Quinta-feira, 21 de Janeiro de DESTAQUES

Transcrição

1 DESTAQUES Bovespa cai pressionada por petróleo Copom segue Tombini e mantém juro Setores de siderurgia e petróleo perdem importância no Ibovespa Para crescer no Brasil, preço baixo e corte de custos Dólar vai a R$ 4,10, maior nível desde setembro Brasil deve sofrer nova saída de capitais em 2016

2 FECHAMENTO ANTERIOR (12/12/2015) BAIXA 1,08,% MÍNIMA ABERTURA MÁXIMA FECHAMENTO VOLUME MAIORES ALTAS MAIORES BAIXAS AÇÃO PREÇO % AÇÃO PREÇO % OIBR4 R$ 1,54 2,67 RUMO3 R$ 2,20-9,84 TIMP3 R$ 6,07 2,36 SMLE3 R$ 26,80-7,04 CSAN3 R$ 22,62 2,35 BRAP4 R$ 3,20-5,33 CTIP3 R$ 37,48 1,54 PETR4 R$ 4,43-4,94 BRKM5 R$ 24,85 1,43 CCRO3 R$ 11,06-4, pts. OBV ainda com inclinação negativa... A Bolsa brasileira fechou em baixa nesta quartafeira. Segundo o analista Felipe P. Otero, da Ágora Corretora, Confirma teste dos pts com mínima marcada em e a perda deste pode manter trajetória baixista em busca dos e depois de olho na região dos com projeção próxima dos pts. Do lado positivo precisa de um fechamento acima dos pts para tentar esboçar algum repique em busca de sua MME mais curta de 10 períodos nos BOLSAS INTERNACIONAIS Índice Pontos % Índice Pontos % Índice Pontos % Dow Jones 17, ,54 Euro 3, ,76 CAC 40 5, ,42 S&P 500 2, ,13 FTSE 100 7, ,67 Shangai 4, ,64 Nasdaq 4, ,52 DAX 11, ,29 Nikkei 19, ,09 AGENDA 11:30 Initial Claims 11:30 Philadelphia Fed Index 13:30 Estoques de Petróleo 2

3 BOVESPA CAI PRESSIONADA POR PETRÓLEO A queda do petróleo e as preocupações em relação ao ritmo de crescimento global afetaram novamente os mercados internacionais. O Ibovespa acompanhou a aversão a risco e encerrou em baixa de 1,08%, para pontos. O barril de petróleo WTI fechou em queda de 6,7%, para US$ 26,55. Com isso, Petrobras PN caiu 4,93%, para R$ 4,43, menor nível desde agosto de A ON perdeu 3,57%, para R$ 5,93, menor patamar desde novembro de Os recibos de ações preferenciais da Petrobras fecharam em menor nível histórico na bolsa de Nova York, com queda de 3,98%, a US$ 2,17. O papel tinha registrado sua mínima em outubro de 2002, cotado a R$ 2,22. A ADR lastreada nas ações ordinárias da estatal fecharam com desvalorização de 2,65%, a US$ 2,94, ainda acima da mínima histórica, de US$ 2,39, também registrada em outubro de As ações PNA da Vale caíram 1,28% na Bovespa, para R$ 6,95. As ON viraram e fecharam em alta de 0,33%. Os ativos da companhia são afetados pelo resultado operacional da BHP Billiton, uma das principais concorrentes da mineradora, e sócia na Samarco. Além disso, o minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao caiu 2,73%, negociado a US$ 41,61 por tonelada. As ações da Rumo Logística seguem recuando. Os papéis fecharam na maior queda do dia, de 9,83%. Já as ações preferenciais da Gol desaceleraram seus ganhos e encerraram o pregão com ligeira alta de 0,79%, a R$ 1,28. Os papéis da empresa aérea chegaram a avançar 10,2% em sua máxima do dia, diante da expectativa de que uma potencial suspensão da regra de restrição de capital estrangeiro no setor aéreo acelere um potencial acordo de venda da companhia para a Delta Airlines ou de fusão com a Azul. Ainda hoje, a Citi corretora rebaixou sua recomendação para as ações preferenciais da Gol para venda (alto risco) e cortou o preço-alvo do papel para R$ 0,48. COPOM SEGUE TOMBINI E MANTÉM JURO Depois de o presidente do BC, Alexandre Tombini, acenar uma mudança de estratégia na terça, o Copom manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano. No entanto, persiste a falta de consenso dentro do colegiado, já que dois membros votaram, novamente, pela elevação do juro em 0,50 ponto percentual. O comunicado apresentado após a reunião agrega novas informações, que justificam a posição da maioria, mas não dá indicações sobre os próximos passos da política monetária, deixando o colegiado dependente da evolução dos dados para tomar sua próxima decisão. O comitê volta a se reunir nos dias 1 e 2 de março. O Copom aponta que considerou "a elevação das incertezas domésticas e, principalmente externas", além do cenário macroeconômico, o atual balanço de riscos e as perspectivas para a inflação. No encontro de novembro, o comunicado dizia, apenas, que a decisão considerou a conjuntura econômica e as perspectivas para a inflação. A estabilidade não chega a ser uma surpresa para o mercado, depois que o presidente do BC, Alexandre Tombini, decidiu comentar e assim relacionar a revisão das projeções de crescimento feitas pelo FMI com a decisão do Copom. SETORES DE SIDERURGIA E PETRÓLEO PERDEM IMPORTÂNCIA NO IBOVESPA A crise nos setores de petróleo, mineração e siderurgia está fazendo com que as "blue chips" dessas áreas percam cada vez mais relevância no Ibovespa. Mudanças nas regras do índice e um ciclo desfavorável para os preços de matérias-primas fizeram o setor sair de uma fatia de 42% do indicador há dez anos para apenas 13,7% atualmente. Para analistas, há poucas chances de ações como Vale e Petrobras voltarem a ter o brilho de épocas passadas. 3

