A - DIAGNOSTICO DA FAUNA DE ANFIBIOS E REPTEIS DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ (FLOTA/AP)

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A - DIAGNOSTICO DA FAUNA DE ANFIBIOS E REPTEIS DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ (FLOTA/AP)"

Transcrição

1

2 A - DIAGNOSTICO DA FAUNA DE ANFIBIOS E REPTEIS DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ (FLOTA/AP)

3 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) DIAGNÓSTICO DA FAUNA DE ANFÍBIOS E RÉPTEIS DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ. Jucivaldo Dias Lima (IEPA) - CRBio 53000/06-D. Janaina Reis Ferreira Lima - (IEPA) - CRBio 52999/06-D. Macapá AP Setembro

4 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) DIAGNÓSTICO DA FAUNA DE ANFÍBIOS E RÉPTEIS DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ. COORDENADORES Biólogo MSc.: Jucivaldo Dias Lima Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) - CRBio 53000/06-D. Bióloga MSc.: Janaina Reis Ferreira Lima - Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) - CRBio 52999/06-D.. Equipe Técnica: Rafael Cabral dos Santos Biólogo (Pesquisador Assistente) Aristides Ferreira Sobrinho (Pesquisador Assistente) Soraia Dias Lima (Graduanda em Ciências Biológicas UVA) Ubirajara Paes Pereira (Técnico do Laboratório de Herpetologia/ IEPA) A HERPETOFAUNA DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ (MÓDULOS I, II, III e IV), AMAPÁ, BRASIL. Macapá Setembro

5 SUMÁRIO Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) RESUMO INTRODUÇÃO OBJETIVOS METODOLOGIA Área de estudo Dados Secundários Dados Primários Identificação das Espécies Análise de Dados RESULTADOS Riqueza de Espécies da FLOTA/AP Comparações entre os Módulos Espécies Migratórias e Exóticas Espécies Cinegéticas e de importância Econômica Espécies Raras/Endêmicas e Indicadoras de Qualidade Ambiental Espécies Ameaçadas de Extinção DISCUSSÃO Riqueza de Espécies da FLOTA/AP Comparações entre os Módulos Espécies Migratórias e Exóticas Espécies Cinegéticas e de importância Econômica Espécies raras/endêmicas e indicadoras de qualidade ambiental Espécies Ameaçadas de Extinção RECOMENDAÇÕES CONSERVACIONISTAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

6 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) RESUMO: Neste documento são apresentados os resultados de duas companhas realizadas em setembro e outubro de 2012, além da compilação de dados e estudos existentes na área de entorno da Floresta Estadual do Amapá FLOTA/AP. O objetivo de combinar os dados primários e dados secundários foi gerar informações sobre a composição e riqueza de espécies e diversas outras informações sobre as espécies que podem ocorrer nesta unidade, contribuindo na geração de informações para subsidiar o Plano de Manejo, além de ampliar o estado atual do conhecimento da herpetofauna do estado do Amapá e Amazônia. Os inventários realizados na FLOTA/AP e a compilação de dados existentes para as áreas de entorno da Unidade resultaram na geração de uma lista de 244 espécies da herpetofauna, sendo 115 espécies de anfíbios e 129 espécies de répteis. Nos inventários realizados nos módulos II e III foram registrados 68 e 61 espécies respectivamente, sendo que quando somados totalizaram 88 espécies da herpetofauna registrados como dados primários. O maior número de Anuros (sapos, rãs e pererecas) registrados para os módulos da FLOTA/AP está de acordo com o registrado em outros estudos com Herpetofauna na Amazônia. Entre os anuros, as famílias com maior número de espécies foram Hylidae e Leptodactylidae, estando dentro do padrão neotropical esperado. Para os lagartos a família com o maior número de espécies foi Gymnophthalmidae, e para as serpentes, a família Colubridae. Doze espécies de quelônios foram registradas, além de quatro espécies de jacarés. A maior riqueza ocorreu no modulo II (n= 156), no geral a similaridade e complementariedade entre os módulos foi baixa (=50%). E número significativo de espécies exclusivas foi registrado para cada módulo indicando que cada um possui uma fauna diversificada e diferente do outro. Ao longo das análises e compilações apenas uma espécie exótica foi registrada e esta está associada à habitats humanos existentes no interior da floresta. 23 espécies foram identificadas como cinegética (utilizadas como fonte alimentar), 30 como tendo alguma importância econômica, 28 são dadas como raras/endêmicas para a unidade e 58 foram identificadas como indicadoras de qualidade ambiental e podem ser fortes elementos de monitoramento. Nenhuma espécie foi registrada como ameaçada de extinção segundo listas regionais e nacionais. Porém, devemos ter cuidado ao analisar a situação de cada espécie com potencial uso e a sustentabilidade da espécie. Com base nos dados primários e secundários e nossas analises de compilação, que elevam a FLOTA como a detentora da maior diversidade da herpetofauna para o estado e para a Amazônia, uma vez que, nesta unidade podem ocorrer 50% das espécies com distribuição esperada para a Amazônia Brasileira, devemos sugerir que uma serie de programas sejam de cunho obrigatório, devendo ser realizados antes do inicio da exploração de cada área. Estes programas uma vez em prática podem minimizar os impactos e auxiliar a conservação de habitas e espécies da Amazônia Amapaense. 4

7 1. INTRODUÇÃO Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) O estudo da herpetofauna (Anfíbios e Répteis) é uma ferramenta importante na avaliação da integridade de ecossistemas, uma vez que estas podem ser utilizadas como indicadoras de qualidade ambiental, fornecendo informações necessárias ao manejo e conservação de ambientes, habitats e espécies associadas. A diversidade de anfíbios e répteis está geralmente associada à heterogeneidade de hábitat e, consequentemente, à diversidade de fitofisionomias. Enquanto os anfíbios se mostram bons indicadores para habitats úmidos ou associados à água, muitas espécies de répteis são valiosos indicadores de ambientes mais secos. Desse modo, a combinação dos dois grupos em inventários da herpetofauna pode refletir o que se deseja do objetivo de inventariar para melhor conservar os habitats naturais contidos no interior e áreas de entorno da FLOTA/AP, em suas diversas abrangências. Além disso, estes grupos de vertebrados desempenham importantes papéis nas cadeias tróficas, controlando populações de outros vertebrados e principalmente de invertebrados terrestres, além de constituir importante fonte de recurso alimentar de numerosas espécies da fauna (Pough et al, 2008). Nas últimas décadas o estudo da Herpetofauna tem se tornado uma ferramenta cada vez mais importante para a avaliação de impactos causados pela implantação de grandes empreendimentos como: estradas, Linhas de Transmissão, Usinas Hidrelétricas, ou mesmo, empreendimentos que visem à exploração controlada como concessões de manejo florestal ou mineral. O conhecimento sobre a herpetofauna Amazônica, em especial de sua porção brasileira, ainda é insuficiente e restrito a poucas áreas relativamente bem amostradas. As compilações mais recentes indicam que o número total de espécies que ocorre na Amazônia brasileira pode ser estimado através de compilações realizadas por Ávila-Pires e colaboradores (2007) em 232 espécies de anfíbios (anuros, cecilias e salamandras) e 253 espécies répteis (Squamatas: serpentes, lagartos e anfisbenídeos). Complementam estes números quatro espécies de jacarés e 16 de quelônios (Rodrigues, 2005), que mesmo representados por um número pequeno de espécies amazônicas, possuem importante papel ecológico e constituem uma fonte de proteínas para populações humanas. As comunidades de anfíbios e répteis nas regiões tropicais e em especial na Amazônia brasileira apresentam grande riqueza de espécies e estruturação complexa. E devido ao rápido 5

8 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) desmatamento da Floresta Amazônica, deve-se selecionar e proteger áreas representativas de ecossistemas de floresta primária, que apresentem grande diversidade de espécies e ecossistemas (Zimmermann & Rodrigues, 1990). Rodrigues (2005) e Silvano & Segalla (2005) descrevem como principal ameaça à herpetofauna a destruição dos habitats naturais, gerando declínio das populações em longo prazo, alterações das relações presa/predador, além da perda de áreas de reprodução para algumas espécies mais especialistas. Este deve ser o processo a ser enfrentado pela FLOTA/AP, sendo que seu maior desafio é encontrar meios viáveis que minimizem os impactos causados pela exploração mineral e extração vegetal nesta unidade. O rápido desmatamento e destruição das florestas, pouco conhecimento da biodiversidade e principalmente de áreas da Amazônia Amapaense, justifica estudos mais específicos da herpetofauna e mesmo de toda a fauna e flora em todos os módulos que compõem a FLOLTA/AP. A fauna de anfíbios e répteis utilizada como ferramenta de avaliação dos impactos decorrentes da implantação de futuros empreendimentos pode ser fundamental para a redução dos impactos caudados sobre as espécies e seus habitats terrestres ou aquáticos. Os futuros empreendimentos, quando instalados em áreas com baixa densidade populacional pode constituir um dos principais fatores de destruição florestal, uma vez que catalisam processos de rápida colonização, desmatamento, substituição dos remanescentes florestais por pastagens e monoculturas, além da exploração seletiva de madeira, nas áreas de entorno, o que torna a floresta remanescente vulnerável a incêndios (Nepstad et al., 1999). Deste modo, as informações geradas por este documento têm como objetivos caracterizar a composição da herpetofauna presentes na área da FLOTA/AP (módulos), a fim de caracterizar e minimizar possíveis impactos ambientais, decorrentes do processo de concessão e exploração mineral e florestal na Floresta Estadual do Amapá. 2. OBJETIVOS O objetivo maior de estudos envolvendo inventários e monitoramento biológico é categorizado em duas classes científico e de manejo da herpetofauna. O objetivo científico tem seu foco inteiramente na busca do conhecimento e na compreensão do comportamento e da dinâmica do sistema no qual se inserem as espécies da herpetofauna a serem monitoradas. A finalidade do manejo procura identificar o estado atual do sistema e detectar as respostas desse sistema a diferentes intervenções e ações decorrentes da implantação de um empreendimento, 6

9 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) destina-se a prover informações úteis para a tomada de decisões estratégicas sobre o futuro manejo e, desse modo, a conservação do ecossistema face aos efeitos do empreendimento. Assim, o principal objetivo deste estudo é o de determinar a composição, riqueza e diversidade de espécies da herpetofauna que ocorre nas fitofisionomias dominantes nos quatro módulos que compõem a FLOTA/AP utilizando para isso recursos de inventários diretos (dados primários) e dados secundários que existam para o interior da unidade ou áreas de entorno, na busca de elementos que efetivamente mitiguem os impactos dos futuros empreendimentos a serem instalados nestes módulos, visando alcançar proteção e conservação da biodiversidade regional. Essas ações oriundas deste documento e seus resultados visam maiores informações para o monitoramento e manejo de espécies e habitats parra que possamos alcançar a proteção da biodiversidade. Os resultados devem ser analisados em conjunto com os demais resultados obtidos por outros grupos envolvidos para dar coerência unificante aos planos, programas e projetos futuros. 3. METODOLOGIA 3.1. Área de estudo O estudo abrange analises dos módulos I, II, III e IV da Floresta Estadual do Amapá. Porém, apenas duas viagens de campo foram realizadas, sendo uma ao módulo II e outra ao módulo III, localizados nos municípios de Mazagão (Módulo II), Amapá e Calçoene (Módulo III). Para os módulos I e IV foram utilizados dados secundários existentes para o interior e áreas de entorno (Unidades de Conservação) para uma avaliação das espécies de anfíbios e répteis que podem ocorrer nestes módulos Dados Secundários Como fontes de dados secundários, utilizamos a consulta a dados disponíveis para as áreas de entorno dos módulos I, II, III e IV (em especial para os módulos I e IV). Para os módulos II e III os dados secundários foram comparados aos dados obtidos durante o estudo (dados primários). Já nos Módulos I e IV, os dados secundários foram utilizados e extrapolados para o interior da Unidade como possível área de ocorrência das espécies obtidas em outros estudos nas áreas de entorno, sendo que os estudos incluem os dados obtidos durante vários inventários realizados no período ente 2005 a 2012 ( Tabela 1). 7

10 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Tabela 1: Lista das fontes de dados secundários utilizados na compilação e análises. Estes são os estudos e inventários de Anfíbios e Répteis existentes em áreas próximas aos módulos da Floresta Estadual do Amapá. Tabela descrevendo o módulo mais próximo de onde ocorreu o estudo, tipo de estudo, localidades/unidades de Conservação estudadas, coordenadas geográficas e período de estudo. Módulo Modulo I Módulo II Módulo III Módulo IV Tipo de estudo EIA/RIMA PCH Capivara INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado EIA/RIMA EIA/RIMA Unidade de Conservação/ Localidade Riqueza (Nº de espécies) Coordenada Município Período do estudo 0 30 ; 1º30 N FLOTA/AP Serra do Navio 07 a 18/11/ º 00 ; 51º 00 W RDS- Iratapuru 0 30 ; 0º45 N Pedra Branca do 23/07 a 06/08/2005 (Rio Cupixi) 70 51º15 ; 51º30 W Amapari PARNA Montanhas do Tumucumaque 11 a 27/09/ ; N; W Serra do Navio (Rio Amapari) 65 PARNA Montanhas do Tumucumaque/ Ferreira Gomes/ FLONA - AP 79 1º23 13 N; 51º55 39 W 21/10 a 13/11/2005 Tartarugalzinho (Rio Mutum) FLONA AP 1º06 04 N; 51º53 36 W Ferreira Gomes 27/02 a 17/03/2005 (Igarapé Santo Antônio) 109 UHE Ferreira Gomes UHE Caldeirão 59 T1-0º N; 51º W T2-0º N; 51º W T3-0º N; 51º W T4-0º N; 51º W T1-0º50 50 N; 51º16 40 W T2-0º48 20 N; 51º18 45 W T3-0º47 55 N; 51º17 55 W T4-0º47 30 N e 51º22 5 W Ferreira Gomes Ferreira Gomes 05 a 14/04/ a 28/04/ a 31/07/ INVENTÁRIOS DE FAUNA PARNA Montanhas do Tumucumaque Corredor de Biodiversidade do Estado (Rio Anotaie) 63 3º29 51 N; 52º18 0 W Oiapoque 29/08 a 17/09/2005 RAS (Relatório Ambiental Simplificado) Área de entorno da UTE-Oiapoque 31 3º50 0 N; 51º50 0 W Oiapoque 30/04 a 04/05/2012 RAS (Relatório Ambiental Simplificado) Área de entorno da UTE-Lourenço N; 51º W Calçoene 24 a 28/04/2012 EIA/RIMA Linha de Transmissão Calçoene Trecho ao longo da BR156 Calçoene/ Oiapoque 104 entre Calçoene e Oiapoque Oiapoque Maio/outubro

11 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) 3.3. Dados Primários Os inventários foram realizados em dois módulos (II e III). Nestes módulos, que possuem características bem distintas quanto a sua vegetação e graus de perturbações antrópicas, as amostragens da herpetofauna (anfíbios e répteis terrestres) foram realizadas ao longo de trilhas previamente estabelecidas, sendo que ao longo dessas trilhas foram utilizados dois métodos de registro de dados: Procura Ativa (PA) e Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ) que são amplamente utilizados nas amostragens e registro de espécies da herpetofauna e pequenos mamíferos (e.g. Semlitsch et al. 1981; Mengak & Guynn, 1987) no Brasil (Galatti, 2008; Lima 2008; Neckel-Oliveira e Gordo, 2004; Strusmmann, 2000, Lima et al, 2011). Para as amostragens através dos métodos de Procura Ativa (PA) e Armadilhas de Interceptação e Queda (AIQ), foi utilizado transectos de dois a três quilômetros. Sendo que, além destes métodos ainda foi utilizado o método de registro de vestígios como, peles de animais, cascas de ovos, presença de ninhos, carcaças de animais mortos etc.. Procura Ativa (Cechin & Martins, 2000): Este método consiste em caminhadas ao longo de toda a trilha utilizando uma faixa lateral de até 30m para cada lado. Nas trilhas, os indivíduos foram registrados de forma visual e auditiva (anfíbios anuros). Em cada percurso os animais foram procurados nos mais diversos tipos de habitats e microhabitats possíveis e existentes. Este método visa à localização de animais em atividade ou em possíveis locais de abrigo, tais como: vegetação, troncos podres, folhiço, poças, riachos, brejos, tabocais etc. Esforço amostral (Procura Ativa - PA): Cada transecto recebeu um período amostral de nove horas por dia, sendo cinco horas de amostragens diurnas e quatro noturnas durante dez dias de amostragem em cada módulo. A unidade amostral para este método é 9h/observador/dia, sendo que as amostragens vão sempre contar com a presença de quatro observadores, totalizando 360 h/pa para cada módulo (campanha de dez dias) (Tabela 2). As amostragens noturnas foram realizadas com o auxilio de lanternas para auxiliar na localização e visualização das espécies. Para os espécimes coletados durante as amostragens de campo, foram registrados suas medias de peso com auxilio de pesolas (05, 10, 30, 50, 100, 300 e 1000g) e as medidas métricas foram aferidas com paquímetro manual. Além destes dados alguns exemplares foram fotografados, sexados e quando possível será determinada sua faixa etária. A identificação (catalogação) foi feita através de literatura especifica, os espécimes após a identificação foram soltos no mesmo local de captura. O horário (período amostral), ao longo de cada dia ocorreu entre as 8:00 as 16:00 e entre as 18:00 as 00:00. As trilhas foram monitoradas 9

12 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) nos mais diversos horários possíveis para maximizar as chances de encontros e reduzir vício amostral. Tabela 2 - Esforço amostral empregado no inventário de dados primários, para o registro das espécies dos Módulos II e II da Floresta Estadual do Amapá. Os métodos empregados foram Procura Ativa e Armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps). Módulos II Dias Amostrais Procura Ativa (N/horas* N/Observador) Diurno Noturno Armadilhas de Interceptação e Queda (N/baldes*N/horas/dias) 1º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 2º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 3º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 4º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 5º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 6º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 7º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 8º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 9º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 Total Módulo II 10/dias 200 h 160 h 2880 h III 1º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 2º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 3º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 4º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 5º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 6º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 7º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 8º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 9º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = º 5*4 = 20 4*4 = 16 12*24 = 288 Total Módulo III 10/dias 200 h 160 h 2880 h 400 h/dia 320h/noite Todos para os 20/dias módulos II e III 720h/esforço (PA) 5760 h/baldes Armadilhas de Interceptação e Queda (Pitfall Traps) Ao longo dos transectos de cada módulo foram instalados cinco pontos de armadilhas de interceptação e queda (AIQ), sendo que cada armadilha foi composta de uma bateria de baldes (12 baldes de 60 litros) instalados em linha. Em cada linha, os baldes foram enterrados ao nível do solo, distantes entre si 10 metros e interligados por uma lona plástica de 50 cm de altura, totalizando 60 baldes por módulo. O esforço amostral por módulo será de 60 baldes*noite por período amostral de dez dias (ver Tabela 2). Este esforço amostral é três vezes maior que o pitfall em forma de Y (composto apenas de 4 baldes). 10

13 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) As armadilhas de interceptação e queda (Figura 1) foram utilizadas para a captura de espécies fossoriais ou de vida críptica, como pequenas serpentes e lagartos de liteira e permanecerão abertas 24 horas/dia, durante dez dias consecutivos. Neste período amostral cada conjunto de armadilhas foi vistoriado diariamente. Unidade amostral - As unidades amostrais que foram utilizadas para cada método de monitoramento e coleta de informações são: Armadilhas de Interceptação e Queda (pitfall traps) Unidade amostral (balde); Procura Sistemática Unidade amostral (1h/Observador). Figura 1 - Armadilhas de interceptação e queda, dispostas em linha utilizadas durante os inventários da herpetofauna nos módulos II e III da Floresta Estadual do Amapá Identificação das Espécies. Os espécimes registrados foram identificados com auxílio de literatura científica disponível: Ávila-Pires (1995), Cunha & Nascimento (1993), Bartlett & Bartlett (2003), Lescure & Marty (2001), Kornacker (1999), Starace (1998), Martins, 1998, Duellman (1993), Frost, A nomenclatura utilizada foi baseada na lista de Anfíbios e Répteis da Sociedade Brasileira de Herpetologia Alguns espécimes coletados que não foi possível a identificação em campo ou eventualmente possuem algum problema taxonômico foram mortos por aplicação de anestésico (lidocaína ou xilocaína) e posteriormente fixados em formalina 10%. Sendo conservados em álcool 70%, seguindo as técnicas de rotina para herpetofauna. Todos os exemplares coletados 11

14 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) foram depositados na Coleção Científica Fauna do Amapá (CCFA), pertencente ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) a fim de constituir material testemunho da herpetofauna das áreas de estudo, servindo como fonte de dados para futuros estudos taxonômicos Análise de Dados A análise de dados foi realizada de forma a avaliar as diferenças na riqueza e composição existentes em cada módulo. Para analisar a similaridade entre as áreas, foi utilizado o coeficiente de Jaccard qualitativo, este utiliza dados de presença ou ausência das espécies nos transectos (Magurram, 1988). Cj = j / (a + b + j), Onde; Cj = coeficiente de similaridade de Jaccard; j = número de espécies comuns à área A e B; a = número de espécies presentes na área A; b = número de espécies presentes na área B. Este índice teoricamente varia entre 0 e 1, sendo 0 nenhuma similaridade e 1 máxima similaridade, no entanto a similaridade máxima pode ser menor que 1, pois isso depende do número de espécies e do número de indivíduos encontrados (KREBS, 2001). Além desta análise, também foi calculado o índices de complementariedade entre os módulos, através da fórmula de Colwell & Coddington, 1994: ICab = a + b 2.c / a + b c; Onde, Ic: índice de complementariedade; a: riqueza da área A; b: riqueza da área B; c: número de espécies comuns entre A e B. 12

15 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) 4. RESULTADOS 4.1. Riqueza de Espécies da FLOTA/AP Durante o período de estudo que ocorreu no final do ano de 2012 nos módulos II e III, foram realizados 20 dias amostrais, sendo dez dias em cada módulo, onde, empregamos um esforço de 720h de Procura Ativa (visual ativa, auditiva) e 5760h de armadilhagem. Foram registradas 88 espécies de anfíbios e répteis, sendo 68 e 61 espécies nos módulos II e III, respectivamente. Ao compilarmos os dados primários e secundários foi registrada uma riqueza total de 244 espécies de anfíbios e répteis (Tabela 3), distribuídos nas mais diferentes unidades de conservação e áreas de estudas no entorno da FLOTA/AP. A composição de espécies presentes para cada módulo também pode ser observado na Tabela 4. Tabela 3: Número de espécies (Riqueza) registradas através de compilação de dados primários e secundários para cada módulo que compõe Floresta Estadual do Amapá. FOLTA/AP MÓDULO I MÓDULO II MÓDULO III MÓDULO IV ANFÍBIOS (46,9%) 78 (67,8%) 63 (54,8%) 67 (58,3%) ANFISBENAS 2 0 (0%) 1 (50%) 0 (0%) 2 (100%) LAGARTOS (73,8%) 26 (61,9%) 27 (64,3%) 29 (69%) SERPENTES 69 31(44,9%) 38 (55,1%) 35 (50,1%) 27 (39,1%) QUELÔNIOS 12 0 (0%) 11 (91,1%) 2 (16,1%) 6 (50%) CROCODILIANOS 4 0 (0%) 2 (50%) 0 (0%) 4 (100%) TOTAL Dentro do grupo dos Anuros registrados para a FLOTA/AP as famílias Hylidae e Leptodactylidae foram as que apresentaram maior riqueza de espécies, respectivamente, sendo que sete famílias são representadas por apenas uma espécie (Figura 2). Quanto aos Squamatas (lagartos e serpentes), as famílias Gymnophthalmidae (lagartos) e Colubridae (serpentes), respectivamente, apresentaram maior contribuição na composição da fauna destes animais (Figuras 3 e 4). No grupo dos quelônios a família Chelidae apresentou maior número de espécie registrada (Figura 5). Para os grupos das Amphisbaena e Crocodilianos foram registradas poucas famílias e espécies (ver Tabela 3). 13

16 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Tabela 4: Riqueza e composição de espécies registradas para cada ponto de coleta e localização espacial dos estudos distribuídos dentro dos módulos da Floresta Estadual do Amapá (dados primários e secundários). MÓDULO I MÓDULO II MÓDULO III MÓDULO IV FAMÍLIAS / ESPÉCIES MI01 MI02 MI03 MII01 MII02 MII03 MIII01 MIII02 MIII03 MIV01 MIV02 MIV03 MIV04 AMPHIBIA (Gymnophiona) GYMNOPHIONA * X Família Siphonopidae Microcaecilia unicolor (Duméril, 1863) X X Família Rhinatrematidae Rhinatrema bivittatum (Cuvier in Guérin-Méneville, 1829) X X AMPHIBIA (Anuros) Família Aromobatidae Allobates femoralis (Boulenger, 1884 "1883") X X X X X X X X X X X X X Allobates marchesianus (Melin, 1941) X X X X X Allobates sp. X X X Allobates sp1. X Anomaloglossus beebei (Noble, 1923) X X X X X Anomaloglossus sp1 X X X X Anomaloglossus sp2 X X X Anomaloglossus sp3 X Família Bufonidae Amazophrynella minuta (Melin, 1941) X X X X X X X X Atelopus hoogmoedi Lescure, 1974 X Atelopus franciscus X Atelopus spumarius Cope, 1871 X X X X X Rhinella cf. lescuri X X Rhaebo guttatus (Schneider, 1799) X X X X X X X X X X X Rhinella margaritifera (Laurenti, 1768) X X X X X X X X Rhinella marina (Linnaeus, 1758) X X X X X X X X X X X X Rhinella granulosa (Spix, 1824) X Rhinella castaneotica (Caldwell, 1991) X 14

17 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Rhinella sp. X X X X X X X X X X Rhinella sp1 X X X X Família Allophrynidae Allophryne ruthveni Gaige, 1926 X X X Família Centrolenidae Hyalinobatrachium taylori (Goin, 1968) X Família Ceratophryidae Ceratophrys cornuta (Linnaeus, 1758) X X Família Dendrobatidae Ameerega hahneli (Boulenger, 1884 "1883") X X X X X X X X Dendrobates tinctorius (Cuvier, 1797) X X Dendrobates sp X X X Ranitomeya amazonica (Schulte, 1999) X X Família Hylidae Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) X X Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925) X Dendropsophus leucophyllatus (Beireis, 1783) X X X X Dendropsophus minutus (Peters, 1872) X X X Dendropsophus sp. X X X Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) X X X Dendropsophus walfordi (Bokermann, 1962) X Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758) X X X X X X X X X X X X X Hypsiboas calcaratus (Troschel in Schomburgk, 1848) X X X X X X X Hypsiboas cinerascens (Spix, 1824) X X X X Hypsiboas dentei (Bokermann, 1967) X X X X X Hypsiboas cf. fasciatus (Gunther, ) X Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) X X X X X X Hyla granosa (Boulenger, 1882) X X X X Hypsiboas lanciformis (Cope, 1871) X Hypsiboas multifasciatus (Günther, ) X X X X Hypsiboas sp1 X X X X 15

18 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Hypsiboas sp2 X X X X Hypsiboas punctatus (Schneider, 1799) X X Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) X X Hypsiboas ornatissimus (Noble, 1923) X Hypsiboas wavrini (Parker, 1936) X Osteocephalus buckleyi (Boulenger, 1882) X X X Osteocephalus leprieurii (Duméril & Bibron, 1841) X X X X X Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862 X X X X X X X X X X X X X Osteocephalus oophagus Jungfer&Schiesari, 1995 X X X X X X X Phyllomedusa bicolor (Boddaert, 1772) X X X X Phyllomedusa hypochondrialis (Daudin, 1800) X X Phyllomedusa tomopterna (Cope, 1868) X X Phyllomedusa vaillantii Boulenger, 1882 X X X X Pseudis paradoxa (Linnaeus, 1758) X Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) X Sphaenorhynchus lacteus (Daudin, 1800) X Scinax boesemani (Goin, 1966) X X X X X Scinax nebulosus (Spix, 1824) X Scinax proboscideus (Brongersma, 1933) X X Scinax rostratus (Peter, 1863) X Scinax ruber (Laurenti, 1768) X X X Scinax x-signatus (Spix, 1824) X X Scinax sp X X X Scinax sp1 X Scinax sp2 X Scinax sp3 X Trachycephalus hadroceps (Duellman & Hoogmoed, 1992) X X X X Trachycephalus resinifictrix (Goeldi, 1907) X X X X Trachycephalus venulosus X Família Leptodactylidae Leptodactylus andreae Muller, 1923 X X X X X X X X X X X X X 16

19 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Leptodactylus bolivianus Boulenger, 1898 X Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) X X X X Leptodactylus hylaedactylus (Cope, 1868) X X X X X X X X X X X X Leptodactylus knudseni Heyer, 1972 X X X X X X X X X Leptodactylus cf. labyrinthicus (Spix, 1824) X Leptodactylus lineatus (Schneider, 1799) X X X Leptodactylus longirostris Boulenger, 1882 X Leptodactylus macrosternum Miranda-Ribeiro, 1926 X X Leptodactylus myersi Heyer, 1995 X X Leptodactylus mystaceus (Spix, 1824) X X X X X X X Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768) X X X X X X X X X X X X Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) X X X X X X Leptodactylus podicipinus (Cope, 1862) X Leptodactylus rhodomystax Boulenger, 1884 "1883" X X X X X Leptodactylus stenodema Jiménez de la Espada, 1875 X X X X X Leptodactylus sp1 X X X X X X X X Leptodactylus sp2 X X Leptodactylus sp3 X X Leptodactylus sp4 X Leptodactylus wagneri (Peters, 1862) X Família Microhylidae Chiasmocleis sp. X X X X Chiasmocleis sp1 X Chiasmocleis sp2 X Chiasmocleis sp3 X Chiasmocleis cf. hudsoni (Parker, 1940) X Hamptophryne boliviana (Parker, 1927) X Otophryne pyburni Campbell & Clarke, 1998 X X X X Synapturanus mirandaribeiroi Nelson & Lescure, 1975 X X X Família Pipidae Pipa pipa (Linnaeus, 1758) X X 17

20 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Família Strabomantidae Pristimantis chiastonotus (Lynch & Hoogmoed, 1977) X X X X X X X X X X X X X Pristimantis fenestratus (Steindachner, 1864) X Pristimantis inguinalis (Parker, 1940) X X Pristimantis marmoratus (Boulenger, 1900) X X Pristimantis gutturalis (Hoogmoed, Lynch & Lescure, 1977) X X X X X Pristimantis sp. X X X X X X Pristimantis zeuctotylus (Lynch & Hoogmoed, 1977) X X X X Família Leiuperidae Engystomops petersi Jiménez de la Espada, 1872 X X Engystomops sp X SQUAMATAS (Amphisbaenas) Família Amphisbaenidae Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 X Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 X X X SQUAMATAS (Lagartos) Família Gymnophthalmidae Alopoglossus angulatus (Linnaeus, 1758) X X X Amapasaurus tetradactylus Cunha, 1970 X X Arthrosaura kockii (Lidth de Jeude, 1904) X X X X X X X X X Arthrosaura reticulata (O'Shaughnessy, 1881) X X X X X X X X Bachia flavescens (Bonnaterre, 1789) X X X X X X Cercosaura ocellata Wagler, 1830 X X X X Colobosaura modesta (Reinhardt & Luetken, 1862) X Iphisa elegans Gray, 1851 X X X X X X X X X Leposoma guianense Ruibal, 1952 X X X X X X X X X X X X Neusticurus bicarinatus (Linnaeus, 1758) X Neusticurus rudis Boulenger, 1900 X X X X X X X X Prionodactylus sp X Prionodactylus oshaugnessyi Boulenger, 1885 X Ptychoglossus brevifrontalis Boulenger, 1912 X X 18

21 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Leposoma percarinatum (Müller, 1923) X Tretioscincus agilis (Ruthven, 1916) X X X X X X Família Iguanidae Iguana iguana (Linnaeus, 1758) X X X X X X X Família Gekkonidae Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnes, 1818) X X Família Polychrotidae Anolis auratus X X Anolis chrysolepis (Duméril & Bibron, 1837) X X X X X X X X X X X Anolis fuscoauratus D'Orbigny, 1837 X X X X X X X X X X X X Anolis punctatus Daudin, 1802 X X X Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758) X Família Phyllodactylidae Thecadactylus rapicauda (Houttuyn, 1782) X X X Família Teiidae Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) X X X X X X X X X X X X Cnemidophorus cryptus Cole & Dessauer, 1993 X X X Dracaena guianensis Daudin, 1802 X Kentropyx calcarata Spix, 1825 X X X X X X X X X X X X Kentropyx striata X X Tupinambis teguixin (Linnaeus, 1758) X X X X X X X X Família Tropiduridae Plica plica (Linnaeus, 1758) X X X X X X X Plica umbra (Linnaeus, 1758) X X X X X X X X Tropiduris oreadicus Rodrigues, 1987 X Uracentron azureum (Linnaeus, 1758) X X Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) X X X X X X X Família Scincidae Mabuya bistriata X Mabuya nigropunctata (Spix, 1825) X X X X X X X X X X X X X Família Sphaerodactylidae 19

