Transtornos relacionados ao uso de substâncias

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1 Transtornos relacionados ao uso de substâncias ARTHUR GUERRA DE ANDRADE Professor Associado do Departamento de Psiquiatria, Faculdade de Medicina USP Professor Titular de Psiquiatria e Psicologia Médica, Faculdade de Medicina ABC 11/4/2011

2 Tópicos a serem abordados: I. Uso de drogas II. Critérios diagnósticos III. Principais substâncias IV. Outras substâncias

3 Definição de droga (OMS) Medicina: qualquer subst que previne ou cura doenças ou o bem-estar Farmacológica: qualquer agente químico que altera processos bioquímicos e fisiológicos Geral: produtos químicos, psicotrópicos ou psicoativos, de origem natural ou laboratorial, que produzem efeitos sobre o SNC e resultam em alterações na mente, corpo e/ou comportamento

4 Conceitos Substância psicoativa: atua sobre o SNC, alterando o estado normal de vigília e sensopercepção Substância psicotrópica: além do efeito psicoativo pode levar à dependência Nem toda subst psicoativa tem potencial de causar dependência

5 Classificação segundo efeitos no SNC Drogas Estimulantes Depressoras Perturbadoras Anfetaminas Álcool Maconha Cocaína (crack/merla) Sed/barbit LSD Cafeína Bdz Ayahuasca Nicotina Opioides Ecstasy Solv/inalantes Anticolinérgicos

6 Sistema de recompensa (dopaminérgico) Julgamento Córtex pré-frontal Movimento Sensações Memória Visão Núcleo accumbens Área tegmentar ventral Coordenação motora

7 Etiologia da dependência multifatorial Fatores sociodemográficos Demográficos (gênero, renda familiar, idade) Cultura (religião, política das drogas no país) Ambiente familiar Pressão de grupo Acesso Biológicos/comorbidades Herança familiar Personalidade Psicopatologia (ex: TDAH, depressão) Efeitos farmacológicos da droga

8 Epidemiologia no Brasil Uso na vida de qualquer droga, exceto álcool e tabaco População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas 23% 26% 49% 44% 41%

9 Tópicos a serem abordados: I. Uso de drogas II. Critérios diagnósticos III. Principais substâncias IV. Outras substâncias

10 Critérios diagnósticos x riscos Dependência Problemas graves Abuso Uso freq e pesado Uso freq Uso esporádico Uso experimental Abstinência Nenhum problema

11 Diretrizes diagnósticas Manual Diagn e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), 2002 Classificação Estatístico Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), 1993 DSM-IV-TR CID-10 concordância do diagn = 80%

12 Critérios diagnósticos CID-10 (1) Transt mentais e de comport devidos ao uso de subst psicoativa Uso nocivo (abuso p/ DSM-IV-TR) Síndrome de Dependência

13 Critérios diagnósticos CID-10 (2) Uso nocivo Uso responsável por dano físico ou psicológico Natureza do dano é identificável Uso persiste por pelo menos 1 mês ou repetido nos últimos 12 meses Não satisfaz critérios para dependência Dependência 3 ou + itens, ocorrendo por pelo menos 1 mês ou de forma repetida em 12 meses: Forte desejo ou compulsão Falta de controle Abstinência ocorre quando o uso é interrompido ou reduzido Tolerância Desinteresse/ abandono de atividades Uso persistente, mesmo gerando consequências nocivas

14 Diagnóstico diferencial (importante) Ep maníaco Ep psicótico agudo Transt bipolar Transt de humor 30 dias de abstinência p/ diagn diferencial

15 Tópicos a serem abordados: I. Uso de drogas II. Critérios diagnósticos III. Principais substâncias IV. Outras substâncias

16 Principais substâncias: 1. Álcool 2. Tabaco 3. Maconha 4. Cocaína/crack

17 Epidemiologia no Brasil Uso na vida População geral: 75% Ensino fundamental e médio: 61% Universitários: 86% USP: 93% USP-Biológicas: 95% Abuso/dependência População geral: 3% abuso e 9% dependência Região Metr de São Paulo: 10% abuso e 4% dependência

18 Uso de questionários CAGE (4 questões): Diagnóstico (1) Cut-down: deveria a quantidade ou parar? Annoyed: aborrecimento por críticas ao consumo? Guilty: sente-se chateado consigo mesmo ou culpado? Eye-opener: bebe pela manhã nervosismo/ressaca?

