UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS EMPRESAS DE FACTORING NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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1 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS EMPRESAS DE FACTORING NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE " PAULO HENRIQUE DA COSTA CORREA Rio de Janeiro 2004

2 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL TÍTULO UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS EMPRESAS DE FACTORING NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR: PAULO HENRIQUE DA COSTA CORRÊA BAYMA DE OLIVEIRA DOUTORA EM EDUCAÇÃO DOUTOR EM PSICOL~GIA

3 FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS EBAPE - ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL PAULO HENRIQUE DA COSTA CORRÊA UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS EMPRESAS DE FACTORING NO ESTADO DO EspíRITO SANTO VITÓRIA 2004

4 PAULO HENRIQUE DA COSTA CORRÊA UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS EMPRESAS DE FACTORING NO ESTADO DO EspíRITO SANTO Dissertação apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gestão Empresarial. Orientador: Prof. Dr. Istvan Karoly Kasznar. VITÓRIA 2004

5 LISTA DE SIGLAS ANFAC BACEN BNDES CF CLT CMN COFINS CPMF CSLL CTN CVM FCI FEBRABAN - FMI FEBRAFAC - INSS IGP IPC IR ISS LUG MP PIB PIS PROER SCTVM SDE SFN SINFAC-ES - TJLP VPIB Associação Nacional de Factoring Banco Central do Brasil Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Constituição Federal Consolidação das Leis do Trabalho Conselho Monetário Nacional Contribuição para o Fundo de Investimento Social Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Código Tributário Nacional Comissão de Valores Mobiliários Factors Chain International Federação Brasileira de Bancos Fundo Monetário Internacional Federação Brasileira de Factoring Instituto Nacional de Seguridade Social índice Geral de Preços índice de Preços ao Consumidor Imposto de Renda Imposto sobre Serviços Lei Uniforme de Genebra Medida Provisória Produto Interno Bruto Programa de Integração Social Programa de Estímulo à Reestruturação! ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Secretaria de Direitos Econômicos do Ministério da Justiça Sistema Financeiro Nacional Sindicato das Empresas de Factoring do Espírito Santo Taxa de Juros de Longo Prazo Valor da Produção das Instituições Bancárias

6 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Quadro 2 - Ajuste do Sistema Bancário após o Plano Real Quadro 3 - Funções Desempenhadas e Modalidades Brasileiras Quadro 4 - Associações de Classe Quadro 5 - Motivação Inicial Quadro 6 - Grau de risco no negócio de factoring Quadro 7 - Suficiência de Capital Quadro 8 - Capacitação do Operador

7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Fatores aplicados nos anos de 1993 a Tabela 2 - Balancete com Financiamento de um Banco Comercial Tabela 3 - Situação de um Balancete com Financiamento por Factoring Tabela 4 - Segmentos Clientes das Operações do Factoring no Brasil... 86

8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DEFINiÇÃO HISTÓRICO-CONCEITUAL DO FOMENTO MERCANTIL Conceitos Origens históricas Evolução do factoring no mundo Fundamentação legal e evolução do factoring no Brasil O FACTORING E O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O SFN e as operações bancárias e não-bancárias Atividades institucionais confundidas com o factoring Desconto bancário Antecipação bancária Mútuo civil Factoring versus instituições financeiras e agiotagem AS MODALIDADES DE FACTORING Modalidades domésticas de factoring Modalidades estrangeiras de factoring Método de cálculo do fator OPERACIONALlZAÇÃO DO FACTORING NO BRASIL As funções operacionais do Factor A operação de factoring Os titulos negociáveis no factoring Duplicata Cheque O contrato de factoring Principais instituições ligadas a atividade de factoring ANFAC Factors Chain International - FCI CENÁRIO ATUAL E EXPECTATIVAS DO FACTORING NO BRASIL 77 2 ESTUDO DE CASO PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Caracterização da Pesquisa Hipóteses e Premissas do Estudo Universo e Abrangência da Pesquisa Materiais e instrumentos OBSERVAÇÕES DIRETAS PRELIMINARES CONTEÚDO DOS INQUÉRITOS AVALIAÇÃO DA ANÁLISE CAsuísTiCA RESULTADOS E DISCUSSÕES PROPOS~ÇÕES SUGESTOES PARA ESTUDOS FUTUROS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS

