APRESENTAÇÃO DA MARATONA DE CARTAS

Transcrição

1 APRESENTAÇÃO DA MARATONA DE CARTAS Sobre esta apresentação: Este PowerPoint é um recurso para os/as professores/as apresentarem a Maratona de Cartas aos seus alunos, convidando-os a atuar pela defesa e promoção dos direitos humanos das pessoas visadas nos casos-apelo descritos. A atividade sugerida no final é particularmente dirigida aos/às professores/as de Música que poderão dar apoio aos alunos na criação de uma música sobre um dos casos referidos. Objetivos: Sensibilizar os jovens para as violações dos direitos humanos Encorajar os jovens a refletir sobre o papel de cada pessoa na defesa e promoção dos direitos humanos Desenvolver nos jovens competências para agir em defesa dos direitos humanos Desenvolver capacidades de trabalho em grupo 1

2 Maratona de Cartas 2015 O que é? O maior evento de direitos humanos organizado anualmente pela Amnistia Internacional no último trimestre. Durante esta altura milhões de pessoas em todo o mundo assinam cartas em prol de indivíduos e comunidades em risco. Objetivo Chamar a atenção para estes casos, o que poderá resultar numa melhoria das condições de pessoas e comunidades em risco. Centenas de prisioneiros de consciência, como Aung San Suu Ky, já foram libertados graças à Maratona de Cartas. A Maratona de Cartas é um evento mundial da Amnistia Internacional que visa chamar a atenção para casos de violações de direitos humanos e levar as pessoas a agir em defesa destes mesmos direitos. Para tal são selecionados vários casos de violações de direitos humanos, que serão trabalhados em simultâneo em todo o mundo. De que forma são trabalhados: A Amnistia Internacional convida as pessoas a escreverem cartas ou assinar cartas-tipo já escritas para pedir a melhoria das condições das pessoas visadas nos apelos. Estas cartas são dirigidas aos governos e entidades dos países em causa, e os apelos diferem em função do caso. Num caso de pena de morte por exemplo, pede-se que a sentença seja comutada, num caso de tortura pede-se que seja feita uma investigação aos relatos de tortura e que os responsáveis sejam julgados, etc. Uma vez que existem milhares de pessoas a participar nestes apelos em simultâneo, o impacto é muito grande pois as autoridades recebem milhares de cartas referindo-se aos mesmos casos. Portanto o mundo está atento às violações de direitos humanos de determinado país e os governantes não gostam de estar sujeitos a esta atenção. O que resulta muitas vezes na melhoria das condições destas pessoas, pois as autoridades sentem-se pressionadas a agir para alterar a situação. 2

3 Maratona de Cartas 2015 Crescimento da Maratona de Cartas em Portugal , , , , ,436 Este quadro mostra a evolução do número de cartas em Portugal desde 2010, que tem sido enorme, em grande parte devido à adesão das escolas. Nas escolas que integram o projeto Escolas Amigas dos Direitos Humanos, o número de participantes tem sido também assinalável. No ano passado o número de apelos recolhidos nas Escolas Amigas dos DH foi o seguinte (pode escolher referir o número da sua escola): Escola Secundária Rainha Santa Isabel 1505 Escola EB 2,3/S Pedro Ferreiro Escola Básica e Secundária Levante da Maia Escola Secundária Dr. Serafim Leite Escola Secundária Prof. Reynaldo dos Santos Escola Secundária Gama de Barros

4 Maratona de Cartas 2015 Recolha de assinaturas + Ações de solidariedade A Maratona de Cartas tem dois tipos de participação: Assinando as cartas-apelo Gerando ações de solidariedade com as próprias vítimas de violação dos direitos humanos - estas ações podem ser desenhos, cartas, postais, vídeos, fotografias. Todas as ações de solidariedade são depois enviadas às próprias pessoas visadas nos casos, ou no caso de isso não ser possível, a organizações locais que estão a apoiar estas pessoas e que lhes transmitirão estas mensagens. 4

