RELATÓRIO DE TRABALHO DE CAMPO PROJETO RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA CARNONÍFERA DE SANTA CATARINA
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- Luiz Fernando Aleixo Borba
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1 RELATÓRIO DE TRABALHO DE CAMPO PROJETO RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA CARNONÍFERA DE SANTA CATARINA TEMA HIDROGEOLOGIA - PARTE 1 LOCAÇÃO E INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO NO MUNICÍPIO DE CRICIÚMA, SC Flávia M. F. Nascimento Eng. Geóloga/Hidrogeóloga 11 de Fevereiro de 2010
2 CPRM SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL Escritório Rio de Janeiro Departamento de Hidrologia DEHID Divisão de Hidrogeologia e Exploração DIHEXP Centro de Desenvolvimento Tecnológico-CEDES
3 ÍNDICE 1. Introdução Localização da Área Objetivo Informações Administrativas Tomada de Preço e Empresa Contratada Produtos Recebidos pela Contratada Atividades Realizadas Termo de Referência Critérios para a Locação dos Poços Contato com proprietários e Localização dos Poços Fiscalização das Obras Perfis Construtivos e Resultados das Análises Físico-Químicas Recomendações Conclusões Agradecimentos... 14
4 1. Introdução O Ministério Público Federal propôs uma ação civil pública em desfavor às empresas carboníferas, seus diretores e sócios majoritários, o Estado de Santa Catarina e a União Federal visando à recuperação dos danos ambientais causados pela exploração de carvão mineral na região Sul de Santa Catarina. Em 05/01/2000 foi proferida a sentença que condenou os réus a apresentarem projetos de recuperação ambiental da região contemplando as áreas de depósitos de rejeitos, áreas mineradas a céu aberto e minas abandonadas, bem como o desassoreamento, fixação de barrancas, descontaminação e retificação dos cursos d'água, além de outras obras que visavam amenizar os danos sofridos pela população dos municípios sede da extração e do beneficiamento. Em outubro de 2007, o Juiz aplicou multa para as empresas que não tinham apresentado os projetos de recuperação ambiental. Na mesma decisão, o juiz fixou prazo para que a União apresentasse os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas PRADs das áreas degradadas pela Companhia Brasileira Carbonífera de Araranguá CBCA e Carbonífera Treviso S/A, sob pena de multa. Atualmente, esta sob a responsabilidade do Serviço Geológico do Brasil - CPRM a elaboração dos PRAD s da União dentro dos limites de concessão da massa falida da CBCA. Em 2008 foram identificadas pelo DNPM 23 áreas impactadas, no total de 201,72 ha. Em 2009, com base no roteiro de elaboração dos PRAD s recomendado pelo Ministério Público, a CPRM iniciou os trabalhos nessas áreas, os quais incluem: diagnóstico ambiental, identificação dos impactos ambientais, medidas mitigadoras e compensatórias e o estabelecimento de programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais. 1
5 Estes trabalhos foram inseridos no Projeto Recuperação Ambiental da Bacia Carbonífera de Santa Catarina da CPRM e estão sendo conduzidos pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico CEDES, com participação do DEHID Departamento de Hidrologia. As atividades referentes à LOCAÇÃO E INSTALAÇÃO DE POÇOS DE MONITORAMENTO fazem parte do diagnóstico hidrogeológico, um dos itens do diagnóstico ambiental, e foi realizado para buscar subsídios para a identificação, caracterização e dimensionamento dos aqüíferos, determinação das áreas de recarga, o traçado das linhas de fluxo e o planejamento final de uma rede de monitoramento de poços. Estas informações auxiliarão determinar a vulnerabilidade dos aqüíferos frente à contaminação por águas ácidas provenientes dos depósitos de rejeitos e de bocas de minas nas áreas sob a responsabilidade da União. A realização do diagnóstico Hidrogeológico em princípio foi dividida em 4 partes: Elaboração do Termo de Referência para a instalação dos poços, Locação e Instalação dos poços de monitoramento - Parte 01; Inventário dos poços tubulares, cacimbas e dos poços de monitoramento de água subterrânea, obtidos junto às empresas - Parte 02; Interpretação dos resultados (Perfis, fluxo e Análises Físico-químicas e ensaios de bombeamento existentes) - Parte 03; Definição dos Impactos Ambientais nas águas subterrâneas. Indicação de prováveis medidas de mitigação cabíveis - Parte 4. As partes 2, 3 e 4 foram programadas para realização em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do estado de São Paulo IPT. 2