9 RESUMO Analisa as atividades das empresas operadoras de Factoring e descreve resumidamente o surgimento deste segmento paralelo, suas atividades e suas principais características no âmbito operacional, econômico, legal e fisco-tributário. Relata que o desenvolvimento dessas atividades ocorre num contexto de mudanças na dinâmica e na estrutura do Sistema Financeiro, de forma semelhante ao que se verifica em termos internacionais, ao promover alterações na forma tradicional de atuação dos bancos no Brasil a partir do período pós-real. Busca justificar a assertiva de que o advento das empresas operadoras de Factoring foi essencial para o desenvolvimento de pequenas empresas e, finalmente, apura se o programa de reestruturação do sistema financeiro repercutiu nas atividades de Factoring. Inclui um estudo de caso envolvendo empresas locais de fomento mercantil (no estado do Espírito Santo) com o objetivo principal de constatar se dentre estas existem instituições "camufladas", quais sejam, aquelas que visam somente operações pecuniárias, assim evidenciando a prática da "agiotagem empresarial".

10 ABSTRACT It aims at analyzing the activities of the Factoring working companies and describes the raising of that parallel segment, as well as its activities and its main operational, economical, legal, tax-contributory characteristics. It is stated that those activities have been developed in a context of dynamical and structural changes in the National Financiai System, and the same is verified internationally when promoting alterations in the traditional procedures of the banks in Brazil, from the "Post-Real "period. In addition, it justifies the assumption that the raising of the Factoring working companies has been essential for the development of small companies. Finally, it considers the repercussion of the restructuring of the National Financiai System to the Factoring activities. It includes a case study involving factoring local companies (in the State of Espírito Santo) aiming at checking if among those companies, there are "disguised " ones, which would be the ones that focus on pecuniary operations, thus, making evident the practice of "enterprising speculation"

11 10 INTRODUÇÃO Com o advento do Plano Real, em julho de 1994, o novo ambiente de estabilização macroeconômico passou a não mais suportar a dimensão que o sistema bancário havia alcançado, em função do longo período de inflação e desequilíbrio econômico. Várias instituições financeiras já haviam surgido para se beneficiarem das receitas inflacionárias (ou float) obtidas entre a captação e a aplicação de recursos. Logo, diante do novo cenário de estabilidade econômica, todo o Sistema Financeiro Nacional teve de ser redimensionado e reorientado para as novas formas de financiamento de suas atividades. Com a perda das receitas inflacionárias, os bancos tiveram que explorar novas fontes de receitas, além de adequar as suas estruturas diante do novo modelo, principalmente como agentes da intermediação financeira, considerando que tinham deixado essas atividades em segundo plano por um longo período dedicado aos fáceis ganhos inflacionários. Contudo, de uma ou de outra forma, continuaram desamparadas as microempresas, assim como os empreendimentos empresariais de pequeno e médio porte, uma vez que, com essa perda (float), os bancos encontraram dificuldades em retornar as operações de desconto de títulos. Atualmente, o governo federal tem falado muito no empenho em aumentar o microcrédito como forma de impulsionar o empreendedorismo, mas pouco tem falado sobre fomento mercantil (Factoring), atividade essa que é um dos pilares que sustenta poderosas economias, principalmente as de países da comunidade européia. No Brasil, o desenvolvimento dos pequenos, médios e microempresários sempre dependeu de um agente capaz de agregar valores, impulsionar a produção e estruturar o sistema de vendas dessas empresas, os factors. Conceitualmente, o fomento mercantil (ou Factoring) é uma atividade complexa baseada em dois componentes principais:

