Resolução do Conselho do Governo n.º 131/2017 de 6 de dezembro de 2017
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1 Resolução do Conselho do Governo n.º 131/2017 de 6 de dezembro de 2017 Considerando que no âmbito da promoção da inovação e do empreendedorismo apresenta-se como principal desafio a identificação dos fatores-chave que proporcionem um contexto favorável ao incremento de iniciativas e atividades empresariais; Considerando que neste desiderato devem ser procuradas medidas que reforcem a capacidade dos empreendedores, adotando-se abordagens que fomentem o desenvolvimento de novas iniciativas empresariais e que promovam o crescimento das empresas já existentes; Considerando que importa dar continuidade e reforçar a estratégia do Governo dos Açores de fomento do empreendedorismo e da inovação, tendo em vista promover a competitividade empresarial nos Açores; Considerando que, na construção de ecossistemas de apoio ao empreendedorismo, é vulgar encontrar situações associadas a dificuldades iniciais sentidas pelos empreendedores, nomeadamente decorrentes da falta de definição da ideia de negócio, de conhecimentos necessários à conceção de planos de negócio eficazes, de experiência na gestão do negócio, de contactos com potenciais clientes e de conhecimento do mercado, assim como dificuldades no acesso a fontes de financiamento, entre outras; Considerando que o mentoring assume um papel fundamental no apoio aos empreendedores, através da partilha de conhecimentos, experiências e rede de contactos, constituindo um contributo positivo para a motivação do empreendedor; Considerando que a criação de uma rede de mentoring possibilitará o surgimento nos Açores de mentores, isto é, de pessoas que, voluntariamente, ajudem outras a desenvolver os seus conhecimentos, um projeto, uma ideia ou uma empresa, potenciando o livre encontro de vontades entre os mentores e quem precisa do seu apoio; Considerando ainda que a rede de mentoring a criar irá fortalecer o ecossistema de empreendedorismo dos Açores, complementando a Rede de Incubadoras de Empresas dos Açores, aprovada pela Resolução do Conselho do Governo n.º 11/2015, de 12 de janeiro. Assim, nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo 90.º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, o Conselho do Governo resolve: 1- Aprovar o Regulamento da Rede Açoriana de Mentores nos termos do Anexo à presente resolução, da qual faz parte integrante. 2 - Delegar no Vice-Presidente do Governo Regional os poderes para aprovar os demais atos considerados necessários à implementação, operacionalização e bom funcionamento da Rede Açoriana de Mentores. 3 - A presente resolução entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Aprovada em Conselho do Governo Regional, em Angra do Heroísmo, em 20 de novembro de O Presidente do Governo Regional, Vasco Ilídio Alves Cordeiro.
2 ANEXO REGULAMENTO DA REDE AÇORIANA DE MENTORES 1 Âmbito O presente regulamento define as normas que regem a Rede Açoriana de Mentores. 2 Enquadramento A Rede Açoriana de Mentores, adiante designada por RAM, tem por objetivo proporcionar apoio aos empreendedores que queiram desenvolver as suas ideias de negócio e implementar projetos empresariais. Trata-se de uma iniciativa que se insere nas medidas de reforço do ecossistema empreendedor dos Açores e de fomento de negócios baseados em ideias que incorporem conhecimento e inovação. Na construção de ecossistemas de apoio ao empreendedorismo é vulgar encontrar situações associadas a dificuldades iniciais sentidas pelos empreendedores que, por vezes, inibem o empreendedor em prosseguir com o seu projeto empresarial e que no limite podem ter como consequência a não implementação do negócio, com a inerente perda de valor e de criação de emprego. O mentoring assume um papel fundamental no apoio aos empreendedores, através da partilha de conhecimentos, experiências e rede de contactos do mentor. Tal como descrito nos Princípios Orientadores da Rede Açoriana de Mentores, que constitui o Anexo I ao presente Regulamento, os interesses dos empreendedores devem estar sempre em primeiro lugar e a relação de mentoria deve assentar na base da confiança mútua entre o mentor e o empreendedor. O acompanhamento e operacionalização da RAM é da responsabilidade da SDEA Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, EPER, adiante designada por SDEA, EPER. 3 O conceito de Mentor e Mentorando Para efeitos da RAM, entende-se por: a) «Mentor» - um profissional com experiência e reconhecido mérito que voluntariamente se disponibiliza a apoiar gratuitamente empreendedores, no
3 desenvolvimento da sua ideia de negócio ou projeto empresarial e por conseguinte, aceita integrar a Rede Açoriana de Mentores; b) «Mentorando» - o empreendedor que manifesta interesse em beneficiar do apoio de um Mentor, junto da Rede Açoriana de Mentores, reconhecendo os benefícios decorrentes do processo de mentoring para o desenvolvimento da sua ideia de negócio ou projeto empresarial. 4 Responsabilidades do Mentorando e do Mentor 4.1 Responsabilidades do Mentorando No âmbito da RAM, são responsabilidades do Mentorando: a) Participar com pontualidade e empenho nas sessões de trabalho, nos termos que vier a acordar com o seu Mentor; b) Preencher, conjuntamente com o Mentor, o registo de cada reunião no espaço próprio a disponibilizar na plataforma de gestão da Rede. 4.2 Responsabilidade do Mentor No âmbito da RAM, são responsabilidades do Mentor: a) Prestar aconselhamento e apoio ao Mentorando, através da partilha de conhecimentos, experiências e rede de contactos, constituindo um contributo positivo para a motivação deste; b) Participar com pontualidade e empenho nas sessões de trabalho, nos termos que vier a acordar com o seu Mentorando; c) Preencher, conjuntamente com o Mentorando, o registo de cada reunião no espaço próprio a disponibilizar na plataforma de gestão da Rede. 5 Procedimento de adesão à Rede Açoriana de Mentores A adesão à Rede Açoriana de Mentores pelos candidatos a Mentores faz-se, exclusivamente, mediante o preenchimento de um formulário a disponibilizar na plataforma de gestão da rede. Após a submissão do Formulário de Adesão à RAM, o perfil do candidato a Mentor será validado pela SDEA, EPER e passará a constar nos resultados de pesquisa efetuados pelos Mentorandos.
