PROPOSTA DE ATO DA UNIÃO

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1 PARLAMENTO EUROPEU Documento de sessão B8-0210/2015 PROPOSTA DE ATO DA UNIÃO apresentada nos termos do artigo 46.º, n.º 2, do Regimento sobre a alteração da Diretiva 2006/112/CE do Conselho relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado Richard Sulík (ECR) RE\ doc PE v01-00 Unida na diversidade

2 B8-0210/2015 Proposta de ato da União sobre a alteração da Diretiva 2006/112/CE do Conselho relativa ao sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado O Parlamento Europeu, Tendo em conta o artigo 225.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, Tendo em conta o artigo 46.º, n.º 2, do seu Regimento, A. Considerando que a Diretiva 2008/8/CE do Conselho, de 12 de fevereiro de 2008, que altera a Diretiva 2006/112/CE no que diz respeito ao lugar das prestações de serviços 1, alterou o lugar e as condições do pagamento do imposto sobre o valor acrescentado (a seguir designado «IVA») pelos prestadores de serviços de telecomunicações e de serviços de radiodifusão e televisão (a seguir designados «serviços eletrónicos selecionados») que prestam esses serviços a pessoas que não sejam sujeitos passivos, para que os prestadores deste género de serviços paguem o IVA no Estado em que os seus clientes deles usufruem; B. Considerando que, de acordo com a exposição de motivos da Diretiva 2008/8/CE do Conselho, o principal motivo para a alteração acima referida consiste em impedir que os prestadores de determinados serviços eletrónicos se estabeleçam em Estados-Membros em que a taxa de IVA é reduzida, uma tendência observada particularmente ao nível das grandes empresas sediadas no Estado-Membro cuja taxa de IVA é a mais baixa da UE; que este motivo não se aplica no caso das pequenas empresas; C. Considerando que a prestação de serviços eletrónicos selecionados nos Estados-Membros está sujeita à legislação nacional, segundo a qual os pequenos empresários estão isentos, na maioria dos Estados-Membros, da obrigação de se registarem para efeitos de IVA, até que atinjam um determinado volume de negócios, o que cria disparidades ao nível da prestação de serviços eletrónicos selecionados na UE, particularmente quando os prestadores dos referidos serviços deixam de os prestar fora do Estado-Membro em que estão sediados para evitar a obrigação de se registarem para efeitos de IVA; D. Considerando que é importante eliminar todos os obstáculos à entrada dos pequenos empresários no mercado, já que as pequenas empresas desempenham um papel essencial na criação de emprego e inovação; E. Considerando, por um lado, que uma das três grandes prioridades da Comissão consiste no estabelecimento de um mercado único digital e que um dos seis principais meios para cumprir este objetivo, segundo a Comissão, consiste em tornar a constituição de empresas mais fácil para os inovadores e, por outro, que o regime do minibalcão único do IVA (a seguir designado «regime do minibalcão») está atualmente em conflito direto com esse objetivo; 1 JO L 44 de , p. 11. PE v /5 RE\ doc