6 2. Localização da Área A instalação dos poços foi distribuída em uma área de aproximadamente 200 km 2 na sub-bacia do Rio Sangão, Distrito Carbonífero de Santa Catarina (Figura 1). Figura 1 Localização da área na bacia do rio Sangão, Município de Criciúma. 3. Objetivo Apresentar informações administrativas e técnicas referente ao trabalho de campo para a construção de 20 (vinte) poços de monitoramento de água subterrânea em Criciúma, SC. 3
7 4. Informações Administrativas 4.1 Tomada de Preço e Empresa Contratada No período de 07 a 15 de setembro de 2009 foi realizado o Termo de Referência e a solicitação de orçamento para a construção de 20 poços de monitoramento e realização de 20 análises físico-químicas. A Licitação pelo Banco do Brasil foi realizada por modalidade Pregão Eletrônico através da SUREG Porto Alegre. E foi adjudicado o objeto do lote da licitação à empresa HIDROBRASIL HIDRAULICA E SANEAMENTO LTDA. 4.2 Produtos Recebidos pela Contratada Os seguintes produtos foram recebidos da Hidrobrasil: - Resultados e perfis dos 20 poços de monitoramento; - Procedimentos resultados e de 20 Análises Físico-químicas; - Resultados de 20 análises granulométricas. 5. Atividades Realizadas 5.1 Termo de Referência O Termo de Referência para a construção dos poços foi elaborado com base na NBR :2007 (Anexo 01), que trata dos Poços de Monitoramento de Águas Subterrâneas em Aqüíferos Granulares - Parte 1: Projeto e construção, versão corrigida de 25/05/2009. Além desta norma, foi utilizada a Norma da CETESB de 1988, que trata dos procedimentos de amostragem e monitoramento das águas subterrâneas, e também o termo de referência usado pela SUREG-Porto Alegre. 4
8 5.2 Critérios para a Locação dos Poços A locação dos poços foi realizada a partir da fotointrepretação de fotografias aéreas de 2002, cedidas pelo convênio SIECESC/CPRM, além dos mapas geológicos de Criciúma, escala 1: e 1: No dia 11/11/2009 a locação dos pontos foi revista juntamente com técnico da UNESC utilizando imagens IKONOS de 2006, além de cadastro atualizado de propriedades nas áreas de rejeito. Os critérios básicos adotados para a locação dos poços monitoramento foram: Atender as áreas mineradas e determinar o fluxo regional principal; Perfuração em subterrâneos não minerados; Instalação em propriedades que podem auxiliar na preservação do poço; Colocação dos filtros no intervalo do aqüífero favorável ao consumo humano; Colocação de tubo cego e cimentação dos intervalos com rejeitos de carvão e argilas e areias (produtos de alteração) para não interferir no fluxo principal; Locação local/regional a jusante e montante das áreas (de depósitos de rejeito e bocas de minas) com drenagem ácida. 5.3 Contato com proprietários e Localização dos Poços A seleção local para a construção dos poços de monitoramento ocorreu no período de 11/11/2009 a 10/12/2009. A Tabela 1 indica os nomes dos proprietários e o endereço das propriedades onde foram construídos os poços. Alguns depósitos de rejeitos estão em vales encaixados e não possuem acesso para caminhões, o que dificultou a colocação de poços de monitoramento em suas proximidades. 5
9 A maioria dos proprietários solicitou o envio dos resultados das análises físicoquímicas dos poços construídos em suas propriedades. Em alguns locais mais próximos às áreas de rejeito (Mina do Toco), os proprietários não aprovaram a instalação dos poços em suas propriedades pelo fato dos imóveis estarem a venda ou pretenderem coloca-los a venda para loteamentos. Tabela 1 Poços de monitoramento, proprietários, endereços e coordenadas. 6
10 A Figura 2 ilustra a localização final dos poços de monitoramento. Figura 2 Localização dos poços de Monitoramento. 7
11 5.4 Fiscalização das Obras A fiscalização de campo foi efetuada no período de 10/11/2009 a 14/12/2009. A Tabela 2 mostra a planilha de acompanhamento até o dia 14/12/2009. Tabela 2 Datas de acompanhamento dos poços. ETAPAS Perfuração Acabamento Desenvolvimento *Ana. Fis. Qui. PM-PRBC não PM-PRBC não PM-PRBC não PM-PRBC-16 21, não PM-PRBC não PM-PRBC não PM-PRBC não não PM-PRBC não PM-PRBC não não PM-PRBC não PM-PRBC não não PM-PRBC não não PM-PRBC14 2 não não não PM-PRBC19A 1 cimentado cimentado cimentado PM-PRBC19 3,7 12 não não PM-PRBC não não PM-PRBC não não não PM-PRBC-03 8 não não não PM-PRBC não não PM-PRBC não não PM-PRBC-02 11,14 não não não Hidrobrasil: 2 técnicos no acabamento e desenvolvimento e 2 na perfuração e 1 geólogo * Após o desenvolvimento 8
