Comissão Permanente de Licitações

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Maria Eduarda Rayssa Fragoso Tavares
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1 Comissão Permanente de Licitações Informação n.º 117/ Trata-se de impugnação, interposta por SELETA Serviços Terceirizados Ltda., ao instrumento convocatório de Pregão Eletrônico n.º 54/2014, procedimento o qual objetiva a contratação de pessoa jurídica para a prestação de serviço de condução de veículos da PGJ/MPRS, visando suprir 27 (vinte e sete) postos de trabalho, pelo período de 12 (doze) meses, renováveis nos termos da lei, conforme especificações constantes neste Edital e seus Anexos.. A impugnante aponta 03 (três) itens do edital como suscetíveis de alteração, os quais dizem respeito à (a) alíquota de ISS no município de Porto Alegre, (b) encargos de manutenção de um preposto, e (c) posição do lucro na planilha de custos do contrato. manifestação. Remeteu-se a análise da área técnica, sobrevindo Breve relato. 2. Passa-se à respectiva análise Alíquota do ISS no município de Porto Alegre Segundo a impugnante, as planilhas de formação dos custos (os Anexos III do Edital) expõem que a alíquota de ISS seria de 2,5% (dois vírgula cinco por cento), enquanto que o percentual estabelecido na Lei Complementar Municipal n.º 7, de 01 de dezembro de 2013, seria de 5% (cinco por cento). Tal diferença conduziria a um desequilíbrio da proposta, ameaçando a exequibilidade do contrato. Ao final, requer que seja retificada a alíquota para 5% (cinco por cento). Não há motivo para alterar o edital em razão desse argumento, pois o próprio instrumento convocatório permite a alteração de percentual das planilhas de formação de custos. É imperioso destacar o subitem do Ato Convocatório: Rua General Andrade Neves, nº 106, 18º Andar Centro Porto Alegre/RS CEP: Fones: /8044/8065/ cplic@mp.rs.gov.br

período de 12 (doze) meses, renováveis nos termos da lei, conforme especificações constantes neste Edital e seus Anexos.

2 Os custos referidos no modelo de planilha dos Anexos III-A, III-B, III-C, III-D, III-E e III-F, constituem-se em indicativos mínimos de formação do preço. Havendo discrepância entre a planilha apresentada e os modelos dos A- nexos III, a Administração poderá realizar diligência para esclarecimento do seu conteúdo. Do exposto, é possível inferir que as planilhas são modelos (o que significa que estão sujeitas à edição) com indicações mínimas (pode haver outras), as quais serão analisadas pela Administração, que poderá exigir justificativas para esclarecer as diferenças encontradas em relação ao modelo proposto. No Pregão n.º 56/2012, cujo objeto era o mesmo do certame em tela, um dos esclarecimentos versava justamente sobre o assunto: a) Quanto às Planilhas de Custos e Formação de Preços e de Horas Extraordinárias, respectivamente, Anexos III e III-A do Edital: são modelos elaborados pela Administração para orientar as empresas licitantes, constituindo-se os seus elementos em indicativos mínimos de formação do preço. Em razão de serem exemplificativas, as planilhas poderão ser adequadas para fazer constar itens que as licitantes entendam necessários, como, por exemplo, incluir a incidência de impostos (ISS, PIS, COFINS, IR e CSLL) na Planilha de Horas Extraordinárias Anexo III-A do Edital. Havendo dúvida em relação a custo integrante da planilha apresentada, a Administração poderá realizar diligência para esclarecimento do seu conteúdo 1. Sendo a alíquota de ISS alterada para que fique em conformidade com a legislação tributária do município de Porto Alegre, essa seria uma justificativa mais do que suficiente para se aceitar os custos respectivos. Improcedente, neste ponto, a impugnação Custos referentes ao Preposto A impugnante refere que o subitem 4.g do Anexo II do Edital contém uma ilegalidade, pois, refere que a função de preposto não pode acrescentar custos aos preços contratados. Alega a insurgente que o próprio edital (subitem 5.4) seria ofendido se não fosse cobrado o custo 1 Ofício n.º 36/2012-CPLIC, de 03 de setembro de 2012, referente ao Pregão Eletrônico n.º 56/2012 Esclarecimento 03. 2

Do exposto, é possível inferir que as planilhas são modelos (o que significa que estão sujeitas à edição) com indicações mínimas (pode haver outras), as quais serão analisadas pela Administração, que