3 F. Considerando que obrigar ao pagamento do IVA no Estado-Membro de consumo, sem, contudo, conceder isenção aos pequenos empresários, pode ter um efeito negativo, ou até fatal, para os pequenos prestadores de serviços eletrónicos selecionados, para quem as obrigações de registo e as obrigações fiscais criam um obstáculo administrativo que pode dissuadi-los de prestar esses serviços, pese embora a existência do regime do minibalcão, que tem por objetivo evitar a necessidade de efetuar registos múltiplos para efeitos de IVA em diferentes Estados Membros, permitindo que o prestador de serviços eletrónicos selecionados apresente uma única declaração de impostos e pague impostos sobre todos os serviços prestados nos Estados-Membros; G. Considerando que o regime do minibalcão, para além das obrigações de registo e de pagamento, prevê outras medidas administrativas, como a obrigação de conservar, durante 10 anos, os documentos que contenham os dados dos compradores, até mesmo para compras de aplicações no valor de meros cêntimos, embora até aqui não fosse necessário obter os dados pessoais dos compradores; que, na sequência da entrada em vigor do regime do minibalcão, os pequenos empresários serão obrigados a recolher e a conservar esses dados, o que implica obrigações administrativas suplementares para os empresários relacionadas, por exemplo, com a proteção dos dados pessoais recolhidos e com a elaboração de relatórios trimestrais obrigatórios; que o incumprimento destas obrigações resultará na recusa do acesso do prestador de serviços ao regime do minibalcão e que, subsequentemente, o prestador terá de efetuar, em cada Estado-Membro, um registo separado para efeitos de IVA; H. Considerando que as disposições das Diretivas 2006/112/CE e 2008/8/CE do Conselho anteriormente referidas podem levar os prestadores de serviços eletrónicos selecionados a deixar de prestar esses serviços fora do Estado-Membro em que são tributáveis, uma vez que, atendendo à natureza específica dos seus produtos, podem exercer a sua atividade em qualquer parte do mundo, ou fazê-los transferir a sua sede para fora da UE, nomeadamente registando uma plataforma criada no estrangeiro através da qual prestarão os serviços eletrónicos por um preço reduzido na proporção da eliminação dos obstáculos administrativos associados ao regime do minibalcão; I. Considerando que é imperativo apoiar os pequenos empresários e evitar criar obstáculos excessivos à sua atividade, ainda que esses obstáculos administrativos derivem de uma boa ideia, como é o caso do regime do minibalcão, que acaba por ser um obstáculo; J. Considerando que não convém criar obstáculos administrativos para os pequenos empresários, para depois compensá-los com um eventual apoio financeiro associado aos encargos administrativos próprios dos fundos da UE; 1. Solicita à Comissão que apresente, com base no artigo 113.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, até 1 de janeiro de 2016, uma proposta relativa à alteração da Diretiva 2006/112/CE do Conselho; 2. Considera que a proposta da Comissão acima mencionada deve prever a isenção do pagamento do IVA sobre a prestação de serviços eletrónicos selecionados, caso o valor total, líquido de IVA, dos serviços prestados pelo prestador e usufruídos no RE\ doc 3/5 PE v01-00

4 Estado-Membro de consumo não exceda, num ano civil, o montante de euros ou um montante equivalente na moeda nacional em causa; 3. Considera que a proposta da Comissão deve garantir que o Estado-Membro em que o prestador de serviços eletrónicos selecionados está sediado autorize os sujeitos passivos que prestam serviços eletrónicos a decidir se devem, ou não, estar sujeitos à obrigação de pagar o IVA no Estado-Membro de consumo. PE v /5 RE\ doc

5 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Desde 1 de janeiro de 2015, os prestadores de serviços eletrónicos selecionados que prestem os seus serviços fora do Estado-Membro de origem são obrigados a pagar o IVA no Estado-Membro de consumo. Esta medida está relacionada com a obrigação de registo e de pagamento do IVA aquando da prestação de serviços fora do Estado-Membro de origem do prestador de serviços. Os principais motivos para a alteração mencionada anteriormente são, nomeadamente, os seguintes: - impedir que os principais prestadores se estabeleçam nos Estados-Membros que apresentam taxas de IVA mais baixas; - assegurar uma concorrência e repartição mais justas das receitas fiscais entre as empresas nacionais e estrangeiras que prestam o mesmo tipo de serviços; - o debate a nível internacional sobre uma orientação política que procura garantir que os serviços sejam tributados no lugar de consumo. Apesar da assistência administrativa estabelecida em conformidade com a anteriormente referida alteração sob a forma de regime do minibalcão, a Diretiva acima mencionada cria obstáculos para os pequenos empresários. Os obstáculos criados pelo mercado, isto é, pelas normas jurídicas dos Estados-Membros, podem afetar significativamente a vida das pequenas empresas. Atendendo ao importante papel desempenhado pelas pequenas empresas no mercado interno, estes obstáculos devem ser eliminados, tanto quanto possível. RE\ doc 5/5 PE v01-00