PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE SOROCABA - SP

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1 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO MUNICÍPIO DE SOROCABA - SP R-3 - Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Sorocaba - SP - Versão Preliminar JULHO/2014 1

2 SUMÁRIO EQUIPE TÉCNICA APRESENTAÇÃO RESUMO DA SITUAÇÃO DO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM SOROCABA Resíduos sólidos urbanos (RSU) Resíduos sólidos domiciliares (RDO) Resíduos recicláveis Descrição da Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba CORESO Central de Reciclagem da Zona Oeste de Sorocaba CRZO Resíduos compostáveis Resíduos comerciais e de prestador de serviço Resíduos de limpeza urbana Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico Resíduos de serviços de saúde (RSS) Resíduos passíveis de logística reversa Resíduos da construção civil (RCC) Resíduos industriais Resíduos de serviços de transportes Resíduos agrossilvopastoris Resíduos de mineração Considerações PREMISSAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Levantamento e Indicação das Tecnologias de Tratamento de Resíduos Sólidos Compostagem Digestão anaeróbia Incineração Processos de reutilização e reciclagem dos RCC Coprocessamento

3 2.2. Identificação das Possibilidades de Implantação de Soluções Consorciadas ou Compartilhadas com Outros Municípios Etapas de Constituição do Consórcio Público Estudo sobre a Viabilidade Econômica da Implantação Consorciada de Aterros Sanitários Avaliação do Plano Regional Integrado de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê UGRHI Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê CISAB/SMT Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SOROCABA Configuração da Matriz SWOT Configuração dos Cenários Estabelecimento de Objetivos Plano de Metas e Ações Indicadores de Avaliação de Desempenho do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos Avaliações e Monitoramentos dos Indicadores INDICAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS FONTES DE RECURSOS PARA INVESTIMENTOS, OPERAÇÃO DO SISTEMA E AMORTIZAÇÃO DE FINANCIAMENTOS DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DAS FORMAS E DOS LIMITES DA PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO LOCAL NA LOGÍSTICA REVERSA E OUTRAS AÇÕES RELATIVAS À RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA PELO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS Modelos de gestão de serviços públicos Mecanismos para a implementação de logística reversa Métodos de controle Procedimentos de controle e fiscalização Implantação do Sistema de Fiscalização dos Serviços Prestados 336 3

4 6. DEFINIÇÃO DE REGRAS PARA O TRANSPORTE E OUTRAS ETAPAS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Resíduos dos Serviços de Transporte Resíduos dos Serviços de Saúde Resíduos de Mineração Resíduos de Construção Civil Resíduos Agrossilvopastoris Embalagens de agrotóxicos Resíduos Industriais Resíduos de Estabelecimentos Comerciais e Prestação de Serviço AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS A SEREM PRATICADAS PROGRAMA DE MONITORAMENTO PERIODICIDADE DA REVISÃO DO PMGIRS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS

5 Lista de Quadros Quadro 1 Equipe técnica da SHS Quadro 2 - Relação dos bairros com coleta diurna às segundas, quartas e sextasfeiras Quadro 3 - Relação dos bairros com coleta diurna às terças, quintas e sábados 40 Quadro 4 - Relação dos bairros com coleta noturna diária Quadro 5 - Relação dos bairros com coleta noturna às segundas, quartas e sextas-feiras Quadro 6 - Relação dos bairros com coleta noturna às terças, quintas e sábados Quadro 7 - Informações constantes nos CADRIs do chorume gerado no aterro de Iperó Quadro 8 Unidades administradas pela Prefeitura de Sorocaba Quadro 9 Número de internações SUS por ano em Sorocaba Quadro 10 - Casas do Cidadão onde há caixas coletoras de pilhas e baterias. 120 Quadro 11 - Gerenciamento de resíduos contaminados gerados na troca de óleos lubrificantes Quadro 12 - Estimativa de geradores e revendedores de óleo lubrificante em Sorocaba Quadro 13 - Centros de coleta dos associados ao Sindirrefino no Estado de São Paulo Quadro 14 - Despesas da Fábrica de Sabão Ecológico Quadro 15 - Receitas totais da Fábrica de Sabão Ecológico dos dois últimos anos

6 Quadro 16 - Operações envolvendo materiais selecionados na área de triagem do aterro de inertes e sua destinação Quadro 17 - Cronograma físico aterro de inertes Quadro 18 - Situação atual do segmento de fertilizantes no Estado de São Paulo Quadro 19 - Situação atual do segmento de produtos veterinários no Estado de São Paulo Quadro 20 - Produção agrícola e geração de resíduos em Sorocaba Quadro 21 - Comparação da produção estadual com a do município de Sorocaba Quadro 22 - Geração de resíduos na colheita e no processamento mecânico em Sorocaba em Quadro 23 - Síntese da Análise de Implantação de Unidades de Digestão Anaeróbia Quadro 24 - Síntese da Análise de Implantação de Unidades de Incineração Quadro 25 Regionalização dos municípios para destinação de RSD e RSI Quadro 26 - Regionalização dos municípios para destinação de RSS Quadro 27 Vantagens de desvantagens das soluções Quadro 28 Destinação dos RSD, RSI e RSS dos municípios Quadro 29 Área necessária em m² Quadro 30 Matriz SWOT do sistema limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos de Sorocaba Quadro 31 Cenários previsível e normativo configurados para a gestão de resíduos sólidos de Sorocaba Quadro 32 Etapa do gerenciamento e responsabilidades

7 Quadro 33 Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Regras de Estocagem Quadro 34 Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Regras de Transporte Quadro 35 Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Regras de Disposição Final Quadro 36 Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Regras de Licenciamento Quadro 37 Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico Legislação e Normas Quadro 38 Resíduos dos Serviços de Transporte Classificação Quadro 39 Resíduos dos Serviços de Transporte Regras de Coleta e Transporte Quadro 40 Resíduos dos Serviços de Transporte Regras de Tratamento e Disposição Final Quadro 41 Resíduos dos Serviços de Transporte Regras de Licenciamento Quadro 42 Resíduos dos Serviços de Transporte Legislação e Normas Quadro 43 Resíduos de Serviço de Saúde Classificação Quadro 44 Resíduos de Serviço de Saúde Símbolos de Identificação Quadro 45 Resíduos de Serviço de Saúde Regras de Acondicionamento Quadro 46 Resíduos de Serviço de Saúde Regras de Coleta e Transporte. 359 Quadro 47 Resíduos de Serviço de Saúde Regras de Triagem e Transbordo Quadro 48 Resíduos de Serviço de Saúde Métodos de Tratamento

8 Quadro 49 Resíduos de Serviço de Saúde Regras de Tratamento e Disposição Final Quadro 50 Resíduos de Serviço de Saúde Regras de Licenciamento Quadro 51 Resíduos de Serviço de Saúde Legislação e Normas Quadro 52 Resíduos de Mineração Normas Quadro 53 Resíduos de Construção Civil Classificação Quadro 54 Resíduos de Construção Civil Regras de Coleta e Transporte Quadro 55 Resíduos de Construção Civil Regras de Tratamento e Disposição Quadro 56 Resíduos de Construção Civil Regras de Licenciamento Quadro 57 Resíduos de Construção Civil Legislação e Normas Quadro 58 Resíduos Agrossilvopastoris Classificação das Embalagens Quadro 59 Resíduos Agrossilvopastoris Procedimentos para Devolução das Embalagens Quadro 60 Resíduos Agrossilvopastoris Regras de Coleta e Transporte Quadro 61 Resíduos Agrossilvopastoris Regras de Triagem e Transbordo. 374 Quadro 62 Resíduos Agrossilvopastoris Regras de Tratamento e Disposição Quadro 63 Resíduos Agrossilvopastoris Regras de Licenciamento Quadro 64 Resíduos Agrossilvopastoris Legislação e Normas Quadro 65 Resíduos Industriais Regras de Licenciamento e Obrigações Legais Quadro 66 Resíduos Industriais Legislação e Normas Quadro 67 Resíduos de Estabelecimentos Comerciais Lista dos resíduos de Significativo Impacto Ambiental

9 Quadro 68 Resíduos de Estabelecimentos Comerciais Regras de sobre óleos lubrificantes, pilhas e baterias, pneus inservíveis, embalagens de agrotóxico, lixo eletrônico e lâmpadas fluorescentes Quadro 69 Resíduos de Estabelecimentos Comerciais Regras de Coleta e Transporte Quadro 70 Resíduos de Estabelecimentos Comerciais Regras de Triagem e Transbordo Quadro 71 Resíduos de Estabelecimentos Comerciais Legislação e Normas Quadro 72 Ações de Emergência e Contingência para o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos

10 Lista de Tabelas Tabela 1 - Quantidades de RSU enviadas para aterramento Tabela 2 - Receita arrecadada e despesas totais com serviços de manejo de RSU (ano base: 2010) Tabela 3 - Taxas mínimas cobradas no IPTU relacionadas aos resíduos sólidos 28 Tabela 4 - Arrecadação nominal do IPTU do Município de Sorocaba de 2009 a 2013 (valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Tabela 5 - Arrecadação real do IPTU do Município de Sorocaba de 2009 a 2013, corrigida pelo IPCA(valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Tabela 6 - Taxa nominal de limpeza pública do Município de Sorocaba(valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Tabela 7 - Taxa real de limpeza pública do Município de Sorocaba, corrigido pelo IPCA(valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Tabela 8 - Valores utilizados pela Prefeitura Municipal de Sorocaba para a área de resíduos no ano de 2013, Programa Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Tabela 9 - Valores fixados pela Prefeitura Municipal de Sorocaba para a área de resíduos no ano de 2014, programa 5003 Cidade Limpa, Bonita, Promotora de Qualidade de Vida. Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Tabela 10 - Porcentagem de domicílios particulares permanentes urbanos atendidos por serviço regular de coleta de lixo Tabela 11 - Destinação dada aos resíduos por domicílios particulares permanentes

11 Tabela 12 - Quantidades de RDO enviados para aterramento Tabela 13 - Geração per capita de RDO por região Tabela 14 - Percentuais médios de embalagem do RDO e de tipo de embalagem Tabela 15 - Quantidades médias de resíduos coletados por contêiner Tabela 16 - Composição percentual gravimétrica e volumétrica dos RDO de Sorocaba Tabela 17 - Composição percentual gravimétrica e volumétrica dos resíduos da coleta seletiva de Sorocaba Tabela 18 - Quantidade média mensal de por tipo material coletado Tabela 19 - Triagem/Processamento/Beneficiamento por tipo de material Tabela 20 - Quantidades mensais comercializadas (média dos primeiros quatro meses de 2014) toneladas Tabela 21 - Descrição das despesas da Cooperativa (em média) Tabela 22 - Venda mensal por tipo de materiais: Tabela 23 - Triagem/Processamento/Beneficiamento por tipo de material Tabela 24 - Quantidades mensais comercializadas (março de 2014) toneladas. 78 Tabela 25 - Venda mensal por tipo de materiais Tabela 26 - Valores médios semanais de resíduos recicláveis do Sorocaba Shopping Center Tabela 27 - Valores médios mensais de resíduos recicláveis do Hipermercado Extra Tabela 28 - Quantidades de resíduos de estabelecimentos comerciais gerados por área

12 Tabela 29 - Indicadores do serviço de limpeza urbana de Sorocaba (ano base: 2010) Tabela 30 - Quantidades e destinações dos resíduos de ETEs Tabela 31 - Estabelecimentos de saúde identificados no cadastro da prefeitura de Sorocaba Tabela 32 - Estabelecimentos geradores de resíduos de serviços de saúde cadastrados Tabela 33 - Classificação dos pequenos geradores por tipologia Tabela 34 - Classificação dos novos geradores por tipologia Tabela 35 Quantidades de RSS coletadas por ano em Sorocaba Tabela 36 - Pneus coletados pelo Setor de Controle de Zoonoses Tabela 37 - Quantidade de resíduos por Ecoponto (Ano base: 2012) Tabela 38 - Novos Ecopontos e quantidade de caçambas previstas para implantação Tabela 39 - Volumes (m³) de resíduos dispostos nos Ecopontos por mês Tabela 40 - Recebimento anual de resíduos no aterro de inertes Tabela 41 - Reciclagem anual de entulho no aterro de inertes Tabela 42 - Quantidade de indústrias por tipologia no município de Sorocaba. 168 Tabela 43 - Volume de resíduos industriais de Sorocaba recebidos entre 1987 e Tabela 44 - Número de cabeças por atividade pecuária em Sorocaba no ano de Tabela 45 - Resíduos gerados por frangos de corte e galinhas na região Sudeste

13 Tabela 46 - Geração de resíduos pela produção de galos, frangas, frangos e pintos em Sorocaba no ano de Tabela 47 Modelo I: parâmetros de um projeto de aterro com capacidade de atender 500 mil habitantes durante 20 anos Tabela 48 Parâmetros de custo e de escala dos aterros, considerando valores referentes a um projeto de 20 anos Tabela 49 Média dos preços estimados per capita e de suas proporções na receita total per capita e no PIB per capita. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012) Tabela 50 Modelo 1: médias, mínimos e máximos dos preços estimados (per capita), segundo TIRs, situações e regiões geográficas Tabela 51 Arrecadação anual média per capita com cobrança pelos serviços de resíduos Tabela 52 Modelo 2: parâmetros de um projeto de aterro com capacidade de atender 500 mil habitantes durante 10 anos com reinvestimento previsto para ampliar a infraestrutura de forma a continuar operando por mais 10 anos Tabela 53 Modelo 2: tarifas referentes aos distintos diferenciais de produtividade para três tamanhos de aterros Tabela 54 Média dos preços estimados per capita e de suas proporções na receita total per capita e no PIB per capita, segundo diferenças de produtividade, situações e estratos populacionais. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). 220 Tabela 55 Modelo 2: médias, mínimos e máximos dos preços estimados (per capita), segundo diferenças de produtividade, situações e regiões geográficas. 221 Tabela 56 Médias dos preços per capita de implantação de aterros sanitários em municípios de com mais de habitantes (R$/habitante) Tabela 57 Resumo da situação de cada área indicada na Figura 44 à

14 Lista de Figuras Figura 1 - Organograma da administração pública de Sorocaba, com destaque para a Secretaria de Serviços Públicos Figura 2 - Organograma mostrando a estruturação da Secretaria de Serviços Públicos - Fonte: Anexo II da Lei Municipal / Figura 3 Localização do aterro sanitário em Iperó (SP) Figura 4 - Localização do aterro sanitário encerrado no bairro Retiro São João.. 45 Figura 5 - Quantidades mensais de RDO enviados para aterramento Figura 6 - Divisão geográfica da coleta regular de resíduos domiciliares Figura 7 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba Figura 8 - Composição gravimétrica dos resíduos da coleta seletiva de Sorocaba Figura 9 - Esquema de formação da cooperativa central Figura 10 - Valor estimado da participação das diversas fontes de coleta na porcentagem total coletada Figura 11 - Valor estimado da participação das diversas fontes de coleta na porcentagem total coletada Figura 12 - Resíduos recicláveis do Sorocaba Shopping Center Figura 13 - Resíduos recicláveis do Hipermercado Extra Figura 14 - Quantidades mensais de resíduos varridos pelo serviço de varrição de Sorocaba Figura 15 - Resíduos de poda no aterro de inertes Fonte: SHS, Figura 16 - Locais de realização de feiras livres em Sorocaba Figura 17 Quantidades mensais de RSS coletadas em Sorocaba

15 Figura 18 Histórico da Geração estimada de RSS e RSS perigosos, no município de Sorocaba Figura 19 Estação coletora Figura 20 - Núcleo Ambiental de Resíduos Eletroeletrônicos de Sorocaba Figura 21 - Tomada fotográfica da caixa coletora de pilhas e baterias na Secretaria do Meio Ambiente Figura 22 - Fluxograma do Processo Industrial de óleos lubrificantes Figura 23 - Caminhão de recebimento do Programa Jogue Limpo Figura 24 - Local de Entrega Voluntária (LEV) do Programa Limpa Óleo Figura 25 - Usina de Biodiesel Móvel Figura 26 - Localização do Bolsão de Entulho do Ipatinga Figura 27 - Localização do aterro de inertes Figura 28 - Tomadas fotográficas dos Ecopontos, mostrando: (a) placa informativa sobre os resíduos permitidos e proibidos; e (b) caçambas contendo resíduos não permitidos Figura 29 - Variações mensais no recebimento de cada tipo de resíduo no aterro de inertes Figura 30 - Variações mensais na reciclagem e no aterramento de entulho Figura 31 - Divisão dos caminhões que adentraram o aterro de inertes por tipo de resíduo transportado Figura 32 - Variação mensal na quantidade recebida de resíduos industriais de Sorocaba Figura 33 - Origem dos resíduos agrossilvopastoris. Fonte: SHS, Figura 34 - Vista superior da Unidade de Compostagem do Condado de Montgomery, Maryland EUA (BNDES, 2012)

16 Figura 35 - Unidade de compostagem de resíduos orgânicos Figura 36 - Esquema de método acelerado de compostagem (GRS/UFPE, 2012) Figura 37 Incinerador de resíduos sólidos Figura 38 - Modelo de gestão associada por consórcio e prestação por entidade de consorciado Figura 39 - FLONA de Ipanema Figura 40 - Unidades de Conservação Figura 41 Áreas passíveis de instalação do aterro sanitário Figura 42 Áreas em relação à ASA e FLONA Figura 43 Área Figura 44 - Área Figura 45 Área Figura 46 Área Figura 47 - Área Figura 48 - Competência dos entes federativos na Gestão de RSU Figura 49 - Produtos objetos da RPC

17 Equipe Técnica A equipe técnica da SHS, apresentada no Quadro 1, complementará o Grupo de Trabalho envolvido com a elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS). Quadro 1 Equipe técnica da SHS Nome Livia Cristina Holmo Villela Swami Marcondes Villela Iveti Ap. Pavão Macedo da Silva Larissa Nogueira Olmo Margarido Darci Pereira Edson Donizeti Nicoletti Tiago Tadeu de Moraes João Paulo Freitas Alves Pereira Túlio Queijo de Lima Função/Formação Coordenador Geral Engenheira Civil Especialista em Hidráulica e Hidrologia Engenheiro Civil Especialista em adução de água Engenheira Civil Especialista em Tratamento de Esgotos Sanitários Engenheira Civil Especialista em redes de distribuição de água - Engenheiro Civil Especialista em coleta e afastamento de esgotos sanitários - Engenheiro Civil Engenheiro Ambiental Engenheiro Ambiental Engenheiro Ambiental Sheila Holmo Villela Especialista em resíduos sólidos Drª em Engenharia Ambiental Paloma Fernandes Paulino Especialista em drenagem de águas pluviais Engenheira Ambiental Alessandro Hirata Lucas Especialista em drenagem de águas pluviais 17

18 Roberta Sanchez Henrique Argentin Cristiano von Steinkirch de Oliveira Tamiris Benassi Mori Matheus Ribeiro Couto Felipe Guazzelli Gonzalez Isabel Cristina Inocente Pavão Mestre em Engenharia Urbana Especialista em Gestão Ambiental Mestre em Engenharia Ambiental Estagiário Graduando em Gestão e Análise Ambiental pela UFSCar Estagiário Graduando em Engenharia Ambiental pela EESC-USP Estagiária Graduanda em Engenharia Ambiental pela EESC-USP Estagiário Graduando em Engenharia Ambiental pela EESC-USP Estagiário Graduando em Engenharia Civil pela UFSCar Especialista em Políticas Públicas - Advogada 18

19 Apresentação O presente relatório corresponde ao terceiro produto previsto em contrato decorrente do processo de licitação TP nº 72/2011, originado do processo administrativo nº3438/2011, cujo objeto é a Elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Sorocaba. As partes que firmaram o instrumento legal estão identificadas a seguir. - Contratante: Município de Sorocaba, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob nº / , representada pelo Prefeito Municipal Antonio Carlos Pannunzio e pela Sra. Sara Regina de Amorim, Técnica Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do Município de Sorocaba; - Contratada: SHS Consultoria e Projetos de Engenharia Ltda. - EPP, empresa sediada no município de São Carlos, à Rua Padre Teixeira, nº e registrada no CNPJ/MF sob o nº / , representada pela Eng. Lívia Cristina Holmo Villela. Este documento apresenta, além da versão preliminar do plano de gestão integrada de resíduos sólidos de Sorocaba, a metodologia que serviu ao planejamento do setor de resíduos do município, de forma a dotá-lo de eficácia e eficiência operacional e gerencial. A itemização que se buscou atender neste relatório do PMGIRS de Sorocaba é mostrada a seguir: I. Apresentação de metodologia de planejamento; II. Objetivos para a universalização da oferta dos serviços, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais; III. Programas, metas e ações previstos para curto, médio e longo prazo, buscando atingir os objetivos de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos e identificando possíveis fontes de financiamento; IV. Ações para emergência e contingências; 19

20 V. Mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. 20

21 1. RESUMO DA SITUAÇÃO DO MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM SOROCABA A responsabilidade pelo Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos do município de Sorocaba é da própria prefeitura municipal, por meio da integração entre as diversas Secretarias envolvidas. Os organogramas mostrados na Figura 1 e na Figura 2 permitem verificar a divisão de responsabilidades entre as instâncias internas da administração pública. 21

22 Figura 1 - Organograma da administração pública de Sorocaba, com destaque para a Secretaria de Serviços Públicos Fonte: Anexo I da Lei Municipal /13 22

23 Figura 2 - Organograma mostrando a estruturação da Secretaria de Serviços Públicos - Fonte: Anexo II da Lei Municipal /13 23

24 A partir dos organogramas, percebe-se que as funções operacionais relacionadas aos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos estão concentradas na Secretaria de Serviços Públicos, tanto na Área de Resíduos propriamente dita, quanto na Área de Paisagismo e Manutenção. Na primeira Área insere-se a Divisão de Limpeza Urbana e Resíduos que, por sua vez, está subdividida em Seção de Coletas, Varrição e Limpeza; e na Seção de Aterros / Disposição Final. A seguir é apresentado um panorama do manejo dos resíduos sólidos em Sorocaba, considerados em função de sua origem Resíduos sólidos urbanos (RSU) O manejo dos resíduos sólidos urbanos é realizado por empresas terceirizadas, excetuando-se o manejo dos resíduos gerenciados pelas cooperativas de resíduos recicláveis operantes na cidade. Para os resíduos destinados ao aterro sanitário, o Consórcio Sorocaba Ambiental, formado pelas empresas Litucera Engenharia e Limpeza Ltda., Heleno & Fonseca Construtécnica S.A. e Trail Infraestrutura, foi contratado emergencialmente pela prefeitura para a prestação dos serviços de coleta e transporte de resíduos domiciliares e comerciais, gerados na área urbana e rural de Sorocaba, bem como a distribuição e manutenção de contêineres de PEAD (polietileno de alta densidade) alugados, que são empregados na coleta regular. O contrato de 120 dias de vigência inclui a coleta em feiras livres e estipula que os caminhões de transporte deverão ser compactadores com elevadores para basculamento de contêineres e a que a disposição final deverá ser no aterro sanitário licenciado (CPL nº 2166/2013 Prefeitura, 2013). Os serviços de coleta, transporte, descarga e destinação final de resíduos domiciliares e comerciais de Sorocaba, bem como a distribuição e manutenção de contêineres (que eram empregados na coleta regular anterior) estavam sob a responsabilidade da Construtora Gomes Lourenço até o dia 29 de novembro de Nesta data, entretanto, houve a rescisão do contrato com a empresa 24

25 devido, segundo a prefeitura, ao descumprimento de uma série de exigências desde que o contrato foi firmado, o que resultou na aplicação de multas à empresa que atingem o valor total de R$ 20 milhões. Foi noticiado na imprensa local que houve uma ameaça de paralisação dos serviços de coleta de lixo no fim de abril e início de maio de 2013 por conta de possibilidade de greve dos funcionários da Construtora Gomes Lourenço, que reivindicavam aumento salarial e elevação do valor do vale refeição. A prefeitura de Sorocaba, ante as ameaças de paralisação, chegou a decretar estado de emergência no município por meio do Decreto nº , de 30 de abril de 2013, o qual autorizava a Administração Pública Municipal a contratar emergencialmente outra empresa de coleta de lixo, caso a greve fosse concretizada. Após negociações entre a empresa Gomes Lourenço e seus funcionários, a possibilidade de greve foi descartada (Nogueira, 2013a). Em 12 de junho de 2013, o Decreto nº revogou o Decreto nº , que estabelecia o estado de emergência. Em 2012 os empregados da Gomes Lourenço já haviam feito uma greve para conseguir reajuste salarial. Além disso, em outubro de 2013 esta empresa estava envolvida em uma disputa judicial com a subcontratada para disposição final do lixo, proprietária do aterro sanitário para onde os resíduos de Sorocaba são enviados. O contrato entre a prefeitura e a Gomes Lourenço havia sido assinado em 23 de março de 2012 e possuía vigência de 36 meses a partir desta data, sendo o valor previsto de R$ R$ ,69, equivalente a um gasto mensal de pouco mais de R$ 2,7 milhões. A Litucera Engenharia e Limpeza Ltda. foi contratada para efetuar a prestação dos serviços de varrição, limpeza, conservação, desinfecção de locais públicos e demais serviços afins e correlatos, com fornecimento de materiais e mão de obra. O valor total do contrato é de R$ ,24 (dezesseis milhões, setecentos e noventa e nove mil, duzentos e dois reais e vinte e quatro centavos), sendo o prazo de vigência de 24 meses a partir de novembro de Dessa maneira, a prefeitura assume um gasto equivalente a cerca de R$ 700 mil por 25

26 mês com varrição, limpeza, conservação, desinfecção de locais públicos e demais serviços afins prestados pela Litucera. Segundo o SNIS (2012), as despesas com agentes privados para execução do serviço de coleta de resíduos domiciliares e públicos em 2010 foram de R$ ,78 (quinze milhões, cento e trinta e sete mil, novecentos e vinte e nove reais e setenta e oito centavos). Nesse ano, eram cobrados R$71,13 (setenta e um reais e treze centavos) por tonelada pelo serviço de coleta diurna de resíduos domiciliares. Já em 2011, os gastos com a coleta regular e a limpeza urbana foram da ordem de R$ (um milhão, setecentos e vinte e um reais) por mês, dos quais R$ ,00 (quinhentos e seis mil e duzentos e cinquenta e um reais) foram destinados à manutenção de contêineres empregados na coleta, visando sua mecanização (Sanex, 2011), conforme será detalhado mais adiante. Como mencionado anteriormente, os resíduos sólidos urbanos compreendem os resíduos produzidos nas residências, em pequenos estabelecimentos comerciais, em empreendimentos de pequeno porte destinados à prestação de serviços e na limpeza pública. A Tabela 1 mostra as quantidades de RSU enviados por Sorocaba para aterramento nos anos de 2011 e Ano Tabela 1 - Quantidades de RSU enviadas para aterramento Quantidade total Média diária Envio diário per População (t) (t/dia) capita (kg/hab/dia) ,02 511, , ,56 534, ,890 Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013). Dados de população da Fundação SEADE (2013). No Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos da CETESB (2012) está estimado que os municípios com população urbana maior que habitantes, como é o caso de Sorocaba, apresentam uma produção per capita de 0,7 kg/hab/dia de resíduos sólidos urbanos. Ressalta-se que essa estimativa de produção é adotada em função da população urbana, no entanto, nos órgãos 26

27 oficiais (tanto no IBGE quanto na Fundação SEADE), os dados mais recentes de população urbana de Sorocaba são de Neste ano, de acordo com o IBGE, o município contava com um total de habitantes. De qualquer modo, de acordo com dados fornecidos pelos gestores, a cidade de Sorocaba produz uma quantidade maior de RSU per capita (em relação à população total ou urbana) do que a estimada pela CETESB. Mais adiante neste relatório, considerando-se a produção per capita, será visto que ainda há muitas oportunidades de redução do envio de resíduos ao aterro sanitário, a qual pode ser efetuada não só pela redução no consumo, mas também pelo reaproveitamento de materiais reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis. As receitas e despesas com os serviços de manejo de RSU são mostradas na Tabela 2. Tabela 2 - Receita arrecadada e despesas totais com serviços de manejo de RSU (ano base: 2010) Receita R$ ,93 Despesas R$ ,67 Saldo R$ ,26 Fonte: SNIS (2012) A cobrança pelos serviços regulares de manejo de RSU se dá por meio de taxas no IPTU. A Tabela 3 apresenta o valor mínimo destas taxas cobradas em Sorocaba, conforme as leis municipais nº 3.439, de 30 de novembro de 1990, e nº 5.529, de 20 de novembro de

28 Tabela 3 - Taxas mínimas cobradas no IPTU relacionadas aos resíduos sólidos Remoção do lixo Imóveis construídos 12 UFIR* Imóveis não construídos 12 UFIR* Conservação de vias públicas 5 U.F.M.S.** Varrição 15 U.F.M.S.** *Unidade Fiscal de Referência; **Unidade Fiscal do Município de Sorocaba. Fonte: Lei Municipal nº 3.439/90 e Lei Municipal nº 5.529/97 Os valores nominais arrecadados pelo Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) urbano e rural, pela Prefeitura Municipal de Sorocaba entre os anos de 2009 a 2013 estão dispostos na Tabela 4. Os valores reais, ou seja, aqueles em que foi considerado a evolução dos preços na economia (inflação), cuja correção foi feita pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estão dispostos na Tabela 5. Tabela 4 - Arrecadação nominal do IPTU do Município de Sorocaba de 2009 a 2013 (valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Ano Especificação No Ano Prevista Diferença IPTU , , , Urbano , , ,56 Rural , , ,77 IPTU , , , Urbano , , ,98 Rural , , ,09 IPTU , , , Urbano , , ,02 Rural , , ,83 IPTU , , , Urbano , , ,08 Rural , , ,83 IPTU , , , Urbano , , ,28 Rural , , ,57 28

29 Tabela 5 - Arrecadação real do IPTU do Município de Sorocaba de 2009 a 2013, corrigida pelo IPCA(valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Ano Especificação No Ano Prevista Diferença IPTU , , , Urbano , , ,80 Rural , , ,38 IPTU , , , Urbano , , ,40 Rural , , ,13 IPTU , , , Urbano , , ,04 Rural , , ,19 IPTU , , , Urbano , , ,90 Rural , , ,09 IPTU , , , Urbano , , ,28 Rural , , ,57 Na Tabela 6 e na Tabela 7, estão representados os valores nominais e reais, respectivamente, das taxas de limpeza pública, utilizadas e previstas, entre os anos de 2009 a As diferenças entre os valores previstos e os valores utilizados estão representadas na terceira coluna de ambas as tabelas para cada ano. No ano de 2013 a arrecadação da taxa de limpeza pública passou a integrar a recém-criada taxa de remoção de lixo, sendo assim, a primeira ficou com seu saldo zerado. 29

30 Tabela 6 - Taxa nominal de limpeza pública do Município de Sorocaba(valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Ano Especificação No Ano Prevista Diferença 2009 Taxa de limpeza pública , , , Taxa de limpeza pública , , , Taxa de limpeza pública , , , Taxa de limpeza pública , , , Taxa de remoção de lixo¹ , ,66 Tabela 7 - Taxa real de limpeza pública do Município de Sorocaba, corrigido pelo IPCA(valores expressos em Reais R$). Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Ano Especificação No Ano Prevista Diferença 2009 Taxa de limpeza pública , , , Taxa de limpeza pública , , , Taxa de limpeza pública , , , Taxa de limpeza pública , , , Taxa de remoção de lixo¹ , ,66 Nota [1]: No ano de 2013 a arrecadação da taxa de limpeza pública passou à integrar a recém criada taxa de remoção de lixo, sendo assim, a primeira ficou com seu saldo zerado. Os investimentos realizados pela Prefeitura de Sorocaba na área de resíduos sólidos estão representados na Tabela 8 para o ano de 2013 e na Tabela 9 para o ano de Na Tabela 8 estão relacionados a descrição da ação realizada pela Prefeitura de Sorocaba e sua respectiva dotação inicial, dotação final e valor empenhado para o ano de Na Tabela 9 estão relacionados a descrição da ação que será realizada pela Prefeitura de Sorocaba no ano de 2014 e os valores fixados para cada ação. 30

31 Tabela 8 - Valores utilizados pela Prefeitura Municipal de Sorocaba para a área de resíduos no ano de 2013, Programa Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Descrição da ação Dotação Inicial Dotação Final Empenhado (R$) (R$) (R$) Limpeza pública domiciliar ,00 0,00 0,00 Varrição de ruas ,00 0,00 0,00 Manutenção de aterro sanitário , , ,00 Manutenção de aterro de inertes , , ,00 Limpeza pública domiciliar , , ,72 Recolhimento do lixo hospitalar , , ,80 Varrição de ruas , , ,00 Manutenção de aterro sanitário , , ,60 Manutenção de aterro de inertes , , ,58 Manutenção de ponto de coleta , , ,82 Manutenção de aterro sanitário ,00 88,00 0,00 Implantação de pontos de coleta ,00 0,00 0, , , ,52 Tabela 9 - Valores fixados pela Prefeitura Municipal de Sorocaba para a área de resíduos no ano de 2014, programa 5003 Cidade Limpa, Bonita, Promotora de Qualidade de Vida. Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, Descrição da ação Fixado Inicial (R$) Nova destinação de resíduos sólidos urbanos ,00 Manutenção de pontos de coleta de entulho ,00 Roçagem e remoção de resíduos sólidos urbanos ,00 Varrição ,00 Coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos ,00 Coleta seletiva ,00 Manutenção de aterros ,00 Manutenção de pontos de coleta e entulho ,00 Roçagem e remoção de resíduos do rio Sorocaba ,00 Total ,00 31

32 A Lei Municipal nº 5.529/97 estabelece ainda desconto de 5% no IPTU (que contempla as taxas referidas) para o contribuinte que optar por realizar o pagamento em até três parcelas. Este pagamento pode, no entanto, ser parcelado mensalmente em até 10 vezes, observando-se o limite mínimo de 10 UFIR para cada parcela. Em relação aos valores a serem cobrados pelos serviços citados na Tabela 3 a Lei Municipal nº 5.529/97 estabelece o seguinte: TABELA n.º 1 - TAXA DE REMOÇÃO DO LIXO Para efeito de cálculo da Taxa de Remoção do Lixo, os imóveis com edificações constantes do Cadastro Tributário terão suas áreas construídas multiplicadas pelos seguintes fatores anuais: I - Unidades residenciais, por m 2 Fator de área construída: a) Na Zona Comercial Principal: 0,85 UFIR b) Na Zona Comercial Secundária e na Zona Residencial "1": 0,70 UFIR c) Nas demais Zonas: 0,30 UFIR II - Comércio e Serviço por m² de área ocupada 1,25 UFIR III - Indústria, por m 2 de área construída: 0,55 UFIR IV - Edificações de ocupação mista (residência e comércio/serviço/indústria), por m 2 de área construída: 0,85 UFIR Os imóveis não construídos constantes do Cadastro Tributário terão suas medidas lineares de testada multiplicadas pelos seguintes fatores anuais: 32

33 V - Terreno, por metro linear de testada: Fator a) Na Zona Comercial Principal: 2,30 UFIR b) Na Zona Comercial Secundária e na Zona Residencial: 1,85 UFIR c) Nas demais Zonas: 0,80 UFIR d) Comércio e Serviço: 3,50 UFIR VI - Para imóveis que não excederem ao volume de 100 (cem) litros por remoção, terão como limite máximo de cobrança (um mil setecentos e vinte) UFIR, referentes aos itens "I" a "IV" desta tabela (imóveis construídos). VII - Para os terrenos o limite máximo é de 860 UFIR, referentes ao item "V" desta Tabela (imóveis não construídos). VIII - Os imóveis não exclusivamente residenciais referidos nos itens "II" a `V", que tenham volume de remoção de lixo acima de 100 (cem) litros e abaixo de 300 (trezentos) litros, terão seus fatores multiplicados por "2". IX - Os imóveis não exclusivamente residenciais referidos nos itens "II" a "V", que tenham volume de remoção de lixo acima de 300 (trezentos) litros e abaixo de 600 (seiscentos) litros, terão seus fatores multiplicados por "4". X - Aos imóveis não exclusivamente residenciais referidos nos itens "II" a "V", que tenham volume de remoção de lixo acima de 600 (seiscentos) litros aplicam-se os dispositivos constantes da Lei n.º 2005, de 4 de abril de XI - Os imóveis construídos que sejam utilizados como farmácias, drogarias, hospitais, laboratórios de análises clínicas ou clínicas médicas terão seus fatores multiplicados por "2". PÚBLICAS TABELA n.º 2 - TAXA DE CONSERVAÇÃO DE VIAS Para efeito do cálculo da Taxa de Conservação de Vias Públicas, 33