5 Rafael Marques de Morais é um jornalista angolano que tem sido perseguido pelo governo de Angola devido à denúncia de casos de alegada corrupção e injustiça social no país. Recentemente, Rafael Marques publicou um livro em que descreve alegados abusos de direitos humanos por parte de militares angolanos e de empresas privadas, em minas de diamantes. Apresentou também uma queixa-crime contra os alegados responsáveis pelos abusos descritos no livro, procurando justiça para as alegadas vítimas da indústria de diamantes do país. Em consequência, foi formalmente acusado de denúncia caluniosa em julho de A 19 de maio os generais angolanos retiraram as acusações contra Rafael Marques e o ativista prescindiu de apresentar as testemunhas e provas de defesa na sessão de 25 de maio, considerando que as acusações haviam sido retiradas na totalidade. Foi, no entanto, surpreendido quando nesta sessão o Ministério Público pediu 30 dias de prisão. A sentença final foi proferida a 28 de maio e foi condenado por denúncia caluniosa a seis meses de prisão com pena suspensa por dois anos. A 3 de junho foi interposto um recurso, em relação ao qual se aguarda uma decisão. A Amnistia Internacional considera que Rafael Marques está a ser alvo de perseguição por exercer o seu direito à liberdade de expressão protegido pelo direito internacional. Por essa razão está a apelar ao Procurador-geral e ao Ministro dos Direitos Humanos e da Justiça para que garantam o julgamento de acordo com as normas internacionais durante o recurso e que retirem as acusações contra Rafael Marques. 5

6 Em julho de 2012, Yecenia Armenta transportava familiares até ao aeroporto quando polícias à paisana a mandam encostar. Tiraram-na à força do carro, vendaram-na e levaram-na. Acusaram-na de ordenar o assassinato do marido. E não se pouparam a nada para a fazer confessar. Yecenia foi suspensa pelos tornozelos de pernas para o ar, sufocada e espancada. Disseram que trariam os meus dois filhos, que os violariam e os cortariam em pedaços, disse à Amnistia. Após muitas horas de tortura e depois de me terem violado, assinei a confissão. Continuava vendada. Nunca li o que assinei. A sua provação durou 15 horas. Enquanto estava detida, médicos do mesmo escritório do Ministério Público que a deteve examinaram os ferimentos de Yecenia, mas não os documentaram. Meses mais tarde, uma equipa médica forense do Gabinete do Procurador-Geral Federal também a examinou e concluiu que não tinha sido torturada porque os anteriores examinadores não tinham encontrado sinais. Desde então, peritos médicos independentes examinaram-na duas vezes e concluíram que foi de facto torturada. Yecenia passou os últimos três anos na prisão, acusada sem provas com base na sua confissão por um crime que ela diz não ter cometido. Yecenia merece ser libertada e ver os seus torturadores levados perante a justiça: Não quero passar nem mais um dia aqui, disse. Quero que a minha história seja ouvida, e peço que me ajudem. A Amnistia Internacional está a apelar ao Procurador-geral Marco Gómez para que retire as acusações contra Yecenia, que a libertem imediatamente e que os torturadores sejam responsabilizados. 6

7 Em agosto de 2014, Costas e o seu companheiro, um refugiado, foram brutalmente espancados por rufias no centro de Atenas, no que constituiu um ataque homofóbico e racista. Penso que perceberam que éramos um casal e atacaram-nos por isso e pela cor de pele do meu companheiro, afirmou Costas. Como resultado das repetidas agressões, Costas ficou com a perna fraturada em três lados. O trauma mental ainda não desapareceu: A perna agora está ok, mas quando vejo qualquer tipo de violência, volta o horror e o medo. As autoridades gregas não estão a tomar medidas para resolver o problema do aumento de violência motivada pelo ódio. Estão a tratar os casais do mesmo sexo como cidadãos de segunda classe e não estão a investigar convenientemente todos os motivos por trás destes ataques nem estão a proteger todos os afetados. Quando chegou a polícia, fui tratado como se tivesse algo contagioso, disse Costas. Mais de um ano depois, ainda não foi identificado qualquer suspeito, muito menos punido, e tanto Costas como o seu companheiro vivem em constante medo pela sua segurança. Em março de 2015, Costas e o companheiro foram atacados de novo. A falta de reconhecimento dos relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo tornam a relação de Costas e a comunidade LGBTI sentir-se ainda mais vulnerável: É como se o Governo fosse conivente com os ataques ao não os reconhecer como reais, disseramnos. É como se não existíssemos. A Amnistia Internacional está a apelar ao ministro da Justiça grego que ordene uma investigação exaustiva a estes crimes de ódio e para assegurar que Costas e o seu companheiro recebam a compensação a que têm direito. 7

