CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL AJ 01/2008 BNDES ATA DA SESSÃO DE JULGAMENTO DOS RECURSOS INTERPOSTOS EM FACE DO JULGAMENTO DA HABILITAÇÃO

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1 CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL AJ 01/2008 BNDES ATA DA SESSÃO DE JULGAMENTO DOS RECURSOS INTERPOSTOS EM FACE DO JULGAMENTO DA HABILITAÇÃO Aos vinte e nove dias do mês de junho do ano de dois mil e nove ( ), às 16:00h, na sala de reuniões 5-B do 13º andar do Edifício de Serviços do BNDES, na Av. República do Chile nº 100, Rio de Janeiro RJ, reuniram-se os membros da Comissão Especial de Licitação do BNDES, designados pela Portaria nº 49/2008, de 11 de junho de 2008, alterada pela Portaria nº 38/2009, de 16 de abril de 2009, para analisar e julgar os recursos interpostos em face do julgamento dos documentos de habilitação da presente Concorrência publicado no Diário Oficial da União de 2 de junho de 2009, Seção 3 (página 131). I RELATÓRIO Em vinte e oito de outubro de dois mil e oito ( ) foi publicado o Edital de Concorrência Internacional AJ nº 01/2008 com vistas à contratação de até 3 (três) escritórios de advocacia estrangeiros para prestação de serviços técnicos de consultoria e assessoria jurídica e treinamento, visando assistir o SISTEMA BNDES em operações e procedimentos que envolvam a análise ou aplicação de legislação estrangeira. Após a apresentação dos documentos pelos licitantes, a Comissão de Licitação, conforme ata publicada no Diário Oficial da União de 27 de fevereiro de 2009, decidiu que todos os participantes do certame encontravam-se inabilitados por não terem cumprido os termos do edital. Dessa forma, nos termos do artigo 48 3º da Lei nº 8.666/93, o BNDES concedeu prazo de 8 (oito) dias para todos os licitantes apresentarem nova documentação cumprindo as exigências do instrumento convocatório. Assim, após o comparecimento de 14 (quatorze) dos 18 (dezoito) licitantes, a Comissão, após a análise de toda documentação apresentada, declarou habilitados os escritórios Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP; Clifford Chance LLP; Linklaters LLP; Milbank, Tweed, Hadley & McCloy LLP; Shearman & Sterling LLP; Simpson Thacher & Bartlett LLP; Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom LLP, e White & Case LLP, conforme ata da sessão de julgamento dos documentos de habilitação publicada no Diário Oficial da União de 2 de junho de 2009, Seção 3 (página 131). Inconformados, os escritórios Debevoise & Plimpton L.L.P. e Arnold & Porter L.L.P apresentaram recursos contra a referida decisão da Comissão de Licitação alegando o cumprimento dos termos do edital e requerendo a