34 os imóveis constantes do Cadastro Tributário, edificados ou não, terão suas medidas lineares de testada multiplicadas pelos seguintes fatores anuais: I - Tipos de vias: Fator a) Para as testadas de imóveis situados em vias pavimentadas no todo ou em parte de sua largura: 0,00 UFIR b) Para as testadas de imóveis situados em vias que, embora não pavimentadas, possuam assentamento de guias e construção de sarjetas ou sarjetões: 0,00 UFIR c) Para as testadas de imóveis situados em outros tipos de vias: 0,00 UFIR II - Para imóveis não exclusivamente residenciais, edificados ou não, os valores acima serão considerados em dobro para efeito do cálculo da Taxa devida. (...) TABELA n.º 5 - TAXA DE VARRIÇÃO Para efeito do cálculo da Taxa de Varrição, os imóveis constantes do cadastro Tributário, construídos ou não, terão suas medidas lineares de testada multiplicadas pelos seguintes fatores anuais: I - Dias por semana: Fator a) Mais de 4 (quatro) dias: 0,00 UFIR b) Até 4 (quatro) dias: 0,00 UFIR 34

35 II - Para imóveis não exclusivamente residenciais, edificados ou não, os valores acima serão considerados em dobro para efeito do cálculo da Taxa devida." A seguir, serão analisados separadamente os resíduos sólidos domiciliares, os de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços e os de limpeza urbana, que juntos compõem os chamados resíduos sólidos urbanos Resíduos sólidos domiciliares (RDO) Em Sorocaba, a coleta de resíduos domiciliares (ou domésticos) a serem destinados ao aterro sanitário é efetuada tanto na área urbana, abrangendo sua totalidade, quanto na rural, onde o serviço está disponível a todos os imóveis acessíveis por meio de estradas oficiais abertas com condições de tráfego para veículos automotores. Na área urbana, realiza-se a coleta diariamente no centro, enquanto nos demais bairros esta é efetuada três vezes por semana, em dias alternados (Sanex, 2011; Construtora Gomes Lourenço, 2013). Conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SNIS (2012) são atendidos, com frequência diária de coleta de lixo, 8% da população; sendo os 92% restantes atendidos três vezes por semana. A Tabela 10 que segue mostra os índices de atendimento da coleta regular em Sorocaba. Tabela 10 - Porcentagem de domicílios particulares permanentes urbanos atendidos por serviço regular de coleta de lixo Ano Índice de atendimento (%) , , ,92 Fonte: SEADE (2013) Como pode ser observado na Tabela 10, a porcentagem de domicílios urbanos atendidos pelo serviço de coleta regular de lixo é praticamente total, 35

36 tendo aumentado nas últimas duas décadas. No mapa temático apresentado no Anexo 1 pode ser visto o número absoluto de domicílios por setor censitário do IBGE com coleta de lixo pelo serviço de limpeza pública (dados de 2000). Como se verifica na Tabela 11, ainda há, entretanto, uns poucos domicílios em Sorocaba em que os resíduos gerados acabam por ser dispostos de maneira incorreta no ambiente, como quando são jogados em corpos d água ou em terrenos baldios; queimados ou enterrados nas propriedades particulares. Tabela 11 - Destinação dada aos resíduos por domicílios particulares permanentes Destino do lixo Número de domicílios Porcentagem* (%) Coletado por serviço de limpeza ,59 Coletado em caçamba do serviço de limpeza ,27 Queimado na propriedade 211 0,12 Enterrado na propriedade 23 0,01 Jogado em terreno baldio ou logradouro 22 0,01 Jogado em rio ou lago 8 0,00 *Em relação ao total: domicílios particulares ocupados. Fonte: IBGE (2010) Segundo a definição do IBGE, entende-se por coletado em caçamba do serviço de limpeza quando o lixo do domicílio é depositado em uma caçamba, tanque ou depósito, fora do domicílio, para depois ser coletado por serviços de empresas públicas ou privadas. O mapa no Anexo 2 permite verificar setores censitários do IBGE onde se concentravam, em 2000, as maiores porcentagens de domicílios particulares permanentes com disposição inadequada do lixo. Nota-se que a situação é pior na zona rural de Sorocaba. Para a realização da coleta regular, a Construtora Gomes Lourenço Ltda., contratada pela prefeitura até o fim de novembro de 2013, dispunha de 25 caminhões tipo compactador com lift para bascular contêineres de 240 L e de 1000 L, além de quatro veículos com tração nas quatro rodas, utilizados nas áreas de difícil acesso. O local de guarnecimento dos veículos e equipamentos utilizados na coleta era a garagem da empresa, situada à Avenida Camilo Julio, 36

37 2.610, na Zona Industrial (Construtora Gomes Lourenço, 2013). Eram mobilizados 220 funcionários no serviço de coleta (Sanex, 2011), os quais utilizavam os seguintes Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luvas, coletes refletivos, calçados, máscaras e óculos (Construtora Gomes Lourenço, 2013). Segundo o estudo efetuado pela empresa Sanex (2011), uma vez que a população de Sorocaba depositava seus resíduos sólidos em contêineres disponibilizados pela Gomes Lourenço ao longo da malha urbana, ficava possibilitada a realização de coleta de forma mecanizada, pois os contêineres possuíam um dispositivo que os acoplava ao caminhão, de modo que os resíduos eram transferidos ao veículo coletor sem que os funcionários tivessem contato direto com estes. Desta forma era realizado um serviço mais rápido, seguro e higiênico. O projeto de distribuição dos contêineres iniciou-se em 1999 no centro de Sorocaba e, devido à grande aceitação pela população, expandiu-se até que, em 2009, passou a atender toda a malha urbana. Em 2011 chegaram a existir contêineres posicionados a 50 metros de distância um do outro em diversos logradouros do município. Dessa maneira, havia uma proporção média de 01 (um) contêiner com capacidade de 240 litros, para cada sete residências. Do custo total mensal de aproximadamente R$ ,00 com os serviços de coleta regular e de limpeza urbana, R$ ,00 eram destinados à manutenção dos contêineres (Sanex, 2011). Apenas na zona rural do município a coleta era realizada de forma tradicional, ou seja, os veículos específicos para áreas de difícil acesso recolhiam os resíduos diretamente nos imóveis, sem o uso de contêineres (Construtora Gomes Lourenço, 2013). Recentemente, com a rescisão do contrato com a Gomes Lourenço, os contêineres, que eram de propriedade desta empresa, foram retirados das ruas por seus funcionários. O contrato emergencial com o consórcio Sorocaba Ambiental prevê a disponibilização de contêineres apenas na área central da cidade, de modo que há atualmente apenas 1500 recipientes de 240 L e 230 de 1000 L distribuídos nessa área (Jornal Cruzeiro do Sul, 2013). Nos locais em que 37

38 não há contêineres, os moradores têm de ensacar o lixo e depositá-lo na calçada apenas nos dias e horários de coleta, os quais não foram alterados. Esta é, porém, uma situação temporária segundo a Secretaria de Governo de Sorocaba, tendo em vista que o retorno ao sistema de contêineres será exigido da empresa que vencer a licitação para a coleta dos resíduos domiciliares após o término do contrato emergencial com a Sorocaba Ambiental, que possui vigência de 120 dias (Tomazela, 2013). A Prefeitura (SERP, 2014) informou que já elaborou o termo de referência para contração da Coleta Regular e Coleta Seletiva para o município. Os serviços serão contratados para um período de 3 anos. Com a contratação emergencial do consórcio Sorocaba Ambiental, a frota de veículos para a coleta regular aumentou para 28 caminhões, dos quais quatro são empregados no recolhimento do lixo gerado na área rural e sete são adaptados para acoplar aos contêineres de 1000 L. Quanto à mão de obra, o consórcio, no início de seu contrato, estava recrutando temporariamente coletores e motoristas entre os detentos do sistema semiaberto para a realização dos serviços até sua normalização, pois estes funcionários estavam em falta, o que comprometia a realização da coleta do lixo. Os sindicatos dos Condutores e do Turismo e Hospitalidade de Sorocaba, que representam respectivamente os motoristas e os coletores, afirmaram que o consórcio Sorocaba Ambiental se comprometeu a contratar 100% da mão de obra dispensada da Gomes Lourenço. No entanto, tal contratação é um processo lento (Jornal Cruzeiro do Sul, 2013). No Anexo 3 são apresentadas em mapa as frequências de coleta por setor. A partir deste mapa, pode-se observar que na grande maioria dos cerca de 70 setores do município, a coleta é realizada em dias alternados, enquanto em apenas dois setores na região central a coleta é diária. Nos quadros a seguir os bairros são relacionados conforme a frequência da coleta regular. 38

39 Quadro 2 - Relação dos bairros com coleta diurna às segundas, quartas e sextas-feiras Parque Laranjeiras Jd. Harmonia Parque Vitória Régia III Jd. Guaiba Jd. Nova Esperança Sorocaba Park Jd. Atílio Silvano Jd. Baronesa Herbet de Souza Jd. Santo André Vila Barão Jd. Casa Branca Paineiras Lopes de Oliveira Jd. Santa Cecília Santa Marina I e II Jd. Santa Helena Jd. Santo André Jd. Santa Lúcia Jd. Rodrigo Jd. Carolina Aparecidinha Vila Helena/Luciana Maria Iporanga Jd. Josane Jd. Itapemirim/Jd. Marli Parque São Bento II Vila Amato Parque São Bento I, II e III Vila Bom Jesus Jd. Topázio Ana Paula Eleutério Jd. Humberto de Campos Jd. Outro Branco Jd. Santa Esmeralda Ibiti Royal Cajuru /Terras de Arieta Jd. do Itavuvu Campininha 3 Marias Parque Vitória Régia I e II Jacutinga Av. Paraná Jd. Imperatriz Caguaçu Jd. Nilton Torres Jd. Novo Horizonte Horto Florestal Éden Jd. Botucatu Iporanga I e II Jd. Boa Esperança Jd. Ipanema Ville Feiras-livres Jd. Alegria Jd. Betânia Jd. Los Angeles Portal do Éden Ibiti do Paço Fonte: Prefeitura Municipal (2013) 39

40 Quadro 3 - Relação dos bairros com coleta diurna às terças, quintas e sábados Jd. São Paulo Sorocaba I Sorocaba I Jd. Nova Manchester Central Parque Sorocaba I Jd. Betânia Verde Vale Presídios Jd. dos Ingleses Jd. Arco-Íris Jd. Deolinda Guerra Brigadeiro Tobias Vila Sabiá Jd. Capitão Vila Astúrias João Romão Central Parque Vila São João Bairro dos Morros Wanel Ville 5 Inhaíba Cidade Jardim Colorau Jd. Simus I, II e III Itanguá I e II Jd. Prestes de Barros Parque Esmeralda Jd. São Marcos Jd. Gutierres Ipanema das Pedras Jd. Santa Bárbara Brigadeiro Tobias Quintais do Imperador Jd. Montreal Itanguá I e II Jd. Novo Mundo Jd. Tropical Rodovia Raposo Tavares Jd. Tatiana Vivendas do Lago Caputera Granja Olga I e II Wanel Ville I, II e III Genebra Jd. Astro Jd. Ipiranga Parque Campolim Jd. Bandeirantes Parque Manchester Feiras-livres Piazza di Roma Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Parque Ouro Fino Quadro 4 - Relação dos bairros com coleta noturna diária Jd. São Paulo Jd. Nova Manchester Jd. Betânia Jd. dos Ingleses Brigadeiro Tobias Vila Astúrias Fonte: Prefeitura Municipal (2013) 40

41 Quadro 5 - Relação dos bairros com coleta noturna às segundas, quartas e sextas-feiras Jd. Maria Eugênia Vila Angélica Vila Formosa Jd. Pacaembú Trujilo Hungarês Jd. Maria Antônia Prado Av. General Osório Vila Nova Sorocaba Vila Santana Vila Carvalho Vila Carol Vila Almeida Trujilo II Jd. Saira Rua Aparecida Jd. Sorocabano Jd. São Guilherme I, II e III Jd. Santa Rosália Mineirão Rua Atanásio Soares Rua Aparecida Jd. Brasilândia Jd. Sol Nascente Vila Progresso Jd. Neusa Maria Jd. Califórnia Jd. Abaeté Retiro São João Vila Helena I Vila Progresso Jd. Iguatemi Vila Santa Marina Jd. Maria do Carmo Jd. Dois Corações Vila Piedade Vila Gomes Vila Barão Paes de Linhares Rua Atanásio Soares Jd. Aeroporto Jd. Marco Antônio Itavuvu Av. General Carneiro Jd. Siriema Vila Formosa Jd. São Conrado Fonte: Prefeitura Municipal (2013) 41

42 Quadro 6 - Relação dos bairros com coleta noturna às terças, quintas e sábados Jd. Gonçalves Vila Jardini Parada do Alto Vila Rica Jd. Belmejo Av. Comendador Barbero Jd. Saira Jd. Sandra Jd. São Carlos Jd. Paulistano Jd. Emília Jd. América Vila Leão Jd. Santa Fé Jd. dos Estados Jd. Vergueiro Vila Santa Terezinha Água Vermelha Jd. Cruzeiro do Sul Av. General Carneiro Jd. Europa II Av. São Paulo Vila Leão Jd. Pagliato Av. Nogueira Padilha Vila Assis Jd. Leocádia Vila Haro Vila Barcelona II Jd. Marco Antônio Vila Hortência II Pinheiros Rua Hermelino Matarazzo Av. São Paulo II Jd. Guadalajara Rua Comendador Oeterer Parque Campolim Jd. Refúgio Rua Atanásio Soares Jd. América Jd. Europa Santa Maria Jd. Magnólia Vila Barcelona Vila Piedade Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Na zona rural de Sorocaba a coleta é efetuada em dias alternados durante o período diurno (Construtora Gomes Lourenço, 2013). A coleta diurna é realizada entre as 7h00 e as 17h00. Já a noturna é efetuada após as 17h00. Para maiores informações sobre a coleta de lixo domiciliar em Sorocaba, os moradores podem entrar em contato com a prefeitura pelo telefone (15) Após serem coletados, os resíduos são transportados pelo Consórcio Sorocaba Ambiental até o município vizinho de Iperó, onde ocorre a disposição final no aterro sanitário da CGA Central de Gerenciamento Ambiental. Não há operações de transbordo entre a coleta e a disposição dos resíduos no aterro sanitário. Localizada na Fazenda Vista Alegre Barreirão, n/nº, no Bairro da Vileta (ou George Oetterer), CEP , em Iperó, em antiga área de extração de 42

43 argila, a CGA pode ser acessada por meio da estrada Benedito de Paula Leite Junior, próximo ao acesso à Floresta Nacional FLONA de Ipanema. Na Figura 3 é mostrada a localização espacial da CGA em Iperó. Figura 3 Localização do aterro sanitário em Iperó (SP) Fonte: Sanex (2011) A CGA abriga um aterro industrial para resíduos de classe II-A (não perigosos e não inertes) e II-B (não perigosos e inertes), em co-disposição com os resíduos domésticos. O aterro foi projetado para ocupar uma área de m² e receber um volume de cerca de m³ de resíduos industriais e domésticos durante sua vida útil projetada de 24 anos. A CGA é gerenciada pela empresa Proactiva Meio Ambiente Brasil Ltda., subsidiária do grupo Veolia Environment (Sanex, 2011). 43

44 Sorocaba passou a exportar seus resíduos sólidos urbanos para Iperó no dia 04 de outubro de 2010, quando foi encerrada a vida útil de seu antigo aterro municipal, localizado no bairro Retiro São João. Uma vez que até essa data a prefeitura ainda não havia conseguido um novo local licenciado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) para o aterramento desses resíduos, contratou emergencialmente a Proactiva para esse serviço (Nogueira, 2011). A exportação do lixo para Iperó deverá continuar ao menos até 2014, pois a prefeitura ainda estuda as possibilidades de disposição dos resíduos gerados em Sorocaba, para se decidir posteriormente pela opção mais viável (Moraes, 2013). A Prefeitura Municipal (2013) informou, porém, que está encontrando dificuldade para licenciar um novo local para disposição final de resíduos sólidos urbanos. Acerca do aterro municipal do bairro Retiro São João, encerrado em 2010, Feitosa (2013) informou que, visando à segurança do local contra invasão, este é cercado e dispõe de uma portaria. Verificam-se também no local, 14 poços de monitoramento do aquífero, sendo seis a montante e oito a jusante do aterro, de modo que a cada três meses, aproximadamente, são feitas as análises pertinentes. Além disso, há 13 poços piezométricos, nos quais se fazem cerca de 10 leituras mensais. Como há duas nascentes próximas, são retiradas amostras para análise de suas águas a cada período aproximado de três meses. A Figura 4 mostra a localização do antigo aterro, situado a nordeste da malha urbana de Sorocaba, demonstrando sua proximidade. 44

45 Figura 4 - Localização do aterro sanitário encerrado no bairro Retiro São João Fonte: Google Earth (2013) Conforme informações da Prefeitura Municipal (2013), ainda será feito um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) para o aterro encerrado em Para realizar a manutenção deste aterro e de uma antiga área de lixão à estrada do Ipatinga, a prefeitura contratou, em outubro de 2010, a empresa Terpav Terraplenagem e Pavim. Sorocaba Ltda., a qual deve fornecer mão de obra, equipamentos, e outros serviços afins correlatos. O contrato tem vigência por um período de 24 meses, e o valor total envolvido é de R$ ,00 (quatro milhões, novecentos e sessenta e seis mil e oitenta reais). Já o aterro de Iperó, atualmente em atividade, encontra-se devidamente licenciado junto à CETESB (Licença de Operação LO nº ) tendo sido vistoriado também, em 15 de abril e 21 de agosto de 2013, por integrantes da equipe da Prefeitura de Sorocaba que gerencia a disposição de resíduos sólidos 45

46 urbanos do município. Nessas duas ocasiões de visita, não foram verificadas irregularidades no aterro (Prefeitura Municipal, 2013). Para a emissão das Licenças de Operação parciais ainda válidas (nº e nº ), a CETESB fez algumas exigências técnicas, entre as quais: Recobrimento diário dos resíduos com terra; Manutenção da lagoa de armazenamento de chorume e do sistema de carregamento de caminhões tanque em perfeitas condições de operação, encaminhando o líquido acumulado a sistema de tratamento devidamente licenciado, mediante obtenção prévia de CADRI; Armazenamento temporário de esgotos domésticos; Umidificação das vias de acesso ao aterro para impedir a emissão de poeiras à atmosfera. Nas referidas licenças citam-se ainda as proibições de destinação de resíduos perigosos (classe I) ao aterro e de emissão de substâncias odoríferas à atmosfera em quantidades que possam ser perceptíveis fora dos limites do empreendimento. Ademais, afere-se, a partir das exigências técnicas, que o monitoramento ambiental do aterro abrange o monitoramento de águas superficiais, de águas subterrâneas e geotécnico, os quais devem ser realizados semestralmente para envio de relatório à CETESB. Esta deve aprovar os planos que definem os pontos de amostragem, os parâmetros e a periodicidade de coleta. O aterro possui dispositivos de drenagem de água de chuva, impermeabilização de fundo, sistema de drenagem de líquidos percolados e dispositivos de drenagem de gases gerados pela decomposição de resíduos orgânicos (Coimbra, 2013). Em relação aos líquidos percolados (chorume), a Proactiva detém três Certificados de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (CADRIs) válidos, para seu tratamento e destinação corretos. Algumas das informações constantes nesses CADRIs são mostradas no Quadro 7. 46

47 Quadro 7 - Informações constantes nos CADRIs do chorume gerado no aterro de Iperó Quantidade (m³/ano) Composição aproximada DBO (mg/l): DQO (mg/l): OD (mg/l): 6,35 DBO (mg/l): DQO (mg/l):9.320 OD (mg/l): 1,95 Cor (u): ph: 6,71 DBO (mg/l): DQO (mg/l): Acondicionamento Tanque Tanque Tanque Destino Tratamento biológico Tratamento biológico Tratamento biológico Entidade de destino SABESP Estação Elevatória Piqueri Sanetrat Saneamento S/A Companhia de Saneamento de Jundiaí - CSJ Cidade de destino São Paulo Salto Jundiaí Em tais CADRIs, o resíduo, descrito como chorume / líquido percolado gerado em aterro sanitário Classe II A, é classificado como de classe II A, em estado líquido, tendo cor, cheiro e aspecto característicos. O Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR), é muito satisfatório, apresentando um valor de 9,7 em uma escala de zero a 10 no levantamento mais recente realizado pela CETESB em Sendo assim, o município de Sorocaba possui, atualmente, situação considerada ambientalmente adequada em termos de disposição de resíduos sólidos urbanos (CETESB, 2012). São encaminhados para esse aterro, além dos resíduos sólidos domiciliares, os comerciais, de poda, varrição pública, resíduos volumosos (como sofás e armários) e parte dos pneus coletados em Sorocaba (Prefeitura Municipal, 2013). Além deste município, destinam seus resíduos ao aterro de Iperó outras seis cidades da região, a saber: Iperó, Capela do Alto, Laranjal Paulista, Boituva, 47

48 Porto Feliz e Sarapuí (Coimbra, 2013), além de mais de 70 indústrias (Moraes, 2013). Segundo a empresa Proactiva Meio Ambiente, o aterro sanitário de Iperó tem condições de continuar recebendo os resíduos gerados nas sete cidades e nas cerca de 70 indústrias durante os próximos 20 anos. A capacidade diária de recebimento de resíduos é de mil toneladas no aterro de Iperó, sendo que desse total aproximadamente a metade é utilizada com resíduos de Sorocaba (Moraes, 2013). Conforme Coimbra (2013), são 550 toneladas diárias originárias desse município, sendo a quantidade de resíduos dispostas diariamente no aterro de 960 toneladas. O valor cobrado pela Proactiva para a disposição destes, em 2011, era de R$ 59,00 (cinquenta e nove Reais) por tonelada (Sanex, 2011). Considerando os dados anteriormente apresentados na Tabela 1, segundo a qual, em 2011, foram enviados para o aterro ,02 toneladas de resíduos sólidos urbanos (ou seja, domiciliares e de limpeza urbana), tem-se que, nesse ano, foram pagos à Proactiva R$ ,18 (média de R$ ,60 por mês). Notícias locais do primeiro semestre do ano de 2013 anunciaram haver uma disputa judicial entre as empresas Gomes Lourenço, até recentemente a responsável pela coleta regular dos resíduos sólidos urbanos, e a Proactiva Meio Ambiente, proprietária do aterro de Iperó. Segundo Araújo (2013). Tal disputa seria motivada pelo fato de a Construtora Gomes Lourenço não haver realizado regularmente o pagamento à Proactiva pela disposição em seu aterro dos resíduos de Sorocaba. Isso poderia pôr em risco o serviço de coleta regular e, por isso, a Secretaria de Comunicação (SECOM) da prefeitura informou que caso a Gomes Lourenço deixasse de coletar ou de destinar o lixo, tal fato caracterizaria o descumprimento do contrato e, se for o caso, a teor da Lei Federal nº 8.666, artigo 80 e incisos, a Prefeitura poderia assumir imediatamente o objeto do contrato, ocupar local, instalação, equipamentos e pessoal empregado; executar a garantia contratual, bem como a retenção dos créditos decorrentes do contrato, pelos 48

49 prejuízos causados à administração e, a um só tempo, deflagrar a contratação emergencial para a continuidade dos serviços. Ainda de acordo com notícias da imprensa local, a Construtora Gomes Lourenço, por sua vez, alegava que a Proactiva elevou em quase 20% o valor a ser pago pela disposição de resíduos sólidos em seu aterro no momento em que a Gomes Lourenço assumiu a coleta e a destinação final do lixo de Sorocaba, no dia 28 de maio de O valor, que antes era de R$ 59,00 por tonelada, passou então a ser de R$ 68,00 por tonelada. Recentemente essa disputa entre a Proactiva e a Gomes Lourenço devido a atrasos no pagamento pela disposição dos resíduos culminou em consequências mais drásticas, a ponto de paralisar o serviço de coleta regular por praticamente um dia inteiro. No dia 10 de outubro de 2013, após a realização da coleta diurna, os caminhões da empresa coletora não obtiveram permissão para dispor os resíduos no aterro da Proactiva. A empresa alegou a existência de uma dívida de aproximadamente R$ 5 milhões da Gomes Lourenço para com a proprietária do aterro. Logo, formou-se uma fila de caminhões à entrada da CGR de Iperó, os quais não voltaram a tempo a Sorocaba para realizar a coleta noturna. A prefeitura decretou novamente estado de emergência (Decreto de 9 de outubro de 2013) e cobrou da Gomes Lourenço soluções viáveis para o problema. Esta, então, informou que havia três possibilidades de normalização da coleta: primeiramente, a empresa coletora poderia conquistar uma liminar por meio de medida cautelar que ingressou na Justiça no dia 09 de outubro; outra opção seria a prefeitura reduzir em 18% o valor do contrato com a Gomes Lourenço e realizar o pagamento pela disposição dos resíduos diretamente à Proactiva; e, como última alternativa, apresentava-se a destinação do lixo de Sorocaba ao município vizinho de Votorantim, que possui um aterro sanitário municipal (Nogueira, 2013b). De acordo com o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos Urbanos da CETESB (2012), o aterro de Votorantim está devidamente licenciado, tendo 49

50 apresentado, em 2012, um Índice de Qualidade de Aterro de Resíduos (IQR) de 7,9, nota que lhe garante o enquadramento no grupo de aterros com condições adequadas. Porém, há uma enorme diferença populacional entre os municípios de Sorocaba e Votorantim; enquanto o primeiro, de acordo com estimativas do IBGE para o ano de 2013, possui habitantes, o outro apresenta população estimada de habitantes para o mesmo ano. Tamanha divergência no número de moradores dos dois municípios acarreta em grandes diferenças também na quantidade de resíduos sólidos gerados. Segundo informações constantes no site do SAAE de Votorantim, cerca de 78 toneladas diárias de resíduos sólidos coletados em residências e comércio em geral são depositados no aterro sanitário municipal; Sorocaba, por outro lado, gera cerca de 500 toneladas por dia. Tendo em vista essa discrepância, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Votorantim já informou que o aterro da cidade não tem condições de receber os resíduos provenientes de Sorocaba. Caso isso ocorresse, segundo o superintendente do SAAE, o aterro se saturaria em um curto período (Gonçalves Jr., 2013). Visando à normalização dos serviços de coleta e disposição dos resíduos sólidos urbanos de Sorocaba, a prefeitura firmou um contrato emergencial com a Proactiva, arcando com os gastos relativos à disposição dos resíduos. O valor pago à empresa dona do aterro foi deduzido do pagamento efetuado à Gomes Lourenço para a disposição na CGR, havendo ainda a necessidade de um acréscimo, visto que a Proactiva elevou o preço da tonelada disposta para R$ 71,35. A prefeitura pretendia cobrar também esse valor extra da Gomes Lourenço, mesmo que por via judicial (Cesarotti, 2013). Sendo assim, depois que a prefeitura assumiu o pagamento à Proactiva, a coleta e a disposição dos RSU no aterro de Iperó voltou à normalidade, passando por outro momento de dificuldades com a rescisão do contrato com a Gomes Lourenço em 29 de novembro de

51 As quantidades de resíduos domiciliares enviadas anualmente ao aterro do Retiro São João (até seu encerramento em outubro de 2010) e ao aterro de Iperó são apresentadas na Tabela 12. Ano Tabela 12 - Quantidades de RDO enviados para aterramento Quantidade total (t) Média mensal (t/mês) Média diária (t/dia) População Envio diário per capita (kg/hab/dia) 1985* , ,43 84, , , ,53 126, , , ,65 144, , , ,13 162, , , ,41 153, , , ,82 164, , , ,65 176, , , ,10 182, , , ,70 193, , , ,24 201, , , ,65 239, , , ,26 268, , , ,50 210, , , ,33 298, , , ,92 324, , , ,58 334, , , ,26 350, , , ,63 352, , , ,54 326, , , ,29 333, , , ,17 323, , , ,92 352, , , ,02 356, , , ,86 377, , , ,57 414, , , ,35 426, , , ,24 453, , , ,50 482, , ** , ,49 488, ,803 *Início do envio de resíduos em setembro de **Dados até agosto de Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013). Dados de população da Fundação SEADE (2013). 51

52 A seguir, a Figura 5 demonstra a evolução das quantidades de resíduos sólidos domiciliares enviadas, mensalmente, para aterramento. Figura 5 - Quantidades mensais de RDO enviados para aterramento Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013) Tanto a Tabela 12 quanto a Figura 5 evidenciam uma tendência de crescimento, ao longo das últimas três décadas, das quantidades de RDO enviadas ao aterro do Retiro São João, num primeiro momento, e posteriormente ao aterro de Iperó. Não somente a massa de resíduos em termos absolutos aumentou, o que já era esperado tendo em vista o crescimento populacional de Sorocaba, mas também a massa per capita desses resíduos. Ou seja, a quantidade de lixo que, em média, cada habitante produziu e que foi enviada para aterramento vem aumentando gradativamente. Em relação às oscilações verificadas na Figura 5 para as quantidades mensais de RDO enviadas para aterro, observa-se que os picos ocorrem nos meses de dezembro e janeiro da maioria dos anos amostrados. Isso pode ser decorrente do fato que, nesses meses, ocorrem as férias remuneradas de grande 52

53 parte dos trabalhadores, bem como as festas de fim de ano, o que ocasiona maior consumo e, consequentemente, maior geração de resíduos. Vale ressaltar que os dados mostrados na Tabela 12 e na Figura 5 referem-se às quantidades de resíduos domiciliares e de resíduos comerciais coletados pela prefeitura. Atualmente o aterro de Iperó recebe ainda os resíduos de poda, varrição pública, resíduos volumosos (como sofás) e parte dos pneus coletados em Sorocaba (Prefeitura Municipal, 2013). Visando a um melhor controle sobre os resíduos coletados (inclusive na coleta seletiva) o município de Sorocaba foi dividido em seis regiões que contemplam quantidades semelhantes de residências e, consequentemente, de resíduos gerados (Simões et al., 2011). Na Figura 6 pode-se verificar como essas regiões estão localizadas espacialmente em Sorocaba. 53

54 Figura 6 - Divisão geográfica da coleta regular de resíduos domiciliares 54

55 Foi realizado um levantamento da geração per capita dos resíduos domiciliares para cada uma dessas seis regiões de coleta, conforme apresentado na Tabela 13. Região Tabela 13 - Geração per capita de RDO por região Massa (g/hab/dia) Volume (L/hab/dia) 1 Nordeste 396,45 4,34 2 Centro-sul 1.061,57 8,53 3 Leste 585,47 4,38 4 Noroeste 513,78 3,95 5 Norte 601,90 4,53 6 Oeste 510,58 5,25 Sorocaba (geração média) 611,63 5,16 Fonte: Sanex (2011) Verifica-se que, na região 2 (Centro-sul), há maior produção per capita de resíduos domiciliares, o que pode estar associado ao maior poder aquisitivo da população residente no local. Já a região 1 (Nordeste) é a que apresenta menor produção (em massa) de RDO. Foi feito também um estudo dos percentuais de lixo embalado e não embalado que eram descartados nos contêineres da Gomes Lourenço (utilizados até novembro de 2013), assim como das porcentagens dos resíduos embalados em que se utilizam sacolas descartáveis e sacos de lixo comprados. Os resultados desse levantamento podem ser observados na Tabela

56 Tabela 14 - Percentuais médios de embalagem do RDO e de tipo de embalagem Embalagem do lixo Tipo de embalagem (% em massa) (% em massa) Região Sacolinhas Sacos de lixo Embalado Não embalado descartáveis comprados 1 Nordeste 85,55 14,45 84,94 15,02 2 Centro-sul 82,13 17,87 70,01 29,99 3 Leste 84,31 15,69 89,11 10,89 4 Noroeste 86,56 13,44 79,11 20,89 5 Norte 89,51 10,49 80,90 19,10 6 Oeste 88,94 11,06 98,42 01,58 Sorocaba 86,17 13,83 83,75 16,25 Fonte: Sanex (2011) Pode ser visto que, em média, 86,17% dos resíduos sólidos domiciliares depositados pela população nos contêineres estavam embalados, dos quais 83,75% em sacolinhas descartáveis. Vale ressaltar que havia instruções da prefeitura para que os resíduos sejam devidamente embalados antes de serem depositados nos contêineres. Em relação ao tipo de embalagem utilizado, percebe-se que a região 2, correspondente ao centro-sul de Sorocaba, foi a região que menos utilizou sacolinhas descartáveis (70,01%), enquanto o oeste do município (região 6) lançou mão dessas sacolas na maior proporção (98,42%). Ressalta-se que Sorocaba vem tentando substituir as sacolas descartáveis à base de derivados do petróleo por novos materiais para o acondicionamento dos resíduos. Os hipermercados instalados no município, por exemplo, foram obrigados, a partir de 2008, a utilizarem embalagens plásticas oxi-biodegradáveis para o acondicionamento de produtos e mercadorias, de acordo com a Lei nº Em 2010, a Lei revogou a lei anterior e estabeleceu a obrigatoriedade da utilização de sacolas retornáveis, embalagens biodegradáveis ou oxibiodegradáveis para o acondicionamento de produtos e mercadorias pelos hipermercados. Esta última lei, todavia, está suspensa até final julgamento da 56

57 Ação Direta de Inconstitucionalidade ADIN nº (PA nº 2.747/10). O estudo da Sanex (2011) também detalhou, por região, as quantidades mássicas e volumétricas médias de resíduos contidos nos contêineres na ocasião de sua coleta. Os resultados desse levantamento podem ser observados na Tabela 15. Região Tabela 15 - Quantidades médias de resíduos coletados por contêiner Quantidade média de resíduos por contêiner Habitantes por contêiner Residências por contêiner Massa (kg) Volume (L) 1 Nordeste 12,59 100,65 16,83 4,67 2 Centro-sul 22,72 170,52 10,17 3,50 3 Leste 20,12 127,91 16,50 4,33 4 Noroeste 16,27 108,01 17,33 3,67 5 Norte 26,01 184,89 17,00 5,00 6 Oeste 14,40 106,99 12,50 4,00 Sorocaba 18,69 133,16 15,06 4,19 Fonte: Sanex (2011) Pode-se perceber que o contêiner representante da região Norte possuía a maior quantidade, tanto em massa quanto em volume, de resíduos sólidos, seguido pelo da região Centro-sul. Porém, enquanto a primeira região dispunha de um contêiner para cinco residências e 17 habitantes, na Centro-sul havia o menor índice de habitantes e residências por contêiner (10,17 e 3,50, respectivamente). Na região 1 (Nordeste de Sorocaba), por outro lado, apesar de o contêiner haver servido a mais habitantes e residências do que a média municipal, este apresentava massa e volume de resíduos menores que nas demais regiões. Segundo a Sanex (2011), a capacidade dos contêineres disponibilizados à população era de 240 litros, e deveria ser mantida mesmo que a média dos volumes coletados por contêiner em Sorocaba (133,16 L) tenha sido menor que essa capacidade, tendo em vista que se geram maiores quantidades de resíduos aos fins de semana. 57

58 Conforme outro levantamento realizado no estudo da Sanex em 2011, grande parte dos resíduos sólidos domiciliares gerados em Sorocaba é passível de processos que permitem o seu reaproveitamento. Na Tabela 16 são mostrados os resultados desse levantamento em termos das composições gravimétrica e volumétrica dos diferentes tipos de resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba, enquanto a Figura 7 mostra a composição gravimétrica em grupos mais amplos de resíduos. Tabela 16 - Composição percentual gravimétrica e volumétrica dos RDO de Sorocaba Material Composição Composição gravimétrica (%) volumétrica (%) Resto de comida 41,42 6,61 Lixo de jardim 6,76 3,72 Fezes 2,92 0,64 Lixo de banheiro 2,72 3,11 Fralda 3,19 1,23 Papel em bom estado 5,65 6,23 Papel em mau estado 3,21 2,16 Papel Kraft 0,75 2,45 Papelão 5,79 19,00 Embalagem longa vida 1,65 6,05 Embalagem (papel e plástico) 0,25 0,28 Tecido em bom estado 1,96 1,47 Tecido em mau estado 0,80 0,83 Calçado em bom estado 0,26 0,10 Calçado em mau estado 0,21 0,06 Borracha 0,04 0,01 Embalagem metalizada 0,44 0,12 Alumínio (embalagem) 0,16 0,28 Latas de alumínio 0,72 0,42 Ferrosos 0,42 0,22 Latas de aço 0,96 0,98 Vidro (inteiro) 4,79 1,80 Vidro (quebrado) 0,55 0,09 Perigoso 0,53 0,26 Fio 0,77 0,54 Eletrônico 0,59 0,48 Madeira 0,02 0,00 Gesso 0,21 0,05 Cerâmica 0,09 0,01 Entulho 1,80 0,21 Outros 1,08 1,53 58