12 11 prestação de serviços de suporte gerencial e financeiro; e compra de direitos creditórios gerados pelas vendas da empresa-cliente. Essa atividade movimentou o equivalente a R$ 30 bilhões no ano de 2002, e cada vez está mais bem organizada, visando a profissionalização das empresas geradoras de um grande número de empregos. Daí a importância desse tema que também nos leva a mostrar o caráter social do Factoring que, além de gerar inúmeros postos de trabalho, atende principalmente ao nicho dos microempresários e das pequenas e médias empresas, setores estes que, apesar da grande dificuldade na obtenção de recursos no setor financeiro para financiar suas atividades, vêm tendo um crescimento significativo na conjuntura econômica global. Vêm à tona inúmeras questões, dentre as quais destacamos as seguintes para o presente estudo: o factoring se tomou um método conveniente para satisfazer a necessidade de capital de giro das pequenas e médias empresas? o segmento de mercado onde a empresa de factoring se situa vem apresentando um crescimento significativo? a propósito, este segmento vem suprindo a ocupação de um mercado praticamente abandonado pelos bancos brasileiros? e enfim, é certa a pressuposição de que as empresas de factoring do Espírito Santo somente prestam serviço de compra de recebíveis das empresas-clientes? Para que estas perguntas sejam respondidas a contento, este trabalho está duplamente fundamentado, posto que a partir de uma primeira vertente, levanta a essência teórica e conceitual referente ao histórico do sistema financeiro nacional e das empresas de fomento mercantil, assim como seu surgimento, evolução e estágio atual. A inferência deste referencial teórico há de propiciar respostas para as três primeiras questões. Na segunda vertente, essencialmente empírica, será desenvolvido um estudo de caso, através de

13 12 uma pesquisa inquisitiva para busca das respostas para a quarta e última questão, formulada como hipótese central. Enfim, o desenvolvimento deste trabalho está contido em três capítulos dispostos conforme as mencionadas linhas de pesquisa, a saber: No capítulo inicial, é efetuada uma revisão teórica e conceitual abrangendo o Sistema Financeiro Brasileiro, desde seus marcos históricos até a caracterização das operações financeiras bancárias e não-bancárias, que se estende aos conceitos gerais do fomento mercantil, descrevendo especificamente a atuação das empresas de Factoring e, nesse contexto, suas operações; O segundo capítulo define os materiais e procedimentos metodológicos empregados no estudo de caso, sob a hipótese de que certas empresas de Factoring somente prestam serviços de compra de direitos creditórios e não outros serviços que pressupõem a atividade de fomento mercantil, servindo apenas como um agente para a obtenção de financiamento; e Finalmente, o último capítulo descreve os resultados e discussões que validam (ou não) a hipótese precedente, encerrando com uma conclusão sobre as demais questões formuladas neste trabalho como um todo. Num país onde as taxas de juros estão situadas em um patamar bem acima da média mundial e, por conseguinte, o custo de produção e manutenção das empresas está cada vez mais alto e difícil, podemos notar que existe uma busca por fontes de financiamento alternativas, o que pode levar a uma distorção do papel das empresas de Factoring no Brasil, as quais correm riscos elevados em face das incertezas e mudanças conjunturais que sofre a nossa economia.

14 13 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 DEFINiÇÃO HISTÓRICO-CONCEITUAL DO FOMENTO MERCANTIL Conceitos O conceito de factoring pode ser expresso como sendo a compra parcial ou total das contas a receber de uma empresa por outra, denominada factor, a qual assume o risco de crédito mediante uma remuneração, além da possibilidade de prestação de serviços no âmbito da gestão financeira. Segundo Leite 1, o factoring é uma atividade mista, pois envolve serviços e compra de créditos (direitos creditórios) resultantes de vendas mercantis. Factoring é fomento mercantil, uma vez que expande os ativos das empresas clientes, aumentando suas vendas, eliminando seu endividamento e transformando as suas vendas a prazo em vendas à vista. É a prestação contínua e cumulativa de serviços de assessoria mercadológica, creditícia, de acompanhamentos de contas a receber, etc. Outras definições são expressas por diferentes autores, conforme se segue, iniciando pelo entendimento de Phelps2 ao expressar o seu conceito de Factoring: Modem factoring involves a continuing agreement under a financiai institution assumes the credit and collection function for its client, purchases his receivables as they arise without recourse to him for credit losses, and, beca use of these relationships, performs other auxiliary functions (usually financiai or advisory in nature) for its client. (... ) It is to be noted that the receivables purchased in a factoring operation are accounts and sometimes from trade acceptances and single payment notes not installment, sales contracts. 3 1 LEITE, Luiz Lemos. Factoring no Brasil, 6 ed. São Paulo: Atlas, PHELPS, Clyde W. The role o, Factoring in Modem Business Finance. 2 ed. Baltimore: Commercial Credit, Tradução nossa: "Factoring modemo envolve um acordo contínuo, em que uma instituição financeira assume o crédito e função de cobrança para o seu cliente, compra seus recebíveis, sem recorrer a ele no caso de inadimplência, e, devido a essa relação, atua em outras funções auxiliares (geralmente financeira ou de consultoria) para seu cliente. (... ) Deve-se notar que os recebíveis adquiridos em uma operação de factoring são contas, e às vezes vindo de aceites de negócios e notas de pagamentos não parceladas, contratos de vendas".