12 Os trabalhos da empresa Hidrobrasil foram realizados no período de 15/11/2009 a 21/12/2009. O responsável Técnico da Hidrobrasil foi o Geólogo Sr. Serlecio Guilherme Pinz. O acompanhamento das obras de campo junto à Hidrobrasil foi realizado durante o período de 15/11 a 14/12, incluindo sábados, domingos, e feriados. A Hidrobrasil trabalhou a maior parte do tempo com duas equipes, uma com a perfuração e cimentação e outra com acabamento e desenvolvimento. O DEHID participou com um fiscal. As atividades de fiscalização compreenderam: seleção dos locais, contato com proprietários, acompanhamento da perfuração (Foto 01), cimentação, acabamento (Foto 2 e 3) e desenvolvimento (Foto 4) e elaboração dos perfis com fotos. Os procedimentos de análises físico-químicas não foram acompanhados pela fiscal. A perfuração dos 600 metros contratados foi realizada com perfuratriz rotopneumática com recuperação de amostras de calhas de metro em metro. Durante as sondagens foi realizado o registro fotográfico de todas as amostras de calhas. As amostras encontram-se provisoriamente no DNPM até a abertura do escritório do Projeto pelo CEDES em Criciúma. 9
13 Foto 01 Perfuratriz e técnicos da Hidrobrasil. Foto 02 Acabamento interno dos poços. 10
14 Foto 03 Acabamento externo dos poços. Foto 04 Desenvolvimento do poço PM-PRBC
15 5.5 Perfis Construtivos e Resultados das Análises Físico-Químicas Os perfis e resultados das análises físico-químicas serão publicados quando da entrega do relatório final ao Ministério Público. 6. Recomendações Em relação aos aspectos técnicos: Recomenda-se promover um seminário com a participação de geólogos de Criciúma para analise das 600 amostras coletadas afim de melhorar e padronizar a descrição dos perfis em função das características estratigráficas locais; Tendo em vista a previsão de recursos para o projeto, é importante considerar a contratação de serviços para a realização de ensaios de bombeamento para caracterizar os principais quantitativamente os aqüíferos da região. 7. Conclusões Graças ao trabalho realizado pelo Serviço Geológico do Brasil CPRM, com o apoio dos moradores, o município de Criciúma passa a contar com uma rede de monitoramento de água subterrânea realizada dentro de critérios técnicos reconhecidos e que fornecerá informações qualitativas e quantitativas significativas sobre os aqüíferos da região e auxiliará na tomadas de decisões de instituições públicas e empresas privadas. Em relação ao abastecimento de água do município de Criciúma conclui-se que o abastecimento de água da população é realizado por nascente ou água da CASAN - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. Em três bairros de Criciúma onde foram instalados os poços de monitoramento observou-se que: 12
16 Mina do Toco A população é abastecida por barragem da Empresa Rio Deserto e por nascentes acima das bocas de minas; A canalização da CASAN foi construída nas áreas mais baixas, porém o abastecimento de água encontrava-se bastante restrito; Nas áreas altas é comum o uso de caixas d águas comunitárias e de nascentes em propriedade particular; Acima das bocas de minas foi observado subsidências de terrenos e rachaduras no solo; Há infiltração de canais de drenagem e água superficial nas minas subterrâneas. Mina do Mato O abastecimento é realizado pela CASAN. Naspolini Usam as nascentes acima das bocas de minas; Há esgoto direcionado para as minas subterrâneas. A apresentação dos perfis e as conclusões técnicas a serem obtidas do tratamento dos dados (poços de monitoramento, análises físico-químicas e análises granulométricas) serão apresentadas no documento final a ser encaminhado ao Ministério Público Federal. 13
17 8. Agradecimentos Ao DEHID/DHT e CEDES pela oportunidade de participação no projeto. Aos sondadores Ney e Cristiano da Hidrobrasil pela dedicação, e aos Geólogos Serlecio G. Pinz da Hidrobrasil e Marlon Hoelzel Chefe do Núcleo Criciúma - CPRM pelas discussões técnicas. E aos proprietários, dirigentes de imóveis e Secretaria de Obras da Prefeitura de Criciúma pelo apoio na construção dos poços de monitoramento. 14