59 Material Composição gravimétrica (%) Composição volumétrica (%) PET (incolor) 1,44 6,01 PET (colorido) 0,29 1,15 PET (óleo) 0,27 0,85 PET (embalagem) 0,25 1,68 PEAD (filme) 1,96 8,25 PEAD (rígido) 0,97 2,76 PVC 0,43 0,73 PEBD (filme) 1,08 5,51 PEBD (rígido) 0,05 0,15 PP (filme) 0,37 2,96 PP (rígido) 0,56 1,47 Poliestireno expandido 0,22 1,83 Poliestireno (rígido) 0,31 0,93 Termofixo 0,01 0,00 Outros plásticos (rígido) 0,73 0,92 Outros plásticos (filme) 0,35 1,34 Total 100,00 100,00 Fonte: Sanex (2011) Figura 7 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba Fonte: Sanex (2011) 59

60 Pode-se verificar que, enquanto praticamente a metade (em massa) dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba é composta de matéria orgânica, que pode passar por tratamento, pouco mais de um terço dos outros resíduos (também em termos de massa) como papel, plástico, vidro, metal, tecidos, calçados e até mesmo entulho, podem ser reutilizados ou reciclados. Dessa maneira, menos de 15% da massa dos resíduos de Sorocaba, ou seja, lixo de banheiro, fraldas descartáveis, entre outros, precisam efetivamente ser aterrados. Em se tratando de volume, mais de 90% dos RDO são constituídos por materiais passíveis de reciclagem (sendo estes orgânicos ou não) reduzir-se-ia a menos de 10% o volume dos resíduos a ser depositado no aterro. Considerando-se que, em 2011, enviaram-se em média 453,94 toneladas por dia de resíduos domiciliares para o aterro de Iperó (vide Tabela 12), tem-se que a quantidade desses resíduos passíveis dos processos de reutilização ou reciclagem poderia ultrapassar o patamar das 385 toneladas por dia. Assim, seria possível a obtenção de benefícios econômicos, na medida em que se aproveita o valor agregado dos materiais e não se gasta além do necessário com a disposição na Central de Gerenciamento Ambiental - CGA de Iperó. Ainda podem ser citados os benefícios ambientais, ao evitar a extração desnecessária de novas matérias-primas e ao aumentar a vida útil do aterro, bem como os benefícios sociais, ao gerar oportunidades de emprego e renda para os trabalhadores ligados à coleta seletiva e à reciclagem Resíduos recicláveis Estudos realizados pela então Secretaria de Parcerias (atual Secretaria de Serviços Públicos) em 2008 estimaram que, em Sorocaba, cerca de 30% do peso e 70% do volume dos resíduos sólidos domiciliares são compostos por materiais potencialmente recicláveis. No perímetro urbano, geram-se aproximadamente toneladas por mês desses materiais, porém o Programa Municipal de 60

61 Coleta Seletiva da Prefeitura de Sorocaba considera a produção de toneladas mensais (Simões, 2013). Na Tabela 17 são mostrados os resultados do levantamento feito pela Sanex em 2011 das composições gravimétrica e volumétrica dos resíduos da coleta seletiva de Sorocaba, enquanto a Figura 8 mostra a composição gravimétrica em grupos mais amplos de resíduos. 61

62 Tabela 17 - Composição percentual gravimétrica e volumétrica dos resíduos da coleta seletiva de Sorocaba Material Composição Composição gravimétrica (%) volumétrica (%) Restos de comida 0,31 0,03 Papel branco 4,89 2,02 Papel de revista 4,18 3,16 Papel de jornal 3,89 5,30 Papel Kraft 2,22 1,63 Papel em mau estado 0,30 0,21 Papelão 18,86 27,33 Embalagem longa vida 4,91 7,88 Embalagem (papel e plástico) 0,16 0,06 Tecido em bom estado 1,78 0,96 Tecido em mau estado 0,21 0,01 Calçado em bom estado 0,57 0,00 Calçado em mau estado 0,27 0,02 Borracha 0,08 0,00 Embalagem metalizada 0,68 2,37 Alumínio (embalagem) 0,03 0,18 Latas de alumínio 2,37 0,17 Ferrosos 2,96 0,23 Latas de aço 3,18 1,17 Fio 3,88 1,12 Eletrônico 3,71 0,91 Vidro (inteiro) 16,22 2,05 Vidro (quebrado) 0,78 0,69 Perigoso 1,29 0,13 Outros 3,32 3,23 PET (incolor) 4,56 7,16 PET (colorido) 1,10 2,30 PET (óleo) 0,42 0,87 PET (embalagem) 1,13 2,50 PEAD (filme) 2,45 5,73 PEAD (rígido) 2,80 4,11 PVC 2,26 2,79 PEBD (filme) 0,97 4,88 PEBD (rígido) 0,08 1,56 PP (filme) 0,56 2,00 PP (rígido) 0,91 1,52 Poliestireno expandido 0,30 1,48 Poliestireno (rígido) 0,36 0,64 Termofixo 0,10 0,01 Outros plásticos (rígido) 0,61 1,15 Outros 0,39 0,47 Total 100,00 100,00 Fonte: Sanex (2011) 62

63 Figura 8 - Composição gravimétrica dos resíduos da coleta seletiva de Sorocaba Fonte: Sanex (2011) Nota-se que a quase totalidade dos materiais provenientes da coleta seletiva em Sorocaba pode ser efetivamente vendida e reciclada (cerca de 94% em termos de massa, com destaque para o papelão, com 18,86% em massa e 27,33% em volume). Todavia, nem todos os materiais considerados recicláveis possuem mercado ou preço de venda competitivo, como é o caso do poliestireno expandido, popularmente conhecido como isopor. Para fins de compreensão da situação atual das cooperativas atuantes na coleta seletiva de resíduos em Sorocaba, esclarece-se, primeiramente, que a Ecoeso já não existe como tal e os cooperados desta foram absorvidos pela Cooperativa Reviver. Levantou-se ainda junto aos gestores municipais que a Reviver (depois de ter incorporado a Ecoeso) passou a compartilhar com a Cooperativa Catares, o patrimônio físico, a gestão operacional e administrativa e a gestão financeira, configurando assim, outra entidade que, oficiosamente, passou a ser chamada de Cooperativa Central de Reciclagem da Zona Oeste de Sorocaba (CRZO) ou apenas Cooperativa Central. Ressalte-se, no entanto que a 63

64 Reviver e a Catares mantiveram-se inscritas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob números diferentes. Devido aos aspectos descritos, pode-se entender o motivo pelo qual os próprios gestores passaram a referir-se a Reviver e a Catares como uma única entidade. Neste sentido, também neste PMGIRS, quando não forem referidas questões específicas ou oficiais da Reviver ou da Catares, estas serão tratadas como uma única entidade: a Cooperativa Central. O esquema mostrado na Figura 9 abaixo possibilita maior compreensão do explicado. Figura 9 - Esquema de formação da cooperativa central Além da Cooperativa Central, atua na cidade, a Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba ou CORESO. Assim, para a finalidade de caracterizar a coleta seletiva de resíduos em Sorocaba foram consideradas estas 2 (duas) cooperativas de reciclagem atuantes no município: a Cooperativa Central e a CORESO. Para tal caracterização, às cooperativas foi enviado um questionário elaborado pela equipe técnica do presente PMGIRS. Ressalte-se que ambas foram submetidas aos mesmos questionamentos, buscando-se garantir um tratamento isonômico dos dados das entidades inquiridas. 64

65 Os questionários respondidos pelas cooperativas são apresentados, na integra, no Anexo 7. A seguir serão apresentadas as caracterizações das duas cooperativas, baseadas nas respostas dos questionários Descrição da Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba CORESO Breve histórico da formação da Cooperativa A Coreso foi criada em 1999 a partir de uma parceria envolvendo um grupo de cidadãos interessados na coleta de materiais recicláveis com o Ceadec - Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania e a Igreja Cristo Rei, que desenvolvia ações de geração de renda com desempregados da comunidade. O projeto piloto da coleta seletiva deu-se na região norte da cidade de Sorocaba, devido ao apoio da comunidade Cristo Rei à organização dos desempregados e catadores da região, tendo então recebido a denominação de Cooperativa de Reciclagem da Zona Norte de Sorocaba. A experiência de coleta expandiu-se para outras regiões e a entidade passou a ser denominada Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba Coreso. A criação da Coreso motivou também a organização de outras cooperativas de catadores na região, que passaram a comercializar conjuntamente os materiais coletados. Nesta época foi constituída a Rede Solidária Cata-Vida, consolidada em 2001 com cinco organizações de catadores. A partir daí novas cooperativas foram incluídas na Rede, beneficiando atualmente catadores de 20 municípios das regiões de Sorocaba e Itapeva. Com apoios firmados ao longo de um período de cerca de 10 anos e com uma parceria formada com a Petrobras desde 2003, a Coreso e as demais cooperativas da Rede Solidária conquistaram diversos avanços, como o aumento do material coletado e do faturamento das cooperativas e melhoria da renda e das condições de trabalho dos catadores. 65

66 Em 2005, a parceria com a Petrobras possibilitou que o Ceadec e a Coreso desenvolvessem um projeto-piloto na região leste do município, onde se implantou a coleta seletiva porta a porta, com a adesão de novos catadores, que passaram a integrar a Coreso e realizar a coleta por meio de caminhão, humanizando o processo. Em 2007, a Prefeitura Municipal criou o Programa de Coleta Seletiva Reciclando Vidas, dividindo o município de Sorocaba em seis setores distribuídos às cooperativas Coreso, Catares, Ecoeso e Reviver. À Coreso, cooperativa existente anteriormente à implantação do Programa, coube às regiões norte, leste e oeste, em virtude de sua atuação nestas regiões. A Cooperativa chegou a contar com mais de 18 mil residências cadastradas, 146 catadores cooperados e uma coleta mensal em cerca de 240 toneladas de materiais recicláveis. Mas no ano de 2008, com a falta de mercado e queda nos preços em virtude da crise do mercado de recicláveis, passou por sérias dificuldades e foi obrigada a reduzir a coleta para 70 toneladas. Atualmente, a Coreso conta com 80 cooperados e está coletando cerca de 130 toneladas por mês. Hoje são quatro núcleos de coleta e triagem, sendo um na Zona Leste (na Rua Encarnação Rando Castelucci, nº 70, Vila Colorau), um Oeste (na Rua Luiz Gonzaga de Camargo Fleury, nº 357, Jardim Capitão) e dois na Norte (um na Rua Itavuvu, nº 2.853, Jardim Santa Cecília e um na Rua José Henrique Dias, nº 215, Parque Vitória Régia). A Coreso conta com outro galpão, que abriga a Divisão Óleo da Rede Cata-Vida Unidade de Beneficiamento do Óleo Residual de Fritura - e a Divisão Polímeros Unidade de Beneficiamento dos Polímeros PP e PE, que conta com a linha de trituração, lavagem, secagem e extrusão de Polipropileno (PP) e Polietileno (PE) em granulados. Ambas as linhas de produção foram adquiridas por meio de contrato entre o Ceadec e a Petrobras. Uma parceria com o BNDES viabilizou a instalação de um transformador e de uma cabine de força no local, equipamentos necessários para o funcionamento da Divisão Polímeros. 66

67 O Patrimônio da Coreso em 2012 era de R$ ,71 e em 2013 R$ ,85, alcançou um aumento de 56% por conta da execução do Projeto Funasa, com compra de Caminhão, Carroceria, Gaiola, Triciclos e Gaiolas. Ao longo de sua história a Coreso recebeu diversos reconhecimentos públicos (vide Anexo 7). Descrição do Patrimônio Físico da CORESO CORESO - Núcleo Zona Leste: Núcleo de Coleta, Triagem e Prensagem Além Ponte: 01 galpão com área construída de 2.000m 2, construído com recursos do BNDES em área pública com concessão de uso de 30 anos. 02 caminhões alugados pela prefeitura, marca Ford Cargo 815, toco, equipados com baú, capacidade de carga de 4 toneladas. 02 veículos próprios, tipo triciclo, marca Gurgel, ano de fabricação 2013, equipados com gaiola, capacidade de carga de 1,2 toneladas, adquiridos com recursos da FUNASA. 01 prensa emprestada à Coreso pela Rede Cata-Vida 01 prensa cedida pela prefeitura aguardando manutenção (A Coreso não tem condições financeiras de arcar com essa despesa e aguarda manutenção por parte da prefeitura) 01 prensa pequena cedida pela prefeitura 02 balanças cedidas pela prefeitura 01 paleteira hidráulica cedida pela prefeitura 01 elevador de fardo próprio parado para conserto (A Coreso no momento não tem condições financeiras para realizar o reparo) 12 bancas de separação cedidas pela prefeitura Divisão Polímeros e Óleo: Concessão de direito real de uso por 30 anos de área pública de 3.697,39m² à Coreso e ao Ceadec, conforme a Lei nº 9.381, de 29 de novembro de 2010, dotada com 1 galpão de 500m² onde funciona a 67

68 Divisão Polímeros e uma área construída de 50m² onde funciona a Divisão Óleo, com equipamentos da Rede Cata-Vida. CORESO - Núcleo Zona Norte Itavuvu: 01 galpão de 1.500m² alugado pela prefeitura. 01 caminhão alugados pela prefeitura, marca Ford Cargo 815, toco, equipado com baú, capacidade de carga de 4 toneladas. 01 caminhão próprio marca Volkswagen modelo 8.160, toco, ano de fabricação 2012, equipado com gaiola, capacidade de carga de 4,3 toneladas, adquirido com recursos da FUNASA 01 caminhão próprio, marca Ford Cargo 815, toco, ano de fabricação 2008, equipado com gaiola, capacidade de carga de 4 toneladas, adquirido com recursos do BNDES 01 veículo próprio, tipo triciclo, marca Gurgel, ano de fabricação 2013, equipado com gaiola, capacidade de carga de 1,2 toneladas, adquirido com recursos da FUNASA 01 empilhadeira cedida pela prefeitura 02 prensas cedidas pela prefeitura 01 balança cedida pela prefeitura 01 carrinho de armazém cedido pela prefeitura 01 carrinho hidráulico cedido pela prefeitura 01 elevador de fardos cedido pela prefeitura aguardando manutenção (A Coreso não tem condições financeiras de arcar com essa despesa e aguarda manutenção por parte da prefeitura) 01 fragmentadora de papel própria 14 bancas de separação cedidas pela prefeitura CORESO - Núcleo Zona Norte Vitória Régia: 01 galpão de 292,32m 2 em área de 5.576,45m² com cessão de uso 01 prensa própria 01 balança própria 68

69 01 elevador de fardo próprio 01 carrinho de armazém próprio 06 bancas de separação cedidas pela prefeitura CORESO - Núcleo Zona Oeste: 01 galpão de 350m 2 alugado pela prefeitura 01 caminhão cedido pela prefeitura, marca Mercedes Bens, ano de fabricação 2007, toco, equipado com gaiola, capacidade de carga de 4 toneladas. 01 fragmentadora de papel pequena própria - parada para conserto (A Coreso no momento não tem condições financeiras para realizar o reparo) 01 prensa cedida pela prefeitura 01 prensa cedida pela prefeitura - parada para conserto (A Coreso não tem condições financeiras de arcar com essa despesa e aguarda manutenção por parte da prefeitura) 01 balança cedida pela prefeitura 01 paleteira hidráulica cedida pela prefeitura 01 elevador de fardo cedido pela prefeitura - parada para conserto (A Coreso não tem condições financeiras de arcar com essa despesa e aguarda manutenção por parte da prefeitura) 04 bancas de separação cedidas pela prefeitura Descrição das Atividades da Cooperativa Coleta A coleta dos materiais recicláveis é realizada porta a porta, no mínimo uma vez por semana, em residências e geradores coletivos das Zonas Leste, Norte e Oeste. MÉDIA POR NÚCLEO (base ano 2013): Núcleo Zona Oeste: 20 toneladas/mês Núcleo Zona Leste: 60 toneladas/mês 69

70 Coreso. Núcleo Zona Norte: 49 toneladas/mês A Figura 10 apresenta a contribuição de cada fonte de coleta para a Figura 10 - Valor estimado da participação das diversas fontes de coleta na porcentagem total coletada de material. A Tabela 18 apresenta a quantidade mensal de resíduos coletados por tipo Tabela 18 - Quantidade média mensal de por tipo material coletado Material Quantidade (kg/mês) Papel/papelão Plástico Vidro Metal Óleo de cozinha usado Rejeitos 200 Materiais sem comercialização

71 Processamento A Tabela 19 apresenta uma sistematização do processamento de alguns dos principais tipos de materiais que são coletados pela cooperativa. Tabela 19 - Triagem/Processamento/Beneficiamento por tipo de material Material Separa Tritura Prensa Papel/papelão Plástico Vidro Metal Entre os tipos de plástico, destacam-se os polímeros PP (Polipropileno) e PE (Polietileno) que, na Coreso, são encaminhados para a Divisão Polímeros da Rede Solidária Cata-Vida onde passam por um processo de moagem, lavagem, secagem e extrusão e são comercializados como matéria prima para as indústrias. O óleo residual de fritura (óleo de cozinha) é coletado nas residências e geradores coletivos e encaminhado para a Divisão Óleo da Rede Solidária Cata- Vida, onde passa por um processo de filtragem e clareamento e comercializado para empresas que produzem ração animal. Comercialização A Coreso comercializa os materiais recicláveis juntamente com outras 20 cooperativas de catadores por meio da Rede Solidária Cata-Vida e os compradores dos materiais dependem dos preços ofertados (o maior) na ocasião das vendas. A exceção se faz aos materiais: sucatas ferrosas e não ferrosas (metais) que são comercializados com o MOC Comércio de Sucatas, o material fino com a DS AMBIENTAL e FORMIGUEIRO, e vidros com a Recitotal. A Tabela 20 apresenta as quantidades (médias dos quatro primeiros meses de 2014) de cada tipo de material comercializado e seus respectivos compradores. 71

72 Tabela 20 - Quantidades mensais comercializadas (média dos primeiros quatro meses de 2014) toneladas Material Quantidade (kg/mês) Papel/papelão ,60 Plástico ,40 Vidro 9.483,84 Metal ,15 Óleo de cozinha usado 1.237,41 TOTAL ,40 Descrição dos relacionamentos institucionais Entre as parcerias existentes entre a Cooperativa e outras entidades (privadas ou públicas), destacam-se CEADEC, Rede Solidária Cata-Vida, Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Sorocaba e Região, BNDES, PETROBRAS, MTE, FUNASA, UFSCar, PUC, Etec Rubens de Faria e Souza, Etec Fernando Prestes, SESC. Além disso, a Coreso está inserida nos seguintes programas: Programa CATAFORTE III Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias, edital de seleção pública da Secretaria Geral da Presidência da República, visando à expansão da Rede Solidária Cata-Vida para o fortalecimento das cooperativas de catadores e catadoras de materiais recicláveis integrantes da Rede; Convênio celebrado entre o Ceadec e a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego visando o fortalecimento dos empreendimentos econômicos solidários da Rede Solidária Cata-Vida; Convênio celebrado entre a Coreso e a Funasa visando a aquisição de veículos e equipamentos para a coleta seletiva. 72

73 Desempenho Financeiro Custos mensais: A Tabela 21 apresenta de maneira sistematizada a média das despesas fixas e variáveis da Coreso. Tabela 21 - Descrição das despesas da Cooperativa (em média) Item de despesa fixo Custo mensal médio (R$) Água 234,65 Luz 231,56 Telefone/Internet 322,26 Combustível 1.350,00 IPTU 162,77 Seguro de 3 veículos 939,49 Dedetização 230,00 EPI's 350,00 Fita para arquear fardos 300,00 Despesas com sedex, cartucho para impressora, papel 200,00 TOTAL 4.320,73 Item de despesa variável Custo (R$) IPVA (anual) 2.431,35 Manutenção de equipamentos e veículos - média mensal 1.350,00 Compra de bag's (anual) 4.280,00 TOTAL 8.061,35 Folha média mensal dos cooperados: é de R$ ,20, sendo R$ ,00 para folha de retirada dos cooperados; R$ ,00 para FUNDOS e R$ 6.347,20 para INSS. Receitas mensais: 73

74 Tabela 22 - Venda mensal por tipo de materiais: Material Valor mensal (R$) Papel/papelão ,50 Plástico ,44 Vidro 948,38 Metal 3.559,77 Óleo de cozinha usado 1.361,15 Total ,24 Subvenção da Prefeitura (Itens e valores): Aluguéis de 2 locais: 1833,33 /mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Aluguéis de 3 caminhões; Água: R$166,67/ mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Luz: R$166,67/ mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Combustível litros mensais: calcula-se por volta de R$ 1.080,00 mensais. Balanço Financeiro: Rendimento mensal médio líquido por cooperado: R$ 700,00 Quantidade média mensal de horas trabalhadas por cooperado: 40 horas/mês Outros aspectos A Coreso afirma que existe espaço e demanda para integrar novos cooperados dentro da cooperativa. E que para atrair novos catadores são utilizadas várias ferramentas, dentre elas, a carta de princípios da Rede Cata-Vida e os preços praticados em cooperativa e em rede. Há também um conjunto de abordagens estratégicas para estreitar os laços de solidariedade entre os catadores, perpassando pela formação continuada e informações sobre direitos e acesso aos serviços públicos. 74

75 Sobre das atividades de cunho social desenvolvidas com os cooperados foi destacado que, com o apoio do Ceadec, é realizado um processo contínuo de formação e capacitação dos catadores, que tem proporcionado momentos de reflexão sobre temas prioritários para a organização e a qualificação do trabalho em cooperativa e em Rede. Entre os temas que permeiam o processo de formação estão economia solidária, cooperativismo, autogestão, gestão e comercialização em Rede, abordagem qualificada dos catadores junto aos moradores das cidades, padronização e aperfeiçoamento do trabalho de separação, classificação, triagem, acondicionamento e enfardamento dos materiais recicláveis coletados, contabilidade prática para as cooperativas, cadeia produtiva da reciclagem, coleta seletiva, gestão integrada de resíduos sólidos, Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre outros. A Coreso também realiza o cadastramento de seus cooperados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal Central de Reciclagem da Zona Oeste de Sorocaba CRZO Breve histórico da formação da Cooperativa Atualmente a Central é constituída por duas cooperativas, a CATARES e a REVIVER. CATARES = Cooperativa de Trabalho dos Catadores de Material Reaproveitável de Sorocaba. REVIVER = Cooperativa de Coleta Seletiva Reviver. A Cooperativa Central de Reciclagem da Zona Oeste (CRZO), localizada no município de Sorocaba-SP, possui sua origem em uma parceria que envolveu a Prefeitura Municipal de Sorocaba e a Universidade de Sorocaba (UNISO) e foi fundada e situada desde 2011 em uma área, alugado pela Prefeitura Municipal de Sorocaba, na Rua Salvador Stefanelli, Jardim Zulmira, onde ocupa uma área de aproximadamente 4,5 mil metros quadrados com um galpão coberto de 2 mil metros quadrados além de um escritório cozinha e banheiro. A cooperativa atua basicamente na coleta de RSU nas regiões noroeste e central da cidade de Sorocaba sendo que as áreas restantes são atendidas por outras cooperativas. Atualmente a Cooperativa conta com 68 cooperados. 75

76 Descrição do Patrimônio Físico da Cooperativa Central 1 ESTEIRA DE SEGREGAÇÃO DE MATERIAIS ELEVADA 32 lugares; 1 empilhadeira ; 4 paleteiras; 2 elevadores hidráulicos; 7 prensas Descrição das Atividades da Cooperativa Coleta A coleta dos materiais recicláveis é realizada porta a porta, no mínimo uma vez por semana, em residências em 79 bairros, totalizando 866 ruas. Os bairros atendidos pela coleta seletiva são: Abaeté, Adélia, Alegria, América, Ana Maria, Angélica, Astúrias, Augusta, Boa Esperança, Boa Vista, Brasilândia, Cajurú, Campolim, Carvalho, Centro, Copaíba, Dois Corações, Éden, Edgar Marques, Eltonville, Elza, Embaixador, Emília, Estados, Europa, Faculdade, Fiori, Fontes, Gabriel, Guadalajara, Harmonia, Hungarês, Iguatemi, Independência, Ipanema, Iporanga, Isafer, Jardini, Jatobá Juliana, Leão, Leocádia, Louzada, Lucy, Magnólia, Marajoara, Marco Antonio, Maria do Carmo, Morumbi I/II/III e IV, Nicanor Marques, Nova Sorocaba, Odin, Paço, Pagliato, Paulistano, Pires de Melo, Planalto, Primavera, Progresso, Refúgio, Retiro São João, Rica, Saira, Santa Rita, Santa Rosália, Santana, São Carlos, São João, São Judas, Siriema, Sônia Maria, Trujillo, Turmalinas, Vergueiro e Zulmira. A coleta é realizada uma vez por semana em esquema porta a porta, onde são deixados sacos de lixo amarelos com logotipo da coleta seletiva de Sorocaba de cem litros. A Central prioriza suas ações em casas, mas há condomínios e estabelecimentos comerciais, além de pequenas indústrias que aderiram ao processo. A Figura 11 apresenta a contribuição de cada fonte de coleta para a Central. 76

77 Figura 11 - Valor estimado da participação das diversas fontes de coleta na porcentagem total coletada Processamento A Tabela 23 apresenta uma sistematização do processamento de alguns dos principais tipos de materiais que são coletados pela cooperativa. Tabela 23 - Triagem/Processamento/Beneficiamento por tipo de material Material Separa Tritura Prensa Papel/papelão Plástico Vidro Metal O papelão e o resíduo denominado arquivo (folhas brancas, sulfites) são colocados a granel em caçambas, onde o caminhão truck os retira. Os resíduos de jornal e encarte são prensados. Todos os plásticos são separados por tipo (PEBD, PEAD, PET, PVC, PP, PVC, e outros) e por cor, posteriormente são 77

78 prensados. Os vidros são separados e colocados em sacos de ráfia, depois são retirados pelo comprador. As latas de alumínio são prensadas, já os outros metais são separados por tipo e levados para comercialização. O óleo residual de fritura (óleo de cozinha) é coletado em garrafas PET s ou vidros juntamente com a coleta seletiva e armazenado no barracão. A Empresa que compra o óleo o transfere das PET s para barris grandes e encaminha para beneficiamento. Comercialização A Tabela 24 apresenta as quantidades de cada tipo de material comercializado em março de 2014 e seus respectivos compradores. Tabela 24 - Quantidades mensais comercializadas (março de 2014) toneladas MATERIAL PESO Kg COMPRADOR APARAS DE PAPELÃO APARAS PAPEL MISTO APARAS PAPEL BR III APARAS PAPEL JORNAL APARAS PAPEL ENCARTE APARAS TETRA PAK SUC. LATAS DE ALUM SUC. DE PERFIL MISTO SUC. PANELAS DE ALUM 39742,0 CASSOLA 7080,0 CASSOLA 24900,0 JOÃO ACACIO 17695,0 JOÃO ACACIO 2980,0 JOÃO ACACIO 11040,0 JOÃO ACACIO 1885,0 GALERA 141,0 GALERA 171,0 GALERA 78

79 MATERIAL PESO Kg COMPRADOR SUC. DE MOTOR 265,0 GALERA SUC. CHAPARIA DE ALUM 240,0 GALERA SUC. BLOCO DE ALUM 221,0 GALERA SUC. DE MOTOR 463,0 GALERA SUC. COBRE ENCAPADO 142,0 GALERA SUC. COBRE MISTO/4ª 15,0 GALERA SUCATA DE METAL GALERA SUCATA DE INOX 25,0 GALERA COBRE DE 4 GALERA SUC. DE BATERIA 56,0 GALERA SUC. MOTOR GELAD 8,0 GALERA SUC. MOTOR GELAD 7,0 GALERA SUC. DE MARMITEX 130,0 GALERA SUC. DE METAL 118,0 GALERA SUC. DE ANTIMÔNIO GALERA APARAS PEBD COLOR 5142,0 ALPLAST APARAS PEBD CRISTAL 3215,5 ALPLAST 79

80 MATERIAL PESO Kg COMPRADOR APARAS PEAD BRANCO 3524,0 ALPLAST APARAS PEAD COLOR 2840,5 ALPLAST APARAS PP MISTO 6136,0 ALPLAST APARAS PP TAMPINHA 1131,5 ALPLAST APARAS PP BRANCO 477,5 ALPLAST APARAS DE P.S. 1612,5 ALPLAST APARAS DE PVC 1030,0 ALPLAST APARAS DE PET 11386,0 ALPLAST SUCATA DE FERRO 9150,0 MOC VIDRO - CACO 26910,0 ARIOVALDO Fonte: CRZO (referente à março de 2014) Observações O fato de em março de 2014 algum material não ter sido comercializado é devido ao pouco volume no mês, o que não significa que não possa tê-lo em quantidade para ser comercializado em outro mês. CASSOLA = Comércio de Aparas Cassola Ltda. ALPLAST = ALP Gestão Ambiental e Comércio de Materiais Sólidos Recicláveis em Geral EPP MOC = Comércio de Sucatas MOC Ltda. GALERA = Galera Sobras Industriais LTDA - EPP ARIOVALDO = Ariovaldo Roque Petroff (S/ empresa NF s feitas no nome dele mesmo). 80

81 JOÃO ACÁCIO = João Acácio Batista ME Descrição dos relacionamentos institucionais Entre as parcerias existentes entre a Cooperativa e outras entidades (privadas ou públicas), destacam-se: Prefeitura Municipal de Sorocaba; Universidade de Sorocaba (UNISO); ONG Pé de Planta; ABIHPEC e CIRCUS; GRACE Construction Brasil; Jhonson s Controls; Coca-Cola Através da ONG Doe seu lixo. Os principais programas em que a Cooperativa está inserida: Programa de Coleta Seletiva de Sorocaba. Convênio com a ABIHPEC. Programa Doe seu Lixo (da Coca-cola). Programa de Cooperativismo da Pé de Planta. Programa de Bolsas Sociais de Universidade de Sorocaba. Desempenho Financeiro Custos mensais: Água: pago pela Prefeitura Municipal de Sorocaba Luz: pago pela Prefeitura Municipal de Sorocaba Telefone/Internet: em média R$ 300,00. Combustível: pago pela Prefeitura Municipal de Sorocaba Aluguel: pago pela Prefeitura Municipal de Sorocaba IPTU: pago pela Prefeitura Municipal de Sorocaba 81

82 Receitas mensais: A Tabela 25 apresenta dados referentes a abril de 2014 sobre a comercialização dos recicláveis por material, a pesagem do mês, o preço por quilo e o total gerado de renda com o material. Tabela 25 - Venda mensal por tipo de materiais MATERIAL PESO Kg R$/Kg TOTAL APARAS DE PAPELÃO 53595,2 0, ,30 APARAS PAPEL MISTO 3210,0 0,18 577,80 APARAS PAPEL BR III 13160,0 0, ,80 APARAS PAPEL JORNAL 26605,0 0, ,10 APARAS PAPEL ENCARTE 2240,0 0,16 358,40 APARAS TETRA PAK 6440,0 0, ,00 SUC. LATAS DE ALUM 2342,0 3, ,00 SUC. DE PERFIL MISTO 85,0 3,40 289,00 SUC. PANELAS DE ALUM 211,0 3,30 696,30 SUC. DE MOTOR 0,50 0,00 SUC. CHAPARIA DE ALUM 277,0 2,50 692,50 SUC. BLOCO DE ALUM 154,0 2,20 338,80 SUC. DE MOTOR 600,0 0,60 360,00 SUC. COBRE ENCAPADO 110,0 4,00 440,00 SUC. COBRE MISTO/4ª 5,0 8,00 40,00 SUCATA DE METAL 125,0 7,50 937,50 SUCATA DE INOX 86,0 2,00 172,00 COBRE DE 4 8,00 0,00 SUC. DE BATERIA 42,0 1,30 54,60 SUC. MOTOR GELAD 9,0 7,00 63,00 SUC. MOTOR GELAD 7,0 5,00 35,00 SUC. DE MARMITEX 195,0 0,50 97,50 82

83 MATERIAL PESO Kg R$/Kg TOTAL SUC. DE PERFIL BRANCO 83,0 3,70 307,10 SUC. DE COBRE MISTO 11,5 12,00 138,00 APARAS PEBD COLOR 5678,1 0, ,22 APARAS PEBD CRISTAL 4146,0 0, ,80 APARAS PEAD BRANCO 4419,0 1, ,90 APARAS PEAD COLOR 3071,5 0, ,78 APARAS PP MISTO 4967,0 0, ,90 APARAS PP TAMPINHA 1621,0 0, ,70 APARAS PP BRANCO 450,0 1,00 450,00 APARAS DE P.S. 1320,0 0,20 264,00 APARAS DE PVC 0,40 0,00 APARAS DE PET 11338,5 1, ,77 SUCATA DE FERRO 16650,0 0, ,00 Subvenção da Prefeitura (Itens e valores): Aluguel do barracão: R$ 12500,00/ mês Caminhões: R$541,67/ mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Água: R$166,67/ mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Luz: R$166,67/ mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Combustível: R$250,00/ mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Equipamentos de Proteção Individual (EPI): R$66,67/ mês (Fonte: Prefeitura Municipal de Sorocaba, 2013) Balanço Financeiro: Rendimento mensal médio por cooperado: R$ 1460,00 Quantidade média mensal de horas trabalhadas por cooperado: 198 horas/mês O faturamento da CRZO é exatamente o valor da folha de pagamento dos cooperados, logo, não existe lucro. 83

84 Outros aspectos A CRZO está localizada numa área de mão de obra para coleta seletiva muito grande devido a carência dos bairros em redor, como Jardim Nova Esperança, Vila Barão, Jardim Baronesa, Jardim Humberto de Campos e entre outros. Com isso, há somente a triagem de mão-de-obra, pois a atração por si só já existe. A Central afirma que existe espaço e demanda para integrar novos cooperados dentro da cooperativa. Atividades de cunho social apontadas pela CRZO que são desenvolvidas com os cooperados: UNISO: 3 bolsas de Gestão Ambiental para cooperados; Colégio Mentor: 3 bolsas de técnico em logística para cooperados; UNISO: Curso de Inclusão Digital para cooperados e dependentes; UNISO: Terapia Ocupacional para os cooperados; GRACE: Treinamento dos cooperados; ABIHPEC: Treinamento de pessoal; CRZO: NR 11 Operador de Empilhadeira. De acordo com a CRZO, o treinamento de pessoal visa educação ambiental, educação econômica, integração social, motivação, melhorias do sistema, primeiros socorros, relacionamento interpessoal, entre outros Resíduos orgânicos Já foi verificado anteriormente, na discussão sobre a composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares de Sorocaba (vide Tabela 16 e Figura 7), que praticamente a metade dos RDO gerados em termos de massa no município é composta de matéria orgânica. Atualmente os resíduos de poda, galhada, varrição, entre outros de origem vegetal (à exceção de madeira, que é comercializada pelas cooperativas), são levados ao Aterro Municipal de Inertes, onde há uma máquina para picá-los. Em 84

85 seguida, são encaminhados ao pátio de compostagem, a fim de serem utilizados em praças e jardins, ou são levados ao aterro sanitário de Iperó (Sanex, 2011). Conforme identificado em estudo da Sanex (2011), há dificuldades associadas ao aproveitamento dos RDO de Sorocaba em processos de compostagem, a saber: o alto teor de umidade nos resíduos orgânicos e a baixa relação entre os restos de comida e o lixo de jardim, além das impurezas misturadas ao material. Foi constatado no estudo que a presença de água nesses resíduos, principalmente nos restos de comida, lixo de jardim, fezes e fraldas, pode inviabilizar o uso desses resíduos como fonte de calor em incineradores. Além disso, a água pode lixiviar organismos patogênicos ou substâncias químicas perigosas, dificultando um confinamento seguro. Em relação a restos de comida / lixo de jardim, para se obter um valor mais elevado e mais favorável à compostagem, sugere-se, no estudo da Sanex (2011), que os restos de poda de árvores sejam também utilizados no processo de compostagem em vez de serem encaminhados ao aterro de inertes, como ocorre atualmente. Outra sugestão dada pelo estudo é a possibilidade de aumento de escala para o tratamento dos resíduos orgânicos e sua viabilização econômico-financeira por meio do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê (CISAB-SMT). Trata-se de um consórcio público denominado autarquia interfederativa que possui, dentre os objetivos, a realização de atividades de planejamento e a implantação de ações regionais compartilhadas na gestão dos resíduos sólidos, como o tratamento de resíduos, alternativas para a disposição final, compras em conjunto, capacitações, dentre outras. O CISAB-SMT é formado pelos municípios da região, em que principalmente os municípios de Piedade e Ibiúna são dotados de forte vocação agrícola, ou seja, podem tanto produzir resíduos orgânicos para a compostagem quanto utilizar o composto em sua cadeia produtiva. 85

