar a necessidade de um novo caminho, para depois dar

17 17 prosseguimento. Um novo caminho a ser traçado pode inclusive trazer melhores resultados. 5. Toda aprendizagem é precedida de uma forma de experimentação. Quando alguém aprende algo efetivamente, ocorre uma expansão da capacidade efetiva e esta só é possível mediante um processo vivencial. Aprender não é apenas obter informação, mas sim incrementar uma competência para operar num novo domínio, que até então não era possível. 6. As pessoas criam sua própria realidade e agem como se os mapas mentais criados fossem efetivamente a realidade. Existe aqui a necessidade de uma conscientização de que mapas mentais podem muitas vezes limitar o potencial mais do que qualquer realidade externa. A partir dessa conscientização, as pessoas devem avaliar suas crenças, já que algumas operam como verdadeiros impedimentos de realização de metas. 7. O coaching é uma parceria sinérgica e estritamente imparcial. Tanto a pessoa que se submete ao processo (coachee), como a que o conduz (coach) devem ter em mente desde o início esta premissa. Coaching é uma parceria em que o resultado dos esforços vai muito além de uma simples parceria onde ocorre um treinamento, por exemplo.

18 18 CAPÍTULO II TIPOS, CONTEXTOS E CENÁRIOS À medida que o coaching começou a se desenvolver e ganhar mais espaço na mídia, ele começou também a se especializar, tal qual costuma ocorrer com as demais profissões. Vale dizer que antes mesmo dessa disciplina ser vista como tal, seu campo de atuação já era bem considerável. Inicialmente falava-se em Coaching Pessoal ou de Vida e Coaching Corporativo ou Empresarial, não se esquecendo, porém, do Coaching Esportivo (segundo se reza, a origem do coaching conforme o conhecemos hoje). Dando continuidade a este processo de especialização começaram a surgir outros tipos. Assim, além dos já mencionados, merece destaque o Coaching Executivo, com forte presença nas organizações. Poderíamos nos estender nesta especialização, porém acreditamos que conhecer estes tipos citados já é de grande valia para um melhor entendimento da disciplina. Cumpre informar que por mais que possam existir tipos diferentes, as habilidades envolvidas são as mesmas, apenas o campo de atuação que é distinto. Ou seja; um coach pode e deve até se especializar, mas sempre considerando a ocorrência de uma sobreposição, conforme nos diz Andrea Lages: Um coach pessoal não pode operar sem examinar o trabalho do cliente, por exemplo, e um coach empresarial não pode trabalhar adequadamente com um cliente a menos que o ajude a ajustar seu trabalho com a vida pessoal. (Lages, Andrea & Joseh O connor, 2004, pág.17)

19 19 Resta esclarecer que não existe ainda entre os autores e estudiosos do assunto uma concordância referente aos tipos de coaching, bem como definições dos mesmos. O que é de concordância geral é a sobreposição que um tipo acaba exercendo no outro, o que de fato é o mais relevante no direcionamento do processo de coaching. A seguir, os tipos mais destacados pelos autores. 2.1 Coaching Pessoal ou de Vida O Coaching Pessoal aborda a vida do cliente em todas as suas dimensões (pessoal, profissional, saúde, relacionamentos, etc). Este tipo possui o foco de estabelecer metas de vida, mediante análise de valores pessoais, crenças, satisfação atual e expectativas nos mais diversos aspectos. Em outras palavras, o Coaching Pessoal objetiva a capacitação do cliente na sua auto-realização e aumento da performance de sua vida como um todo ou apenas para atingimento de uma meta específica. Sua proposta é a de conscientizar o coachee de seu potencial e força interior de modo a manter o foco nas ações que lhe permitam transformar a realidade, alcançando uma vida equilibrada em seus valores, missão e propósito. Nesta modalidade, conforme já dito, é muito comum que o cliente já se apresente com um assunto imediato a resolver e pontual, normalmente ligado a questões de disciplina, como por exemplo, perder peso, melhorar o condicionamento físico, se relacionar melhor com o companheiro, etc. É bastante comum também que ao se submeter ao processo de coaching para resolução de uma questão específica, outras questões relevantes se apresentem, tornando o processo mais completo, com resultados mais satisfatórios.