18 ANEXO I TERMO DE REFERÊNCIA 1. INTRODUÇÃO Este termo de referência estabelece diretrizes de ordem técnica e especificações de projeto para indispensáveis à elaboração das propostas de preço e prazo. Os procedimentos não especificados deverão obedecer às normas técnicas da ABNT em vigor, principalmente a NBR :2007, que trata dos Poços de Monitoramento de Águas Subterrâneas em Aqüíferos Granulares - Parte 1: Projeto e construção, versão corrigida de 25/05/2009. O objetivo do projeto é a execução de serviços de perfuração e construção de 20 poços de monitoramento e análise físico-química de 20 amostras de água subterrânea a serem realizados na Bacia do Rio Sangão, Santa Catarina, totalizando 600 m de sondagem, em profundidades estimadas entre 15 a 30 metros. 2- CONDIÇÕES TÉCNICAS GERAIS Deverão ser construídos 20 poços de monitoramento em região de rochas sedimentares das formações Palermo (siltitos e arenitos) e Rio Bonito (arenitos), podendo ocorrer areias e argilas inconsolidados do quaternário e rochas vulcânicas (diabásio). A localização dos poços a serem instalados é apresentada na Tabela 01. Tabela 1 Referência e localização dos poços. 15
19 3 EQUIPAMENTOS E MATERIAIS A CONTRATADA deverá dispor, no mínimo, dos seguintes equipamentos e materiais para execução dos serviços e apresentar documentos comprobatórios de propriedade dos mesmos ou de aluguel ou consórcio: a) Uma perfuratriz rotopneumática e uma sonda a percussão em perfeitas condições operacionais, com capacidade para no mínimo 150m de profundidade nos diâmetros exigidos (8 a 10 ); b) Hastes, brocas, bit s e demais equipamentos, ferramentas e acessórios de perfuração necessários para construção dos poços nos diâmetros exigidos; c) Um compressor de ar com motor a óleo diesel com capacidade para ser utilizado na perfuração, limpeza e desenvolvimento do poço; d) Medidores elétricos de nível d água; e) Gabarito para teste de alinhamento e verticalidade do poço. f) Grupo gerador (em locais sem energia elétrica) e equipamento de solda para tubos de manobra; 4 CONDIÇÕES TÉCNICAS ESPECÍFICAS Todas as etapas do serviço deverão ser supervisionadas por fiscal designado pela CPRM. Em nenhuma hipótese poderão ser efetuados atividades ou serviços relativos ao objeto do contrato sem a presença ou autorização do fiscal. A desobediência implicará a não aceitação das etapas realizadas ou interrupção das atividades. Todas as etapas do serviço deverão ser supervisionadas, em tempo integral, por responsável técnico da empresa. O responsável técnico designado deverá ser devidamente habilitado para o serviço. Todas as despesas realizadas na construção dos poços serão de responsabilidade da CONTRATADA, incluindo transporte, carga e descarga, encargos e tributos. A CPRM não considerará, em nenhum caso, indenizações por equipamentos paralisados, pela falta de materiais ou pessoal ou pela ocorrência de condição climática adversa. 4.1 LOCAÇÃO DOS POÇOS A locação dos poços é objeto de responsabilidade da CPRM. Caso o fiscal designado pela CPRM decida por alterar a locação de um ou mais poços apresentados na Tabela 01, dentro da área formada pelos meridianos e e paralelos e , a CONTRATADA deverá acatar as alterações sem ônus para a CPRM. Por apreciação e decisão do fiscal da CPRM, as locações que resultarem em poços sem água não serão completadas e deverão ser imediatamente e devidamente lacrados, estando a CPRM obrigada a pagar pelos serviços de perfuração efetuados. 16
20 4.2 CANTEIRO DE OBRAS A instalação do canteiro de obras compreenderá o deslocamento, instalação e montagem dos equipamentos de perfuração, acessórios, grupo gerador, etc. O registro da instalação do canteiro, bem como de todas as ocorrências diárias (diâmetros de perfuração executada, metros perfurados e profundidade total do poço no fim da jornada de trabalho; material perfurado e avanço da penetração; profundidade do nível de água no início e no fim da jornada de trabalho; profundidade das entradas de água, etc.) deverão ser informadas num Boletim Diário de Sondagem, em duas vias, devidamente assinadas pelos representantes das partes. 