15 14 Rizzardo conceitua O Factoring como: a relação jurídica entre duas empresas, em que uma delas entrega à outra um título de crédito, recebendo, como contrapartida, o valor constante no título, do qual se desconta certa quantia, considerada a remuneração pela transação.4 Já Montezano 5 define Factoring como a oferta de serviços diversos através da compra de créditos de curto prazo que as empresas, geralmente pequenas e médias, tenham (ou venham a ter) em carteira e, por sua vez, Bulgarelli 6, de forma simples, traduz o Factoring como a venda de faturamento de uma empresa para outra que se incumbe de cobrar, e que recebe em troca comissão e juros, no caso de adiantamento. Deve ser destacado que, para Luiz Lemos Leite, presidente da ANFAC e autor de inúmeras obras sobre o tema em questão, as empresas de factoring não cobram juros, pois não são empresas financeiras, e sim, comerciais, prestadoras de serviços diversos. Para ele, a remuneração recebida pelas factoring se dá em forma de ad valorem (comissão pelos serviços prestados) e de deságio dos seus títulos negociados, chamado de fator de compra. Essa é uma discussão polêmica que será abordada sob diversos prismas nos tópicos subseqüentes deste trabalho. o eminente autor reflete uma definição, para o caso brasileiro, revelando que: o factoring é uma atividade eminentemente comercial que consiste em oferecer três tipos de serviços ao pequeno e médio empresário, tal como imagino deva ser operado no Brasil, a saber: assessoria administrativa(análise de riscos e gestão financeira); cobrança de títulos oriundos das vendas a prazo; e, aquisição definitiva de ativos ou direitos de créditos. 7 4 RIZZARDO, Arnaldo. Factoring. 2 ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000, p MONTEZANO, Roberto. Factoring.. Rio de Janeiro: IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), BULGARELLI, Waldirio. Contratos mercantis. 10 ed. São Paulo: Atlas, LEITE (1999, p. 17).

16 15 E prossegue: Como conseqüência da prestação de todos esses serviços, o factoring adquire as contas a receber, mediante um preço à vista, transforma as vendas a prazo (faturadas) em vendas à vista, ou seja, as contas a receber em disponibilidades, sem criar exigibilidades, porque adquire à vista parte do ativo realizável representado pela rubrica contas a receber da pequena e média empresa. 8 As diferentes definições de factoring exibem as várias faces dessa atividade, a qual se incorporam técnicas de gestão financeira e técnicas de gestão comercial. A gestão financeira se dá no momento da mobilização dos créditos, assumindo seus riscos. Essa técnica é enfatizada quando o agente de fomento comercial ou mercantil antecipa créditos, antes dos seus vencimentos, à empresa-cliente, utilizando uma taxa de desconto para atualizar os valores negociados. Já em relação à gestão comercial, ocorre quando o factor assume as atividades de crédito e cobrança, passando pela análise de risco, podendo até mesmo executar serviços de faturamento e contabilidade, prestados como consultoria. o pressuposto básico do factoring é a comprovação de prestação de serviços conforme a doutrina de Ottawa 9. A segunda parte da operação consiste na compra de recebíveis, na qual a empresa-cliente, ao produzir e vender sua mercadoria (produto ou serviço), emite documentos(nota fiscal e duplicata) necessários para caracterizar uma transação comercial. De posse desses documentos, a empresa-cliente vende à vista seus direitos sobre as vendas anteriormente realizadas, os quais são comprados pela empresa de fomento mercantil. Por tratar-se de uma transação mercantil, à vista, é necessário que sejam estipulados o preço e as condições para que essa transação seja 8 LEITE (1999, p. 18). 9 A definição do factoring moderno foi aprovada pela Convenção Diplomática de Ottawa - Maio/88 - que consolidou toda a doutrina do factoring que vinha sendo praticada no mundo, onde cinqüenta e três nações signatárias (entre estas o Brasil) finnaram este acordo internacional, patrocinado pelo Governo do Canadá e promovido pelo Unidroit (lnstitut Internacional Pour I'Unification Ou Oroit Privé), com sede em Roma e fundado em 1926 pela antiga Liga das Nações. (Leite, 1999)

