REGULAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO: ESTADO DA ARTE, TENDÊNCIAS E VISÃO FUTURA. Maio de 2009 José Mário Miranda Abdo Sócio

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1 REGULAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO: ESTADO DA ARTE, TENDÊNCIAS E VISÃO FUTURA Maio de 2009 José Mário Miranda Abdo Sócio

2 Sumário I. Objetivo II. Antecedentes III. O caso do setor elétrico brasileiro IV. Lições retiradas da experiência internacional V. Situação brasileira e desafios VI. Tendências

3 I - Objetivo Destacar as principais lições que podem ser retiradas da experiência internacional sobre as reformas regulatórias realizadas Enfatizar o caso brasileiro sob a ótica das reformas realizadas atualidade, desafios e tendências

4 II - Antecedentes Objetivo das reformas Criar novos acordos institucionais para o setor elétrico que forneçam benefícios de longo prazo para a sociedade Garantir que parte apropriada desses benefícios seja transferida para os consumidores - preços que reflitam o custo econômico eficiente Estabelecer atributos de qualidade de serviço que reflitam as valorações dos consumidores

5 III - O caso do setor elétrico brasileiro (1/12) A primeira reforma estruturante do setor Objetivo: Estancar a onda de inadimplência generalizada e a ineficiência que assolavam o setor no início da década de 90

6 III - O caso do setor elétrico brasileiro (2/12) A primeira reforma estruturante do setor Encontro de contas entre empresas credoras e devedoras Eliminou-se o regime de equalização tarifária Estabeleceu-se a obrigatoriedade de contratos de suprimento de energia entre as geradoras e as distribuidoras

7 III - O caso do setor elétrico brasileiro (3/12) A segunda reestruturação do setor 1995 Princípios: competitividade e eficiência estabilidade de regras racionalização da oferta e demanda capacidade de investimento do setor fortalecimento do Estado regulador e fiscalizador participação privada melhoria da qualidade preços justos aos consumidores e concessionários transição segura

8 III - O caso do setor elétrico brasileiro (4/12) A segunda reestruturação do setor 1995 Arranjo institucional e regulatório: Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL Operador Nacional do Sistema - ONS Mercado Atacadista de Energia - MAE Segmentação das atividades Produtor Independente de Energia - PIE Consumidor livre Comercializador de energia Livre acesso às redes elétricas Limites de concentração de mercado

9 III - O caso do setor elétrico brasileiro (5/12) A segunda reestruturação do setor 1995 Fatos relevantes: Agência Reguladora com independência decisória e respeito ao devido processo legal Aumento e democratização dos investimentos Melhoria da qualidade do serviço Aumento de consumidores livres Início da universalização dos serviços

10 III - O caso do setor elétrico brasileiro (6/12) A segunda reestruturação do setor 1995 Fatos relevantes: Ação fiscalizadora em 100% das concessionárias Ampliação de programas de P&D e eficiência energética Expansão de G e T Crescimento de fontes renováveis Introdução da regulação por incentivos reajuste e revisão tarifária Ampliação e garantia dos direitos e cumprimento dos deveres de investidores e consumidores

11 III - O caso do setor elétrico brasileiro (7/12) A segunda reestruturação do setor 1995 Fatos relevantes: Não prosseguiu a privatização das empresas estatais de geração e descontinuidade na distribuição Nenhuma nova concessão foi outorgada entre 1988 (CF) e 1995 ausência de lei para regulamentar as concessões por licitação Velocidade de recuperação do investimento na oferta para cobrir a lacuna entre 1988 e 1995, aliado ao baixo regime de chuvas, provocou o racionamento em 2001 sem corte de carga

12 III - O caso do setor elétrico brasileiro (8/12) A segunda reestruturação do setor 1995 Fatos relevantes: Marco legal elaborado de forma segmentada ANEEL só começou a funcionar no final de 1997 Dificuldade da competição, pelo funcionamento inadequado do MAE e também por distorções na formação de preço com tendência de alta Política para o gás natural dissociada do uso para a geração de energia elétrica

13 III - O caso do setor elétrico brasileiro (9/12) O Terceiro Movimento Buscar a modicidade tarifária Acelerar o processo de universalização Garantir o abastecimento do mercado Ambiente de Contratação Regulada - ACR Ambiente de Contratação Livre - ACL

14 III - O caso do setor elétrico brasileiro (10/12) O Terceiro Movimento Fortalecimento do papel do Estado no planejamento do setor criação da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) Fortalecimento do Governo nas funções de Poder Concedente e no estabelecimento das diretrizes setoriais

15 III - O caso do setor elétrico brasileiro (11/12) O Terceiro Movimento 2004 Fatos relevantes: Ajustes legais necessários para alcançar os objetivos almejados demandaram cerca de 2 anos deslocamento dos investimentos Manutenção das bases regulatórias da Transmissão, distribuição, PIE e consumidor livre Preservação e aperfeiçoamento do ambiente de liquidação e contabilização da energia comercializada - criação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) Extinção formal do processo de privatização das estatais federais

16 III - O caso do setor elétrico brasileiro (12/12) O Terceiro Movimento 2004 Fatos relevantes: Estado Regulador e o Estado Provedor de Serviços atuando conjuntamente Alterações nas regras dos leilões de geração - menor preço da energia ofertada Licenciamento ambiental do empreendimento antes do leilão, mas sem a celeridade esperada com a mudança Continuidade do programa de universalização Aprimoramento da governança do ONS Criação do CMSE Operação das UTEs fora da ordem de mérito

17 IV - Lições retiradas da experiência internacional (1/4) 1. As reformas do setor elétrico trazem benefícios potenciais expressivos, mas também carregam o risco de custos potenciais significativos, caso as reformas sejam implementadas de forma incompleta ou incorreta.