19 Diagnóstico (2) Hemograma Valores de corte sugeridos para uso pesado: Gama-glutamiltransferase (GGT) >35 u/l Transferina carboidrato-deficiente (CDT) >20 G/L ou >2,6% Alanina aminotransferase (TGP/ALT)>67 u/l Aspartato aminotransferase (TGO/AST) >65 u/l

20 Intoxicação aguda Concentração de álcool no sangue (g/100 ml) e efeitos 0,01-0,05 ritmo cardíaco e respiratório, euforia, relaxamento 0,06-0,10 Entorpec fisiológico, atenção, vigília, força muscular 0,10-0,15 Reflexos lentos, equilíbrio e movimento, fala arrastada 0,16-0,29 Transt graves dos sentidos, inclusive consciência 0,30-0,39 Letargia profunda, perda de consc, morte (muitos casos) 0,40 ou + Inconsc, parada respirat, morte (insuficiência respiratória)

21 Intoxicação patológica Avaliar: TCE Infecções Distúrbios hidroeletrolíticos Metabólicos

22 Síndrome de Abstinência Alcoólica 4 estágios (o indivíduo pode ou não passar por todos eles): Hiperativid autonômica: sensopercep, tremores, náusea Alucinações ou ilusões transitórias Excitação neuronal Delirium tremens

23 Inicia-se na 1ª sem de abstinência ou de álcool ~5% dos alcoolistas Hiperatividade autonômica Flutuação atividade psicomotora (agitação vs letargia) Convulsões Distúrbios metabólicos Delirium tremens Sintomas consciência Alterações da sensopercepção Desorientação Alteração da atenção

24 Tratamento Depende do padrão de consumo e problemas relacionados: Se não bebe não incentive o paciente a começar Uso moderado pode manter padrão, mas explicar riscos Bebedores perigosos intervenção breve Critérios de abuso/dependência Procurar especialista

25 Intervenção breve Público alvo: médicos de cuidados primários Eficácia: pacientes não dependentes de álcool Meta: beber moderado, não abstinência 4 sessões ou - (apenas alguns min)

26 Principais substâncias: 1. Álcool 2. Tabaco 3. Maconha 4. Cocaína/crack

27 Tabaco > 1 bilhão de fumantes em todo o mundo em regiões em desenvolvimento Ex: China, Índia, América do Sul

28 Epidemiologia no Brasil ~17% de tabagistas 25 milhões ~34% destes fumam de 15 a 24 cigarros por dia População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas Na vida 44% 17% 47% 52% 47% No último ano 19% 10% 28% 24% 21%

29 Tratamento Reposição nicotínica (ex: chiclete, adesivo) Medicamentos: Bupropiona (Zyban, Bup, Wellbutrin ) Vereniclina (Champix ) Nortriptilina Terapia cognitivo-comportamental (TCC) Mais de um tratamento pode ser utilizado

30 Principais substâncias: 1. Álcool 2. Tabaco 3. Maconha 4. Cocaína/crack

31 Maconha Cannabis sativa: delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ-9-THC) Receptores córtex, hipocampo, cerebelo e gângl basais

32 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas 9% 6% 26% 34% 30%

33 Sintomas de intoxicação Hiperemia conjuntival Boca seca, sedação Confusão Alteração de atenção e memória de fixação Lentificação ou agitação psicomotora Incoordenação motora Alterações de sensopercepção (visuais e táteis) apetite Possíveis sintomas paranóides/ataq de pânico

34 Dependência Complicações do uso Ataques de pânico Quadros depressivos e esquizofreniformes Baixa toxicidade: sem relatos de morte/overdose

35 Síndrome amotivacional Apatia capacidade de realização e tomada de decisões energia e motivação capacidade cognitiva

36 Principais substâncias: 1. Álcool 2. Tabaco 3. Maconha 4. Cocaína/crack

37 Cocaína Administração: cheirada, injetada e ingerida (pó) ou fumada (crack/merla) Erythroxylum coca Duração dos efeitos depende da via de administração

38 Crack (cocaína fumada) Alto potencial de abuso: Efeitos + rápidos, > tolerância e adaptação Maior velocidade de eliminação Uso repetitivo para obtenção do efeito

39 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas Cocaína 3% 3% 8% 7% 3% Crack 1% 1% 1% 1% 1%

40 Físicos Efeitos Psiquiátricos Cardiovasculares Ansiedade Neurológicos Depressão Doenças (HIV, hepatite) Psicose

41 Tópicos a serem abordados: I. Uso de drogas II. Critérios diagnósticos III. Principais substâncias IV. Outras substâncias