5. COMPLETAÇÃO A completação do poço será iniciada após a aprovação do projeto executivo pela fiscalização e da definição de todos os parâmetros. Em resumo, atenderá aos seguintes procedimentos: Perfuração através do método rotopneumático c/ uso de filtro e pré-flitro; Perfuração do poço até a profundidade prevista com diâmetro de 8 ; Limpar o poço, circulando água; Descer coluna de revestimento e filtros de 4 até a profundidade estabelecida, com centralizadores em intervalos de no máximo 12m, localizados a não mais de 3 metros acima da base do poço; O centralizador não deve ficar situado no interior do selo anular; Após tocar o fundo, erguer a coluna cerca de 10cm do fundo, deixando a coluna suspensa, presa pela braçadeira; Colocação do pré-filtro até 0,60m acima das ranhuras do tubo filtro; Colocação de selo anular composto por compactolit ou bentonita sódica entre revestimentos e filtros; Colocação de revestimento protetor de 1 a bentonita sódica e calda de preenchimento; 1,5 m de espessura com Selo de concreto com inclinação na superfície e desnível de 5 cm; Colocação de tubo de revestimento protetor com dreno no topo da laje de concreto; 17
21 Construção de caixa de alvenaria ou colocação de manilha com dreno (70 x50); Instalação da tampa do tubo-revestimento não ferroso e tampa de latão ou alumínio na manilha ou caixa; Limpeza e desenvolvimento dos poços com ar comprimido e água; Coleta de amostras de água com entrega ao fiscal da CPRM. A Figura 1 mostra o modelo do projeto de poço de monitoramento requerido pela CPRM (adaptado da ABNT NBR ). 18
22 Figura 1 Projeto de poço de monitoramento. Adaptado de ABNT NBR
23 5.1 PERFURAÇÃO A perfuração deve ser executada, preferencialmente, pelo método rotopneumático, podendo-se adotar a sondagem rotativa com fluido de perfuração com circulação direta ou percussiva, caso seja necessário para adequação ao material a perfurar. A penetração no horizonte saturado deverá considerar uma coluna filtrante penetrando até 4 metros no aqüífero para incluir variações sazonais. 5.2 FLUÍDO DE PERFURAÇÃO Como fluido de perfuração, será permitido apenas a utilização de água de uma fonte de qualidade conhecida e que não contenha compostos que possam comprometer a integridade das amostras, não sendo permitida a utilização de qualquer fluido que possa interferir na qualidade das análises. 5.3 PRÉ-FILTRO PRIMÁRIO A camada de pré-filtro deve se estender acima do topo do tubo-filtro, a uma distância de 60 cm acima das ranhuras do tubo filtro. Esta camada pode ser instalada diretamente entre o tubo de revestimento e a parede do poço usando uma linha de nível para verificação da profundidade do topo do pré-filtro implantado. De acordo com a norma da ABNT NBR : 2007, a utilização de pré-filtro quartzoso, com grãos subarredondados a arredondados e granulometria entre 2mm e 3mm, não é recomendável e deve ser evitada. Portanto, recomenda-se seguir esta norma e realizar a curva granulométrica para a seleção do pré-filtro, considerando as variações faciológicas que podem existir nas rochas sedimentares na região, ou seja, Formação Palermo e Formação Rio Bonito. A curva de distribuição granulométrica e cálculos realizados deverão fazer parte do relatório de cada poço a ser entregue ao CPRM. O material do pré-filtro deve ter um coeficiente de conformidade (quociente de passagem dos 60%, d60, divididos pelos 10% passantes, d10) de no máximo 2, PRÉ-FILTRO SECUNDÁRIO É uma camada de material localizada no espaço anular, entre o pré-filtro primário e o selo anular, que é recomendado quando o selo anular for formado por calda de bentonita ou cimento. Deve ser constituído de areia selecionada com granulometria uniforme (100% do material deve passar por peneira com malha mesh e ter menos do que 2% em massa que passe em malha n 200 mesh). 5.5 AMOSTRAGEM As amostras de calha deverão ser coletadas em intervalos de 1 (um) metro e sempre que ocorrer variação do tipo de rocha, cor, granulometria, avanço na perfuração, etc., sendo acondicionadas secas em sacos plásticos transparentes de paredes resistentes e etiquetadas com identificação do poço e intervalo coletado, mantidas e 20
