ESCOLA SECUNDÁRIA DA QUINTA DAS FLORES
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- Mirela Madeira Lombardi
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1 ESCOLA SECUNDÁRIA DA QUINTA DAS FLORES Projecto Educativo /2007 INTRODUÇÃO O que importa é que a escola pense e para pensar são precisas muitas cabeças. Uma cabeça sozinha pode pensar, pode chegar muito longe, mas em educação é necessária a discussão conjunta, é necessária a crise. Malaguzzi Falar de Projecto Educativo sem falar imediatamente de participação equivale a pôr de parte, à partida, o que diferencia um projecto de uma mera declaração de intenções. A Escola Secundária da Quinta das Flores reconhece o valor da participação responsável, norteada por princípios democráticos e exercida em liberdade, com o objectivo último de promover o desenvolvimento de todos e de cada um dentro da comunidade educativa, numa perspectiva inclusiva: Participação do aluno, personagem principal na história do seu próprio crescimento; Participação dos Pais, primeiros responsáveis pelo rumo que essa história vai tomando; Participação de professores e pessoal não docente, sem os quais a história seria certamente incompleta; Participação da comunidade, cenário interactivo onde se desenvolve a história. Esta escola assume ainda que a educação se concretiza pela aquisição das competências fundamentais - aprender a ser, aprender a estar, aprender a fazer, aprender a conhecer - e que o período de aprendizagem não acaba nunca. Falar de Projecto Educativo sem falar também de utopia equivale decerto a encarar os constrangimentos próprios da actividade educativa como um mal irremediável: Será utópico pensar que esta escola pode fazer a diferença? Será utópico pensar que se obtêm resultados quando se trabalha? Será utópico pensar que, numa perspectiva educativa, cada atitude cada conteúdo, cada actividade deve conduzir ao crescimento de cada um?
2 QUEM SOMOS Terminado o ciclo do primeiro Projecto Educativo e avaliado o seu desenvolvimento, verifica-se que as finalidades nele expressas continuam actuais, importando agora definir as opções prioritárias para o próximo triénio, de acordo com as actuais características da escola e com os imperativos de todo o novo enquadramento da educação e da revisão curricular. Esta Escola entra no seu vigésimo primeiro ano de funcionamento com características bem diferentes daquelas do tempo da sua fundação. De facto, quando abriu em 83/84 oferecia apenas o 3º Ciclo do Ensino Unificado. Hoje tem exclusivamente alunos do Ensino Secundário. Foi considerada no início como uma escola de periferia, graças à sua localização. Situa-se hoje, no entanto, numa das zonas citadinas de maior desenvolvimento e crescimento demográfico, sendo servida por uma boa rede de acessos. A população escolar é constituída no início deste triénio por cerca de oitocentos e oitenta alunos da cidade e da periferia, distribuídos por treze turmas de 10º ano, sujeitas à Reorganização Curricular do Ensino Secundário, doze turmas de 11º ano, em que são leccionados os programas aprovados para a reorganização curricular, mas no quadro organizativo anterior e ainda doze turmas do 12º ano. O corpo docente é maioritariamente constituído por professores do quadro de nomeação definitiva e a escola assegura ainda Estágios Pedagógicos no grupos - 1º, 4º, 8ºA, 11ºB e Educação Física. O pessoal não docente engloba, naturalmente, diversas categorias, havendo 30 funcionários do quadro e 14 com contratos administrativos de provimento, ou com contratos a termo. O ambiente geral e os cuidados espaços verdes fazem dela uma escola em que se sente bem-estar. Além disso está bastante bem apetrechada, quer do ponto de vista meramente instrutivo, quer no que diz respeito à oferta de espaços de trabalho e de ocupação de tempos não lectivos. Tudo o que, de positivo, foi anteriormente afirmado sobre a escola não invalida que esta, como qualquer outra comunidade educativa, não tenha as suas dificuldades. Da observação da vivência escolar destacam-se quatro áreas a melhorar, dentro das quais são definidas diversas opções prioritárias e apontadas as estratégias consideradas adequadas