4 PARA CRESCER NO BRASIL, PREÇO BAIXO E CORTE DE CUSTOS A Unilever vai enfrentar o segundo ano de recessão no Brasil com a seguinte estratégia: ampliando a oferta de produtos de baixo preço para o consumidor e levando adiante outros projetos para reduzir custos. Paul Polman, CEO da companhia, disse ontem que o momento é mais difícil atualmente do que antes na economia brasileira, mas A Unilever continuará a investir no país. A companhia é dona de marcas como o sabão em pó Omo, os sorvetes Kibon, a linha de higiene Dove e a maionese Hellmann's. Segundo o executivo, apesar da retração da economia, o crescimento de Unilever no Brasil ainda é razoável, com vendas importantes de sorvetes, por exemplo, no ano passado. Indagado sobre a estratrégia para atravessar mais um ano de recessão no mercado brasileiro, Polman reiterou que ela continuará sendo a de buscar mais conectividade com o consumidor e oferecer mais produtos com preços baixos. Além disso, contou que a empresa trabalha num projeto para os produtos serem mais concentrados. Por exemplo, usando menos água ou outros ingredientes em detergentes, em um processo pelo qual a qualidade não seja alterada. DÓLAR VAI A R$ 4,10, MAIOR NÍVEL DESDE SETEMBRO O dólar fechou ontem em alta frente ao real refletindo o movimento de maior aversão a risco no exterior diante de uma nova rodada de queda do preço do petróleo. Dúvidas sobre a retomada do ciclo de aperto monetário pelo BC o Copom anunciou sua decisão apenas após o fechamento do mercado de câmbio contribuíram para acentuar a desvalorização da moeda brasileira. O dólar comercial subiu 1,20%, cotado a R$ 4,1027, maior patamar desde 28 de setembro de O movimento no mercado de câmbio local acompanhou a valorização do dólar frente às principais moedas emergentes, que foram afetadas pelo recuo do preço do petróleo, que caiu para abaixo de US$ 27 o barril, renovando a mínima em mais de 12 anos. Moedas de países exportadores da commodity, como o rublo da Rússia e o peso mexicano, renovaram a mínima histórica. Comentários do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre as projeções do FMI para o PIB brasileiro, na terça-feira, em meio a notícias de pressões políticas sobre a autoridade monetária, levou o mercado a revisar as apostas para a decisão do Copom de ontem. Isso aumentou as incertezas no mercado local, sustentado a demanda pela moeda americana. Ontem, o Banco Central divulgou o fluxo cambial, que foi positivo em US$ 269 milhões na semana passada, encerrada no dia 15, resultado de uma saída líquida de US$ 387 milhões da conta financeira e de uma entrada líquida de US$ 656 milhões na conta comercial. Neste mês, o fluxo cambial está negativo em US$ 843 milhões. BRASIL DEVE SOFRER NOVA SAÍDA DE CAPITAIS EM 2016 O Instituto de Finanças Internacionais estima que o Brasil vai continuar perdendo capitais neste ano em níveis semelhantes aos de Os fluxos de capitais para o Brasil foram restringidos para uma estimativa de US$ 108 bilhões em O IIF não especificou um número para as perdas de fluxos e capital para o país neste ano, mas ressaltou que a situação da economia e da política permanece muito semelhante ao ano passado e, portanto, a retirada deve atingir um nível parecido. O instituto citou que a economia do país continua a ser atingida por uma crise política profunda e que houve falhas nas tentativas de desenvolver uma política fiscal, além do aumento das dificuldades advindas das condições globais. Esses fatores tornaram a recessão ainda mais forte, pioraram a dinâmica da dívida pública e houve uma brutal depreciação do real ante o dólar. O instituto lembrou que o país perdeu o grau de investimento, em 2015, que o real foi enfraquecido em quase 35%, em 2015, e que as expectativas são de aumento na depreciação da moeda. O IIF ressaltou ainda que o país perdeu US$ 7 bilhões em reservas internacionais, mas dispõe de um estoque substancial de US$ 356 bilhões, ou 20% do Produto Interno Bruto (PIB). A estratégia de bancos centrais de alguns países emergentes, como o Brasil, a Rússia e a 4

5 Turquia, de deixar as moedas sofrerem as consequências do mercado de câmbio e segurar possíveis intervenções está se mostrando mais efetiva para conter saídas de capital, mesmo com consequências negativas para investidores estrangeiros nas moedas locais. 5

6 CONTATO (19) Rua Maria Monteiro, Cambuí Campinas-SP EQUIPE ECONÔMICA Diego Ramiro Fábio Biral Lourenço Neto Mladen Dragosavac INFORMAÇÕES Bloomberg Brasil Econômico BM&FBOVESPA Exame Reuters Valor Econômico DISCLAIMER: Todas as informações contidas neste relatório são baseadas em informações disponíveis ao público e foram obtidas de fontes consideradas confiáveis, porém a Miura Investimentos não garante sua precisão e abrangência. Opiniões apresentadas no mesmo são apenas nossas opiniões atuais, e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio. Este relatório não é, e não deverá ser interpretado como, uma oferta ou solicitação para comprar ou vender quaisquer ativos ou instrumentos financeiros relacionados. Investimentos discutidos ou recomendados neste relatório podem não ser adequados a investidores dependendo de seus objetivos específicos de investimento e situação financeira. 6