CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL 173ª Zona Eleitoral de Gravataí
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- Ana Laura Alencastre Vilanova
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1 CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL 173ª Zona Eleitoral de Gravataí Rua Irmão Geraldo, 141/401- Fone: Processos nºs 01349/173/08 e 1350/173/08 Vistos. Tratam-se de pedidos de Registro de Candidatura da COLIGAÇÃO MUDANÇA CONTINUA- FRENTE TRABALHISTA POPULAR, integrada pelos partidos PTC, PC do B, PDT, PV, PRB, PSC e PT aos cargos de Prefeito e Viceprefeito. O pedido 01349/173/08 refere-se ao cargo de Prefeito, sendo indicado o candidato DANIEL LUIZ BORDIGNON. No prazo previsto no art. 39 da Res /08 TSE, houve a apresentação de três impugnações ao registro do candidato, que tramitam em apenso e serão julgados em conjunto. O pedido 1350/173/08 refere-se ao cargo de Vice-Prefeito, sendo indicada a candidata RITA TERESINHA SANCO LIMA. Diante da impugnação de registro do candidato à cargo de Prefeito, e considerando os termos do art. 48 da Res /08 TSE, que determina que os processos dos candidatos a Prefeito e Vice-Prefeito devem ser julgados conjuntamente, sendo deferido o registro da chapa majoritária somente se ambos
2 os candidatos forem considerados aptos, passo a análise das impugnações apresentadas. Processo nº 01463/173/08 Vistos. A COLIGAÇÃO PRA MUDAR E FAZER MAIS e o PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO PMDB, ambos representados por LUIZ ARIANO ZAFFALON, ingressaram com a presente IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA do Sr. DANIEL LUIZ BORDIGNON, devidamente qualificado. Os autores realizaram breve relato dos fatos, aduzindo que o Egrégio Tribunal Superior Eleitoral veiculou listagem constando pretensos candidatos, que poderão ter suas candidaturas indeferidas, utilizando-se de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU). Destarte, afirmaram que o impugnado teve suas contas julgadas irregulares para fins de elegibilidade, segundo a linguagem utilizada pelo próprio TCU. Ainda, propalaram a existência da Ação Civil Pública, que tramitou perante a 2ª Vara Cível desta Comarca, sob o número 015/ , com sentença condenatória por improbidade administrativa, suspendendo os direitos políticos do impugnado.
3 Ao final, postularam pela procedência da presente impugnação, decretando a inegibilidade cominada ao candidato Daniel Luiz Bordignon, nos termos da alínea g do inciso I do artigo 1º, para negar-lhe o registro, ou cancelálo, se o tiver feito, ou, ainda, se for a tanto, declarar nulo o diploma, se expedido for, nos termos do art. 15, todos da LC nº 64/90. Juntou documentos (fls. 10/25). 08/07/2008 (fl. 64). O pedido foi protocolizado em 26/06/2008 (fl. 26), e recebido em O impugnado foi notificado em 09/07/2008 (fl. 66/verso), apresentado contestação ao fatos (fls. 67/83). Em preliminar, aduziu a inépcia da inicial, eis que não contém a descrição correta dos fatos em que estaria o demandado envolvido. No mérito, alegou que a presente demanda não merece prosperar, em razão da insustentabilidade das razões declinadas na peça inicial. Em prosseguimento, afirmou que não cabe a corte de contas analisar a existência ou não de atos ímprobos na gestão do administrador e, havendo suspeita de improbidade, há que se instaurar o competente inquérito para investigação, o que de fato ocorreu. Ao final, postulou pela extinção do processo, face a inépcia da inicial, ou, não sendo acolhida, requer a improcedência da impugnação ao pedido de registro de candidatura do demandado.
4 Juntou documentos (fls. 84/249). Em saneador (fl. 250), foi encerrada a fase instrutória e aberto prazo para apresentação das alegações finais. As partes, assim como Ministério Público, apresentaram alegações finais (fls. 254/verso, e ). Processo nº 01544/173/08 MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, devidamente presentado, ingressou com a presente IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA do Sr. DANIEL LUIZ BORDIGNON, devidamente qualificado. Relatou o autor, que o Egrégio Tribunal de Contas da União TCU - lançou o nome do requerido na relação de responsáveis com contas julgadas irregulares, por decisão definitiva nos últimos 05 (cinco) anos, a qual foi remetida à Justiça Eleitoral, para fins do art. 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar nº 64/90. Ao final, postulou pela procedência da presente impugnação ao registro da candidatura de DANIEL LUIZ BORDIGNON ao cargo de Prefeito da Cidade de Gravataí. Juntou documentos (fls. 09/33).