22 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Coleodactylus amazonicus (Andersson, 1918) X X X X X X X X X X X X Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) X X X X X X X X X X X X Gonatodes sp X X X X X Pseudogonatodes guianensis Parker, 1935 X X X Lepidoblepharis heyerorum Vanzolini, 1978 X X X X X X SQUAMATAS (Serpentes) Família Anomalepididae Typhlophis squamosus (Schlegel, 1839) X Família Aniliidae Anilius scytale (Linnaeus, 1758) X Família Boidae Boa constrictor Linnaeus, 1758 X X X X Corallus caninus (Linnaeus, 1758) X X X Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) X X X X X X X Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) X X X X X X X Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) X Família Colubridae Apostolepis sp X Atractus sp. X X X Atractus sp1 X Atractus latifrons (Gunther, 1868) X X Atractus schach X Atractus snethlageae Cunha & Nascimento, 1893 X Atractus torquatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) X Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) X X X X X Chironius scurrulus (Wagler, 1824) X Chironius sp. X X Clelia clelia (Daudin, 1803) X Dendrophidion dendrophis (Schlegel, 1837) X X X Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) X X X X Dipsas variegata (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) X X X 20

23 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Dipsas sp X Drymarchon corais (Bóie, 1827) X Drymoluber dichrous (Peters, 1863) X X Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1766) X X Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) X X X X Helicops hagmani X Helicops sp X Hydrops triangularis (Wagler, 1824) X Hydrodynastes bicinctus (Herrmann, 1804) X Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibrin e Duméril, 1854) X X Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) X X X X X X Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758) X X X X Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) X X Liophis poecilogyrus (Wied, 1825) X Liophis typhlus (Linnaeus, 1758) X X X X Liophis sp1 X X X Liophis sp2 X Liophis reginae X X X X X X Lygophis lineatus (Linnaeus, 1758) X Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820) X Mastigodryas boddaerti boddaerti (Sentzen, 1769) X Oxyrhopus formosus X X Oxyrhopus melanogenys (Tschudi, 1845) X X Oxyrhopus petolarius digitalis Reuss, 1834 X Philodryas argentea (Daudin, 1803) X Pseudoboa coronata Schneider, 1801 X X X Philodryas viridissima (Linnaeus, 1758) X Pseudoboa neuwiedii (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) X X X Rhinobothryum lentiginosum (Scopoli, 1785) X Siphlophis compressus (Daudin, 1803) X X X X X Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) X X X 21

24 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) X X Tantilla semicincta X Taeniophallus brevirostris (Peters, 1863) X Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863) X Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803) X X Philodryas argentea Daudin, 1803) X Xenodon rabdocephalus rabdocephalus (Wied, 1824) X X X Oxybelus aeneus (Wagler, 1824) X Xenoxybelis argenteus (Daudin, 1803) X X X X X Xenopholis scalaris X Família Elapidae Micrurus lemniscatus (Linnaeus, 1758) X X X Micrurus psyches (Daudin, 1803) X Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817) X X X X Família Viperidae Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) X X X X X X X X X Bothrops bilineatus (Weid,1825) X Bothrops brazili Hoge, 1954 X X X X X X Lachesis muta (Linnaeus, 1766) X X X X X QUELÔNIOS Família Chelidae Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) X Phrynops cf. hilarii (Duméril & Bibron, 1835) X Phrynops cf. rufipes (Spix, 1824) X Phrynops gibbus (Schweigger,, 1835) X Phrynops nasutus (Schweigger, 1812) X Phrynops sp X Platemys platycephala (Schneider, 1792) X Família Podocnemididae Podocnemis unifilis Troschel, 1848 X X X X X X X Família Geomydidae 22

25 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Rhinoclemis punctularia (Daudin, 1801) X X Família Kinosternidae Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) X X Família Testudinidae Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) X X X X Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) X X X X X X X CROCODILIA Família Alligatoridae Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) X X Melanosuchus niger (Spix, 1825) X Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) X X X Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) X X X Total *Em fase de identificação LEGENDA: Módulo I: MI01 = EIA/RIMA PCH Capivara MI02 = INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado Rio Cupixi (RDS Iratapuru) MI03 = INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado Rio Amapari (TMQ) Módulo II: MII01 = INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado Rio Mutum (TMQ / FLONA AP) MII02 = INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado Rio Igarapé Santo Antônio (FLONA AP) MII03 = DADOS PRIMÁRIOS DA FLOTA AP Módulo III: MIII01 = EIA RIMA UHE FERREIRA GOMES MIII02 = EIA RIMA UHE CALDEIRÃO MIII03 = DADOS PRIMÁRIOS DA FLOTA AP Módulo IV: MIV01 = INVENTÁRIOS DE FAUNA Corredor de Biodiversidade do Estado Rio Anotaie (TMQ) MIV02 = RAS UTE OIAPOQUE MIV03 = RAS UTE LOURENÇO MIV04 = EIA RIMA LT BR OIAPOQUE / CALÇOENE 23

26 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Figura 2: Contribuição relativa das famílias na composição da fauna de anfíbios da Floresta Estadual do Amapá. A análise incluiu dados primários e secundários Figura 3: Contribuição relativa das famílias na composição da fauna de lagartos da Floresta Estadual do Amapá. A análise incluiu dados primários e secundários. Gymnophthalmidae Teiidae Polychrotidae Tropiduridae Phaerodactylidae Scincidae Iguanidae Gekkonidae Phyllodactylidae 24

27 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Figura 4: Contribuição relativa das famílias na composição da fauna de serpentes da Floresta estadual do Amapá. A análise incluiu dados primários e secundários. Colubridae Boidae Viperidae Elapidae Anomalepididae Aniliidae Figura 5: Contribuição relativa das famílias na composição da fauna de quelônios da Floresta estadual do Amapá. A análise incluiu dados primários e secundários. Chelidae Testudinidae Podocnemididae Geomydidae Kinosternidae 25

28 4.2. Comparações entre os Módulos Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Os grupos que contribuíram com maior número de espécies na composição da herpetofauna nos módulos da FLOTA/AP foram Anfíbios, serpentes e lagartos, respectivamente (Figura 6), tendo os demais grupos um menor número de espécies registradas para esta Unidade. Com base nos dados primários e secundários, os módulos que apresentaram maior riqueza de espécies registradas foram: módulo II e IV, sendo que o menor número de espécies foi observado para o módulo I (Figura 7, Tabela 5). Figura 6: Contribuição relativa dos grupos da herpetofauna na riqueza de espécies registradas para cada módulo que compõe a Floresta Estadual do Amapá. A análise incluiu dados primários e secundários ANFÍBIOS SERPENTES LAGARTOS QUELÔNIOS CROCODILIANOS ANFISBENAS 10 0 Módulo I Módulo II Módulo III Módulo IV Figura 6: Contribuição relativa dos grupos da herpetofauna na riqueza de espécies registradas para cada módulo que compõem da Floresta Estadual do Amapá. A análise inclui dados primários e secundários. Módulo I Módúlo III Módulo IV Módulo II

29 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Tabela 5: Riqueza e composição de espécies registradas para cada Módulo da Floresta Estadual do Amapá (dados primários e secundários). FAMÍLIAS / ESPÉCIES MÓDULO I MÓDULO II MÓDULO III MÓDULO IV AMPHIBIA (Gymnophiona) GYMNOPHIONA * Família Siphonopidae Microcaecilia unicolor (Duméril, 1863) X X Família Rhinatrematidae Rhinatrema bivittatum (Cuvier in Guérin-Méneville, 1829) X X AMPHIBIA (Anuros) Família Aromobatidae Allobates femoralis (Boulenger, 1884 "1883") X X X X Allobates marchesianus (Melin, 1941) X X X Allobates sp. X X X Allobates sp1. Anomaloglossus beebei (Noble, 1923) X X X X Anomaloglossus sp1 X X X Anomaloglossus sp2 X X Anomaloglossus sp3 Família Bufonidae Amazophrynella minuta (Melin, 1941) X X X X Atelopus hoogmoedi Lescure, 1974 Atelopus franciscus Atelopus spumarius Cope, 1871 X X Rhinella cf. lescuri X X Rhaebo guttatus (Schneider, 1799) X X X X Rhinella margaritifera (Laurenti, 1768) X X X X Rhinella marina (Linnaeus, 1758) X X X X Rhinella granulosa (Spix, 1824) Rhinella castaneotica (Caldwell, 1991) Rhinella sp. X X X X Rhinella sp1 X X X Família Allophrynidae Allophryne ruthveni Gaige, 1926 X X X Família Centrolenidae Hyalinobatrachium taylori (Goin, 1968) Família Ceratophryidae Ceratophrys cornuta (Linnaeus, 1758) Família Dendrobatidae Ameerega hahneli (Boulenger, 1884 "1883") X X X Dendrobates tinctorius (Cuvier, 1797) X X Dendrobates sp X X Ranitomeya amazonica (Schulte, 1999) X X Família Hylidae Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) X X X X X X X X X X X 27

30 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925) X Dendropsophus leucophyllatus (Beireis, 1783) X X X Dendropsophus minutus (Peters, 1872) X X X Dendropsophus sp. X X Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) X Dendropsophus walfordi (Bokermann, 1962) X Hypsiboas boans (Linnaeus, 1758) X X X X Hypsiboas calcaratus (Troschel in Schomburgk, 1848) X X X X Hypsiboas cinerascens (Spix, 1824) X X X Hypsiboas dentei (Bokermann, 1967) X X X X Hypsiboas cf. fasciatus (Gunther, ) X Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) X X X X Hyla granosa (Boulenger, 1882) X X X Hypsiboas lanciformis (Cope, 1871) X Hypsiboas multifasciatus (Günther, ) X X X Hypsiboas sp1 X X X Hypsiboas sp2 X X X Hypsiboas punctatus (Schneider, 1799) X X Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) X X Hypsiboas ornatissimus (Noble, 1923) X Hypsiboas wavrini (Parker, 1936) X Osteocephalus buckleyi (Boulenger, 1882) X X X Osteocephalus leprieurii (Duméril & Bibron, 1841) X X X Osteocephalus taurinus Steindachner, 1862 X X X X Osteocephalus oophagus Jungfer&Schiesari, 1995 X X X X Phyllomedusa bicolor (Boddaert, 1772) X X X X Phyllomedusa hypochondrialis (Daudin, 1800) X X Phyllomedusa tomopterna (Cope, 1868) X X Phyllomedusa vaillantii Boulenger, 1882 X X X X Pseudis paradoxa (Linnaeus, 1758) X Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) X Sphaenorhynchus lacteus (Daudin, 1800) X Scinax boesemani (Goin, 1966) X X Scinax nebulosus (Spix, 1824) X Scinax proboscideus (Brongersma, 1933) X X Scinax rostratus (Peter, 1863) X Scinax ruber (Laurenti, 1768) X X Scinax x-signatus (Spix, 1824) X Scinax sp X X Scinax sp1 X Scinax sp2 X Scinax sp3 X Trachycephalus hadroceps (Duellman & Hoogmoed, 1992) X X X Trachycephalus resinifictrix (Goeldi, 1907) X X X X 28

31 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Trachycephalus venulosus X Família Leptodactylidae Leptodactylus andreae Muller, 1923 X X X X Leptodactylus bolivianus Boulenger, 1898 X Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) X X X Leptodactylus hylaedactylus (Cope, 1868) X X X X Leptodactylus knudseni Heyer, 1972 X X X Leptodactylus cf. labyrinthicus (Spix, 1824) X Leptodactylus lineatus (Schneider, 1799) X X Leptodactylus longirostris Boulenger, 1882 X Leptodactylus macrosternum Miranda-Ribeiro, 1926 X X Leptodactylus myersi Heyer, 1995 X Leptodactylus mystaceus (Spix, 1824) X X X X Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768) X X X X Leptodactylus petersii (Steindachner, 1864) X X X X Leptodactylus podicipinus (Cope, 1862) X Leptodactylus rhodomystax Boulenger, 1884 "1883" X X X Leptodactylus stenodema Jiménez de la Espada, 1875 X X X Leptodactylus sp1 X X X X Leptodactylus sp2 X X Leptodactylus sp3 X X Leptodactylus sp4 X Leptodactylus wagneri (Peters, 1862) X Família Microhylidae Chiasmocleis sp. X X X Chiasmocleis sp1 X Chiasmocleis sp2 X Chiasmocleis sp3 X Chiasmocleis cf. hudsoni (Parker, 1940) X Hamptophryne boliviana (Parker, 1927) X Otophryne pyburni Campbell & Clarke, 1998 X X X Synapturanus mirandaribeiroi Nelson & Lescure, 1975 X X X Família Pipidae Pipa pipa (Linnaeus, 1758) X X Família Strabomantidae Pristimantis chiastonotus (Lynch & Hoogmoed, 1977) X X X X Pristimantis fenestratus (Steindachner, 1864) X Pristimantis inguinalis (Parker, 1940) X X Pristimantis marmoratus (Boulenger, 1900) X X Pristimantis gutturalis (Hoogmoed, Lynch & Lescure, 1977) X X X Pristimantis sp. X X X X Pristimantis zeuctotylus (Lynch & Hoogmoed, 1977) X X X Família Leiuperidae Engystomops petersi Jiménez de la Espada, 1872 X X 29

32 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Engystomops sp X SQUAMATAS (Amphisbaenas) Família Amphisbaenidae Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 X Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 X X SQUAMATAS (Lagartos) Família Gymnophthalmidae Alopoglossus angulatus (Linnaeus, 1758) X X Amapasaurus tetradactylus Cunha, 1970 X X Arthrosaura kockii (Lidth de Jeude, 1904) X X X X Arthrosaura reticulata (O'Shaughnessy, 1881) X X X X Bachia flavescens (Bonnaterre, 1789) X X X X Cercosaura ocellata Wagler, 1830 X X X X Colobosaura modesta (Reinhardt & Luetken, 1862) X Iphisa elegans Gray, 1851 X X X X Leposoma guianense Ruibal, 1952 X X X X Neusticurus bicarinatus (Linnaeus, 1758) X Neusticurus rudis Boulenger, 1900 X X X X Prionodactylus sp X Prionodactylus oshaugnessyi Boulenger, 1885 X Ptychoglossus brevifrontalis Boulenger, 1912 X X Leposoma percarinatum (Müller, 1923) X Tretioscincus agilis (Ruthven, 1916) X X X Família Iguanidae Iguana iguana (Linnaeus, 1758) X X X Família Gekkonidae Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnes, 1818) X Família Polychrotidae Anolis auratus X Anolis chrysolepis (Duméril & Bibron, 1837) X X X X Anolis fuscoauratus D'Orbigny, 1837 X X X X Anolis punctatus Daudin, 1802 X X Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758) X Família Phyllodactylidae Thecadactylus rapicauda (Houttuyn, 1782) X X Família Teiidae Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) X X X X Cnemidophorus cryptus Cole & Dessauer, 1993 X X X Dracaena guianensis Daudin, 1802 X Kentropyx calcarata Spix, 1825 X X X X Kentropyx striata X Tupinambis teguixin (Linnaeus, 1758) X X X X Família Tropiduridae Plica plica (Linnaeus, 1758) X X X X 30

33 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Plica umbra (Linnaeus, 1758) X X X X Tropiduris oreadicus Rodrigues, 1987 X Uracentron azureum (Linnaeus, 1758) X X Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) X X X X Família Scincidae Mabuya bistriata X Mabuya nigropunctata (Spix, 1825) X X X X Família Sphaerodactylidae Coleodactylus amazonicus (Andersson, 1918) X X X X Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) X X X X Gonatodes sp X X X Pseudogonatodes guianensis Parker, 1935 X X Lepidoblepharis heyerorum Vanzolini, 1978 X X X SQUAMATAS (Serpentes) Família Anomalepididae Typhlophis squamosus (Schlegel, 1839) X Família Aniliidae Anilius scytale (Linnaeus, 1758) X Família Boidae Boa constrictor Linnaeus, 1758 X X X Corallus caninus (Linnaeus, 1758) X X X Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) X X X X Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) X X X X Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) X Família Colubridae Apostolepis sp X Atractus sp. X X Atractus sp1 X Atractus latifrons (Gunther, 1868) X Atractus schach X Atractus snethlageae Cunha & Nascimento, 1893 X Atractus torquatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) X Chironius fuscus (Linnaeus, 1758) X X X X Chironius scurrulus (Wagler, 1824) X Chironius sp. X X Clelia clelia (Daudin, 1803) X Dendrophidion dendrophis (Schlegel, 1837) X X Dipsas catesbyi (Sentzen, 1796) X X Dipsas variegata (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) X Dipsas sp X Drymarchon corais (Bóie, 1827) X Drymoluber dichrous (Peters, 1863) X X Erythrolamprus aesculapii (Linnaeus, 1766) X X Helicops angulatus (Linnaeus, 1758) X X 31

34 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Helicops hagmani X Helicops sp X Hydrops triangularis (Wagler, 1824) X Hydrodynastes bicinctus (Herrmann, 1804) X Hydrodynastes gigas (Duméril, Bibrin e Duméril, 1854) X X Imantodes cenchoa (Linnaeus, 1758) X X X Leptodeira annulata (Linnaeus, 1758) X X Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) X X Liophis poecilogyrus (Wied, 1825) X Liophis typhlus (Linnaeus, 1758) X X X Liophis sp1 X X Liophis sp2 X Liophis reginae X X X X Lygophis lineatus (Linnaeus, 1758) X Mastigodryas bifossatus (Raddi, 1820) X Mastigodryas boddaerti boddaerti (Sentzen, 1769) X Oxyrhopus formosus X X Oxyrhopus melanogenys (Tschudi, 1845) X X Oxyrhopus petolarius digitalis Reuss, 1834 X Philodryas argentea (Daudin, 1803) X Pseudoboa coronata Schneider, 1801 X X X Philodryas viridissima (Linnaeus, 1758) X Pseudoboa neuwiedii (Duméril, Bibron & Duméril, 1854) X X Rhinobothryum lentiginosum (Scopoli, 1785) X Siphlophis compressus (Daudin, 1803) X X X Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) X X X Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) X X Tantilla semicincta X Taeniophallus brevirostris (Peters, 1863) X Taeniophallus occipitalis (Jan, 1863) X Oxybelis fulgidus (Daudin, 1803) X X Philodryas argentea Daudin, 1803) X Xenodon rabdocephalus rabdocephalus (Wied, 1824) X X X Oxybelus aeneus (Wagler, 1824) X Xenoxybelis argenteus (Daudin, 1803) X X X Xenopholis scalaris X Família Elapidae Micrurus lemniscatus (Linnaeus, 1758) X X Micrurus psyches (Daudin, 1803) X Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817) X X X Família Viperidae Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) X X X X Bothrops bilineatus (Weid,1825) X Bothrops brazili Hoge, 1954 X X X X 32

35 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Lachesis muta (Linnaeus, 1766) X X X X QUELÔNIOS Família Chelidae Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) Phrynops cf. hilarii (Duméril & Bibron, 1835) Phrynops cf. rufipes (Spix, 1824) Phrynops gibbus (Schweigger,, 1835) Phrynops nasutus (Schweigger, 1812) Phrynops sp Platemys platycephala (Schneider, 1792) Família Podocnemididae Podocnemis unifilis Troschel, 1848 X X X X Família Geomydidae Rhinoclemis punctularia (Daudin, 1801) X X Família Kinosternidae Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) X X Família Testudinidae Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) X X X Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) X X X X CROCODILIA Família Alligatoridae Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) Melanosuchus niger (Spix, 1825) Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) X X X Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) X X Total *em fase de identificação. Quando Analisamos a similaridade entre os Módulos, observamos que de forma geral, a similaridade foi muito baixa (Tabela 6), chegando apenas a 50%. Resultado similar ocorreu quando analisamos a complementariedade entre as áreas (Tabela 7). Apenas 21% (51) das 244 espécies foram comuns a todos os módulos, sendo que o número de espécies exclusivas para cada módulo foi significante e sempre mais que 10% das espécies foram exclusivas para cada módulo, alguns módulos tiveram mais de 20% das espécies exclusivas (Tabela 8). Os módulos que tiveram o maior número de espécies em comum entre eles foram: Módulo I com o módulo II e o Modulo II com o módulo IV (Tabela 9). X X X X X X X X X 33

36 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Tabela 6: Coeficiente de similaridade de Jaccard para os Módulos da Floresta Estadual do Amapá (dados primários e secundários). SIMILARIDADE MÓDULOS I II III IV I -- II 0,52 -- III 0,38 0,39 -- IV 0,45 0,45 0,45 -- Tabela 7: Índice de complementariedade (Colwell & Coddington, 1994) para os Módulos da Floresta Estadual do Amapá (dados primários e secundários). COMPLEMENTARIEDADE MÓDULOS I II III IV I -- II 0,47 -- III 0,62 0,61 -- IV 0,55 0,55 0,57 -- Tabela 8: Riqueza de espécies, Número e percentual de espécies exclusivas registrados para cada Módulos da Floresta Estadual do Amapá (dados primários e secundários). MÓDULOS Riqueza Exclusivas % I ,3 II ,8 III ,5 IV Tabela 9: Espécies comuns registradas entre os Módulos da Floresta Estadual do Amapá (dados primários e secundários). ESPÉCIES COMUNS Módulos I II III IV I -- II III IV Espécies Migratórias e Exóticas Dentre as espécies com possível ocorrência para os módulos da FLOTA/AP, não foi registrada nenhuma espécie migratória, sendo que apenas a espécie Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnes, 1818) conhecida popularmente como osga, labigó ou briba é oriunda de outro continente (Ásia), ou seja, espécie considerada exótica. 34

37 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) 4.4. Espécies Cinegéticas e de importância Econômica Registramos 23 e 30 espécies cinegéticas e de importância econômica, respectivamente, sendo que estas espécies estão distribuídas em todos os módulos. Porém, a família Dendrobatidae não foi registrada para o módulo III. Já espécies Leptodactylus pentadactylus e L. Knudiseni foram registradas em quase todos os módulos. Porém, a espécie Leptodactylus labyrinthius foi registrada apenas para o módulo IV (Tabela 10). Tabela 9: Espécies cinegéticas e de importância econômica registrada para cada Módulo da Floresta Estadual do Amapá através de dados primários e secundários. FAMÍLIAS / ESPÉCIES CINERGÉTICA ECONÔMICA Módulos Ordem ANURA Família Dendrobatidae Ameerega hahneli (Boulenger, 1884 "1883") X I,II e IV Dendrobates tinctorius (Cuvier, 1797) X II e IV Dendrobates sp X I e II Ranitomeya amazonica (Schulte, 1999) X I e IV Família Hylidae Phyllomedusa bicolor (Boddaert, 1772) X I, II, III e IV Família Leptodactylidae Leptodactylus knudseni Heyer, 1972 X II, III e IV Leptodactylus cf. labyrinthicus (Spix, 1824) X IV Leptodactylus pentadactylus (Laurenti, 1768) X I, II, III e IV SQUAMATAS (Lagartos) Família Iguanidae Iguana iguana (Linnaeus, 1758) X X I, III e IV Família Teiidae Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) X I, II, III e IV Dracaena guianensis Daudin, 1802 X X I Tupinambis teguixin (Linnaeus, 1758) X I, II, III e IV Família Tropiduridae Uranoscodon superciliosus (Linnaeus, 1758) X I, II, III e IV SQUAMATAS (Serpentes) Família Boidae Boa constrictor Linnaeus, 1758 X I, II e III Corallus caninus (Linnaeus, 1758) X I, II e IV Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) X I, II, III e IV Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) X IV Família Elapidae Micrurus lemniscatus (Linnaeus, 1758) X III e IV Micrurus psyches (Daudin, 1803) X I Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817) X I, II e III Família Viperidae Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) X I, II, III e IV 35

38 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Bothrops bilineatus (Weid,1825) X II Bothrops brazili Hoge, 1954 X I, II, III e IV Lachesis muta (Linnaeus, 1766) X I, II, III e IV QUELÔNIOS Família Chelidae Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) X IV Phrynops cf. hilarii (Duméril & Bibron, 1835) X II Phrynops cf. rufipes (Spix, 1824) X II Phrynops gibbus (Schweigger,, 1835) X II Phrynops nasutus (Schweigger, 1812) X II Phrynops sp X II Platemys platycephala (Schneider, 1792) X II Família Podocnemididae Podocnemis unifilis Troschel, 1848 X X I, II, III e IV Família Geomydidae Rhinoclemis punctularia (Daudin, 1801) X X II e IV Família Kinosternidae Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) X X II e IV Família Testudinidae Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) X X I, II e IV Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) X X I, II, III e IV CROCODILIA Família Alligatoridae Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) X X IV Melanosuchus niger (Spix, 1825) X X IV Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) X X I, II e IV Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) X X II e IV Total Espécies Raras/Endêmicas e Indicadoras de Qualidade Ambiental Quando analisamos as espécies registradas quanto a critérios de raridade/endemicidade e de possíveis espécies indicadoras de qualidade ambiental, obtivemos os seguintes resultados, 28 espécies foram consideradas raras/endêmicas e 58 são apontadas como indicadoras de qualidade ambiental (Tabela 10), sendo que apenas 10 espécies ocorrem em todos os módulos. 36

39 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Tabela 10: Espécies Rara ou endêmicas e espécies indicadoras de qualidade ambiental registrada para cada Módulo da Floresta Estadual do Amapá através do uso de dados primários e secundários. FAMÍLIAS / ESPÉCIES RARAS / ENDÊMICAS INDICADOR DE QUALIDADE AMBIENTAL MÓDULOS GYMNOPHIONA* X II Família Siphonopidae Microcaecilia unicolor (Duméril, 1863) X II e III Família Rhinatrematidae Rhinatrema bivittatum (Cuvier in Guérin-Méneville, 1829) X I e II AMPHIBIA (Anuros) Família Aromobatidae Allobates femoralis (Boulenger, 1884 "1883") X I, II, III e IV Allobates marchesianus (Melin, 1941) X I, II e IV Allobates sp. X II, III e IV Allobates sp1. X IV Anomaloglossus beebei (Noble, 1923) X I, II, III e IV Anomaloglossus sp1 X I, II e IV Anomaloglossus sp2 X I e II Anomaloglossus sp3 X I Família Bufonidae Amazophrynella minuta (Melin, 1941) X I, II, III e IV Atelopus hoogmoedi Lescure, 1974 Atelopus franciscus X IV Rhaebo guttatus (Schneider, 1799) X I, II, III e IV Allophryne ruthveni Gaige, 1926 X I, II e IV Família Centrolenidae Hyalinobatrachium taylori (Goin, 1968) X II Família Ceratophryidae Ceratophrys cornuta (Linnaeus, 1758) X II Família Dendrobatidae Ameerega hahneli (Boulenger, 1884 "1883") X I, II e IV Dendrobates tinctorius (Cuvier, 1797) X II e IV Dendrobates sp X I e II Ranitomeya amazonica (Schulte, 1999) X I e IV Família Hylidae Hypsiboas ornatissimus (Noble, 1923) X X IV Hypsiboas wavrini (Parker, 1936) Osteocephalus buckleyi (Boulenger, 1882) X X I, III e IV Phyllomedusa tomopterna (Cope, 1868) X I Scinax proboscideus (Brongersma, 1933) X I Scinax rostratus (Peter, 1863) X I Trachycephalus hadroceps (Duellman & Hoogmoed, 1992) X X I e II 37

40 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Trachycephalus resinifictrix (Goeldi, 1907) X X I e II Família Leptodactylidae Leptodactylus bolivianus Boulenger, 1898 X I Leptodactylus cf. labyrinthicus (Spix, 1824) X I Leptodactylus myersi Heyer, 1995 X I Família Microhylidae Chiasmocleis sp. X I, II e III Chiasmocleis sp1 X II Chiasmocleis sp2 X II Chiasmocleis sp3 X II Chiasmocleis cf. hudsoni (Parker, 1940) X III Hamptophryne boliviana (Parker, 1927) X II Otophryne pyburni Campbell & Clarke, 1998 X I, II e IV Synapturanus mirandaribeiroi Nelson & Lescure, 1975 X I, II e IV Família Leiuperidae Engystomops petersi Jiménez de la Espada, 1872 X I e II SQUAMATAS (Amphisbaenas) Família Amphisbaenidae Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 X II e IV SQUAMATAS (Lagartos) Família Gymnophthalmidae Amapasaurus tetradactylus Cunha, 1970 X I e II Neusticurus bicarinatus (Linnaeus, 1758) X II Prionodactylus oshaugnessyi Boulenger, 1885 X IV Ptychoglossus brevifrontalis Boulenger, 1912 X I e II Família Polychrotidae Polychrus marmoratus (Linnaeus, 1758) X IV Família Teiidae Dracaena guianensis Daudin, 1802 X X I Família Tropiduridae Uracentron azureum (Linnaeus, 1758) X III e IV Família Sphaerodactylidae Gonatodes sp X I, II e IV SQUAMATAS (Serpentes) Família Boidae Boa constrictor Linnaeus, 1758 X I, II e III Corallus caninus (Linnaeus, 1758) X X I, II e IV Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758) X I, II, III e IV Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) X I, II, III e IV Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) X X IV Família Colubridae Rhinobothryum lentiginosum (Scopoli, 1785) X II Xenopholis scalaris X II Família Elapidae 38

41 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Micrurus lemniscatus (Linnaeus, 1758) X III e IV Micrurus psyches (Daudin, 1803) X III Micrurus surinamensis (Cuvier, 1817) X I, II e III Família Viperidae Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) Bothrops bilineatus (Weid,1825) X X II Bothrops brazili Hoge, 1954 X I, II, III e IV Lachesis muta (Linnaeus, 1766) X I, II, III e IV QUELÔNIOS Família Chelidae Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) X X IV Phrynops cf. hilarii (Duméril & Bibron, 1835) X II Phrynops cf. rufipes (Spix, 1824) X II Phrynops gibbus (Schweigger,, 1835) X II Phrynops nasutus (Schweigger, 1812) X II Phrynops sp Platemys platycephala (Schneider, 1792) X II Família Podocnemididae Podocnemis unifilis Troschel, 1848 X I, II, III e IV Família Geomydidae Rhinoclemis punctularia (Daudin, 1801) X II e IV Família Kinosternidae Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766) X II e IV Família Testudinidae Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824) X I, II e IV Chelonoidis denticulata (Linnaeus, 1766) X I, II, III e IV CROCODILIA Família Alligatoridae Caiman crocodilus (Linnaeus, 1758) X IV Melanosuchus niger (Spix, 1825) X IV Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807) X IV Paleosuchus trigonatus (Schneider, 1801) X IV Total *em fase de identificação 4.6. Espécies Ameaçadas de Extinção Após as identificações das espécies e análise das listas vermelhas regionais (Lista de espécies ameaçadas do Pará), e nacionais (ICMBIO e MMA e IBAMA), observamos que nenhuma espécie esta incluída em nenhuma categoria de risco. Das listas da CITES e IUCN, observamos que apenas a Família Dendrobatidae e as espécies do gênero Atelopus (Família Bufonidae) são tratadas nestas listas. Além destas espécies outras são incluídas na categoria de baixo risco. 39

42 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) 5. DISCUSSÃO 5.1. Riqueza de Espécies da FLOTA/AP A compilação de dados primários (interior da Unidade) e dados secundários (áreas de entorno) representam as primeiras informações de base científica para a FLOTA/AP. Baseado na compilação de espécies que podem ocorrer no interior da UC, os resultados apontaram a região onde está inserida a Floresta Estadual do Amapá como a que possui a maior riqueza de espécies do estado do Amapá e uma das maiores registradas para a Amazônia Brasileira e para a região neotropical, superando, o número de espécies inventariado em outras localidades amazônicas (veja Duellman, 1990; O Shea, 1998). Neste estudo registramos 50% e 49,6% das espécies de anfíbios e répteis, respectivamente, de ocorrência esperada para a Amazônia Brasileira. Cabe ressaltar, que no estado do Amapá nenhuma Unidade de Conservação possui riqueza de espécies da herpetofauna tão elevada, sendo o que chega mais perto é o número de espécies registradas para o PARNA Montanhas do Tumucumaque com 156 espécies registradas (Lima, 2008). Porém as espécies registradas para o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é baseada totalmente em dados Primários. Os resultados obtidos durante os inventários dos dados primários estão dentro da variação esperada para inventários na região Amazônica: 23 a 56 espécies de anfíbios e entre 9 e 34 para espécies de répteis por localidade (Azevedo-Ramos & Galatti, 2002), além de estar de acordo com a média de espécies registradas por ponto amostral no estado do Amapá (60 a 80 espécies por ponto). Devido a grande especificidade de habitat que as espécies da herpetofauna apresentam (Silvano & Segalla, 2005; Lynch, 1979; Duellman, 1990), inferimos que com um maior número de inventários no interior da FLOTA/AP resultará no registro de várias novas ocorrências de espécies de anfíbios e répteis para a UC, principalmente porque esta UC está inserida sobre o escudo das Guianas onde a riqueza da herpetofauna é muito diversificada. O esforço amostral empregado no registro de dados primários para a unidade está de acordo com o observado em estudos para o Amapá e região amazônica. A maior contribuição das famílias Hylidae e Leptodactylidae na fauna de anfíbios corrobora com o padrão neotropical (Strussmann, 2000), o mesmo ocorrendo para os Squamatas (lagartos e serpentes). Apesar do baixo número de quelônios de ocorrência amazônica, registramos neste estudo 75% das espécies esperadas para a Amazônia, sendo que 40