42 Outras substâncias: 1. Anfetaminas 2. Ecstasy 3. Anabolizantes 4. Opioides 5. Inalantes 6. Alucinógenos

43 Anfetaminas Ex: anfetamina, dexanfetamina, metanfetamina, fenfluramina concentrações extracelulares de DA e noradrenalina

44 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas 3% 2% 14% 9% 10% Maiores prevalências em mulheres

45 Físicos Efeitos Abulia Pressão alta Complicações cardiovasculares Distúrbios do sono Perda de apetite Psiquiátricos Paranóia Sintomas de abstinência

46 Outras substâncias: 1. Anfetaminas 2. Ecstasy 3. Anabolizantes 4. Opioides 5. Inalantes 6. Alucinógenos

47 Ecstasy = MDMA 3,4-metilenodioximetanfetamina Derivado da anfetamina, c/ propriedades alucin e estimul Também pode conter Metanfetamina Cafeína Dextrometorfano Efedrina Cocaína e prolonga a ação da serotonina

48 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas 1% 8% 7% 6%

49 Efeitos Físicos Pressão arterial Batimento cardíaco Temperatura Ranger dos dentes Hipotermia Psiquiátricos Confusão Depressão Problemas de sono Ansiedade Paranóia

50 Efeitos severos raros Hipotermia severa Rabdomiólise Falência múltipla de órgãos Epilepsia Infarto cerebral ou hemorragia intracraniana Morte

51 Riscos associados Impulsividade Comportamentos sexuais número de parceiros uso de contraceptivos

52 Perfil do usuário de ecstasy Idade entre 18 e 25 anos Universitário Usuário de múltiplas drogas Frequenta festas raves

53 Outras substâncias: 1. Anfetaminas 2. Ecstasy 3. Anabolizantes 4. Opioides 5. Inalantes 6. Alucinógenos

54 Anabolizantes Variantes sintéticos da testosterona Prescrição: tratamento de deficiências hormonais Abuso: melhorar o desempenho e/ou aparência física

55 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas 1% 1% 4% 1% 0,3%

56 Físicos muscular Icterícia Efeitos Psiquiátricos Dependência Disfunção psiquiátrica Retenção de líquidos pressão arterial do mal colesterol Alterações no humor Sint maníacos Irritabil/agressivid

57 Efeitos específicos Adolescência

58 Outras substâncias: 1. Anfetaminas 2. Ecstasy 3. Anabolizantes 4. Opioides 5. Inalantes 6. Alucinógenos

59 Opioides Analgésico Ex: morfina, codeína, oxicodona Algumas subst alívio da tosse e diarréia (ex: codeína) Papaver somniferum

60 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas 1% 1% 6% 1% 2%

61 Efeitos Físicos dor Sonolência Náusea Euforia Overdose Psiquiátricos Tolerância Dependência Problemas respiratórios

62 Tratamento TCC Farmacológico Substituição com metadona Naltrexona (Révia ) Bupropiona (Zyban, Bup, Wellbutrin ) Mais de um tratamento pode ser utilizado

63 Outras substâncias: 1. Anfetaminas 2. Ecstasy 3. Anabolizantes 4. Opioides 5. Inalantes 6. Alucinógenos

64 Inalantes Inalado pelo nariz ou pela boca Efeitos + rápidos = consumo

65 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) População geral Ensino fund e médio Universitários USP USP Biológicas 6% 9% 20% 19% 20%

66 Efeitos ~ aos do álcool Fala arrastada Falta de coordenação Tontura, vertigens Consequências Hipóxia, asfixia Danos no SNC Parada cardíaca (morte súbita) Alucinações/ delírios

67 Outras substâncias: 1. Anfetaminas 2. Ecstasy 3. Anabolizantes 4. Opioides 5. Inalantes 6. Alucinógenos

68 Alucinógenos Classificados como substâncias alcaloides Mimetiza efeitos da serotonina Ex: LSD, peiote, psilocibina,fenciclidina ( pó de anjo ) Não é considerada uma droga que leva à dependência, mas produz tolerância

69 Epidemiologia no Brasil (uso na vida) População geral Ensino fund e médio (LSD) Universitários USP USP Biológicas 1% 1% 8% 9% 6%

70 Físicos Efeitos Psiquiátricos Pupilas dilatadas Tremores temp corporal freq cardíaca e PA Sudorese Distorções na percepção e realidade Delírios Oscilações emocionais Flashbacks

71

72 Conclusões Álcool e crack principais problemas saúde pública Existe tratamento Índice de sucesso ~ a outras doenças crônicas Ex: diabetes, hipertensão, asma

73 Conclusões Drogas mais usadas no Brasil População geral Universitários USP

74

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