A história. As fichas de trabalho. Bom trabalho!
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- Milton Palmeira Regueira
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1 Ex.mo Professor ou Professora O kit didático sobre os ecossistemas ribeirinhos contempla uma história e diversas fichas de trabalho complementares. A história A exploração do imaginário infantil através de histórias revela-se normalmente uma metodologia muito eficaz na abordagem de temas potencialmente complexos. A trama da história capta a atenção e o envolvimento das crianças, levando-as a estar mais recetivas à compreensão de conceitos e processos abstratos que, de outra forma, seriam de difícil integração na sua estrutura conceptual. A história A grande viagem na pequena casca de noz aborda os ecossistemas ribeirinhos com a finalidade de suscitar a curiosidade e o interesse das crianças para o desenvolvimento de atividades de pesquisa e ação em torno deste tema. As fichas de trabalho As fichas pretendem ser uma ferramenta para a abordagem d o s r e c u r s o s h í d r i c o s n u m a p e r s p e t i v a d e consciencialização para a ação e estão especialmente direcionadas para os alunos do 1.º e 2.º ciclos de Valongo. As propostas apresentadas constituem uma base de apoio à dinamização de atividades experimentais e de pesquisa. Procurou-se que a sequência de cada atividade tivesse em consideração uma perspetiva construtivista do ensino e partisse de exemplos do quotidiano. Assim, levanta-se questões frequentes, às quais muitas vezes estão associadas conceções alternativas comuns, e propõe-se de seguida experiências ou trabalhos que se espera que provoquem nos alunos a necessidade de reconstruir a sua estrutura conceptual de modo a se adequar de forma mais coerente às novas observações e vivências. As atividades apresentadas são orientadas para um determinado objetivo e têm uma sequência pré-definida. No entanto, o professor ou professora pode adequar as propostas às características intrínsecas de cada grupo. Bom trabalho! (página 1/6)
2 Ecossistemas ribeirinhos Água Nenhum outro elemento na Natureza parece ter um papel tão determinante para a existência de vida como a água. Existem, por exemplo, formas de vida que conseguem viver na ausência de oxigénio, mas nenhum organismo consegue viver sem água. No caso do ser humano, a água ocupa cerca de 90% do corpo de um recém-nascido e 70% do corpo de um adulto. O Homem pode passar até 28 dias sem comer, mas apenas 3 dias sem água. A água é uma molécula composta por dois elementos químicos: dois átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio - H2O. Cerca de 70% da superfície do Planeta Terra está coberta por água; no entanto, grande parte dela não é utilizada para consumo já que corresponde a água salgada (97%), havendo apenas 3% de água doce. Da água doce existente, o Homem só consegue aceder a menos de 1%, já que a restante está retida nas calotes polares, em zonas muito profundas, etc. A água, quando pura, apresenta uma série de características muito particulares: é incolor (não tem cor), inodora (não tem cheiro) e insípida (não tem sabor). A água que circula na Natureza constitui a hidrosfera e pode ser encontrada em três estados diferentes: sólido (gelo, granizo, neve), líquido (oceanos, rios, chuva, orvalho, aquíferos) e gasoso (nuvens, vapor de água). Na Natureza, a água encontra-se em constante circulação, alterando sequencialmente o seu estado físico. Este movimento cíclico natural designa-se por Ciclo Hidrológico ou Ciclo da Água. Ecossistemas ribeirinhos Os ecossistemas ribeirinhos estabelecem-se em torno de uma linha de água doce. Suportam uma elevada biodiversidade, já que compreendem espécies tipicamente aquáticas mas também espécies terrestres que dependem da água para o seu desenvolvimento e/ou que encontram nestes locais alimento e refúgio. A galeria ripícola é extremamente importante pois, além da sua função fotossintética, fornece abrigo e alimento para muitos outros seres