3 O QUE QUEREMOS Áreas a melhorar 1. A qualidade da educação; 2. A dinâmica da comunidade educativa; 3. A organização da escola; 4. A projecção da escola no tecido social. Opções Prioritárias Melhorar o nível de participação dos alunos, quer em termos de processo, quer em termos de participação nas estruturas representativas; Consciencializar os alunos da importância do empenho, da assiduidade, da disciplina, dos hábitos de trabalho e dos métodos de estudo; Diminuir as taxas de insucesso que ainda rondam os 36%; Promover a abordagem multi- inter- e transdisciplinar das actividades; Desenvolver atitudes de tolerância e de respeito, quer para consigo mesmo, quer para com os restantes membros da comunidade educativa, quer ainda para com todo o património material e ambiental; Levar os Pais e Encarregados de Educação a assumir de facto o seu papel de co-educadores e de co-responsáveis pela formação dos seus educandos; Reforçar o profissionalismo, empenho e dedicação do corpo docente; Valorizar a função pedagógica do pessoal não docente, apesar da sua crescente mobilidade e redução; Melhorar os circuitos de informação na comunidade educativa, tanto no que diz respeito à divulgação de normativos, como à divulgação de actividades; Manter e renovar espaços e equipamentos; Reforçar a articulação das estruturas de coordenação educativa Reforçar o prestígio desta comunidade educativa e melhorar a imagem da escola na cidade; Desenvolver a ligação com o tecido social e empresarial da cidade.
4 COMO O CONSEGUIMOS Estratégias Centrar a pedagogia no aluno como agente do seu próprio processo educativo, privilegiando os métodos activos; Enquadrar e apoiar todos os alunos, tendo em conta as suas realidades culturais e sociais e dando especial atenção aos alunos com NEE; Desenvolver actividades que permitam a aquisição de métodos de estudo; Proporcionar actividades que promovam a aprendizagem dos processos democráticos de representação; Reforçar a articulação interdisciplinar; Gerir com maior eficácia as actividades de complemento curricular, quer disciplinares, quer não disciplinares; Criar programas de informação / formação e espaços de diálogo para a interiorização de valores e para a prática da cidadania, dirigidos a todos os sectores da comunidade; Mobilizar a participação dos Pais e Encarregados de Educação; Construir uma cultura de escola assente no trabalho de equipa; Incentivar o corpo docente à actualização e à inovação das práticas pedagógicas; Humanizar as relações profissionais; Proporcionar oportunidades de formação ao pessoal não docente, quer na vertente técnica, quer na vertente humana, socializadora e pedagógica; Criar processos diversificados de divulgação da informação; Gerir a médio prazo a manutenção dos espaços e equipamentos, com definição de prioridades e correspondente atribuição dos recursos disponíveis; Reorganizar as estruturas de coordenação educativa; Divulgar a escola e as suas actividades; Acolher iniciativas da comunidade disponibilizando os recursos da escola; Rentabilizar as parcerias existentes; Estabelecer novas parcerias que permitam a realização dos estágios dos cursos tecnológicos.
5 AVALIAÇÃO O processo de avaliação é parte integrante do Projecto Educativo e deverá promover a sua dinâmica e estimular-lhe a criatividade. Preconiza-se uma avaliação formativa anual contemplando as quatro áreas a melhorar. Essa avaliação passará pela recolha e tratamento de dados da concretização do projecto a efectuar por uma entidade externa e independente, e pela reflexão interna sobre os resultados fornecidos, orientada e dinamizada pelo Observatório da Qualidade da Escola. Desta avaliação mista e permanente obtém-se o feedback necessário à correcção da coerência (relação entre o projecto e o problema), da eficiência (gestão e administração dos recursos e meios), e da eficácia (relação entre a acção e os resultados)....e PARA NÃO CONCLUIR... Este projecto é realista porque diagnostica e reconhece os pontos críticos e as dificuldades sentidas; é motivador porque o desafio que coloca vai ao encontro do sentir da comunidade educativa; é regulador da eficácia e da eficiência porque avalia os métodos adoptados, os meios utilizados e os resultados obtidos; é dinâmico porque aponta para a articulação das actividades com o percurso a seguir; é inacabado porque pressupõe a reformulação de metas e estratégias. Não há ventos favoráveis para os que não sabem para onde vão Séneca
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