43 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) estas espécies constituem importante fonte de proteínas para as populações ribeirinhas (Rodrigues, 2005). O baixo número de espécies de Amphisbaenas registradas está relacionado a fato de que esses animais apresentam vida críptica e fossorial o que dificulta o seu registro. Porém, nas ultimas décadas varias espécies deste grupo tem sido descritas Comparações entre os Módulos Os resultados registrados, onde a fauna de anfíbios, serpentes e lagartos, respectivamente, contribuíram com o maior número de espécies registradas está de acordo com o registrado em outros estudos (Neckel-Oliveira & Gordo, 2004; Lima, 2008). O fato dos Módulos II e IV ter apresentado maior riqueza registrada pode estar relacionado com o maior esforço de amostragem empregado nos inventários (dados secundários), metodologias aplicadas e áreas onde estes ocorreram. O módulo II está rodeado pela Floresta Nacional do Amapá, Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, três grandes Unidades de conservação com quase toda sua totalidade intacta, o mesmo ocorrendo para o módulo IV, além deste, ter sido o Módulo com o maior volume de dados secundários analisados. A baixa similaridade e complementariedade existente entre os módulos da FLOTA/AP indica que existe um número significativo de espécies exclusivas para cada módulo, o que esta de acordo com os dados compilados onde apenas 21% (n= 51) das espécies foram comuns a todos os módulos Espécies Migratórias e Exóticas A espécie exótica registrada (Hemidactylus mabouia) é uma espécie asiática que foi introduzida com o período das grandes navegações a mais de dois séculos, esta espécie está associada a habitações humanas, e comumente é registrada em inventários de fauna em áreas antropizadas. Esta espécie não mantem populações no interior de matas bem preservadas. Quando sua presença é registrada em uma floresta, essa área está sempre no interior de habitações humanas ou no entorno, geralmente são levados para lá junto com os materiais utilizados na fabricação destas habitações Espécies Cinegéticas e de importância Econômica Dentre as espécies cinegéticas destacam-se as espécies de Leptodactylidae que são consumidas por poucas tribos indígenas no estado, mas poderiam ser comercializados com um bom programa de manejo sustentável. 41

44 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Outra fonte importante de proteínas são os grandes lagartos das famílias Iguanidae (camaleões) e Teidadae (lagartos monitores). Estes lagartos têm sua carne e seus ovos consumidos e este consumo está relacionado a hábitos culturais. Mas assim, como para outros grupos animais que são consumidos, podem ser fonte viável de proteínas desde que este siga um modelo sustentável. As espécies de importância econômica são principalmente as serpentes venenos das famílias Viperidae e Elapidae uma vez que constituem ameaças à população humana sendo importantes para a fabricação de soros antiofídicos. Além destes, outras espécies podem ter potencial para a produção de novos medicamentos como a perereca Phyllomedusa bicolor. Outros tem seu valor associado a comercialização de carnes e ovos como os quelônios, crocodilianos e alguns lagartos consumidos pelas populações ribeirinhas. A comercialização ilegal, sem manejo adequado ou tráfego de animais (família Dendrobatidae - sapos venenosos e família Boidae serpentes constritoras) pode levar a declínios populacionais e extinções locais Espécies raras/endêmicas e indicadoras de qualidade ambiental Quando discutimos o conceito de espécie rara estamos levando em consideração critérios como raros no ambiente: 1) pode ser por baixa densidade populacional; 2) por falta de habitats propícios para a manutenção da espécie 3) ou ainda podemos considerar rara pelo próprio fato de sua coleta ocorrer tão esporadicamente que poucos indivíduos são conhecidos, mesmo em grandes museus. As espécies que identificamos como raras se enquadram perfeitamente nestes três casos. Por exemplo, as pererecas do gênero Trachycephalus são consideradas raras devido seu habitat arborícola, vivendo a mais de trinta metros de altura na copa das arvores, somando-se a isso ainda necessita de um habitat específico para viver no alto como tronco oco e com água no seu interior, habitats como este são raros na floresta e reduzindo a densidade populacional desta espécies a tornando rara em coletas. As demais espécies são consideradas raras no estado devido terem sido coletadas por apenas uma ou duas vezes, como o Atelupus franciscus, Hypsiboas ornatisimus ou são conhecidas para apenas um ponto de coleta no estado. Baseados em nossos estudos que já foram realizados em mais de cinquenta pontos no estado e contemplaram a maioria das Unidades de Conservação como: PARNA Montanhas do Tumucumaque, FLONA Amapá, RDS do Rio Iratapuru, ESEC Jari, RESEX Cajari, REBIO lago Piratuba, APA do Curiaú, APA da 42

45 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) fazendinha e outras localidades, podemos inferir que estas espécies realmente podem ser consideradas raras. Apenas a Espécie Amapasaurus tetradactylus é considerada rara e endêmica do estado do Amapá, sendo que a coleta desta espécie no interior da FLOTA/AP é de extrema importância, uma vez, que representa o quarto ponto no estado onde esta espécie foi coletada e a segunda maior população conhecida para espécie, perdendo apenas para a RDS Iratapuru (região do Rio Cupixi). Ainda podemos citar que várias espécies listadas podem ser enquadradas como endêmicas por estarem inseridas sobre o escudo das Guianas, local impar no planeta (Hollowell e Reynolds, 2005). Quanto a espécies que são indicadoras de qualidade ambiental podemos citar várias espécies que foram registradas para a área. Estas espécies estão associadas a habitats inalterados como água limpa, sem poluentes, altamente oxigenada, florestas bem preservadas, como mantêm altos índices de umidade do solo e ar, baixa temperatura, pouca entrada de luz. Qualquer desequilíbrio que alterem estes índices (aumente o efeito de borda) afetam diretamente estas espécies, sem seus efeitos sentidos de forma imediata. Assim, o monitoramento destas espécies que podemos considerar chaves podem minimizar os impactos sobre os ambientes e habitats, principalmente pelo fato dos anfíbios responderem bem a alterações a ambientes úmidos e os lagartos a ambientes secos (e isso é possível de ser monitorado) Espécies Ameaçadas de Extinção Apesar de nenhuma espécie constar nas listas vermelhas regionais e nacionais não significa que estas espécies estejam livres de pressão. Aqui no estado do Amapá ocorrem dois grandes problemas: 1) não possuímos listas de espécies ameaçadas de extinção para nenhum grupo animal, lançamos mão sempre das listas de locais mais próximos ou nacionais, e que nem sempre reflete nossa realidade. 2) várias espécies que não constam em listas vermelhas ou aparecem como baixo risco, em nosso estado sofrem fortes pressão causadas pela caça ilegal, consumo de carne e ovos, trafico ilegal etc. Assim, devemos ponderar melhor sobre a condição de espécies ameaçadas, levando-se em não só a situação da espécie no estado, mas também como é a pressão exercida em cada sub região dentro do nosso estado. As espécies de quelônios, crocodilianos e grandes lagartos como iguanas e tejus são consumidas e comercializadas, sem que haja nenhuma fiscalização. O hábito cultural do 43

46 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) consumo de carne e principalmente de ovos podem levar populações a colapsos etários, onde os indivíduos entram em períodos reprodutivos cada vez mais cedo ou mesmo a extinções locais, ou afugentamento de áreas próximas a povoados, vilas e pequenas comunidades, como o registrado pelo projeto de Diagnostico da Fauna de Quelônios e Crocodilianos da RDS do Rio Iratapuru, onde, a maior abundancia de animais destes grupos podem ser visto com maior frequência a distâncias maiores que 100 km da vila de São Francisco do Iratapuru. Nas áreas mais próximas onde ocorre maior número de capturas para caça, poucos indivíduos são observados (Lima e Lima, 2009). 6. RECOMENDAÇÕES CONSERVACIONISTAS Os pontos inventariados no interior da unidade não refletem a real riqueza de uma UC de grandes dimensões como a FLOTA/AP, o número de espécies registradas de forma direta (n = 88 espécies) é um número muito baixo, além disso, apenas dois pontos amostrais que abrangem um raio de aproximadamente 5 km não são suficientes para nortear o zoneamento desta unidade. O ideal é investir em um maior número de inventários diretos sendo que pelo menos três pontos amostrais deveriam ser realizados em cada módulo. O PARNA Montanhas do Tumucumque recebeu cincos expedições (pontos de Inventários) que nortearam seu plano de manejo, mesmo sendo poucos pontos para uma UC de tamanho colossal, esta unidade não está destinada a concessões de exploração Florestal e Mineral como ocorrerá na FLOTA/AP. Entretanto, o número de espécies registradas na compilação de dados primários e secundários (n= 244 espécies) é o maior para qualquer UC do estado do Amapá. Com base nestes dados a FLOTA/AP é a Unidade de proteção do estado com a maior riqueza de espécies e contribui de forma mais que significativa para a preservação da herpetofauna amazônica, uma vez que 50% da fauna de anfíbios e répteis de ocorrência esperada para a Amazônia Brasileira tem ocorrência prevista para esta unidade. Assim, inferimos que a maior riqueza da FLOTA/AP não provém da Concessão e exploração mineral e vegetal, mas sim, da conservação dos seus habitats e espécies. Os pontos amostrais (dados primários) mostram boa integridade, parecem não ter sofrido grandes impactos e parecem estar inalterados. Sem influência de efeitos de borda causados pela fragmentação da floresta (o que deve acontecer com os processos de exploração mineral e vegetal), os projetos de exploração devem ser implantados de forma ordenada e de 44

47 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) maneira a manter os menores impactos possíveis sobre os ambiente e espécies. Portanto sugerimos os seguintes programas: 1. Realização de inventários biológicos: em cada ponto onde devam ser abertos para a concessão e exploração mineral e vegetal como forma de avaliar a real riqueza existente nesta unidade, além de servir de ponto de partida para programas de monitoramento da herpetofauna e que estes inventários sejam realizados antes da instalação do empreendimento. 2. Verificar o aumento da Pressão de Caça - Considera-se certa a ocorrência deste impacto frente ao elevado contingente populacional advindo do aumento do fluxo migratório e ao fato de que a caça já é tradicionalmente praticada nas áreas, antevendo-se que a população migrante demandará por caça; o mesmo certamente ocorrerá por aqueles que estiverem empregados e pelos desempregados, por motivos de lazer, hábitos alimentares ou mesmo para subsistência. Embora somente os quelônios e jacarés sejam especificamente espécies focais de caça e coleta, ambos devem contar com projetos específicos de monitoramento. Contudo, o aumento da pressão de caça destas e de outras espécies focais, indiretamente altera a composição de comunidades de anfíbios e répteis. 3. Alteração nas Comunidades Faunísticas. Essa alteração inclui todos os processos de desmatamento previstos, seja para implantação da infra-estrutura para construção, para implantação das obras principais, ou para a liberação para a exploração. O que demanda significativa quantidade de materiais de escavação obrigatória (solos e rochas) em bota-fora; desmatamento, alteração de corpos hídricos (rios, igarapés, Poças, córregos etc.). Além disso, o aumento da população humana na área do empreendimento também ocasionará acréscimo da taxa de destruição dos ambientes naturais, seja pela demanda de produtos naturais, seja pela simples expansão de áreas antrópicas sobre as áreas naturais. As comunidades ecológicas da herpetofauna respondem a essa alteração com modificações em sua estrutura. E isso é possível de ser monitorado. 4. Aumento das Perturbações Fisiológicas e Comportamentais da Fauna. A geração de efluentes, oleosos ou não, representa um risco de contaminação direta de animais, ou, indiretamente, uma perda de qualidade do habitat, por tornar recursos hídricos ou alimentares indisponíveis. A poluição química afeta sobremaneira os anfíbios, por causa 45

48 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) de sua alta sensibilidade à poluição ambiental, oriunda da elevada permeabilidade de sua pele e de sua dependência da água para a reprodução. 5. Afugentamento da Fauna. Em função da movimentação de trabalhadores da obra, ruídos e movimentação de maquinário pesado, o impacto associado previsto é o afugentamento de fauna que ocorrerá nos mesmos processos que o impacto de aumento das perturbações fisiológicas e comportamentais na fauna devido à poluição sonora, química e luminosa. Estradas, hidrovias e atividades que impliquem em movimento de máquinas, revolvimento de solo e remoção de vegetação provocam efeitos negativos sobre a biota, tanto em ecossistemas terrestres quanto aquáticos. Essas perturbações, quando agem diretamente na área de ocorrência do animal, ou indiretamente por efeito de barulho, poeira, movimentação de equipamento e gente, alteram o comportamento dos animais, promovendo fuga de suas áreas de vida, atuando ainda nos padrões de movimentação da fauna e no sucesso reprodutivo. 6. Perda de Diversidade da Fauna. O número de espécies ocorrendo numa comunidade ecológica varia em função de vários fatores, quer naturais próprios do tipo de habitat, quer por influência antrópica, como a pressão direta sobre determinadas espécies, como no caso da caça. As comunidades ecológicas compartilham da energia do sistema natural por meio de uma complexa interação trófica, em vários níveis, de tal modo que a eliminação seletiva de determinadas espécies ou a modificação do habitat pela mineração ou retirada vegetal, marcadamente a perda da diversidade da flora, altera essa interação, com consequente perda da diversidade da fauna. 7. Aumento na População de Espécies Exóticas (Flora e Fauna). O processo de mobilização e contratação de mão-de-obra para a implantação da infra-estrutura da pretendida para a instalação dos empreendimentos resultará na abertura de novas frentes de trabalho. Essas novas oportunidades de emprego geralmente estimulam o aumento demográfico humano regional, com o adensamento de trabalhadores no canteiro de obras. Como é comum em empreendimentos, o aumento no número de pessoas e, por consequência, de famílias, na região, gera indiretamente impactos sobre a fauna local, como o aumento da densidade de espécies domésticas e exóticas, o que poderá promover outro efeito negativo em associação - o aumento da transmissão de doenças infecto-contagiosas em animais silvestres. Historicamente, espécies como cães domésticos, gatos domésticos, cavalos e bovinos têm acompanhado a colonização de novas áreas pelo homem. Espécies exóticas (oriundas de outras regiões) de animais e 46

49 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) plantas, atraídas indiretamente pela abertura de novas frentes de trabalho, competem com as espécies silvestres, podendo trazer doenças infeto-contagiosas e contribuindo para a destruição e fragmentação dos hábitats. 8. Aumento da Perda de hábitats Naturais. A perda de hábitats terrestres e aquáticos, em decorrência do impacto de intensificação da perda de cobertura vegetal, estará associado na etapa de implementação dos empreendimentos, à construção das obras de apoio e à exploração de áreas de empréstimo. Com relação à perda de hábitats aquáticos ou semi-aquáticos associados às florestas aluviais, este impacto se manifestará quando da escavação e limpeza das áreas. Quando da Etapa de Extração vegetal, há que se observar que a perda da cobertura vegetal em áreas inundadas implicará na perda de habitat específicos para fauna associada a estes ambientes, o que em longo prazo poderá implicar no desaparecimento de espécies hábitat-dependentes, como aquelas que foram levantadas apenas nas formações de floresta ombrófila densa aluvial 9. Instabilização de Encostas, Ocorrência de Processos Erosivos e Carreamento de Sedimentos. Considera-se como certa a ocorrência deste impacto face às obras previstas para implantação da infra-estrutura de apoio a exploração e retirada de madeira nas áreas futuramente concedidas a exploração, somadas a características geológicas, geomorfológicas, pedológicas e de suscetibilidade erosiva das terras em alguns locais a serem objeto exploração pode aumentar processos erosivos e de degradação dos solos. O impacto é indireto, de segunda ordem em relação ao Processo de Construção da Infra-estrutura de Apoio, mas intensificará o impacto primário de Intensificação da Perda de Cobertura Vegetal e de Aumento de Perda de Hábitats Naturais. 10. Assoreamento nos Igarapés. Prevê-se que haja ocorrência deste impacto face às obras e exploração mineral, em especial aquelas associadas aos Canais próximos às áreas exploradas, bem como as melhorias e adequações previstas para os acessos à obra no compartimento ambiental. O carreamento de sedimentos poderá implicar na perda de hábitats para a herpetofauna. 11. Aumento da Turbidez da Água. Igualmente, prevê-se que haja ocorrência deste impacto face às obras associadas as concessões de exploração vegetal e mineral, bem como as melhorias e adequações previstas para os acessos a Área. Esse aumento da turbidez da água poderá afetar o ciclo de vida de anuros que dependem de ambientes 47

50 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) de água para se reproduzir. Principalmente, das espécies indicadoras de qualidade de habitat. 12. Perda da Diversidade de Invertebrados, Algas e Macrófitas Aquáticas. Ainda, prevêse que haja ocorrência deste impacto face às obras previstas para implantação da infraestrutura de apoio, em especial aquelas associadas ao meio aquático, bem como as melhorias e adequações previstas para os acessos a obra. Essa perda de invertebrados e macrófitas poderá afetar o ciclo de vida de espécies de anuros. 13. Agravamento do Processo de Fragmentação. A fragmentação florestal é um processo desencadeado com a exploração, levando a fragmentação do ecossistema, quando no passado havia uma cobertura vegetal contínua, agora será segmentada em vários fragmentos florestais. Este processo será particularmente evidente no decorrer do tempo. Entre os impactos associados à intensificação da perda de cobertura vegetal, destaca-se o agravamento desse processo de fragmentação do ecossistema terrestre em ilhas de vegetação de diferentes tamanhos. As ilhas formadas serão, na verdade, fragmentos dos ecossistemas presentes na região. A fragmentação de hábitats atua sobre a ecologia das florestas tropicais úmidas em seus diversos aspectos, alterando a diversidade e a riqueza de espécies e a composição da biota dos fragmentos, mudando processos como a ciclagem de nutrientes e a polinização. O processo presente de fragmentação de ecossistemas na FLOTA/AP será fruto da ação do homem no decorrer do tempo. Essa ação gera uma série de efeitos sobre a biota e poderá ser agravada. É o efeito de separar um todo (floresta contínua) em partes (fragmentos hoje existentes), de tal forma que o ecossistema antes contínuo passa a funcionar em sua estrutura e função como manchas de hábitats (ou fragmentos) com variados graus de tamanho, forma e isolamento uns dos outros ou de setores de floresta. Assim, no processo de fragmentação, as populações de animais silvestres e de espécies da flora sofrem agravamento da redução no seu tamanho, o que poderá levar a diferentes problemas genéticos, com consequências deletérias, comprometendo a viabilidade dessas populações no médio e longo prazo. Como as espécies não têm distribuição homogênea, nem todas estarão representadas nos fragmentos. Aquelas que necessitam de grandes áreas de vida não sobreviverão. A perda de espécies do topo da cadeia alimentar (que estão entre as que precisam de grandes áreas), por exemplo, causa desequilíbrio nas populações de predadores de invertebrados, o que vai alterar a composição das espécies de árvores de um fragmento. Como resultado da 48

51 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) fragmentação, as espécies mais comuns se tornam ainda mais abundantes, enquanto que as raras ficam ainda mais raras e tendem a desaparecer com o tempo (extinção local). Sendo assim, a estrutura da vegetação e da fauna sofre modificação. 14. Alteração na Qualidade da Água pela Geração de Efluentes Líquidos e Sólidos, Inclusive de Embarcações. Com ocorrência deste impacto, em função de ele estar atrelado à intensa movimentação de máquinas, equipamentos e embarcações durante o processo de implantação do empreendimento. Esse efeito potencialmente pode afetar a herpetofauna. 15. Interferência pela Dragagem e Disposição de Material Dragado. Pode haver ocorrência deste impacto, em função de estar atrelado à necessidade de operações de dragagem para a implantação das obras. Esse efeito potencialmente pode afetar a herpetofauna. 16. Aumento de Acidentes com Animais Peçonhentos. Acidentes com picada de cobra venenosa ocorrem em canteiros de grandes obras. Juntos, escorpiões e serpentes são responsáveis pela maioria dos acidentes. O aumento da circulação de pessoas nas áreas de floresta e no meio rural, os desmatamentos, a formação dos fragmentos e outros impactos ambientais sobre a flora e a fauna tenderão a aumentar o número de acidentes dessa natureza, principalmente, os causados por serpentes e escorpiões. Na região de inserção do empreendimento foram levantadas várias espécies de serpentes venenosas, e dentre estas destacam duas espécies de cobra coral (gênero Micrurus), jararaca (Bothrops atrox, responsável por 90% dos acidentes com ofídios na Amazônia) e a Surucucu-pico-de-jaca (Lachesis muta) uma das maiores cobras venenosas da região neotropical; pode explorar o extrato arbóreo, aumentando potencialmente a ocorrência de acidentes na região da cabeça e do pescoço. O monitoramento da herpetofauna deverá considerar este aspecto do impacto. 17. Aumento da Perda de Indivíduos da Fauna por Atropelamento. As estradas e vias de acesso abertas para o transporte do empreendimento representam riscos de atropelamento para animais silvestres. Colisões afetam negativamente a demografia de muitas espécies de animais silvestres, incluindo répteis e anfíbios, vítimas frequentes em rodovias, por utilizarem-nas como locais de passagem ou de termorregulação (exposição ao calor do sol). As estradas alteram o comportamento dos animais, promovendo mudanças em suas áreas de vida, padrões de movimentação, sucesso reprodutivo, respostas de fuga e estado fisiológico. As estradas ainda alteram a 49

52 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) densidade do solo, sua temperatura, conteúdo de água e luz incidente, os níveis de poeira, a movimentação de águas superficiais, seus padrões de escoamento e sedimentação, e ainda adicionam metais pesados (especialmente chumbo), sais, moléculas orgânicas, ozônio, e nutrientes aos ambientes associados. Além disso, as estradas favorecem a dispersão e o estabelecimento de espécies exóticas, promovendo alterações nos hábitats naturais e afetando negativamente as espécies nativas. Por fim, há que se observar que a perda de indivíduos das espécies da fauna por atropelamento tem sido considerado uma das principais causas de alteração nas comunidades faunísticas em áreas silvestres próximas às rodovias, uma vez que algumas espécies ocorrem em baixa densidade, são noturnas, sendo as mais impactadas por atropelamentos. Os répteis e anfíbios ocupam posições importantes em cadeias tróficas controlando populações de invertebrados e ainda como presas para predadores vertebrados. Espécies de anfíbios e répteis desempenham estreita associação com o hábitat e micro-hábitat onde vivem. Há uma relação particular entre a distribuição ou ocorrência de espécies e o tipo de hábitat. Outra hipótese de trabalho a ser testada com os dados de campo e monitoramento: os hábitats de floresta primária têm geralmente o dobro da diversidade de espécies de anfíbios do que um hábitat aberto, sob impacto do empreendimento. Os requisitos de hábitats selecionados por algumas espécies tornam essas espécies em potenciais indicadores da integridade do ambiente. Esses atributos, aliados à abundância e relativa facilidade de amostragem (especialmente para anfíbios e lagartos), tornam as espécies da herpetofauna adequadas para serem consideradas bio-indicadoras para monitoramento de qualidade ou alteração ambiental para fins de mitigação dessas alterações. A preocupação científica e que a região Neotropical abriga uma das maiores diversidades de anfíbios e répteis (herpetofauna) do mundo e, apesar disso é importante observar que o conhecimento sobre a distribuição e história natural das espécies conhecidas está restrito a menos de 50% das espécies e ainda estão ocorrendo grandes mudanças e aumentando com a descrição de novas espécies. Outra preocupação é que os inventários biológicos realizados no interior da FLOTA/AP foram de curta duração e focados em áreas específicas. Desta forma, com base nos dados registrados neste estudo, as informações sobre a biologia reprodutiva e comportamental das espécies, assim como sua dinâmica populacional são limitadas. Para a obtenção de informações 50

53 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) que possam ser utilizadas no monitoramento populacional são necessários estudos com abordagens apropriadas, diferentemente das aqui empregadas, focadas no registro de espécies, monitoramento das populações para a detecção de possíveis alterações exige, por exemplo, a marcação de indivíduos, a contagem sistemática em um mesmo local e principalmente estudos de longa duração. Assim, como recomendação final, sugerimos que sejam adotadas de forma obrigatória a instalação de todos os programas acima citados antecipadamente ao processo de instalação de obras e exploração das áreas concedidas, como forma de minimizar os impactos que, sim, ocorrerão em todas as áreas a serem exploradas nesta Unidade de Conservação. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ávila-Pires, T. C. S Lizards of Brazilian Amazonia (Reptilia: squamata). Zool. Verhand 299: Ávila-Pires, T. C. S.; Hoogmoed, M. S.; Vitt, L. J Herpetofauna da Amazônia. In: Nascimento, L. B.; Oliveira, M. E. (Eds.). Herpetologia no Brasil II. Belém: Sociedade Brasileira de Herpetologia. p Azevedo-Ramos, C. & U. Galatti Patterns of Amphibian Diversity in Brazilian Amazonia: Conservation Implications. Biological Conservation 103(1): Bartlett, R. D. & Bartlett, P. P Reptiles and Amphibians of the Amazon: An Ecotourist's Guide. University Press of Florida. ISBN : Cechin, S. Z. & Martins, M., 2000, Eficiência de armadilhas de queda (Pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revta. Bras. Zool., 17: Colwell, R. K., Coodington, J. A Estimating terrestrial biodiversity through extrapolation. Philosophical Transactions of the Royal Society of London, Series B 345: Cunha, O. R. & Nascimento, F. P Ofídios da Amazônia. As cobras da região Leste do Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, 9 (1): Duellman, W. E Herpetofaunas in neotropical rainforests: comparative composition, history, and resource use. In: GENTRY, A. (Ed.). Four neotropical rainforests. New Haven: Yale University Press pp. Duellman, W. E Amphibian species of the world: additions and corrections. University of Kansas Museum of Natural History. Special Publication, pp. Frost, D. R Amphibian Species of the World: an Online Botucatu (Amphibia, Anura). Universidade de São Paulo.Reference. Electronic Database (Dissertação de mestrado):50p.accessibleathttp://research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.php. American. 51

54 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Galatti, U Caracterização da Comunidade de Anfíbios e Répteis Terrestres da Área de Influência Direta do AHE Belo Monte. Relatório Final. IBAMA, Lista de espécies ameaçadas de extinção. Ministério do Meio Ambiente. Kornacker, P Checklist and key to the Snakes of Venezuela. Ed. Pako Verlag. 270pp. Krebs, C Ecology: the experimental analysis of distribution and abundance. 5ª ed. Benjamin Cummings, San Francisco, CA. 816 p. Lescure, J. & Marty, C., Atlas des amphibiens de Guyane. Patrimoines Naturels, 45, Paris, SPN / IEGB / MNHN. Lima, J. D., Lima, J. R. F., Silva., R. R Indicadores da Herpetofauna ao longo da BR156 no trecho Oiapoque Calçoene. Lima, J. D Inventários Biológicos Rápidos da Floresta Nacional do Amapá. Sub-Projeto: Herpetofauna Anfíbios e Répteis. CI / IEPA / IBAMA. Lima, J. D Inventários Biológicos Rápidos da Reserva de Desenvolvimento Sustentével do Rio Iratapuru. Sub-Projeto: Herpetofauna Anfíbios e Répteis. CI / IEPA / IBAMA. Lima, J. D A herpetofauna do Parque Nacional do Montanhas do Tumucumaque, Amapá, Brasil, Expedições I a V. in: Bernard, E. (eds) Inventários Biológicos Rápidos no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Amapá, Brasil. RAP Bulletin of Biological Assessment 48. Conservation International, Arlington, VA. Lima, J. R. F., Lima, J. D., Sobrinho, A. F., Lima, J. S Estudo de Impacto Ambiental. Pequena Central Hidrelétrica Capivara, Município de Serra do Navio Estado do Amapá. Anfíbios e Répteis. In: EIA Ecotumucumaque. Lima, J. D., Lima, J. R. F., Sobrinho, A. F., Lima, M.D Estudo de Impacto Ambiental EIA do Aproveitamento Hidrelétrico Ferreira Gomes, Amapá Anfíbios e Répteis. In: EIA Ecotumucumaque. Lima, J. D.; Lima, J. R. F.; Sobrinho, A. F.; Rodrigues, J. A. R.; Lima, S. D.; Galvão, E. S.; Lima, M. D Herpetofauna da área de entorno do empreendimento da Usina Termoelétrica de Santana. In: Relatório Ambiental Simplificado RAS da UTE Santana, Amapá. 188pp. Lima, J. D., Lima, J. R. F., Lima, S. D., Pereira, U. P Herpetofauna da área de entorno do empreendimento da Usina Termoelétrica do Oiapoque. In: Relatório Ambiental Simplificado RAS da UTE do Oiapoque, Amapá. 129pp. Lima, J. D. & Lima, J. R. F Herpetofauna da área de entorno do empreendimento da Usina Termoelétrica do Lourenço. In: Relatório Ambiental Simplificado RAS da UTE do Lourenço, Amapá. 123pp. Lynch, J. D The amphibians of the lowland tropical forests. Monographs of the Museum of Natural History University of Kansas 7:

55 Diagnostico da Fauna de Anfíbios e Répteis da Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) Magurran, A. E Ecological Diversity and its measurement. New Jersey, Princeton University Press, 179 p. Martins, M História Natural e Ecologia de uma Taxocenose de Serpentes em Mata Primária na Região de Manaus, Amazônia Central, Brasil. Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. Mengak, M. T. & D. C. Guynn Jr Pitfalls and snap traps for sampling small mammals and herpetofauna. Amer. Midl. Nat. 118: Museum of Natural History, New York, USA Joly, P. & Morand, A., Theoretical habitat templets, spec. Neckel-Oliveira, S. & M. Gordo Anfíbios, Lagartos e Serpentes do Parque Nacional do Jaú. In: Janelas para a Biodiversidade no Parque Nacional do Jaú: Uma estratégia para o estudo da biodiversidade na Amazônia. Manaus, Fundação Vitória Amazônica. 280pp. Rodrigues, M. T Conservação dos répteis brasileiros: os desafios de um país megadiverso. Megadiversidade. V1, N 1. Julho pp. Oliveira, S. H Estudo de Impacto Ambiental EIA do Aproveitamento Hidrelétrico Cachoeira Caldeirão, Amapá Anfíbios e Répteis. In: EIA Ecotumucumaque. O Shea, M. T. The Reptilian Herpetofauna of the ilha de Maracá. In: MILLIKEN, W. RATTER, J. A. (Eds.) The biodiversity and environment of an Amazonian rainforest. Edinburgh, UK: John Wiley & Sons/Royal Botanic Garden, p Pough, F. H.; Janis, C. M.; Heiser, J. B. A vida dos Vertebrados. São Paulo: Atheneu Editora, SBH Brazilian Amphibians e Reptiles List of Species. Acessible at Sociedade Brasileira de Herpetologia. Semlistsch, R. D.; K. L. Brown & J. P. Caldwell Habitat utilization, seasonal activity and population size structure of the southeastern crowned snake Tantilla coronata. Herpetologica 37: Silvano, D. L.; Segalla, M. V Conservação de anfíbios no Brasil. In: Megadiversidade: Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade no Brasil. 1 (1): Starace, F., Guide des Serpents et Amphibénes de Guyane. Ibis Rouge Editions, Guadeloupe Guyane. ISBN: Strussmann, C Herpetofauna In: Fauna Silvestre da região do Rio Manso- Mato Grosso. Edições IBAMA. Mato Grosso. pp.: Zimmerman, B. L. E M. T. Rodrigues Frogs snakes and lizards of the INPA-WWF reserves near Manaus, Brazil. p In: A Gentry (ed.). Four Neotropical forests. Yale Univ. Press, New Haven. 53

56 B - DIAGNÓSTICO DA FAUNA DE MORCEGOS (CHIROPTERA: MAMMALIA) DA FLORESTA DO AMAPÁ

57 . Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá-IEPA Divisão de Zoologia ISAI JORGE DE CASTRO Diagnóstico da fauna de morcegos (Chiroptera: Mammalia) da Floresta Estadual do Amapá-FLOTA Relatório final apresentado ao Instituto Estadual de Florestas do Estado do Amapá para compor o plano de manejo da Floresta Estadual do Amapá- FLOTA. Macapá-AP, Setembro 2013

58 1 INTRODUÇÃO Morcegos são mamíferos que possuem um papel ecológico importante na natureza, pois estabelecem relações ecológicas indispensáveis para a manutenção da biodiversidade, sendo responsáveis pela dispersão de sementes de mais de 500 espécies de plantas região tropical, pela polinização de angiospermas, além do controle de populações de insetos, inclusive dos insetos danosos a agricultura e vetores de doenças (Garcia et al., 2000; Jones et al., 2009; Kunz, et al., 2011). Atualmente existem cerca de 1120 espécies no mundo, sendo que a maior diversidade de espécies encontra-se na região neotropical, com 83 gêneros e 288 espécies registradas (Simmons, 2005). No Brasil a fauna de morcegos é bastante expressiva, das 690 espécies de mamíferos atualmente conhecidos no país (Paglia et al. 2012), pelo menos 175 são morcegos (Reis et al. 2013). Na Amazônia brasileira já foram registrados 147 espécies (Bernard et al. 2011; Castro et al. 2012). No Amapá já foram registrados 86 espécies de oito famílias (Martins et al. 2006; Castro, 2009; Martins et al., 2011; Silva et al., 2012 Silva et al., 2013.). Apesar do conhecimento sobre a quiropterofauna do Amapá ter aumentado nos últimos anos principalmente em estudos feitos em unidades de conservação próximas da FLOTA/AP como o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Floresta Nacional do Amapá, Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e APA do Rio Curiaú (Martins et al. 2006; Castro, 2009; Martins et al., 2011; Silva et al., 2013.). Essa unidade de conservação ainda representa uma lacuna em relação a estudos sobre a quiropterofauna no estado do Amapá. A Floresta Estadual do Amapá foi criada em 2006, para viabilizar o ordenamento da exploração madeireira, apresenta uma área de cerca de 2,3 milhões de hectares (16,5% do Estado). Neste contexto, os estudos realizados sobre a quiropterofauna nesta área contribuirão para o melhor conhecimento deste grupo no estado Amapá e, além disso, irá gerar subsídios para a elaboração do plano de manejo desta unidade de conservação.