17 16 realizada, não sendo cabível, portanto, cogitar-se da cobrança de juros. Esse deságio cobrado pela empresa faturizadora é conhecido por fator de compra e contém todos os componentes do custeio das operações. Consubstanciado na mencionada Convenção de Otawa, o factoring foi conceituado legalmente 10 como a atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, conjugada com a compra de créditos de empresas - resultantes de suas vendas mercantis a prazo, ou de prestação de serviço -, excluídas transações de consumo, representadas pela compra de produtos destinados ao uso pessoal, familiar ou doméstico. 11 Por isso, conforme a Resolução n /95 do BACEN, a prática de qualquer ato financeiro alheio a esta definição legal, viola a Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro (Lei n /86), conforme Barros 12, e contraria a Lei de Reforma Bancária 13. Segundo Diniz 14 : o contrato de faturização, de fomento mercantil ou factoring é aquele em que um industrial ou comerciante (faturizado) cede a outro (faturizador), no todo ou em parte, os créditos provenientes de suas vendas mercantis a terceiro, mediante o pagamento de uma remuneração, consistente no desconto sobre os respectivos valores, ou seja, conforme o montante de tais créditos. É um 10 A definição conceitual foi adaptada pela Lei n /95, arts. 28, 1, c. 4 e 48, parágrafo único, c Referido conceito foi posteriormente confirmado, em seus exatos termos, pelo art. 58 da Lei n.o 9.430/ BARROS, José Roberto Mendonça. Análise do Ajuste do Sistema Financeiro no Brasil. SPE Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Artigo disponibilizado pela Internet no site < Acessado em 15/10/ BRASIL, Lei n.o 4595, de 31 dezembro de Dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias, cria o Conselho Monetário Nacional e da outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, pág 12081, 31 de dez (retificada na edição de 03 de fev à pág 1321) DINIZ. Maria Helena.Tratado Teórico e Prático dos Contratos. São Paulo: Saraiva, 1999, p.71.

18 17 contrato que se liga à emissão e transferência de faturas. (... ) É, portanto, o contrato principal celebrado entre a empresa de factoring e seu cliente, para aquisição de créditos faturados pelo último, que transfere àquela empresa seus direitos creditários decorrentes de venda mercantil ou prestação de serviços. Martins descreve que: o contrato de faturização, ou factoring, é aquele em que um comerciante cede a outro os créditos, na totalidade ou em parte, de suas vendas a terceiros, recebendo o primeiro do segundo, o montante desses créditos, mediante o pagamento de uma remuneração. 15 o Unidroit, através de técnicos, juristas e empresários, estudou o factoring durante 14 anos, produzindo muitos relatórios, dos quais se extraíram preciosos subsídios. Dentre as conclusões, convém ressaltar aquela que estabelece que só o contrato que inclua a realização de, no mínimo, dois dos seguintes serviços, em bases contínuas, será considerado como factoring: 16 Acompanhamento comercial e das contas a receber e a pagar; Exame da situação creditícia da empresa compradora dos produtos; Seleção de riscos; Cobrança; e Suprimento de recursos. Sendo um conjunto de serviços de apoio gerencial e de fornecimento de recursos à empresa-cliente, mediante a venda de sua produção, o factoring só pode ter como clientes pessoas jurídicas(empresas), visto que é um mecanismo intrinsecamente vinculado ao setor produtivo(de bens ou serviços): É a prestação de serviços, em base contínua, os mais variados e abrangentes, conjugada com a aquisição de créditos de empresas, resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação de serviços, realizadas a prazo. Esta 15 MARTINS, Fran. Contratos e Obrigações Comerciais. Rio de Janeiro: Forense, 2000, p ANFAC - Associação Nacional das Empresas de Factoring. Cartilha: o que é Factoring, disponível pela Internet no site < Acessado em 19/08/03.