24 disponíveis no canteiro de obras durante a perfuração e, posteriormente, entregues ao fiscal da CPRM. 5.6 PRÉ-FILTRO SECUNDÁRIO É uma camada de material com 30 cm de espessura que pode ser instalada acima do pré-filtro primário para prevenir a intrusão do material do selo anular no pré-filtro primário. Ela preenche o espaço anular, entre o pré-filtro primário e o selo anular, e é recomendada quando o selo anular for formado por calda de bentonita ou cimento. Deve ser constituído de areia fina muito bem selecionada com granulometria uniforme (100% do material deve passar por peneira com malha mesh e ter menos do que 2% em massa que passe em malha n 200 mesh). 5.7 TUBO DE REVESTIMENTO E TUBO FILTRO Os tubos de revestimento e tubos de filtros deverão ser novos, de PVC geomecânico aditivado, rígido, nervurado tipo standard de Ø 4. Devem possuir espessura de parede e juntas (conexões) que resistam aos esforços de instalação e desenvolvimento dos poços. Os tubos devem ser limpos antes da instalação. A instalação do tubo filtro é precedida pela instalação de 2% a 10% do pré-filtro primário, no fundo do furo, utilizando um tubo de descida descontaminado com diâmetro interno mínimo de 25 mm. 5.8 ACOPLAMENTO Utilizar acoplamentos rosqueados macho-fêmea. Roscas finas devem ser revestidas com fitas de PTFE (polytetrafluoroethileno). No caso de utilização de anéis de vedação, estes deverão ser de material que não altere a qualidade da amostra. O acoplamento normalmente é realizado manualmente, todavia caso seja necessário utilizar ferramentas, descontaminá-las previamente. 5.9 SELO ANULAR DE BENTONITA Instalado no espaço anular entre a parede do furo e o tubo de revestimento, no topo do pré-filtro primário ou secundário. Deve ter aproximadamente de 1 a 1,5 m de espessura. Deve ser instalado com o apoio de uma tubulação de descida. A cimentação do espaço anular deverá ser feita ao longo de toda a extensão do poço com injeção por gravidade, com pasta de cimento e bentonita. Utilizar linha de nível para assegurar que o material foi posicionado corretamente. Deve ser esperado tempo suficiente para hidratação da bentonita antes da instalação da calda de preenchimento do furo. O material, a espessura, o volume, a profundidade de instalação devem ser registrados no relatório de conclusão do poço CALDA DE PREENCHIMENTO DO FURO 21
25 A calda de bentonita deve ser injetada para reduzir a possibilidade da formação de espaços vazios no espaço anular. Pode ser realizada sob pressão ou lançada por gravidade por meio do tubo de descida ou lançada a partir da superfície. Em qualquer situação deve ser introduzida em uma operação lenta e contínua até que extravase do furo. O tubo de revestimento e/ou o revestimento do furo devem permanecer imobilizados até que a calda assente e cure, evitando um rompimento no selo ISOLAMENTO DE AQUÍFEROS INDESEJÁVEIS O aquífero monitorado deverá ser isolado de outros indesejáveis, com a utilização de tubos de revestimento e cimentação do espaço anular nestes intervalos estratigráficos CENTRALIZADORES Os centralizadores a serem empregados na completação, deverão ser do tipo cesto, e fabricado em aço resistente, com no mínimo 5 pernas e espaçados em intervalos com no mínimo 12m nos tubos lisos e de 4m nos filtros e localizados a não mais de 3 metros acima da base do poço. O centralizador não deve ficar situado no interior do selo de bentonita; 5.13 TESTE DE VERTICALIDADE E ALINHAMENTO O teste será feito mediante a descida de um gabarito de no mínimo 6 metros de comprimento por um diâmetro externo 5 mm menor do que o diâmetro interno do revestimento do poço, que deverá descer livremente até o final do poço. 6. PROTEÇÃO DO POÇO 6.1 LAJE DE PROTEÇÃO E REVESTIMENTO PROTETOR A laje de proteção construída em concreto ao redor do poço, deverá uma declividade em relação ao centro do poço para as bordas, oferecendo um ressalto periférico de 5 cm. Envolvendo a laje deverá ser construído uma caixa ou anel de concreto armado (manilha) com diâmetro até 70 cm e largura de 50 cm. Esta caixa ou manilha deverá possuir um dreno logo acima da base da laje de proteção. O revestimento protetor consiste de um tubo protetor instalado na porção superior do poço de monitoramento, cravado no mínimo 10 cm no selo de concreto e 20 cm acima da superfície, com a finalidade de isolar e proteger o tubo de revestimento. O diâmetro interno do revestimento protetor deverá ter cerca de 20 cm e pode ser de aço inox ou plástico estrutural. E deverá ter um orifício de 5mm. A altura do revestimento protetor não pode ser superior a tampa rosqueada do tuborevestimento para facilitar a abertura da tampa. 22