vivos, protege as margens da erosão e filtra poluentes por exemplo. O Concelho de Valongo, composto por cinco freguesias: Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado e 2 Valongo, integra uma área de pouco mais de 75 km. No que respeita aos recursos hídricos, Valongo acolhe três rios: Ferreira, Leça e Simão, tendo este a particularidade de todo o seu traçado se encontrar dentro dos limites do Concelho. É ainda de destacar que Ermesinde é o berço do rio Tinto, embora essa freguesia presencie apenas cerca de 3 km desta linha de água. Associadas aos rios, ocorrem uma série de ribeiras, formando um sistema hídrico diversificado e, portanto, rico do ponto de vista didático. Todas as freguesias apresentam uma ligação a um ou mais rios, além de ribeiras, sendo um incentivo para promover junto da população, nomeadamente a escolar, um sentimento de pertença e de responsabilidade para com esse tipo de ecossistema. (página 2/6)
3 Os nossos rios Rio Leça O rio Leça nasce em Monte Córdova, no concelho de Santo Tirso, a cerca de 420m de altitude, atravessando ao longo dos seus cerca de 48 quilómetros de extensão mais três concelhos: Valongo, Maia e Matosinhos, onde desagua no oceano Atlântico. O seu troço jusante sofreu alterações profundas com a construção do Porto de Leixões nos finais do século XX. A bacia hidrográfica do rio 2 Leça tem cerca de 185km e uma forma estreita e alongada, com direção NE-SW. Nos primeiros seis quilómetros o rio apresenta um declive acentuado, mas no restante percurso o declive é baixo, correndo o Leça a uma altitude média de 150 metros. Os relatos do início do século passado apresentam o Leça como um rio bucólico, calmo, repleto de azenhas e açudes, percorrendo bouças, milheirais e férteis várzeas. No entanto, atualmente encontra-se fortemente alterado, especialmente a jusante, por se inserir numa área industrializada e com grandes aglomerados populacionais. A montante ainda banha algumas áreas pouco povoadas, essencialmente agrícolas e com manchas de vegetação com grande valor ecológico, que incluem amieiros, carvalhos e salgueiros, entre outros. Apresenta uma elevada diversidade de bens patrimoniais, que se distribuem por toda a bacia, incluindo manifestações de ocupação pré-histórica (ex. Castro de Guifões/Monte Castelo). A nível cultural destaca-se no concelho de Valongo o antigo Hotel da Travagem, junto à ponte rodoviária, com um miradouro sobre o rio. No início do século XX, numa época em que Ermesinde era conhecida como a Sintra do Norte, era procurado por fidalgos que, junto ao Leça, encontravam descanso, ar puro e locais aprazíveis para passeios. Memorável é também a utilização desta linha de água para treinos e provas de natação pelo Clube Propaganda da Natação, criado em Em território do concelho de Valongo apresenta uma extensão de cerca de 8km, nas freguesias de Alfena e Ermesinde. O rio Leça tem de facto características particulares, um património rico e uma memória coletiva que vale a pena perpetuar. (página 3/6)
4 Rio Ferreira O rio Ferreira está intimamente ligado à história e às vivências dos quatro Municípios que atravessa, numa extensão de cerca de 43km. Nasce em Paços de Ferreira, banha Paredes e Valongo e desagua em Gondomar, no rio Sousa, que conduz depois as suas águas até ao Douro. Os concelhos que integram a bacia do Ferreira estão em expansão, verificando-se uma forte componente industrial, embora persista uma presença significativa do setor agrário. 