19 18 definição, aprovada na Convenção Diplomática de Ottawa, em maio de 1988, da qual participou o Brasil com mais 52 Nações, consta do Art. 28 da Lei 8981/95. No Brasil, traduzimos a expressão FACTORING, de origem latina, para fomento mercantil. As empresas aqui são conhecidas como sociedades de fomento mercantil. São sociedades mercantis, registradas e arquivadas nas Juntas Comerciais. 17 De acordo com a Factors Chain Intemational (IFC), instituição internacional de empresas independentes de fomento mercantil, podemos destacar a seguinte definição: (...) factoring is a complete financiai package that combines credit protection, accounts receivable bookkeeping, and col/ection services. It is an agreement befineen the factor and a sel/er. Under the agreement, the factor purchases the sel/er's accounts receivable, norrnal/y without recourse, and assumes the responsibility for the debtor's financiai ability to pay. If the debtor goes bankrupt or is unable to pay it's debts for credit reasons, the factor wil/ pay the sel/er. When the sel/er and the buyer are in different countries the service is cal/ed intemational factoring Destacados os diferentes conceitos sobre o tema aqui desenvolvido, a definição que melhor configura o factoring, nos dias atuais, é a de Leite(1999), a qual abrange todas as atividades que podem ser desenvolvidas pela empresa de fomento mercantil, como a compra de direitos de crédito e a prestação de serviços para suas empresas-clientes, assim como a diferença entre empresas de fomento mercantil e instituições financeiras, a qual será abordada posteriormente nesse trabalho. 17 'd ibid. 18 Tradução nossa: "(... ) factoring é um pacote financeiro completo que combina proteção de crédito, gerenciamento de contas a receber e serviços de cobranças. Esse é um acordo entre o facto r e o vendedor. Sob o qual, o factor adquire as contas a receber do vendedor, normalmente sem recurso, e assume a responsabilidade para o devedor de pagar. Se o devedor tomar-se insolvente ou não ter como pagar por razões de crédito, o factor pagará ao vendedor. Quando o vendedor e o comprador estão em países diferentes, o serviço é chamado de factoring internacional". 19 IFC - Factors Chain International Home page da instituição disponível na internet no site < Acessado em 21/08/03.

20 Origens históricas A palavra factoring é de origem inglesa, enraizada no latim - do verbo facere (fazer), de onde provém o substantivo factor (declinação nominativa), factoris (declinação genitiva), com o significado de aquele que faz alguma coisa, que desenvolve ou fomenta uma atividade. O sufixo ing é proveniente do inglês, que acoplado ao substantivo factor, expressa em fazendo, ou em agindo. A origem do factoring, conforme respeitados pesquisadores, remonta-se na mais longínqua Antigüidade. Sebastião de Nóbrega Pizarro e Margarida Mendes Calixto, autores portugueses, citados por Donini 20, afirmam que: Como em quase todas as relações de caráter comercial, é difícil situar o aparecimento do factoring, ou melhor, da atividade dos factors. Houve quem encontrasse reminiscências deste tipo de atividade na cultura neobabilônica dos Caldeus, onde um sujeito, mediante o pagamento de uma comissão, garantia a cobrança de créditos. 21 Nas antigas Grécia e Roma, comerciantes incumbiam a agentes (factors), disseminados por lugares diversos, a guarda e venda de mercadorias de sua propriedade. A expressão factors, em seu sentido original de "agente mercantil" para os romanos, designava o comerciante que exercia suas atividades por conta de outros comerciantes. No mundo antigo, fenícios, gregos e romanos, que estabeleciam seus pontos às margens do mar Mediterrâneo, eram considerados comerciantes especializados que recebiam, armazenavam e vendiam as mercadorias e faziam cobrança por conta de seus comitentes, mediante uma remuneração. 22 Na Idade Média, os factors se tornaram itinerantes, pois percorriam longas distâncias entre as várias regiões da Europa e do Oriente Médio, como agentes 20 DONINI, Antonio Carlos. Factoring: de acordo com o novo Código Civil. Rio de Janeiro: Forense, , 2002, p LEITE (1999, p. 19).

