OBJETO: Registro Tardio de Nascimento Desnecessidade de Apresentação da Declaração de Nascido Vivo (DNV) Provimento n. 23/2013 do CNJ.
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1 CONSULTA N.º 30/2013 CAOP Cível OBJETO: Registro Tardio de Nascimento Desnecessidade de Apresentação da Declaração de Nascido Vivo (DNV) Provimento n. 23/2013 do CNJ. INTERESSADA: PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE SÃO JOÃO CONSULTA N. 30/2013: 1. Trata-se de consulta formulada por meio de contato telefônico, pelo d. Promotor de Justiça da Comarca de São João, Dr. Flávio Caliri Schmidt, a respeito das medidas cabíveis diante da necessidade de registro tardio de nascimento de uma criança, com aproximadamente três anos de idade, criada apenas pela mãe biológica - a qual, por equívoco no momento do nascimento, não constou como genitora na Declaração de Nascida Viva - DNV emitida pela unidade hospitalar. Segundo o consulente, o pai biológico da criança é ausente, mas a mãe tem conhecimento da sua identidade e endereço. É o que cumpria relatar, passo à manifestação. 1
2 2. Identificamos que o Provimento n 28/2013 do Conselho Nacional de Justiça - CNJ (anexo e disponível no site deste CAOP no seguinte link: gistro_tardio_nascimento.pdf) - dispõe sobre o registro tardio de nascimento, por Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais, e prevê, em seu art. 3, quais os documentos que devem acompanhar o requerimento. Dentre eles, exige-se o atestado de duas testemunhas que reconheçam a identidade do registrando. Todavia, não é requisito essencial para o registro tardio a apresentação da Declaração de Nascido Vivo da criança. Tanto o documento não é indispensável que o art. 7 do sobredito provimento determina que, sendo o registrando menor de 12 (doze) anos de idade, é possível substituir o atestado das testemunhas pela Declaração de Nascido Vivo, ou seja, não há necessidade de que ambos os documentos instruam o requerimento. Corroborando esse entendimento, destacamos o art. 9, caput e 1, do mesmo provimento, que esclarece que a maternidade será lançada no registro de acordo com a Declaração de Nascido Vivo, quando for apresentada, na medida em que a filiação pode ser estabelecida com base no reconhecimento espontâneo dos genitores (cf. art , inciso I, do CC). 2
3 Por outro lado, tem-se que a leitura do item do Código de Normas da Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Paraná permite concluir que a Declaração de Nascido Vivo pode ser emitida somente até a idade de seis meses - de modo que não seria viável a expedição de novo documento dessa natureza, tão somente com o fim de constar a verdadeira filiação materna da criança. No caso apresentado na consulta, a mãe deseja reconhecer espontaneamente a maternidade e, não fosse por isso, detém exame de DNA comprovando a filiação biológica. Desse modo, acreditamos que não há necessidade de discussão acerca da irregularidade na Declaração de Nascido Vivo, bem como que não há óbice para o registro tardio da criança, ainda que apenas com maternidade estabelecida. Nesse ponto, considerando que o pai da criança se encontra ausente, deverá o Oficial de Registro Civil coletar as informações referentes a sua identidade e endereço e instaurar procedimento de investigação oficiosa de paternidade. Relativamente ao procedimento de averiguação oficiosa de paternidade, este CAOP possui material de apoio que poderá auxiliar o d. Promotor de Justiça. O informativo n 43 trata dos feitos de investigação oficiosa de paternidade e pode ser consultado no seguinte link: 3
4 o=75 Há, ainda, uma explicação a respeito dos principais aspectos que envolvem esse procedimento em material elaborado para aula do Curso de Formação dos novos Promotores, realizada pela Dr.ª Terezinha Signorini - Coordenadora deste CAOP. As informações constam em slides anexos à presente resposta (a partir do slide n 36). 3. Frente ao questionamento formulado e aos dados fornecidos a esta coordenadoria do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça Cíveis, Falimentares, de Liquidações Extrajudiciais, das Fundações e do Terceiro Setor, são esses, em tese, os esclarecimentos que se entende adequados. Persistindo quaisquer dúvidas, poderá a solicitante encaminhar novos questionamentos. Curitiba, 16 de agosto de TEREZINHA DE JESUS SOUZA SIGNORINI Procuradora de Justiça Coordenadora Samantha Karin Muniz Assessora Jurídica 4
5 5
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