Sistema Prisional goiano é orgulho nacional

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1 Sistema Prisional goiano é orgulho nacional Pronunciamento do Sr. Deputado Federal João Campos (PSDB-GO) no plenário da Câmara dos Deputados, no dia Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e Senhores Deputados: A realidade atual do sistema prisional goiano prova que a questão penitenciária é prioridade na atual administração do Governo do Estado, o que tem chamado a atenção do governo federal e servido de modelo para outros Estados do país. No último mês abril, em visita ao sistema penitenciário de Goiás, o diretor geral do Departamento Penitenciário Nacional, Maurício Kuehne, impressionado com as realizações aqui implementadas declarou para a imprensa local que: Goiás dá de 10 a zero no resto do país em matéria de ressocialização de

2 presos. Os avanços não são poucos, mesmo diante das dificuldades. A presidência do sistema, sob o comando do experiente delegado de polícia e especialista em criminalidade, Edemundo Dias de Oliveira Filho, implantou medidas de humanização dos presídios e estabeleceu a primeira política penitenciária do Estado, com base na Lei de Execução de Penal, que tem por princípio básico a ressocialização da população carcerária a partir de três frentes principais: trabalho, estudo e qualificação profissional. Nos últimos dois anos e meio foi possível criar um Plano Diretor, que descentralizou a direção do sistema com a criação de oito regionais. A regionalização fortaleceu as políticas penitenciárias com as administrações municipais e hoje as prefeituras são grandes parceiras da Agência Goiana do Sistema Prisional, inclusive na divisão de custos e gastos. A Agência Prisional de Goiás tem em vigor dezenas de convênios com prefeituras, com órgãos públicos e secretarias Estaduais, órgãos públicos federais e ministérios, Ongs e entidades de classe. A iniciativa privada também é parceira, o que soma hoje mais de 70 empresas que atuam no emprego de mão-de-obra de reeducandos, qualificação profissional e educação para os custodiados. Entre estas, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Embrapa, CUT, Hering do Brasil, Ibama e outros. Dos cerca de 8 mil reeducandos do sistema prisional goiano, composto hoje por 47 unidades prisionais, cerca de 70% desses estão envolvidos em alguma atividade de ressocialização e uma das principais delas é o trabalho. Somente no Complexo de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiânia, que reúne os cinco maiores estabelecimentos prisionais do Estado, cerca de 3 mil e quinhentos reeducandos desenvolvem atividades industriais e rurais. São diversas fábricas e oficinas de trabalho instaladas dentro do Complexo, onde os próprios reeducandos fabricam

3 materiais esportivos, confecção e vestuário, cadeiras de rodas, sapataria em geral, móveis, confecção de cortinas, sacolas, cabides e prendedores de plástico, jalecos e uniformes, marcenaria e artesanato em geral. Alguns também trabalham fora do sistema prisional em empresas parceiras e, em uma iniciativa pioneira no País, até prestam serviços de limpeza urbana para a prefeitura de Aparecida de Goiânia. Além das oficinas, os reeducandos também trabalham em lavouras dentro do próprio sistema goiano, com o plantio e colheita de grãos. É o programa CIO da Terra, que ocupa hoje mais de cem reeducandos. Em 2004, eles colheram 500 toneladas de grãos e no ano passado foram mil toneladas. A produção é utilizada na alimentação dos presos e parte na confecção de ração para o plantel de suínos e bovinos da Agência Prisional. Os presos também cuidam de hortas e pomares. É interessante observar que as atividades de ressocialização desenvolvidas no sistema prisional goiano têm custo quase zero para o Estado, justamente por causa das parcerias desenvolvidas. O resultado disso, é o custo mensal do apenado mais barato do país. Em Goiás, são gastos 473 reais e 23 centavos, por preso ao mês, excluindo pessoal e investimento. Já a média nacional é de mil reais mensais por preso, segundo o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN). A ressocialização também é possível por meio da integração das políticas sociais do Estado desenvolvidas por todas as suas pastas, principalmente a Educação. Na área de saúde, a Agência Prisional lançou em abril último o Projeto Renascer para tratamento e recuperação de reeducandos dependentes químicos, atendimento que também se estende aos familiares deles. Além disso, o sistema com várias equipes múltiplas de saúde para atendimento da população carcerária. Mesmo com todo o processo de humanização, a segurança do sistema é rígida e também é

4 prioridade. Em maio de 2005, foi implantado no sistema uma Gerência de Inteligência que, em parceria com as polícias civil e militar, realiza importantíssimos trabalhos de desmanche de quadrilhas dentro e fora do sistema, recaptura de foragidos e atua, principalmente, na prevenção de crimes. Em Goiás, o resultado de toda esta nova política de execução penal e os benefícios são visíveis. São quase três anos com o sistema pacificado, sem grandes conflitos. No mês passado, a decisão da Vara de Execuções Penais de Goiânia ao ignorar a decisão do STF de conceder progressão de regime para reeducandos de crimes hediondos, levou os detentos a fazerem greve de trabalho sem optarem pela violência, portanto uma manifestação pacífica. Logo voltaram ao trabalho por confiarem na administração da Agência Prisional, que conseguiu resolver a situação em conversação com os poder judiciário local. Por outro lado, também sabe-se que a realidade prisional de Goiás não é só maravilhas. Aqui, assim como em todo o país, também existem dificuldades e problemas sérios como a superpopulação, estruturas físicas deficientes e insuficientes, além da falta de recursos financeiros. Quase todas as unidades prisionais do Estado estão acima da capacidade de lotação. A Casa de Prisão Provisória do Complexo de Aparecida de Goiânia teve o limite de lotação determinado pela Vara de Execução Penal no dobro da capacidade, em presos. Mas, mesmo com dificuldades, comuns em todo o sistema penitenciário nacional, no ano passado Goiás foi apontado pela UNESCO entre as quatro melhores administrações penitenciárias do país e foi convidado para compor a equipe que, juntamente com os técnicos do governo federal, comporá a nova política penitenciária nacional. Em plena crise da Segurança Pública, comandada por detentos de dentro de

5 presídios, crise essa que não é só de São Paulo, ao contrário do que a mídia insiste, eu tenho orgulho da administração penitenciária que Goiás. João Campos Deputado Federal