59 2. OBJETIVO GERAL Realizar a caracterização da fauna de morcegos da Floresta Estadual do Amapá com vistas a contribuir para a elaboração do plano de manejo. 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Inventariar a fauna de morcegos dos quatro módulos da FLOTA/AP; Determinar a diversidade alfa da fauna da região; Avaliar os potenciais impactos de possíveis espécies exóticas e invasoras sobre a fauna, recomendando os estudos e as ações de manejo para seu controle; Sugerir as diretrizes de manejo da fauna com vistas à proteção da biodiversidade. 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Dados Secundários Os dados sobre a diversidade de morcegos nas regiões próximas a Floresta Estadual do Amapá foram compilados de estudos realizados no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Floresta Nacional da Amapá (FLONA do Amapá) e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru presentes em Martins et al. (2006) e Martins et al. (2011), além de dois estudos realizados nas proximidades do módulo IV, um no distrito do Lourenço em Calçoene (IEPA, 2012a) e outro na sede do município de Oiapoque (IEPA, 2012b) (ver tabela 1) ambos os estudos foram realizados com o objetivo de investigar os impacto causados sobre a biodiversidade pelas usinas Termelétricas operadas pela Companhia de Eletricidade do Amapá. Também foram compilados dados de dois estudos de impactos ambientais da construção de hidrelétricas sobre a quiropterofauna, sendo um na localidade de Capivara, no rio Araguari (Ecotumucumaque, 2008) e outro próximo a sede do município de Ferreira Gomes no rio Araguari (Ecotumucumaque, 2009) Dados de quiropterofauna dos pontos de amostragens PNMT IV e FNA II do estudo de Martins et al. (2011) e da localidade Capivara, no rio Amapari (Ecotumucumaque, 2008) foram compilados para descrever a fauna de morcegos do Módulo I da Flota do Amapá. Para o módulo II foram utilizados os dados da fauna de morcegos do sitio de coleta RDS III (Martins et al. 2011) estes dados foram utilizados para complementar as informações dos inventários feitos no rio Vila Nova, no município de Mazagão. As informações sobre a quiropterofauna do módulo III coletados no rio

60 Local Amapá Grande foram complementados com os dados do sitio de amostragem Flona I coletados por Martins et al.(20011) e pelos dados da quiropterofauna utilizados para o estudo de impacto ambiental da hidrelétrica de Ferreira Gomes (Ecotumucumauqe, 2009). Para o módulo IV os dados compilados foram os do distrito do Lourenço (IEPA, 2012a), do município do Oiapoque (IEPA, 2012b) e do PNMT III também no Município de Oiapoque (Martins et al. 2011). Os sítios para obtenção dos dados secundários foram escolhidos levando em consideração a proximidade geográfica e pela similaridade da vegetação. Tabela 1. Resumo de dados compilados de estudos sobre a quiropterofauna utilizados como informação secundária. Capivara (Ecotumucumaque, 2008) Módulo I Riqueza Indivíduos Esforço amostral (redes.hora) Latitude Longitude ,0536 1,01222 Flona II (Martins et al.2011) I , ,12781 PNMT-IV(Martins et al. 2011) RDS III (Martins et al. 2011) II Ferreira Gomes (Ecotumucumaque, 2009) I III , , , , , , Flona I (Martins et al.2011) III , ,28967 PNMT-III(Martins et al. IV 2011) , ,22032 Oiapoque (IEPA,2012) Lourenço (IEPA, 2012) IV IV º50'0" 3º50'0" º30'53.1" 2º18'45.3" 4.2. Dados Primários 4.2.1Sitios de Amostragem Os dados primários foram coletados apenas em dois módulos da Floresta Estadual do Amapá (Módulos II e III). No módulo II os dados foram coletados às margens do rio Vila Nova, município de Mazagão, entre os dias 9 e 20 de setembro de A vegetação predominante é marcada por floresta ombrófila densa de terras baixas e submontana, com altitudes variando entre 51 e 221m (Tabela 2) nos

61 pontos amostrados. As áreas amostradas contemplaram apenas a margem direita do rio. No módulo III os dados foram amostrados às margens do rio Amapá Grande, nos municípios de Amapá e Calçoene, entre nos dias 24 de setembro a 02 de outubro de A vegetação predominante e de floresta ombrófila densa de terras baixas entre 47 e 78m de altitude (Tabela 2). As áreas amostradas contemplaram as margens direita e esquerda do rio. Tabela 2. Listagem dos pontos amostrais da expedição FLOTA Amapá, nos municípios de Amapá Grande, Calçoene e Mazagão (Módulos II e III). Ponto Amostral Vila Nova Coordenada UTM (SAD 69, Fuso 22N) Lat Long 00 MD MD MD MD MD MD Altitude(m) Fitofisionomia FOD Submontana FOD Submontana FOD Submontana FOD de Terras Baixas FOD Submontana FOD Submontana Esforço Amostral (horarede) Nº de capturas Amapá Grande 50 ME ME ME MD MD ME MD FOD de Terras Baixas FOD de Terras Baixas FOD de Terras Baixas FOD de Terras Baixas FOD de Terras Baixas FOD de Terras Baixas FOD de Terras Baixas

62 Método de Amostragem Os morcegos foram amostrados, através do uso de redes de neblina (mist nets) armadas no sub-bosque (até 3 metros de altura), ao longo de transectos de 150 metros. Em cada noite de coleta, foram utilizadas 10 redes (12 x 3 m) (Figura 1). As redes foram abertas ao entardecer, revisadas em intervalos de minutos, e fechadas após 6 horas de exposição durante dez dias. Figura 1. Rede de neblina armada no sub-bosque para captura de morcegos. A identificação das espécies foi feita através da utilização de uma chave para morcegos da sub-região da Guiana (Lim & Engstrom, 2001) e das chaves de identificação para morcegos da América do sul presentes em Gardner (2007). Para identificação, foram retiradas medidas biométricas como peso, medida do antebraço, além de checar sexo, idade e estágio reprodutivo. A nomenclatura das espécies seguiu Gardner (2007). Os morcegos capturados depois de identificados foram soltos no mesmo local da captura e até seis indivíduos por espécie foram coletas para material testemunho e foram depositados na coleção científica Fauna do Amapá localizada no Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológicas do Estado do Amapá-IEPA 4.3. Análise dos dados O esforço amostral foi calculado pela multiplicação do número de redes pelo tempo de exposição, sendo que uma rede de 12 x 2,5m, aberta por uma hora, é igual a uma rede. hora. A riqueza foi considerada pelo número de espécies capturadas. Para estimar a riqueza esperada para área, foi utilizado o estimador não paramétrico Chao I (Magurran, 2004). S* = Sobs + (a 2 / 2b);

63 Onde: S* é o número de espécies esperadas; Sobs é o número de espécies observado; a é o número de espécies registradas apenas uma única vez; b é o número de espécies registradas somente duas vezes. Curva de rarefação de espécies foi construída baseada no número de indivíduos e de espécies (Gotelli & Colwell, 2001). A diversidade de espécies foi determinada pelos índices de Shannon (H ) (Magurran, 2004). A homogeneidade ou equitabilidade (J) da comunidade de morcegos foi analisada pelo índice de Pielou (Ludwing & Reynolds, 1988). Os índices de diversidade, equitabilidade foram gerados no software PAST versão 1.81 (Hammer et al., 2008) e as curvas de rarefação e a analise de cluster foram geradas no software BioDiversity Pro (Mcaleece et al. 1997). 5. Resultados 5.1 Riqueza Baseado na compilação de dados secundários e em dois inventários rápidos realizados nos módulos II e III foram registradas 67 espécies de morcegos pertencentes a sete famílias na FLOTA/AP. As famílias registradas foram Emballonuridae (n=7 espécies), Molossidae (n=2 espécies), Mormoopidae (n= 1 espécie), Noctilionidae (1=espécie), Phyllostomidae (n=54 espécies), Vespertilionidae (n=2 espécies) e Thyropteridae (n=1 espécie) (ver Tabela 3). A família Noctilionidae teve registro apenas no módulo III, enquanto que as demais famílias tiveram registros em todos os módulos com exceção de Thyropteridae que foi registrada apenas nos módulos I e II. O número de espécies entre os módulos variou de 34 a 51, sendo que o módulo III foi o que apresentou maior riqueza com 51 espécies. Esse módulo também teve o maior número de espécies exclusivas (13 espécies) com destaque para espécies raras como Centronycteris maximilliani, Saccopteryx canescens, Mimon bennettii e Vampyressa thyone ( ver tabela 3).

64 Tabela 3. Lista de quirópteros que podem ser registrados nos módulos da Floresta Estadual do Amapá-FLOTA. (M-I=Módulo I; M-II= Módulo II, M-III=Módulo III; M-IV= módulo IV).(LC=Pouco Preocupante, DD= Dados deficientes; NE=Não avaliada, NT=Quase ameaçada. Espécie/ Família M-I M-II M-III M-IV IUCN (2012) Emballunoridae Centronycteris maximilliani 1 LC Cormura brevirostris 2 LC Saccopteryx canescens 1 LC Peropteryx macrotis 2 LC Saccopteryx bilineata 1 1 LC Saccopteryx leptura 1 1 LC Rhinchonycteris naso LC Molossidae Molossus molossus LC Nyctinomops laticaudatus 6 LC Mormoopidae Pteronotus parnellii LC Noctilionidae Noctilio albiventris 3 LC Phyllostomidae Ametrida centurio 1 1 LC Anoura caudifera 1 LC Anoura geoffroyi 3 1 LC Artibeus cinereus LC Artibeus concolor LC Artibeus glaucus 2 LC Artibeus gnomus LC Artibeus lituratus LC Artibeus obscurus LC Artibeus planirostris LC Carollia cf. castanea 5 LC Carollia brevicauda LC Carollia perspicillata LC Chiroderma trinitatum LC Chiroderma villosum 4 1 LC Choeroniscus minor 1 LC Chrotopterus auritus LC Desmodus rotundus LC Glossophaga soricina LC Glyphonycteris sylvestris 1 1 LC Lionycteris spurelli LC Lonchophylla thomasi LC Lonchorhina inusitata 1 DD Lophostoma brasiliense 1 1 LC Lophostoma silvicolum LC

65 Micronycteris hirsuta 1 LC Mesophylla macconnelli 2 LC Micronycteris megalotis 1 LC Micronycteris microtis 1 3 LC Micronycteris minuta 1 LC Micronycteris schmidtorum 1 1 LC Mimon bennettii 2 LC Mimon crenulatum LC Phylloderma stenops LC Phyllostomus discolor LC Phyllostomus elongatus LC Phyllostomus hastatus 8 2 LC Plathyrrhinus brachycephalus LC Platyrrhinus incarum 7 NE Rhinophylla fischerae 1 LC Rhinophylla pumilio LC Sturnira lilium LC Sturnira tildae LC Tonatia saurophila LC Trachops cirrhosus LC Trinycteris nicefori 6 1 LC Uroderma bilobatum LC Uroderma magnirostrum 5 LC Vampyressa bidens 2 LC Vampyressa thyone 1 LC Vampyressa brocki 1 LC Vampyrodes caraccioli 4 1 LC Vampyrum spectrum NT Thyropteridae Thyroptera tricolor 1 1 LC Vespertilionidae Myotis albescens LC Myotis riparius 1 LC A estimativa de riqueza pelo índice de Chao I para a Floresta Estadual do Amapá foi de 74 espécies ( ver tabela 4). Desta forma o esforço amostral empregado levando em consideração tanto dados secundários e primários registrou 67 espécies, o que corresponde a 90,5% da riqueza esperada para a área. Para o módulo IV foi estimado pelo índice de Chao I uma riqueza de 64 espécies e pelo esforço empregado foi registrado 35 espécies o que corresponde a 54 % da riqueza esperada (Ver tabela 4). Para os demais módulos o esforço empregado conseguiu registrar mais de 70 % da riqueza esperada. As curvas de rarefação ainda não apresentam um comportamento assintótico (Figura 2)., indicando que mais espécies

66 poderão ser acrescidas a esta lista com aumento do esforço amostral ou com a utilização de outras métodos de coleta além das redes de neblina. 50 Nº de Espécies Nº de Indíviduos Módulo I Módulo II Módulo III Módulo IV Figura 2. Curvas de rarefação para a riqueza de morcegos dos quatro módulos da FLONA-AP, Brasil. 5.2 Diversidade e similaridade entre os módulos A diversidade de espécies foi medida pelos índices de Shannon (H) e a eqüitabilidade pelo índice de Pielou (J). O módulo II foi onde se obteve o maior índice H =3,1 e J=0,87 enquanto que os módulos I e IV tiverem os menores índices, sendo respectivamente H =2,5 e J=0,68; H =2,5 e J=0,69 ( Ver tabela 4). Os valores J=0,68 e J=0,69 nos módulos I e IV indica que poucas espécies têm abundância elevada nas assembleias de morcegos desses módulos (Ver tabela 4). Tabela 4. Dados amostrais e parâmetros de biodiversidade para os quatro módulos da Floresta Estadual do Amapá Nº de espécies Nº de indivíduos Shannon_H Equitability_J Esforço Chao I Módulo I ,5 0, Módulo II ,1 0, Módulo III ,9 0, Módulo IV ,5 0, Flota-Total ,0 0, Segundo a análise de agrupamento (Figura 3) baseada na abundância de espécies e utilizando o índice de Bray-curtis, indica que o módulo II é o que apresenta menor

67 similaridade entre as demais, provavelmente por se tratar da de um módulo com pouco grau de antropização. É possível visualizar também que os módulos III e IV são os mais similares entre si, talvez pela proximidade geográfica (Figura 3). Figura 3. Dendograma de similaridade entre os módulos da FLOTA-AP (Método Paired Group), Índice de Bray-curtis X 100). 5.3 Abundância e estrutura trófica O padrão de abundância das espécies variou entre os módulos. No Módulo I, A. planirostris, com 177 capturas (36%), seguido de C. perspicillata com 95 capturas (17%) e Lonchophylla thomasi com 56 capturas (10%) foram as três espécies dominaram a assembleia de morcegos local. O módulo II apresentou uma assembleia de morcegos melhor estruturada, tendo em vista que seis espécies mais abundantes (R. pumilio, M. molossus, C. perspicilatta, L. thomasi, P. elongatus e A. obscurus) apresentaram um padrão de abundância semelhante ( ver figura 4). Os módulos III e IV, assim como o módulo I tiveram poucas espécies de morcegos que foram dominantes.

68 A. lituratus Módulo I M. crenulatum M. molossus T. cirrhosus P. elongatus L. silvicolum P. parnellii A. obscurus L. thomasi C. perspicillata A. planirostris P. elongatus L. silvicolum A. lituratus M. molossus L. thomasi P. parnellii A. obscurus C. perspicillata R. pumilio C. brevicauda A. planirostris Módulo III Número de indíviduos 77 L. silvicolum A. planirostris P. hastatus C. brevicauda P. parnellii A. obscurus P. elongatus L. thomasi C. perspicillata M. molossus R. pumilio R. naso P. parnellii S. tildae G. soricina A. cinereus A. obscurus L. thomasi A. planirostris R. pumilio C. brevicauda C. perspicillata Módulo II Módulo IV Número de indíviduos Figura 4. Rank de abundância das 11 espécies com maior número de ocorrência nos quatro módulos da Floresta Estadual do Amapá.

69 A estrutura trófica da assembleia de morcegos da FLOTA foi composta de frugívoros, insetívoros, nectarívoros, onívoros, carnívoros, piscívoros e hematófagos. Morcegos frugívoros tiveram uma representatividade maior em todos os módulos, sendo que ó modulo IV foi que apresentou maior percentual com 81% dos morcegos capturados e o módulo II foi onde houve menor percentual com 45% de frugívoros(figura 5). Entretanto, nos módulos I, II e III, observamos uma melhor representatividade das guildas, com onívoros, insetívoros e nectarívoros, provavelmente devido a maior oferta de habitats e alimentos e melhor conservação dos habitats (Figura 5). Módulo I 3% Módulo II 3% 1% 10% 9% 12% 66% 21% 11% 45% 19% Módulo III 1% 6% 1% 1% 9% Módulo IV 7% 2% 5% 5% 13% 69% 81% Figura 5. Representatividade das guildas alimentares da quireptorofauna módulos da floresta estadual do Amapá-Flota. nos

70 6. DISCUSSÃO O estudo mostrou que a Floresta estadual do Amapá possui uma assembleia de morcegos rica e diversificada com 67 espécies de seis famílias. Isso indica que FLOTA/AP comporta uma alta diversidade de morcegos se comparado a outros estudos realizados na Amazônia, como os de Sampaio et al. (2003), Bernard e Fenton (2003), Fonseca (2006) Presley et al. (2008) e Castro (2009). As 67 espécies de morcegos da FLOTA/AP, representam 64% das encontradas no estado do Amapá, indicando a importância desta Unidade de conservação para a fauna de morcegos local. O módulo III merece destaque, pois foi o que apresentou um maior número de espécies (51 espécies) e também onde ocorrem mais espécies exclusivas (13 espécies) incluindo raras como Centronycteris mamximilliani e Mimon bennettii, além do morcego piscívoro Noctilio albiventris. Esta é uma região de alta biodiversidade onde na sua área de influência estão sendo implementados grandes empreendimentos como as usinas Hidrelétricas de Ferreira Gomes e Caldeirão no rio Araguari, que podem impactar severamente a fauna de morcegos presente nesta região da FLOTA/AP. Mesmo apresentando uma riqueza elevada de espécies de morcegos as curva de rarefação, sugerem que os esforços tanto dos dados primários e secundários não foram suficientes para a realização de um inventário completo das espécies existentes na FLOTA/AP. De acordo com Colwell & Coddington (1994), quando a curva é caracterizada por uma reta ascendente, tendendo para um número infinito de espécies, indica que as condições ideais de esforço amostral ainda não foram obtidas. A curva ideal deverá ter uma distribuição assintótica, predizendo que, em uma determinada condição (ex. tempo de coleta), o esforço amostral para coletar n espécies foi obtido. Desse modo, a tendência ascendente verificada nas curvas da riqueza observada nos módulos (Figura 2) indica a necessidade de um maior esforço amostral e da utilização de mais métodos como a busca ativa e detectores de ultrassom de morcegos para a obtenção de um inventário mais completo, capaz de fornecer o valor mais próximo possível do número real de espécies existentes nos módulos da FLOTA. Portanto, há a necessidade da realização de novos estudos na área, no sentido de dar continuidade a este trabalho para alcançar um número de espécies mais próximo da real diversidade da quiropterofauna da FLOTA/AP.

71 O valor de diversidade encontrado na área do entorno do empreendimento pode considerado alto, pois de acordo com Pedro e Taddei (1997) a diversidade de quirópteros para região Neotropical é cerca de H =2,0. A equitabilidade (J) em torno de 0,68 e 0,69 nos módulos I e IV indica que as espécies não estão distribuídas de forma equitativa quanto às abundâncias e que uma ou duas espécies estão dominando a assembleia local de morcegos, no caso do módulo I essas espécies são Artibeus planirostris e Carollia perspicillata, no módulo IV as espécies são do gênero Carollia que juntas representam mais da metade das capturas. Essas espécies geralmente ocorrem em maior abundância em áreas com inicio de sucessão vegetal. O módulo II e III foram os que apresentaram os maiores índices de diversidade e de equitabilidade (Tabela 4) indicando que as espécies estão distribuídas de forma equitativa. Dependendo da guilda alimentar certas espécies de morcegos podem apresentar preferência por determinado tipo de ambiente. Em um estudo no México Medellín e colaboradores (2000) avaliaram as assembleias de morcegos de quatro tipos de ambiente classificados de acordo com o grau de antropização, como plantação de milho, campo de cultivo abandonado, plantação de cacau e floresta primária. Os autores verificaram que nos ambientes mais alterados (plantação de milho e campo abandonado) as espécies de morcegos frugívoros Sturnira lilium e C. perspicillata dominaram a assembleia local, enquanto e as espécies raras, como os morcegos da subfamília phyllostominae, estiveram mais presentes nos ambiente menos alterados como a floresta primária. Esse fato pode estar relacionado à preferência alimentar, pois alguns morcegos especializam-se em determinados frutos que são comuns em áreas que sofreram modificação, como por exemplo, S. lilium, especializado em plantas do gênero Solanum; C. perspicillata, nas do gênero Piper e Artibeus, em Ficus (CLOUTIER e THOMAS, 1992, THIES e KALKO; 2004; MELLO et al., 2008). Além disso, para algumas espécies de morcegos também podem ser importantes a disponibilidade de abrigos ou a presença de outros recursos alimentares, como insetos e pequenos vertebrados que têm maior oferta em ambientes florestados com baixo grau de alteração, como os da subfamília Phyllostominae, que é composta basicamente por carnívoros, insetívoros ou onívoros presentes preferencialmente nestes locais. Esse fato faz com que os morcegos provavelmente possam servir como indicadores da qualidade do ambiente (MEDELLÍN et al., 2000).

72 Na FLOTA/AP os morcegos frugívoros foram os mais abundantes em todos os módulos, com exceção do módulo II em que um morcego insetívoro Molossus molossus foi a segunda espécie mais abundante. No módulo IV os morcegos do gênero Carollia (C.perspicillata e C. brevicauda) e Rhinophylla pumilio foram as espécies mais abundantes. Este resultado era esperado, pois a dieta destes animais é composta basicamente de espécies vegetais pioneiras de sub-bosque(vismia (Clusiaceae), Piper (Piperaceae), Solanum (Solanaceae), Miconia (Melastomataceae) e Cecropia (Cecropiaceae)), abundantes em ambientes abertos e com algum nível de alteração, como os amostrados no distrito do Lourenço(Módulo IV) e próximo da sede do município de Oiapoque. Estas espécies são resilientes e toleram altos níveis de distúrbio ambiental, portanto, constituem importantes elementos da biodiversidade envolvidos com processos de polinização e disseminação de sementes, contribuindo assim para a sucessão secundária (CHARLES-DOMINIQUE, 1991; THIES & KALKO, 2004; MUSCARELLA e FLEMING, 2007). Seis espécies de morcegos nectarívoros foram registrados na FLOTA-AP(Anoura geoffroyi, Anoura caudifera, Choeroniscus minor, Glossophaga soricina, Lionycteris spurelli, Lonchophylla thomasi), sendo que os módulos II e III apresentaram o maior número de espécies e também maior abundância (Figura 5). Estima-se que morcegos nectarívoros participem da polinização de pelo menos 500 espécies de plantas neotropicais, de 96 diferentes gêneros (VOGEL 1969), algumas das quais provavelmente totalmente dependentes deles para sua reprodução (TSCHAPKA et al. 1999; MUCHHALA 2006). Algumas espécies deste grupo são mais susceptíveis à extinção do que qualquer outro grupo de morcegos neotropicais, apresentando baixos níveis populacionais, e maior susceptibilidade à destruição de habitat (ARITA & SANTOS-DELPRADO 1999). L. thomasi, é um nectarívoro que pode se encaixar nesta situação, pois é exclusivo do bioma amazônico, preferindo florestas tropicais multiestratificadas e áreas úmidas (Handley Jr 1976; Simmons e Voss 1998). Na área de estudo as espécies de morcegos da subfamília phyllostominae (carnívoros e onívoros), indicadores da boa qualidade foram capturados em menor número, talvez isto se deva mais ao fato de estes animais terem preferência por ambientes florestados com maior quantidade de recursos, como abrigos, proteção contra predadores e recursos alimentares (Medellín et al., 2000). Lophostoma silvicolum, Trachops cirrhosus, Vampyrum spectrum, Micronycteris megalotis, Mimon

73 crenulatum, Mimon bennettii e Lonchorhina inusitata são exemplo de espécies desta subfamília encontradas na FLOTA/AP. Um registro importante que deve ser destacado é do maior morcego das Américas, Vampyrum spectrum, com registro para os módulos II, III e IV. Vampyrum spectrum é uma espécie rara em inventários e pode chegar a um metro de envergadura e pesar 190 g (Emmons e Feer, 1990) é classificada como Quase ameaçada pela IUCN (2012). É um morcego carnívoro e se alimenta de aves, roedores e outros morcegos (Gardner, 1977), formam colônias que se abrigam em árvores ocas, geralmente as colônias e composta por um casal e de um a três jovens. Essa espécie ocorre em florestas tropicais e suas populações vêm decrescendo devido à perda do habitat, como consequência de ações antrópicas, como o desmatamento para dar lugar a pastagens e roças, além das queimadas e da exploração madeireira, que são as maiores ameaças a essa espécie de morcego, que deve ter uma população muito reduzida. O morcego hematófago Desmodus rotundus merece destaque por sua importância epidemiológica, pois é o principal transmissor da raiva silvestre para herbívoros Esta espécie alimenta-se exclusivamente de sangue de vertebrados homeotérmicos e pode alcançar níveis elevados de abundância em áreas com disponibilidade de alimento e abrigos, por exemplo, a criação de suínos e bovinos (Reis et al. 2007). D. rotundus foi registrado em todos os módulos da FLOTA/AP o baixo número de captura pode ser considerado como um indicador da qualidade ambiental dos locais de estudo (TAVARES et al.2008). Os morcegos insetívoros encontrados na FL:OTA/AP são pertencentes as famílias Moormopidae Molossidae, Emballonuridae, Thyropteridae e Vespertilionidae. Morcegos das famílias Molossidae e Vespertilionidae possuem o hábito de forragear alto e em lugares abertos, e provavelmente esse seja o motivo para o registro de poucas espécies na FLOTA/AP. Molossus molossus que pertence a família molosssidae e que foi registrado em todos os módulos da Flota, essa especies constuma utilizar como abrigo construções humanas, como telhado e forro de casas o que as vezes torna uma presença indesejável. Morcegos da família Mormoopidae, como Pteronotus parnellii são encontrados em uma variedade de ambientes que inclui florestas tropicais úmidas, florestas áridas e floresta inundáveis. No Amapá, Pteronotus parnellii é encontrado especialmente em floresta de terra firme primária e em floresta de galeria próxima de savanas. Utilizam

74 abrigos com alta umidade, como cavernas, ocos de árvores e minas abandonadas; em associação com outras espécies de morcegos. Morcegos desta espécie ocorrem em todos os módulos da FLOTA. Os morcegos insetívoros da família Emballunoridade, como S. leptura têm preferência por determinados tipos de abrigos iluminados, como troncos e galhos de árvores, e rochas próximas a corpos de água (Emmons e Feer, 1997; Kunz e Lumsdem, 2003) Assim sendo, áreas as margens e rios como as que serão inundadas pelas hidrelétricas no rio Araguari, no modulo III merecem atenção, pois qualquer alteração como inundação, derrubadas ou queimadas nessas áreas compromete a sobrevivência desta espécie no local. Em relação em espécies ameaçadas de extinção nenhuma foi classificada como ameaçada pela lista do Ministério do Meio Ambiente, mas pela IUCN Vampyrum spectrum foi classificada como Quase ameaçada. As demais espécies amostradas estão classificadas como Pouco preocupante pela classificação da IUCN 2012 (ver Tabela 2). 7. CONCLUSÕES A Floresta Estadual do Amapá-FLOTA/AP abriga uma fauna de morcegos rica e diversificada composta de 67 espécies o que corresponde a 80 % do total de espécies registradas para o estado do Amapá. De maneira geral a Floresta Estadual apresenta um bom estado de conservação, pois apresenta representantes de guildas alimentares, incluindo os carnívoros e onívoros da subfamília phyllostominae que são indicadoras de um ambiente bem conservado. Nenhuma espécie de morcegos da FLOTA/AP consta na lista de espécies ameaçadas de extinção da IUCN nem do Ministério do Meio Ambiente. Apenas Vampyrum espectrum o maior morcego das Américas, consta na lista da IUCN como Quase Ameaçada. O módulo III merece atenção, pois foi o que apresentou maior riqueza de especeis e o maior número de espécies exclusivas como Mimon bennettii, e Centronycteris

75 maximilliani. Neste módulo há grandes empreendimentos no seu entorno como as usinas hidrelétricas em construção no rio Araguari que poderão afetar direta e indiretamente a fauna de morcegos da FLOTA. 8. RECOMENDAÇÕES Algumas atividades como a exploração madeireira que ocorrerá na FLOTA/AP, é uma das principais causas da perda da biodiversidade nas florestas tropicais (LAURANCE, 2007) devido a impactos como a alteração na estrutura da floresta, a perturbação, o desalojamento de animais dos seus habitats, a abertura de clareiras, a perda de fonte de alimento entre outros efeitos negativos (LAGAN et al., 2007). Portanto, a fauna de morcegos poderá ser uma das mais afetadas negativamente pela exploração madeireira, sendo assim é recomendado que o órgão gestor da FLOTA/AP, exija a inclusão de projetos que visem o monitoramento antes, durante e no mínimo até dois anos após a exploração para investigar flutuações nas populações de morcegos e possíveis perdas de espécies, focando principalmente na subfamília phyllostominae. É recomendado que a unidade gestora implemente uma base fixa de pesquisa na FLOTA/AP com o intuito de dar apoio logístico e incentivar pesquisas sobre a biodiversidade em parceria com Universidades e Institutos de pesquisas com o intuito de uma melhor compreensão e utilização mesma de maneira sustentável. Com morcegos esse estudos podem incluir a dispersão de sementes, polinização, aspectos biogeográficos, espécies de interesse epidemiológico. Recomenda-se dar atenção especial ao módulo III quanto às fiscalizações, devido ser um módulo com uma alta diversidade de morcegos, que inclui espécies raras, como Centonycteris maximiliani, Mimon benneti e Vampyrum spectrum o maior morcegos das Américas que esta classificado como Quase ameaçada de extinção extinção pela IUCN. Este módulo faz limite com grandes empreendimentos como as usinas hidrelétricas que estão em construção no rio Araguari. Recomenda-se seja apoiada ação de educação ambiental em escolas de educação básica, com o objetivo de desmitificar esses animais, tendo em vista que são mal

76 vistos pela sociedade, principalmente pelo hábito noturno e pela fama de chupador de sangue, no entanto são importantes ecologicamente como dispersores de sementes e polinizadores. REFERÊNCIAS ARITA, H. T. & SANTOS-DELPRADO, K Conservation biology of nectar-feeding bats in Mexico. Journal of mammalogy 80: BERNARD, E.; FENTON, M. B Bat mobility and roosts in a fragmented landscape in central Amazonia, Brazil. Biotropica 35(2): BERNARD, E.; TAVARES, V.C.; SAMAPAIO, E Compilação atualizada das espécies de morcegos (Chiroptera) para a Amazônia Brasileira. Biota Neotropica. 2011, 11(1): 1-11 CASTRO, I. J Assembleia de morcegos (Mammalia: chiroptera) da Área de Proteção Ambiental do Rio Curiaú, Amapá. Dissertação de Mestrado: Universidade Federal do Amapá, Macapá. 78 p. CASTRO, I. J; SANTOS, E. R.; MARTINS, A. C. M; DIAS, D. PERACCHI, A. L First record of the pale-winged dog-like bat Peropteryx pallidoptera (Chiroptera: Emballonuridae) for Brazil, Mammalia, v.76, n.4, p CHARLES-DOMINIQUE, P Feeding strategy and activity budget of the frugivorous bat Carollia perspicillata (Chiroptera: Phyllostomidae) in French Guyana- J. Trop. Ecol. 7 : CLOUTIER, D.; THOMAS, D. W Carollia perspicillata. Mammalia Species, v. 417, p COLWELL, R.K & CODDINGTON, J.A Estimating terrestrial biodiversity through extrapolation.philosophical transaction of Rayol Societ of London (345): ECOTUMUCUMAQUE Estudo de Impacto Ambiental da Pequena Central Hidreletrica Capivara, Município Serra do Navio-AP. Diagnóstico do Meio Biótico. Macapá: relatório técnico, 564 p. ECOTUMUCUMAQUE Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidroelétrico Ferreira Gomes. Volume 3 -Diagnóstico do Meio Biótico. Macapá: relatório técnico não publicado, 415 p. EMMONS, L.H Neotropical Rainforest mammals: a Field Guide. The University of Chicago Press, 281 p. EMMONS, L. H. e FEER, F Neotropical rainforest mammals: a field guide. 2ª ed. The University of Chicago Press. Chicago.307p.