26 A parte saliente do revestimento protetor, acima da laje de proteção, deverá ser preenchida com areia grossa até próximo a tampa (após secagem do concreto da laje, no mínimo 3 dias) para permitir a drenagem de água do espaço anular pelo dreno de 5mm. A Figura 2 ilustra com detalhe o revestimento protetor e manilha ou caixa de proteção. Figura 2 Detalhe do revestimento protetor e caixa ou manilha de proteção. Fonte. Adaptado de Norma CETESB , TAMPA E IDENTIFICADOR Terminados os serviços, o poço deverá ser lacrado com tampa rosqueada. A variação do nível de água poderá causar uma variação de pressão dentro do tubo de revestimento, dificultando a retirada do tampão. Recomenda-se fazer um pequeno orifício (respiro) no tampão de forma de eliminar esse problema. A tampa de latão ou alumínio, com espessura de 3 mm, a ser instalada na parte superior da manilha ou caixa, deverá ter dobradiça e cadeado para proteger o poço. Para cada poço de monitoramento o CONTRATADO deverá colocar uma placa de alumínio com identificação que deverá estar na parte interna da tampa. As placas deverão medir 15 cm x 10 cm x 0,1 cm com o modelo de identificação indicado na Figura 3. A referência de cada placa irá variar de PM-PRBC-01 a PM-PRBC-20 e as coordenadas UTM deverão estar no Datum Sad-69 Fuso 22 Sul. 23
27 Figura 3 Placa modelo para colocação na parte interior da tampa. 7. LIMPEZA E DESENVOLVIMENTO. Concluída a completação, deverá ser feita a operação de limpeza e desenvolvimento do poço. O desenvolvimento tem a finalidade de restaurar as propriedades da água subterrânea perturbadas pelo processo de perfuração, bem como melhorar as propriedades hidráulicas do pré-filtro e a comunicação hidráulica entre o poço e a unidade hidrogeológica adjacente ao trecho filtrante. O poço deverá ser desenvolvido até que a turbidez e o teor de areia estejam dentro dos limites admissíveis, ou seja: a) Turbidez igual ou menor que 1 NTU (unidade nefelométrica de turbidez); b) Teor de areia igual ou menor que 10 mg/l; c) A CONTRATADA deverá observar o nível do pré-filtro durante a operação, para fins de recarga do mesmo. 8. COLETA DE AMOSTRAS DE ÁGUA SUBTERRÂNEA PARA ANÁLISE FÍSICO- QUÍMICA A CONTRATADA deverá respeitar o prazo de no mínimo 2 dias após o desenvolvimento do poço para realizar nova limpeza e coletar amostras de água. Os procedimentos para a coleta de água serão fiscalizados por técnico designado pelo CPRM, o qual será responsável pelo encaminhamento das amostras para análise. Os procedimentos a serem empregados pela CONTRATADA para a coleta serão: Descontaminação prévia da bomba e recipientes utilizados para amostragem e utilização de luvas durante o procedimento. Utilizar bomba peristáltica e evitar o fluxo turbulento da água para garantir a representatividade da amostra; 24
28 Durante o processo de amostragem, o medidor de nível de água deverá ser usado para garantir o posicionamento da mangueira da bomba na porção mediana da seção filtrante e registrar a profundidade da amostragem; Deverão ser usados recipientes novos; A CONTRATADA providenciará o encaminhamento das amostras a um laboratório credenciado; Os parâmetros a serem analisados serão: acidez total, alumínio, alcalinidade total, amônia, arsênio, bicarbonatos, cálcio, cádmio, cloretos, cobre, condutividade a 25 0 C, coliformes totais, chumbo, cor aparente, dióxido de carbono, dureza de cálcio, dureza de magnésio, dureza total, ferro II, ferro III, ferro total, fosfato, fluoreto, lítio, magnésio, manganês, mercúrio, nitrato, nitrito, ph, oxigênio dissolvido, potássio, potencial redox, sílica, sódio, sólidos totais dissolvidos, sulfato, turbidez e zinco. 9. RELATÓRIO TÉCNICO O relatório técnico construtivo deverá ser entregue, em papel (duas vias) e em forma digital (formato rtf), para que a obra possa ser recebida pela CPRM. Farão parte do relatório: boletins diários sobre o andamento das perfurações e relatório final para cada poço construído. O Relatório de cada poço deverá conter: A data do início e conclusão da construção; O método de perfuração utilizado e tipo de fluido de perfuração; A localização real dos poços, em planta topográfica e coordenadas UTM (Datum SAD69); As coordenadas UTM de localização dos poços deverão ser obtidas através de GPS de mão (navegação). A cota do solo, no ponto do poço; O diâmetro da perfuração e diâmetro interno do revestimento; A profundidade total do poço; A descrição do procedimento de coleta de amostras O desenho e descrição do perfil geológico com descrição litológica e estruturas; A descrição dos ensaios granulométricos; O desenho e descrição dos materiais utilizados nos revestimentos, filtro, préfiltro, junções, selo e preenchimento; As dimensões e distribuição das ranhuras ou furos; O volume do pré-filtro utilizado; O volume do selo utilizado; O volume do material de proteção O método de colocação do selo; Os procedimentos utilizados para o desenvolvimento do poço; 25