5 08/07/2008 (fl. 35). O pedido foi protocolizado em 08/07/2008 (fl. 34), e recebido em O impugnado foi notificado em 09/07/2008 (fl. 37/verso), apresentado contestação ao fatos (fls. 38/54). Em preliminar, aduziu a inépcia da inicial, eis que não contém a descrição correta dos fatos em que estaria o demandado envolvido. No mérito, alegou que a presente demanda não merece prosperar, em razão da insustentabilidade das razões declinadas na peça inicial. Em prosseguimento, afirmou que não cabe a corte de contas analisar a existência ou não de atos ímprobos na gestão do administrador e, havendo suspeita de improbidade, há que se instaurar o competente inquérito para investigação, o que de fato ocorreu. Ao final, postulou pela extinção do processo, face a inépcia da inicial, ou, não sendo acolhida, requer a improcedência da impugnação ao pedido de registro de candidatura do demandado. Juntou documentos (fls. 55/221). Em saneador (fl. 222), foi encerrada a fase instrutória e aberto prazo para apresentação das alegações finais. As partes apresentaram alegações finais (fls e ).
6 Processo nº 01545/173/08 O PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO - PTB, representado por DARCI ARMANDO HEINZE, ingressou com a presente IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA do Sr. DANIEL LUIZ BORDIGNON, devidamente qualificado. O autor realizou breve relato dos fatos, aduzindo que o Tribunal de Contas da União divulgou a nominata de todos os administradores que já tiveram constas desaprovadas quando do desempenho da função pública. Destarte, afirmou que o candidato do Partido dos Trabalhadores PT, ora impugnado, teve suas contas julgadas irregulares para fins de elegibilidade. Ainda, propalou a condenação o requerido na Ação Civil Pública, que tramitou perante a 2ª Vara Cível desta Comarca, com sentença condenatória por improbidade administrativa, suspendendo os direitos políticos do impugnado pelo período de 03 (três) anos. Ao final, postulou pela procedência da presente impugnação, decretando a inegibilidade do candidato Daniel Luiz Bordignon. Juntou documentos (fls. 06/19). 08/07/2008 (fl. 21). O pedido foi protocolizado em 08/07/2008 (fl. 20), e recebido em
7 O impugnado foi notificado em 09/07/2008 (fl. 23/verso), apresentado contestação ao fatos (fls. 24/40). Em preliminar, aduziu a inépcia da inicial, eis que não contém a descrição correta dos fatos em que estaria o demandado envolvido. No mérito, alegou que a presente demanda não merece prosperar, em razão da insustentabilidade das razões declinadas na peça inicial. Em prosseguimento, afirmou que não cabe a corte de contas analisar a existência ou não de atos ímprobos na gestão do administrador e, havendo suspeita de improbidade, há que se instaurar o competente inquérito para investigação, o que de fato ocorreu. Ao final, postulou pela extinção do processo, face a inépcia da inicial, ou, não sendo acolhida, requer a improcedência da impugnação ao pedido de registro de candidatura do demandado. Juntou documentos (fls. 41/207). Em saneador (fl. 208), foi encerrada a fase instrutória e aberto prazo para apresentação das alegações finais. As partes, assim como Ministério Público, apresentaram alegações finais (fls. 213/verso, e ). Vieram os autos conclusos para sentença.
8 Processo ns.º 01463/173/08, 01544/173/08 e 01545/173/08 Considerando que as demandas aportam os mesmo pedidos e causa de pedir semelhantes, adoto a presente fundamentação para todas as ações. Preliminar de Inépcia da Inicial Não prospera a preliminar de inépcia da inicial, aventada pelo impugnado em todos os feitos, sob a alegação de ausência da correta descrição dos fatos em que o demandado estaria envolvido. Conforme analisado nas peças exordiais, todas descrevem claramente as causas de pedir, consubstanciadas nas alegações de inegibilidade, em razão da rejeição das contas do impugnado pelo Tribunal de Contas da União TCU, assim como pela sentença proferida na 2ª Vara Cível desta Comarca, que condenou-o por improbidade administrativa. Ademais, cinge-se salientar que a matéria é unicamente de direito, posto que os pedidos estão vinculados a validade dos atos jurídicos praticados, tanto pelo Tribunal de Contas da União, assim como pela decisão proferida no Juízo Singular de 1º Grau. Portanto, não há que se falar em impedimento ao exercício de defesa do demandado, considerando que a matéria posta em julgamento é de domínio público, face a publicação da relação dos administradores públicos com contas não aprovadas pelo Tribunal de Contas da União. Considerando que o demandado está sendo impugnado por fatos distintos, passo a analisá-los em separado.