86 Resíduos comerciais e de prestador de serviço A Prefeitura Municipal de Sorocaba disponibiliza contêineres com capacidade de 1000 L em áreas com grande concentração de estabelecimentos comerciais. Atualmente existem 930 deles instalados em 48 setores da cidade, sendo fornecidos em regime de aluguel, por empresa contratada pela Prefeitura, que é responsável pelos serviços de manutenção, substituição e higienização. Os grandes geradores, como as grandes redes de alimentação, segundo a Lei Municipal 5529 de 20 de novembro de 1997 são os que geram mais de 600 litros por dia e são responsáveis pela coleta e disposição final. A caracterização e quantificação dos resíduos comerciais gerados em Sorocaba, bem como a estimativa dos materiais potencialmente recicláveis, foram baseadas nos levantamentos realizados pela Sanex em dois locais (Condomínio Sorocaba Shopping Center e o Extra Hipermercado - Unidade Santa Rosália) classificados como representativos por conta de suas características (abrangência de segmentos e porte). Para o Shopping, primeiramente se verificaram os dias em que a coleta era efetuada. Ao longo de uma semana foram pesados todos os resíduos coletados pela coleta seletiva. Para o Hipermercado Extra, os dados foram obtidos junto ao estabelecimento, a partir dos relatórios fornecidos pela empresa contratada para a realização do serviço de coleta, triagem, acondicionamento e destinação dos resíduos gerados. A fim de estimar-se a quantidade em massa de resíduos comerciais que são gerados no Município de Sorocaba, delimitou-se a área dos estabelecimentos estudados para obter-se a relação geração de resíduos/área, bem como a área das regiões onde o comércio está mais concentrado no município. Resíduos do Sorocaba Shopping Center A Tabela 26 fornece as quantidades de resíduos coletados no Sorocaba Shopping Center. 86

87 Tabela 26 - Valores médios semanais de resíduos recicláveis do Sorocaba Shopping Center Material Média (kg/semana) Porcentagem (%) Papelão 822,70 69,71 Alumínio 117,48 9,96 Sacolinha Plástica 40,34 3,42 PP Cristal 21,00 1,78 Plástico Duro 30,00 2,54 Pet Óleo 18,00 1,53 Pead Colorido 25,00 2,12 Pead Leitoso 13,00 1,10 Pet 20,16 1,71 Vidro 0,66 0,00 Tetra Pak 0,10 0,00 Rejeito* 71,71 6,08 Total 1.180,15 100,00 *Rejeitos incluem todos os materiais que não são aproveitados pela cooperativa, tanto pelo baixo valor econômico associado quanto pela falta de mercado para venda. Fonte: Sanex (2011) Aproximadamente 70% dos resíduos coletados são constituídos de papelão, proveniente do grande volume de caixas utilizadas no acondicionamento de vários tipos de mercadorias e, em menor porcentagem, de embalagens de pipoca. A Figura 12 apresenta uma melhor visualização da quantidade de resíduos que é coletada no Shopping. 87

88 Figura 12 - Resíduos recicláveis do Sorocaba Shopping Center Fonte: Sanex (2011) Os resíduos comuns desse empreendimento são constituídos, em grande parte, por restos de alimentos e aqueles gerados nos banheiros. Sua coleta é efetuada pela prefeitura de Sorocaba de segunda a sexta-feira. Em termos de massa, a quantidade semanal desses resíduos foi de 1.623,3 kg, o que equivale a 231,9 kg/dia. Ao somarem-se os rejeitos da coleta seletiva, que têm a mesma destinação dos resíduos da coleta regular, esse total passa a ser de 242,1 kg/dia. Resíduos do Extra Hipermercado Unidade Santa Rosália A Tabela 27 apresenta as quantidades mensais dos resíduos que são coletados pela empresa contratada, conforme informado anteriormente. 88

89 Tabela 27 - Valores médios mensais de resíduos recicláveis do Hipermercado Extra Material Quantidade (kg/mês) Porcentagem (%) Papelão ,96 Plástico ,30 Vidro 50 0,32 Alumínio 25 0,16 Óleo de Cozinha 54 0,34 Rejeito 780 4,92 Total ,00 Fonte: Sanex (2011) Novamente o papelão apresenta a maior quantidade de resíduos potencialmente recicláveis gerados. Na sequência há uma significante produção de resíduos plásticos, enquanto os demais resíduos possuem porcentagens pequenas de geração, como pode ser observado na Figura 13. Figura 13 - Resíduos recicláveis do Hipermercado Extra Fonte: Sanex (2011) Como a empresa contratada efetua toda coleta de resíduos gerados nesse estabelecimento, é possível observar a alta eficiência do gerenciamento desses resíduos, uma vez que apenas 5% são constituídos por resíduos comuns, enquanto os demais 95% são potencialmente recicláveis. 89

90 Resíduos Gerados por Área Ocupada Na Tabela 28 são apresentados os valores de resíduos produzidos por área ocupada pelos estabelecimentos. Pode se observar que no Hipermercado Extra a relação para os resíduos recicláveis é mais expressiva, já que o sistema é melhor gerenciado. Tabela 28 - Quantidades de resíduos de estabelecimentos comerciais gerados por área Resíduo Comum Resíduo Reciclável Unidade Área Massa (kg/mês) Massa/Área (kg/m²) Massa (kg/mês) Massa/Área (kg/m²) (m²) Sorocaba Shopping ,2 0, ,5 0,29 Hipermercado Extra ,0 0, ,0 0,60 Fonte: Sanex (2011) Tendo em vista a eficiência de gestão dos resíduos no Hipermercado Extra, para melhor estimar a quantidade de resíduos comerciais gerados no município de Sorocaba considerou-se a relação massa/área obtida no Sorocaba Shopping, por ser mais representativa do que a observada nas demais áreas comerciais e de prestação de serviço. A área comercial considerada foi delimitada pela Avenida Afonso Vergueiro, Marginal Dom Aguirre, Rua Moreira César e Avenida Juscelino Kubistchek, na região central. Além disso, consideraram-se as áreas adjacentes às avenidas Itavuvu, Ipanema, General Carneiro e as ruas Comendador Oeterer, Paes de Linhares e Hermelino Matarazzo, totalizando uma área de ,70 m². O total estimado foi de kg/mês de resíduos gerados nos estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço, dos quais 60% ou kg/mês são resíduos comuns, enquanto 40% ou kg/mês são resíduos potencialmente recicláveis. Como pode ser exemplificado com o caso do Hipermercado Extra, é possível aumentar a eficiência do sistema nesse setor, elevando o percentual de resíduos potencialmente recicláveis. Caso fossem alcançados níveis percentuais 90

91 semelhantes ao do referido estabelecimento, poderiam ser coletados seletivamente cerca de t/mês de resíduos comerciais potencialmente recicláveis. Esse cenário representaria uma economia de R$ ,00 por mês nos custos da prefeitura apenas para a destinação desses resíduos, não levando em conta os gastos economizados com coleta e transporte, o que evidencia a importância de se melhorar o gerenciamento de tais resíduos Resíduos de limpeza urbana Os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da Litucera Limpeza e Engenharia Ltda., empresa terceirizada pela prefeitura municipal. A empresa realiza a varrição de uma área de cerca de 15 milhões m² por mês, lançando mão de cinco caminhões para a coleta desses resíduos (Sanex, 2011). De acordo com o SNIS (2012), havia 120 funcionários alocados no serviço de varrição em 2010, os quais varreram juntos cerca de km de sarjeta ao longo do ano. Não há varrição mecanizada em Sorocaba. Os funcionários utilizam uniformes e equipamentos de proteção individual: botas, luvas, camisa, boné, protetor solar, e também, cones de sinalização para o local em que exercem a atividade. O trabalho é desempenhado com o auxílio de alguns equipamentos: vassoura, pá, rastelo e carrinho de varrição, que ficam armazenados na empresa Litucera. Os resíduos são recolhidos pelos caminhões diretamente dos carrinhos nas vias, não ocorrendo armazenamento intermediário. A Figura 14 apresenta as quantidades de resíduos varridos desde 2011 até agosto de 2013 em termos de volume, e em termos de massa para o período de 2012 a agosto de

92 Figura 14 - Quantidades mensais de resíduos varridos pelo serviço de varrição de Sorocaba Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013) Conforme o SNIS, a prefeitura teve uma despesa total de R$ ,39 com agentes privados para a realização do serviço de varrição em 2010, quando o valor contratual desse serviço era de R$ 15,60 por quilômetro varrido. Na Tabela 29 a seguir estão relacionados alguns indicadores do serviço limpeza urbana de Sorocaba. 92

93 Tabela 29 - Indicadores do serviço de limpeza urbana de Sorocaba (ano base: 2010) Custo unitário médio do serviço de varrição (R$/km) 25,35 Produtividade média dos varredores (km/empregado/dia) 4,79 Taxa de varredores em relação à população urbana (empregados / 1000 habitantes) 0,21 Incidência do custo do serviço de varrição no custo total com manejo de RSU (%) 21,97 Incidência de varredores no total de empregados no manejo de RSU (%) 22,94 Extensão total anual varrida per capita (km/habitante/ano) 0,31 Taxa de capinadores em relação à população urbana (empregados / 1000 habitantes) 0,28 Incidência de capinadores no total de empregados no manejo de RSU (%) 30,59 Fonte: SNIS (2012) Sorocaba conta ainda com serviços de capina e roçagem nas formas manual e mecanizada, para os quais haviam 160 funcionários da Litucera em 2010 (SNIS, 2012). Conforme consta no contrato entre a prefeitura de Sorocaba e a empresa, esta deve: prestar serviços de varrição, limpeza, conservação, desinfecção de locais públicos e demais serviços afins e correlatos, com fornecimento de materiais e mão de obra, compreendendo: Varrição, limpeza e conservação de vias públicas, na quantidade mensal estimada de m² (quinze milhões, setenta e seis mil, trezentos e quarenta e quatro metros quadrados). Limpeza e manutenção de praças públicas e jardins, incluindo lixeiras, com funcionários fixos em cada local conforme anexo, já em seu poder. Limpeza e conservação de banheiros públicos, mantendo funcionários fixos em cada local conforme anexo, já em seu poder. Limpeza de feiras livres, varejões, mini-feiras comunitárias e locais de eventos, na quantidade mensal estimada de m² (quinhentos mil metros quadrados). 93

94 Varrição, lavagem, desinfecção de calçadas, calçadões e praças, na quantidade mensal estimada de m² (duzentos e dez mil metros quadrados). Disposição final dos resíduos em aterro sanitário licenciado, a escolha da Contratada. O contrato tem vigência por um período de 24 meses a partir de novembro de 2011, e o valor total a ser pago à Litucera é de R$ ,24 (dezesseis milhões setecentos e noventa e nove mil, duzentos e dois Reais e vinte e quatro centavos). Anteriormente à celebração desse contrato, para a qual houve licitação, a Litucera já realizava os serviços de varrição em Sorocaba. Os supracitados serviços de capina e roçagem atendem a 100% da população do município sendo realizados por 29 veículos e aos funcionários são disponibilizados os seguintes equipamentos de proteção individual (EPIs): máscaras e óculos de proteção, chapéus, caneleiras e uniformes de mangas longas. Os referidos resíduos são reciclados para nutrição e enriquecimento de canteiros, na forma de mulch orgânico, através da técnica agrícola conhecida como Mulching. O contrato com a empresa Litucera não inclui os serviços de poda, que são de responsabilidade da SERP (Secretaria de Serviços Públicos) e executados de forma manual e mecanizada, mediante a previa autorização da SEMA (Secretaria de Meio Ambiente) que realiza a avaliação da necessidade do corte ou poda da vegetação arbórea. A partir da autorização o serviço é efetuado, podendo ser operado por mão-de-obra própria da SERP ou por empresas contratadas (Serg Paulista e Florestana) de acordo com a demanda. Os egressos da Copereso também estão envolvidos no processo de poda e corte, pois auxiliam na remoção e limpeza da vegetação removida. A fim de otimizar o processo de poda, existem 12 setores mapeados e que recebem os serviços periodicamente. A equipe de 30 colaboradores possui à 94

95 disposição os seguintes equipamentos: 4 caminhões do tipo Munck equipados com cestos elevatórios, 5 caminhões-carroceria, 15 motosserras e 8 motopodas. A Figura 15 mostra um dos caminhões-carroceria. Figura 15 - Resíduos de poda no aterro de inertes Fonte: SHS, 2013 Os trabalhadores têm os seguintes equipamentos de proteção individual (EPI) à disposição: capacete, cinto de proteção (paraquedista), calça com malha metálica, botas, óculos de proteção, cordas, ganchos, esporas e uniformes. Conforme informado anteriormente, os resíduos de origem vegetal (como de poda, galhada etc.) gerados em Sorocaba, à exceção da madeira (comercializada pelas cooperativas que atuam no aterro municipal de inertes), são atualmente encaminhados ao Aterro Municipal de Inertes, onde existe uma máquina para picá-los. Em seguida, são compostados no pátio de compostagem para serem posteriormente utilizados em praças e jardins, ou são levados ao aterro sanitário de Iperó (Sanex, 2011). A Prefeitura relatou que a grande maioria dos resíduos triturados é levada para o aterro sanitário, pois não há alta demanda desse material para a manutenção das áreas públicas de lazer. Dos resíduos gerados pela poda e corte de árvores, 80% são reciclados na fabricação de aglomerados e o restante também segue para o aterro da Proactiva 95

96 em Iperó. Atualmente o aterro de inertes armazena a madeira que é vendida pelas cooperativas para a reciclagem na empresa SALMERON (Rodovia Raposo Tavares Km 98) (Prefeitura 2014). Como apresentado anteriormente, o contrato com a Litucera incluí a limpeza de feiras livres, que é realizada pelos mesmos funcionários do serviço de varrição. A Figura 16 a seguir mostra os locais de realização de feiras livres em Sorocaba, bem como a frequência de sua realização. 96

97 Legenda: Figura 16 - Locais de realização de feiras livres em Sorocaba Fonte: < Acesso em 15 de outubro de

98 A remoção de animais mortos das vias públicas é feita pela empresa terceirizada Contemar Ambiental, como relatado pelo Jornal Cruzeiro do Sul em abril de Já as limpezas de bocas de lobo e de lotes vagos, bem como a pintura de meios-fios, são realizadas pelo agente público (SNIS, 2012). Segundo informações da Prefeitura, o SAAE de Sorocaba é responsável pela supracitada limpeza de bocas de lobo, córregos e galerias, sendo os serviços executados por mão de obra própria e terceirizada. O Departamento de Drenagem do SAAE conta com 60 funcionários e terceiriza cerca de 30 funcionários para o serviço de roçagem e limpeza dos córregos. Sendo que todos os servidores utilizam uniformes e tem à sua disposição os equipamentos de proteção individual necessários, entre eles: botas de borracha, botas com biqueira de aço, perneira de raspa, luvas, óculos de proteção, protetores auriculares e faciais, capacetes e coletes refletivos. Para a remoção média diária de 12 toneladas de resíduos, o SAAE atua com 6 caminhões utilizados para os serviços de limpeza de bocas de lobo, somados à equipamentos locados e os de propriedade das empresas terceirizadas para a limpeza dos córregos (equipamentos para roçagem, desassoreamento e remoção de lixo e entulho) Não há um planejamento da prestação de serviços em locais determinados, ocorrendo o atendimento sob demanda da população pelos canais de comunicação do SAAE. Apenas em locais com problemas recorrentes e frequentes, o serviço de limpeza é realizado de forma preventiva antes dos períodos chuvosos. Em Sorocaba, é comum encontrar pontos de descarte de inservíveis e materiais volumosos às margens e no leito dos córregos, principalmente nos córregos Itanguá, Pitico (Matadouro), Mineirão, Formosa e Laranjeiras. A frequência do descarte é maior nessas e em outras áreas em que a urbanização do município se aproxima dos cursos d água, ocupando com residências e moradias irregulares as Áreas de Proteção Permanente (APP). 98

99 Um dos principais problemas causados pela disposição inadequada de resíduos sólidos são os alagamentos. O acúmulo de sedimentos e lixo nas bocas de lobo sobrecarrega o sistema de drenagem e impede o seu funcionamento. O lixo acumulado também provoca entupimento das travessias sob o sistema viário (bueiros), fazendo com que córregos transbordem e, consequentemente, as vias públicas sejam interditadas e algumas residências sofram inundação Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico De acordo com o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico, o município possui 6 Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) em operação. As quais segundo a Diretoria de Produção do Serviço Autônomo de Água e Esgoto SAAE de Sorocaba geram aproximadamente 70 toneladas diárias de lodo de esgotos classe 2A e 4 toneladas de material das caixas de areia. O sistema de tratamento de esgotos do município consegue tratar cerca de 96% do esgoto gerado. A Tabela 30 apresenta a quantificação dos lodos e areia gerados nas ETEs e a destinação atual de cada um. Ainda, segundo a Prefeitura, o lodo das estações é encaminhado para o aterro sanitário Estre Itapevi, o que resulta para o SAAE em um gasto de R$200,00 por tonelada transportada e disposta no aterro, em um gasto mensal estimado de R$ ,00. 99

100 Tabela 30 - Quantidades e destinações dos resíduos de ETEs ETE Quantidade Volume de Destinação Destinação de lodo areia do lodo da areia (t/mês) (m 3 /mês) Estre Itapevi Ipaneminha ND* ND ND Essencis Caieiras Estre Itapevi Quintais 37 ETE S1 ND Essencis Caieiras Pitico 200 Estre Itapevi Essencis Caieiras 13 Estre Itapevi Essencis Caieiras Estre Itapevi Estre Itapevi Itanguá 529 Essencis 21 Essencis Caieiras Caieiras Estre Itapevi Estre Itapevi Sorocaba Essencis 36 Essencis (S1) Caieiras Caieiras Estre Itapevi Estre Itapevi Sorocaba Essencis 22 Essencis (S2) Caieiras Caieiras Fonte: Adaptado de ENGECORPS, 2013 *ND Não disponível ou não informado Periodicidade de limpeza Anual Semestral Semestral Semestral Semestral Semestral A Prefeitura informou que o SAAE possui um projeto de secagem de lodo e utilização para geração de energia, o que levaria a uma redução dos resíduos descartados a 2% da massa inicial. E a uma economia significativa para a SAAE com a disposição, no entanto, o projeto ainda não foi implementado. O Plano Municipal Integrado de Saneamento também trata do sistema de abastecimento de água de Sorocaba, em que são apresentadas 2 Estações 100

101 de Tratamento de Água (ETA), para as quais ainda não houve necessidade de remoção de lodo e outros resíduos gerados. A água de lavagem dos filtros e decantadores da ETA é descartada no corpo receptor sem prévio tratamento. Porém está sendo finalizada a implantação da unidade em que será tratado o lodo da estação Resíduos de serviços de saúde (RSS) Segundo a Prefeitura Municipal (2013), os resíduos gerados nas unidades de saúde administradas pela prefeitura são também por ela recolhidos. Tais unidades de saúde podem ser divididas entre grandes e pequenos geradores de RSS. Além desses serviços, a Prefeitura também recolhe RSS de outros serviços de saúde que não vinculados ao poder público municipal, tais como a Santa Casa, o Gpaci (Hospital do Câncer Infantil de Sorocaba), o Hospital Oftalmológico, o Hospital Mental, o Hospital das Acácias, o Hospital Teixeira Lima, o Hospital Vera Cruz, o Instituto Médico Legal e o Hospital Evangélico, e de pequenos geradores, tais como consultórios de dentistas, farmácias, clínicas médicas, laboratórios, clínicas veterinárias, entre outros, mediante contrato com a SERP. Ao todo a Prefeitura de Sorocaba é responsável pela coleta e destinação dos resíduos gerados em 45 unidades de saúde ou correlatos (Quadro 8), cada uma das unidades explícita o gerenciamento dos resíduos através de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Quadro 8 Unidades administradas pela Prefeitura de Sorocaba UNIDADE FONE CS APARECIDINHA CS BARCELONA PA BRIGADEIRO TOBIAS CS BRIGADEIRO TOBIAS

102 UNIDADE FONE CS CAJURU CS CERRADO CS e PA ÉDEN CS JARDIM SIMUS CS LARANJEIRAS PA LARANJEIRAS CS LOPES DE OLIVEIRA CS MARCIA MENDES CS MARIA DO CARMO CS MARIA EUGENIA CS MINEIRÃO CS NOVA SOROCABA CS NOVA ESPERANÇA CS SÃO BENTO CS SOROCABA I CS VILA HARO CS VILA HORTENCIA CS VILA SABIÁ CS VILA SANTANA CS VILA ANGÉLICA CS VILA FIORE CS VILA BARÃO CS VITORIA REGIA CS ESCOLA POLICLÍNICA CS HABITETO SAMU UNIDADE PRÉ-HOSPITALAR ZONA NORTE

103 UNIDADE FONE PA HUMBERTO DE CAMPOS ATENDIMENTO DOMICILIAR COAS DST / AIDS LABORATÓRIO LAMAC AMBULATÓRIO SAÚDE MENTAL ZOONOSES ZOOLÓGICO AMBULATÓRIO SAÚDE OCUPACIONAL MÓDULO ODONTO I MÓDULO ODONTO II MÓDULO ODONTO III MÓDULO ODONTO IV MÓDULO ODONTO V TRAILER A prefeitura possui um cadastro de indústrias, estabelecimentos comerciais ou prestadores de serviços e profissionais autônomos de Sorocaba, de maneira que foi levantado o número dos estabelecimentos de saúde do município por meio de sua identificação e contagem. Identificaram-se, no cadastro, 282 farmácias, abrangendo: comércio atacadista de drogas e medicamentos; comércio atacadista em geral (que inclui comercialização de produtos farmacêuticos); farmácia, drogaria, perfumaria e cosmético; e comércio varejista de produtos farmacêuticos com manipulação de fórmulas. A Tabela 31 mostra o número dos estabelecimentos de saúde existentes no município que estão identificados no cadastro da prefeitura. 103

104 Tabela 31 - Estabelecimentos de saúde identificados no cadastro da prefeitura de Sorocaba Tipo de estabelecimento Quantidade Comércio atacadista de drogas e medicamentos 6 Comércio atacadista em geral (que inclui comercialização de produtos farmacêuticos) 1 Farmácia, drogaria, perfumaria e cosmético 243 Comércio varejista de produtos farmacêuticos com manipulação de fórmulas 32 Assistência médica ou dentária 66 Clínica de fonoaudiologia 19 Clínica de psicologia 4 Clínica de psicopedagogia 12 Clínica de radiologia e tomografia 9 Clínica de radioterapia 2 Clínica de ultrassonografia 38 Clínica dentária profissional 82 Clínica médica profissional 429 Clínica obstetra 20 Clínica psiquiátrica 9 Clínica veterinária 23 Hospital e clínica veterinária 4 Hospital, sanatório e ambulatório 49 Serviços de raio-x e abreugrafia 27 Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013) A coleta de resíduos de serviços de saúde assumida pela Prefeitura é terceirizada, e era efetuada pela empresa Transpolix Ambiental Serviços de Limpeza Pública e Privada Ltda. A seguir é apresentada a quantificação dos geradores públicos e privados que estão cadastrados na empresa (Tabela 32). 104

105 Tabela 32 - Estabelecimentos geradores de resíduos de serviços de saúde cadastrados. Classificação dos Estabelecimentos Número de Estabelecimentos Cadastrados Pequeno Gerador 770 Grande Gerador 11 Municipal 58 Novos cadastros Novos cadastros Fonte: Prefeitura Municipal (2013). Os pequenos geradores são maioria no município e estão divididos principalmente pelas tipologias da Tabela 32. No caso das farmácias e drogarias, estão cadastrados 184 estabelecimentos o que pode ser indício de que as demais farmácias (Tabela 33) tem seus resíduos recolhidos por outras empresas, ou que não fazem a destinação adequada dos resíduos, ou ainda, que não atuam mais no município. Tabela 33 - Classificação dos pequenos geradores por tipologia. Tipologia do Estabelecimento Número de Estabelecimentos Consultório 284 Odontológico Veterinária 064 Clínica Médica 170 Farmácias e Drogarias 160 Laboratórios 026 Ambulatórios e Hospitais 007 Tatuagem 009 Outros 050 TOTAL 770 Fonte: Prefeitura Municipal (2013). Tabela 34 - Classificação dos novos geradores por tipologia. 105

106 Tipologia do Estabelecimento Número de Estabelecimentos Consultório 33 Odontológico Veterinária 04 Clínica Médica 43 Farmácias e Drogarias 24 Laboratórios 00 Ambulatórios e Hospitais 01 Tatuagem 04 Outros 02 TOTAL 111 Fonte: Prefeitura Municipal (2013). A empresa Transpolix Ambiental Serviços de Limpeza Pública e Privada Ltda. foi contratada pela prefeitura de Sorocaba para efetuar os serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos de serviços de saúde gerados nos estabelecimentos municipais, assim como coleta e destinação final de animais mortos (Sanex, 2011). Porém, segundo reportagem publicada pelo Jornal Cruzeiro do Sul em 18 de abril de 2013, o contrato que estava em vigor desde 04 de dezembro de 2009 foi desfeito pela Prefeitura mediante autuação da Transpolix em R$ ,58 por inadimplência contratual e impedimento de contratação pelo município por 2 anos, punições referentes a não prestação de serviços na segunda quinzena de dezembro de 2012, período em que os funcionários da contratada estiveram paralisados. Para que os serviços de manejo desses resíduos não fossem prejudicados, a Prefeitura contratou em caráter emergencial a empresa Contemar Ambiental para a execução de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde, em 22 de dezembro de 2012, tendo sido renovado após noventa dias pela igual quantia de R$ ,00, como relatou a empresa para o jornal. 106

107 A empresa Proactiva foi contratada por meio de pregão para a gestão dos resíduos de serviços de saúde da rede pública, ficando sobre sua responsabilidade a coleta, o transporte e a disposição desses resíduos. O contrato inclui a coleta dos resíduos biológicos e químicos dos hospitais próprios do município e dos biológicos dos estabelecimentos que realizam atendimento pelo SUS. A empresa subcontratou a Contemar que é responsável pela esterilização em autoclave dos resíduos biológicos e a Silcom que realiza a incineração dos químicos, após os tratamentos os resíduos são encaminhados e aterro da Proactiva em Iperó. A coleta é realizada em todo o município por 4 veículos coletores e 8 funcionários da empresa contratada. A 107

108 Tabela 35 a seguir relaciona as quantidades de RSS coletadas anualmente em Sorocaba desde 2002, enquanto a Figura 17 apresenta as quantidades mensais para o mesmo período. 108

109 Tabela 35 Quantidades de RSS coletadas por ano em Sorocaba Ano Quantidade (t) , , , , , , , , , , , * 510,81 *Dados até agosto de Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Figura 17 Quantidades mensais de RSS coletadas em Sorocaba A média de coleta de RSS em 2013 (até agosto) é de 63,8 toneladas por mês. Destes, os resíduos biológicos são enviados para autoclavagem na empresa Contemar Ambiental, subcontratada pela Proactiva, e posteriormente 109

110 para disposição final na CGA de Iperó, que está licenciada para o recebimento desses resíduos. Os RSS químicos, por outro lado, deverão ser encaminhados para incineração na empresa Silcon Ambiental, unidade PTR Paulínia, também subcontratada pela Proactiva. Esta possui o contrato com a prefeitura para coleta e destinação adequada de tais resíduos, mas, até o momento de elaboração deste relatório, essas atividades ainda não haviam sido iniciadas, uma vez que o contrato havia sido celebrado há menos de dois meses (Prefeitura Municipal, 2013). A partir de informações fornecidas pela Prefeitura Municipal, foi possível estimar a quantidade de resíduos gerados no município por atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas em 2012, foram realizadas internações pelo SUS em 11 hospitais do município, de forma simplista, ao considerar que a média nacional de geração de RSS por leito por dia é de 2,63 kg (Monreal,1993; in Schneider et al, 2004) e que no mínimo cada internação tenha duração de 1 dia, foram geradas aproximadamente 83 toneladas de resíduos nesse ano pelos serviços do SUS. E de acordo com o estudo realizado para o Hospital Beneficência Portuguesa de Porto Alegre RS (Unisinos, 2006), dentre os resíduos de saúde são gerados, diariamente, 1,06 kg de resíduos perigosos por leito. O que para internações mínimas de um dia nos hospitais de atendimento SUS, foram produzidas aproximadamente 33 toneladas de material perigoso em O Quadro 9 mostra o número de internações pelo SUS no município, os dados fornecidos pela Prefeitura foram disponibilizados através do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A seguir, um histórico dessa geração estimada no atendimento público de Sorocaba é apresentado no gráfico da Figura

111 Quadro 9 Número de internações SUS por ano em Sorocaba Hospital SP (CNES) HOSPITAL OFTALMOLOGICO DE SOROCABA/BOS GPACI HOSPITAL SARINA ROLIM CARACANTE SOROCABA HOSPITAL MENTAL SOROCABA CONJUNTO HOSPITALAR SOROCABA HOSPITAL PSIQUIATRICO VERA CRUZ SOROCABA HOSPITAL TEIXEIRA LIMA SOROCABA HOSPITAL JARDIM DAS ACACIAS SOROCABA HOSPITAL EVANGELICO DE SOROCABA HOSPITAL UNIMED DE SOROCABA DR MIGUEL VILLA NOVA SOEIRO SANTA CASA DE SOROCABA HOSPITAL SANTA LUCINDA SOROCABA Total Fonte: CNES,

112 Figura 18 Histórico da Geração estimada de RSS e RSS perigosos, no município de Sorocaba. Fonte: SHS, 2014 É importante ressaltar que para calcular com maior fidelidade as quantidades geradas seria necessário o tempo médio de internação dos pacientes do SUS em Sorocaba. O Conjunto Hospitalar de Sorocaba, o Hospital Santa Lucinda, o Hospital Modelo, o Hospital UNIMED e o Hospital Samaritano assumiram a responsabilidade pelos serviços de coleta, tratamento e destinação final dos RSS gerados em suas dependências (Prefeitura Municipal, op. cit.). Dados do SNIS (2012) mostram que, em 2010, a administração municipal de Sorocaba teve uma despesa total de R$ ,50 com a empresa terceirizada Transpolix. À época, o município pagava R$ 1910,00 por tonelada de RSS coletada. A empresa Proactiva também é responsável pela coleta e destinação final das carcaças de animais. A responsabilidade foi estabelecida pelo contrato CPL 263/13 e os resíduos são encaminhados para o Aterro Sanitário CGA de Iperó. Não foram fornecidas informações sobre a geração e o manejo de resíduos radioativos dos serviços de saúde. 112

113 Medicamentos vencidos A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo aprovou, no ano de 2010, um projeto denominado Descarte Consciente, desenvolvido por uma empresa de tecnologia em saúde. Esse programa envolve parcerias com redes de farmácias e disponibiliza um equipamento de coleta de remédios vencidos em determinados estabelecimentos. Nos locais participantes do programa, os medicamentos são identificados pelo código de barras e então depositados nos espaços adequados, sem nenhum custo ao consumidor. Figura 19 Estação coletora Em Sorocaba, apenas três locais possuem este dispositivo, dois deles são estabelecimentos da rede de farmácias Droga Raia (Avenida Antônio Comitre, Campolim e Avenida Itavuvu, Jardim Maria Antônia Prado) e a farmácia da rede varejista multinacional Walmart (Avenida Antônio Carlos Comitre, 80). Após coletados, esses medicamentos podem receber diferentes destinações de acordo com suas classes. Algodão, gaze e bandagens e 113

114 objetos como agulhas e seringas são encaminhados para usinas de tratamento, onde são descontaminados e posteriormente levados para aterros. Já medicamentos e produtos químicos vencidos são incinerados em usinas ambientalmente preparadas. A Lei Municipal Nº 9925, de 10 de Janeiro de 2012 institui a campanha Medicamento Vencido - Destino Ambientalmente Correto e dá outras providências. Segundo a lei: Art. 2º A Campanha consistirá na divulgação e esclarecimento, por parte do Poder Executivo, da importância ao meio ambiente do recolhimento correto de medicamentos vencidos. Art. 3º além do previsto no art. 2º, o Poder Público disponibilizará os coletores dos medicamentos nos condomínios fechados, edifícios públicos e particulares, hipermercados, supermercados, shoppings, farmácias e outros locais de grande circulação de pessoas. Art. 4º As distribuidoras de medicamentos farmacêuticos recolherão o conteúdo dos recipientes que deverão ser encaminhados para as respectivas indústrias farmacêuticas a fim de ser dada a destinação ambientalmente adequada aos medicamentos. Por enquanto, a Prefeitura possui um programa de coleta, transporte e tratamento de medicamentos vencidos provenientes da rede pública de atendimento, no entanto não há parceria com o programa Descarte Consciente. A empresa Proactiva realiza o transporte dos 400 kg mensais de resíduos gerados na rede municipal. O descarte irregular de medicamentos é algo comum no município, porém alguns cidadãos procuram a Prefeitura para pedir orientações sobre a disposição adequada. Quando requisitada por algum munícipe, a SERP orienta que seja feita a entrega dos medicamentos na Vigilância Sanitária municipal, para que sejam recolhidos pela Proactiva. Porém, não possui estrutura para divulgar a coleta para o município. 114

115 Segundo publicação do jornal O Estado de S. Paulo em 15 de outubro de 2011, os bombeiros encontraram pelo menos 3 mil caixas de remédios às margens do córrego Itanguá, a grande maioria de medicamentos vencidos, na zona norte de Sorocaba. O jornal relata que aquele foi o quinto caso de descarte irregular de medicamentos no município apenas no referido ano. Em um desses casos anteriores, como relata o jornal Cruzeiro do Sul em 12 de setembro de 2011, a CETESB retirou aproximadamente 110 toneladas de terra e medicamentos que haviam sido descartados inadequadamente em um terreno particular no bairro Ipanema do Meio. O material recolhido foi encaminhado para incineração e a rede Farma-Ponte foi multada. Resíduos Cemiteriais O município de Sorocaba possui quatro cemitérios municipais, que não possuem licença ambiental por terem sido instalados antes da inclusão dos cemitérios verticais e horizontais na lista de atividades e empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental da CETESB. Para a realização do manejo os resíduos gerados são subdivididos em três tipologias: restos de tecidos, entulhos e de decomposição. As roupas e demais tecidos são recolhidos pela coleta regular, tendo a mesma destinação do lixo domiciliar. Os resíduos considerados entulhos são os originários da construção e manutenção das sepulturas de alvenaria e as madeiras utilizadas em urnas funerárias, os materiais são coletados pela Secretaria de Serviços Públicos (caminhões e máquinas) e dispostos no aterro municipal de inertes. O terceiro tipo - resíduos de decomposição - não são coletados, pois o processo ocorre dentro das covas/ sepulturas e após a decomposição os ossos são colocados em sacos leitosos e armazenados na própria sepultura. Não há distinção das quantidades coletadas em cada cemitério. Sendo que nos quatro locais são recolhidos cerca de 250 m 3 mensais de resíduos de manutenção de jazigos, madeiras provenientes das urnas funerárias e também 115

116 de resíduos verdes e secos. As unidades não possuem estrutura necessária para que ocorra a separação dos tipos de resíduos Resíduos passíveis de logística reversa Produtos eletroeletrônicos e seus componentes Os resíduos eletroeletrônicos gerados em Sorocaba são entregues pelos munícipes diretamente às cooperativas ou levadas ao Núcleo Ambiental de Resíduos Eletroeletrônicos, atualmente situado à Rua Ourinhos, 241, Jardim Iguatemi. O Núcleo funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e seu telefone é (15) Uma tomada fotográfica do Núcleo pode ser observada na Figura 20. Figura 20 - Núcleo Ambiental de Resíduos Eletroeletrônicos de Sorocaba Foto: Izan Petterle / National Geographic Brasil (2012) Até dezembro de 2011, o Núcleo estava localizado em um galpão menor, com 300 m² de área, na região industrial. Entretanto, devido ao 116

117 aumento no envio de resíduos eletroeletrônicos, houve a necessidade de mudança do local para o galpão atual, que possui 1000 m² de área (Prefeitura Municipal, 2013). Desde a inauguração do Núcleo em dezembro de 2010, a Prefeitura Municipal (2013) estima já terem sido recebidas 700 toneladas de resíduos eletrônicos, também chamados de e-lixo, além de 12 toneladas de pilhas e baterias, que também são coletadas no Núcleo. Em média, recebem-se 30 toneladas de resíduos eletroeletrônicos mensalmente, com destaque para computadores e televisores. A SERP informou em 2012 que havia o recebimento de 100 a 150 televisores por semana. Até mesmo chapas de raio-x, que não podem ser recicladas como o plástico comum por conterem metanol, amônia e metais pesados, como a prata, podem ser recebidas no Núcleo Ambiental de Resíduos Eletroeletrônicos, que realiza a reciclagem específica para esse material (Rede Bom Dia, 2013). A Prefeitura Municipal informou que ainda existe disposição irregular de eletroeletrônicos, e por não serem grandes áreas de descarte inadequado, ainda não foi possível identificar esses pequenos pontos que estão dispersos pelo município. De acordo com a Secretaria de Comunicação (SECOM, 2012), a cooperativa Reviver, uma das parceiras da prefeitura no Programa Municipal de Coleta Seletiva, é a beneficiada pelo Núcleo de Resíduos Eletroeletrônicos, na medida em que realiza a separação e a venda dos materiais aproveitáveis. Uma parte do dinheiro arrecadado com a venda é empregada na destinação dos resíduos tóxicos extraídos dos eletroeletrônicos. Existe um contrato entre a cooperativa e a empresa Alliance Ambiental, que fornece aos cooperados apoio na gestão do Núcleo. O trabalho desenvolvido pela Reviver pode ser considerado como manufatura reversa, uma vez que grande parte dos componentes retirados dos 117