77 FONSECA. R. T. D Diversidade da Quiropterofauna (Mammalia) no Parque Ecológico de Guma, Santa Bárbara do Pará. Dissertação (Mestrado em Zoologia). Museu Paraense Emilio Goeldi; Universidade Federal do Para, Belém, 106p GARCIA, Q.S. REZENDE, J.L.P & AGUIAR, L.M.S Seed dispersal by bats in a disturbed area of southeastern, Brazil. Rev. Biol. Trop. 48(1): GARDNER, A. L. (ed.) Mammals of South America, Vol. I. Marsupials, Xenarthrans, Shrews,and Bats. University of Chicago Press, Chicago and London. 669 p. GOTELLI, N. J. & COLWELL, R. K Quantifying biodiversity: procedures and pitfall in the measurement and comparison of species richness. Ecology Letters 4: HAMMER, O.; HARPER, D. A. T; RYAN, P. H. PAST - PAlaeontological STatistics, ver April 25, Disponível em HANDLEY, C. O. JR Mammals of the Smithsonian Venezuelan Project. Brigham Young Univ. Sci. Bull., Biol. Ser. 20:1-89. IEPA(Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá) b. Relatório Ambiental Simplificado da área de influência da Usina Termelétrica do o município de Oiapoque AP. IEPA(Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá) a. Relatório Ambiental Simplificado da área de influência da Usina Termelétrica do distrito do Lourenço, no município de Calçoene AP. IUCN IUCN Red List of Threatened Species. Version < Downloaded on 28 Dec JONES, G.; D.S., J.; KUNZ, T. H.; WILLIG, M. R. & RACEY, P. A Carpe noctem: the importance of bats as bioindicators. Endangered Species Research 8( 1-2): KUNZ, T. H.; DE TORREZ, E. B.; BAUER, D.; LOBOVA, T. & FLEMING, T. H Ecosystem services provided by bats. In: Ostfeld, R. S. e Schlesinger, W. H. (Ed.). Year in Ecology and Conservation Biology 1223: (Annals of the New York Academy of Sciences) KUNZ, T.; LUMSDEM, L Ecology of cavity and foliage roosting bats.in Bat Ecology. The University of Chicago Press, Chicago. 779 p. LAGAN, P.; MANNAN, S. & MATSUBAYASHI, H Sustainable use of tropical forests by reduced-impact logging in Deramakot Forest Reserve, Sabah, Malaysia. Ecological Research 22: LAURANCE, W. F Forest destruction in tropical Asia. Current Science 93(11):

78 LIM, B.K. & M.D. ENGSTROM Species diversity of bats (Mammalia: Chiroptera) in Iwokrama Forest, Guyana, and the Guianan subregion: implications for conservation. Biodiversity and Conservation 10: LUDWING, J. A. & REYNOLDS, J. F Statistical ecology: a primer on methods and computing. New York, Wiley. 325pp. MAGURRAN, A.E Measuring biological diversity. Oxford, Blackwell Science. 256pp. MARTINS, A.C.M.; E. BERNARD & R. GREGORIN Rapid biological surveys of bats (Mammalia, Chiroptera) in three conservation units in Amapá, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 23 (4): MARTINS, A.C.M., BERNARD, E., GREGORIN, R. & SILVA, W.A.S Filling data gaps on the diversity and distribution of Amazonian bats (Chiroptera): The case of Amapá, easternmost Brazil. Zoologia. 28: MCALEECE, N Software BioDiversity professional beta. The Natural History Museum and the Scottish Association for Marine Science. User s Guide and application published at: MEDELLÍN, R. A.; EQUIHUA, M; AMIN, M. A. 200.Bat Diversity and Abundance as Indicators of Disturbance in Neotropics Rainforest. Conservation Biology, v.14, n.6, p MELLO, M. A. R.; KALKO, E. K. V.; SILVA, W. R Movements of the bat Sturnira lilium and its role as a seed disperser of Salonaceae in the Brazilian Atlantic forest. Journal of Tropical Ecology, v. 24, p , MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE) (Brasil) Instrução normativa Nº 3, de 27 de maio de Diário Oficial da União - Seção 1 101: MUCHHALA, N Nectar bat stows huge tongue in rib cage. Nature 444: MUSCARELLA, R.; FLEMING, T. H The Role of Frugivorous Bats in Tropical Forest Succession. Biol. Rev. 82, p PAGLIA, A.P., FONSECA, G.A.B., RYLANDS, A.B., HERRMANN, G., AGUIAR, L.M.S., CHIARELLO, A.G., LEITE, Y.L.R., COSTA, L.P., SICILIANO, S., KIERULFF, C.M., MENDES, S.L., TAVARES, V., MITTERMEIER, R.A. & PATTON, J.L Anoted List of Brazilian Mammals. 2nd version revised. Occasional Papers in Conservation Biology, The University of Chicago Press, Chicago. PEDRO, W.; TADDEI, V Taxonomic assemblage of bats from Panga Reserve, southeastern Brazil: abundance patterns and trophic relations in the Phyllostomidae (Chiroptera). Bol Mus Biol Mello Leitão, v.6, n.3, p. 21. PRESLEY, S.J.; WILLIG, M.R.; WUNDERLE JR, J.M.; SALDANHA, L.N Effects of reduced-impact loging and forest physiognomy on bat populations of lowland Amazonian forest. Journal of Applied Ecology, 45:

79 REIS, N.R.; PERACCHI, A.L.; PEDRO, W.A.; LIMA, I.P Morcegos do Brasil. 1. ed. Londrina: EDUEL. 253 pp. REIS, N.R., FREGONEZI, M.N., PERACCHI, A.L. & SHIBATTA, O.A Morcegos do Brasil: Guia de campo. Technical Books, Rio de Janeiro. SAMPAIO, E.; KALKO, E.K.V.; BERNARD, E.; HERRERA, B.R.; HANDLEY, C.O A biodiversity assessment of bats (Chiroptera) in a tropical lowland rainforest of Central Amazonia, including methodological and conservation considerations. Studies on Neotropical Fauna and Environment, 38: SILVA, C.R., A.C.M. MARTINS, I.J. CASTRO AND E.M. CARDOSO Guia de mamíferos do Estado do Amapá. 1. Edição. IEPA, Macapá, Brazil. pp. 301 SILVA, C.R., MARTINS, A.C.M., CASTRO, I.J., BERNARD, E., CARDOSO, E. M., LIMA, D. S., GREGORIN, R., ROSSI, R. V,PERCEQUILLO, A. R. AND CASTRO, K.C Mammals of Amapá State, Eastern Brazilian Amazonia: a revised taxonomic list with comments on species distributions. DOI /mammalia Mammalia SIMMONS, N.B Order Chiroptera. In: Wilson, D.E., Reeder, D.M. (Eds.), Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference, third ed., vol. 1. The Johns Hopkins University Press, Baltimore, USA, p TAVARES, V. C., R. GREGORIN, AND A. L. PERACCHI A Diversidade de Morcegos no Brasil: Lista Atualizada com Comentários sobre Distribuição e Taxonomia. In: PACHECO, S. M., MARQUES, R. V. e ESBÉRARD, C. E. L., eds. Morcegos No Brasil: Biologia, Sistemática, Ecologia e Conservação. 1ª. Ed. Porto Alegre: Editora Armazém Digital, Brazil. p THIES, W.; KALKO, E. K. V Phenology of Neotropical Piper plants (Piperaceae) and their association with their main dispersers, two short-tailed fruit bats, Carollia perspicillata and C. castanea (Phyllostomidae). Oikos, v.104, p TSCHAPKA, M., O. VON HELVERSEN; BARTHLOTT W Bat pollination of Weberocereus tunilla, an epiphytic rain forest cactus with functional flagelliflory. Plant Biol. 1: VOGEL, S Chiropterophilie in der neotropischen Flora. Neue Mitteilungen II Flora, Abteilung B, Jena, 158:

80 C - RELATÓRIO ICTIOFAUNA - MÓDULOS FLOTA/AP

81 -RELATÓRIO- ICTIOFAUNA MÓDULOS FLOTA/AP Fábio José Souza Costa - IEPA Cecile de Souza Gama IEPA Macapá/AP Setembro/2013

82 -RELATÓRIO- ICTIOFAUNA MÓDULOS FLOTA/AP Fábio José Souza Costa - IEPA Cecile de Souza Gama IEPA Relatório apresentado Instituto de Florestas do Amapá- IEF, como parte dos resultados as expedições realizadas de setembro a outubro de Grupo Ictiofauna: Dra. Cecile de Souza Gama IEPA Msc. Fábio José Souza Costa - IEPA Coordenador do Plano de Manejo: Marcos Renato Dantas de Almeida Macapá/AP Setembro/2013

83 RESUMO Poucos inventários biológicos foram realizados em Unidades de Conservação no Estado do Amapá, o que compromete diretamente o real conhecimento da diversidade biológica nestas unidades. Inventários são pré-requisito essencial para a elaboração de planos de manejo. Dentro da perspectiva, o objetivo deste trabalho foi listar os peixes residentes nos 4 módulos da Floresta Estadual do Amapá, para isso, foram compilados dados primários e secundários para se obter informações sobre a ictiofauna da Floresta Estadual do Amapá. Dados primários, foram realizadas duas expedições de coleta na Floresta Estadual do Amapá (Módulos II e III), cada uma teve a duração de 12 dias nos meses de setembro e outubro de Como dados secundários foram consultados relatórios técnicos e publicações científicas. Neste relatório são apresentados resultados de duas expedições realizadas no ano de 2012 na Floresta Nacional do Amapá FLOTA, assim como propor uma lista de espécies de peixes baseada em dados primários e secundários para os módulos da Unidade de conservação em estudo. Compilando as informações para os 4 módulos, foram registradas no total 317 espécies de peixes, divididas 45 famílias e 15 ordens. Alguns exemplares registrados apenas em gêneros (sp), é provável que ocorram espécies ainda não classificadas definitivamente em sua taxonomia, e exista uma grande proporção de espécies endêmicas. Palavras-chaves: Ictiofauna, Inventários, Amapá.

84 1 INTRODUÇÃO 1.1 Diversidade de Peixes e importância Os peixes representam o grupo mais numeroso entre os vertebrados, com aproximadamente espécies descritas (Pough et al., 2008). Destas, 41% habitam exclusivamente ambientes de água doce (Nelson, 2006). Com m número estimado de espécies de peixes estritamente dulcícolas (Lévêque et al., 2008). Segundo dados e estimativas recentes, existem espécies de peixes de água doce descritas para a região Neotropical e cerca de ainda sem denominação formal, totalizando (Reis et al., 2003), sendo a maioria em território brasileiro (2.587 espécies) (Buckup et al., 2007). A riqueza da ictiofauna amazônica abriga espécies de pelo menos 15 ordens de peixes. Dentre essas ordens destacam-se os Characiformes, Siluriformes e Perciformes como os grupos mais abundantes da região (Almeida-Val, 1995). Reis et al. (2003) revelam que pelo menos espécies são conhecidas para a Amazônia, e, recentemente Albert e Reis (2011) apontam cerca de espécies de peixes em 499 gêneros atualmente conhecidos de dentro dos km 2 da Bacia Amazônica. Para o Escudo das Guianas são estimadas cerca de 2200 espécies de peixes, sendo que cerca de 700 são endêmicas a esta região (Hubber e Foster 2003). O Amapá é um dos estados que contribuem para a riqueza de espécies de peixes na Bacia Amazônica e no Escudo das Guianas (Gama, 2008). Além de sua extensa bacia hidrográfica, de seus km de fronteiras pelo menos 598 km fazem limite com o Oceano Atlântico, acrescentando ainda a ictiofauna marinha à sua diversidade total (Gama, 2004). Porém, é possível afirmar que o conhecimento sobre a fauna de peixes do Estado do Amapá é deficitário, pois quase inexistem estudos realizados visando obter e sistematizar informações sobre sua ictiofauna, especialmente de águas interiores (Gama, 2006a) e principalmente de suas unidades de conservação. A grande diversificação dos peixes amazônicos pode ser explicada por algumas características da bacia, como o tamanho e a grande diversidade de microhabitats disponíveis, e também por fatores históricos, como mudanças de curso de

85 rios ao longo do tempo geológico e captura para outras bacias de drenagem (Géry, 1984). O Estado do Amapá é cercado de água por praticamente todos os lados, o rio Jari na face sudoeste, o rio Amazonas na sudeste, o Oceano Atlântico na Nordeste e o rio Oiapoque na Noroeste, tendo ao centro a bacia do Araguarí, e é certamente o peixe que garante a subsistência de grande parte da população deste Estado, ainda carente na área de agricultura (Gama, 2004). A importância do peixe em si como fonte de alimento é indiscutível. Quanto ao valor nutricional, o peixe é rico em proteínas, contém aminoácidos considerados essenciais e é também altamente digerível, sendo uma das mais nobres fontes de proteína animal (Isaac, 1998). Esta importância torna-se ainda maior quando associada à Amazônia, que possui um dos maiores consumos per capta de peixe do mundo (Cerdeira et al., 1997). 1.2 Ictiofauna do Amapá: Inventários Rápidos Os inventários rápidos podem contribuir para o conhecimento prévio de uma área e condensar um máximo de esforço de coleta em única campanha (Lourenço, 2010). Poucos inventários biológicos foram realizados em unidades de conservação no Estado do Amapá, o que compromete diretamente o real conhecimento da diversidade biológica nestas unidades é pré-requisito essencial para a elaboração de planos de manejo (IBAMA, 2003). As principais contribuições para inventários biológicos de fauna no estado do foram realizadas pelos esforços do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA), a ONG Conservação Internacional (CI Brasil), o IBAMA Amapá e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amapá (SEMA), através de um programa para inventariar e mapear a ocorrência de espécies de grupos ecológicos representativos no Amapá, e em especial dentro de três das principais unidades de conservação do Estado, o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), a Floresta Nacional do Amapá (FLONA), e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru (RDSI) (Martins et al., 2006). O programa executou inventários rápidos da flora superior e da fauna dentro e no entorno das unidades de conservação citadas, gerando conhecimento científico sobre a biodiversidade do

86 Amapá e subsídios para a elaboração dos planos de manejo das unidades (Martins et al., 2006). Dentre os inventários de ictiofauna executados no estado, constam expedições realizadas entre os anos de 2004 a 2006, a FLONA, a RDSI, ao PNMT e ao longo do cerrado no município de Ferreira Gomes. A Expedição II à Floresta Nacional do Amapá FLONA (Gama, 2006a), onde foram realizadas 11 amostragens, sendo que destas, uma aconteceu no rio Araguari, com redes de espera, e as restantes no rio Santo Antônio e em corpos d'água pequenos dentro da mata. A ictiofauna da RDS Iratapuru foi inventariada através de três expedições biológicas rápidas no ano de Na Expedição I foram realizadas 26 amostragens, 17 na Expedição II e 27 na Expedição III. Nas três Expedições foram registradas até o momento 164 espécies e morfotipos de peixes, distribuídos em 92 gêneros e 32 famílias (Gama, 2006b). Foram realizadas cinco Expedições ao Parque de montanhas do Tumucumaque (Gama, 2008): a primeira na confluência dos Rios Amapari e Anacuí; a segunda na porção norte, próximo à tríplice fronteira com o Suriname e Guiana Francesa; a terceira no Rio Anotaie, afluente da margem direita do Rio Oiapoque, no limite norte do Parque; a quarta no Rio Mutum, afluente da margem esquerda do rio Araguari, na divisa entre o Parque e a Floresta Nacional do Amapá; e a quinta no Rio Anacuí, afluente da margem esquerda do rio Amapari, na porção central do Parque. O inventário rápido foi realizado no cerrado no Amapá, onde foram feitas coletas em 13 pontos ao longo do cerrado no município de Ferreira Gomes, entre os dias 27 de janeiro e 04 de fevereiro de As amostragens foram realizadas em diferentes ambientes, como poças dentro da mata, igarapés temporários, igarapés permanentes e no lago formado pelo represamento do rio Araguari pela UHE Coaracy Nunes. Neste trabalho foram encontradas 44 espécies pertencentes a 33 gêneros e 17 famílias. Para o ambiente amostrado como era esperado foi encontrada uma riqueza baixa, visto que existem poucos ambientes disponíveis para organismos aquáticos e com baixa variabilidade entre eles, além de podermos considerar esses ambientes como altamente efêmeros, visto que eles se encontram repletos de água durante o inverno. As condições anômalas de verão, quando os igarapés e poças secam quase que totalmente fazem com que apenas algumas

87 espécies, as mais resistentes e adaptadas a estas condições, consigam se estabelecer no ambiente. A enorme diversidade de peixes, aliada às lacunas de amostragem e à existência de problemas taxonômicos complexos, dificultam a elaboração de estimativas precisas sobre a riqueza de espécies na Amazônia (Langeani et al., 2009). Contudo, as últimas décadas correspondem ao período mais produtivo da história da ictiologia brasileira, o número de novas espécies brasileiras descritas tem apresentado um crescimento exponencial, demonstrando as consequências dos atuais esforços de inventariamento da ictiofauna, dos grupos de pesquisa, dos investimentos governamentais e da tecnologia de disponibilização da informação (Buckup et al., 2007). A coleta e o conhecimento dos elementos da biodiversidade são etapas básicas para a implementação de qualquer trabalho de manejo de uma espécie (Gama, 2008). Dentro da perspectiva de incrementar estudos sobre a ictiofauna do Amapá, são apresentados aqui os resultados de duas expedições realizadas no ano de 2012 na Floresta Nacional do Amapá FLOTA, assim como propor uma lista de espécies de peixes baseada em dados primários e secundários para os módulos da Unidade de conservação em estudo.

88 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Listar os peixes residentes nos módulos da Floresta Estadual do Amapá 2.2 Objetivos específicos Compilar dados primários e secundário sobre a Ictiofauna da FLOTA Fornecer informações sobre aspectos ecológicos, como, riqueza e diversidade dos peixes da FLOTA.

89 3 ÁREA DE ESTUDO 3.1 Floresta Nacional do Amapá O presente estudo foi realizado na unidade de conservação de uso sustentável denominada Floresta Estadual do Amapá (FLOTA/AP) (Fig. 01). A FLOTA, foi criada em julho de 2006, pelo Governo do Estado do Amapá, está sujeita ao regime de Unidades de Conservação de Uso Sustentável estabelecido pelo SNUC. A Floresta Estadual do Amapá está vinculada ao Órgão Estadual Gestor de Floresta (IEF) e tem gestão compartilhada com o Órgão Estadual de Meio Ambiente competente (SEMA) (Drummond et al., 2008). Abrange áreas dos Municípios de Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari, Porto Grande, Mazagão, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuúba, Amapá, Calçoene e Oiapoque. A FLOTA Compreende uma área descontínua estimada em ,0 Km 2, representa aproximadamente 17% da área total do Estado do Amapá, sendo limítrofe a um importante bloco de Áreas Protegidas do Corredor da Biodiversidade do Amapá, tem maior conectividade: ao Norte com a Reserva Indígena Uaçá; ao Sul com a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e o Assentamento Agroextrativista do Maracá; a Leste com a Br 156; Oeste com o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e a Floresta Nacional do Amapá (Porto et al, 2011). Como vegetação, a FLOTA tem como predominante Floresta de Terra Firme Densa de Baixos Platôs, podendo ser encontrados ambientes de mangue, campos, cerrado e várzea (Lima et al., 2011). Os solos são do tipo Latossolo vermelhoamarelo, ligado a variações amplas de relevo, com destaque para a classe ondulada (ZEE/AP, 2008). A temperatura média para todo o estado é dominada por um regime de altas temperaturas, em torno de 25 C, onde as médias das máximas e mínimas atingem, respectivamente, 32 e 22 C, tem período chuvoso estende-se de dezembro a julho, e o de estiagem de agosto a novembro (Lima, et al, 2011). Esta Unidade de Conservação é dividida em 4 módulos produtivos definidos em função de infraestrutura e vias de acessos para dinamizar os pólos de desenvolvimento do Estado (Aparício, 2013). Estes módulos geograficamente, orientam-se no sentido centro-norte do estado, guardando maior conectividade possível com a BR-210 e Estrada de Ferro do Amapá, para aqueles módulos do

90 centro-oeste e, com a BR-156, para o módulo centro-norte, passando pelos seguintes municípios: Mazagão, Porto Grande, Pedra Branca do Amapari, Serra do Navio, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuuba, Amapá, Calçoene e Oiapoque (PAOF, 2010) Módulo I Com uma extensão de 3.104,8 km 2, abrange em proporções diferentes os municípios de Serra do Navio e de Pedra Branca. Com limites naturais nos extremos norte/sul respectivamente os rios Araguari e Cupixi e, interiormente, cortada pelo rio Amaparí Módulo II Apresenta uma extensão de 3.420,1 km 2, abrangendo em proporções diferentes os municípios de Pedra Branca e de Porto Grande. Com limites relevantes o rio Vila Nova, que adentra praticamente a todo o interior da referida área Módulo III Tem extensão de 7.429,6 km 2, abrange em proporções diferentes os municípios de Pedra Branca, Porto Grande, Ferreira Gomes, Tartarugalzinho, Pracuuba, Amapá e Calçoene. Tem como limites naturais nos contornos externos, os rios Amaparí, Falsino, Araguari e Calçoene Módulo IV Com uma extensão de 9.739,6 km 2, e abrangência municipal em proporções diferentes com os municípios de Calçoene e Oiapoque. Apresentando como limites naturais nos contornos externos norte/sul, os rios Oiapoque e Calçoene são os mais importantes sendo medianamente cortado pelo rios Uaçá e Cassiporé.

91 Figura 1: Mapa da Floresta Estadual do Amapá, Brasil. Em destaque os módulos Fonte IEF.

92 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Coleta de dados Para este trabalho, duas estratégias foram empregadas para obtenção dos dados aqui apresentados: 1) busca de dados secundários (informações provenientes de relatórios técnicos e publicações científicas) e 2) levantamentos de dados primários (expedições de coleta em campo). Os dados secundários foram reunidos aos dados primários para gerar a lista final de espécies do presente estudo Dados secundários Para os dados secundários as principais contribuições foram publicações científicas e relatórios técnicos de inventários biológicos de fauna realizados por instituições como o IEPA, a ONG Conservação Internacional (CI Brasil), o IBAMA Amapá, Ministério do Meio Ambiente e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amapá (SEMA), através de um programa para inventariar e mapear a ocorrência de espécies de grupos ecológicos representativos no Amapá, e em especial dentro de três das principais unidades de conservação do Estado, o PNMT, a FLONA, e a RDSI. Estes trabalhos realizaram inventários rápidos da flora superior e da fauna dentro e no entorno das unidades de conservação citadas, gerando conhecimento científico sobre a biodiversidade do Amapá e subsídios para a elaboração dos planos de manejo das unidades Dados Primários Para os dados primários foram realizadas duas expedições de coleta na Floresta Estadual do Amapá (Módulos II e III), cada uma teve a duração de 12 dias nos meses de setembro e outubro de De maneira geral, as amostragens seguiram a trilha de coleta de 4.000m em cada módulo, onde foram explorados diferentes ambientes como, poças dentro da

93 mata, igarapés temporários, igarapés permanentes. Como apetrechos de captura foram utilizadas tarrafas e peneiras em vários pontos ao longo da trilha (fig.02). Para o canal principal do corpo d água, foram feitas coletas com espinhel e com redes de espera à montante e à jusante do acampamento, que permaneceram na água por 24 horas em cada seção de rio, totalizando 48 horas de coleta com redes sendo vistoriadas a cada 4 horas. As baterias com redes de espera tinham malhagem variando entre 15 e 60mm a distância entre nós adjacentes, com comprimento de 20m cada e altura variável de acordo com o fabricante. a) b) c) Fig. 02 Métodos utilizados na captura dos exemplares: peneiras (a,b) e redes de emalhas (c). 4.2 Expedição I Módulo II (Rio Vila Nova N ,2 W ,7 ): Ocorreu de 10 a

94 18 de setembro de Além das 48 horas de coleta com malhas no canal principal, sete pontos foram amostrados na trilha, correspondendo a pequenos corregos (fig. 03), onde peneiras, tarrafas e redes de malha fina foram utilizadas na captura. a) b) Fig. 03 Exemplos dos ambientes amostrados no rio Vila Nova, pequenos córregos (a) e o canal principal (b). 4.3 Expedição II Módulo III (Rio Amapá) N ,6 W ,8 ): Ocorreu de 26 de setembro a 03 de outubro de Também foram realizadas 48 horas de coleta com redes de malhas no canal principal (montante e jusante). Cinco pontos foram amostrados na trilha, caracterizados como pequenos córregos, amostrados com peneiras, tarrafas e redes de malha fina. a) b) Fig Fotos do canal principal do rio Amapá: a) corrediras, b) conjuntos de rochas no canal principal

95 4.4 Análise de Dados Identificação das Espécies Os peixes coletados foram fixados em formalina 10% e acondicionados em sacos plásticos com a respectiva etiqueta. Posteriormente, em laboratório, os peixes foram lavados e transferidos para uma solução de álcool 70% para sua conservação e então identificados através de livros e chaves taxonômicas, como Eigenmann 1917, Weitzman 1960, Böhlke & Saul 1975, Géry 1977, Vari 1982, Vari 1984, Rosa 1985, Kullander 1986, Burgess 1989, Vari 1989a, Vari 1989b, Vari & Vari 1989, Pavanelli 1999, Ploeg 1991, Vari 1992a, Vari 1992b, Buckup 1993, Costa, 1995, Vari 1995, Vari et al. 1995,Planquette et al. 1996a, Planquette et al. 1996b, Planquette et al. 1996c, Reis 1997, Reis & Schaefer 1998, Chernoff & Machado-Allison 1999, Pavanelli 1999, Py-Daniel & Oliveira 2001, Chernoff et al. 2002, Pereira & Reis 2002, Wildekamp et al. 2002, López-Fernández & Winemiller Índices Ecológicos Os seguintes atributos ecológicos de comunidades foram estimados (Ludwig e Reynolds, 1988): (i) riqueza de espécies (S): número de espécies observado: eqüitabilidade (E): componente da diversidade que indica como a abundância total está distribuída entre as S espécies ( = / ); índice de diversidade de Shannon-Wienner (H ): considera a riqueza e a eqüitabilidade e é dado pela fórmula: = O é o número de indivíduos da espécie i e N é o número total de indivíduos. A uniformidade da distribuição das espécies foi medida através do índice de equitabilidade (E = H /Hmax) (cf. Ludwig & Reynolds, 1988).

96 5 RESULTADOS 5.1 Expedição I Foram identificados 42 espécies distribuídas em 19 famílias e 5 Ordens (Anexo 1). A maioria dos grupos coletados foi de grupos de pequeno porte (fig. 05) encontrados em córregos das trilhas. Estima-se que 50% da ictiofauna brasileira seja de peixes de pequeno porte (Kavalco & Pazza, 2007; Winemiller et al., 2008). Esses pequenos peixes estão distribuídos em maior abundância nas ordens Characiformes, Siluriformes, Perciformes e Cyprinodontiformes (Lévêque et al., 2008) e estão amplamente distribuídos por todas as bacias hidrográficas, desde os grandes rios até os pequenos córregos (Agostinho et. al., 2007). Os córregos e igarapés amostrados na trilha apresentavam baixa turbidez, com águas claras e sempre era possível a visualização do fundo com muita vegetação, também havia muitos troncos e raízes. A profundidade dos pontos era variável, geralmente menos de 40cm, e entre 1,5 e 2 metros entre as margens. O canal principal do corpo d água dos módulos amostrados apresentaram corredeiras e conjuntos rochosos. A trilha era pouco iluminada devido às altas árvores. Áreas com densa cobertura vegetal são mais ricas em alimento de origem alóctone do que áreas abertas, e esta disponibilidade de recursos oferecidos pela mata primária é considerada a principal fonte de alimento em riachos (Luiz et al. 1998; Mazzoni & Iglesias Rios, 2002). a) b) Fig. 05 Alguns exemplares coletados: a) exemplares de Corydoras sp., b) dois exemplares de Characidae, um exemplar de Cichlidae e um exemplar de Loricariidae (de cima para baixo).

97 5.2 Expedição II Foram identificados 50 espécies distribuídas em 21 famílias e 5 Ordens (Anexo 1). No canal principal foram coletados exemplares de médio porte como trairão (Hoplias aimara) e pacus (Mylesinus ternetzi). A trilha atravessava o canal principal do rio, os pontos coletados, apresentavam, com águas claras e fundo arenoso e com muita vegetação. A profundidade dos pontos era variável, geralmente menos de 50cm, e entre 2 e 3 metros entre as margens. Os pequenos igarapés em terra firme ou de cabeceira têm seus cursos cobertos pelo dossel das árvores adjacentes. A cobertura do dossel dificulta a penetração de luz e, consequentemente, as condições para produção primária nesses sistemas aquáticos, tornando sua fauna troficamente dependente do material alóctone advindo do sistema terrestre circundante, tais como, flores, frutos, folhas e insetos (Goulding, 1980; Walker, 1991; Lowe-McConnell, 1999). a) b) Fig. 06 Exemplares coletados de a) Hoplias aimara e b) Mylesinus ternetzi.

98 5.3 Estrutura de Fauna O estudo de comunidades envolve uma síntese dos fatores ambientais e das interações bióticas e a estrutura de uma comunidade pode ser analisada sobre vários aspectos, utilizando-se parâmetros como diversidade, riqueza e equitabilidade (Wootton, 1995). Dentre os padrões mais abordados em ecologia de comunidades estão aqueles relacionados com a diversidade de espécies (número, identidade e as características das mesmas), bem como aqueles relativos às variações temporais de suas abundâncias (Miranda & Mazzoni 2003). Os valores referentes à estrutura das comunidades analisadas encontram-se apresentadas na Tabela 1. Tabela 01 - Valores de diversidade (H ), equitabilidade (E) e riqueza (S) calculados para as amostras totais da coleta 01 e 02 da Flona do Amapá. Amapá Vila Nova n S H 1,18 1,04 E 69% 64% No anexo (02), está apresentada uma tabela comparativa com os índices ecológicos das expedições aqui realizadas e das expedições ao RDSI e à FLONA. 5.4 Ictiofauna da Floreta Estadual do Amapá Módulo I O levantamento da ictofauna do Modulo I foi baseado em dados secundários de inventários rápidos feitos pela IV expedição ao Parque de Montanhas do Tumucumaque com pontos de amostragens distribuídos principalmente pelo Rio Mutum e pequenos córregos dentro da mata (Gama, 2008). Também foram utilizados dados da II expedição a Floresta Nacional do Amapá, com pontos de

99 amostragens no igarapé do Braço e em corpos d'água dentro da mata (Gama, 2006a). Estas duas Unidades de conservação fazem limites com a FLOTA. Na expedição IV ao Parque de Montanhas do Tumucumaque (Gama, 2008) foram identificadas 42 espécies distribuídas em 16 famílias. Espécies como Retroculus septentrionalis e R. lapidifer foram amostradas, apesar de ainda não terem sido registradas para a área de estudo. Nesta Expedição foram registrados, através de captura com anzol e censo visual, muitos indivíduos da espécie Electrophorus electricus, conhecidos como poraquês. Espécie de respiração aérea, os indivíduos eram observados principalmente quando subiam à superfície para respirar. Essa espécie é piscívora e captura suas presas através da geração de choques elétricos que as imobilizam, facilitando sua captura. A observação de um grande número desses indivíduos parece refletir uma grande quantidade de recurso alimentar, capaz de manter uma população tão elevada. A disponibilidade de alimento também explica a grande quantidade de indivíduos de Hoplias aimara encontrados na região. Esse peixe, conhecido como trairão, possui alto valor comercial e grande procura pelos pescadores das localidades próximas. Foram observados muitos indivíduos de Geophagus camopiensis em atividade reprodutiva, no estágio em que o macho cuida de sua prole, incubando larvas e alevinos em sua boca. A prole observada já estava em fase livre e se alimentando no ambiente, mas ainda muito jovens. A Expedição II à Floresta Nacional do Amapá resultou no registro de 95 espécies e morfotipos, distribuídas em 57 gêneros e 21 famílias (Gama, 2006a). Characidae, Cichlidae, Anostomidae e Loricariidae foram as famílias mais abundantes. As espécies mais abundantes nas áreas amostrada foram, em ordem decrescente, Bujurquina sp. (Cichlidae), Hemigrammus rodwayi (Characidae), Moenkhausia intermedia (Characidae), Curimata incompta (Curimatidae), Hyphessobrycon eques (Characidae) e Hemiodopsis huralti (Hemiodontidae). Algumas espécies encontradas apresentam valor científico muito grande, pois constituem exemplares que caracterizam primeira ocorrência no Estado do Amapá. Este é o caso do gênero Bivibranchia, e das espécies Hyphessobrycon eques, Anostomus anostomus, Knodus heterestes, Helogenes marmoratus, Hemigrammus rodwayi e Moenkhausia intermedia. Ao unificar os dados da segunda expedição à FLONA (Gama, 2006a) e da quarta campanha ao PARNA (Gama, 2008), são registradas 108 espécies de

100 peixes, divididas em 26 famílias. Neste módulo não foram registradas espécies consideradas migratórias, tampouco espécies exóticas e também não foram identificadas espécies ameaçadas Módulo II A fauna de peixes ictofauna do Modulo II é listada neste trabalho baseada em dados secundários da III expedição do inventário biológico rápido na reserva de desenvolvimento sustentável rio Iratapuru (Gama, 2006b), realizado pelo IEPA e Conservação Internacional. Os dados primários são resultado da expedição coordenada pelo IEF em ao rio Vila Nova em setembro de A expedição à Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Iratapuru foi realizada em 21 de julho a 8 de agosto de 2005, em pontos do rio Cupixi ( N, W), cerca de 98 km a montante de sua foz, afluente da margem direita do Rio Amapari. Foram realizadas amostragens em 27 pontos, localizados principalmente no rio Cupixi, mas também foram amostrados e alguns de seus tributários. Foram encontrados 61 espécies e 21 famílias. A pluviosidade menor e a maior riqueza deste ponto quando comparada a outros pontos já inventariados no Amapá contrasta com o fato de este ser um ambiente mais afetado pela exploração humana, seja pela pesca ou pelo garimpo próximo. O valor de diversidade obtido nesta Expedição também pode ser considerado baixo, contudo mais alto que o esperado. A espedição à FLOTA na área do Rio Vila Nova coordenada pelo IEF ocorreu de 10 a 18 de setembro de Para captura dos especimes foram utilizados os mesmos métodos descritos nas coletas dos dados secundários, porém foram feitas 48 horas de coleta com malhas no canal principal divididas igualmente entre montante e jusante. A trilha com pequenos córregos foi amostrada com peneiras, tarrafas e redes de malha fina. Nesta campanha foram registradas 43 espécies distribuidas em 19 familias. Ao listar de forma conjunta o material coletado nas expedições realizadas na RDS Iratapuru (Gama, 2006b) e da campanha ao Vila Nova em 2012, são registradas 91 espécies de peixes, agrupadas em 22 famílias.