20 Coaching Corporativo ou Empresarial O Coaching Empresarial lida com as questões relacionadas ao mundo profissional (trabalho e carreira). Esta modalidade tem como foco traçar e alcançar metas de produtividade e crescimento da empresa. Assim, o papel do coach aqui é o de despertar conhecimentos nos profissionais, que façam com que estes se sintam mais motivados e tomem ações eficazes que atendam aos anseios organizacionais. Diversos são os temas em que o Coaching Empresarial pode atuar. Como exemplos, podemos citar: mudanças organizacionais, falta de clareza sobre a visão da empresa, produtividade inferior às expectativas da empresa, baixo comprometimento com resultados e falta de sinergia e objetividade. O Coaching Empresarial pode ser visto também como uma forma de se monitorar consultorias ou treinamentos, visto que estes muitas vezes não levam a uma mudança sustentável no logo prazo, representando desperdício de dinheiro. Cabe lembrar mais uma vez que normalmente, o coaching empresarial invade o coaching pessoal, já que ninguém pode separar sua vida profissional do restante de sua vida. 2.3 Coaching Executivo O Coaching Executivo tem como objetivo a capacitação de executivos na sua performance e excelência nos negócios, como também pessoal. Esta modalidade visa uma clareza da missão pessoal e empresarial de modo que os propósitos da empresa e do executivo estejam em harmonia.

21 21 Este tipo de coaching é voltado para a alta gerência, com pessoas que detêm autoridade e poder numa organização, para melhorar as tomadas de decisão estratégica e liderança. O Coaching Executivo cumpre o papel primordial de dar uma abertura para que os executivos possam externar suas perspectivas, sonhos, dúvidas e temores, contribuindo assim para o melhor desempenho destes e conseqüentemente da empresa. Nas palavras de Andrea Lages (2004, p.18), O retorno do Coaching Executivo pode ser fantástico. 2.4 Coaching Esportivo O Coaching Esportivo, conforme já dito neste trabalho, é visto por muitos como a origem do coaching como uma profissão, tal qual o concebemos nos dias atuais. Seu objetivo está em desenvolver atletas e times para um alto desempenho na sua modalidade. É bastante comum que os atletas recebam treinamento de um jogador profissional, alguém que já teve uma carreira de sucesso. Mas isso não chega a ser um requisito imprescindível. O importante é que o coach conheça bem a modalidade esportiva na qual venha a atuar e as reais necessidades físicas, psicológicas e motivacionais que um atleta precisa desenvolver para que trabalhe todo o seu potencial e se transforme num campeão. Cabe lembrar aqui de Timoth Gallwey com sua famosa obra The inner game of tennis na qual predominava a idéia do jogo interno, onde o real oponente do atleta estava dentro dele mesmo, suas limitações e fraquezas. Diversos são os benefícios desta modalidade de coaching para o atleta, tais como fortalecimento da auto-estima, melhora da concentração, elaboração de metas concretas e reais e melhora da performance mental e física.