2 A bacia hidrográfica do rio Ferreira, com uma área de cerca de 184 m, pode considerar-se alongada. O declive é moderado, correndo o rio a uma altitude média de 248m. O perfil longitudinal revela uma inclinação média razoável, o que se traduz em velocidades médias de escoamento elevadas, pelo menos em trechos significativos do rio. De referir que possui inclinações relativamente elevadas até à entrada em Valongo, onde a inclinação se reduz consideravelmente, voltando a aumentar à saída do concelho. O rio Ferreira apresenta ainda hoje um elevado valor paisagístico, com extremo potencial em termos de valorização ambiental, de estudo científico e de lazer. Salienta-se o trajeto que atravessa as Serras de Santa Justa e Pias, classificadas como Sítio Rede Natura 2000 e Área de Paisagem Protegida Local. Nestas serras habitam espécies muito particulares de fauna e flora, várias com estatuto especial de conservação ao nível comunitário. Existem rochas notáveis, cujo estudo nos permite reconstituir cerca de 300 milhões de anos da história geológica de Valongo, durante a Era Paleozóica, e ocorrem também jazidas fossilíferas de espécies já extintas, como as Trilobites, que nos reportam para o ambiente marinho que já caracterizou esta região. Graças aos seus recursos naturais, estas Serras motivam desde há muito a presença do Homem, destacando-se a exploração aurífera por parte dos Romanos, mas também a exploração de lousa, os moinhos, o povoado de Couce com as suas leiras agrícolas e a vivência religiosa nas Capelas de Santa Justa e Santo Sabino. Os percursos pedestres sinalizados no terreno convidam à descoberta deste vasto património e a desfrutar do convívio com a Natureza! (página 4/6)
5 Rio Simão As ribeiras Simão e Ponte da Presa unem-se dando origem ao rio Simão, o qual desagua no rio Ferreira já em área classificada como Rede Natura 2000/Paisagem Protegida Local. Estas linhas de água totalizam uma extensão de 7,5km e proporcionam um corredor ecológico de ligação entre locais centrais da cidade e o vale das Serras de Santa Justa e de Pias. Rio Tinto A freguesia de Ermesinde acolhe cerca de 3km desta linha de água, que nasce em Montes da Costa e abandona o Concelho na Palmilheira, perto da Auto-Estrada A4. Ribeiras O sistema hidrográfico de Valongo inclui, além dos rios, um número considerável de ribeiras. Destacam-se, a título de exemplo, as ribeiras de Tabãos (na fotografia), do Leandro, da Junqueira e da Gandra, que desaguam no Rio Leça, e as Ribeiras da Ermida, de S. Gonçalo, da Fontelha e de Santa Baia, que desaguam no Rio Ferreira. (página 5/6)
6 Projetos de intervenção nas linhas de água Têm decorrido vários projetos de intervenção nos recursos hídricos de Valongo, coordenados pela Câmara Municipal e resultantes da parceria com diversas entidades, nomeadamente científicas. O primeiro projeto integrado de requalificação de uma linha de água teve início em 2004, com a designação Requalificação Paisagística das Margens do Rio Simão. Incluiu a remoção de resíduos e vegetação infestante em toda a extensão; a identificação e eliminação de fontes poluidoras; a monitorização da qualidade físico-química da água; a sensibilização de proprietários e a construção do Parque da Cidade de Valongo. Esta experiência piloto surtiu resultados evidentes no terreno, motivando a Autarquia a congregar esforços no sentido de promover um projeto de maior envergadura num rio especialmente problemático, o rio Leça. O Corrente Rio Leça, iniciado em 2007, contemplou cinco grupos de trabalho: limpeza de resíduos associada também ao voluntariado; saneamento, incluindo a vistoria a todas as habitações da bacia; monitorização da qualidade físico-química e biológica da água e sensibilização ambiental. Em 2009 teve início o projeto Corrente Rio Ferreira, nos mesmos moldes mas com a especial mais-valia de integrar toda a bacia, resultante do empenho conjunto dos Municípios de Paços de Ferreira, Paredes, Valongo e Gondomar. De destacar que em setembro de 2008 inaugurou o Corredor Ecológico, um percurso essencialmente pedestre com uma extensão de cerca de 9km, que liga o centro da cidade de Valongo ao coração das Serras de Santa Justa e Pias seguindo sempre ao longo de linhas de água, nomeadamente a ribeira e o rio Simão e o rio Ferreira. Em Campo, inaugurou em 2013 o Percurso Pedestre do Regadio da Ponte Ferreira, com início no Núcleo Museológico da Panificação. Para mais informações poderão ser consultadas as seguintes páginas na internet: (página 6/6)
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