101 5.4.3 Módulo III O levantamento da ictofauna do Modulo III realizado com dados secundários de inventários feitos pelo projeto PROBIO (Projeto de Conservação e Utilização Sustentável Inventário Biológico das Áreas do Sucuriju e Região dos Lagos no Estado do Amapá), onde foram Inventariados no Estado do Amapá as áreas do Sucuriju e Região dos Lagos; a região do cerrado inventariada no município de Ferreira Gomes, entre os dias 27 de janeiro e 04 de fevereiro de 2006 pelo projeto Corredor da Biodiversidade do Amapá também foi utilizada para caracterizar esse módulo. Os dados primários para este módulo foram coletados pela segunda expedição coordenada pelo IEF. Na expedição do PROBIO foram registradas 166 espécies distribuídas em 38 famílias. O grau de riqueza foi considerado muito alto, sendo a elevada diversidade observada nos peixes amazônicos resultante da ação combinada das seguintes causas (Lowe-McConnell, 1975): idade e tamanho da bacia de drenagem; sucessão de habitats ao longo dos rios de planície, muitos daqueles separados por longas distâncias; diversidade de nichos nos baixos cursos dos rios e nos seus lagos adjacentes; grandes áreas de bacias correspondendo aos baixos cursos dos rios, apresentando condições relativamente estáveis e capazes de suportar elevados números de indivíduos; mudanças faunísticas e capturas de pescado (Paiva, 1999). As amostragens da área de cerrado foram realizadas em diferentes ambientes, como poças dentro da mata, igarapés temporários, igarapés permanentes e no lago formado pelo represamento do rio Araguari pela UHE Coaracy Nunes. Nas áreas de cerrado foram encontradas 43 espécies pertencentes a 16 famílias. Era esperada uma riqueza baixa, visto que existem poucos ambientes disponíveis para organismos aquáticos e com baixa variabilidade entre eles, além de podermos considerar esses ambientes como altamente efêmeros, visto que eles apenas se encontram repletos de água durante o inverno. Com base nos dados primários e secundários para o modulo III, são registradas 202 espécies, classificadas em 45 famílias distribuídas em 15 ordens.

102 Provavelmente a alta riqueza deste módulo se deve à diversidade de nichos nos baixos cursos dos rios e à proximidade com o litoral e águas estuarinas, observado pela presença de espécies estuarinas como Dormitator maculatus, Eleotris pisonis (Eleotridae), Mugil cf. incilis (Mugilidae) um exemplar não identificado de Serranidae Modulo IV Para caracterização do Módulo IV, foram utilizados apenas dados secundário da terceira expedição ao PNMT (Gama, 2008) realizada em 29 de Agosto a 17 de Setembro de Expedição III - margens do Rio Anotaie, afluente do rio Oiapoque, entre os dias 04 e 13 de setembro de A Expedição no rio Anotaie, em seu corpo principal, no seu leito e corredeiras, e também em pequenos igarapés e córregos dentro da mata. Foram identificadas 63 espécies distribuídas em 19 famílias. Segundo registros do relatório (Gama, 2008), foram encontrados muitos indícios de pesca durante todo o percurso do rio Anotaie, principalmente de um dos peixes mais abundantes da região, o pacu. Entretanto, foi registrada uma população grande desta espécie, o que pode indicar que o impacto causado pela pesca ainda não atingiu níveis que afetem significativamente suas populações (Gama, 2008). Segundo o relatório da expedição, é necessária uma atenção especial às populações desta espécie, pois pouco se sabe a respeito da região e, caso a pesca esteja ocorrendo em época de reprodução, o impacto populacional poderá ser refletido em médio prazo, culminando em longo prazo numa diminuição drástica de sua população. 5.5 Dados Unificados Compilando as informações para os 4 módulos da FLOTA (anexo 2), foram registradas no total 317 espécies de peixes, divididas 45 famílias e 15 ordens. Alguns exemplares registrados apenas em gêneros (.sp), podem provavelmente constituir espécies ainda não classificadas definitivamente em sua taxonomia, sendo novas para a ciência. Isso implica num provável número de espécies endêmicas muito alto. Como poucas expedições foram realizadas nestas áreas protegidas, há pouco material comparativo para inferir se os exemplares classificados apenas em

103 gênero se tratam de novas espécies ou de grupos com variações geográficas. Muitos destes lotes estão sendo analisados por especialistas, trabalho que demanda muito tempo de estudo. Estas análises fortalecerão a riqueza registrada nos inventários já realizados. Não foram registradas espécies migratórias, exóticas ou consideradas ameaçadas em todos os inventários realizados. A estrutura das comunidades amostradas pôde ter seus índices calculados em alguns pontos conforme a tabela do Anexo 2. A partir desses dados pode-se observar que as comunidades apresentam valores relativamente próximos quanto à sua estrutura. Observa-se, no entanto, que as áreas que já constituem Unidades de Conservação apresentam valores que atestam uma maior integridade do ambiente, com valores mais altos de diversidade, riqueza e equitabilidade, mostrando que se tratam de comunidades mais bem estruturadas quanto à presença em número de diferentes espécies e sua abundância. A importância das medidas de estrutura de comunidades é crucial para se medir o grau de impacto que diferentes tipos de empreendimentos causam ao ambiente, como represamento, desmatamento (exploração madeireira), transporte aquaviário, etc. A partir dos levantamentos do presente trabalho, que condensa dados primários e secundários, pode-se afirmar que a FLOTA apresenta uma rica fauna de peixes. Tais estimativas podem estar relacionadas com a densidade de esforço de coleta, mas futuras pesquisas minuciosas podem fornecer maior expressividade ao resultado. É consensual que o conhecimento atual sobre a diversidade, filogenia e distribuição da biota na Amazônia ainda é muito preliminar. Existem áreas pouco pesquisadas e muitos grupos taxonômicos sem terem ainda sido pesquisados detalhadamente. É o caso da ictiofauna do Estado do Amapá e suas áreas protegidas, onde há grande variedade de habitats que favorece a riqueza e diversificação de espécies.

104 6 CONSIDERAÇÕES CONSERVACIONISTAS A existência de características geográficas e hidrológicas particulares levam ao isolamento das populações através de barreiras geográficas e climáticas, induz a altos níveis de endemismo nas regiões. Com base em informações atualizadas, sabe-se que a maioria das espécies de peixes encontradas não possui uma distribuição ampla, pelo contrário, existem inúmeras espécies que ocorrem em regiões claramente delimitadas, as áreas de endemismo, relevantes para estudos de biogeografia e evolução, além de abrigar espécies únicas e insubstituíveis. Como no caso da pequena área de distribuição do Hyphessobrycon amapaenses, uma espécie encontrada em área de cerrado. Segundo Gama (2006), nas áreas amostradas foi registrado sinais de pesca, mas conformes o registrado a pesca não atingiu níveis que afetem significativamente suas populações. Mesmo assim, é necessária uma atenção especial às populações de espécies apreciadas como os pacus, pois há pouca informação sobre a ecologias destas espécies nestas regiões. A pesca pode estar ocorrendo em época de reprodução, gerando impacto populacional culminando em longo prazo numa diminuição drástica de sua população. Durante a amostragem realizada no rio Mutum (Expedição IV) (Gama, 2008) foi observado de peixes cuidando de sua prole, o que mostra que esse ambiente é essencial para a manutenção do estoque desta e de outras espécies observadas. O mesmo acontece com o rio Anotaie, onde também foram encontrados muitos indivíduos jovens. Segundo Gama (2008), é necessário um melhor conhecimento dos períodos reprodutivos das espécies envolvidas para saber ao certo até que ponto elas dependem dos ambientes amostrados. Pelos registros compilados, não foi possível avaliar se atividades como garimpo atingiu ou não a comunidade de peixes da região, mas pode se presumir que comunidades podem ter sofrido impactos, uma vez que o garimpo afeta diretamente a qualidade de água dos locais onde se encontra em atividade. O garimpo, mesmo desativado, deixa um passivo ambiental na forma de contaminantes de longo prazo e na destruição de habitats originais. O Rio Iratapuru é muito utilizado por se tratar de uma das principais rotas de trânsito dos castanheiros, atividade muito importante na região. Enquanto em

105 atividade de coleta de castanha, os castanheiros se mantém às custas de caça e pesca. A pesca é considerada uma atividade muito atrativa, no entanto, a amostragem realizada no Rio Iratapuru mostrou que esse corpo d água ainda possui uma variedade satisfatória de espécies de peixes, principalmente os de maior procura. Isso reflete um bom estado de preservação deste ambiente apesar do esforço de pesca realizado pelos castanheiros. Algumas espécies são pescadas durante sua época reprodutiva, entretanto os indivíduos que conseguem se reproduzir deixam sua prole em ambientes protegidos, levando a uma possível manutenção do estoque. Segundo Gama (2006) durante as amostragens, foram observados vários indícios da presença de pescadores na região, como montarias abandonadas, baterias de carro utilizadas para pescaria noturna, linhas de pesca e acampamentos armados na beira do rio. Outros indícios da exploração humana puderam ser observados, como a presença de várias trilhas abertas na mata. O predomínio de indivíduos pequenos, principalmente na Expedição II, pode refletir a influência que a atividade pesqueira desordenada exerce sobre a comunidade de peixes do local, pois as espécies não conseguiriam manter sua população com indivíduos grandes e adultos, restando apenas poucos para se reproduzirem e gerando uma comunidade de peixes pequenos. A ocorrência de várias espécies até agora únicas para estes locais, seja por serem novas espécies ou novas ocorrências, faz com que devam ser priorizadas ações de proteção e estudo para as áreas visitadas, através de maior esforço para inventários e um estudo para se verificar a ocorrência de indivíduos grandes, caso estes se utilizem de algum local para refúgio. O detalhamento da biologia de uma espécie visando à compreensão de ciclo de vida, reprodução, autoecologia e dinâmica populacional (crescimento, recrutamento, mortalidade, etc.) requer um esforço amostral direcionado e uma quantidade de amostras e análises que escapam ao escopo de uma avaliação de inventários rápidos. Estudos minuciosos sobre a biologia e ecologia de peixes endêmicos são recomendados Entre as recomendações possíveis e aplicáveis a Floresta Estadual do Amapá é importante propor que esta Unidade de Conservação seja objeto permanente de monitoramento da fauna aquática, com um programa intensivo de coletas de peixes nestas áreas, visando a complementação dos estudos de

106 inventário e possível detecção de espécies novas, endêmicas ou raras e consequentemente visando a manutenção da biodiversidade local e a prevenção de possíveis impactos a ela causados. REFERÊNCIAS Agostinho, A. A. et al, Composição, abundância e distribuição espaçotemporal da ictiofauna. In: Vazzoler, A. E. A. M.; Agostinho, A. A.; Hahn, N. S. (Ed.). A planície de inundação do alto rio Paraná: aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos. Maringá: EDUEM. p Albert, J. & Reis, R. (Eds.) Historical Biogeography of Neotropical Freshwater Fishes. University of California Press, Berkeley. Almeida-Val, V. M. F Fishes of Amazon and their Environment. Berlim: Springer. Aparicío, P Subsídios para o manejo sustentável na Floresta Estadual do Amapá: Estrutura e Dinâmica. Dissertação de Mestrado, Universida Federal do Amapá, Amapá, 138p. Bohlke, J.E. & W.G. Saul The characid fish genus Creagrudite Myers a synonym of Creagrutus Günther, with the description of a new species from Amazonian Ecuador. Proc. Acad. Nat. Sci. Philad. 127(3): Buckup, P. A., Menezes & N. A. & Ghazzi, M. S. (Eds.) Catálogo das espécies de peixes de água doce do Brasil. Série livros 23. Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Buckup, P.A Review of the characidiin fishes (Teleostei: Characiformes), with descriptions of four new genera and ten new species. Ichthyol. Explor. Freshwat. 4(2):

107 Buckup, P.A., Menezes, N.A. & Ghazzi, M.S. (Eds) Catálogo das espécies de peixes de água doce do Brasil. Rio de Janeiro, Museu Nacional, 195p. Burgess, W.E An Atlas of Freshwater and Marine catfishes - A Preliminary Survey of the Siluriformes. T.F.H. Publications, Inc. Cerdeira, R. G. P.; Ruffino, M. L. & Isaac, V. J Consumo de pescado e outros alimentos pela população ribeirinha do Lago Grande de Monte Alegre, PA - Brasil. Acta Amazonica, 27(3): Chernoff, B. & A. Machado-Allison Bryconops colaroja and B. colanegra, two new species from the Cuyuní and Caroní drainages of South America (Teleostei:Characiformes). Ichthyol. Explor. Freshwat. 10(4): Chernoff, B., F. Provenzano, P. W. Willink & P. Petry Bryconops imitator, a new species from the Rio Caura basin of Venezuela (Teleostei: Characiformes). Ichthyol. Explor. Freshwat. 13(3): Costa, W. J. E. M Revision of the Rivulus punctatus species -complex (Cyprinodontiformes: Rivulidae). Ichthyol. Explor. Freshwat. 6(3): Drummond, J. A.; Dias, T. C. A. C. & Brito, Daguinete, M. C. Atlas Unidades de Conservação do Estado do Amapá. Macapá: MMA/IBAMA-AP; GEA/SEMA, Eigenmann, C.H The American Characidae. Cambridge. Memoir of the Museum of Comparative Zoology at Harvard College. 43(1). Gama, C. S Inventário Biológico da Ictiofauna das Áreas Sucuriju e Região dos Lagos, Amapá, Brasil. Rev. Brasil. Biol. 52(4): Gama, C. S. 2006a. Inventário Rápido da Ictiofauna da Floresta Nacional do Amapá Expedição II e síntese do conhecimento. In Bernard, E. Inventários biológicos na Floresta Nacional do Amapá Expedições I e II. IEPA, Conservação Internacional, IBAMA, SEMA Relatório técnico não publicado.

108 Gama, C. S. 2006b. Inventários rápidos da Ictiofauna da RDS Rio Iratapuru resultados e considerações conservacionistas. In: Inventários Biológicos Rápidos na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Iratapuru, Amapá. Relatório técnico não publicado. Gama, C. S A ictiofauna do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque obtida em cinco inventários rápidos. In: Bernard, E. (ed.) Inventários Biológicos Rápidos no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, Amapá, Brasil. RAP Bulletin of Biological Assessment 48. Conservation International, Arlington, VA. Géry, Characoids of the world. Neptune, N.J., T.F.H. Publications. Géry, J The fishes of Amazonia, pp In: The Amazon: Limnology and Landsacape of a Mighty Tropical River and its Basin, Sioli, H. (ed.). Kluwer Academic Publisher, Dordrecht. Goulding, M The Fishes and the Florest: Explorations in Amazonian Natural History. University of California, California, U.S.A. Lowe-Mcconnell, R. H Estudos Ecológicos de Comunidades de Peixes Tropicais. Edusp, São Paulo. 366 p. Huber, O. & Foster, M. N. (eds.) Conservation Priorities for the Guyana Shield: 2002 Consensus. Conservation International, Washington, D.C. 99 p. IBAMA Roteiro metodológico para elaboração de plano de manejo para Florestas Nacionais.Brasília. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 56p. Isaac, V. J.; Araújo, A. R. & Santana, J. V A pesca no Estado do Amapá: Alternativas para seu desenvolvimento sustentável. Macapá: SEMA/GEA-BID. 132 p. Kavalco, K. F. & R. Pazza Aspectos biogeográficos de componentes da ictiofauna da América Central. ConScientiae Saúde, 6(1):

109 Kullander, S.O Cichlid fishes of the Amazon River drainage of Peru. Department of Vertebrate Zoology, Research Division, Swedish Museum of Natural History, Stockholm, Sweden, 394 p. Langeani, F., et al Peixes de Água Doce. In: Estado da arte e perspectivas para a zoologia no Brasil (Rocha, R.M. & W.A.P. Boeger, orgs.). Curitiba, Ed. UFPR, p Lévêque, C. et al Global diversity of fish (Pisces) in freshwater. Hydrobiologia, 595, Lima, R. B. et al Estratificação volumétrica da floresta estadual do Amapá, extremo norte, Brasil. In: Simpósio Latino-Americano sobre Manejo Florestal, 5., 2011, Santa Maria. Sustentabilidade florestal: [anais]. Santa Maria: UFSM, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, p López-Fernández, R. & K.O. Winemiller Morphological variation in Acestrorhynchus microlepis and A. falcatus (Characiformes: Acestrorhynchidae), reassessment of A. apurensis and distribution of Acestrorhynchus in Venezuela. Ichthyol. Explor. Freshwat. 14(3): Lourenço, E. C. et al., Avaliação da eficiência de Inventários Rápidos de morcegos no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Chiroptera Neotropical 16(1) Supl., April 2010: Lowe-McConnell, R.H., Fish communities in tropical freshwaters: their distribution, ecology and evolution. London, Longman, 337 p. LOWE-McCONNELL, R.H Estudos ecológicos de comunidades de comunidades de peixes tropicais. EDUSP, São Paulo. Ludwig, J.A. & Reynolds, J.F Statistical ecology: a primer on methods and computing. John Wiley & Sons, New York, 337 p.

110 Luiz, E. A., Agostinho, A. A. & Gomes, L.C. 1998, Ecologia trófica de peixes em dois riachos da bacia do rio Paraná. Revista Brasileira de Biologia, 58, Martins, A. C. M.; Bernard, E & Gregorin, R Inventários biológicos rápidos de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em três unidades de conservação do Amapá, Brasil. Rev. Bras. Zool. 23 (4). Mazzoni, R. 1998, Estrutura das Comunidades e Produção de Peixes de um Sistema Fluvial Costeiro da Mata Atlântica, Rio de Janeiro. Tese de Doutorado UFSCar, São Carlos, 96p. Miranda, J. C. & Mazzoni, R Composição da ictiofauna de três riachos do alto rio Tocantins GO- Biota Neotropica, v3 (1). Mazzoni, R. & J.T. Petito Reproductive biology of a Tetragonopterinae (Osteichthyes, Characidae) of the Ubatiba fluvial system, Maricá - RJ. Brazilian Archieves of Biology and Technology, Curitiba, 42 (4): Nelson, J. S Fishes of the world. 4 ed. New York, John Wiley & Sons, 624 p. Paiva, M.P., Conservação da fauna brasileira. Rio de Janeiro, Ed. Interciência, 226p PAOF. Plano de outorga florestal do Amapá, p. 37, 2010 Pavanelli, C.S Revisão taxonômica da Família Parodontidae (Ostariophysi: Characiformes). Tese de Doutorado, Universidade Federal de São Carlos, Brazil, 332p.. Pereira, E.R. & R.E. Reis Revision of the loricariid genera Hemipsilichthys and Isbrueckerichthys (Teleostei: Siluriformes), with descriptions of five new species of Hemipsilichthys. Ichthyol. Explor. Freshwat. 13(2):

111 Planquette, P., P. Keith & P.-Y. Le Bail Atlas des poissons d'eau douce de Guyane (tome 1). Collection du Patrimoine Naturel, vol.22. IEGB-M.N.R.N., INRA, CSP, Min. Env., Paris. Planquette, P., P. Keith & P.-Y. Le Bail Atlas des poissons d'eau douce de Guyane (tome 2 fascicule I). Collection du Patrimoine Naturel, vol.22. IEGB- M.N.R.N., INRA, CSP, Min. Env., Paris. Planquette, P., P. Keith & P.-Y. Le Bail Atlas des poissons d'eau douce de Guyane (tome 3). Collection du Patrimoine Naturel, vol.22. IEGB-M.N.R.N., INRA, CSP, Min. Env., Paris. Planquette, P., P. Keith and P.-Y. Le Bail Atlas des poissons d'eau douce de Guyane (tome 1). Collection du Patrimoine Naturel, vol.22. IEGB-M.N.R.N., INRA, CSP, Min. Env., Paris. Ploeg, A Revision of the South American cichlid genus Crenicichla Reckel, 1840, with descriptions of fifteen new species and considerations on species groups, phylogeny and biogeography (Pisces, Perciformes, Cichlidae). Academisch Proefschrift, Univeriteit van Amsterdan. Porto, J.L.R. & Sotta, E. D. (orgs.). Reformatações fronteiriças no Platô das Guianas. Rio de Janeiro: Publit, P Pough, F.H.; Janis, C.M.& Heiser, J.B A vida dos vertebrados. São Paulo: Editora Atheneu. Py-Daniel, L.R.R. & E.C. Oliveira Seven new species of Harttia from the Amazonian-Guyana region (Siluriformes: Loricariidae). Ichthyol. Explor. Freshwaters, 12(1): Reis, R. E.; Kullander, O.& Ferraris Jr, C. J Check list of the freshwater fishes of South and Central America. Porto Alegre: EDIPUCRS.

112 Reis, R.E. & Schaefer, S.A New cascudinhosmfrom southern Brazil: systematics, endemism, and relationships (Siluriformes, Loricariidae, Hypoptopomatinae). American Museum Novitates, 3254:1-25. Reis, R.E Revision of the neotropical catfish genus Hoplosternum (Ostariophysi: Siluriformes: Callichthyidae), with the description of two new genera and three new species. Ichthyol. Explor. Freshwat, 7(4): Reis, R.E. & Schaefer, S.A New cascudinhosmfrom southern Brazil: systematics, endemism, and relationships (Siluriformes, Loricariidae, Hypoptopomatinae). American Museum Novitates 3254:1-25. Rosa, R.S A systematic revision of the South American freshwater stingrays (Chondrichthyes: Potamotrygonidae). (Tese de Doutorado) Virginia, The College of William and Mary. Vari, R.P. & A. Williams Vari Systematics of the Steindachnerina hypostoma complex (Pisces, Ostariophysi, Curimatidae), with the description of three new species. Proc. Biol. Soc. Wash. (PBSW), 28 June, v. 102 (no. 2): Vari, R.P Systematics of the neotropical characoid genus Curimatopsis (Pisces: Characoidei). Smithson. Contri. Zool. n. 373, 28p. Vari, R.P Systematics of the neotropical characiform genus Potamorhina (Pisces: Characiformes). Smithson. Contri. Zool. No. 400, 36 p. Vari, R.P Systematics of the neotropical characiform genus Psuedocurimata Fernández-Yépez (Pisces: Ostariophysi). Smithson. Contri. Zool. No. 490, 28 p. Vari, R.P Systematics of the neotropical characiform genus Psectrogaster Eigenmann and Eigenmann (Pisces: Characiformes). Smithson. Contri. Zool. No. 481, 43 p. Vari, R.P Systematics of the neotropical characiform genus Curimata Bosc (Pisces: Characiformes). Smithson. Contri. Zool. (474): 63 p.

113 Vari, R.P Systematics of the neotropical characiform genus Psectrogaster Eigenmann and Eigenmann (Pisces: Characiformes). Smithson. Contri. Zool. (481): 43 p. Vari, R.P Systematics of the Neotropical characiform genus Curimatella Eigenmann and Eigenmann (Pisces: Ostariophysi) with Summary Comments on the Curimatidae. Smithsonian Contributions to Zoology, (533):1-48. Vari, R.P Systematics of the neotropical characiform genus Cyphocharax Fowler (Pisces, Ostariophysi). Smithson. Contrib. Zool. (529):137. Vari, R.P The Neotropical fish family Ctenoluciidae (Teleostei: Ostariophysi: Characiformes): supra and intrafamilial phylogenetic relationships, with a revisionary study. Smithson. Contri. Zool. (564): 97 p. Vari, R.P. and A. Williams Vari Systematics of the Steindachnerina hypostoma complex (Pisces, Ostariophysi, Curimatidae), with the description of three new species. Proc. Biol. Soc. Wash. (PBSW), 28 June, v.102 (2): Vari, R.P., R.M.C. Castro & S.J. Raredon The neotropical fish family Chilodontidae (Teleostei: Characiformes): a phylogenetic study and a revision of Caenotropus. Günther. Smith. Contrib. Zool. (577):1-32. Walker, I Algumas considerações sobre um programa de zoneamento da Amazônia. In: Val, A.L.; Figliuolo, R. & Feldberg, E.(Eds.). Bases Científicas para Estratégias de Preservação e Desenvolvimento da Amazônia. nstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, Brasil. p Weitzman, S. H Further notes on the relationships and classification of the South American characid fishes of the subfamily Gasteropelecinae. Stanford Ichthyological Bulletin, 7(4):

114 Wildekamp, R.H., B.R. Watters & I.F.N. Sainthouse Two new species of the genus Nothobranchius (Cyprinodontiformes: Aplocheilidae) from the Kilombero River basin, Tanzania. Ichthyol. Explor. Freshwaters. 13(1):1-10. Winemiller, K. O., A. A. Agostinho & E. P. Caramaschi Fish ecology in tropical streams. Pp In: Dudgeon, D. Tropical Stream Ecology. 1ed, Lawrence, Editora Kansas, 316p. Wootton, R. J Ecology of teleost fishes. Chapman & Hall Press. 404 p.11 ZEE - Macrodiagnóstico do Estado do Amapá: primeira aproximação do ZEE/Equipe Técnica do ZEE-AP, Macapá:, 2008.

115 Anexo 01 Quadro com a composição de peixes para os 4 módulos da FLOTA/AP. As cores destacam a presença da espécies por módulo e expedição. TMQ IV= 4ª expedição ao PNMT; FLN II = 2 ª expedição a FLONA; IRA III = 3 ª expedição ao RDSI; VN IEF = 1ª Expedição 2012 IEF (coord); AMP= 2ª Expedição 2012 IEF (coord); PRO 2= 2ª expedição pelo PROBIO; CER= inventário rápido no cerrado de Ferreira Gomes; TMQ III=3ª expedição ao PNMT. Família Espécie Módulo I Módulo II Módilo III Módulo IV Acestrorhynchidae Achiridae Auchenipteridae Anablepidae Anostomidae Arapaimidae Acestrorhynchus cf. nasutus Acestrorhynchus falcatus Acestrorhynchus falcirostris Acestrorhynchus microlepis Acestrorhynchus sp. Achirus sp. Ageneiosus inermis Ageneiosus marmoratus Ageneiosus sp. Ageneiosus vittatus Auchenipteridae Auchenipterus sp. Parauchenipterus sp. Tatia sp. Anableps anableps Anableps microleps Jenynsia sp. Anastomidae Anostomus anostomus Anostomus sp. leporellus vittatus Leporinus despaxi Leporinus fasciatus Leporinus friderici Leporinus granti Leporinus maculatus Leporinus melanopleura Leporinus melanosticus Leporinus nijsseni Leporinus pellegrini Leporinus sp. Leporinus subniger Schizodon fasciatus Arapaima gigas TMQ IV FLN II IRA III VN IEF AMP IEF PRO 2 CER TMQ III

116 Ariidae Belonidae Callichthyidae Cetopsidae Characidae Ariidae Sciades sp. Potamorrhaphis guianensis Corydoras amapaensis Corydoras brevirostris Corydoras cf. approuaguensis Corydoras cf. griseus Corydoras gr. aeneus Corydoras griseus Corydoras melanistius Corydoras n.sp. Corydoras oiapoquensis Corydoras potaroensis Corydoras sp. Hoplosternum littorale Hoplosternum sp. Lepthoplosternum sp. Megalechis thoracata Helogenes marmoratus Astyanax abramis Astyanax aff. paranahybae Astyanax cf. bimaculatus Astyanax guianensis Astyanax leopoldi Astyanax sp. Astyanax sp.13 Astyanax sp.6 Astyanax sp.8 Astyanax sp10 Astyanax sp2 Astyanax sp5 Brachichalcinus orbicularis Brachychalcinus sp. Bryconinae sp1 Bryconops caudomaculatus Bryconops colanegra Bryconops melanurus Bryconops sp. Charax sp.2 Charax sp1 Cheirodontinae Ctenobrycon sp Gymnocorymbus bondi Hemigrammus cf. cupreus

117 Cichlidae Hemigrammus cf. gracilis Hemigrammus cf. micropterus Hemigrammus cf. microstomus Hemigrammus ocellifer Hemigrammus rodwayi Hemigrammus sp. Hyphessobrycon amapaensis Hyphessobrycon cf. copelandi Hyphessobrycon eques Hyphessobrycon inconstans Hyphessobrycon sp1 Hyphessobrycon sp2 Hyphessobrycon sp3 Hyphessobrycon sp4 Jupiaba abramoides Jupiaba ocellata Jupiaba polyleps Jupiaba potaroensis Jupiaba sp. Knodus heterestes Knodus sp. Moenkhausia cf. copei Moenkhausia cf. gacilima Moenkhausia cf. lata Moenkhausia intermedia moenkhausia lepidura Moenkhausia oligolepis Moenkhausia sp. 10 Moenkhausia sp.7 Moenkhausia sp.8 Moenkhausia sp.9 Moenkhausia sp1 Moenkhausia sp2 Phenacogaster apletostigma Phenacogaster sp. Roeboides sp. Tetragonopterus argenteus Tetragonopterus chalceus Tetragonopterus sp. Acaronia nassa Acaronia sp. Aequidens sp2 Aequidens sp3

118 Chilodontidae Crenuchidae Apistogramma gossei Apistogramma sp. Astronotus ocellatus Bujurquina cf. appoparuana Bujurquina sp. Bujurquina sp. 2 Caquetaia sp. Chaetobranchus flavescens Chaetobranchus sp1 Cichla cf. orinocensis Cichla ocellaris Cichla temensis Crenicichla johana Crenicichla labrina crenicichla multispinosa Crenicichla saxatilis Crenicichla sp1 Crenicichla sp2 Geophagus altifrons Geophagus camopiensis Geophagus sp. Geophagus surinamensis Guianacara geayi Heros severus Krobia guianensis Laetacara sp. Laetacara sp2 Mesonauta acora Pterophyllum scalare Retroculus lapidifer Retroculus septentrionalis Satanoperca jurupari Satanoperca sp1 Satanoperca sp2 Caenotropus maculosus Chilodus punctatus Characidium cf. steindachneri Characidium gr. zebra Characidium sp1 Characidium sp2 Characidium sp3 Characidium zebra Melanocharacidium cf. pectorale Melanocharacidium sp2

119 Ctenoluciidae Curimatidae Doradidae Eleotridae Engraulidae Erythrinidae Gymnotidae Hemiodontidae Heptapteridae Melanocharacidium sp4 Microcharacidium cf. weitzmanni Microcharacidium eleotrioides Microcharacidium sp. Boulengerella cuvieri Boulengerella sp. Boulengerella xyrekes Curimata cf. roseni Curimata cyprinoides Curimata inornata Curimata sp1 Curimata sp2 Curimata spilura Curimatopsis evelynae Cyphocharax spilurus Pseudocurimata sp. Steindachnerina argentea Acanthodoras cataphractus Doradidae Hassar sp. Dormitator cf. maculatus Eleotris cf. pisonis Engraulidae Lycengraulis batesii Pterengraulis atherinoides Erythrinus sp. Hoplerythrinus unitaeniatus Hoplias aimara Hoplias malabaricus Hoplias sp. Electrophorus electricus Gymnotus anguillaris Gymnotus carapo Gymnotus sp. Bivibranchia simulata Bivibranchia sp. Hemiodus gracilis Hemiodus quadrimaculatus Hemiodus semitaeniatus Hemiodus unimaculatus Hepapteridae Heptapterus sp2 Pimelodella cristata Pimelodella sp.