18 IV - Lições retiradas da experiência internacional (2/4) 2. O modelo formal de reestruturação, reforma regulatória e desenho de mercado é um guia para uma reforma bem sucedida e deve considerar as seguintes características essenciais: quebra de monopólios de energia para criar competição separação vertical de segmentos potencialmente competitivos reestruturação horizontal do segmento de geração integração horizontal das empresas de transmissão e operação de rede

19 IV - Lições retiradas da experiência internacional (3/4) criação de instituições públicas de mercado spot de energia e de operação de mercado implementação de regras regulatórias e instituições de apoio para promover o acesso eficiente às redes de transmissão. desenvolvimento de instituições ativas do lado da demanda agências regulatórias independentes estabelecimento de mecanismos de transição, compatíveis com o desenvolvimento de mercados competitivos

20 IV - Lições retiradas da experiência internacional (4/4) 3. A reforma do setor elétrico parece ser um processo contínuo de melhoramento, mas o processo de continuar reformando as reformas possui benefícios e custos potenciais 4. É importante um forte compromisso político com a reforma

21 V - Situação brasileira e desafios (1/5) Apresenta estabilidade institucional Na comercialização, há espaço para ampliar o universo de consumidores potencialmente livres, sem prejuízo das distribuidoras Ampliação das fontes complementares e renováveis na matriz energética Maior disponibilidade de informações sobre o setor regulado continua insuficiente principalmente sobre o desempenho operacional e financeiro das empresas O acesso de novos consumidores é uma questão de política governamental com impactos na regulação

22 V - Situação brasileira e desafios (2/5) Maior agilidade no processo de licenciamento ambiental Decisões nas revisões tarifárias causam certa instabilidade agências de riscos reavaliam entrada de novos players na distribuição Estatais federais voltam a investir em parceria com o setor privado Dificuldades na redução da perda não técnica de energia elétrica Existe potencial de Outras Receitas tanto em benefício do investidor como da modicidade tarifária Atenção às mudanças que se queira empreender naquilo que está sendo exitoso Exemplo: a transmissão

23 V - Situação brasileira e desafios (3/5) Questões como o intercâmbio energético entre os países do cone sul e da comunidade andina, não adequadamente resolvidas, merecem prioridade Considerar a reforma tributária e a alocação adequada dos encargos para desonerar o setor na busca da modicidade tarifária Evitar a judicialização do setor Definição urgente sobre a prorrogação ou não das concessões Monitoração e efetiva execução dos regimes de qualidade de serviço - questão crítica pendente

24 V - Situação brasileira e desafios (4/5) Encargos excessivos dificultam a eficiência do setor e não contribuem para a modicidade tarifaria Encargos financeiros para implementação de políticas de incentivos ou de redução de desigualdades sociais devem ser suportados pelos contribuintes para não prejudicar a modicidade tarifária Fundos como a CDE deveriam ser suportados por recursos do orçamento da União consignados na LOA A ANEEL na condição de reguladora do funcionamento do setor e depositária de informações setoriais deve subsidiar também a concepção de políticas que busquem a eficiência do setor e sua saúde econômica e financeira

25 V - Situação brasileira e desafios (5/5) O setor elétrico é parte importante do desenvolvimento sócio-econômico, mas deve ser apoiado por outros instrumentos de política pública que favoreçam esse desenvolvimento sem prejuízo das políticas setoriais Necessidade de ampliar diálogo do Regulador com os agentes Transparência como principal indutor da ação de qualquer Regulador Preservar a independência decisória da Agência Reguladora Pautar a atuação do regulador em aspectos estruturais, em consonância com os papéis institucionais.

26 VI Tendências (1/4) Risco de atuação conjuntural do regulador no enfrentamento de crises ou de fortes pressões Principais indutores da agenda futura do setor: altos preços das fontes de energia e dos equipamentos de conversão, segurança no fornecimento e mitigação e adaptação às mudanças climáticas e outras questões ambientais Eficiência na expansão do setor de energia será função da maior disputa na implantação de empreendimentos de geração

27 VI Tendências (2/4) Grandes geradores terão como ponto de concorrência a disputa pelo mercado cativo O mercado livre deverá ficar voltado não só para oportunidades de ofertas circunstanciais e para a margem complementar de viabilização dos grandes empreendimentos A evolução da tecnologia e a criação de instrumentos regulatórios em prol da modicidade tarifária Aperfeiçoamento da estrutura tarifária contribuindo para o uso eficiente da energia

28 VI Tendências (3/4) No longo prazo, a regulação dos países da América do Sul e da Comunidade Andina tenderá a ser mais harmônica Redução da assimetria de informação e controle social condicionados à maior participação da sociedade e ao processo de políticas educacionais Distribuição e transmissão seguirão como serviços monopolistas, mas os usuários terão outras alternativas de compra no varejo

29 VI Tendências (4/4) Regulação por incentivo associada a uma gestão eficiente das empresas conduzirá à redução de custos sem reduzir a qualidade de serviço Maior exigência de disponibilidade de informações sobre o desempenho das empresas reguladas Exigência do aumento de transparência e clareza na regulação conduzirá à implantação do sistema de administração de informações regulatórias

30 Muito obrigado! ABDO, ELLERY & ASSOCIADOS - AEA CONSULTORIA Consultoria Empresarial em Energia e Regulação LTDA. SRTVS Q. 701, bl. O, nº 110, salas 868 a 871 Ed. Centro Multiempresarial Brasília-DF BRASIL fone: ; fax: aea@aeaconsultoriaer.com.br

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