9 Condenação por Improbidade Administrativa O Partido Trabalhista Brasileiro - PTB, assim como a Coligação Pra Mudar e Fazer Mais, afirmaram a existência de condenação do demando na Ação Civil Pública, que tramitou perante a 2ª Vara Cível desta Comarca, sob o número 015/ , com sentença condenatória por improbidade administrativa, suspendendo os direitos políticos do impugnado pelo prazo de 03 anos. Mesmo sendo certa a existência da condenação, em razão do recurso interposto naqueles autos, não houve o trânsito em julgado, portanto, não há que se falar em condenação definitiva. Neste sentido, a Constituição Federativa do Brasil adota o princípio da presunção de inocência, enquanto não passado em julgado a decisão condenatória, independente do juízo que o proferiu, tanto na esfera cível ou criminal, nos termos do inciso LVII do artigo 5º da CF. LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Ademais, o artigo 20 da Lei 8.429/92 (Improbidade Administrativa), exige o trânsito em julgado para a efetiva suspensão dos direitos políticos Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
10 No mesmo sentido, a Consulta 1.621, TSE, Classe 10a, João Pessoa Paraíba, onde foi Relator o Ministro Ari Pargendler e Interessado o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, com a seguinte Ementa: ELEIÇÕES REGISTRO DE CANDIDATO. AFERIÇÃO. REQUISITOS. VIDA PREGRESSA DO CANDIDATO. INEXIGIBILIDADE. Resolvem os Ministros do TSE, por maioria, receber o processo administrativo como consulta e respondê-la no sentido de que, sem o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, nenhum pré-candidato pode ter seu registro de candidatura recusado pela Justiça Eleitoral, nos termos do voto do relator. (DJU, S.1. N 127, , p.6). Portanto, enquanto não passado em julgado a decisão que condenou o requerido nas penas da Lei de Improbidade Administrativa, não há que se falar em suspensão prévia dos diretos político e a sua consequente impugnação. TCU Não Aprovação das Contas pelo Tribunal de Contas da União - De acordo com o já relatado, é fato notório que o requerido teve suas conta julgadas como irregulares pelo Egrégio Tribunal de Contas da União, em razão do convênio, cujo o objeto era o Programa de Controle de Tuberculose, firmado entre o Município de Gravataí e a Fundação Nacional de Saúde FUNASA (Convênio nº 1486/98), no qual, além de ficar constatada a não comprovação da boa e regular aplicação de recursos repassados pela União, ocorreu desvio de finalidade na aplicação dos valores recebidos. Com efeito, é condição inegibilidade prevista na alínea g do inciso I do artigo 1º da Lei Complementar nº 64/90:
11 art. 1º São inelegíveis: I- para qualquer cargo:... g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se a questão houver sido ou estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 5 (cinco) anos seguintes, contados a partir da data da decisão; A competência do Tribunal de Contas da União para emitir decisão a respeito das contas dos administradores públicos vem prevista no artigo 70, e nos incisos II e VI do artigo 71, todos da Constituição Federativa do Brasil. Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.(redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete: I -... II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;...
12 VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;... Destarte, mister a necessidade de clarear a diferença entre a função auxiliar do Tribunal de Contas no controle externo realizado pelo Poder Legislativo (art. 31 e seguintes da CF), com a função fiscalizatória das aplicações de quaisquer recurso repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste a Estado, ao Distrito Federal ou a Município. Nesta seara, quando trata-se de auxiliar do Poder Legislativo Municipal, há a necessidade de análise e julgamento das contas declaradas irregulares pelo Tribunal de Contas, através da aprovação ou rejeição da respectiva câmara competente ( 2º do art.31 da CF), por outro lado, na fiscalização de verbas e proventos da União, destinados a Municípios, o Tribunal de Contas da União exerce jurisdição plena para apreciação das contas, somente não consideradas por decisão contrária do Poder Judiciário, ou decisão do Congresso Nacional. Ademais, a presente matéria já foi motivo de consulta junto ao Tribunal Superior Eleitoral, através da Resolução nº , decorrente da Consulta nº 1534 Classe 5º do TSE, que reconhece a competência do Egrégio Tribunal de Contas da União, relativo aos recursos repassados ao Município por meio de convênio, agindo como jurisdição própria e não como auxiliar do Poder Legislativo. Neste sentido, segue a ementa do TSE. CONSULTA. FORMULAÇÃO AMPLA. NÃO- CONHECIMENTO. INELEGIBILIDADE GENÉRICA. ART. 1º, INCISO I, ALÍNEA "G" DA LEI COMPLEMENTAR 64/90. COMPETÊNCIA PARA REJEIÇÃO DE CONTAS DE PREFEITO.