4 A plataforma de gestão da Rede Açoriana de Mentores disponibilizará uma área de trabalho privada para Mentores e Mentorandos, onde poderão proceder ao registo de cada reunião, disponibilizando ainda documentos, notícias e outras informações relevantes para o funcionamento da Rede. O Mentorando deve proceder ao registo prévio na plataforma de gestão da Rede, passando a dispor de uma área reservada onde poderá acionar a pesquisa de mentores. A plataforma proporcionará uma lista de mentores que correspondem à sua área geográfica, setor de atividade e interesse específico. O Mentorando deve entrar em contacto com os mentores listados, apresentar o seu projeto e as dificuldades que pretende ver ultrapassadas, no sentido de chegar a acordo com um mentor. A relação de mentoria é um ato livre e voluntário dos Mentores e Mentorandos. Ambos, Mentor e Mentorando, devem indicar na plataforma de gestão da Rede que estabeleceram a relação de parceria e abrir um espaço de trabalho privado. Neste espaço de trabalho deve, obrigatoriamente, ser registado pelas partes o agendamento das reuniões a efetuar e o registo das questões e decisões tomadas em cada reunião. A SDEA, EPER, enquanto entidade gestora da RAM, não fornece qualquer aconselhamento ou recomendação quanto às relações a realizar através da plataforma, nem assume qualquer tipo de representação ou patrocínio das partes. Não poderá ser atribuída qualquer tipo de responsabilidade à SDEA, EPER por danos ou prejuízos decorrentes da relação de mentoria e ou das relações que se venham a estabelecer entre Mentores, Mentorandos e terceiros.
5 ANEXO I PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA REDE AÇORIANA DE MENTORES O Governo dos Açores, através da SDEA Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, no âmbito das suas competências de fomento do empreendedorismo e da inovação, disponibiliza uma plataforma informática de gestão e dinamização da Rede Açoriana de Mentores, adiante designada por RAM, com o objetivo de possibilitar a ligação entre profissionais experientes, com reconhecido mérito, e empreendedores que estejam a desenvolver as suas ideias de negócio e projetos empresariais. A RAM tem como suporte os profissionais que decidam integrar a rede, assumindo o papel de mentores, em respeito pelos princípios orientadores constantes dos títulos A e B do presente anexo. A - Condições gerais 1- No sentido de se assegurar o potencial sucesso dos projetos empresariais, os mentores devem estar disponíveis para prestar o apoio pretendido pelos respetivos mentorandos através de contactos regulares, tantos quantos as partes entenderem, de preferência mensais; 2- O apoio de mentoria é disponibilizado voluntariamente pelo mentor; 3- A relação de mentoria efetiva-se mediante uma aceitação formal por parte do mentor e do mentorando na plataforma de gestão da rede; 4- O mentor e o mentorando devem efetuar, em espaço próprio a disponibilizar na plataforma de gestão da rede, registos das questões e decisões tomadas em cada reunião realizada. B - Regras de conduta 1- É fundamental a existência de um relacionamento baseado na confiança entre o mentor e o mentorando, do qual deve resultar o aproveitamento das redes de contacto, experiência prática, competências técnicas do negócio e do mercado do mentor; 2- Os interesses dos mentorandos devem estar sempre em primeiro lugar e devem ser sempre salvaguardados em tudo o que diga respeito à relação de mentoria estabelecida;
6 3- Os mentores não podem aceitar participar no acompanhamento de mentorandos em que se registem conflitos de interesse relacionados com os seus negócios, as suas atividades financeiras ou outros interesses; 4- Os mentores devem obrigatoriamente respeitar os direitos de autor e de propriedade industrial associados ao projeto empresarial que acompanham; 5- O mentor compromete-se a guardar sigilo sobre quaisquer informações a que tenha acesso no âmbito do serviço de mentoria que venha a realizar, exceto se devidamente autorizado pelo seu promotor; 6- Todas as atividades do mentor no âmbito da prestação do apoio de mentoria são realizadas voluntariamente, sem lugar a qualquer tipo de remuneração, não sendo admissível a cobrança de qualquer tipo de comissões, honorários, prémios ou bens para pagamento dos serviços individuais de consultoria ao mentorando; 7- Os mentores não podem aceitar comissões ou bens de terceiros por terem recomendado ao mentorando qualquer serviço, equipamento ou consumíveis, nem devem recomendar a compra de bens ou serviços em que têm um interesse direto, indireto, financeiro ou de qualquer outro tipo; 8- Qualquer das partes pode determinar o final da relação de mentoria, devendo, através da plataforma de gestão da rede, informar a SDEA, EPER; 9- O mentor aceita disponibilizar os seus dados de perfil na plataforma de gestão da rede, propriedade da SDEA.
ARTIGO 1.º Âmbito. ARTIGO 2.º Conceitos. ARTIGO 3.º Objeto
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