118 eletroeletrônicos são utilizados no processo produtivo de outros produtos (Simões, 2013). Para a correta avaliação do resíduo recebido, triagem técnica, manuseio de ferramentas, desmontagem e comercialização do material, os cooperados da Reviver foram capacitados por uma empresa privada parceira da prefeitura, a Interamerican Gerenciamento Ambiental. (Sanex, 2011; Prefeitura Municipal, 2013). A iniciativa da Prefeitura de Sorocaba para o tratamento e a destinação correta dos resíduos eletroeletrônicos faz parte das ações do Programa Municipal de Coleta Seletiva. Pilhas e baterias Algumas empresas do setor privado em Sorocaba possuem programas de coleta e destinação adequada de pilhas e baterias, contando com Postos de Entrega Voluntária (PEVs) onde a população pode depositar esses materiais. As pilhas e baterias também podem ser depositadas nas caixas coletoras específicas para esse fim instaladas nos Terminais Urbanos de Ônibus e Casas do Cidadão, ou ainda levar esses resíduos diretamente ao Núcleo Ambiental de Resíduos Eletroeletrônicos. Há também uma caixa coletora no prédio da Secretaria do Meio Ambiente de Sorocaba. Uma vez por semana os cooperados recolhem as pilhas e baterias das caixas coletoras e as encaminham ao Núcleo (Prefeitura Municipal, 2013). Um exemplo de caixa coletora de pilhas e baterias pode ser verificado na Figura

119 Figura 21 - Tomada fotográfica da caixa coletora de pilhas e baterias na Secretaria do Meio Ambiente Fonte: Prefeitura Municipal (2013) O Quadro 10 relaciona os endereços e telefones das Casas do Cidadão onde há caixas coletoras de pilhas e baterias no município de Sorocaba. 119

120 Quadro 10 - Casas do Cidadão onde há caixas coletoras de pilhas e baterias Local Endereço Telefone(s) Casa do Cidadão Ipanema Casa do Cidadão Itavuvu Casa do Cidadão Éden Casa do Cidadão Ipiranga Casa do Cidadão Brigadeiro Tobias Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Av. Ipanema, 3.349, Vila Helena Av. Itavuvu, 3.415, Parque das Laranjeiras Rua Bonifácio de Oliveira Cassu, 180, Éden Rua Estado de Israel, 424, Jd. Ipiranga Av. Bandeirantes, 4.155, Brigadeiro Tobias (15) (15) (15) (15) (15) (15) (15) (15) Uma vez no Núcleo Ambiental de Resíduos Eletroeletrônicos, separamse as pilhas e baterias recarregáveis, que são comercializadas, daquelas que não podem ser recicladas. No segundo caso, estes resíduos são enviados para disposição final em um aterro classe I da empresa Essencis, na Central de Tratamento e Valorização Ambiental (CTVA) de Caieiras. O aterro, cujo acesso se dá por meio da Rodovia dos Bandeirantes, Km 33, Caieiras SP, é destinado a resíduos industriais perigosos que, após pré-tratamento, tornam-se não reativos e não inflamáveis, com baixo teor de solventes, óleo ou água. Conforme informações constantes no site da empresa Essencis, o aterro classe I possui sistema de impermeabilização com argila e dupla geomembrana de PEAD para impermeabilização do solo. Evita-se assim que este e os lençóis de água subterrâneos entrem em contato com os resíduos e com o efluente gerado, que é captado pelo sistema de drenagem e encaminhado para tratamento. Além disso, a extensão da frente de serviço do aterro é coberta por uma estrutura metálica móvel que impede a incidência de chuvas na área de operação. 120

121 Lâmpadas fluorescentes Conforme o SNIS (2012), não há execução de coleta diferenciada de lâmpadas fluorescentes por parte do agente público, de empresas contratadas ou de outros agentes. Em junho de 2013 foi realizado um contrato (CPL 209/2013) entre a Prefeitura e a empresa Tecar Serviços Ambientais para prestar serviços de coleta, transporte e descontaminação de lâmpadas queimadas oriundas dos próprios municipais. Óleos lubrificantes As atividades que envolvem o uso de óleos lubrificantes são diversas, desde a manutenção de máquinas e equipamentos na indústria à manutenção rotineira de automóveis particulares. Do mesmo modo, a geração de resíduos em processos que utilizam óleos lubrificantes é muito ampla. Os riscos de contaminação do ambiente e à saúde das pessoas ressaltam a periculosidade do óleo lubrificante novo ou usado, que apresenta entre outros contaminantes: chumbo, cádmio e cromo (APROMAC, 2011). Por isso é fundamental e obrigatório que sejam respeitadas medidas de proteção e segurança para uso e manuseio desse tipo de óleo. O Guia Básico de Gerenciamento de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados de realização da Associação de Proteção ao Meio Ambiente APROMAC orienta como realizar o gerenciamento do material e trata das responsabilidades dos atores, além de fazer uma contextualização geral da problemática. A seguir (Quadro 11) são apresentados alguns desses resíduos e a destinação adequada a eles. 121

122 Quadro 11 - Gerenciamento de resíduos contaminados gerados na troca de óleos lubrificantes Resíduo Armazenamento temporário Destinação Adequada Óleos lubrificantes usados ou contaminados Embalagens usadas de óleo lubrificante Acondicionado em bombonas, latões, tambores ou tanques sobre bacia de contenção e local adequado 1. Escoamento do óleo lubrificante restante; 2. Acondicionado em separado em bombonas ou latões específicos sobre bacia de contenção e local adequado. Filtros de óleo usados 1. Escoamento do óleo Estopas e tecidos com óleo lubrificante Serragem ou areia com óleo lubrificante Fluído de limpeza de ferramentas sujas com óleo lubrificante lubrificante restante; 2. Acondicionado em separado em bombonas ou latões específicos sobre bacia de contenção e local adequado. Acondicionamento em embalagem identificada e armazenagem temporária em local adequado. Acondicionamento em embalagem identificada e armazenagem temporária em local adequado. Acondicionamento em separado em embalagem identificada e armazenagem temporária em local adequado. Entrega para Coletor Autorizado Reciclagem (se possível); Aterro licenciado de resíduos perigosos (se não houver alternativa de tratamento) Reciclagem (se possível); Aterro licenciado de resíduos perigosos (se não houver alternativa de tratamento) Aterro licenciado de resíduos perigosos. Aterro licenciado de resíduos perigosos. Aterro licenciado de resíduos perigosos ou empresa licenciada de tratamento de efluentes líquidos. Águas contaminadas com Separação do óleo da água 1. Água: reuso nos 122

123 Resíduo Armazenamento temporário Destinação Adequada óleos lubrificantes através de centrifugação ou sistemas de limpeza; caixa de separação água/ 2. Óleo lubrificante: óleo. coletor autorizado; 3. Outros resíduos oleosos: aterro licenciado de resíduos perigosos Outros resíduos oleosos/ Acondicionamento em Aterro licenciado de resíduos misturas de óleo com separado em embalagem perigosos combustíveis, solventes ou identificada e armazenagem outras substâncias temporária em local adequado. Resíduos não Acondicionamento em Reciclagem (se possível); contaminados (papel, embalagem específica, Aterro sanitário se não houver papelão, plástico) evitando contaminação. alternativa de tratamento) Fonte: Adaptado de Gerenciamento de Óleos Lubrificantes Usados ou Contaminados APROMAC, 2011 Analisando o processo industrial dos óleos e a logística reversa, identifica-se a relevância de dois resíduos oriundos do uso de óleos lubrificantes, o óleo usado ou contaminado e as embalagens vazias do produto. 123

124 Figura 22 - Fluxograma do Processo Industrial de óleos lubrificantes Fonte: Sindirrefino, 2014 Existem quatro atores principais na viabilização da recuperação do óleo lubrificante usado ou contaminado. Os geradores são pessoas e estabelecimentos que direta (proprietários de veículos) ou indiretamente (prestadores de serviço que realizam a troca) geram o resíduo. Os revendedores são estabelecimentos que comercializam óleos lubrificantes e que são considerados responsáveis pela ligação entre o gerador (consumidor) e o terceiro ator desse sistema de reciclagem, que é o coletor do óleo usado ou contaminado (APROMAC, 2011). A partir do Cadastro de Pessoas Jurídicas da Prefeitura Municipal, foi possível identificar potenciais geradores e revendedores de óleos lubrificantes em Sorocaba. 124

125 Quadro 12 - Estimativa de geradores e revendedores de óleo lubrificante em Sorocaba Pontos de geração Nº de estabelecimentos Mecânicos Autônomos 399 Oficinas Mecânicas 269 Comércio de Veículos 398 Postos de Gasolina 129 Instalação de máquinas em geral 206 Retífica de Motores 6 Lubrificação e limpeza 411 Fonte: Prefeitura Municipal, 2013 Total 1818 Aos atores envolvidos cabem as seguintes responsabilidades estabelecidas pela resolução CONAMA 362/2005: Geradores: Realizar o armazenamento correto do óleo retirado do veículo ou equipamento ou verificar se o local de troca o faz de maneira adequada. Para que não ocorra contaminação do meio ambiente ou contaminação do próprio óleo com outras substâncias; Entregar o óleo usado ou contaminado ao seu revendedor ou a um coletor autorizado (APROMAC, 2011). Revendedores: Receber o óleo usado ou contaminado entregue pelos consumidores e armazenar adequadamente, assim como o óleo gerado em seu estabelecimento; Realizar a entrega dos resíduos a um coletor autorizado pela Agência Nacional do Petróleo - ANP; Informar os consumidores dos cuidados necessários com o óleo lubrificante (APROMAC, 2011). Coletores: Realizar a coleta com equipamentos específicos e com caminhões, sinalização e identificação especiais; Ser registrado e autorizado pela ANP e expor em seus caminhões o número do 125

126 registro (que pode ser consultado na página virtual a ANP); Emitir e entregar o certificado de coleta para os revendedores ou geradores (APROMAC, 2011). Produtores e Importadores: São os responsáveis pela introdução do óleo acabado no mercado e devem arcar com os custos da coleta e informar os consumidores, através da embalagem do produto, sobre suas responsabilidades e dos riscos ambientais apresentados pelo descarte ilegal (Grupo de Monitoramento Permanente GMP). O Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais - Sindirrefino realiza a retirada de óleo lubrificante contaminado e em alguns casos remunera as fontes geradoras pela entrega do resíduo, que para eles é matéria prima. A remuneração é simbólica e considerada um incentivo a boa guarda e conservação do óleo. As principais fontes geradoras são postos de gasolina, concessionárias, super trocas e oficinas mecânicas (Sindirrefino 2014). Como citado anteriormente, os revendedores de óleos lubrificantes não podem coletar o resíduo, porém devem receber dos seus consumidores para armazenamento temporário e assim como os geradores, podem entrar em contato com o Sindirrefino para ter o material recolhido pelo telefone (11) No Brasil, existem 32 empresas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo a coletar os óleos usados ou contaminados (Anexo 5). Entre elas, estão as associadas ao Sindirrefino (Brazão Lubrificantes, IPS Indústria, Lubrasil, Lwart Lençóis Paulista, Lwart Nordeste, Perfilub, Proluminas), que além de coletoras são rerrefinadoras autorizadas pela ANP. 126

127 O Quadro 13 apresenta os Centros de Coleta dos associados ao Sindirrefino no Estado de São Paulo e que também podem ser acionados para a coleta de óleo nas fontes geradoras. Quadro 13 - Centros de coleta dos associados ao Sindirrefino no Estado de São Paulo Centro de Coleta Cidade Contato BRAZÃO AGUAÍ (19) LUBRASIL CAMPINAS (19) LUBRASIL PIRACICABA (19) LUBRASIL RIBEIRÃO PRETO (16) LUBRASIL SANTOS (13) LWART LENÇÓIS PAULISTA LENÇÓIS PAULISTA (14) LWART LENÇÓIS PAULISTA OSASCO (11) LWART LENÇÓIS PAULISTA SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (17) PROLUMINAS OSASCO (11) Fonte: Sindirrefino, 2014 Segundo a Prefeitura Municipal (SEMA) a troca de óleo dos veículos da Prefeitura é responsabilidade da Seção de Manutenção da Frota, que é vinculada à Secretaria de Administração. À medida que a Seção armazena uma quantidade razoável de material é feita uma solicitação de alienação e descarte do óleo lubrificante usado, na qual a empresa que realiza a maior oferta pelo resíduo é autorizada a recolher o óleo, após depositar o valor acordado em uma conta da Prefeitura. A segunda tipologia a ser considerada são as embalagens vazias de óleos lubrificantes. No Brasil, o Programa Jogue Limpo é a grande iniciativa em Logística Reversa das embalagens plásticas de lubrificantes. O Programa acontece sob responsabilidade dos fabricantes, importadores e distribuidores do produto. Assim como ocorre com o óleo usado ou contaminado, os comerciantes (revendedores) entregam às Centrais de Recebimento as embalagens por eles geradas ou recebidas de consumidores. A entrega também pode ser feita a 127

128 Caminhões de Recebimento (Figura 23) que são especializados para o transporte desse material até as Centrais e possuem sistema de monitoramento e transmissão de dados on-line, para que sejam acompanhadas as rotas e que as quantidades de resíduos coletadas possam ser transmitidas ao sistema. Ao entregar os resíduos o comerciante e após a pesagem, o comerciante deve receber um comprovante da entrega (Programa Jogue Limpo, 2014). As embalagens que chegam às Centrais de Recebimento são prensadas e armazenadas antes de serem encaminhadas às empresas recicladoras, em que serão trituradas, passarão por descontaminação do óleo residual e por extrusão para servir como matéria prima de novas embalagens ou outros produtos plásticos (Programa Jogue Limpo, 2014) A movimentação do material entre comerciantes, centrais e recicladoras licenciadas é feita em cada estado por uma gerenciadora operacional. No Estado de São Paulo, a MB Engenharia e Meio Ambiente Ltda realiza a administração das centrais e dá suporte a frota de caminhões de recebimento especializados (Programa Jogue Limpo, 2014). A empresa MB Engenharia que é gestora do Programa no Estado de São Paulo, tem como responsabilidades: - Fornecer no momento da coleta, sem nenhum custo, sacos plásticos impermeáveis para o acondicionamento das embalagens plásticas de óleo lubrificante usadas; - Realizar coletas gratuitas e definir junto ao gerador a periodicidade das visitas; - Após realizar as coletas das embalagens armazenadas, fornecer o comprovante de entrega autorizado pelo órgão ambiental; - Sempre que solicitado disponibilizar informações sobre o Programa Jogue Limpo para os geradores e para representantes de órgãos ambientais; - Encaminhar para reciclador licenciado. 128

129 As diretrizes, obrigações e responsabilidades de toda a cadeia de logística reversa dessas embalagens estão estabelecidas no Termo de Compromisso para Responsabilidade Pós Consumo de Embalagens Plásticas Usadas de Lubrificantes pelo Governo do Estado de São Paulo e no Acordo Setorial Federal para implantação de sistema de logística reversa de embalagens plásticas de lubrificantes, não existindo um contrato entre a Prefeitura e a empresa. Para ser incluído no Programa e ter suas embalagens recolhidas, o gerador deve entrar em contato pelo telefone Na atual fase do Jogue Limpo, a gestora pode recolher as embalagens de postos de combustíveis, concessionárias e atacadistas e tem realizado visitas mensais para retirada do material. Importante ressaltar que o serviço prestado pelo Programa é gratuito para os geradores. Segundo a gestora, em Sorocaba a coleta está ativa e ocorre para os 113 pontos cadastrados no Programa, sendo 95 pontos ligados ao SINCOPETRO. As embalagens recolhidas no município são encaminhadas para a Central em Hortolândia, passam por beneficiamento/ segregação e por separação pela cor, a seguir são embaladas em fardos de 50 kg para serem enviados aos recicladores licenciados. 129

130 Figura 23 - Caminhão de recebimento do Programa Jogue Limpo Fonte: Programa Jogue Limpo, 2014 Pneus A Reciclanip é uma entidade sem fins lucrativos criada em 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli, tendo a Continental se juntado à entidade em A entidade está voltada para a coleta e a destinação ambientalmente adequada de pneus inservíveis. Atualmente não há um acordo entre a Prefeitura e a Reciclanip, porém, na página eletrônica da Reciclanip ( acesso em outubro de 2013), consta um ponto de entrega no município de Sorocaba, a saber, a indústria de tapetes automotivos Borcol, situada à Avenida Paraná, 2128, CEP: O telefone da empresa para contato é (15) O Setor de Zoonoses da Secretaria de Saúde é o responsável pela coleta e destinação dos pneus inservíveis do município. O setor possui um cadastro das borracharias de Sorocaba, utilizando-se de dois caminhões baú pequenos (capacidade de carga de 4 toneladas cada) que circulam diariamente para coletar os pneus inservíveis. Estes são recolhidos também em terrenos e vias públicas. Ao todo, são mais de 300 pontos de coleta cadastrados no município, além de outros 125 locais estratégicos que compõem um segundo 130

131 cadastro, como ferro-velho, depósitos de materiais recicláveis, depósitos de sucata etc. Tais pontos são considerados estratégicos por necessitarem de uma melhor fiscalização devido à maior probabilidade de os pneus lá depositados servirem como criadouros do mosquito transmissor da dengue ao acumularem água (Sanex, 2011). Através do Cadastro de Pessoas Jurídicas do município foram identificados 33 borracheiros autônomos e 47 borracharias em Sorocaba. O Setor de Zoonoses está envolvido na busca pela destinação correta dos pneus exatamente para evitar que isso ocorra, ou seja, para impedir que os pneus sejam dispostos inadequadamente, podendo acumular água e, assim, servir de criadouro para o mosquito transmissor da dengue, gerando um problema de saúde pública (Prefeitura Municipal, 2013). Não existe uma divulgação da coleta diferenciada dos pneus para que a população possa colaborar ativamente com a reciclagem. A Divisão de Zoonoses determina quais pontos são estratégicos para a coleta com base na disponibilidade de mão de obra para a coleta, estão incluídos como estratégicos alguns estabelecimentos comerciais e industriais com grande potencial de geração. E para que ocorra maior interação com os munícipes, o mapa com os locais de coleta será disponibilizado a partir de fevereiro (Prefeitura Municipal, 2014). A prefeitura não possui um histórico detalhado das quantidades de pneus recolhidas em Sorocaba. A Tabela 36 mostra alguns dados referentes ao ano de Tabela 36 - Pneus coletados pelo Setor de Controle de Zoonoses Março Abril Maio Junho Pequeno Número Grande Total Peso (kg) Fonte: Setor de Zoonoses, Secretaria da Saúde, Prefeitura Municipal (2011), apud Sanex (2011) 131

132 A Prefeitura Municipal (2013) informou que, no presente, coletam-se cerca de 70 a 80 toneladas mensais de pneus inservíveis e que o trabalho é realizado por 6 funcionários da Divisão de Zoonoses. Não ocorre armazenamento intermediário dos pneus coletados e não existem condições padrões de armazenamento nos pontos de coleta, sendo que alguns estão em condições inadequadas. Procedendo-se à coleta, 100% dos pneus são encaminhados diretamente à Borcol, que os tritura e os emprega na produção de tapetes automotivos. Ainda assim, existem locais de disposição irregular, entre eles o aterro de inertes, para onde os pneus são levados em caçambas junto ao entulho. É importante ressaltar que processo de logística reversa instituído em Sorocaba não é oficializado. Não existindo nenhum contrato ou compromisso escrito entre a Prefeitura e a Borcol, que realiza a reciclagem dos pneus pelo acordo verbal com a Divisão de Zoonoses. Embalagens de agrotóxicos O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias inpev, que é representante das indústrias fabricantes de defensivos agrícolas, gerencia o programa de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil, denominado Sistema Campo Limpo (inpev, 2014). O Sistema organiza a logística de acordo com o conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, fabricantes, distribuidores e poder público. A rede de coleta das embalagens conta com mais 400 unidades de recebimento que são gerenciadas por 260 associações de revendedores em 25 estados brasileiros e no Distrito Federal (inpev, 2014). Os atores envolvidos têm suas responsabilidades definidas pela Lei nº de 2000: 132

133 Produtores rurais: devolver as embalagens lavadas corretamente e inutilizadas nos locais indicados na nota fiscal entregue pelo distribuidor. Estabelecimentos comerciais e cooperativas: fazer a indicação dos locais de recebimento na nota fiscal e dispor de local adequado para o recebimento das embalagens. Fabricantes: promover a destinação adequada das embalagens, o que ocorre por meio do inpev. Poder público: fiscalizar o processo; licenciar unidades de recebimento; dar suporte para ações de educação ambiental e de orientações técnicas. A Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas do Estado de São Paulo - ADIAESP é uma das associações de revendedores que atuam no Estado e é responsável pelo gerenciamento de 20 unidades de recebimento (ADIAESP, 2014). O município de Sorocaba não possui unidades de recebimento cadastradas no inpev, porém existem unidades gerenciadas pela ADIAESP em cinco municípios vizinhos (Porto Feliz, Ibiúna, Pilar do Sul, Itapetininga e Piedade). O associado tem direito de indicar as unidades de recebimento da ADIAESP aos seus clientes. Que tem um prazo de até um ano após a compra para devolver as embalagens vazias e caso haja produto restante poderá ser devolvido em até 6 meses após o vencimento. Foram identificados dois associados da ADIAESP no município de Sorocaba - Agro Animal Sorocaba Ltda e Semeplus Agrocomercial Ltda. Esses estabelecimentos constam no Cadastro de Comerciantes de Agrotóxicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) do Estado de São Paulo, o qual 133

134 possui mais quatro estabelecimentos, a saber: Bayer S.A., IharaBras S.A. Indústrias Químicas, Kinoshita & Ueda Ltda e Maria Elena Leme Prospero EPP. Algumas empresas foram contatadas (Agro Animal, Semeplus e Kinoshita & Ueda) para obtenção de informações do gerenciamento das embalagens vazias e indicaram que seguem a legislação, pois indicam nas notas fiscais as unidades de recebimento mais próximas para os consumidores e realizam um cadastro dos consumidores, incluindo a inscrição como produtor rural. A Ihara produz e vende agrotóxicos e possui uma Política de Descarte, sendo que todos os clientes diretos e indiretos podem devolver para a Ihara, que é sócia fundadora do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpev). A indústria informou que atende a notificações dos consumidores e que, em casos de defeitos, realiza recolha dos produtos. As unidades de recebimento da ADIAESP apenas recebem as embalagens vazias dos produtores que tiverem nota fiscal de um associado ADIAESP e entregam aos produtores um comprovante de devolução com a discriminação das quantidades e tipologias das embalagens. Os postos recebem as embalagens e as encaminham para a central de Piedade que prensa das embalagens que podem ser prensadas. A seguir, a central destina os resíduos para incineração, no caso de embalagens contaminadas, e para reciclagem, no caso das embalagens lavadas. Quando o produtor rural não realiza a lavagem de embalagens que poderiam ser recicladas ou as devolve com resíduos, essas são encaminhadas como contaminadas. De acordo com o inpev 95% das embalagens colocadas no mercado podem ser recicladas, desde que seja feita a lavagem correta pelos agricultores. A central de Piedade recebe os resíduos devolvidos nos postos de Biritiba Mirim, Valinhos, Atibaia, Ibiuna, Pilar do Sul, Porto Feliz, Itapetininga, 134

135 São Miguel e Registro, sendo que os dois últimos não são unidades da ADIAESP (ADIAESP, 2014). Em 2012, foram retiradas 13 cargas de embalagens da central em Piedade com um total de kg de resíduos e em 2013 foram 15 cargas com total de kg (ADIAESP, 2014). Segundo a Associação, o aumento ocorreu devido à transferência dos resíduos recolhidos em Taquarivaí para alguns dos postos citados à cima, e não pelo crescimento significativo da produção agrícola local, que é considerada estável. A ADIAESP afirmou que os custos envolvidos no transporte dos resíduos entre postos, central e destinos finais, bem como os processos de tratamento e destinação final das embalagens são de responsabilidade das indústrias fabricantes dos defensivos agrícolas representadas pelo inpev. Ao comerciante cabe apenas o custo da associação à ADIAESP. O Escritório de Defesa Agropecuária de Sorocaba EDA/SO atua em 19 municípios e relatou que nessa área, incluindo Sorocaba, existem aproximadamente 50 comerciantes de agrotóxicos que estão cadastrados junto a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, sendo a grande maioria dos municípios de Ibiúna, Piedade e Pilar do Sul, nesses três municípios ocorrem a maior comercialização e o maior consumo de agrotóxicos da região (EDA/SO, 2013). Segundo o EDA/SO, buscando a adequação legal quanto ao recebimento das embalagens vazias de agrotóxicos, os comerciantes do setor nos municípios de Ibiúna e Piedade criaram uma associação de revendedores de agrotóxicos, a partir do contato com representantes do inpev e da Associação Nacional de Defesa Vegetal ANDEF. No entanto, não se tem notícia de que alguma ação tenha sido realizada pela associação. O Escritório cita a existência de deformações e impedimentos ao cumprimento da obrigatoriedade de devolução das embalagens pelos usuários de agrotóxicos da região, devido: às características da produção agrícola de hortaliças em 135

136 propriedades familiares; aos limites do poder público em controlar, fiscalizar e assistir tecnicamente; e à agressividade do mercado de produção e distribuição de agrotóxicos. Óleo de cozinha usado Em Sorocaba, a Lei 8.090, de 03 de janeiro de 2007 dispõe sobre a instituição do programa para a destinação e recolhimento de óleo ou gordura utilizado na fritura de alimentos e dá outras providências. Esta lei versa sobre as parcerias com as cooperativas de materiais recicláveis e com a iniciativa privada para a melhor implementação do programa, bem como sobre a participação dos estabelecimentos comerciais ou industriais: Art. 4º O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e a Secretaria responsável pela proteção ambiental poderão estabelecer parcerias, preferencialmente com as Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis e com empresas privadas especializadas para o recolhimento, manuseio, tratamento e armazenamento dos resíduos. Art. 5º Os estabelecimentos comerciais ou industriais, que gerarem este poluente, serão comunicados do programa ora estabelecido e poderão depositar o resíduo em recipiente próprio com rótulo contendo a seguinte inscrição: resíduo de óleo vegetal bem como o nome e CPNJ da empresa que fará a coleta. A lei também estabelece que a Vigilância Sanitária do Município ou a Secretaria responsável pelo meio ambiente fica incumbida da fiscalização, no contexto do programa para a coleta e destinação adequadas do óleo, dos estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços sociais e educacionais, sociedades culturais e recreativas. Além dessa lei, a Lei nº , de 31 de julho de 2013, estabelece obrigatoriedade aos estabelecimentos comercializadores de óleo de cozinha, 136

137 especificamente mercados e supermercados, acima de 50 (cinquenta) metros quadrados de área destinada ao consumidor, a manter em local visível e de fácil acesso, recipiente especial para o seu descarte. Em relação ao funcionamento atual do programa para a destinação correta do óleo de cozinha, este é recolhido pelas cooperativas de reciclagem juntamente com os materiais recicláveis nas residências atendidas pelo Programa de Coleta Seletiva. Recomenda-se que os moradores acondicionem o óleo em garrafas PET de 2 litros ou recipientes semelhantes. E segundo o CEADEC, existem cerca de 170 Locais de Entrega Voluntária (LEVs) do Programa Limpa Óleo (Figura 24) para descarte do resíduo em Sorocaba, esses pontos estão distribuídos em estabelecimentos públicos e privados e contam com recipientes totalmente confeccionados com material reciclado. O óleo usado é reciclado a partir de clarificação, que será abordada a seguir. Esse programa ocorre através do CEADEC, com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Jornal Cruzeiro do Sul e Rede Cata-Vida. 137

138 Figura 24 - Local de Entrega Voluntária (LEV) do Programa Limpa Óleo Fonte: CEADEC, 2013 A Prefeitura Municipal relatou que existem acordos para que grandes geradores encaminhem esses resíduos às seguintes ações de reciclagem: Programa Limpa Óleo, Fábrica de Sabão Ecológico e Usina de Biodiesel. Entre eles, as lanchonetes e restaurantes armazenam o óleo usado em bombonas (Sanex, 2011). Uma vez recolhido, o resíduo pode receber diferentes destinações. A CORESO possui uma unidade de clarificação de óleo de cozinha usado. Assim, o óleo coletado nas residências é armazenado em galões de 20 e 50 litros no Núcleo Além Ponte, em um espaço coberto à entrada da unidade de clarificação, sem bacia de contenção. Posteriormente a esse processo de clarificação, a CORESO revende o óleo para a fabricação de ração animal e biodiesel. Em 2009 processaram-se 4 mil litros desse resíduo, enquanto 138

139 somente entre janeiro e setembro de 2010 foram clarificados 9 mil litros de óleo usado (Sanex, op. cit.). Uma das cooperativas de recicláveis de Sorocaba transporta o óleo de cozinha em bombonas de 50 e 60 litros para fabricação de sabão, o que ocorre na Fábrica de Sabão Ecológico. Essa tem a capacidade de processar até 20 mil litros de óleo usado por mês, sendo que com um processamento em torno de 14 mil litros são produzidos de 40 mil barras de sabão (Simões, 2013). De acordo com informações da Prefeitura, a Fábrica processa atualmente 8 mil litros de óleo mensais. São 300 kg de sabão produzidos por dia pelo processamento de 300 litros de óleo, ou seja, a cada litro de óleo processado 1 kg de sabão é produzido em média (IESA, 2013). A Fábrica de Sabão Ecológico, de acordo com o Instituto de Educação Socioambiental IESA (2014), é uma iniciativa do Centro de Educação e Orientação Social (COESO), que conta com o apoio da Prefeitura de Sorocaba e da empresa JCB do Brasil Ltda. Foi a primeira a ser licenciada pela CETESB para o aproveitamento do óleo de cozinha usado. Nesse projeto trabalham mães de crianças atendidas pelo COESO e pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social (Simões, op. cit.). A fábrica está localizada na alameda Augusto Severo, 317, na Vila Angélica e emprega diretamente 9 funcionários, em que muitos eram de projetos sociais desenvolvidos pela COESO (IESA, 2013). Os objetivos do projeto são a promoção de renda, formalização profissional, inclusão social, incentivo ao cooperativismo e proteção do meio ambiente. Todo o valor arrecadado com a produção do sabão é revertido em prol de programas mantidos pelo COESO, como o Espaço de Convivência Larissa, que atende cerca de 200 crianças (Simões, 2013). Segundo o IESA, que administra a Fábrica, nos dois últimos anos a Fábrica enfrentou problemas para manter a produção devido à diminuição do volume de óleo de cozinha arrecadado. Muitos estabelecimentos comerciais, 139

140 que eram parceiros do projeto, deixaram de doar o óleo para a Fábrica para vendê-lo a empresas privadas. A seguir são apresentadas as despesas atuais (Quadro 14) da Fábrica e as receitas (Quadro 15) dos últimos anos, que demonstram o decréscimo nas quantidades de sabão produzido e comercializado. A gasolina do veículo de coleta (Kombi) é custeada pela Prefeitura (IESA, 2014). Quadro 14 - Despesas da Fábrica de Sabão Ecológico Despesas Valor médio Aluguel R$ 1.500,00 Água e luz R$ 720,00 Vale transporte R$ 700,00 Essência R$ 250,00 Gás R$ 456,00 IPI embalagens R$ 790,00 Caixa embalagens R$ 717,00 Soda R$ 7.200,00 Folha pagamento R$ 9.800,00 Contador R$ 550,00 Almoço R$ 446,00 Café da manhã R$ 250,00 Tarifas R$ 60,00 Manutenções R$ 300,00 Telefone R$ 250,00 Manutenção predial R$ 300,00 Material de limpeza R$ 100,00 Despesa total R$ ,00 Fonte: IESA,

141 Quadro 15 - Receitas totais da Fábrica de Sabão Ecológico dos dois últimos anos Mês Fonte: IESA, 2013 Janeiro R$ ,00 R$ ,20 Fevereiro R$ ,40 R$ ,00 Março R$ ,75 R$ ,55 Abril R$ ,75 R$ ,10 Maio R$ ,50 R$ ,45 Junho R$ ,50 R$ ,95 Julho R$ ,10 R$ ,20 Agosto R$ ,90 R$ ,80 Setembro R$ ,70 R$ ,42 Outubro R$ ,60 R$ ,37 Novembro R$ ,05 R$ ,20 Dezembro R$ ,65 R$ ,85 Para cobrir as despesas da Fábrica e manter o incentivo financeiro aos programas da COESO, foram planejadas algumas ações, entre elas (IESA, 2013): Programa Água e óleo não se misturam para divulgação em meios de comunicação da importância da reciclagem do óleo de cozinha usado para a preservação do meio ambiente. E criação do selo Empresa Solidária para os parceiros doadores de óleo. Gincanas Água x Óleo em igrejas, escolas e empresas para captação de óleo nesses locais com geração de fundos para projetos das escolas e igrejas e premiação dos funcionários. Captação de recursos financeiros articulação para liberação de verbas públicas e estabelecimento de novas parcerias financeiras com empresas para custeio da produção. 141

142 Captação de óleo nas residências utilizar o veículo Kombi da Fábrica para coletar o óleo e vender o sabão nas residências. Outra iniciativa da Prefeitura de Sorocaba, por meio da então SEPAR (atual SERP) em parceria com a Universidade de Sorocaba (UNISO), para o aproveitamento do óleo de cozinha usado consiste na Usina de Biodiesel Móvel, inaugurada em 04 de maio de 2012 (Prefeitura Municipal, 2013). A usina é montada em uma carreta de aproximadamente 15 metros de extensão e 15 toneladas, com capacidade para armazenar mil litros de óleo, e funciona de maneira itinerante para que toda a população possa entrar em contato com a ciência por trás do processo e contribuir com doações. Para tanto, os munícipes devem levar o óleo em embalagens plásticas à usina, a uma das cooperativas de reciclagem ou à Fábrica de Sabão Ecológico (Diário de Sorocaba, 2013). É importante ressaltar que a Usina não possui receitas financeiras. Na Figura 25 pode ser vista uma tomada fotográfica da Usina de Biodiesel Móvel. 142

143 Figura 25 - Usina de Biodiesel Móvel Fonte: Secretaria da Comunicação (SECOM), Prefeitura de Sorocaba (2013) Quando a usina fica estacionada em praças ou locais públicos, avisa-se a população, que pode também ligar para a Secretaria de Serviços Públicos (SERP) para conferir a agenda da usina. O telefone da SERP é (15) Até agosto de 2013 a usina havia arrecadado cerca de 3 mil litros de óleo, conforme informações da então Secretaria de Parcerias, atualmente Secretaria de Serviços Públicos (apud Diário de Sorocaba, 2013). A Prefeitura Municipal (2013) informou que a média de produção de biodiesel na usina está em torno de 700 litros por mês. Os subprocessos envolvidos na produção do biodiesel são filtração do óleo, aquecimento, mistura de reagentes, decantação, lavagem e emulsão. Para processar 250 litros de óleo são necessárias doze horas, das quais oito 143

144 são para a etapa de decantação. Uma vez que o biodiesel é produzido, destina-se o combustível à mobilidade da própria usina. (Diário de Sorocaba, op. cit.). O projeto de transformação do óleo usado em Biodiesel é desenvolvido em parceria com a Universidade de Sorocaba (Uniso), de modo que os alunos participantes são capacitados para auxiliar na operação dos equipamentos, além de realizar trabalhos de orientação da população quanto ao descarte correto do óleo usado. À época de início do projeto, a carreta com os equipamentos e o treinamento dos funcionários que atuariam na produção de Biodiesel custaram R$ 269 mil, valor pago após a realização de um processo licitatório (G1, 2012). A Prefeitura Municipal (2013) informou que, no momento, não tem intenções de montar outra usina como essa. Sorocaba conta ainda com postos de entrega voluntária (PEVs) implementados pela iniciativa privada em diferentes locais ao longo do município para onde os moradores podem levar o óleo de cozinha usado. O óleo que não é processado em um dos programas e nem recolhido pela iniciativa privada, acaba por virar sabão caseiro ou é descartado inadequadamente na rede pública de esgotos Resíduos da construção civil (RCC) Histórico: Até meados de 2006, a maioria dos resíduos da construção civil gerada em Sorocaba era disposta no Bolsão de Entulho do Ipatinga, localizado sobre o antigo lixão do município, na Estrada do Ipatinga. O Bolsão recebia uma média diária de m³ de resíduos inertes (entulho da construção civil), sobras de madeira e material de poda de árvores e de conservação de praças e jardins. Entretanto, o local estava praticamente esgotado e não possuía Licença de Operação junto à CETESB, que havia indeferido o pedido 144