8 Aos 13 anos Maria (nome fictício) foi forçada a casar com um homem de 70 anos de idade e que já tinha cinco outras mulheres. Quando resistiu, o pai disse-lhe: Se não vais para junto do teu marido, mato-te. No Burkina Faso, milhares de raparigas e adolescentes, como a Maria, são forçadas a casar muito novas. Uma em cada três raparigas é obrigada a casar antes de completar 18 anos. Algumas têm apenas 11 anos de idade. É esperado que tenham tantos filhos quantos os maridos desejem, ndependentemente dos seus próprios desejos ou da ameaça que a gravidez precoce possa representar para a sua saúde. Uma vez casadas, espera-se que cozinhem, limpem, que vão buscar água e que trabalhem nos campos de manhã à noite. Poucas têm a possibilidade de ir à escola. Algumas raparigas fazem o que podem para escapar aos casamentos forçados, apesar da enorme pressão dos seus familiares e da sociedade mais alargada. Maria caminhou quase 170km durante três dias para procurar refúgio num abrigo para jovens raparigas. Apesar de os casamentos forçados e precoces serem proibidos pela Constituição do Burkina Faso e pela lei internacional as autoridades continuam a ignorar esta realidade. A Amnistia Internacional está a apelar ao ministro da Justiça e dos Direitos Humanos do Burkina Faso instando a que as autoridades deixem de ignorar esta situação e que cumpram as obrigações do país de impedir os casamentos forçados e precoces. 8

9 O que gostaríamos que fizessem? Em grupos, escolham um dos quatro casos apresentados e façam uma música sobre esse caso. Gravem as vossas músicas em vídeo. Estas serão enviadas para as pessoas visadas nos casos como forma de solidariedade. Inspirem-se no trabalho de colegas vossos, vendo o vídeo que foi feito no ano passado sobre o caso da Comunidade de Mkhondo que não tinha acesso à saúde. Uma das formas que a Amnistia Internacional tem utilizado para sensibilizar os alunos para as vítimas de violações de direitos humanos, visadas pela Maratona de Cartas tem sido a atribuição de um trabalho criativo sobre cada um dos casos. A criação de uma música sobre um dos casos incentiva os alunos a refletirem sobre a situação e a transformarem a informação recebida, fazendo com que seja apreendida com maior profundidade. Além disso estão também a desenvolver uma importante forma de solidariedade com as próprias vítimas, pois as mensagens de apoio têm um efeito muito positivo e ajudam as pessoas a suportar a situação que estão a viver. Pode nesta altura mostrar um dos vídeos feitos por alunos de outras escolas em iniciativas da Amnistia Internacional. O vídeo disponível neste conjunto de materiais refere-se à situação de uma comunidade na África do sul (Comunidade Mkhondo) que não tinha acesso a cuidados de saúde, nomeadamente na saúde sexual e reprodutiva. As jovens e mulheres tinham grandes dificuldades em deslocar-se ao médico pois não havia meios de transporte disponíveis e as clínicas são muito longe, os horários de atendimento eram muito reduzidos deixando muitas mulheres sem atendimento e os doentes com VIH era identificados com uma pulseira de cor diferente. Depois da Maratona de Cartas de 2014, uma das clínicas disponíveis passou a estar aberta mais tempo o que permitiu um maior acompanhamento das jovens e mulheres, foi disponibilizado um autocarro gratuito para uma das clínicas e os profissionais de saúde deixaram de usar pulseiras diferenciadas para tratar pacientes com VIH, respeitando assim a sua privacidade. Video disponível neste conjunto de materiais ou em: 9