2 reconsideração da decisão pela própria Comissão ou, caso assim não entendesse, o envio dos recursos para a Diretoria do BNDES. Diante disso, depois de concedido e esgotado in albis o prazo de 5 (cinco) dias úteis para eventuais impugnações aos recursos, conforme disposto pelo artigo 109, 3º da Lei 8.666/93, a Comissão Especial de Licitação passa a decidir nos termos a seguir expostos. II RAZÕES RECURSAIS Do recurso interposto pelo escritório Arnold & Porter LLP Tendo em vista a publicação do aviso de inabilitação no dia 02 de junho de 2009 e a interposição do recurso pelo licitante Arnold & Porter LLP no dia 08 de junho de 2009, nos termos do art º da Lei nº 8.666/93, é tempestivo o recurso ora analisado. Conforme a decisão supracitada, a Comissão de Licitação inabilitou a licitante nos seguintes termos: Não foi sanada a exigência constante na alínea n, item 2 da Ata que se refere o Aviso publicado no Diário Oficial da União de 10 de março de 2009, na Seção 3 (página 93), uma vez que o documento apresentado para fins de comprovação de experiência do escritório em assessoria e consultoria jurídica em estruturação de financiamento de compra de aeronaves em valor igual ou superior ao equivalente a US$ ,00 (cento e cinqüenta milhões de dólares norte-americanos) não atende à exigência do item 7.1.4(b)(iv) do edital, pois se refere à atuação em processos de concordata de empresa do setor aéreo. Nas suas razões a Recorrente alegou que atendeu todas as exigências para habilitação uma vez que os documentos apresentados em cumprimento à exigência acima exposta comprovam sim que a Recorrente já prestou assessoria e consultoria jurídica especificamente para fins de estruturação de compra de aeronaves, não podendo ser imposta à Recorrente a exigência de apontar, para tal fim, caso que não envolva empresa envolvida em processo de concordata. Para comprovar o atendimento às exigências supracitadas, a Recorrente reapresentou três cartas assinadas pelo Sr. Paul Lambert, vice-presidente da U.S. Airways. Nesse sentido, afirma que a primeira carta assinada pelo Sr. Paul Lambert, vice-presidente da U.S. Airways, comprovou a assessoria e consultoria jurídica do escritório em estruturação de financiamento para compra de aeronaves, na medida em que: (i) representou a US Airways como comprador/ mutuário na negociação e preparação de um memorando de financiamento para compra e financiamento de aeronave e reestruturação do programa de entrega de outra aeronave; (ii) representou a US Airways na venda/ arrendamento renovado de 2

3 aeronave e motores sobressalentes nos Serviços de Aviação de Capital da General Electric; (iii) prestou assessoria à U.S Airways nas negociações relativas a um global settlement firmado com a Embraer Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. Asseverou, ademais, que a terceira carta, também assinada pelo Sr. Paul Lambert, comprova a assessoria e consultoria jurídica do escritório em estruturação de financiamento para compra de aeronaves, uma vez que demonstra a participação da Recorrente em operações de renegociação de dívidas e empréstimos da U.S. Airways. Por fim, afirma não haver no edital qualquer exigência no sentido de que a empresa assessorada em operação de financiamento de compra de aeronaves não poderia estar em processo de concordata. Dessa forma, a Comissão de Licitação não poderia se distanciar dos termos do edital em razão do princípio da vinculação ao instrumento convocatório previsto nos arts. 41 e 43, inciso V da Lei nº 8.666/93. Após a argumentação, requereu a reconsideração da decisão pela Comissão Especial de Licitação para declarar habilitada a Recorrente para prosseguir na Concorrência, ou, caso assim não entendesse, encaminhar o recurso à Diretoria do BNDES Do recurso interposto pelo escritório Debevoise & Plimpton LLP Tendo em vista a publicação do aviso de inabilitação no dia 02 de junho de 2009 e a interposição do recurso pelo licitante Debevoise & Plimpton LLP no dia 09 de junho de 2009, nos termos do art º da Lei nº 8.666/93, é tempestivo o recurso ora analisado. Conforme a decisão supracitada, a Comissão de Licitação inabilitou a licitante nos seguintes termos: Não foi sanada a irregularidade constante na alínea h, item 2 da Ata a que se refere o Aviso publicado no Diário Oficial da União de 10 de março de 2009, na Seção 3 (página 93) e do item (b) (iv) do edital, uma vez que o documento apresentado para fins de comprovar a atuação do escritório em assessoria e consultoria jurídica em estruturação de financiamento de compra de aeronaves, se refere à atuação em processo de concordata de empresa do setor aeronáutico. Nas suas razões a Recorrente alega que atendeu todas as exigências para habilitação uma vez que logrou comprovar a atuação do escritório em assessoria e consultoria jurídica em estruturação de financiamento de compra de aeronaves. Para demonstrar o atendimento às exigências supracitadas, a Recorrente reapresentou decisão proferida pela Corte Falimentar do Distrito Sul de Nova Iorque por meio da qual determinou-se a nomeação do escritório como special aircraft counsel da Delta Air lines, Inc. e suas subsidiárias em processo de 3