145 (Prefeitura Municipal, 2012). Atualmente, o Bolsão vem sendo monitorado pela prefeitura, com acompanhamento da CETESB. De forma a atender aos Pareceres Técnicos CETESB n 020/ESCC/09 e n 039/09/ESRD, que versam sobre o gerenciamento dessa área, foram protocolados na Agência Ambiental de Sorocaba os relatórios intitulados Avaliação Ambiental Detalhada e Projeto de Recuperação da Área e Investigação Ambiental Complementar, em 18 de outubro de 2011 e 28 de março de 2012, respectivamente. No dia 20 de agosto de 2012 foi protocolado na CETESB o ofício SEMA/GS n 128/12 acompanhado de complementação relativa ao Projeto de Recuperação de Área, considerando que foi necessário o esclarecimento de alguns pontos por parte da empresa de consultoria contratada para o desenvolvimento dos estudos. Até o momento não houve retorno da CETESB (Processo 06/0064/05) (Prefeitura Municipal, 2014) Mesmo quando a área recebia os demais resíduos do município, ou seja, quando funcionava como lixão, não havia projetos para o recebimento do lixo, nem cuidados na operação do local, que não era licenciado. A Prefeitura Municipal (2013) informou que já foi feito o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) desse local, porém, ainda se aguarda o parecer da CETESB. Conforme mencionado anteriormente, a empresa Terpav Terraplenagem e Pavim. Sorocaba Ltda. foi contratada em outubro de 2010 pela prefeitura para realizar a manutenção desta área e do antigo aterro do Bairro Retiro São João. O contrato, segundo o qual a Terpav deve fornecer mão de obra, equipamentos, e outros serviços afins correlatos, é válido por 24 meses, envolvendo um valor total de R$ ,00 (quatro milhões, novecentos e sessenta e seis mil e oitenta reais). A localização do Bolsão de Entulho do Ipatinga pode ser visualizada na Figura

146 Figura 26 - Localização do Bolsão de Entulho do Ipatinga Fonte: Sanex (2011) Visando a atender o disposto na Resolução SMA 41/2002 e na Resolução CONAMA 207/2002 sobre a disposição dos resíduos inertes, a prefeitura de Sorocaba buscou nova área para a construção de um aterro para esses resíduos. Assim, houve a desapropriação, por meio do Decreto nº de 2005, de um imóvel situado à Avenida General Motors, nº 200, Bairro Ronda Grande, na Zona Industrial, que seria destinado à construção de aterro para RCC. No referido decreto consta a área considerada de utilidade 146

147 pública ( ,75 m²), bem como a forma de acesso ao imóvel, pela Estrada de Servidão, localizada no Ramal 1 da Avenida Victor Andrew. A Figura 27 mostra a área, que contém o atual aterro de inertes. Figura 27 - Localização do aterro de inertes Fonte: Google Earth (2013) O aterro teve a sua utilização disciplinada pela Lei nº 8.614, de 03 de novembro de 2008, e dispõe da Licença de Operação n , com validade até 29/01/2014, emitida pela CETESB. Atualmente está em andamento um novo processo de licenciamento ambiental visando à obtenção de licença prévia para ampliação da cota do aterro (Prefeitura Municipal, 2013). 147

148 Foi firmado, em 30 de junho de 2006, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a prefeitura e o Ministério Público do Estado de São Paulo para o início imediato da utilização do aterro de inertes. Foram estabelecidas, então, as seguintes obrigações da administração pública de Sorocaba (Prefeitura Municipal, 2012): Iniciar imediatamente a utilização de uma área situada no bairro Ronda Grande. Elaborar e apresentar ao Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (DAIA), no prazo de 180 dias a contar da data da assinatura do citado TAC, o Relatório Ambiental Preliminar (RAP) relativo ao aterro de resíduos inertes de Sorocaba para iniciar o processo de licenciamento ambiental do empreendimento, nos termos da Resolução nº 042/94 e Deliberação CONSEMA nº 20/90 e 06/95. Encerrar imediatamente a operação de disposição de resíduos sólidos no Bolsão de Entulhos do Ipatinga ; Proceder, no prazo de 36 meses, à remediação e à recuperação ambiental do antigo aterro mencionado acima, conforme diretrizes a serem expedidas pelos órgãos ambientais competentes. O Relatório Ambiental Preliminar (RAP) foi apresentado em 27 de dezembro de 2006, juntamente com um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) para o próprio local onde seria implantado o aterro de inertes, tendo em vista que este local estava degradado por ter sido utilizado anteriormente para exploração de argila (Prefeitura Municipal, 2012). Funcionamento atual: Segundo o Panorama de Resíduos do Estado de São Paulo, a Região Administrativa de Sorocaba, contando com 79 municípios e uma população urbana de habitantes (2012), gera cerca de 4189 toneladas de 148

149 resíduos da construção civil por dia, valor que corresponde a 6,13% do total gerado no Estado de São Paulo. As responsabilidades são diferenciadas para pequenos e grandes geradores de RCC. Enquanto os últimos, ou seja, os que gerarem mais de 1 m³ ou 50 kg diários (considerados como média mensal) de entulho de construções, precisam elaborar seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e providenciar a destinação correta dos resíduos, os pequenos geradores (que geram até 1 m³ de entulho) podem depositar seus resíduos nos Ecopontos distribuídos na cidade (Sanex, 2011; Prefeitura Municipal, 2012). Os Ecopontos (Pontos Ecológicos de Pequenos Volumes) são instalados e gerenciados pela administração municipal ou pela iniciativa privada, e possuem o objetivo de minimizar os despejos de entulho em locais impróprios, como nos fundos de vale e córregos, terrenos baldios e vias públicas. Os lugares para implantação dos Ecopontos foram estabelecidos prioritariamente em áreas públicas em cujas imediações há maiores quantidades de construções, considerando zonas homogêneas em que já era depositado entulho (Prefeitura Municipal, 2013). No entanto, também podem ser escolhidas áreas privadas cedidas à administração municipal com a apresentação de documentação jurídica legalmente estabelecida, instalando Ecopontos preferencialmente em locais de deposição irregular (Prefeitura Municipal, 2012). A implantação dos Ecopontos, que vem ocorrendo de forma gradativa, é acompanhada de dois outros processos: a dedicação à recuperação dos locais de disposição irregular de resíduos existentes na bacia de captação das caçambas do Ecoponto; e a informação à população sobre este, visando a sua adesão a essa maneira correta de disposição dos RCC (Prefeitura Municipal, op. cit.). Nos Ecopontos de Sorocaba são disponibilizadas caçambas para que os pequenos geradores de RCC possam depositar seus resíduos de modo 149

150 voluntário e gratuiro. A Prefeitura Municipal (2013) informou que existem 21 Ecopontos espalhados pela cidade, totalizando 75 caçambas em que é produzida uma média de m³ de resíduos por mês. O número de caçambas disponibilizadas em cada bairro varia conforme a demanda por sua utilização. A vistoria dos pontos para a troca das caçambas cheias é realizada com frequência previamente definida, de duas a cinco vezes por semana, de acordo com a necessidade. Os locais passam também por trabalho de manutenção, quando a equipe de manutenção faz a limpeza dos Ecopontos e procede à orientação dos munícipes sobre o uso correto desses locais. Na Tabela 37 estão relacionados a localização dos Ecopontos e o volume de resíduos recebidos em cada um deles no ano de Tabela 37 - Quantidade de resíduos por Ecoponto (Ano base: 2012) nº Endereço Bairro Nº de Volume Dias de caçambas (m³) limpeza 1 R. Nilza Zilah Viana 2ª, 3ª, 4ª, Júlio de Mesquita ª, 6ª e Filho sábado 2 R. Cesarino de Barros Júlio de Mesquita 3ª, 5ª e Filho sábado 3 R. Domingos Martins Vieira Júlio de Mesquita 3ª, 5ª e Filho sábado 4 R. João Batista Machado Júlio de Mesquita 3ª, 5ª e Filho sábado 5 R. Aparecida Levy Pq. Vitória Régia ª, 4ª, 5ª e sábado 6 R. Paula Mayer Catini Jd. Nova 2ª, 4ª, 5ª e Esperança sábado 7 R. Ramon Haro Martini (final) Vila Haro ª, 4ª, 5ª e sábado 8 R. Pedro Del Santoro Jd. Brasilândia ª, 4ª e 6ª 150

151 nº Endereço Bairro feira Nº de Volume Dias de caçambas (m³) limpeza 9 Alameda da Felicidade Habiteto ª, 4ª e 6ª feira 10 R. Palmira Garcia da Cunha Habiteto ª, 4ª e 6ª feira 11 Av. Chico Xavier Jd. Renascer ª, 4ª, 6ª e sábado 12 R. Ten. José Ribeiro da Silva Edén / Vila Amalia * * 13 R. Carmelina Garcia Lombardi Santa Cecília ª, 5ª e sábado 2ª, 3ª, 4ª, 14 R. Antônio Carlos de Andrade Vila Helena ª, 6ª e sábado 15 R. Aziel de Arruda Pq. São Bento ª, 5ª e sábado 2ª, 3ª, 4ª, 16 R. Amador Calvilho Fernandes Vila Formosa ª, 6ª e sábado 17 Av. General Osório Vila Barão ª, 3ª, 4ª, 6ª e sábado 2ª, 3ª, 4ª, 18 R. Benedito Leme de Brito Jd. Sorocaba Park ª, 6ª e sábado 2ª, 3ª, 4ª, 19 R. Nei Carlos Simi Jd. Santa Lúcia ª, 6ª e sábado 20 Centro Esportivo Pitico Vila Angélica Semanal 21 Centro Operacional SEOBE Vila Barcelona Semanal 22 Central Frota - SEAD Vila Senger Semanal 23 Mercado Distrital Vila Fiori * 140 * 2ª, 3ª, 4ª, Limpeza Complementar Todos Ecopontos * ª, 6ª e sábado 151

152 Nº de Volume nº Endereço Bairro caçambas (m³) Total *Não há informações. Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Dias de limpeza Já a Tabela 38 mostra os Ecopontos previstos para implantação em Sorocaba, conforme o Plano de Expansão dos Ecopontos. Tabela 38 - Novos Ecopontos e quantidade de caçambas previstas para implantação nº Endereço Bairro Região 152 Quantidade de caçambas 1 R. José Prado Gutierres Jd. Ipiranga Zona Oeste 4 Alta Prioridade 2 R. José Leite C. Junior Jd. Montreal Zona Oeste 4 Média 3 R. Gino E. Ferreira Herbert Souza de Zona Norte 4 Alta 4 R. Vicente Momesso Jd. S. Guilheme Zona Norte 4 Média 5 R. Elisa S. Ramos (Fr Escola) 6 R. Altino Arantes, R. Cristobal Martins (Início) Av. Ulysses Guimarães X P. Car. Pq. Paineiras Zona Norte 4 Baixa Jd. Conrado São Zona Norte 4 Alta Jd. Sto André Zona Norte 4 Alta Pq. Laranjeiras Zona Norte 4 Baixa 9 R. José Antonio Leme Pq. São Bento Zona Norte 4 Alta R. Juvenal de Paula 10 Cajuru Souza R. Bonifacio Oliveira 11 Edén Cassu 12 R. João Guariglia (Final) Vila Rica 13 R. Agostinho Decária (prox. nº 20) Prestes Barros Zona Sudeste/Leste Zona Sudeste/Leste Zona Sudeste/Leste de Zona Sudeste/Leste 4 Alta 4 Alta 4 Média 4 Baixa 14 R. Assis Machado (Final) Vila Hortência Zona Sudeste 4 Baixa Total previsto de caçambas 56 Fonte: Prefeitura Municipal (2013)

153 Pode-se observar que está prevista a implantação de mais 14 Ecopontos, dos quais dois estarão localizados na Zona Oeste, com oito caçambas; sete na Zona Norte, com 28 caçambas; quatro nas Zonas Sudeste/Leste, com 16 caçambas; e um na Zona Sudeste, com 4 caçambas. Cada Ecoponto é sinalizado por placas em que há uma descrição sobre os tipos de resíduos que a população pode ou não dispor nas caçambas. É permitida a disposição de até 1 m³ de entulho de construções. Entre os proibidos estão lixo doméstico, lixo eletrônico, sucatas de automóveis e animais mortos. Ressalta-se que os infratores, isto é, as pessoas que depositarem resíduos proibidos nesses locais, estão sujeitos a multas. A prefeitura recomenda ainda que grandes quantidades (mais de 1 m³) de entulho, de poda de árvores e de resíduos de roçagem sejam levadas ao bolsão de entulho. A Figura 28 apresenta fotografias feitas em um Ecoponto de Sorocaba. (a) Figura 28 - Tomadas fotográficas dos Ecopontos, mostrando: (a) placa informativa sobre os resíduos permitidos e proibidos; e (b) caçambas contendo resíduos não permitidos Fonte: Sanex (2011) (b) Apesar das orientações quanto ao que se pode ou não dispor nas caçambas, nelas se encontra toda sorte de resíduos. Um fator que propicia 153

154 essa irregularidade é a não existência de cercamento no local, nem de fiscalização presencial (Sanex, 2013). Em 2011, os gastos envolvidos na locação dos veículos empregados no manejo dos resíduos dos Ecopontos, ou seja, de caminhões e retroescavadeira, era da ordem de R$ ao mês, enquanto R$ mensais eram destinados ao pagamento dos oito funcionários que à época atuavam no projeto (Sanex, 2011). A Tabela 39 apresenta os volumes de resíduos produzidos nos Ecopontos de Sorocaba nos anos de 2012 e Tabela 39 - Volumes (m³) de resíduos dispostos nos Ecopontos por mês Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Total Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Pode-se perceber que o volume de resíduos dispostos mensalmente nos Ecopontos manteve-se praticamente constante ao longo dos anos de 2012 e Houve apenas uma pequena diminuição na média anual. 154

155 Em seguida à coleta nos Ecopontos, os resíduos são encaminhados à Usina de Triagem e Reciclagem de Resíduos da Construção Civil, operada pela Cooperativa de Egressos de Sorocaba e Região (COOPERESO) em parceria com o poder público municipal. Em 2011, havia 20 funcionários atuando na triagem, britagem e aterramento dos RCC, gerando um gasto mensal de R$ ,00 (Sanex, 2011). Os grandes geradores de RCC, por outro lado, não podem utilizar os Ecopontos para dispor seus resíduos, necessitando elaborar seus próprios Planos de Gerenciamento de Resíduos para buscar o manejo e a destinação adequada dos RCC. O poder público municipal regulamenta o conjunto das atividades privadas que incluem todas as etapas envolvidas na operação dessas grandes quantidades de resíduos (transporte, manejo, transformação e disposição final), além de oferecer as instalações físicas para a realização das operações (Prefeitura Municipal, 2012). Os resíduos dos grandes geradores são transportados em veículos de maior capacidade de carga (para eliminar áreas de bota-fora) até Usinas de Reciclagem de Entulho após serem separados de eventuais impurezas. Priorizam-se, assim, ações no sentido de reutilização e reciclagem dos RCC, dispondo em áreas licenciadas apenas os resíduos que não são passíveis desses processos. Segundo a Lei Municipal nº 8.614/08, só podem ser dispostos os resíduos provenientes de Sorocaba no Aterro Municipal de Inertes. No momento do recebimento desses resíduos no local, a prefeitura realiza um controle por meio da Nota de Remessa de Resíduos. O próprio transportador ou gerador imprime os talões da referida Nota e a preenche em duas vias, ficando com uma delas, enquanto a outra é destinada à prefeitura. Apenas após a apresentação desse documento devidamente preenchido e carimbado pela prefeitura, o transportador ou gerador tem permissão para dispor seus resíduos no Aterro Municipal de Inertes. Caso o pedido de disposição no local 155

156 seja recusado, a carga de resíduos retorna ao gerador, que deve, então, destiná-la em local adequado (Prefeitura Municipal, 2012). Para aceitação ou não dos resíduos no Aterro Municipal de Inertes, um técnico do local realiza uma primeira verificação visual da carga, constatando se esta possui características compatíveis com as licenças operacionais do aterro. Em caso afirmativo, os resíduos são posteriormente basculados na área de triagem, onde há a separação dos materiais em dois grupos: os servíveis, que ainda são passíveis de reciclagem (como plásticos, metais, madeiras, vidros, entre outros), e os inservíveis. Os primeiros são estocados em caçambas metálicas para serem periodicamente enviados às cooperativas a fim de que estas os comercializem. Já os inservíveis, ou seja, rejeitos domésticos que porventura cheguem à unidade misturados aos RCC, são segregados e dispostos no aterro sanitário (Prefeitura Municipal, 2013). A Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (SEOBE) era responsável pela gestão do aterro de inerte até a reforma administrativa, em outubro de Após esse período, essa demanda foi encaminhada à Secretaria de Serviços Públicos. Em 2011, a gestão do aterro de inertes demandava cerca de R$ ,00 por mês para sua operação, incluindo o pagamento dos funcionários (Sanex, 2011). A Tabela 40 e a Figura 29 mostram as quantidades de resíduos recebidas no aterro de inertes de 2006 a agosto de Em 2006 o recebimento foi registrado em termos de viagens feitas pelas transportadoras até o aterro e, até junho de 2008, registravam-se os volumes de entulho somados aos de terra. Conforme a Prefeitura Municipal (2012), atualmente o controle das quantidades é feito sobre a capacidade nominal das caçambas que realizam o transporte dos resíduos. 156

157 Tabela 40 - Recebimento anual de resíduos no aterro de inertes Ano Entulho Terra Galhos Madeira Telha viagens viagens viagens 300 viagens m³ m³ m³ m³ m³ , , ,00 390, , , , ,50 75, , , , , , , , , , , , , * , , *Dados até agosto. Fonte: Prefeitura Municipal (2013) 157

158 Figura 29 - Variações mensais no recebimento de cada tipo de resíduo no aterro de inertes Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013) Pode-se perceber o aumento na quantidade de entulho que chegou ao aterro de inertes ao longo dos anos, o que pode ser um indicativo de uma maior adesão dos geradores de RCC a essas iniciativas para promover sua disposição adequada. Além disso, conclui-se dos gráficos acima que terra, madeira e telhas não estão mais sendo recebidas no aterro. 158

159 Ao aterro de inertes também são encaminhados resíduos volumosos (como sofás e colchões) e pneus, que são estocados em local específico e posteriormente destinados ao aterro sanitário de Iperó. Após o recebimento dos resíduos no aterro de inertes, estes são basculados na área de triagem da Unidade de Triagem e Reciclagem de Resíduos de Construção Civil. Neste local, procede-se à separação entre os resíduos servíveis e inservíveis, conforme já detalhado anteriormente (Prefeitura Municipal, 2013). No relatório da Sanex (2011), consta que os funcionários da unidade de triagem dividem as caçambas em dois grupos: aquelas que contêm mato e as que possuem entulho. Os resíduos das primeiras, nas quais se encontram restos de poda, são encaminhados à máquina picadora de galhos, após retirada das impurezas eventualmente presentes. Já as caçambas de entulho apresentam vários tipos de resíduos, incluindo os de poda. Em relação à destinação dos resíduos que passaram pela triagem, algumas caçambas que possuíam cargas homogêneas e de origem conhecida, como solos e cacos de telha, são por vezes encaminhadas diretamente a um sistema de tratamento adequado para esses resíduos ou ao aterro sanitário de Iperó (Sanex, 2011). O 159

160 Quadro 16 lista as operações pelas quais os materiais das caçambas passam e as destinações finais destes, conforme o tipo. 160

161 Quadro 16 - Operações envolvendo materiais selecionados na área de triagem do aterro de inertes e sua destinação Material selecionado Processos intermediários Destinação final Entulho para britagem Britagem Construção civil Entulho para aterro - Aterro de inertes Solo - Aterro de inertes Resíduo doméstico Estocagem provisória Aterro sanitário Material reciclável Segregação e estocagem provisória Venda Poda Compostagem Praças e jardins Madeira Segregação e estocagem provisória Venda Outros Conforme determina a legislação vigente Fonte: Prefeitura Municipal (2012) O entulho passível de britagem é encaminhado à Usina de Reciclagem de Entulho, situada na Unidade de Triagem e Reciclagem. O local dispõe de um sistema móvel de britagem tipo mandíbula de potência 100 hp (80 kw), pertencente, na verdade, à indústria METSO, que fez parceria com a prefeitura de Sorocaba e deixou o equipamento em comodato na Usina. Após passar pelo processo, o resíduo britado é aproveitado na construção civil e na manutenção de estradas municipais (Prefeitura Municipal, 2013). Na Tabela 41 estão relacionadas as quantidades anuais de entulho recebido, reciclado, e aterrado, enquanto os gráficos da Figura 30 mostram a evolução temporal da reciclagem e do aterramento do entulho no aterro de inertes. 161

162 Tabela 41 - Reciclagem anual de entulho no aterro de inertes Ano Entulho recebido (m³) Entulho reciclado (m³) Entulho aterrado (m³) , , , , , , , , , , , , , , , * , , ,00 *Dados até agosto. Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Figura 30 - Variações mensais na reciclagem e no aterramento de entulho Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013) Verifica-se que, à exceção de abril de 2012, quando foram reciclados excepcionalmente quase m³ de entulho, nos outros meses, desde junho de 2008, foram computados volumes inferiores a m³ de reciclagem, estando a maioria dos valores entre 500 m³ e m³. Houve oscilações ao longo do tempo, porém, apesar de a quantidade de entulho recebida no aterro ter aumentado desde 2008, a reciclagem deste resíduo não acompanhou essa tendência de crescimento. O volume de entulho aterrado, por outro lado, apresentou claramente aumento no decorrer desse período. 162

163 O estudo realizado pela Sanex (2011) verificou, em julho de 2011, o recebimento de RCC, separados por classes (de A a D), no aterro de inertes, chegando aos resultados mostrados na Figura 31. Figura 31 - Divisão dos caminhões que adentraram o aterro de inertes por tipo de resíduo transportado Fonte: Sanex (2011) Percebe-se assim que 27% dos caminhões que adentraram o aterro traziam resíduos de classe A, 9% transportavam resíduos de poda e os 64% restantes continham quantidades consideráveis de resíduos não inertes, verificadas após análise visual. No estudo da Sanex (2011) foi observado ainda que, dos caminhões que adentraram o aterro de inertes em julho de 2011, o que fornece uma média de quase 280 caminhões por dia, cerca de 14% eram da prefeitura ou de empresas por ela contratadas. Além disso, 47% do total de caminhões transportavam um volume de resíduos além da capacidade das caçambas; 163

164 16% transportavam uma quantidade abaixo dessa capacidade e os outros 37% faziam o transporte de um volume correspondente a essa capacidade. Os autores do estudo realizaram ainda estimativas da entrada real de resíduos no aterro de inertes com base no número de caminhões que chegaram ao aterro em julho de Nesse mês, estimaram um aporte de m³ (ou t) de resíduos ao aterro, o que gera uma média de m³/dia (ou t/dia). Uma vez que, nos registros da prefeitura para esse mesmo período, consta a entrada de ,50 m³ de resíduos no aterro (dos quais m³ são entulho e 2.048,50 m³ são de terra), o estudo da Sanex chegou à conclusão de que praticamente m³ não foram computados. Dessa forma, diminui-se tanto a captação de recursos financeiros advindos da cobrança pela disposição dos resíduos no aterro de inertes, quanto o tempo de vida útil deste. O encerramento do aterro de inertes está previsto para o primeiro trimestre de 2015, como pode ser verificado no cronograma do Quadro 17. A partir da Licença de Operação nº a Prefeitura já está operando na ampliação de cotas do aterro e está em processo de desapropriação uma área de ,69 m 2 por meio do Decreto nº de 4 de setembro de A área está em escrituração e a licitação para contratação da empresa que cuidará do processo de Licenciamento Ambiental está em andamento. 164

165 Quadro 17 - Cronograma físico aterro de inertes Fonte: Prefeitura Municipal (2012) Outras conclusões a que chegaram os autores do estudo da Sanex (2011), após caracterização gravimétrica e volumétrica dos resíduos contidos em cinco caçambas analisadas em julho de 2011, estão relacionadas a seguir: Aproximadamente 79% em massa e 61,2% em volume dos RCC separados correspondem a resíduos cerâmicos corretamente encaminhados ao Aterro Municipal de Inertes. Verificou-se ainda a presença de 0,5% de concreto com armaduras de aço impregnadas. A caçamba proveniente do Ecoponto do Bairro Vila Helena apresentou menores teores de RCC (cerca de 18% em massa e apenas 4% em volume) entre as caçambas avaliadas. Havia serragem, pedras diversas, papel, papelão, restos de comida, borracha, vidro e plásticos na referida caçamba. Cerca de 2,3% dos RCC separados, tanto em massa como em volume, compunham-se de resíduos sabidamente perigosos ou potencialmente perigosos. 165

166 Os materiais recicláveis representam cerca de 9% em massa e 31% em volume dos resíduos encaminhados ao aterro de inertes. Aproximadamente 9% dos RCC separados são de difícil classificação ou de reciclagem improvável, por exemplo, serragem (com ou sem pedras misturadas), tecidos, calçados, carvão, bolsas e carpete. Fomento do manejo adequado de RCC: Visando a promover o manejo e a destinação correta dos resíduos da construção civil, a prefeitura de Sorocaba vem tomando algumas medidas abaixo listadas (Prefeitura Municipal, 2012): Facilitação do acesso a alternativas tecnológicas adequadas à destinação dos RCC. Incentivo ao consumo de materiais produzidos com resíduos de RCC reciclados em algumas obras públicas, como em sub-base de pavimentação asfáltica, em pavimentação em blocos articulados, em nivelamento de terrenos, utilização de tijolos para construções e uso em habitações populares. Além dessas medidas, podem-se citar ainda as quatro ações que formam os pilares do programa de manejo de RCC em Sorocaba: a implantação e a gradativa ampliação da rede de Ecopontos; a regulamentação das atividades do setor privado para o gerenciamento de grandes volumes; ações sociais e educação ambiental; e monitoramento e fiscalização (Prefeitura Municipal, 2012). A prefeitura planeja a configuração de um Núcleo Gestor para garantir a eficiência da realização das ações citadas e para buscar a melhoria contínua da gestão dos RCC. Tal Núcleo Gestor será constituído pela Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (SEOBE), a Secretaria da Habitação e Urbanismo (SEHAB) e a Secretaria de Serviços Públicos (SERP), podendo ter como parceiros o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SINDUSCON), o Conselho Regional 166

167 de Engenharia e Arquitetura (CREA) e Organizações Não Governamentais (ONGs) (Prefeitura Municipal, op. cit.) Resíduos industriais Os resíduos industriais são de responsabilidade dos geradores, que estão sujeitos à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, conforme a Lei nº /10, e à fiscalização dos órgãos competentes. Em Sorocaba, a Lei Municipal nº 2.005/79 estabelece que cabe à prefeitura a remoção de até 100 litros de resíduos de estabelecimentos industriais. Para os geradores de quantidades superiores a esse limite seguese o mesmo padrão de multiplicação dos fatores de cálculo da taxa dos resíduos domiciliares e comerciais explicados anteriormente, conforme a Lei Municipal 5.529/97. A Lei Municipal nº 2.528/86, que dispõe sobre os serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos não abrangidos pela Lei nº 2.005/79, também dispõe sobre o preço a ser pago por esses serviços. Conforme a referida lei: Artigo 2º - Os serviços criados por esta Lei estão sujeitos ao pagamento do preço público correspondente, por volume, obedecida a classificação da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB: a) resíduo classe I b) resíduo classe II c) resíduo classe III Parágrafo único - O preço do serviço pública será fixado pela Executivo Municipal, mediante decreto. (Redação dada pela Lei nº 3572/1991). 167

168 (...) Artigo 4º - As empresas industriais localizadas no município ficam obrigadas a informar a Prefeitura, quando solicitado, sobre o destino final de resíduos sólidos não depositados no Aterro Sanitário do Município. A Lei 2.528, após alteração pela Lei nº 9.474/11, estabelece ainda que o Executivo Municipal está autorizado a atribuir à Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana (SEOBE) a administração financeira e operacional dos serviços de coleta, transporte e destinação final de resíduos sólidos não abrangidos pela Lei nº 2.005/79. Foram fornecidos pela Prefeitura Municipal de Sorocaba dados referentes às quantidades de indústrias divididas por atividades exercidas. Como pode ser observado na Tabela 42, existem atuantes no município, e é possível verificar que o setor de vestimenta possui o maior número de indústrias, seguido pelas indústrias de peças, acessórios e similares. Tabela 42 - Quantidade de indústrias por tipologia no município de Sorocaba Nº de Tipologia industrial indústrias Fabricação de velas, inclusive decorativas 1 Indústria artefato plástico e borracha 112 Indústria de calçado 5 Indústria de artefatos de ferro e metal 69 Indústria de artigos de tecido 148 Indústria de bebidas 8 Indústria de couro, pele e similares 12 Indústria de madeira e cortiça 32 Indústria de mobiliário 58 Indústria de papel e papelão 18 Indústria de peças, acessório e similar 209 Indústria de produtos alimentícios

169 Tipologia industrial Nº de indústrias Indústria de produtos não metálicos 72 Indústria de tratores, máquinas e similar 76 Indústria de vestimenta 217 Indústria extrativa mineral 10 Indústria fiação 4 Indústria mecânica e elétrica 15 Indústria metal. prod. não especif. anter. 50 Indústria metalúrgica 48 Indústria química e farmacêutica 57 Indústria tecelagem 45 Indústria têxtil 20 Outras indústrias 39 Total Fonte: Prefeitura Municipal (2013) A Tabela 43 a seguir apresenta os dados, fornecidos pela Prefeitura Municipal de Sorocaba, referentes ao recebimento de resíduos industriais no aterro industrial entre os anos de 1987 e Nesta tabela é possível verificar uma tendência de redução no recebimento de resíduos industriais no período em questão. Além disso, observa-se que o volume de resíduos industriais da classe II/III constitui a maior parcela do total recebido, constituindo, em média 86% desse volume. Tabela 43 - Volume de resíduos industriais de Sorocaba recebidos entre 1987 e 2010 Ano Total Classe I Classe II/III Lama m³ , , ,90 756, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,70 169

170 Ano Total Classe I Classe II/III Lama m³ , , ,50 909, , , ,00 615, , , , , , , ,00 780, , , ,50 666, , , ,60 952, , , , , , , , , , , , , , , ,60 460, , , ,85 258, ,00 896, ,00 436, , , ,50 32, ,50 697, ,00 17, ,56 559, ,50 11, ,90 399, ,90 8, ,00 508, ,00 0, ,00 89, ,50 0,00 Total , , , ,10 Fonte: Prefeitura Municipal (2013) Com base nos dados de recebimento mensal de resíduos industriais, foram gerados os gráficos mostrados na Figura 32 para ilustrar a tendência de produção desses resíduos. 170

171 Figura 32 - Variação mensal na quantidade recebida de resíduos industriais de Sorocaba Fonte: adaptado de Prefeitura Municipal (2013) Resíduos de serviços de transportes Essa tipologia de resíduos é gerada, principalmente, em dois pontos do Município de Sorocaba, com movimentação constante de passageiros. O Terminal Rodoviário, sob responsabilidade da empresa Socia, gera em média litros de resíduos a serem coletados diariamente e o Aeroporto cerca de litros por dia de coleta, que ocorre em dias alternados. O DAESP (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) gerencia o Aeroporto municipal e, de acordo com a Administração regional do Departamento, as empresas atuantes no Aeroporto possuem contratos individuais com terceiros para o gerenciamento dos resíduos gerados (DAESP, 2014). 171

172 O DAESP estabeleceu as especificações técnicas para contratação da elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para alguns aeroportos comerciais e para o Aeroporto de Sorocaba (CETESB, 2014). Até o momento não foi informado se a empresa Socia possui Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para o Terminal Rodoviário. O município ainda possui um Terminal interno da Urbes para os ônibus intramunicipais. De acordo com a Prefeitura (SERP), a coleta dos resíduos de serviços de transporte está incluída no contrato emergencial com o Consórcio Sorocaba Ambiental e essa tipologia é recolhida pela coleta regular e encaminhada ao aterro sanitário Proactiva CGA em Iperó sem distinção dos resíduos domiciliares. Como citado anteriormente, os locais geradores de serviços de transporte devem possuir Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos, que devem considerar a periculosidade desses materiais e realizar a destinação adequada. Outra questão apontada pela SERP é que não há cobrança dos resíduos coletados no Aeroporto mesmo com o grande volume total coletado. Isso acontece pelo fato de os hangares possuírem cobrança de IPTU separadas e assim cada hangar é considerado um gerador, não alcançando o limite de 600 litros de geração que implicariam na cobrança de taxa Resíduos agrossilvopastoris Para avaliar os resíduos agrossilopastoris é fundamental conhecer quais são as atividades econômicas desenvolvidas na área rural do município, quais resíduos podem ser gerados nessas atividades e quantos cidadãos vivem nessas regiões para, então, desenvolver ações de otimização da gestão desses resíduos. 172

173 Os resíduos gerados têm várias origens (Figura 33), o que diversifica a destinação final e alerta para disposição irregular ao desconsiderar as especificidades dos materiais. Figura 33 - Origem dos resíduos agrossilvopastoris. Fonte: SHS, 2014 As embalagens de agrotóxicos, anteriormente abordadas, possuem um Sistema de Logística Reversa gerenciado pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias inpev. Segundo o inpev, em 2012, 94% das embalagens foram destinadas adequadamente no Brasil. Porém, de acordo com o Centro de Fiscalização de Insumos e Conservação do Solo da SAA, aproximadamente 67% das embalagens com descarte inadequado são queimadas nas propriedades rurais (fiscalizações realizadas em 2012). Para as embalagens de fertilizantes e de produtos veterinários ainda não existe regulamentação de logística reversa na legislação. Mesmo com as semelhanças químicas entre agrotóxicos e praguicidas veterinários (CETESB, 2014). Os quadros (Quadro 18 e Quadro 19) a seguir são apresentados pelo 173

174 Panorama dos Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo (versão preliminar) e dão a dimensão da situação dos resíduos gerados nesses dois segmentos. Quadro 18 - Situação atual do segmento de fertilizantes no Estado de São Paulo Destinação Situação Produção no Estado de São Paulo Consumo no Estado de São Paulo Quantidade de embalagem vazia Tipo de embalagem Legislação específica para destinação de fertilizantes Existência de logística reversa de embalagens Tipo de destinação final atual Estimativa de toneladas Estimativa de toneladas Não disponível Diversas: sacos, frascos de plástico, big bag, (1L, 25 kg, 50 kg, 1000 kg, etc.). Não há Não há Queima, reuso, venda e venda para reciclagem. Fonte: CETESB, SÃO PAULO (2013); BRASIL (2013) elaborado por Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e Coordenadoria de Defesa Agropecuária (2013). Quadro 19 - Situação atual do segmento de produtos veterinários no Estado de São Paulo Destinação Situação Produção no Estado de São Paulo Consumo no Estado de São Paulo Quantidade de embalagem vazia Tipo de embalagem Legislação específica para destinação de insumos farmacêuticos veterinários Existência de logística reversa de embalagens Tipo de destinação final atual Não disponível Não disponível Não disponível Diversas: frascos de vidro e plástico, seringas (1 ml, 10 ml, 50 ml, 500 ml, 1 l etc.). Não há. Porém, existem projetos de Lei PLS134/2007 e PLS 718/2007 Não há Disposição inadequada ou queima. Fonte: CETESB, SÃO PAULO (2013) elaborado por SAA/CDA (2013). 174

175 Os resíduos domiciliares rurais são recolhidos pela coleta regular do município e apresentam composição semelhantes aos dos domicílios urbanos (CETESB, 2014). O Censo Demográfico 2010 do IBGE contabilizou uma população residente rural de habitantes em Sorocaba o que possibilita a estimativa de geração mensal de 78,8 toneladas de resíduos domiciliares no município, considerando uma taxa de geração de 0,44 kg/hab/dia (CETESB, 2014). Os resíduos agrossilvopastoris orgânicos gerados em Sorocaba são principalmente de três setores: agricultura, pecuária e silvicultura. Os resíduos vegetais gerados pelos cultivos agrícolas podem ser gerados no cultivo e nas florestas, que muitas vezes são incorporados ao solo e são fonte de nutrientes, ou podem ser originários do processamento e/ou beneficiamento em agroindústrias, com geração significativa de resíduos (CETESB, 2014) Em Sorocaba, foram identificadas culturas agrícolas temporárias e permanentes (IBGE, 2012a) e a partir de dados do Diagnóstico dos Resíduos Orgânico do Setor Agrossilvopastoril e Agroindústrias Associadas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA (IPEA, 2012), foi possível estimar (Anexo 6) a quantidade de resíduos gerados na produção de algumas culturas (Quadro 20). 175