120 Hypopomidae Lebiasinidae Lepidosirenidae Loricariidae Megalopidae Mugilidae Phenacorhamdia sp. Rhamdia sp. Brachyhypopomus beebei Brachyhypopomus pinnicaudatus Hypopomus artedi Hypopomus sp. Microsternarchus bilineatus Copella sp. Nannostomus beckfordi Nannostomus digrammus Nannostomus eques Pyrrhulina sp. Lepidosiren paradoxa Ancistrus sp. Ancistrus sp2 Cochliodon sp. Corymbophanes sp Corymbophanes sp2 Farlowella amazona Farlowella rugosa Farlowella schreitmuelleri Farlowella sp. Harttia guianensis Harttia sp. Hemiancistrus sp. Hypostomus sp.2 Hypostomus sp.1 Hypostomus sp.6 Hypostomus sp.7 Hypostomus sp.8 Lithoxus sp. Loricaria nickeriensis Loricaria sp. Loricariichthys sp. Loricariidae Otocinclus cf. flexilis Otocinclus cf. mariae Otocinclus sp. Parotocinclus n.sp. Parotocinclus sp. Pseudancistrus barbatus Pterygophlichthys sp. Megalops atlanticus Mugil cf. incilis

121 Osteoglossidae Pimelodidae Poecilidae Polycentridae Potamotrygonidae Pristigasteridae Mugilidae Osteoglossum bicirrhosum Pimelodus blochii Pimelodus ornatus Pimelodus sp1 Poecilia reticulata Poecilidae Monocirrhus polyacanthus Polycentrus schomburgkii Potamotrygon cf. constellata Potamotrygon humerosa Pellona flavipinnis Ilisha amazonica Pseudopimelodidae Batrochoglanis raninus Rhamphichthyidae Rivulidae Sciaenidae Serranidae Serrasalmidae Gymnorhamphichthys sp. Rhamphichthys aff. marmoratus Rhamphichthys cf. marmoratus Rivulidae Rivulus geayi Rivulus sp1 Rivulus sp2 Rivulus sp3 Pachypops fourcroi Pachypops sp. Plagioscion auratus Plagioscion sp. Plagioscion squamosissimus Plagioscion surinamensis não identificado Catoprion mento Metynnis lippincottianus Metynnis sp1 Metynnis sp2 Mylesinus sp1 Myleus rubripinnis Myleus sp1 Myloplus ternetzi Pristobrycon calmoni Pygocentrus nattereri Pygopristis denticulata Serrasalmus cf. spilopleura Serrasalmus eigenmanni Serrasalmus gibbus Serrasalmus rhombeus

122 Sternopygidae Synbranchidae Tetraodontidae Trichomycteridae Triporthidae Serrasalmus spilopleura Tometes lebaili Utiaritichthys sp.2 Eigenmannia virescens Sternopygus macrurus Sternopygus sp1 Synbranchus marmoratus Tetrodontidae Ituglanis sp. Ochmacanthus sp. Trichomychterus sp2 Trichomychterus sp3 Trichomycterus guianensis Trichomycterus sp. Triportheus albus Triportheus cf. curtus Triportheus cf. rotundatus Triportheus cf. trifurcatus Triportheus sp.

123 Anexo 02 - Valores de riqueza (S), diversidade (H ) e equitabilidade (E) calculados para os dados coletados nas expedições ao Vila Nova, Amapá, FLONA e RDSI Vila Nova Amapá FLONA II IRA III Riqueza (S) Diversidade (H ) 1,04 1,18 4,75 1,46 Equitabilidade (E) 64% 69% 72% 82%

124 D - LAUDO BIOLÓGICO DA AVIFAUNA DA FLOTA AMAPÁ

125 LAUDO BIOLÓGICO DA AVIFAUNA DA FLOTA AMAPÁ Equipe técnica: Coordenadora / Pesquisadora em campo: MSc. Roberta Lúcia Boss. Mestre em Biodiversidade Tropical. betaboss2000@yahoo.com.br Pesquisadora em campo: Lia Naomi K. Graduada, Bacharel em Ciências Biológicas. lia.nahomi@gmail.com Auxiliar de Pesquisa: Ivo Silva Dos Santos (IEPA).

126 Setembro de 2013 AVIFAUNA DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ 1. INTRODUÇÃO As aves constituem uma alta proporção da diversidade de vertebrados na floresta Amazônica, podendo ser amostradas por uma variedade de métodos. Representam um importante grupo de vertebrados no estudo de avaliações ambientais de pequeno, médio e longo prazo, pois possuem potenciais para servirem como indicadores de degradação florestal, por responderem as mudanças de hábitat em diferentes escalas (Wiens, 1994). Em áreas sob iminente impacto ambiental, estudos sobre a avifauna podem oferecer importantes subsídios para a previsão e mitigação dos efeitos das alterações ambientais, bem como para a identificação de áreas e hábitats prioritários para conservação e para o estabelecimento de áreas de compensação. Os estudos ornitológicos do Amapá tiveram, ao longo do tempo, diversos pesquisadores investigando as aves nos mais diversos ambientes deste estado. Um dos estudos mais significativos da avifauna no Amapá foram feitos por Novaes (1974, 1978). Este pesquisador realizou um grande esforço para incluir todas as espécies registradas na literatura especializada, bem como nas expedições científicas realizadas por ele no estado. Além disso, ele pesquisou os espécimes coletadas no Amapá e depositadas no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Belém; Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ), Rio de

127 Janeiro; e no National Museum of Natural History (NMNH), Washington, Estados Unidos. Novaes percorreu grande parte do estado do Amapá em expedições científicas, com a finalidade de investigar a maior variedade de ambientes para compor uma lista geral das aves do Amapá. No total, Novaes catalogou para o estado 577 espécies de aves (Novaes 1974,1978). Entretanto, explorações ornitológicas no Amapá tiveram início em 1872, com D. S. Ferreira Penna, onde coletou aves em diversas localidades no estado. Nos anos J. Creveaux explorou principalmente a região norte do Amapá. A. P. L. Guedes esteve no Amapá em 1896 entre julho e setembro com a finalidade de realizar estudos etnográficos e arqueológicos, coletando e observando algumas aves. Entre outubro e novembro de 1895, Emílio Goeldi esteve no Amapá realizando estudos ornitológicos. Em dezembro de 1912, Emilia Snethlage esteve na região do rio Jarí, reunindo material ornitológico para o Museu Goeldi. Entre os anos de 1918 a 1952 outros naturalistas estiveram no Amapá realizando coletas em diversas localidades do estado. Toda esta compilação de expedições ornitológicas históricas do Amapá está em Novaes (1974, 1978). Recentemente, alguns estudos sobre a avifauna amapaense vêm sendo conduzidas em diferentes locais do estado, tanto em áreas de unidades de conservação (Xavier e Boss, 2011; Aguiar e Naiff, 2010, Aguiar et al., 2010; Souza et al., 2008, Coltro 2006a; Coltro 2006b, Coltro e Aguiar, 2005), bem como em outras áreas não protegidas (Boss e Aguiar, 2011; Aguiar e Naiff, 2009; Boss, 2009; Aguiar, 2008; Boss e Xavier, 2008). No entanto, a maioria destes estudos foram feitos de forma aleatória, tanto no aspecto temporal como espacial. Ainda permanece no estado, diversas lacunas do conhecimento em relação a

128 diversidade, distribuição e dados ecológicos e da história natural da avifauna amapaense. Apesar do crescente aumento de desmatamento na Amazônia, o Estado do Amapá ainda apresenta cobertura vegetal nativa na maior parte de seu território. Grande parte desta cobertura florestal encontra-se protegidas em unidades de conservação federal e estadual e terras indígenas. A Floresta Estadual do Amapá (FLOTA) é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável criada em 2006, distribuída em quatro módulos. Sua área é descontínua, com predominância de floresta de terra firme com sua área estimada em 2,3 milhões de hectares que abrange 16,5% do Estado do Amapá (IEF, 2012). A FLOTA, num esfoço para elaboração de seu plano de manejo, realizou expedições científicas para a caracterização biológica da unidade, através do levantamento de fauna e flora em locais escolhidos como diretrizes para este diagnóstico. Neste relatório, serão apresentados os resultados da primeira expedição de avifauna realizada no módulo II Mazagão, além do levantamento bibliográfico de todos os módulos da Flota. Para a confecção da lista geral das aves da Flota Amapá, foram revisados todos os estudos ornitológicos e dados históricos de expedições científicas realizados na região de cada um dos módulos que compõem esta unidade. 1.1 Históricos de registros da Avifauna da FLOTA Amapá Módulo I O registro mais antigo de levantamento ornitológico na região do módulo I é de Emilio Dente, que em esteve na Serra do Navio, coletando aves para Museu Emilio Goeldi e Museu Nacional do Rio de Janeiro. Miguel M.

129 Moreira em 1963 (11-17 dezembro) esteve na foz do Rio Mutum, coletando aves para o Museu Goeldi. A Serra do Navio foi visitada também por dois outros ornitólogos do Museu Nacional; em 1963 por Herbet F. Berla, e Helmut Sick em Entre Rolf Grantsau também esteve na Serra do Navio, coletando espécimes de beija-flores. Também em 1968 Yoshika Oniki esteva na Serra do Navio, realizando estudos comportamentais, e coletando alguns espécimes de aves. No ano de 2002, o Estado do Amapá criou o Corredor da Biodiversidade do Amapá, que é um conjunto de áreas protegidas, contando Parques Nacionais, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Reserva Extrativista, Área de Proteção Ambiental, Floresta Nacional, além de Terras Indígenas. Foi firmada uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA) e a Conservação Internacional (CI Brasil), que tiveram como um de seus principais objetivos, realizarem expedições científicas no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e da Floresta Nacional do Amapá (IEPA e CI, 2006). O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque e a Floresta Nacional do Amapá teve sua avifauna amostrada por Coltro (2006 a,b). Para a integralização da lista de aves para este módulo, foram utilizados apenas os dados de uma, das cinco expedições ao PARNA Tumucumaque (RAP Rio Mutum) e as duas a FLONA Amapá. Ainda no município da Serra do Navio, rio Amaparí, a avifauna foi inventariada por R. L. Boss e K. M. O. Aguiar no mês de novembro de 2007 durante nove dias consecutivos de pesquisas, durante EIA-RIMA da PCH

130 Capivara. Este trabalho finaliza o atual cenário de estudos ornitológicos realizados na região do módulo I Módulo II Mazagão é um dos municípios mais escassos do Amapá em relação aos estudos ornitológicos. Os registros históricos constam que em 1872 D. S. Ferreira Pena visitou diversas localidades do Amapá, incluindo a vila de Mazagão. Medardo Lasso (1936) durante os meses de março até setembro esteve no rio Vila Nova, coletando as aves para o Museu Goeldi, sendo que parte das aves coletadas encontra-se no Museu de Zoologia da USP. Entre os anos Miguel M. Moreira esteve coletando as aves no Amapá e visitou diversas localidades. Esteve no município de Mazagão, no Rio Maracá e afluentes entre ; e Todas estas informações são referencias de Novaes (1974). Entre , um grupo de ornitógos estiveram na região do Vila Nova realizando um estudo para EIA-RIMA para a LT Jurupari-Orixinimá (Schunck et al., 2011). Este foi o único módulo onde foi realizada uma pesquisa em campo para este diagnóstico. A descrição e os detalhes desta pesquisa segue no item de métodos/resultados Módulo III Entre os anos de 1961 até 1970 foram realizadas diversas coletas por Miguel Mariano Moreira no Amapá. Este pesquisador percorreu o rio Tajauí, afluente esquerdo do rio Araguari em 1963 e Porto Grande, em 1964, entre outras localidades (Novaes, 1974). Na atual região da Floresta Nacional do

131 Amapá, Miguel Mariano Moreira coletou na foz do rio Falsino, entre agostooutubro de 1963, um total de 76 espécies de aves que foram depositadas na coleção ornitológica do Museu Paraense Emílio Goeldi (Novaes, 1974, 1978). Novaes em 1966, entre os meses de junho e agosto, percorreu a região sul do Amapá, de Macapá até Ferreira Gomes, principalmente em áreas de cerrado. As aves coletadas foram depositadas no Museu Goeldi. J. Hidasi em 1968 esteve coletando aves na região do rio Araguari, onde a maioria das espécies coletadas foi depositada no Museu Goeldi. No ano de 1964, entre setembro e novembro, Emílio Dente trabalhou no rio Tracajatuba, Porto Grande e áreas adjacentes coletando aves, principalmente para o United States National Museum Washington. Algumas duplicatas foram posteriormente depositadas no Museu Goeldi. H. Sick esteve na região de Porto Grande no ano de 1966, entre setembro e outubro, coletando aves para o Museu Nacional do Rio de Janeiro. A compilação de todos estes dados encontra-se no trabalho de Novaes (1974). Antonio Carlos Farias, em outubro de 1983, observou e identificou 114 espécies de aves, distribuídas em 37 famílias das áreas ribeirinhas do rio Falsino e matas adjacentes. No município de Ferreira Gomes R. L. Boss, B. F. Xavier e K. O. Aguiar realizaram nos meses de abril e junho de 2009, levantamentos ornitológicos para elaboração do EIA-RIMA da PCH Ferreira Gomes. Estes mesmos pesquisadores também participaram do EIA-RIMA da PCH Cachoeira Caldeirão no município de Porto Grande.

132 2.1.3 Módulo IV As regiões norte e noroeste do Amapá tiveram poucas explorações ornitológicas. As explorações nestas regiões se iniciaram em 1877, através de Jules Creveaux, que subindo o rio Maroni, entre a Guiana Francesa e Suriname, atravessou a serra Tumucumaque, descendo pelo rio Jari. No ano seguinte, Creveaux explorou os rios Oiapoque e Parú. Após longo tempo sem expedições nesta região, entre os anos de 1961 e 1970, Miguel Mariano Moreira iniciou uma extensa exploração ornitológica no então Território do Amapá (Novaes, 1974, 1978). Durante 1952 esteve na cidade do Oiapoque e Vila Velha do Cassiporé; em 1969 em Calçoene. Estudos atuais nesta região do Amapá são de L. Coltro, durante a terceira expedição ao PARNA Tumucumaque, onde realizou um RAP no Rio Anotaie, que abrange área do módulo IV. 2. Objetivo Geral Compilar dados do inventário realizado em campo e dados bibliográficos para compor a lista de aves da Floresta Estadual do Amapá, complementando a caracterização biológica desta unidade de conservação, que subsidiará a elaboração Plano de Manejo. 2.1 Objetivos Específicos Congregar todos os dados (secundários e primários) dos módulos da Flota Amapá; Analisar a lista geral desta unidade, identificando espécies de interesse conservacionista (raras, endêmicas, ameaçadas e migratórias);

133 Caracterização do uso de hábitat das espécies registradas na Flota; Identificar espécies sensíveis a modificações/pressões antrópicas; Identificar áreas importantes para manutenção da avifauna na Flota Amapá; 3. Metodologia 3.1 Dados secundários Para o levantamento de dados dos módulos I, III e IV foram compiladas todas as bibliográficas disponíveis referentes a cada área. Para a integralização da lista de aves do módulo I da FLOTA Amapá, foram utilizadas as listas confeccionadas por Coltro (2006b) obtidos na FLONA Amapá e na expedição IV ao PARNA Tumucumaque, na região do Rio Mutum (Coltro, 2006a). Além destes, foi compilados os dados de Boss e Aguiar (2011) com a lista de aves gerada para a região do Rio Amaparí, além dos registros encontrados por Novaes (1974, 1978) para a região. Para o módulo III foram compilado dados de Novaes (1974,1978), dados dos EIA s PCH Ferreira Gomes e PCH Cachoeira Caldeirão. O módulo IV foi congregadas as listas do RAP Rio Anoitae, além dos registros de Novaes (1974,1978) para a região. Para a região do módulos II, além do levantamento realizado em campo, foram utilizados dados bibliográficos de Novaes (1974,1978) e Schunck et al. (2011). 3.2 Dados primários O módulo II foi o único módulo a ter sua avifauna pesquisada em campo nesta etapa. O levantamento em campo foi realizado durante o período entre 14 a 24 de novembro de 2012, correspondendo a amostragem de verão (período

134 seco). A trilha, previamente aberta pela equipe do IEF neste módulo, foi amostrada utilizando os métodos de redes de neblina (nas parcelas) e censos pontuais (ao longo de toda a trilha). Além dos registros das aves na trilha, foi realizado levantamento aquático, ao longo no rio Vila Nova. Para o levantamento qualitativo e quantitativo da avifauna foram utilizadas redes ornitológicas, censos pontuais e buscas direcionais através de registros visuais e registros auditivos. Para as capturas, foram utilizadas 16 redes de neblina dispostas em transectos lineares (parcelas) transversais a trilha principal. As redes utilizadas possuíam as seguintes dimensões: 2.5 m de altura, 10 m de largura, malha 14 mm. As redes foram abertas ao alvorecer (06h00min- 06h30min) e fechadas ao meio dia (12h00min). No momento da captura, foram obtidas informações referentes à identificação da espécie, horário de captura, sexo, presença de muda, presença de placa de incubação e dados biométricos (comprimento total, peso corporal, coloração de íris, tarso, maxila, mandíbula), além de observados outros dados relevantes para avaliar o estado geral da ave. Alguns espécimes foram coletados como material testemunho através de capturas nas redes de neblina. Os espécimes coletados foram depositados no Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA). Os censos foram realizados no começo da manhã, tão logo se observasse o início das atividades das aves por meio das vocalizações. Durante 10 minutos, todos os indivíduos de cada espécie de ave avistada ou detectada pela vocalização nos pontos de escuta foram registrados. Além dos censos pontuais, foram realizadas caminhadas aleatórias ao longo das trilhas, consistindo nas buscas direcionais. Essas buscas iniciavam ao amanhecer, geralmente às 06h30min, prolongando-se durante o dia. Durante essas observações foram

135 registradas as seguintes informações: espécie observada; número de indivíduos; estrato vegetal ocupado (solo, sub-bosque e dossel); e comportamento ecológico. As observações foram feitas com o auxílio de binóculos (10x50), gravador (Sony TCM 600 EV) e microfone direcional Sennheiser (ME 67) Análises estatísticas Através dos dados obtidos nas redes de neblina foi calculado o número de indivíduos por espécie, as taxas de captura a frequência relativa de cada espécie (fi) e o valor do índice de diversidade de Simpson (1/ D= 1/ fi 2 ). As análises referentes à curva de rarefação e à estimativa de riqueza de espécies foram realizadas utilizando o software EstimateS 7.6 (Colwell, 2005). Foram analisadas as diferenças na riqueza e composição existentes entre os quatro módulos. Também foi feita a análise de similaridade entre módulos, utilizando o coeficiente de Jaccard. Estas análises foram feitas no Programa PAST 1.4 (Hammer et al., 2001). 3.3 Seleções de Bioindicadores e Listagem Geral O nível de integridade de uma determinada região pode ser adquirido através de sua comunidade biológica. De acordo com Stotz et al. (1996), essas espécies indicadoras da integridade de um hábitat devem possuir quatro características: (1) devem ocorrer em apenas um ou poucos hábitats; (2) devem ser relativamente comuns; (3) devem ser detectadas facilmente; e (4) devem ser altamente sensíveis às perturbações no hábitat, ou seja, diminuem em abundância ou desaparecem em hábitats que são alterados, sobre-explorados pela caça ou fragmentados. Para este diagnóstico, foram considerados como

136 bons indicadores ecológicos da integridade do hábitat aquelas espécies que foram registradas nos quatro módulos, que apresentam uma alta especificidade ao hábitat, independente da sua distribuição geográfica, e sensíveis a perturbações ambientais. O resultado final foi examinado cuidadosamente para eliminar as espécies que não são residentes nos módulos. A especificidade ao hábitat foi determinada como baixa, quando a espécie ocorre em hábitats alterados por atividade antrópica (capoeiras, pastagens, pomares), ou alta, quando a espécie foi exclusiva de hábitats florestais não perturbados. Foi verificada se as espécies registradas se enquadravam em algum grau de ameaça em listas de espécies ameaçadas de extinção, tais como as listas global (Collar et al., 1994), nacional (MMA, 2003) e do Estado do Pará (Aleixo, 2006), ou mesmo se encontravam-se em status de tráfico internacional (CITES, 2008). As espécies endêmicas do Escudo das Guianas, ou que possuem distribuição restrita na Amazônia Central, foram identificadas a partir de Oren (1999), Milensky et al. (2006) e Ridgely & Tudor (2006). A nomenclatura e sequencia taxonômica utilizada neste laudo seguiu o padrão do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2011). 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Composição, riqueza e similaridade entre módulos Após compilação de todos os dados (primário e secundário) disponível de cada módulo, são registradas 512 espécies de aves para a FLOTA Amapá, distribuídas em 67 famílias (Anexo 1). As famílias com maior número de espécie foi a Thamnophilidae (n=44) e Tyrannidae (n=38) (Figura 1), sendo essas famílias as mais comuns em florestas tropicais. A família Thamnophilidae é

137 representada, em sua maioria, por espécies de sub-bosque denso e intacto, sendo indicadas como excelentes bioindicadores de ambiente preservados. Possuem espécies altamente especializadas a determinadas fitofisionomias (SICK, 1997). A riqueza de espécies registrada para a FLOTA Amapá, quando comparada a outros estudos em outras unidades de conservação do Amapá, revela-se de alta diversidade. Entretanto, esse número deve ser analisado com cautela, já que tratam-se de registros em áreas próximas aos módulos da FLOTA, e estes não necessariamente possuem as mesmas características ambientais. Além disso, uma boa parte dos registros utilizados aqui são antigos, onde o cenário ambiental e pressão antrópica do estado do Amapá era bem diferente do atual. Famílias BUCCONIDAE CAPRIMULGIDAE COLUMBIDAE COTINGIDAE FALCONIDAE ARDEIDAE ICTERIDAE EMBERIZIDAE TITYRIDAE RHYNCHOCYCLIDAE FURNARIIDAE PICIDAE DENDROCOLAPTIDAE ACCIPITRIDAE PSITTACIDAE TROCHILIDAE THRAUPIDAE TYRANNIDAE THAMNOPHILIDAE Figura 1. Representação das famílias mais representativas de aves da FLOTA Amapá (dados primários e secundários).

G e o l o g i a M i n e r a ç ã o e A s s e s s o r i a L t d a. E-mail : geominas@terra.com.br Fone 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273

G e o l o g i a M i n e r a ç ã o e A s s e s s o r i a L t d a. E-mail : geominas@terra.com.br Fone 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 218 2.3. HERPETOFAUNA 2.3.1. Introdução O Brasil é um país megadiverso em espécies de anfíbios e répteis (Rodrigues, 2005; Silvano & Segalla, 2005), somando 732 espécies de répteis e 877 de anfíbios (SBH,

Leia mais

RÉPTEIS SQUAMATA DE UMA ÁREA DE TRANSIÇÃO FLORESTA- SAVANA NO OESTE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL

RÉPTEIS SQUAMATA DE UMA ÁREA DE TRANSIÇÃO FLORESTA- SAVANA NO OESTE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL RÉPTEIS SQUAMATA DE UMA ÁREA DE TRANSIÇÃO FLORESTA- SAVANA NO OESTE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL Telêmaco Jason Mendes-Pinto 1,2 Julio César Rodríguez Tello 1 RESUMO Este trabalho apresenta uma lista das

Leia mais

Documento para discussão no GT répteis e anfíbios

Documento para discussão no GT répteis e anfíbios A FAUNA DE RÉPTEIS E ANFÍBIOS DAS CAATINGAS Miguel Trefaut Rodrigues Museu de Zoologia e Instituto de Biociências, Departamento de Zoologia, Universidade de São Paulo Documento para discussão no GT répteis

Leia mais

CAPÍTULO 2 ANDAMENTO DO PROJETO BÁSICO AMBIENTAL

CAPÍTULO 2 ANDAMENTO DO PROJETO BÁSICO AMBIENTAL CAPÍTULO 2 ANDAMENTO DO PROJETO BÁSICO AMBIENTAL Anexo 12.3.2-2 Metodologia de marcação de anfíbios, lagartos, crocodilianos, marsupiais e alguns grupos de mamíferos de médio e grande porte, autorizada

Leia mais

Anfíbios de uma área de castanhal da Reserva Extrativista do Rio Cajari, Amapá

Anfíbios de uma área de castanhal da Reserva Extrativista do Rio Cajari, Amapá ARTIGO DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v1n1p1-18 Anfíbios de uma área de castanhal da Reserva Extrativista do Rio Cajari, Amapá Suelique de Souza Queiroz 1, Andreza Ramalho da Silva

Leia mais

Chec List Journal of species lists and distribution

Chec List Journal of species lists and distribution Check List 9(2): 257 262, 2013 2013 Check List and Authors ISSN 1809-127X (available at www.checklist.org.br) Chec List Journal of species lists and distribution L i s t s of Species The Reptile Collection

Leia mais

1. Programa Ambiental Monitoramento de Fauna

1. Programa Ambiental Monitoramento de Fauna 1. Programa Amiental Monitoramento de Fauna 1.1. Aordagem metodológica 1.1.1. Pontos de amostragem 1.1.2. Métodos de amostragem 1.1.2.1. Herpetofauna A terceira campanha de campo para amostragem de herpetofauna

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA DA HERPETOFAUNA DE UMA RESERVA DE USO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA CENTRAL, AMAZONAS, BRASIL

CARACTERIZAÇÃO ECOLÓGICA DA HERPETOFAUNA DE UMA RESERVA DE USO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA CENTRAL, AMAZONAS, BRASIL 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FLORESTAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS E AMBIENTAIS TELÊMACO JASON MENDES PINTO CARACTERIZAÇÃO

Leia mais

Herpetofauna, Espora Hydroelectric Power Plant, state of Goiás, Brazil.

Herpetofauna, Espora Hydroelectric Power Plant, state of Goiás, Brazil. Herpetofauna, Espora Hydroelectric Power Plant, state of Goiás, Brazil. Wilian Vaz-Silva 1, 2 Andrei Guimarães Guedes 3 Priscila Lemes de Azevedo-Silva 4 Fernanda Francisca Gontijo 4 Rosana Silva Barbosa

Leia mais

Fauna de anfíbios e répteis das Caatingas

Fauna de anfíbios e répteis das Caatingas Fauna de anfíbios e répteis das Caatingas COORDENADOR: Miguel Trefaut Rodrigues Universidade de São Paulo COLABORADORES: Celso Morato de Carvalho Diva Maria Borges Elisa Maria Xavier Freire Felipe Franco

Leia mais

SOCIEDADE PAULISTA DE ZOOLÓGICOS

SOCIEDADE PAULISTA DE ZOOLÓGICOS LEVANTAMENTO DE RÉPTEIS DO PARQUE MUNICIPAL MANOEL PEDRO RODRIGUES, ALFENAS-MG. Autores Ribeiro Júnior, M.A. marcoantonio@unisol.org.br 1 Leal, L.M.C. liliam.leal@ig.com.br 2 Brandão, A.A.A. andreabrandao@pitnet.com.br

Leia mais

LEVANTAMENTO DOS RÉPTEIS DO ACERVO DO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS UnU IPORÁ PARA CATALOGAÇÃO DA COLEÇÃO ZOOLÓGICA

LEVANTAMENTO DOS RÉPTEIS DO ACERVO DO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS UnU IPORÁ PARA CATALOGAÇÃO DA COLEÇÃO ZOOLÓGICA LEVANTAMENTO DOS RÉPTEIS DO ACERVO DO LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS UnU IPORÁ PARA CATALOGAÇÃO DA COLEÇÃO ZOOLÓGICA Rosane Candida Leonel¹ e Helivânia Sardinha dos Santos² (rosane_leonel@hotmail.com

Leia mais

1 30/04/13 Consolidação a pedido do Ibama MaAG MJJG MJJG. 00 14/08/09 Emissão final FAR MaAG

1 30/04/13 Consolidação a pedido do Ibama MaAG MJJG MJJG. 00 14/08/09 Emissão final FAR MaAG 1 30/04/13 Consolidação a pedido do Ibama MaAG MJJG MJJG 00 14/08/09 Emissão final FAR MaAG REV. DATA NATUREZA DA REVISÃO ELAB. VERIF. APROV. OBdS/ FAR EMPREENDIMENTO: ÁREA: USINA HIDRELÉTRICA RIACHO SECO

Leia mais

Riqueza e composição de répteis Squamata (lagartos e anfisbenas) da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, Amapá, Brasil

Riqueza e composição de répteis Squamata (lagartos e anfisbenas) da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, Amapá, Brasil ARTIGO Riqueza e composição de répteis Squamata (lagartos e anfisbenas) da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, Amapá, Brasil ISSN 2179-5746 1 2 3 Carlos Eduardo Costa Campos, Jucivaldo Dias Lima,

Leia mais

LEVANTAMENTO DA ANUROFAUNA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ, PR

LEVANTAMENTO DA ANUROFAUNA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ, PR V EPCC Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar 23 a 26 de outubro de 2007 LEVANTAMENTO DA ANUROFAUNA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ, PR Igor de Paiva Affonso¹; Emanuel Giovani Cafofo Silva²; Rosilene

Leia mais

Registros de animais classificados por tipo de destino final por classe de vertebrados até o dia 03/03/2012.

Registros de animais classificados por tipo de destino final por classe de vertebrados até o dia 03/03/2012. Registros de animais classificados por tipo de destino final por classe de vertebrados até o dia 03/03/01. Reg. bco Data de E116 0/1/01 1 Iguana iguana (Linnaeus, 1758) Destinado: UFMG-Licença 068/011

Leia mais

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DA HERPETOFAUNA EM ÁREAS DE CONSERVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE BOREBI, SÃO PAULO.

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DA HERPETOFAUNA EM ÁREAS DE CONSERVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE BOREBI, SÃO PAULO. TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DA HERPETOFAUNA EM ÁREAS DE CONSERVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE BOREBI, SÃO PAULO. CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS INSTITUIÇÃO: FACULDADE

Leia mais

Répteis do município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil

Répteis do município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil Biotemas, 23 (2): 135-144, junho de 2010 ISSN 0103 1643 135 Répteis do município de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Sudeste do Brasil Rodrigo de Oliveira Lula Salles* Thiago Silva-Soares

Leia mais

RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE DA USINA HIDRELÉTRICA SÃO DOMINGOS

RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE DA USINA HIDRELÉTRICA SÃO DOMINGOS RELATÓRIO DO MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE DA USINA HIDRELÉTRICA SÃO DOMINGOS Espécie de réptil endêmica do bioma Cerrado (Coleodactylus brachystoma) registrado na área de influência da UHE São Domingos

Leia mais

Identificação de anfíbios

Identificação de anfíbios Identificação de anfíbios Ordem Caudata 9 famílias viventes + 4 extintas 571 espécies Ordem Gymnophiona 3 famílias viventes 171 espécies Ordem Anura 48 famílias viventes + 1 extinta 5602 espécies (Frost

Leia mais

Plano de Manejo da APA de Conceição da Barra - Volume 2

Plano de Manejo da APA de Conceição da Barra - Volume 2 Herpetofauna 235/ 1008 2.2.1.2 - Herpetofauna 2.2.1.2.1 - Répteis 2.2.1.2.1.1 Introdução O bioma Mata Atlântica estendia-se originalmente desde o nordeste Brasileiro até o atual estado do Rio Grande do

Leia mais

RÉPTEIS E ANFÍBIOS. Tabela 1. Herpetofauna do domo de Itabaiana, número de espécies registradas. Áreas Abertas. Áreas Fechadas

RÉPTEIS E ANFÍBIOS. Tabela 1. Herpetofauna do domo de Itabaiana, número de espécies registradas. Áreas Abertas. Áreas Fechadas PARQUE NACIONAL SERRA DE ITABAIANA - LEVANTAMENTO DA BIOTA Carvalho, C.M., J.C. Vilar & F.F. Oliveira 2005. Répteis e Anfíbios pp. 39-61. In: Parque Nacional Serra de Itabaiana - Levantamento da Biota

Leia mais

XXII INVENTAIRE REPTILES (TESTUDINES, SQUAMATA, CROCODYLIA) DE LA RÉSERVE BIOLOGIQUE DE PEDRA TALHADA

XXII INVENTAIRE REPTILES (TESTUDINES, SQUAMATA, CROCODYLIA) DE LA RÉSERVE BIOLOGIQUE DE PEDRA TALHADA INVENTAIRE DE LA RÉSERVE BIOLOGIQUE DE PEDRA TALHADA XXII REPTILES (TESTUDINES, SQUAMATA, CROCODYLIA) IGOR JOVENTINO ROBERTO ROBSON WALDEMAR ÁVILA ANÍBAL R. MELGAREJO Roberto, I. J., R. W. Ávila & A. R.