3 real com o preposto. Ao final, solicita modificação do instrumento convocatório. O assunto também já foi objeto de análise na área de licitações, nos certames eletrônicos 41/2011 e 56/2012. Primeiramente, deve ser salientado que a exigência do preposto está em perfeita conformidade com a legislação. Isto é, a presença de preposto nas instalações da contratante é obrigação legal 2 não é aspecto do contrato. Sua previsão no Termo de Referência é um realce. A presença do preposto no local de trabalho se justifica pela própria característica da contratação: é uma prestação de serviços, não um contrato de trabalho. As determinações da contratante devem ser repassadas ao preposto e este as transmite aos ocupantes dos postos de motoristas. Por exemplo, casos de indisciplina, inassiduidade ou impontualidade praticados pelos condutores de veículos devem ser examinados e resolvidos pelo preposto, não pela Administração Contratante. Além disso, a sistemática de trabalho da Unidade de Transportes da PGJ/MPRS é dinâmica e essencial para o cumprimento das atribuições da instituição, necessitando da atuação constante do preposto da contratada. Descabe argumentar que o fato de o preposto trabalhar dentro das dependências da PGJ/MPRS acarreta ou acrescenta encargos trabalhistas e sociais ao contrato, em virtude dele. O custo do preposto não pode onerar a Administração Contratante como se fosse posto de trabalho do contrato de prestação de serviços objeto da licitação, em razão de a existência do preposto decorrer de lei. Esse é o sentido da disposição que proíbe o acréscimo de custo nos preços contratados: preposto não é posto de trabalho, não podendo ter seu custo inserido no Montante A. Trata-se de situação análoga ao do funcionário da impugnante que trabalha no setor de Recursos Humanos, selecionando pessoas para trabalhar no contrato, ou naquele que trabalha no Departamento de Pessoal, administrando os pagamentos de todos os funcionários contratados para servir a esse contrato. Tanto um como outro são funcionários da empresa que se dedicarão, talvez exclusivamente, ao contrato. Nem por isso, contudo, a contratante pagará o salário integral desses funcionários, como se fossem postos específicos de trabalho do contrato. 2 Artigo 68 da Lei nº 8.666/

Isto é, a presença de preposto nas instalações da contratante é obrigação legal 2 não é aspecto do contrato. Sua previsão no Termo de Referência é um realce.

4 Se a obrigação de possuir um preposto possui custos provenientes de encargos sociais e tributos, estes custos devem ser considerados de forma única e alocados no campo de despesas administrativas da planilha do Anexo III. No entanto, concorda-se com a impugnante que a redação do dispositivo do Pregão 54/2014 não é a mais adequada. Essa redação remonta a que constava do Pregão Eletrônico n.º 41/2011. No Pregão seguinte para o mesmo objeto, o de n.º 56/2012, a redação foi modificada, ficando esclarecida a forma de apresentação do custo com o preposto. Veja-se: g) indicar formalmente preposto, quando da assinatura do contrato, para permanecer nas dependências do Contratante, de acordo com o art. 68 da Lei 8.666/93, visando os contatos com o gestor do contrato durante a sua execução, tendo capacidade gerencial para tratar de todos os assuntos definidos no contrato e tendo condições de desenvolver outras atividades administrativas de responsabilidade da Contratada, tais como atender os seus empregados alocados, entregar contracheques, vale-transporte, vale-alimentação, valores para custeio das despesas em viagem (hospedagem e alimentação), registrar e controlar a frequência e pontualidade dos empregados, emitir relatórios e controlar as informações relativas ao faturamento mensal. Não será aceita pela Administração a cumulação do cargo de preposto com a de motorista. A função de preposto não deve ser considerada como posto de trabalho, não podendo ser cobrados valores a este título no Montante A; Assim, acolhe-se a insurgência, para alterar o subitem 4.g do Anexo II do instrumento convocatório 54/2014, a fim de constar a mesma redação citada acima Lucro e sua posição na planilha de preços A insurgente ataca, mais uma vez, a planilha de formação de custos, afirmando, neste particular, que o Lucro, por ser um percentual fixo, não pode constar do Montante B, que, por sua vez, é variável. Essa situação, na ótica da interpelante, poderia causar um desequilíbrio econômico-financeiro no contrato, devendo o Lucro constar do Montante D. Outro equívoco. A questão é de uma simplicidade atroz: se o valor do contrato é variável (seja por incidência dos dispositivos da Conven- 4

º 41/2011. No Pregão seguinte para o mesmo objeto, o de n.º 56/2012, a redação foi modificada, ficando esclarecida a forma de apresentação do custo com o preposto.

5 ção Coletiva de Trabalho, seja pela legislação tributária, seja pela variação do IGP-M), e o Lucro for percentual fixo, este também variará e na mesma proporção da variação dos valores contratuais. De outra banda, o Lucro não poderia figurar no Montante D, o qual é formado apenas pelos tributos incidentes sobre o serviço contratado e que serão indenizados pela Administração à contratada. quanto ao ponto. Portanto, totalmente improcedente a impugnação 3. Assim, julgo parcialmente procedente a impugnação, provendo-a apenas no tocante ao preposto (subitem 4.g do Anexo II do Edital termo de referência), devendo ser alterada a redação nos termos do tópico 2.2 retro (a alteração será procedida por meio de publicação de esclarecimento e republicação de petição convocatória), julgando improcedentes os demais itens da impugnação, mantendo a redação dos dispositivos do instrumento convocatório da presente licitação. Outrossim, em razão da modificação acima, ficam reagendados a data e o horário da abertura das propostas e da fase de disputa de lances do certame para o dia 12 de setembro de 2014, às 9 horas e às 14 horas, respectivamente. CPLic, 28 de agosto de Luís Antônio Benites Michel, Pregoeiro. 5

quanto ao ponto. Portanto, totalmente improcedente a impugnação 3. Assim, julgo parcialmente procedente a impugnação, provendo-a apenas no tocante ao preposto (subitem 4.

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