176 Quadro 20 - Produção agrícola e geração de resíduos em Sorocaba Tipo de Quantidade Resíduos Gerados Produto lavoura produzida (t/ano) (t/ano) Cana-de-açúcar * Feijão (em grão) Temporária Mandioca 625 ND** Milho (em grão) Tomate ND Abacate 33 ND Caqui 84 ND Laranja Maçã 150 ND Permanente Manga 49 ND Maracujá 77 ND Tangerina 74 ND Uva Fonte: IBGE, 2012a; Anuário Estatístico do Agronegócio Secretaria de Produção e Agroenergia. Brasília: Mapa, 2010c. 78 p.. Elaborado por SHS (2014) * São gerados m³/ ano de Vinhaça e t/ano de bagaço de cana e torta de filtro. ** ND: Dados não disponíveis Vale a ressalva de que a geração de resíduos referentes à laranja e à uva foi calculada a partir da produção industrializada e não dá produção colhida. E que a quantidade gerada pela cultura de cana-de-açúcar é uma soma dos resíduos: vinhaça, torta de filtro e bagaço (IPEA, 2012). A produção florestal gera resíduos em todas as etapas do manejo, desde o corte das árvores até o processamento em indústrias (IPEA, 2012). A partir de Dados do IBGE (IBGE, 2012c) foi identificada a produção dos itens 176

177 apresentados no Quadro 21, que compara com a produção no Estado de São Paulo. Quadro 21 - Comparação da produção estadual com a do município de Sorocaba Produto Produção Produção Sorocaba Estadual Carvão vegetal 515 t t Lenha m³ m³ Madeira em tora m³ m³ Madeira em tora para papel e celulose m³ m³ Madeira em tora para outras finalidades m³ m³ Fonte: IBGE, 2012c. Elaborado SHS (2014). Ao considerar que a geração, na região Sudeste, de resíduos na colheita florestal é de 18,1% e de resíduos no processamento mecânico da madeira é de 32% (IPEA, 2012), tem-se que os produtos apresentados no 177

178 Quadro 22 são os restantes do total extraído das florestas. Assim, é possível estimar a geração de resíduos do setor no município. 178

179 Quadro 22 - Geração de resíduos na colheita e no processamento mecânico em Sorocaba em 2012 Produto Resíduos Resíduos Produção gerados no Total de resíduos gerados na Sorocaba processamento gerados colheita mecânico Carvão vegetal 515 t 113,8 t ,8 t Lenha m³ 21304,5 m³ ,5 m³ Madeira em tora m³ 32288,3 m³ 68752,9 m³ ,2 m³ Madeira em tora para papel e celulose m³ 21547,6 m³ 45882,4 m³ 67430,0 m³ Madeira em tora para outras finalidades m³ 10740,7 m³ 22870,6 m³ 33611,2 m³ Fonte: IBGE, 2012c. Elaborado SHS (2014). Os resíduos orgânicos de origem animal são basicamente o esterco (fezes e urina) gerado nas atividades de pecuária e as carcaças dos animais mortos nos processos produtivos (CETESB, 2014). As atividades pecuárias do município, abordadas pelo IBGE (IBGE, 2012b), são apresentadas na Tabela 44 com as quantidades de animais por atividade. Tabela 44 - Número de cabeças por atividade pecuária em Sorocaba no ano de 2012 Atividade pecuária Nº de cabeças Bovinos Equinos 560 Bubalinos 129 Muares 60 Suínos Caprinos 90 Ovinos 450 Galos, frangas, frangos e pintos Vacas ordenhadas Fonte: IBGE, 2012b. Elaborado SHS (2014). 179

180 Para realizar a estimativa dos resíduos gerados pela produção da principal atividade pecuária (com maior número de cabeças) foram utilizados os dados apresentados pelo Diagnóstico dos Resíduos Orgânico do Setor Agrossilvopastoril e Agroindústrias Associadas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA. Como o número de cabeças da Tabela 44 é referente à: galos, frangas, frangos e pintos, optou-se por considerar o número total de aves da Tabela 45. Dessa forma, foi estimada a geração do setor em Sorocaba (Tabela 46). Tabela 45 - Resíduos gerados por frangos de corte e galinhas na região Sudeste Av Sude Frang ste o de corte Nº de cabeças Quan tidade de resíduos 32 (t/ano) es de postura Total (galinhas) Fonte: IBGE (2009b); ABEF (2010), IBGE (2009c). Elaborado SHS (2014) Tabela 46 - Geração de resíduos pela produção de galos, frangas, frangos e pintos em Sorocaba no ano de 2012 Resíduos Nº de cabeças gerados (t/ano) Sudeste Sorocaba Fonte: IBGE, 2012a; IPEA, Elaborado por SHS (2014) 180

181 Resíduos de mineração Conforme a Prefeitura Municipal (2013), atualmente há o registro de oito mineradoras em Sorocaba, cada uma classificada como Indústria Extrativa Mineral. Não foram encontrados processos de licenciamento junto à CETESB para seis destas mineradoras; das outras duas, uma possuía certificado de dispensa de licença, de modo que apenas uma mineradora apresentava Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental (CADRI). Tal certificado foi emitido para a movimentação de 8 toneladas por ano de resíduos de terra e areia contaminados com óleo, caracterizados como de classe I (perigosos), em estado sólido, que são armazenados em tambor e encaminhados para outros tratamentos Considerações O sistema de gestão de resíduos sólidos em Sorocaba apresenta-se estruturado e dotado de diversos sujeitos sociais atuantes, como gestores individuais, divisões ou setores, departamentos e mesmo algumas Secretarias municipais apresentam-se bastante mobilizadas com fundamentos importantes dentro da gestão municipal de resíduos sólidos. Porém, é possível afirmar-se que falta articulação entre os sujeitos sociais atuantes nas questões relativas aos resíduos na cidade de Sorocaba. Ocorre que muitas vezes um setor envolvido com uma atribuição inserida na gestão de resíduos não dialoga com outro que também trabalha no mesmo universo, ou seja, na gestão municipal de resíduos sólidos. O mesmo ocorre com as cooperativas que lidam com a coleta e a comercialização de resíduos recicláveis gerados na cidade. Assim, acredita-se que é papel dos gestores públicos estimularem espaços ou mecanismos que possam garantir a articulação necessária para otimizar os serviços e garantir uma gestão de resíduos sólidos que seja de fato integrada, como pretende a PNRS. 181

182 Tendo em vista que atuam em Sorocaba, na prática, duas cooperativas de resíduos recicláveis - a Central de Reciclagem da Zona Oeste de Sorocaba (CRZO) e a Cooperativa de Recicláveis de Sorocaba (CORESO), e que as mesmas tratam de suas demandas, abrangências, metas de crescimento e outras perspectivas de forma isolada uma da outra. Ainda que ambas tenham direito à autonomia e que possam e devam buscar sua auto-sustentabilidade, entende-se que é necessário que elas apresentem algum nível de integração, senão para compartilharem processos operacionais, pelo menos para ajustarem algum tipo de planejamento para o setor em que atuam no município: o da coleta seletiva e reintegração dos resíduos recicláveis no mercado, assim como em um dos processos mais importantes que compartilham, o da inclusão social de catadores. Assim, é preciso que a administração municipal chame para si a responsabilidade de integrar estas duas entidades, começando pela atribuição de um tratamento isonômico entre as cooperativas em todos os aspectos, fundamentalmente aqueles relacionados a subsídios e incentivos econômicos assim como à participação em programas sociais em andamento no município. Recomenda-se que a Cooperativa Central seja unificada formal e oficialmente, tendo em vista que os aspectos administrativos, econômicos e operacionais da Reviver e Catares já são feitos em consonância. Estas providências têm a finalidade de fortalecer a CRZO junto a programas federais, bem como, conforme mencionado, estimular o tratamento isonômico entre as cooperativas. Outra questão que pode auxiliar na gestão de resíduos sólidos de Sorocaba é a existência do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do rio Sorocaba e Médio Tietê CISAB/SMT. Apesar de Sorocaba, até a presente data, não ter realizado as formalidades necessárias para fazer parte do consórcio e não estar atuando nele dinamicamente, a possibilidade de 182

183 articulação intermunicipal pode ser fundamental para a elaboração de soluções para problemas comuns entre municípios. Dentre as possibilidades que este consórcio pode vir a trazer, destacamse: a possível implementação de um aterro que possa atender mais de um município; ações e programas que incentivem a tratamento de resíduos orgânicos e o uso do composto nas atividades agrícolas da região; e ações e programas que visem o reaproveitamento de resíduos da construção civil. É importante ressaltar que a busca contínua por melhorias é uma das maneiras de se alcançar uma gestão eficiente. De uma maneira geral, no município de Sorocaba, os diferentes tipos de resíduos possuem sistemas de manejo adequados, conseguidos através de programas e iniciativas públicas ou privadas. Os poucos tipos que ainda não possuem um manejo apropriado, estão em vias de se adequar. Vale ressaltar que somente os resíduos de lâmpadas fluorescentes ainda não possuem um programa para os munícipes de Sorocaba, sendo que apenas os resíduos de lâmpadas gerados nos próprios municipais possuem uma destinação adequada. Um resumo executivo, contendo informações levantadas na etapa de diagnóstico da gestão de resíduos em Sorocaba está apresentado no Anexo 10 do presente relatório. 183

184 2. PREMISSAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO A estruturação e a operacionalização dos serviços de coleta, transporte, tratamento e disposição dos resíduos sólidos dos municípios brasileiros, impõem-se como um importante desafio aos gestores públicos. Por se tratarem de serviços que possuem natureza essencial que devem ser fornecidos, basicamente, como direitos dos cidadãos, ainda que estes contribuam com seus custeios, buscou-se neste PMGIRS formular as proposições através de ferramentas normativas, organizacionais e de planejamento. Para enfrentar os problemas vigentes, o administrador público de Sorocaba terá de lidar com dificuldades institucionais e financeiras, na medida em que as ações requeridas exigem forte cooperação entre os diversos setores públicos, e destes com a sociedade civil, como também, em muitos casos, com agentes privados Levantamento e Indicação das Tecnologias de Tratamento de Resíduos Sólidos Este estudo tem como uma de suas fontes principais o recente estudo lançado em dezembro de 2013, intitulado Análise das Diversas Tecnologias de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos no Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão, financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES, e executado pelo Grupo de Resíduos Sólidos da Universidade Federal de Pernambuco (GRS/UFPE), por meio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco FADE. Nele foram colhidas informações sobre tecnologias que têm potencial para serem adotadas por Sorocaba devido a algumas especificidades referentes às quantidades e tipos de resíduos gerados neste município. 184

185 Ainda, de acordo com a Sanex (2011), empresa responsável por estudo de descrição da composição gravimétrica dos resíduos domiciliares de Sorocaba, do total dos resíduos sólidos urbanos, 48% é matéria orgânica, e que no caso do município de Sorocaba, este resíduo é disposto em aterro sanitário, gerando uma despesa elevada para o município, já que representa quase metade do lixo domiciliar. Daí por que dar-se-á mais ênfase à introdução de processos novos no gerenciamento deste resíduo orgânico reciclável, considerando que o gerenciamento dos outros materiais recicláveis, aqueles sujeitos à coleta seletiva, devem seguir com os esforços no caminho de ampliar ao máximo sua recuperação da massa de resíduos que hoje segue para o aterro sanitário Compostagem Os processos de tratamento biológico sucedem os processos de triagem e tem como objetivo, tratar os resíduos orgânicos a partir de transformações que podem ser por via aeróbia ou anaeróbia. A compostagem é o processo biológico de decomposição da matéria orgânica, por via aeróbia, contida em resíduos de origem animal ou vegetal que ocorre por ações de agentes biológicos microbianos, sendo necessárias condições físicas e químicas adequadas. A compostagem, como tecnologia de tratamento da matéria orgânica, vem para recuperar valor econômico agregado do resíduo orgânico. De acordo com o Manual para Implementação de Compostagem do Ministério de Meio Ambiente (2010), juntamente com os resíduos orgânicos, os resíduos de arborização (galhos, folhas, sementes, flores e frutos), de poda e de capina podem ser usados na compostagem, porém é preciso conhecer as características da arborização da cidade: quais são os tipos e ocorrências das espécies, frequência da poda e da remoção, e características dos resíduos do ponto de vista de seu melhor aproveitamento. Deve-se considerar que há 185

186 galhos mais grossos e troncos cuja utilização não deve ser a compostagem, mas a utilização como lenha ou carvão. A NBR da ABNT define Usina ou Unidade de Compostagem como instalação dotada de pátio de compostagem e conjunto de equipamentos eletromecânicos destinados a promover e/ou auxiliar o tratamento das frações orgânicas dos resíduos domiciliares. Também se faz necessária a implantação de sistema de drenagem de líquidos e canalização do lixiviado produzido pelas leiras até um sistema de tratamento adequado desse lixiviado. A Figura 34 e a Figura 35 apresentam duas unidades de compostagem. Figura 34 - Vista superior da Unidade de Compostagem do Condado de Montgomery, Maryland EUA (BNDES, 2012) Fonte: BNDES, 2012 apud BNDES,

187 Figura 35 - Unidade de compostagem de resíduos orgânicos. Fonte: Nóbrega, Os principais tipos de compostagem são: compostagem artesanal; compostagem com reviramento mecânico; compostagem em pilhas estáticas com aeração forçada; compostagem em recintos fechados com aeração forçada. O processo de compostagem pode acontecer por praticamente dois métodos, a saber: Método natural - Leiras Revolvidas (windrow): a fração orgânica dos resíduos é levada para um pátio e disposta em pilhas. A aeração necessária para o desenvolvimento do processo de decomposição biológica é conseguida por reviramentos periódicos, com o auxílio de equipamento apropriado. São necessários de três a quatro meses para que o processo de compostagem se finalize Método acelerado Leiras Estáticas Aeradas (static piles): a aeração é forçada por tubulações perfuradas, sobre as quais se colocam as pilhas de resíduos (Figura 36), ou em reatores 187

188 rotatórios, dentro dos quais são colocados os resíduos, avançando no sentido contrário ao da corrente de ar. Posteriormente, são dispostos em pilhas, como no método natural. O tempo de residência no reator é de cerca de quatro dias e o tempo total da compostagem acelerada varia de dois a três meses. Figura 36 - Esquema de método acelerado de compostagem (GRS/UFPE, 2012). Seguindo a metodologia de calculo, do Manual para Implementação de Compostagem do Ministério de Meio Ambiente (2010), para a área do pátio de compostagem da Usina de Compostagem, pode-se estimar uma área tanto para o método natural quanto para o método acelerado. De acordo com a gravimetria dos resíduos de Sorocaba, 48% em massa dos resíduos domiciliares é matéria orgânica compostável, gerando uma quantidade de 260 t/dia. Para o método natural chegou-se a uma área de pátio de m² (19,9 ha), considerando o tempo de 4 meses para o processo de compostagem 188

189 completo, e para o método acelerado uma área de m² (14,9 ha), considerando o tempo total de 3 meses. Será necessária também, uma pequena área administrativa e de apoio, e um galpão para armazenamento de ferramentas e do composto e para operação do triturador de galhos. Além disso, a unidade deve dispor de sistema de captação e tratamento de efluentes líquidos, que pode ser em fossa séptica com sumidouro ou lagoas de tratamento. Preferencialmente, a unidade deve estar localizada na mesma gleba do aterro sanitário, caso a solução de implantação permita, pois a área administrativa e de tratamento dos efluentes será comum, diminuindo custos de investimento e operação. Quando isso não for possível, como, por exemplo no caso de municípios que utilizem aterro regional em outro município, todas as instalações devem ser previstas. (MMA, 2010) A escolha do tipo de processo a ser empregado deve considerar aspectos técnicos e econômicos. O sistema de leiras revolvidas demanda um baixo investimento inicial, porém é sobreposta pela dificuldade de controle no revolvimento e na dependência do clima e do monitoramento da aeração. Já as leiras aeradas apresentam um melhor controle dos odores, da temperatura e da aeração, porém são igualmente dependentes do clima. Segundo Schalch et al. (2002), o método acelerado é recomendado para unidades com processamento superior a 200 t/dia. Para tal método se estima um custo médio de investimento por tonelada diária de capacidade instalada de US$ , porém nesse valor não está incluso o gasto com a aquisição da área, terraplanagem e preparo do pátio de compostagem. Os dados brasileiros em relação às despesas operacionais são bastante imprecisos, pois dependem de uma serie de fatores, tais como: inclusão dos custos de manutenção, propriedade e comercialização do composto e dos recicláveis (SCHALCH et al., 2002). 189

190 O composto proveniente dos resíduos domiciliares só poderá ser comercializado se possuir registro do composto junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). De acordo com MAPA (2014), em um processo que demora entorno de um ano, já se consegue obter o registro do composto e o registro profissional. A seguir algumas informações segundo MAPA (2014) para obtenção do registro do composto orgânico: Registro de Produto Para obtenção do Registro de Produto junto ao Ministério da Agricultura, a empresa requerente deverá estar registrada na categoria atividade, estabelecida no art. 3º da IN MAPA nº 10/2004, pertinente ao produto para o qual pleiteia o registro. Deverá apresentar os seguintes elementos informativos e documentais para abertura do processo administrativo: Documentos Necessários Requerimento de Registro de Produto devidamente preenchido e assinado pelo responsável da empresa. Laudos analíticos do produto ou matérias-primas com informações sobre a presença de contaminantes e seus respectivos teores, quando solicitado pela área técnica do ministério. Documentos em língua estrangeira podem ser acrescentados ao processo, desde que acompanhados de tradução firmada por tradutor juramentado. Para produtos que utilizam resíduo como matéria-prima Comprovação do atendimento dos requisitos ou limitações, de uso na agricultura sob o aspecto ambiental, determinadas pelos órgãos de meio ambiente para cada um dos resíduos utilizados, quando for o caso. Laudos analíticos com informações sobre a presença de contaminantes e seus respectivos teores. Disposições contidas na IN 27 de 05/06/ Contaminantes. 190

191 A utilização do composto orgânico proveniente dos resíduos domiciliares é recente no país, o que resulta na não existência de uma cultura deste hábito entre os agricultores, dificultando o escoamento e venda deste composto. Apesar disso, estes não podem ser fatores limitantes ou que excluam a possibilidade deste tipo de tratamento de resíduo orgânico. Uma das possibilidades para o escoamento do composto seria, no início, distribuir gratuitamente o composto para os agricultores da região, mostrando assim a qualidade do composto e introduzindo-o nos hábitos destes, para posteriormente, começar a cobrar pela venda do mesmo. Além desta possibilidade, o composto também poderia ser utilizado nos estabelecimentos públicos, como praças, canteiros, jardins, hortas, etc. Esta tecnologia apresenta como principais vantagens e desvantagens, conforme estudos realizados por Schalch et al. (2002) e BNDES (2013): Vantagens: Aumenta a vida útil do local de disposição final de resíduos; Exige pouca mão de obra especializada; Quando bem operadas, as unidades de compostagem não causam poluição atmosférica ou hídrica; Geração de renda com a comercialização do composto, caso exista mercado. Os rejeitos podem ser dispostos nos aterros sanitários, reduzindo os problemas relativos à formação de gases e lixiviados, visto que são materiais biologicamente estabilizados; Promove o aproveitamento agrícola da matéria orgânica pelo uso de composto orgânico no solo. As principais desvantagens para essa tecnologia são: 191

192 Requer uma separação eficiente de resíduos e um tempo de processamento que pode chegar a seis meses; Necessita de mercado para revender o composto e/ou aplicação para o composto Quando mal operada, os líquidos e gases gerados podem contaminar o meio ambiente e comprometer a qualidade de vida; Os custos com a coleta diferenciada da fração orgânica dos RSU são altos; É necessário o envolvimento da população para que ocorra a separação adequada dos resíduos compostáveis; Requer área relativamente grande para operação das leiras para maturação dos resíduos; Necessita sempre de uma unidade de disposição final, como por exemplo, o aterro sanitário Digestão anaeróbia A digestão anaeróbia é também um dos tipos de tratamento biológico da matéria orgânica e consiste num processo que ocorre na ausência de oxigênio. A maioria das unidades de digestão anaeróbia requer pré-tratamento dos resíduos para se obter uma massa homogênea, que consiste numa triagem dos matérias não biodegradáveis, seguido por uma trituração. Os digestores anaeróbios podem ser uma alternativa viável economicamente, devido ao fato de reduzir os custos de disposição em aterro sanitário e da geração de receita a partir da produção e comercialização de energia renovável. Porém é importante ressaltar que, até o fim do ano de 2013, foi constatada a inexistência de digestores anaeróbios no Brasil para esse fim. Mas mesmo sem existir tal tecnologia no país, não dá para concluir se será um facilitador ou dificultador no momento em que for necessário o licenciamento, 192

193 pois sendo comprovada sua viabilidade técnica e ambiental, dificilmente seu licenciamento será negado. No Quadro 23 são apresentados custos de implantação, operação e manutenção para três tipos de unidades, uma com capacidade de processamento de t/ano (66 t/dia), outra com capacidade de t/ano (225 t/dia), e uma outra com os valores para a realidade de Sorocaba, com capacidade para t/ano (260 t/dia), que seria o equivalente a 48% do total do lixo gerado no município, correspondendo o total dos resíduos de matéria orgânica. Os valores para Sorocaba foram alcançados através de estimativas com base no estudo do BNDES(2013). Quadro 23 - Síntese da Análise de Implantação de Unidades de Digestão Anaeróbia ITEM VALORES VALORES VALORES (SOROCABA) Capacidade de Tratamento (t/ano) Custo Unitário de Investimento (R$/t) 37,12 35,54 34, Custos Fixos de Operação (Mão de Obra) (R$/ano) Custos de Insumos, Manutenção e Seguros (R$) , , ,00 Custos Totais de Operação e Manutenção (R$/ano) , , ,00 Custo Unitário de Operação e Manutenção (R$/t) 100,00 50,00 45,76 Fonte: Adaptado BNDES (2013) Essa tecnologia apresenta como principais vantagens: Aumento da vida útil dos aterros sanitários; Redução da fração orgânica dos RSU, responsável pelos odores desagradáveis e geração de lixiviados de alta carga poluidora nos aterros sanitários; Maior geração de biogás e metano devido às condições controladas de umidade e temperatura dos digestores, podendo aumentar consideravelmente na pratica da co-digestação anaeróbia com os lodos de ETE; 193

194 Permite a coleta de todo o biogás gerado (em aterros o índice de recuperação pode variar de 20 a 40 %), reduzindo assim as emissões de gases de efeito estufa; Em seu processamento tem-se a geração de produtos valorizáveis: biogás (energia e calor) e composto orgânico, servindo de fertilizante para o solo. As principais desvantagens dessa tecnologia são: A composição dos resíduos pode variar dependendo da localização (zona de geração) e da estação do ano, podendo comprometer o processo de biodigestão anaeróbia e consequentemente a qualidade do biogás e do material digerido gerado; Necessidade de etapa posterior para bioestabilização dos resíduos digeridos; Dificuldade na operação do sistema, principalmente em termos de obstruções de canalização, principalmente em sistemas contínuos; Necessidade de mão de obra qualificada para o processo de operação e monitoramento da planta Incineração A incineração é um tipo de tecnologia que consiste no tratamento térmico e redução do volume dos resíduos, utilizando simultaneamente a energia contida no sistema, ou seja, essa energia recuperada pode servir para produção de calor e de energia elétrica. De acordo com a Menezes et al. (2000), não é concebível hoje um projeto de tratamento de RSU sem a reciclagem de energia. Em números aproximados pode-se afirmar que 1 tonelada de RSU equivale a 200 kg de carvão ou 250 kg de combustível, 30 t de água quente ou ainda 500 kwh de energia elétrica. Esse calor recuperado 194

195 pela incineração pode representar cerca de 6 a 7 % da energia consumida pela população que gera o resíduo (MENEZES et al., 2000). No dimensionamento das usinas de incineração deve se levar em consideração a composição e o poder calorífico dos RSU, o que é determinante para a sua viabilidade econômica. Usinas deste tipo são indicadas para o tratamento térmico de quantidades superiores a 240 t/dia, e conseguem gerar uma média de 600 kwh/t, de acordo com os valores encontrados nas usinas de incineração pelo mundo, mas variam de acordo com o poder calorífico dos resíduos (BNDES, 2013). Interessa à incineração as frações de RSU que apresentem elevado poder calorífico, como plásticos, papel/papelão e borrachas. Entretanto, os RSU no Brasil, possuem uma elevada fração de matéria orgânica a qual, devido à sua elevada umidade, apresenta baixo poder calorífico em relação a outros materiais; isto pode resultar em resíduos misturados com carga térmica inferior à de projeto do forno de incineração, implicando no aumento do consumo de combustível auxiliar. Dessa forma os RSU não procedentes de coleta seletiva deverão ser previamente destinados a um processo de triagem, para a separação dos materiais efetivamente recicláveis ainda presentes e a preparação de lotes de combustível derivado de resíduos (CDR), o qual é produzido a partir de uma série de estágios de classificação e remoção magnética de materiais ferrosos e não ferrosos dos RSU, resultando em uma fração combustível de maior poder calorífico composta basicamente por materiais plásticos, papéis e papelão, madeira, panos e fração orgânica (FEAM, 2012). A viabilidade técnica de implantação desse tipo de unidade varia de acordo com o poder calorífico do resíduo e é recomendável a queima bruta a partir de um Poder Calorífico Inferior (PCI) que seja superior a kcal/kg. Entretanto não existe estudo que aponte qual é o poder calorífico dos resíduos 195

196 gerados em Sorocaba. No Brasil, onde é admitido um PCI médio de 1.850kcal/kg para os resíduos sólidos (FEAM, 2010; BNDES, 2012 apud BNDES, 2013), essa viabilidade estaria condicionada a um pré-tratamento dos resíduos. Segundo estudo da Sanex (2011), embora a quantidade de umidade dos resíduos de Sorocaba seja menor do que a normalmente encontrada para os resíduos brasileiros, os valores absolutos totais não necessariamente colocam os resíduos domiciliares estudados como viáveis para a incineração visando à obtenção de energia. Independentemente da quantidade de umidade presente, a incineração só deve ser considerada como alternativa para resíduos que apresentem alto poder calorífico e que não tenham rotas estabelecidas de reciclagem. Segundo Schalch et al. (2002), o custo de implantação de uma unidade de incineração com capacidade para volumes maiores que 400 t/dia, varia de US$ a por tonelada. No Quadro 24 são apresentados custos de implantação, operação e manutenção para três tipos de unidades: uma unidade com capacidade de processamento de 650 t/dia, e potência instalada de 60MW por linha; outra com capacidade de 1300 t/dia e o dobro de potencia instalada; e outra para a realidade de Sorocaba. Sabe-se que 30% do total de lixo gerado no município é reciclável (SANEX, 2011), portanto considerou-se um cenário em que um terço desse lixo passível de reciclagem realmente fosse reciclado, gerando assim um total de 480,93 t/dia (90% do total gerado no município) de resíduos encaminhados para a unidade de incineração. Os valores para Sorocaba foram alcançados através de estimativas com base no estudo do BNDES (2013). 196

197 Quadro 24 - Síntese da Análise de Implantação de Unidades de Incineração ITEM VALORES (SOROCABA) VALORES VALORES Capacidade Máxima (t/dia) 480, Custo Unitário de Investimento (R$/t) 96,62 92,31 75,74 Custos Variáveis de Operação (insumos) (R$/ano) , , ,00 Custos Fixos de Operação (Mão de Obra) (R$/ano) , , ,00 Despesas de Manutenção (Reparos e Seguros) (R$/ano) , , ,00 Despesas de Disposição de Rejeito (cinza) (R$/ano) , , ,00 Custos Totais de Operação e Manutenção (R$/ano) , , ,00 Custo Unitário de Operação e Manutenção (R$/t) 112,37 108,88 95,46 Fonte: Adaptado BNDES (2013) O tipo de incineração normalmente aplicado para os RSU é o do ciclo combinado, onde se tem a geração de energia elétrica e de calor juntamente com a eliminação dos resíduos. Os principais equipamentos de um incinerador (unidade de recuperação energética URE) são apresentados de forma ilustrativa na Figura

198 Figura 37 Incinerador de resíduos sólidos Fonte: SESWET, European Suppliers of Waste to Energ Suppliers A tecnologia de tratamento térmico mais utilizada em diversos países para RSU tem sido a incineração em grelha, por estar plenamente desenvolvida, existindo várias unidades em escala comercial instaladas. O Brasil ainda não possui instalada uma unidade comercial de grande porte (FEAM, 2012). A Política Nacional dos Resíduos Sólidos(Lei de 2010) dispõe ainda, em seu Artigo 9º, 1º, que poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de 198

199 programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental. Segundo a Menezes et al. (2000), em países como o Brasil, onde a tecnologia atual tem sido pouco discutida e várias plantas existentes ainda não foram integralmente atualizadas tecnologicamente, a imagem de poluição perdura, o que tem provocado a quase exclusão este processo, de imensa importância, nas propostas de sistemas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos e reciclagem de energia. Sendo reconhecido hoje, que quanto mais se recicla mais a incineração se torna a solução apropriada para os resíduos restantes. Conforme especialista da CETESB, que concedeu entrevista à revista Infraestrutura Urbana (2013), a adoção da tecnologia, se feita de acordo com as normas, não oferece riscos de gerar poluentes. Além disso, há tecnologia nacional para tratamento dos gases provenientes da queima do lixo. Assim entende-se que não deve haver grandes dificuldades para instalação de uma usina desse tipo no Brasil. Talvez apenas uma peça, a grelha de queimação, de mais difícil obtenção, precise ser importada caso ainda não haja tecnologia nacional no momento de implantação da usina. A Política Municipal de Meio Ambiente de Sorocaba (Lei nº , de 3 de maio de 2012) aponta, em seu Art. 6, que a prefeitura deverá coibir a incineração de resíduos, porém se a tecnologia for usada corretamente, a coibição não faz mais sentido tendo em vista o supracitado. Assim, se a incineração for uma tecnologia economicamente interessante para Sorocaba, não há motivos técnicos que inviabilizem a escolha desta solução, uma vez que a prevenção contra a poluição ambiental também está resolvida pela tecnologia mencionada. Entende-se, desta forma que faz-se necessária uma revisão neste capítulo da política municipal de meio ambiente. 199

200 As principais vantagens e desvantagens dessa tecnologia são as seguintes, conforme estudos realizados por Schalch et al. (2002) e BNDES (2013): Redução dos resíduos em até 5% do volume e 15% do peso original; Aumento significativo do período de vida útil do aterro; Potencial de recuperação de energia superior a aterros; Necessidade de menor área para instalação; Redução na emissão de odores e ruídos; Bom funcionamento, independentemente das condições meteorológicas. Entre as principais desvantagens destacam-se: Elevados custos de instalação, operação e manutenção do tratamento dos resíduos; Inviabilidade de produção em caso de resíduos com umidade excessiva, pequeno poder calorífico; Exigência de mão-de-obra especializada na operação Processos de reutilização e reciclagem dos RCC Segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (Abrecon), quase todas as atividades no setor da construção civil são geradoras de entulho, e a principal causa é o alto índice de perdas no processo construtivo, cerca de 50% de todo material desperdiçado é entulho, e a poluição gerada pela destinação final inadequada deste entulho, causa consequências negativas, assoreamento de cursos d água e enchentes. Isto posto, parte-se do princípio que a reutilização e reciclagem do entulho representam grandes vantagens econômicas, sociais e ambientais. 200

201 De acordo com o Green Building Concil Brasil (2013), 1/3 dos gases lançados na atmosfera em todo mundo é proveniente das atividades da construção civil, sendo assim, um dos setores que mais poluem no planeta. De acordo com (CARNEIRO, 2001), a reciclagem de entulho será atrativa, financeiramente, quando o produto reciclado possuir boa qualidade e preço competitivo em relação aos materiais naturais. Isso deve ocorrer em regiões próximas aos grandes centros urbanos, onde as reservas de matérias primas estão acabando, ou onde os custos de disposição em aterros são elevados. A seguir são mostradas algumas possibilidades de reciclagem para este resíduo e suas vantagens, segundo a Abrecon,: Utilização em pavimentação A utilização em pavimentação (base, sub-base ou revestimento primário) na forma de brita corrida ou ainda em misturas do agregado reciclado com solo é a forma mais simples de reciclagem do entulho. Vantagens: É forma de reciclagem que exige menor utilização de tecnologia o que implica menor custo do processo; Permite a utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de separação de nenhum deles; Economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece em granulometrias graúdas; Possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o proveniente de demolições. 201

202 Utilização como Agregado para o Concreto O entulho reciclado pode ser utilizado como agregado para concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados convencionais (areia e brita). Vantagens: Utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de separação de nenhum deles; Economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece em granulometrias graúdas; Possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, como o proveniente de demolições e de pequenas obras; Possibilidade de melhorias no desempenho do concreto em relação aos agregados convencionais, quando se utiliza baixo consumo de cimento. Utilização como agregado para a confecção de argamassas Após ser processado por equipamentos denominados "argamasseiras", que moem o entulho em granulometrias semelhantes as da areia, ele pode ser utilizado como agregado para argamassas de assentamento e revestimento. Vantagens: Redução no consumo do cimento e da cal; Ganho na resistência a compressão das argamassas Coprocessamento O coprocessamento não é uma tecnologia aplicável para o tratamento de resíduos sólidos urbanos, mas é um processo indicado para o tratamento de resíduos industriais em estado líquido, sólido e/ou pastoso. Esse processo é utilizado em fornos de clinquerização das indústrias cimenteiras, onde, em altas 202

203 temperaturas, os resíduos são destruídos ao mesmo tempo em que são utilizados como energia alternativa para os fornos em substituição aos combustíveis fósseis ou matéria-prima (BNDES, 2013). Assim sendo, os principais resíduos utilizados no coprocessamento são pneus, resíduos da indústria siderúrgica e de alumínio, solventes químicos, óleos usados, borras de pintura, plásticos, solos contaminados com solventes, entre outros. É importante enfatizar que não são coprocessáveis os resíduos hospitalares, radioativos, domésticos indiferenciados, materiais corrosivos, pesticidas e explosivos. A Cetesb publicou uma Norma Técnica P4.263, em dezembro de 2003, intitulada Procedimento para utilização de resíduos em fornos de produção de clínquer. Este procedimento consta desde um estudo de viabilidade até testes de queima, monitoramento dos efluentes gasosos, entre outras etapas. Na Norma estão listados os combustíveis e matérias-primas auxiliares que são excluídos deste procedimento, a saber: a) Resíduos vegetais provenientes de atividade agrícola, como bagaço de cana-de-açúcar, palha de arroz, etc.; b) Resíduos vegetais provenientes da indústria de transformação de produtos alimentícios, como cascas, bagaços de cítricos, cítricos utilizados para extração de óleos essenciais, etc.; c) Resíduos vegetais fibrosos provenientes da produção de pasta virgem e de papel; d) Resíduos de madeira, com exceção dos resíduos de madeira que possam conter compostos orgânicos halogenados ou metais pesados resultantes de tratamento com conservantes ou revestimento; e) Coque de petróleo e coques residuais da gaseificação de carvão; f) Briquetes de carvão e aqueles produzidos a partir de serragem; 203

204 g) Sucatas de metais ferrosos e não-ferrosos, como pós, carepas, cavacos e limalhas, etc. (*); h) Resíduos de materiais têxteis (*); i) Resíduos de obras de construção civil e demolição; j) Resíduos de refratários, vidros, material têxtil, como mangas filtrantes e estopas, EPIs, borracha, cabos elétricos, plásticos, papel e papelão, óleos e graxas, com exceção daqueles passíveis de re-refino conforme Resolução CONAMA 09/93, gerados na própria unidade co-processadora. (*) Classificados como resíduos não perigosos pela NBR da ABNT. Observação: A utilização dos materiais listados deve ser previamente autorizada pela CETESB. Percebe-se que os RSU sem um pré-tratamento não constam nessa lista, portanto não estão isentos de todo o procedimento para se conseguir o licenciamento. O que pode ser um fator que dificulte o licenciamento desta alternativa tecnológica. Nessa mesma norma técnica, a Cetesb aponta que só poderão ser aceitos resíduos que atendam pelo menos um dos seguintes critérios: a) Reaproveitamento de energia Para que um resíduo seja utilizado como substituto de combustível para fins de reaproveitamento de energia, seu poder calorífico inferior, na base seca, deve ser superior a 2775 kcal/kg (5000 Btu/lb). Resíduos com poder calorífico inferior, na base seca, menor que 2775 kcal/kg devem ser estudados caso a caso. b) Reaproveitamento como substituto de matéria-prima Para que um resíduo seja utilizado como substituto de matéria-prima, deve apresentar composição química similar à normalmente empregada na produção de clínquer. 204