13 1. Questionamentos inseridos nos itens 2 a 5 da presente consulta são prolixos e formulados de maneira demasiadamente ampla, sem a necessária especificidade. 2. A hipótese de inelegibilidade genérica regulada na alínea "g" do inciso I do art. 1º da LC 64/90 aplica-se quando a rejeição das contas do Prefeito for reconhecida pela Câmara Municipal. (Precedente: REspe , Rel. Min. Fernando Neves, Publicado em sessão de ; , Rel. Min. Maurício Corrêa, Publicado em sessão de ). 3. Entretanto, o julgamento de contas relativas a convênio firmado entre Estado e Município, bem como daquelas referentes a recursos repassados pela União a Municípios, compete, respectivamente, aos Tribunais de Contas do Estado e da União. Nesses casos, a decisão desfavorável dos Tribunais de Contas implica a inelegibilidade em apreço. (Precedente: REspe , Rel. Min. Maurício Corrêa, Publicado em sessão de ). 4. Consulta não conhecida quanto aos questionamentos formulados nos itens 2 a 5 e conhecida no que pertine ao quesito inserido no item 1. A consulta supra exposta é seguida pelos seguintes precedentes: - RESPE Nº: (RESPE) - CE, AC. Nº 18772, DE 31/10/2000, Rel.: FERNANDO NEVES DA SILVA - Competência da Câmara Municipal. - RESPE Nº: (ARESPE) - MA, AC. Nº 17404, DE 07/11/2000, Rel.: MAURÍCIO JOSÉ CORRÊA - Competência do TCU. No que tange a análise da decisão do Tribunal de Contas pelo Poder Judiciário, o requerido interpôs ação ordinária perante a Justiça Federal, processo
14 nº /RS, visando à anulação da decisão proferida pelo TCU, inclusive, pleiteado a antecipação dos efeitos da tutela, em sede liminar. Ocorre que o pleito liminar foi indeferido pela Juíza Federal, Dra. Paula Beck Bohn, o que torna hígida a decisão que reconheceu a irregularidade nas contas do impugnado, com pleno efeito para fins da alínea g do inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/90. A Súmula N.1 do TSE prevê que Proposta ação para desconstituir a decisão que rejeitou as contas, anteriormente à impugnação, fica suspensa a inelegibilidade (Lei Complementar n. 64/90, art. 1, I, g). Mas é certo que não basta a simples propositura da ação, pois o TSE assentou que a mera propositura da ação anulatória, sem obtenção de provimento liminar ou tutela antecipada, não suspende a inelegibilidade (AC TSE, de , no RO n. 912; de , no RO 963; de , no RO n. 965 e no REspe n ; e de , no AgRgRO n.1067, dentre outros). Em sua defesa, o demandado alega a incompetência da Corte de Contas para analisar a existência de ou não de atos ímprobos na gestão do administrador, bem como possui o dever de instaurar o competente inquérito para investigação. Reportando as questões já analisadas pelo Juízo, está superada a alegação de ilegitimidade do TCU para julgamento das contas, em razão do permissivo Constitucional dos art. 70 e 71, assim como os incisos I e II, 1º do art. 1º e 91 da Lei 8.443/92.
15 Contudo, não cabe ao Juízo Eleitoral apreciar matérias relativas a validade dos atos praticados por outros Poderes, bem como a sua devida aplicação, enquanto pendente de análise no Juízo competente, que no caso em tela é a Justiça Federal, em relação as irresignações quanto a competência do TCU e sua penalização imposta ou até mesmo quanto à análise do mérito dos atos praticados. Frise-se que, intempestivamente, no momento em que esta decisão já estava em prolação, foi apresentado pelo impugnado, via fax, comprovante de interposição de Agravo de Instrumento perante a Justiça Federal no tocante à decisão que negou a liminar pleiteada, mas esta interposição em nada altera a presente decisão, pois, como já dito supra, somente a concessão prévia de liminar ou antecipação de tutela suspende a inelegibilidade, e prévio pressupõe a anterioridade da decisão em relação à presente, o que não ocorreu no caso em tela. Dispositivo Isso posto, julgo PROCEDENTES as impugnações propostas nos processos nsº /173/08, 01544/173/08 e 01545/173/2008, para, reconhecendo a inelegibilidade do candidato a Prefeito Municipal pelo Partido dos Trabalhadores PT, DANIEL LUIZ BORDIGNON, com fundamento na alínea g do inciso I do artigo 1º da Lei Complementar nº 64/90, negar registro à candidatura do mesmo (processo n /173/08) Quanto ao pedido 1350/173/08 referente ao cargo de Vice-Prefeito, sendo indicada a candidata RITA TERESINHA SANCO LIMA, nego registro à sua candidatura, considerando os termos do art. 48 e seu parágrafo único, da Res /08 TSE, que determina que o registro da chapa majoritária somente
16 será deferido se ambos os candidatos forem considerados aptos, especificando qual dos candidatos não preenche os requisitos, ressalvo que nenhum óbice foi apontado com relação à candidata indicada. Publique-se. Notifique-se. Intimem-se. Dil. Legais Em: MARLUCE DA ROSA ALVES JUÍZA ELEITORAL
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