29 Os procedimentos utilizados para a coleta de amostras de água. A planilha com resultados das análises físico-químicas. 10. LICENCIAMENTO E LEGALIZAÇÃO DA OBRA A CONTRATADA deverá providenciar a ART da obra junto ao CREA, assinada por profissional legalmente habilitado, bem como a placa da obra, cujo padrão será informado pela CPRM, afixada em local visível. A CONTRATADA promoverá as licenças ambientais e outras, perante os órgãos municipais, estaduais e federais para o cumprimento da legislação vigente OUTRAS OBRIGAÇÕES LEGAIS A CONTRATADA assumirá toda a responsabilidade técnica e civil sobre a obra a ser executada. A CONTRATADA se obriga a cumprir todas as leis e normas trabalhistas e da previdência social para com seus empregados e/ou terceiros, inclusive em casos de acidentes. Eventuais danos causados ao meio ambiente, ou a outros bens, inclusive de terceiros, deverão ser reparados à custa da CONTRATADA. 11. GARANTIA DA OBRA E SERVIÇOS A CONTRATADA será responsável pela garantia dos materiais empregados e pelos serviços executados, conforme normas ABNT e/ou especificação técnica. Quaisquer defeitos que porventura ocorrerem, excetuando-se danos causados pelo CPRM, será corrigido à custa da CONTRATADA. Eventuais alterações na qualidade da água ou produção de areia causadas pela má construção do poço, serão de responsabilidade da CONTRATADA, pelo período de um ano a partir do início da montagem e operação, ficando a mesma, a CONTRATADA, obrigada a reparar o dano, no prazo máximo de 3 dias, mediante notificação da CPRM. 12. FISCALIZAÇÃO DA OBRA A fiscalização da obra será efetuada pela CPRM ou a quem esta designar. 13. CRONOGRAMA FISICO FINANCEIRO A CONTRADADA deverá apresentar cronograma de execução da obra, com previsão de início e fim das seguintes atividades, sempre levando em conta a data de entrega das obras no prazo máximo 45 dias após a emissão do empenho: Preparação do canteiro de obras Colocação do tubo de boca Perfuração Descida da coluna final 26
30 Desenvolvimento Construção de tubo de revestimento protetor e manilha/caixa de proteção Coleta de amostras de água subterrânea Elaboração do relatório técnico. Todas as atividades inerentes a este termo deverão ser supervisionadas ou autorizadas pelo fiscal da CPRM. 14. OUTRAS DISPOSIÇÕES A CONTRATADA deverá manter na obra um boletim diário de perfuração, com todos os dados sobre as atividades realizadas e materiais empregados, com cópia para a fiscalização. O uso de materiais, ferramentas ou procedimentos fora das especificações resultará em paralisação da obra até que a situação seja regularizada. Os custos decorrentes dessa paralisação serão por conta da CONTRATADA; A CONTRATADA ficará obrigada a executar a obra de acordo com a presente especificação, mantendo um responsável técnico de comprovada experiência em obras semelhantes permanentemente no canteiro de obras, que responderá perante a fiscalização. Eventuais alterações de projeto, somente poderão ser feitas a pedido ou com concordância por escrito da fiscalização. A CONTRATADA se obriga a aceitar todos os métodos de inspeção necessários para as medições e fiscalizações da obra; Constituem atribuições da fiscalização, plenamente, aceita pela CONTRATADA: a) ter livre acesso a todos os materiais, serviços e informações sobre a obra, bem como solicitar a retirada de empregado da CONTRATADA que dificultar a fiscalização; b) exigir a execução da obra de acordo com as especificações ou modificações; c) rejeitar os serviços executados e/ou materiais fora das especificações ou modificações ou ainda fora das normas ABNT; d) rejeitar serviços com não atendimento de obrigações legais ou aqueles a que a fiscalização não teve acesso ou não foi comunicada; e) rejeitar serviços que resultem em perda de poço por problemas técnicos de construção; f) aumentar, diminuir ou eliminar serviços, de acordo com a boa técnica para o melhor aproveitamento ou não do poço; g) realizar medições se e quando julgar conveniente. h) alterar a locação de poços sem ônus para a CPRM conforme item 4.1. i) verificar, fotografar e registrar os métodos e procedimentos de construção dos poços e coleta de água subterrânea. 27
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