4 concordata. Dessa forma, alega a Recorrente que na qualidade de escritório de advocacia especializado em aeronaves, assessorou a Delta Air Lines na contratação de financiamento para aquisição de aeronaves, bem como na celebração de contratos de leasing de aeronaves. Acrescenta, ainda, que o assessoramento envolveu financiamento, devolução, bem como renegociação de financiamentos no bojo do processo de recuperação judicial. Por fim, afirma que o serviço prestado a uma empresa em processo de concordata, em nada se diferencia daqueles prestados às empresas que não estejam em recuperação judicial, na medida em que as operações de financiamento são idênticas. Após a argumentação, requereu a reconsideração da decisão pela Comissão Especial de Licitação para declarar habilitada a Recorrente para prosseguir na Concorrência, ou, caso assim não entendesse, encaminhar o recurso à Diretoria do BNDES. III ANÁLISE DAS RAZÕES RECURSAIS DAS RECORRENTES No que tange ao recurso apresentado pelo escritório Arnold & Porter LLP, a Comissão realizou uma nova análise dos documentos anteriormente apresentados e verificou suprirem as exigências do edital. Conforme se depreende da referida documentação, a Recorrente participou, entre outras operações, como assessora da U.S. Airways em operações de financiamento com a Embraer e refinanciamento de aeronaves, de modo que não se pode negar o cumprimento das exigências do instrumento convocatório. No que tange ao recurso apresentado pelo escritório Debevoise & Plimpton LLP assiste razão à Recorrente ao afirmar que a decisão proferida pela Corte Falimentar do Distrito Sul de Nova Iorque que nomeou o escritório como special aircraft counsel da Delta Air lines Inc. e suas subsidiárias é suficiente para comprovar a atuação do escritório em assessoria e consultoria jurídica em estruturação de financiamento de compra de aeronaves. Conforme se depreende do referido documento emitido pela United States Securities Exchange Commisson, durante o processo de concordata da Delta Air lines, Inc. em que o escritório atuou como special aircraft counsel houve operações de financiamento, renegociação e devolução de aeronaves que suprem as exigências do edital. Adiante, o mesmo documento especifica ainda mais as operações ocorridas declarando que foi realizada uma renegociação de 143 e devolução de duas aeronaves. 4

5 Assim, assiste razão à Recorrente quando afirma ter cumprido as exigências do edital no que se refere à atuação do escritório em assessoria e consultoria jurídica em estruturação de financiamento de compra de aeronaves. IV CONCLUSÃO E JULGAMENTO Diante do exposto, a Comissão Especial de Licitação julga procedentes os recursos apresentados pelos escritórios Arnold & Porter LLP e Debevoise & Plimpton LLP para, nos termos do artigo 109 4º da Lei 8.666/93, reconsiderar sua decisão de inabilitação publicada no Diário Oficial da União de 2 de junho de 2009, Seção 3 (página 131), declarando, portanto, habilitados os escritórios. O resultado desse julgamento será publicado no Diário Oficial da União e disponibilizado na página do BNDES na Internet ( Outrossim, a Comissão de Licitação convoca todos os licitantes habilitados a comparecer no dia 22 de Julho, às 15 horas à abertura dos envelopes relativos à documentação das propostas técnicas que será realizada na sala 6 do 1º subsolo do Auditório Reginaldo Treiger do Edifício de Serviços do BNDES, na Avenida República do Chile nº 100, Rio de Janeiro RJ. Nada mais havendo a tratar, a Presidente da Comissão deu por encerrada a sessão e lavrou esta Ata, nesta data, vinte e nove de junho de dois mil e nove ( ) que vai assinada pelos membros da Comissão de Licitação Especial do BNDES. Luciana Lages Tito Presidente Karla Assumpção da Silva Cristina Blaso Banal da Silva Rodrigo Trica Rocha Luciana Torres Bastos Cristina da Silva Rego Cerdeira Roberto Guérin Barcelos Lima Bruno Macedo Dias 5