21 20 de compra e venda de produtos, mercadorias e especiarias, desenvolvendo intenso comércio. Nos séculos XVI e XVII, a política de expansão colonial adotada pela Inglaterra, Países Baixos, Portugal e Espanha, valorizou a missão dos factors que notoriamente itinerantes, foram obrigados a instalar-se nas colônias de alémmar, tornando-se os representantes e depositários locais das mercadorias enviadas pelos comerciantes das metrópoles européias. No período da colonização, a origem do factoring, da forma como praticado na atualidade, remonta a partir do século XVI na Inglaterra, juntamente com os descobrimentos marítimos e a colonização britânica no novo mundo, segundo o professor Jacobo Leonis, citado por Donini 23 : o modemo factoring tem seu antecedente mais remoto no século XIV, na Inglaterra, quando foi utilizado ali exclusivamente no mercado têxtil, no setor da lã. As peças de lã confeccionadas pelos fabricantes eram aceitas em regime de consignação por determinados comerciantes que as vendiam a outros e por alguma razão especial os consignatórios garantiam aos fabricantes a cobrança de seus créditos comerciais contra os adquirentes. Durante os séculos XVII e XVIII, o factoring adquiriu grande importância na América anglo-saxônica, onde os factors representavam e trabalhavam para interesses britânicos, recebendo e distribuindo as mercadorias importadas, efetuando a cobrança das mesmas e ainda efetuando antecipações ou adiantamentos aos exportadores ingleses. Mais tarde, com a emancipação dos Estados Unidos da América (EUA), e com a promulgação das primeiras leis alfandegárias protetoras de sua indústria, os factors dali se desligaram dos exportadores da antiga metrópole e começaram a empregar seus conhecimentos e sua capacidade econômica em benefício dos fabricantes do novo país. No século XVIII, com a implantação da indústria têxtil na colônia americana, tornou-se preponderante a função do factor, que 23 Leonis apud DONINI (2002, p. 14).

22 21 era designado nos contratos com o nome de Agents e Factors. Finalmente, em 1808, na cidade de Nova York, surgiu a primeira operação, que, realizada por um factor, passou a ser denominada universalmente como factoring. 24 Nos Estados Unidos, até as primeiras três décadas do século XX, o factoring estava direcionado às manufaturas de algodão, lã e indústria têxtil. Mas, devido às crises bancárias de 1931 e 1933, o factoring, que ficava à margem das rigorosas regulamentações bancárias dos Estados Federais da União, começou a estender-se para outras indústrias como móveis, sapatos, plásticos, produtos químicos, couro, desenhos e brinquedos, e, posteriormente, de eletrodomésticos. Assim, por conhecer melhor a solvência dos compradores, a função do factor era representar os vendedores da metrópole que, ao tornarem-se os cobradores normais dos créditos decorrentes das vendas, passaram a adiantar dinheiro em relação aos créditos e, finalmente, a garantir o adimplemento dos adquirentes das mercadorias. Essa familiaridade e um clima de confiança que se criava entre os agentes e vendedores, fizeram com que os pagamentos fossem remetidos logo que recebidos com uma dedução de uma comissão remuneratória. Posteriormente, os agentes recebiam os valores junto aos adquirentes, quando efetivamente se reembolsavam dos pagamentos adiantados. Dessa forma, o factor passou, de um simples comissário, a assumir uma posição de financiador de comerciantes, adquirindo os seus créditos mediante o pagamento dos mesmos em épocas combinadas mas, em regra, antes do vencimento. A respeito destes marcos históricos, LUZ 25 (1996) comenta que: (...) Essa simples corretagem comercial sofreria, nos Estados Unidos, surpreendente evolução. A princípio desenvolveu-se ligada especialmente à importação de produtos ingleses e, mais tarde após a declaração de independência, voltada à produção interna. Alguns desses corretores comissionados foram criando formas de participação mais ativa no negócio de seus representados. Passaram estão a garantir as vendas, mantendo cativo o 24 DONINI (2002, passim). 25 LUZ, Aramy Dornelles. Negócios Jurídicos Bancários. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1996.

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