Leia mais

Federal do Espírito Santo. Santo. *Email para correspondência: 92.tomas@gmail.com

Federal do Espírito Santo. Santo. *Email para correspondência: 92.tomas@gmail.com III SIMPÓSIO SOBRE A BIODIVERSIDADE DA MATA ATLÂNTICA. 2014 425 Atropelamento de Herpetofauna na Reserva Biológica de Sooretama, Espirito Santo, Brasil T. L. Rocha 1*, A. Banhos 2, P. L. V. Peloso 3, R.

Leia mais

HERPETOFAUNA DA CAATINGA

HERPETOFAUNA DA CAATINGA 4. Herpetofauna da Caatinga HERPETOFAUNA DA CAATINGA 4 Miguel Trefaut Rodrigues Introdução Durante algum tempo, também entre herpetólogos, prevaleceu a idéia de que a Caatinga não tinha fauna própria (Vanzolini

Leia mais

Amphibians and reptiles of a Cerrado area in Primavera do Leste Municipality, Mato Grosso State, Central Brazil

Amphibians and reptiles of a Cerrado area in Primavera do Leste Municipality, Mato Grosso State, Central Brazil SALAMANDRA 51(2) 187 194 30 June 2015 ISSN Correspondence 0036 3375 Correspondence Amphibians and reptiles of a Cerrado area in Primavera do Leste Municipality, Mato Grosso State, Central Brazil Marciana

Leia mais

LEVANTAMENTO HERPETOFAUNÍSTICO DE UMA ÁREA DE CERRADO EM ALTO ARAGUAIA, MATO GROSSO, BRASIL

LEVANTAMENTO HERPETOFAUNÍSTICO DE UMA ÁREA DE CERRADO EM ALTO ARAGUAIA, MATO GROSSO, BRASIL 129 LEVANTAMENTO HERPETOFAUNÍSTICO DE UMA ÁREA DE CERRADO EM ALTO ARAGUAIA, MATO GROSSO, BRASIL Telêmaco Jason Mendes-Pinto 1 & Ílimo Melo Miranda 2 RESUMO - Apresentamos aqui uma lista das espécies de

Leia mais

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA PLANO BÁSICO AMBIENTAL DO AHE CACHOEIRA CALDEIRÃO PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA HERPETOFAUNA Licença Prévia 0112/2012 Condicionante Específica Nº 2.2 Detalhar todos os programas de prevenção, controle e

Leia mais

Fauna Silvestre no Ambiente Urbano: licenciamento ambiental. Dra. Renata Cardoso Vieira

Fauna Silvestre no Ambiente Urbano: licenciamento ambiental. Dra. Renata Cardoso Vieira Fauna Silvestre no Ambiente Urbano: licenciamento ambiental Dra. Renata Cardoso Vieira Tipologia de Estudos EIA /RIMA laudo de fauna monitoramento de fauna resgate de fauna IN 146/2007 IBAMA Licenciamento

Leia mais

Herpetofauna em remanescente de Caatinga no Sertão de Pernambuco, Brasil

Herpetofauna em remanescente de Caatinga no Sertão de Pernambuco, Brasil Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Sér.) 37(1):29-43. Janeiro-Março de 2015 29 Herpetofauna em remanescente de Caatinga no Sertão de Pernambuco, Brasil Edivania do Nascimento Pereira¹, *, Maria José Lima

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Reitora Ana Dayse Rezende Dórea Vice-reitor Eurico de Barros Lôbo Filho USINA CIÊNCIA / UFAL Coordenadora Profa. Dra. Tania Maria Piatti MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL / UFAL

Leia mais

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL. Fauna

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL. Fauna ZONEAMENTO AMBIENTAL RESERVA ECOLÓGICA DE JACARENEMA VILA VELHA - ES Coordenação Geral Cesar Meyer Musso Coordenação Técnica Rogério Nora Lima DIAGNÓSTICO AMBIENTAL Fauna Associação Vila-velhense de Proteção

Leia mais

Anfíbios e Répteis do Pantanal Sul 1

Anfíbios e Répteis do Pantanal Sul 1 CAMPUS DE CORUMBÁ LABORATÓRIO DE ZOOLOGIA Av. Rio Branco 1270, Caia Postal 252, 79301-970, Corumbá, MS, Brasil Fones: 67 3234 6870, Fa: 67 3234 6837 Relatório parcial do projeto de pesquisa Anfíbios e

Leia mais

O que é biodiversidade?

O que é biodiversidade? O que é biodiversidade? A diversidade se expressa nos mais diversos níveis de organização biológica. É a soma de toda a variabilidade biológica desde os genes até os ecossistemas Por que nos preocuparamos

Leia mais

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais DIRUR Eixo Temático: Sustentabilidade

Leia mais

6.2. Herpetofauna da área de Curimataú, Paraíba. Cristina. Arzabe. Gabriel Skuk. Gindomar Gomes Santana. Fagner Ribeiro Delfim

6.2. Herpetofauna da área de Curimataú, Paraíba. Cristina. Arzabe. Gabriel Skuk. Gindomar Gomes Santana. Fagner Ribeiro Delfim 6.2 Cristina Herpetofauna da área de Curimataú, Paraíba Arzabe Gabriel Skuk Gindomar Gomes Santana Fagner Ribeiro Delfim Yuri Cláudio Cordeiro de Lima Stephenson Hallyson Formiga Abrantes Resumo No Curimataú,

Leia mais

Coordenação Geral Biól. M.Sc. Adriano Souza Cunha CRBio 9021-03 Biól. Juliano Ferrer dos Santos CRBio 53089-03

Coordenação Geral Biól. M.Sc. Adriano Souza Cunha CRBio 9021-03 Biól. Juliano Ferrer dos Santos CRBio 53089-03 PROGRAMAS DE MONITORAMENTO, SALVAMENTO E RESGATE DE FAUNA DE VERTEBRADOS TERRESTRES E MONITORAMENTO E LEVANTAMENTO DA ENTOMOFAUNA, E CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS E ENDÊMICAS FAUNA Relatório da Primeira

Leia mais

Herpetofauna dos remanescentes de Mata Atlântica da região de Tapiraí e Piedade, SP, sudeste do Brasil

Herpetofauna dos remanescentes de Mata Atlântica da região de Tapiraí e Piedade, SP, sudeste do Brasil Herpetofauna dos remanescentes de Mata Atlântica da região de Tapiraí e Piedade, SP, sudeste do Brasil Condez, T.H. et al. Biota Neotrop. 2009, 9(1): 157-185. On line version of this paper is available

Leia mais

Obituário de Osvaldo Rodrigues da Cunha (1928-2011)

Obituário de Osvaldo Rodrigues da Cunha (1928-2011) Obituário de Osvaldo Rodrigues da Cunha (1928-2011) Marinus Steven Hoogmoed Coordenação de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi Teresa Cristina Sauer de Avila-Pires Coordenação de Zoologia, Museu Paraense

Leia mais

ÍNDICE. 8.2.3 - Unidades de Conservação e Áreas Prioritárias para Conservação... 1/4. 8.2.3.1 - Áreas Prioritárias para Conservação...

ÍNDICE. 8.2.3 - Unidades de Conservação e Áreas Prioritárias para Conservação... 1/4. 8.2.3.1 - Áreas Prioritárias para Conservação... 2324-00-EIA-RL-0001-01 UHE SANTO ANTÔNIO DO JARI ÍNDICE 8.2.3 - Unidades de Conservação e Áreas Prioritárias para Conservação... 1/4 8.2.3.1 - Áreas Prioritárias para Conservação... 3/4 agosto de 2009

Leia mais

ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM TRECHOS DO ARROIO CANDÓI, LARANJEIRAS DO SUL, REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ

ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM TRECHOS DO ARROIO CANDÓI, LARANJEIRAS DO SUL, REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM TRECHOS DO ARROIO CANDÓI, LARANJEIRAS DO SUL, REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ Aline da Silva Rodrigues de Oliveira Graduanda em Geografia Licenciatura e Bolsista Voluntária

Leia mais

Ecologia Geral. Ecologia de Populações

Ecologia Geral. Ecologia de Populações Ecologia Geral Ecologia de Populações CRONOGRAMA DE APS!!! Equipes já definidas? Não esqueçam das datas. Ecologia de Populações Uma população é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie, que compartilham

Leia mais

RESGATE EMBARCADO DA FAUNA TERRESTRE

RESGATE EMBARCADO DA FAUNA TERRESTRE RESGATE EMBARCADO DA FAUNA TERRESTRE SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 2 2. MATERIAL UTILIZADO... 2 3. EQUIPE... 2 4. PROCEDIMENTO OPERACIONAL... 3 5. RESULTADOS OBTIDOS... 5 1. INTRODUÇÃO A presente etapa do resgate

Leia mais

RELAÇÃO DOS SQUAMATA (REPTILIA) DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MEANDROS DO RIO ARAGUAIA, BRASIL

RELAÇÃO DOS SQUAMATA (REPTILIA) DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MEANDROS DO RIO ARAGUAIA, BRASIL RELAÇÃO DOS SQUAMATA (REPTILIA) DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MEANDROS DO RIO ARAGUAIA, BRASIL FIDÉLIS JÚNIO MARRA SANTOS VERA LÚCIA FERREIRA LUZ ALFREDO PALAU PEÑA SIDNEY GOMES FALEIRO JÚNIOR RICARDO

Leia mais

LEVANTAMENTO HERPETOFAUNÍSTICO DA FAZENDA LIGEIRO DA FURNE EM CAMPINA GRANDE- PB LIFTING OF SLIGHT HERPETOFAUNÍSTICO FARM IN FURNE CAMPINA GRANDE- PB

LEVANTAMENTO HERPETOFAUNÍSTICO DA FAZENDA LIGEIRO DA FURNE EM CAMPINA GRANDE- PB LIFTING OF SLIGHT HERPETOFAUNÍSTICO FARM IN FURNE CAMPINA GRANDE- PB LEVANTAMENTO HERPETOFAUNÍSTICO DA FAZENDA LIGEIRO DA FURNE EM CAMPINA GRANDE- PB LIFTING OF SLIGHT HERPETOFAUNÍSTICO FARM IN FURNE CAMPINA GRANDE- PB Jairton Severino Rocha COSTA 1, Joaci dos Santos CERQUEIRA²,

Leia mais

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA DA PCH SANTO ANTONIO DO CAIAPÓ

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA DA PCH SANTO ANTONIO DO CAIAPÓ DA PCH SANTO ANTONIO DO CAIAPÓ RELATÓRIO 2013 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Pontos amostrais utilizados durante o Programa de Monitoramento da Fauna fase pós-enchimento na área de influencia da PCH Santo

Leia mais

SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY

SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY SAM NOBLE OKLAHOMA MUSEUM OF NATURAL HISTORY UNIVERSITY OF OKLAHOMA, NORMAN, OKLAHOMA NUMBER 2, PAGES 1 24 15 MAY 2005 UMA ATUALIZAÇÃO DO GUIA FOTOGRÁFICO DOS RÉPTEIS

Leia mais

Cláudia Pereira de DEUS* *Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA

Cláudia Pereira de DEUS* *Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus Purus : Gestão, Biodiversidade e Conservação Cláudia Pereira de DEUS* *Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA Instituto Piagaçu - IPi Os caminhos

Leia mais

A herpetofauna que ocupa o sul da América do Sul

A herpetofauna que ocupa o sul da América do Sul RÉPTEIS DAS PORÇÕES SUBTROPICAL E TEMPERADA DA REGIÃO NEOTROPICAL Renato S. Bérnils Alejandro R. Giraudo Santiago Carreira Sonia Z. Cechin A herpetofauna que ocupa o sul da América do Sul está entre as

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS ERICK MURILO SANTOS RIBEIRO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS ERICK MURILO SANTOS RIBEIRO UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS ERICK MURILO SANTOS RIBEIRO ISRAEL DA SILVA DE SOUZA A HERPETOFAUNA DA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO

Leia mais

Contribuição ao conhecimento da herpetofauna do nordeste do estado de Minas Gerais, Brasil

Contribuição ao conhecimento da herpetofauna do nordeste do estado de Minas Gerais, Brasil Contribuição ao conhecimento da herpetofauna do nordeste do estado de Minas Gerais, Brasil Renato Neves Feio 1 e Ulisses Caramaschi 2,3 Phyllomedusa 1(2):105-111, 2002 2002 Melopsittacus Publicações Científicas

Leia mais

RELAÇÃO ENTRE ECOMORFOLOGIA E LOCOMOÇÃO DE SERPENTES

RELAÇÃO ENTRE ECOMORFOLOGIA E LOCOMOÇÃO DE SERPENTES RELAÇÃO ENTRE ECOMORFOLOGIA E LOCOMOÇÃO DE SERPENTES Adriana Mohr, Ana Cristina Silva, Danilo Fortunato, Keila Nunes Purificação, Leonardo Gonçalves Tedeschi, Suelem Leão, Renan Janke e David Cannatella

Leia mais

Diário Oficial n 2.605 43, Ano XX - Estado do Tocantins, quinta-feira, 6 de março de 2008. INSTRUÇÃO NORMATIVA No 002, 04 de março de 2008.

Diário Oficial n 2.605 43, Ano XX - Estado do Tocantins, quinta-feira, 6 de março de 2008. INSTRUÇÃO NORMATIVA No 002, 04 de março de 2008. Diário Oficial n 2.605 43, Ano XX - Estado do Tocantins, quinta-feira, 6 de março de 2008. INSTRUÇÃO NORMATIVA No 002, 04 de março de 2008. Dispõe sobre parâmetros de caracterização e uniformização dos

Leia mais

Impactos Significativos Licenciamento Ambiental - EIA

Impactos Significativos Licenciamento Ambiental - EIA Impactos Significativos Licenciamento Ambiental - EIA Principais etapas do planejamento de um EIA PLANEJAMENTO caracterização das alternativas caracterização preliminar ao empreendimento do ambiente identificação

Leia mais

Art. 6 o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:

Art. 6 o O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições: SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO CF/88 art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao

Leia mais

Legislação Pesqueira e Ambiental. Prof.: Thiago Pereira Alves

Legislação Pesqueira e Ambiental. Prof.: Thiago Pereira Alves Técnico em Aquicultura Legislação Pesqueira e Ambiental Prof.: Thiago Pereira Alves SNUC Conceito É o conjunto organizado de unidades de conservação protegidas (federais, estaduais, municipais) que, planejado,

Leia mais

AS SERPENTES DA COLEÇÃO HERPETOLÓGICA DA UFAC, ACRE THE SNAKES OF HERPETOLOGICAL COLLECTION UFAC, ACRE

AS SERPENTES DA COLEÇÃO HERPETOLÓGICA DA UFAC, ACRE THE SNAKES OF HERPETOLOGICAL COLLECTION UFAC, ACRE AS SERPENTES DA COLEÇÃO HERPETOLÓGICA DA UFAC, ACRE THE SNAKES OF HERPETOLOGICAL COLLECTION UFAC, ACRE Tharsos Mota D Avila¹, Ilana Peres da Silva Lima¹, Karoline Silva da Cruz 2, Dionatas Ulises de Oliveira

Leia mais

12/06/2015. Erosão em voçoroca CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2 ATMOSFÉRICO TRATAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO EM MAUNA LOA (HAWAI)

12/06/2015. Erosão em voçoroca CONCENTRAÇÃO GLOBAL DE CO2 ATMOSFÉRICO TRATAMENTO DE ÁREAS DEGRADADAS NÍVEIS DE GÁS CARBÔNICO EM MAUNA LOA (HAWAI) DESMATAMENTO ECOLOGIA Unidade 5 MADEIRA CARVÃO PASTAGENS AGRICULTURA MINERAÇÃO LOTEAMENTOS DESMATAMENTO DESMATAMENTO RONDÔNIA RONDÔNIA EROSÃO - DESMATAMENTO - SOLO DESPROTEGIDO - CHUVAS - DESAGREGAÇÃO

Leia mais

Complementação ao Item 5.2.4.2.2 Fauna da Área de Influência Direta

Complementação ao Item 5.2.4.2.2 Fauna da Área de Influência Direta Estudo de Impacto Ambiental Ferrovia EF 354 Uruaçu, GO Vilhena, RO Complementação ao Item 5.2.4.2.2 Fauna da Área de Influência Direta Janeiro/2014 Complementação ao Item 5.2.4.2.2 Fauna da Área de Influência

Leia mais

Prof. Pedro Brancalion

Prof. Pedro Brancalion Prof. Pedro Brancalion Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos

Leia mais

SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY

SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY SAM NOBLE OKLAHOMA MUSEUM OF NATURAL HISTORY UNIVERSITY OF OKLAHOMA, NORMAN, OKLAHOMA NUMBER 2, PAGES 1 00 1 MAY 2005 UM GUIA FOTOGRÁFICO DOS RÉPTEIS E ANFÍBIOS DA REGIÃO

Leia mais

ÍNDICE. 7 - Conclusão... 1/3. 2818-00-EIA-RL-0001-00 Janeiro de 2015 Rev. nº 00. LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS Estudo de Impacto Ambiental - EIA 1/1

ÍNDICE. 7 - Conclusão... 1/3. 2818-00-EIA-RL-0001-00 Janeiro de 2015 Rev. nº 00. LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS Estudo de Impacto Ambiental - EIA 1/1 2818-00-EIA-RL-0001-00 LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS ÍNDICE 7 - Conclusão... 1/3 Índice 1/1 2818-00-EIA-RL-0001-00 LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS 7 - CONCLUSÃO A implantação da LT 500 kv Estreito Fernão

Leia mais

CARACTERÍSTICAS GERAIS

CARACTERÍSTICAS GERAIS RÉPTEIS CARACTERÍSTICAS GERAIS Répteis do latim REPTARE= RASTEJAR. Têm cerca de 7 mil espécies. Surgiram há cerca de 300 milhões de anos. Vivem em ambientes terrestres (secos) ou alguns são aquáticos.

Leia mais

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO PROJETO DE LEI Nº 506, DE 2008: A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO PROJETO DE LEI Nº 506, DE 2008: A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA: ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO PROJETO DE LEI Nº 506, DE 2008: Estabelece mecanismos de participação no produto da arrecadação do ICMS gerado pela cadeia produtiva no município onde se localiza

Leia mais

Município de Colíder MT

Município de Colíder MT Diagnóstico da Cobertura e Uso do Solo e das Áreas de Preservação Permanente Município de Colíder MT Paula Bernasconi Ricardo Abad Laurent Micol Julho de 2008 Introdução O município de Colíder está localizado

Leia mais

Consórcio Energético Cruzeiro do Sul. Programa de Monitoramento da Fauna do PBA Indígena Sub-programa Efeitos sobre a Fauna de Vertebrados Terrestres

Consórcio Energético Cruzeiro do Sul. Programa de Monitoramento da Fauna do PBA Indígena Sub-programa Efeitos sobre a Fauna de Vertebrados Terrestres Programa de Monitoramento da Fauna do PBA Indígena Sub-programa Efeitos sobre a Fauna de Vertebrados Terrestres Setembro de 2015 SUMÁRIO 1. EQUIPE TÉCNICA... 1-9 2. DADOS DAs EMPRESAs... 2-10 2.1. Dados

Leia mais

Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável. II Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável

Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável. II Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável Anexo III da Resolução n o 1 da CIMGC Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável I Introdução O Projeto da Usina Eólica Casa Nova consiste na implantação e operação de uma

Leia mais

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00 1. Conceitos Básicos a) unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,

Leia mais

Disciplina Ciências do Ambiente Prof. Dra. Elizete A. Checon de Freitas Lima Unesp, Campus de Ilha Solteira

Disciplina Ciências do Ambiente Prof. Dra. Elizete A. Checon de Freitas Lima Unesp, Campus de Ilha Solteira Gestão Ambiental Disciplina Ciências do Ambiente Prof. Dra. Elizete A. Checon de Freitas Lima Unesp, Campus de Ilha Solteira Política Nacional do Meio Ambiente Lei 6938/81 Principais instrumentos de gestão

Leia mais

Termo de Referência para Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) TR GERAL

Termo de Referência para Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) TR GERAL Termo de Referência para Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) TR GERAL ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) ATENÇÃO O ESTUDO DEVE CONTER, COMO ITEM OBRIGATÓRIO, UMA FOLHA

Leia mais

SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO... 7 2. ESTUDO COMPLEMENTAR DE FAUNA... 9

SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO... 7 2. ESTUDO COMPLEMENTAR DE FAUNA... 9 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO... 7 2. ESTUDO COMPLEMENTAR DE FAUNA... 9 2.1. MATERIAL E MÉTODOS... 9 2.1.1. ÁREAS DE ESTUDO... 9 2.1.2. PROCEDIMENTO AMOSTRAL... 11 2.2. RESULTADOS... 14 2.2.1. AVIFAUNA... 14

Leia mais

Serpentes do Município de Viçosa, Mata Atlântica do Sudeste do Brasil

Serpentes do Município de Viçosa, Mata Atlântica do Sudeste do Brasil Biota Neotrop., vol. 10, no. 3 Serpentes do Município de Viçosa, Mata Atlântica do Sudeste do Brasil Henrique Caldeira Costa 1,3, Davi Lima Pantoja 2, José Lélis Pontes 1 & Renato Neves Feio 1 1 Museu

Leia mais

LT 500 kv Mesquita Viana 2 e LT 345 kv Viana 2 Viana. Estudo de Impacto Ambiental - EIA. Novembro de 2010. 8 - Conclusão

LT 500 kv Mesquita Viana 2 e LT 345 kv Viana 2 Viana. Estudo de Impacto Ambiental - EIA. Novembro de 2010. 8 - Conclusão EIIA Não excluir esta página LT 500 kv Mesquita Viana 2 e LT 345 kv Viana 2 Viana Novembro de 2010 8 - Conclusão 2422-00-EIA-RL-0001-00 Rev. nº 00 Preencher os campos abaixo Marcos Pereira Consultor: Revisão

Leia mais

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 CARACTERIZAÇÃO DA ANUROFAUNA DA ÁREA DO INSTITUTO DE PERMACULTURA CERRADO-PANTANAL E MATA ATLÂNTICA, NO MUNICÍPIO DE CARRANCAS, MG. FELIPE FERNANDES 1 & MARCELO PASSAMANI 2 RESUMO Este trabalho foi realizado

Leia mais

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES Emenda Nº: 656 0468 CIENCIA E TECNOLOGIA PARA A GESTÃO DE ECOSSISTEMAS 4134 DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS SOBRE FRAGMENTAÇÃO NA MATA ATLANTICA PESQUISAS REALIZADAS 20 Para conservar biodiversidade precisamos,

Leia mais

DIVERSIDADE DE RÉPTEIS EM UMA ÁREA DA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

DIVERSIDADE DE RÉPTEIS EM UMA ÁREA DA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL DIVERSIDADE DE RÉPTEIS EM UMA ÁREA DA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL DIVERSIDADE DE RÉPTEIS EM UMA ÁREA DA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL Reptiles diversity in an area of the

Leia mais

SERPENTES RESPONSÁVEIS POR ENVENENAMENTOS NO BRASIL

SERPENTES RESPONSÁVEIS POR ENVENENAMENTOS NO BRASIL SERPENTES RESPONSÁVEIS POR ENVENENAMENTOS NO BRASIL A seguir serão apresentadas listas (tabelas 1, 2, 3 e 4) com os nomes científicos/família, nomes populares das serpentes incluindo também dados de distribuição

Leia mais

Levantamento e caracterização das populações de Macacos Guariba (Alouatta sp.) ocorrentes no município de Bambuí-MG

Levantamento e caracterização das populações de Macacos Guariba (Alouatta sp.) ocorrentes no município de Bambuí-MG Levantamento e caracterização das populações de Macacos Guariba (Alouatta sp.) ocorrentes no município de Bambuí-MG ¹Eriks T. VARGAS; ²Jéssyka M. PARREIRA; 2Leandro A. MORAES; ³Éverton B. SILVA; ³Tamires

Leia mais

As Questões Ambientais do Brasil

As Questões Ambientais do Brasil As Questões Ambientais do Brasil Unidades de conservação de proteção integral Existem cinco tipos de unidades de conservação de proteção integral. As unidades de proteção integral não podem ser habitadas

Leia mais

PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EDITAL DE SELEÇÃO PARA O II CURSO ECOLOGIA DA FLORESTA. Porto Velho e Itapuã do Oeste/RO 27 a 30 de novembro de 2013

PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EDITAL DE SELEÇÃO PARA O II CURSO ECOLOGIA DA FLORESTA. Porto Velho e Itapuã do Oeste/RO 27 a 30 de novembro de 2013 PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EDITAL DE SELEÇÃO PARA O II CURSO ECOLOGIA DA FLORESTA Porto Velho e Itapuã do Oeste/RO 27 a 30 de novembro de 2013 INSCRIÇÕES ATÉ O DIA 08/11/2013 Porto Velho, 22 de

Leia mais

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE ESTADO DE PRODUÇÃO SECRETARIA EXECUTIVA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE ESTADO DE PRODUÇÃO SECRETARIA EXECUTIVA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DE ESTADO DE PRODUÇÃO SECRETARIA EXECUTIVA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE. CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE-COEMA Câmara Técnica Especial PROCESSO

Leia mais

Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil

Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Biota Neotropica ISSN: 1676-0611 cjoly@unicamp.br Instituto Virtual da Biodiversidade Brasil Recoder, Renato; Nogueira, Cristiano Composição e diversidade de répteis Squamata na região sul do Parque Nacional

Leia mais

1. INTRODUÇÃO 2. DADOS DO EMPREENDEDOR:

1. INTRODUÇÃO 2. DADOS DO EMPREENDEDOR: TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL E PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL PARA PARQUES DE GERAÇÃO DE ENERGIAS ALTERNATIVA (SOLAR, EÓLICA E OUTRAS) 1. INTRODUÇÃO Este Termo de

Leia mais

A Fauna de Répteis na Região de Paranapiacaba

A Fauna de Répteis na Região de Paranapiacaba CAPÍTULO 31 A Fauna de Répteis na Região de Paranapiacaba Otavio Augusto Vuolo Marques Instituto Butantan, Laboratório de Herpetologia, Avenida Vital Brazil 1500, CEP 05503-900 São Paulo, SP, Brasil, otaviomarques@butantan.gov.br

Leia mais

ANUROFAUNA DA ÁREA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS, MANAUS, AMAZONAS, BRASIL (AMPHIBIA; ANURA)

ANUROFAUNA DA ÁREA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS, MANAUS, AMAZONAS, BRASIL (AMPHIBIA; ANURA) 13 ANUROFAUNA DA ÁREA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NILTON LINS, MANAUS, AMAZONAS, BRASIL (AMPHIBIA; ANURA) Romeu Gonçalves Queiroz Filho 1 ; Telêmaco Jason Mendes-Pinto 2 ; Ana Cristina Fragoso 3 RESUMO - Este

Leia mais

Termo de Referência INTRODUÇÃO E CONTEXTO

Termo de Referência INTRODUÇÃO E CONTEXTO Termo de Referência CONSULTORIA PARA AVALIAÇÃO DOS FINANCIAMENTOS DO BANCO DA AMAZÔNIA BASA, PARA FORTALECIMENTO DA AGENDA DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA, COM DESTAQUE PARA

Leia mais

Atlas ambiental do município de Itanhaém 2012. Capítulo 6 - Conservação ambiental

Atlas ambiental do município de Itanhaém 2012. Capítulo 6 - Conservação ambiental Capítulo 6 - Conservação ambiental 71 72 6.1 Unidades de Conservação As Unidades de Conservação da Natureza (UCs) constituem espaços territoriais e mari- 46 55' 46 50' 46 45' nhos detentores de atributos

Leia mais

SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY

SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY SPECIAL PUBLICATIONS IN HERPETOLOGY SAM NOBLE OKLAHOMA MUSEUM OF NATURAL HISTORY UNIVERSITY OF OKLAHOMA, NORMAN, OKLAHOMA NUMBER 1, PAGES 1 17 1 SEPTEMBER 2002 UM GUIA FOTOGRÁFICO DOS RÉPTEIS E ANFÍBIOS

Leia mais

As principais ameaças à conservação do Bioma Pampa. Márcio Borges Martins borges.martins@ufrgs.br

As principais ameaças à conservação do Bioma Pampa. Márcio Borges Martins borges.martins@ufrgs.br As principais ameaças à conservação do Bioma Pampa Márcio Borges Martins borges.martins@ufrgs.br Os anfíbios e répteis do Pampa gaúcho: análise dos padrões de distribuição, efeitos das mudanças climáticas

Leia mais

CONSIDERAÇÕES BIOGEOGRÁFICAS SOBRE A HERPETOFAUNA DO SUBMÉDIO E DA FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO, BRASIL

CONSIDERAÇÕES BIOGEOGRÁFICAS SOBRE A HERPETOFAUNA DO SUBMÉDIO E DA FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO, BRASIL CONSIDERAÇÕES BIOGEOGRÁFICAS SOBRE A HERPETOFAUNA DO SUBMÉDIO E DA FOZ DO RIO SÃO FRANCISCO, BRASIL FIDÉLIS JÚNIO MARRA SANTOS, ALFREDO PALAU PEÑA, VERA LÚCIA FERREIRA LUZ Resumo: considerando duas principais

Leia mais

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Previsão Legal Objetivos Categorias Finalidades Gestão do Sistema Quantitativos Outros Espaços Protegidos Distribuição Espacial Relevância O Brasil possui alguns

Leia mais

Texto da Dibap p/ Intranet

Texto da Dibap p/ Intranet Texto da Dibap p/ Intranet DIBAP A Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas tem como missão: empreender ações para a conservação da biodiversidade fluminense, administrar as unidades de conservação

Leia mais

Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável

Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável Anexo III da Resolução n o 1 da CIMGC Contribuição da Atividade de Projeto para o Desenvolvimento Sustentável I Introdução A atividade de projeto do Projeto de MDL Santa Carolina (denominado Projeto Santa

Leia mais

EDITAL DE APOIO A PESQUISAS REALIZADAS NA RPPN URU, LAPA, PARANÁ

EDITAL DE APOIO A PESQUISAS REALIZADAS NA RPPN URU, LAPA, PARANÁ EDITAL DE APOIO A PESQUISAS REALIZADAS NA RPPN URU, LAPA, PARANÁ I. Informações gerais sobre a reserva particular do Patrimônio Natural (RPPN) URU Em 2003, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação

Leia mais

COMPOSIÇÃO, HISTÓRIA NATURAL, DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DAS SERPENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP FAUSTO ERRITTO BARBO

COMPOSIÇÃO, HISTÓRIA NATURAL, DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DAS SERPENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP FAUSTO ERRITTO BARBO COMPOSIÇÃO, HISTÓRIA NATURAL, DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DAS SERPENTES NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP FAUSTO ERRITTO BARBO Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação Interunidades em Biotecnologia

Leia mais

GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 15 AGROPECUÁRIA E MEIO AMBIENTE

GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 15 AGROPECUÁRIA E MEIO AMBIENTE GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 15 AGROPECUÁRIA E MEIO AMBIENTE Fixação 1) (ENEM) Calcula-se que 78% do desmatamento na Amazônia tenha sido motivado pela pecuária - cerca de 35% do rebanho nacional está na

Leia mais

RELATÓRIO SEMESTRAL PCH JARARACA JULHO A DEZEMBRO 2013

RELATÓRIO SEMESTRAL PCH JARARACA JULHO A DEZEMBRO 2013 RELATÓRIO SEMESTRAL PCH JARARACA JULHO A DEZEMBRO 2013 Porto Alegre, março de 2014 APRESENTAÇÃO Este documento visa atender a condicionante 8.5 das Licenças de Operação LO LO 7961/2012, concedida a Vêneto

Leia mais

A seguir são apresentadas as etapas metodológicas da Pesquisa CNT de Rodovias.

A seguir são apresentadas as etapas metodológicas da Pesquisa CNT de Rodovias. Metodologia A Pesquisa CNT de Rodovias propõe-se a avaliar a situação das rodovias brasileiras a partir da perspectiva dos usuários da via. As características - pavimento, sinalização e geometria - são

Leia mais

Preservar sapos e rãs

Preservar sapos e rãs Preservar sapos e rãs Rogério Pereira Bastos 1 Apesar de atualmente os temas biodiversidade, conservação, desmatamento, aquecimento global estarem freqüentemente na mídia, a população brasileira tem pouco

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA CONECTIVIDADE DAS ÁREAS NATURAIS NA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM FLORESTAS PLANTADAS. Dr. Vlamir José Rocha Biólogo

A IMPORTÂNCIA DA CONECTIVIDADE DAS ÁREAS NATURAIS NA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM FLORESTAS PLANTADAS. Dr. Vlamir José Rocha Biólogo A IMPORTÂNCIA DA CONECTIVIDADE DAS ÁREAS NATURAIS NA CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE EM FLORESTAS PLANTADAS Dr. Vlamir José Rocha Biólogo 1 PERFIL DA COMPANHIA Empresa de base florestal focada em madeira,

Leia mais