205 A prática do coprocessamento de resíduos na indústria de cimento tem se expandido devido à necessidade crescente de uma destinação ambiental e socialmente mais adequada de resíduos provenientes de diversos processos industriais. O coprocessamento de resíduos se dá no Brasil unicamente em fornos de cimenteira e são utilizados diversos tipos de resíduos para este processo, o que chamamos de combustíveis alternativos do processo. Os combustíveis alternativos tradicionalmente usados na indústria cimenteira, tais como bagaço de cana, casca de arroz, casca de coco, resíduos de madeira, lenha, moinha de carvão vegetal, pneus, alcatrão, coque de petróleo, moinha de coque, turfa, rejeitos carbonosos e gás proveniente do processo de pirólise são derivados de resíduos sólidos, líquidos, resíduos urbanos e industriais. Das 48 fábricas integradas (com fornos) instaladas no Brasil, 36 estão licenciadas para coprocessar resíduos. Essas fábricas representam mais de 80% da produção nacional de clínquer. O Brasil gera cerca de 2,7 milhões de toneladas de resíduos de diversos segmentos da indústria (siderúrgica, petroquímica, automobilística, de alumínio, tintas, embalagens, papel e pneumáticos) por ano, das quais co-processa, anualmente, cerca de 950 mil toneladas. O índice de substituição de combustível por resíduos no Brasil chega a aproximadamente 15%, enquanto que na Alemanha chega a 42% e a 47% na Suíça (SNIC, 2010). As principais vantagens e desvantagens dessa tecnologia são mostrados a seguir, conforme BNDES (2013) e a ABCP (2014). Vantagens: Eliminação definitiva, técnica e ambientalmente segura, de resíduos industriais e passivos ambientais; 205

206 Não há geração de subprodutos, como cinzas, pois há total incorporação no processo de fabricação de cimento. Contribuição à saúde pública, por exemplo, no combate aos focos de dengue (com a destruição de pneus velhos). As principais desvantagens dessa tecnologia são: Exige o controle das operações e emissões do forno em tempo integral; Possibilidade de contaminações de cimentos nacionais ou importados Identificação das Possibilidades de Implantação de Soluções Consorciadas ou Compartilhadas com Outros Municípios Apontados como uma opção para integrar infraestruturas de vários municípios e aumentar a escala dos serviços, os consórcios públicos se constituem como alternativa vantajosa, pois promovem a redução de custos unitários em relação aos serviços de manejo de resíduos sólidos. Neste contexto, de acordo com o Guia de orientação para adequação dos municípios à Política Nacional de Resíduos Sólidos elaborado pela PwC (2011), com a intenção de viabilizar a implantação de ações, programas ou projetos desejados, os municípios firmam um contrato com objetivos e responsabilidades quanto à realização de um interesse comum entre os contratantes, que se transformará no estatuto do consórcio público. Vale destacar ainda que, os consórcios intermunicipais têm personalidade jurídica e estrutura de gestão autônoma, além de orçamento e patrimônio próprios para a realização das suas atividades. Além disso, PwC (2011) afirma que para os serviços de gestão de resíduos sólidos, a criação de consórcios intermunicipais tendem a produzir resultados positivos, como por exemplo: 206

207 Aumento da capacidade de realização dos serviços e atendimento da população; Maior eficiência no uso dos recursos públicos como máquinas, equipamentos e mão de obra; Realização de ações antes inacessíveis a uma única prefeitura, por exemplo, a implantação de aterro sanitário; Ações políticas de desenvolvimento urbano e socioeconômico local e regional. Aumento da transparência das decisões públicas perante a sociedade; Economia de escala, pela viabilização conjunta de terceirizados. Faz-se necessário destacar que apesar dos pontos positivos, nem sempre o estabelecimento de parcerias com outros municípios é uma tarefa simples. Esta iniciativa pode encontrar barreiras relacionadas às demandas sociais (possivelmente distintas entre os municípios) e aspectos e divergências políticas e econômicas. Portanto, recomenda-se que a transparência e o diálogo estejam sempre presentes nos processos de negociação, uma vez que são peças fundamentais nesse processo de acordo comum. Visando dirimir as barreiras supracitadas que podem ser encontradas no processo de elaboração de um consórcio público intermunicipal, no Anexo 8 encontram-se os principais quesitos necessários para a contratação de consórcio público. Neste documento destaca-se a realização inicial de um Protocolo de Intenções (contrato preliminar que, ratificado pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato de consórcio público). A Figura 38 apresenta um modelo de gestão associada por consórcio utilizando um contrato de programa, como por exemplo, um contrato para a disposição de rejeitos, formulado por Peixoto (2008). 207

208 Figura 38 - Modelo de gestão associada por consórcio e prestação por entidade de consorciado Fonte: PEIXOTO (2008) Etapas de Constituição do Consórcio Público A formação de um consórcio público realiza-se em três etapas, a saber: o protocolo de intenções, a ratificação e os estatutos Protocolo de intenções Trata-se do documento inicial do consórcio público, devendo ser subscrito pelos chefes do Poder Executivo de cada ente consorciado e divulgado na imprensa oficial para conhecimento público. Seu conteúdo mínimo deve obedecer ao previsto na Lei /05 e no Decreto 6.017/07, que a regulamenta. No caso de o consórcio público envolver a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens, as obrigações dos entes da Federação para com o consórcio ou uns para com os outros devem ser, para sua validade, constituídas e reguladas por contrato de programa. Este, por sua vez, deve 208

209 conter cláusulas que estabeleçam claramente as atribuições dos signatários, em conformidade com a Lei do Consórcio Público (Lei nº11.107/05) Ratificação A ratificação do Protocolo de Intenções marca a celebração do Contrato de Consórcio Público por meio de lei. A celebração do contrato deve ser feita pelos entes que subscreveram o Protocolo de Intenções, ou por uma parte destes, em caso de existência de cláusula que assim o preveja Estatutos É realizada uma assembleia geral do consórcio público para decidir sobre os estatutos que disporão sobre a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio público Estudo sobre a Viabilidade Econômica da Implantação Consorciada de Aterros Sanitários Levando em conta a importância dos consórcios como alternativa de gestão e operação do Sistema de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos nos municípios do Brasil como um todo, o Centro de Informações Tecnológicos e Ambientais em Resíduos CITAR e a Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia FUNDACE realizaram um estudo que avalia a viabilidade econômica da construção e operação de aterros sanitários, considerando o tamanho da população a ser atendida. O estudo tem como base dois modelos pré-estabelecidos para consórcios intermunicipais para a destinação final de resíduos sólidos em aterro sanitário. Ambos os modelos preveem a participação do Governo 209

210 Federal como agente que subsidiará a infraestrutura, utilizando para isso recursos do Orçamento Geral da União (OGU): Modelo I: consórcios municipais com operação privada por 20 anos, sendo que as concessionárias privadas, além da operação, seriam responsáveis por parte dos investimentos; Modelo II: consórcios municipais com operação pública por 10 anos, sendo que as concessionárias públicas, além da operação, seriam responsáveis por parte dos investimentos. De acordo com o CITAR e a FUNDACE, para cada modelo avaliaram-se os parâmetros de custos (implantação, operação e encerramento das atividades) específicos, a partir dos quais foram mensurados preços anuais por habitante. Tais parâmetros foram obtidos junto a atores do setor e trabalhos relacionados ao tema. Assim, como no estudo citado, no presente Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Sorocaba foram adotados para o Modelo I três cenários, baseados em Taxas Internas de Retorno (TIRs) anuais: 7%, 15% e 20%. Para o Modelo II também três cenários, mas baseados em possíveis diferenças de produtividade entre os setores público e privado: sem diferenças; diferenças de -25%; e diferenças de -50%. Posteriormente a avaliação do parâmetro custo e mensurados os preços anuais per capita para tamanhos distintos de aterros, o estudo apresentou o cálculo dos preços para municípios brasileiros sem aterro, na situação de construírem individualmente um aterro sanitário, sem recursos do Governo Federal (Situação I), e na situação de se consorciarem a outros municípios (preferencialmente da mesma região administrativa) e construírem um aterro com subsídios do OGU (Situação II). 210

211 Por fim, o estudo avalia o quanto a efetivação de um consórcio reduz os preços médios estimados, diminuindo, as parcelas que estes representam na receita orçamentária per capita dos municípios e nos seus PIBs per capita. A proposta deste item é apresentar a metodologia utilizada pelo estudo para avaliar as vantagens de modelos com consórcios municipais, subsídios federais e operação pública ou privada, e apresentar os resultados para estudo de caso no município de Sorocaba. Vale destacar que o presente estudo não pretende comparar os modelos, apontando o melhor entre eles, uma vez que foram adotados cenários distintos para cada proposta, mas sim dar opções aos municípios que tiverem interesse em estabelecer consórcios, demonstrando a vantagem financeira associada a essa prática Resultados obtidos: Modelo I Parâmetros de custo Ao levantar os parâmetros referentes aos custos de implantação e de operação de um aterro sanitário foi possível estimar o preço final anual per capita e, consequentemente, a viabilidade econômica e financeira da implantação de um aterro sanitário. Os parâmetros adotados no estudo em questão correspondem a um aterro de referência capaz de atender a uma população de 500 mil habitantes por um período de 20 anos. 211

212 Tabela 47 Modelo I: parâmetros de um projeto de aterro com capacidade de atender 500 mil habitantes durante 20 anos. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). Como os parâmetros apresentados anteriormente referem-se a um aterro de referência com capacidade de atendimento de uma população de 500 mil habitantes foi necessária a realização de interpolações do custo total dos aterros para definir o preço final para cada tamanho de população, resultando nos seguintes cenários: Tabela 48 Parâmetros de custo e de escala dos aterros, considerando valores referentes a um projeto de 20 anos. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). 212

213 Preços anuais per capita para tamanhos distintos de aterros Para esse parâmetro buscou-se avaliar quanto os preços anuais per capita estimados para cada município representam (em termos de proporções), na média de seus PIBs per capita, considerando-se, dentre outros indicadores, o número de habitantes. 213

214 Tabela 49 Média dos preços estimados per capita e de suas proporções na receita total per capita e no PIB per capita. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). 214

215 Cálculo dos preços para municípios brasileiros (situação I e situação II) Para o Modelo I foi realizada uma análise regional, considerando, além dos preços médios per capita, os preços per capita mínimos e máximos em cada uma das regiões geográficas do Brasil. A tabela abaixo apresenta, além de um resumo das informações obtidas para o Modelo I, o grande impacto que o arranjo em consórcios municipais com recursos do Governo Federal (subsidiando parte dos investimentos) representa para viabilizar a construção de aterros. Tabela 50 Modelo 1: médias, mínimos e máximos dos preços estimados (per capita), segundo TIRs, situações e regiões geográficas. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). Na tabela a seguir são apresentados os valores de arrecadação anual média per capita da cobrança pelos serviços de resíduos. É importante 215

216 mencionar que tais valores projetados pela CITAR FUNDACE são condizentes com tarifas já cobradas em alguns municípios. Como tais tarifas são cobradas não apenas para a disposição final, os preços projetados dos aterros na situação II estão, no geral, abaixo destas, o que pode sinalizar que os municípios tem condições de arrecadar um montante até maior ao necessário para a viabilização de aterros com consórcios e subsidiado com recursos do OGU. Tabela 51 Arrecadação anual média per capita com cobrança pelos serviços de resíduos. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). De acordo com o exposto da Tabela 51, para a Região Sudeste, onde se localiza Sorocaba, o preço sugerido a ser cobrado pelos serviços de resíduos é de R$ 25,85 per capita. Considerando-se a média de 3,26 moradores por residência (conforme o Censo 2010 do IBGE), cada domicílio pagará, em média, uma taxa de lixo de R$ 84,27 por ano, o que representa R$ 7,02 por mês Resultados obtidos: Modelo II Parâmetros de custo A tabela apresentada na sequência mostra a estrutura de custos de um projeto de aterro sanitário público com capacidade de atender 500 mil habitantes sem diferencial de produtividade em relação à opção privada. 216

217 Tabela 52 Modelo 2: parâmetros de um projeto de aterro com capacidade de atender 500 mil habitantes durante 10 anos com reinvestimento previsto para ampliar a infraestrutura de forma a continuar operando por mais 10 anos. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). 217

218 A metodologia aplicada nesse estudo resultou nos seguintes cenários: Tabela 53 Modelo 2: tarifas referentes aos distintos diferenciais de produtividade para três tamanhos de aterros. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). Ao analisar um dos indicadores apresentado na Tabela 53 (Preço em R$/hab por ano), pode-se observar que, quando há investimentos do Governo Federal na implantação de aterros sanitários, independentemente de seu porte, há uma queda significativa no valor associado à produção anual de resíduos, ou seja, o custo da tonelada gerada por habitante é menor do que quando não há investimentos do governo. 218

219 Preços anuais per capita para tamanhos distintos de aterros Para esse parâmetro buscou-se avaliar quanto os preços anuais per capita estimados para cada município representam (em termos de proporções), na média de seus PIBs per capita, considerando-se, dentre outros indicadores, o número de habitantes. 219

220 Tabela 54 Média dos preços estimados per capita e de suas proporções na receita total per capita e no PIB per capita, segundo diferenças de produtividade, situações e estratos populacionais. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). 220

221 Cálculo dos preços para municípios brasileiros (situação 1 e situação 2) Assim como para o Modelo I, no Modelo II foi realizada uma análise regional, considerando, além dos preços médios per capita, os preços per capita mínimos e máximos em cada uma das regiões geográficas do Brasil. A tabela abaixo apresenta, além de um resumo das informações obtidas para o Modelo II, o grande impacto que o arranjo em consórcios municipais com recursos do Governo Federal (subsidiando parte dos investimentos) representa para viabilizar a construção de aterros. Tabela 55 Modelo 2: médias, mínimos e máximos dos preços estimados (per capita), segundo diferenças de produtividade, situações e regiões geográficas. Fonte: Estudo CITAR FUNDACE (2012). 221

222 Considerações sobre o estudo apresentado Uma das principais conclusões obtidas por meio dos resultados obtidos no estudo realizado pela CITAR FUNDACE aponta que tanto no Modelo I quanto no Modelo II, a participação do Governo Federal com disponibilização de recursos do Orçamento Geral da União (OGU) colabora na implantação de aterros sanitários a preços mais baixos. Assim, esses recursos mostram-se importantes para que os empreendimentos se iniciem e tornem-se sustentáveis a ponto de não precisarem de mais injeção de recursos públicos federais. Resumidamente, no Modelo I, o setor privado, na busca por rentabilidade, acaba elevando o preço final quando o projeto é financiado totalmente com recursos próprios. Se os recursos do OGU são usados para financiar a construção da infraestrutura, um menor reembolso inicial resulta em redução substancial dos preços. Já para no Modelo II, como não há busca por maior rentabilidade, os preços relativamente apresentam-se menores dependendo do diferencial de produtividade considerado. Como já citado neste estudo, não se espera apontar qual seria o melhor modelo para a situação de Sorocaba, visto que as opções apresentadas utilizam-se de parâmetros distintos na confecção dos estudos, e que esta escolha depende necessariamente de como podem ser feitos os acordos e compromissos entre diferentes municípios caso se opte pela formulação de um consórcio intermunicipal. Neste sentido, um modelo não exclui o outro, mas podem ser adaptados às situações conforme a necessidade dos municípios. As propostas discorridas neste item podem se tornar um diferencial quanto à necessidade de dispender grandes recursos financeiros na execução e operação de aterros sanitários para o município de Sorocaba. Isto posto, conforme pode-se observar nas comparações entre os modelos com ou sem 222

223 consórcio, quando há investimentos do Governo Federal, os custos acabam apresentando valores consideravelmente menores do que quando não há o auxílio desses programas governamentais. Utilizando os dados referentes a um município com uma população comparável a de Sorocaba, com mais de habitantes, os valores dos custos de implantação de aterros sanitários, para cada um dos modelos sugeridos, são apresentados na Tabela 56. Tabela 56 Médias dos preços per capita de implantação de aterros sanitários em municípios de com mais de habitantes (R$/habitante). Modelo I Modelo II Aterros Consórcio e individuais e com sem subsídios subsídios TIR de 7% 18,48 11,59 TIR de 15% 24,56 12,90 TIR de 20% 29,15 13,98 Aterros Consórcio e individuais e com sem subsídios subsídios Sem diferença de 13,44 10,36 produtividade Diferença de produtividade 14,69 11,72 de -25% Diferença de produtividade 15,94 13,09 de -50% Fonte: SHS (2014), adaptado de Estudo CITAR FUNDACE (2012). Ao se observar as duas situações expostas na Tabela 56, verifica-se que a realização de consórcios pode reduzir os preços de implantação de aterros sanitários, tornando o consorciamento de municípios uma ótima opção de arranjo para prestação do serviço. Nota-se que os a diferença de valores entre propostas com e sem consórcio mostra-se mais expressiva para a configuração 223

224 do Modelo I, em que se propõe consórcios municipais com operação privada por 20 anos, sendo que as concessionárias privadas, além da operação, seriam responsáveis por parte dos investimentos. No bojo desta discussão, é possível afirmar que esta modalidade de parceria pode facilitar a obtenção de recursos financeiros junto a instituições de fomento e a programas do Governo Federal direcionados à melhoria da infraestrutura municipal em termos de gerenciamento de resíduos sólidos. Maiores informações sobre a memória de cálculo elaborada para esse estudo, bem como as informações, parâmetros e pré-requisitos considerados na sua elaboração, podem ser obtidos na íntegra do trabalho publicado pela CITAR FUNDACE: MENEZES, R.T.; SAIANI, C.C.S.; TONETO JÚNIOR, R. Viabilidade Econômica da Construção e Implementação de Aterros Sanitários: vantagens de modelos com consórcios municipais, subsídios federais e operação pública ou privada. Abril, Avaliação do Plano Regional Integrado de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê UGRHI 10 O Plano Regional Integrado de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica dos Rios Sorocaba e Médio Tietê UGRHI 10, realizado em 2011 pela ENGECORPS, apresenta um estudo de regionalização que levou em conta cada tipo de resíduo e sua área de influência, resultante da relação entre os custos de destinação e de transporte. Neste sentido, o Plano aponta que, para resíduos de serviços de saúde, cujo tratamento em unidades de tecnologia especializada é altamente oneroso, as distâncias entre os geradores e essas unidades não são tão importantes, resultando em áreas de influência mais amplas. Para resíduos sólidos inertes, cujas unidades de britagem e de aterramento são simples e de relativamente baixos custos, as distâncias de transporte passam a pesar muito no custo final, 224

225 induzindo a áreas de influência menos extensas. Os resíduos sólidos domiciliares estão posicionados entre esses dois outros tipos de resíduos, apresentando custos intermediários de pré-beneficiamento voltado para reaproveitamento e aterramento e, em decorrência, áreas de influência também intermediárias. A definição da localização mais propícia para as centrais regionais foi baseada somente no critério de máxima economicidade. Em busca de maior economia para o conjunto de municípios a serem atendidos cada central regional foi proposta próxima ao ponto geográfico que resulta no mínimo momento de transporte total, depois de determinadas as áreas de influência de cada tipologia de resíduo estudada no Plano. Definida a metodologia acima descrita, a UGRHI 10 foi dividida em três regiões menores, denominadas Alto Curso, Médio Curso e Baixo Curso, e determinada às respectivas centrais regionais, conforme o Quadro 25 e o Quadro 26 Quadro 25 Regionalização dos municípios para destinação de RSD e RSI Quadro 26 - Regionalização dos municípios para destinação de RSS Fonte: ENGECORPS (2011) O estudo ainda aponta que, esse tipo de solução regionalizada, para os diferentes tipos de resíduos sólidos, feita para agrupamentos de municípios, 225

226 em detrimento de alternativas individuais por município, apresenta benefícios por meio da otimização na aplicação de recursos em função da economia de escala e, consequentemente, redução dos custos unitários de implantação. Isto, pois, é possível economizar com unidades de maior capacidade, e de operação. Além disso, esta proposta proporciona maior poder de negociação na comercialização de materiais recicláveis e composto orgânico, em função dos volumes e da continuidade no fornecimento, resultando num aumento da arrecadação para os cofres de todos os municípios envolvidos. O Quadro 27 apresenta uma sistematização de algumas diferenças entre as soluções individual e regional. 226

227 Quadro 27 Vantagens de desvantagens das soluções Fonte: ENGECORPS (2011) O Plano ainda aponta que uma dificuldade para a efetivação de um consórcio em Sorocaba encontra-se no fato de o município possuir legislação que restringe o recebimento de resíduos sólidos provenientes de outros municípios (Lei Municipal nº de 6 de julho de 2010). Pode-se concluir que a metodologia utilizada neste Plano da UGRHI 10 para regionalização visando à destinação de diferentes tipos de resíduos sólidos mostra-se interessante para o caso de Sorocaba e região, uma vez que possibilita a solução compartilhada de problemas comuns entre os municípios, o que por sua vez, diminui os preços unitários de tratamento. 227

228 Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê CISAB/SMT No contexto da discussão acerca da formulação de um Consórcio intermunicipal para a otimização de etapas do Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos (como por exemplo, a destinação adequada dos rejeitos, a reciclagem dos resíduos da construção civil, a destinação dos resíduos de serviços de saúde, e tratamento dos resíduos orgânicos), destaca-se para Sorocaba a existência de um instrumento deste tipo já estabelecido na bacia em que o município se encontra, o CISAB/SMT. Firmado em 31 de março de 2011, o Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê CISAB/SMT, de acordo com o seu Estatuto, é uma autarquia interfederativa, pessoa jurídica de direito público interno, que integra a administração indireta de cada um dos entes federativos Consorciados. A sede do Consórcio é no município de Sorocaba. O CISAB/SMT tem condições jurídicas de assumir a regulação dos serviços de saneamento dos municípios membros, porém de acordo com informações do Consórcio, precisa ainda instalar a estrutura física e de efetivos como contratação de técnicos, estabelecimento de laboratório, ou o que se fizer necessário nos termos do contrato especifico de regulação. No caso de Sorocaba, é necessário que o município efetive a adesão ao Consorcio pela aprovação de lei municipal ratificando o protocolo de intensões. Depois disso deve promover a assinatura dos contratos específicos para regulação junto ao consórcio e também estabelecer o marco legal municipal, no qual se definem as condições da regulação e a autorização para regulação através do consórcio. De acordo com o Protocolo de Intenções do CISAB/SMT (2011), o objetivo principal deste instrumento é criar uma autarquia interfederativa com a 228

229 finalidade de exercer as funções de planejamento, regulação e fiscalização, mediante gestão associada de serviços públicos. Esta finalidade somente se tornará efetiva mediante convênio específico, a ser celebrado entre o Município consorciado e o Consórcio, onde devem ficar bem definidas as competências atribuídas ao Consórcio (por ex., se passará ou não a pertencer ao Consórcio realizar as revisões e reajustes de tarifas). Além do objetivo principal, focado na regulação de serviços aos Municípios consorciados, o Consórcio possui também outros objetivos como: prestar serviços de apoio aos serviços de saneamento básico de cada um dos Municípios consorciados; a realização e execução de investimentos e obras em comum; e a realização de licitações compartilhadas. Com base no cenário descrito, sugere-se o CISAB/SMT como uma alternativa já existente e possível de consorciamento intermunicipal para o Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos, com destaque ao protocolo de intenções supracitado. Para fazer parte do consórcio é preciso que sejam feitos duas etapas: assinar o Protocolo de Intenções (ato do chefe do Executivo); e aprovar leis municipais ratificando o Protocolo de Intenções (ato do Legislativo). Os municípios que efetivamente fazem parte do CISAB/SMT até o momento são: Araçoiaba da Serra; Ibiúna; Laranjal Paulista; Piedade; Porto Feliz; Salto; Votorantim; Boituva; e Quadra. Logo, de acordo com as informações técnicas do CISAB/SMT, no caso de Sorocaba, é necessário que o município efetive a adesão ao Consorcio pela aprovação de lei municipal ratificando o Protocolo de Intensões, assine os possíveis contratos específicos para regulação junto ao consórcio, e também estabeleça o marco legal municipal, no qual se definem as condições de regulação e a autorização para regulação, através do consórcio. O Quadro 28 apresenta a destinação dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD), dos Resíduos Sólidos Inertes (RSI) e dos Resíduos de Serviços de 229

230 Saúde (RSS) originados nos municípios que participam do CISAB/SMT e no Sorocaba. Quadro 28 Destinação dos RSD, RSI e RSS dos municípios Destinação Município RSD RSI RSS Araçoiaba da Serra Ibiúna Laranjal Paulista Piedade Porto Feliz Salto Votorantim Boituva Quadra Sorocaba Aterro em Valas Municipal Aterro Municipal Sanitário Aterro Sanitário Privado Estre - Paulínia Aterro Municipal Sanitário Aterro Sanitário Privado Estre - Paulínia Aterro Municipal Sanitário Aterro em Valas Municipal Central de Tratamento de Resíduos - Proactiva - Iperó Aterro em Valas Municipal Central de Tratamento de Resíduos - Proactiva - Iperó % reaproveitamento Aterro de Inertes Municipal Unidade Privada - Boa Hora Mauá Unidade Privada - Tratalix - Santana de Parnaíba Unidade Privada - Contemar Sorocaba Unidade Privada - MB Engenharia Hortolândia Unidade Privada - Tratalix - Santana de Parnaíba Unidade Privada - Silcon Paulínia Unidade Privada - Boa Hora Mauá Unidade Privada - Contemar Sorocaba Unidade Privada - Cheiro Verde Ambiental - Bernardino de Campos Unidade Privada - coleta Proactiva e disposição Contemar/Silcon* *Atualizado por SHS (2014) Fonte: Adaptado de ENGECORPS (2011) Ao avaliar o Quadro 28 é possível observar que quase todos os municípios que fazem parte do CISAB/SMT não possuem destinação adequada para os Resíduos Sólidos Inertes (RSI), logo, essa tipologia pode ser explorada como um dos focos do consórcio intermunicipal. 230

231 2.3. Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos. A gestão e a disposição inadequada dos resíduos sólidos causam impactos socioambientais, tais como degradação do solo, comprometimento dos corpos d'água e mananciais, intensificação de enchentes, contribuição para a poluição do ar e proliferação de vetores de importância sanitária nos centros urbanos e catação em condições insalubres nas ruas e nas áreas de disposição final (Besen et al., 2010). O crescimento populacional e as transformações no desenvolvimento da cidade acarretam diretamente em mudanças qualitativas e quantitativas na geração per capita dos resíduos. Tal situação implica necessariamente em atualizações do gerenciamento dos resíduos sólidos, podendo apresentar variações nos custos, nas estratégias de gestão e nas possibilidades de áreas propícias e adequadas para a disposição final. O Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República (SEDU) descreve o aterramento de rejeitos, como o processo mais recomendado para a disposição final de lixo domiciliar, sendo que no Brasil há duas categorias de aterros aceitos pelas autoridades: os aterros sanitários e os aterros controlados. A diferença é que este último prescinde da coleta e tratamento do chorume, assim como da drenagem e queima do biogás. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) o aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos, consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma 231

232 camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a intervalos menores se for necessário. (ABNT, 1984). Para JARDIM (1995), no processo de escolha de áreas para a implantação de aterros sanitários, deve-se ter sempre em mente a importância das características do meio físico. Uma área adequada significa menores gastos com preparo, operação e encerramento do aterro, mas fundamentalmente significa menores riscos ao meio ambiente e à saúde pública. Norteando-se por bases legais, como a Lei Federal nº /10, conhecida como Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), encontram-se dentre suas disposições: Art. 3º Para efeitos desta Lei, entende-se por: Inciso VIII - Disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos e aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos; Art. 19º - O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo: Inciso II - Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o 1º do art. 182 da Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver; E com as leis municipais de Sorocaba (i): Lei Orgânica de Sorocaba-SP de 05 de abril de 1990 (ii): Lei Municipal nº 8181 de 05 de junho de 2007; e (iii): Lei Municipal nº de 03 de maio de 2012; podem-se obter bons subsídios 232

233 ao planejamento e à escolha de áreas onde um aterro sanitário poderia ser instalado em Sorocaba. Ainda, utilizando-se de ferramentas como o Plano Diretor de Desenvolvimento Físico; o Plano Diretor Ambiental e o Plano Diretor de Abastecimento Público de Sorocaba, e o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (IBAM-SEDU), além do documento de orientação de Limpeza Pública MINTER/CNDU/CETESB; foram considerados alguns critérios técnicos, econômico-financeiros e político-sociais, para a consideração de áreas para serem usadas como aterro de rejeitos. Tais parâmetros são: Os aterros devem respeitar distâncias da ordem de 500 metros de núcleos habitacionais e 200 metros de quaisquer mananciais superficiais, principalmente aqueles destinados ao abastecimento público de água. Deverá ser considerada uma área que propicie uma vida útil mínima de 15 anos ao aterro (CETESB, 2010) Os aterros sanitários devem ser idealmente localizados em áreas isoladas, de baixo valor comercial e de baixo potencial de contaminação do aquífero. Deverão ser evitadas várzeas sujeitas à inundação e terrenos muito acidentados. Deve-se buscar facilidade de acesso a veículos pesados. Os aterros devem ser localizados em áreas e regiões de fácil e abundante disponibilidade de material de cobertura. A distância de transporte dos centros de produção até o aterro sanitário deverá ser a menor possível, devendo também ser evitadas vias com estrangulamentos, congestionamentos frequentes, aclives acentuados e travessias de áreas predominantemente residenciais e de recreação. 233

234 Sempre que possível, as áreas devem estar situadas em terrenos de alto conteúdo de argila, em face da baixa permeabilidade e da elevada capacidade de adsorção de tais solos. Além dos critérios técnicos citados acima, Sorocaba possui mais um critério técnico que deve, necessariamente, ser levado em consideração para a implantação de um aterro sanitário no município de Sorocaba: a existência de um aeroporto. Os aterros deverão ser construídos fora de áreas de interesse ambiental. A seguir discorre-se brevemente sobre os dois últimos critérios mencionados anteriormente. Área de Segurança de Aeroportuária A Resolução CONAMA 04/95 dispõe a respeito de áreas consideradas como de Implantação de Natureza Perigosa" e determina a proibição nas Áreas de Aproximação e Áreas de Transição dos Aeródromos e Helipontos de atividades que sirvam como foco de atração de aves. Desta forma, esta resolução, usando-se de seus direitos, estabelece as Áreas de Segurança Aeroportuárias ou ASA, como regiões abrangidas por um determinado raio a partir do "centro geométrico do aeródromo", variando entre 8km à 20km, de acordo com seu tipo de operação, onde ficam vetadas atividades caracterizadas como foco de aproximação de aves. Zona de amortecimento As Zonas de Amortecimento são áreas definidas como o entorno de uma unidade de conservação onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade, conforme disposto no Art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de Julho de No caso especifico de Sorocaba, existe a presença de duas unidades de conservação mais próximas do município, a saber: a FLONA (Floresta 234

235 Nacional) de Ipanema e a APA (área de proteção ambiental) Itupararanga. A delimitação da Zona de Amortecimento da FLONA Ipanema foi realizada pelo IBAMA, enquanto que a APA Itupararanga, conforme disposto no Art. 25 da Lei nº 9.985/2000, não necessita de zona de amortecimento. Após análises espaciais realizadas na região de Sorocaba, percebe-se que o município apresenta aspectos que merecem maior atenção para a instalação de um empreendimento do porte de um aterro sanitário, nomeadamente, a zona de amortecimento da FLONA de Ipanema (Figura 39), situada na área Leste do município; a APA de Itupararanga (Figura 40), situada a Sudeste; e o Aeroporto Estadual de Sorocaba - Bertram Luiz Leupolz que, de acordo com a Resolução CONAMA 04/95, deve possuir uma área de entorno para segurança aeroportuária (ASA). 235

236 Figura 39 - FLONA de Ipanema 236

237 Figura 40 - Unidades de Conservação 237

238 A Lei 9.985/2.000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, define que, se localizado na zona de amortecimento de uma unidade de conservação específica, o empreendedor deve conceder, a título de compensação ambiental, pelo menos 0,5% do valor do empreendimento à unidade afetada, mesmo que esta não pertença ao grupo de proteção integral. Assim, em não explicitando quais os tiposd e empreendimentos passíveis de serem localizados na zona de amortecimento de uma unidade de conservação, supõe-se que este empreendimento em questão - um aterro sanitário, poderia ser cogitado. No entanto, os usos permitidos na zona de amortecimento de unidades de conservação são definidos pelos seus respectivos planos de manejo. Não há menção explícita sobre a possibilidade ou a impossibilidade da implementação deste tipo de uso na zona de amortecimento desta flona, porém entende-se tacitamente que não se poderia construir um aterro sanitário dentro do espaço definido como zona de amortecimento da Flona Ipanema. Dimensionamento da área necessária para instalação de um aterro sanitário em Sorocaba Para a quantificação da área necessária ao empreendimento utilizou-se a metodologia proposta no Manual do IBAM SEDU, explicada no Quadro 29. Quadro 29 Área necessária em m² Para se estimar a área total necessária a um aterro, em metros quadrados, basta multiplicar a quantidade de lixo coletada diariamente, em toneladas, pelo fator 560 (este fator se baseia nos seguintes parâmetros, usualmente utilizados em projetos de aterros: vida útil = 20 anos; altura do aterro = 20m; taludes de 1:3 e ocupação de 80% do terreno com a área operacional). Quantidade média de lixo toneladas/dia (SEADE, Área necessária m² 2013) x , ,2 Fonte: IBAM SEDU Conforme apresentado no Quadro 29, para o montante de resíduos gerados em Sorocaba seria necessária uma área de aproximadamente 30 há 238

239 para a construção de um aterro sanitário, incluindo a área para a disposição de resíduos e para a alocação de infraestrutura de apoio (cerca, portaria, escritório, oficina, almoxarifado, vestiário, refeitório, galpões, acessos, poços de monitoramento, etc.). Considerando os critérios mencionados neste capítulo, após análise do território espacial de Sorocaba feita através de cartas, mapas e por meio da sobreposição de imagens de satélite, percebeu-se que o alto grau de urbanização do município de Sorocaba, associado à intensiva ocupação do solo, restringem bastante as possibilidades espaciais adequadas para a implementação de um aterro sanitário. Além disso, algumas áreas que se mostraram com potencial de receberem um aterro sanitário, apresentaram-se como já tendo sido escolhidas para outros usos (via de regra, usos habitacionais). Além dos parâmetros antrópicos, deparou-se com parâmetros do ambiente físico que também se mostraram limitantes ao uso preconizado, tais como: Áreas com intensa malha hidrográfica, inviabilizando a localização de um aterro com as dimensões mencionadas; Áreas muito declivosas, o que dificultaria operação do aterro. Considerando-se que a legislação apresenta possibilidades de se aceitar a implantação de determinados empreendimentos em algumas áreas de interesse ambiental, não se descartou aquelas que apresentavam uma localização próxima aos limites externos dos perímetros delimitados pela ASA e pela área de amortecimento da FLONA. Feitas tais considerações, a presente análise, que deve ser considerada apenas preliminarmente, resultou na indicação de cinco áreas, cujas localizações são mostradas na Figura 41 a seguir: 239

240 Figura 41 Áreas passíveis de instalação do aterro sanitário. Fonte: Adaptado de GoogleEarth, A Figura 42 apresenta as localizações das cinco áreas inseridas no município de Sorocaba e relacionadas às delimitações dadas pela ASA, pela zona de amortecimento da FLONA. 240

241 Figura 42 Áreas em relação à ASA e FLONA Fonte: Adaptado Prefeitura Municipal de São Carlos. A seguir apresenta-se a Tabela 57 indicando resumidamente a situação de cada uma dessas áreas. 241

242 Tabela 57 Resumo da situação de cada área indicada na Figura 44 à 48. Coordenadas (UTM, Situação Zona 23). Áreas mostradas na Figura 4 Área 1 (Figura 43) Área 2 (Figura 44) Área 3 (Figura 45) Área 4 (Figura 46) Área 5 (Figura 47) Long m E Lat m S Long m E Lat m S Long m E Lat m S Long m E Lat m S Long m E Lat m S Área em zona urbana, com predomínio de agricultura, próxima a Rodovia - SP-97 - Emerenciano Prestes de Barros. A área encontra-se em zona rural, com predomínio de pastagens e possui barreiras vegetais naturais. A área encontra-se em zona urbana, com pastagem e barreiras vegetais naturais. Área em zona urbana, com barreira vegetal na parte sul e ocupação agrícola. Área em zona urbana, paralela a Rodovia Castelo Branco com propriedades particulares ao redor. Fator Limitante Encontra-se na zona de amortecimento da FLONA de Ipanema e na ASA do Aeroporto Estadual de Sorocaba. Encontra-se na zona de amortecimento da FLONA de Ipanema na ASA do Aeroporto Estadual de Sorocaba e é de difícil acesso. Espaço restringido por conta de APP s, da linha de transmissão de energia da CPFL Piratininga na parte Sudoeste e comprometimento da área para a implantação de um condomínio de galpões, segundo o Plano Diretor Físico Territorial de A área encontra-se cercada quase totalmente por corpos hídricos. Proximidade com terrenos particulares e com uma estrada vicinal que passa paralela à área. levantadas. As figuras que seguem apresentam imagens de cada uma das áreas 242

243 Figura 43 Área 1 Fonte: Google Earth,

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