22 Contexto: Coaching Empresarial e Coaching Executivo Mudanças impactantes em todos os campos da sociedade de forma global e numa velocidade tão alta, que se torna praticamente impossível de acompanhá-las e absorvê-las. De forma resumida, podemos dizer que este é o contexto ou cenário com o qual o Coaching Empresarial e o Executivo vêm se deparando, especialmente nos dias atuais. O lugar onde as pessoas trabalham, como elas se comunicam, a forma como as transações e interações negociais são conduzidas e geridas, tudo está mudando num ritmo cada vez mais acelerado. (Ware, J.& Grantham,C,2003,p.148). A substituição da terra, matérias-primas e mão-de-obra pelo talento, criatividade, conhecimento e a inovação, como principal fonte de vantagem competitiva, merece atenção especial por ser a mudança que repercute mais diretamente na atuação das pessoas dentro de uma organização. A autora Rosa R. Krauz (2007, p.10) ao analisar esta mudança cada vez mais recorrente, disse em uma de suas obras as seguintes palavras: Estabelecer alianças, formar equipes e elevar a capacidade de forma cooperativa e sintônica passaram a ser o novo mantra. Assim, em decorrência desta transformação, cria-se uma necessidade de rever as formas de liderança, estratégias e processos de gestão, de modo que as organizações possam acompanhar o processo evolutivo pelo qual passa o mundo contemporâneo; mantendo-se competitivas. Esta demanda pode ser vista como o contexto ideal e propulsor do surgimento do Coaching Empresarial bem como do Executivo; já que ambos se caracterizam por uma metodologia com foco na ação e resultado, na customização, brevidade do processo de auto-aprendizado e desenvolvimento de novas competências, essenciais na atualidade.

23 23 Cabe mencionar que neste novo cenário empresarial, reflexo das diversas transformações globais, aparece também um novo profissional, muitas vezes chamado de trabalhador do conhecimento. Este profissional, obviamente, apresenta novas expectativas, que vão muito além de seu desenvolvimento dentro da empresa. Ele também se preocupa com oportunidades que lhe proporcionem crescimento profissional e pessoal; e deseja investir em sua carreira de forma efetiva, o que acaba por criar uma expansão de seu campo a outros empregadores. Visto isso, podemos vislumbrar aqui uma nova demanda de Coaching Executivo, já que as empresas começam a ter a percepção de que para que seus melhores talentos sejam mantidos, ela deve investir neles, desenvolvê-los. Outro fator considerável é que neste novo mundo empresarial caracterizado pela competição acirrada, forte pressão e estresse em razão da busca por resultados cada vez melhores em menor tempo e falta de garantia de emprego, os executivos muitas vezes se sentem solitários, acuados, e numa posição defensiva. Esta situação por sua vez, acaba por ser mais uma propulsora do processo de Coaching Executivo. Oportunas as palavras do coach João Luiz Cortez no artigo Coaching: Como (Re) Descobrir o Seu Potencial : No dia a dia, o mecanismo empresarial atual está estruturado para que as pessoas tenham cada vez menos tempo para pensar e foquem seu trabalho na execução., Nosso desempenho está ligado à capacidade que temos de perceber o mundo em nossa volta e nos percebermos. Quem conseguir entender melhor o mundo de hoje e o de amanhã e promover as mudanças vai ser mais competitivo. É nesse contexto que os profissionais e as empresas em que trabalham- que passaram pelo aconselhamento de coaching levam enorme vantagem (Cortez, João; Coaching: Como (Re) Descobrir o Seu Potencial).

24 24 CAPÍTULO III O PROCESSO DE COACHING O bom coaching é uma habilidade, uma arte talvez, que requer uma compreensão profunda e muita prática para expressar seu extraordinário potencial. (Whitmore,John,,p.12). Coaching: processo de aprendizagem transformacional, de assumir responsabilidade, maximizar a consciência e a autoconfiança. (Wolk,Leonardo, 2008, p.ix) Podemos dizer que se trata de um processo bem definido, com início e fim, que consiste em estabelecer metas claras e viáveis e um caminho que leve à concretização destas metas. Um processo de coaching bem conduzido é aquele em que o coach (pessoa que direciona o coaching) consegue fazer com que o coachee (cliente ou quem recebe o coaching) desperte o melhor de si, se supere; muitas vezes, inclusive, supere o conhecimento do próprio coach. É imprescindível que o coach tenha uma visão otimista em relação à capacidade inativa de seus clientes. E esta visão há de ser realista, pois caso não seja, de alguma forma acabará sendo externada, comprometendo o processo. Segundo Rosa R. Krausz: O processo de coaching estimula a capacidade das pessoas de se reinventarem e encontrarem alternativas válidas, apesar das restrições do contexto que atuam. O processo de coaching, quando adequadamente