Projecto Integrado de Formação e Emprego na Ilha do Maio
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- Alfredo Camilo Borges
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1 Projecto Integrado de Formação e Emprego na Ilha do Maio Cabo Verde OUTUBRO de 2013 Proponente: Escola Secundária do Maio
2 Ficha resumo Título do Projecto Proponente Parceiros País /Região Sector de intervenção Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Projecto Integrado de Capacitação da Ilha do Maio Escola Secundária do Maio e Câmara Municipal do Maio (Cabo- Verde) Fundação dos Professores Suiços para Formação das Crianças Cabo Verde, Ilha do Maio Formação Profissional Fortalecimento da Sociedade Civil ODM 1: Erradicação da Pobreza extrema e da fome; ODM 3: Promoção da igualdade de género e a capacitação das mulheres. Grupos-Alvo Beneficiários directos: 40 jovens de ambos os sexos, que se encontram fora do sistema educativo, na faixa etária compreendida entre 15 a 18 anos. Beneficiários indirectos: 40 familas. Objectivos da Intervenção Objectivo Gerais:. Contribuir para a capacitação de jovens;. Fortalecer a Sociedade Civil Objectivo Específico. Contribuir para a existência de um tecido social consciente e participativo 1. Formação em culinaria 2. Formação em electricidade Actividades 3. Dinamização do Centro de Formação Profissional 4. Fortalecimento e dinamização da Sociedade Civil em VIH- SIDA e actividade geradora de rendimento Duração Custo do projecto 12 Meses $00 Solicitado() $00 Parceiro Local(CMMAIO) $000
3 Contexto e justificação da Intervenção Contexto da intervenção O Arquipélago de Cabo Verde fica situado em pleno oceano atlântico, aproximadamente a 455Km da costa ocidental da África, cobrindo no seu conjunto uma superfície de 4.033Km 2. Encontra-se distribuído em dois grupos, Barlavento (Santo Antão, S. Vicente, S. Nicolau, S. Luzia, Sal e Boa Vista) e Sotavento (Maio, Santiago, Fogo e Brava). O clima é do tipo saheliano marítimo, caracterizado por uma longa estação seca (8-10 meses) e uma curta estação pluviosa. Segundo o recenseamento do ano 2000 a população residente rondava os habitantes, concentrados principalmente nas ilhas Santiago e São Vicente. A dependência do exterior, a fragilidade do sector da agricultura, a insipiência da industria e predominância dos sectores do comércio, construção civil e serviços da administração pública, aliadas às insuficiências das infra-estruturas básicas e à inadequação do sistema financeiro, constituem os aspectos relevantes e condicionantes da economia de Cabo Verde. A capacidade da economia cabo-verdiana para absorver a sua população activa tem sido limitada devido aos parcos recursos naturais exploráveis, associado aos longos anos de secas que o país tem atravessado. No contexto de Cabo Verde a pobreza manifesta-se de forma muito mais abrangente no meio rural e é facilmente observável através de variáveis de ordem material como a quantidade e qualidade de água potável a que a população tem acesso, a habitação, as condições de higiene, o número de refeições por dia e qualidade de alimentação (nutrição), entre outros e de variáveis de ordem sociocultural, como o acesso à educação e à formação, aos cuidados da saúde, à cultura, etc Não obstante a sua posição no 102º lugar do Índice de Desenvolvimento Humano (PNUD, Relatório do Desenvolvimento Humano de 2007/2008), Cabo Verde enfrenta ainda vários obstáculos no seu desenvolvimento. A taxa de pobreza em Cabo Verde aumentou de 30% em 1990 para 36,7% em A taxa dos muito pobres passou de 14% a 19,7% durante esses mesmos anos. As despesas gastas com os 10% da população mais pobre representam apenas 1% da despesa total, enquanto que 10% dos mais ricos absorvem 47% das despesas. No global, apenas 28% da despesa é gasta em 70% da população.
4 O seu índice de vulnerabilidade económica é ainda muito elevado e coloca em evidência a dependência do PIB da Ajuda Pública ao Desenvolvimento e das transferências dos emigrantes. O PIB per capita é aumentado por estas transferências e contribuições dos doadores. Também o Índice de Desenvolvimento Humano, que tem em conta o valor calorífico por habitante, é igualmente aumentado pelas ajudas e pela segurança alimentar do qual é beneficiário. O aumento do PIB por habitante na última década foi acompanhado por um aumento da pobreza e da extrema pobreza. O principal desequilíbrio estrutural é o existente entre a população e a base produtiva que assenta na exploração dos escassos recursos naturais, de equilíbrio muito frágil. A forte pressão sobre os recursos, exercida por uma população crescente, com necessidades crescentes, contribui para um maior desequilíbrio do meio ambiente, que, por sua vez, constitui causa profunda da pobreza a médio e longo prazo, criando assim um círculo vicioso difícil de romper. Estes factores constituem constrangimentos de peso ao desenvolvimento do país e induzem a uma cadeia de desequilíbrios, designadamente entre a produção e o consumo, entre a procura e a oferta do emprego, entre o ritmo de crescimento da população e as reais possibilidades de gerar recursos. Factores de ordem cultural, nomeadamente o orgulho enraizado e cultivado de forma ainda mais acentuada nos meios rurais, fazem com que as famílias vivam as suas dificuldades discretamente, mantendo relativa dignidade no seu seio, o que faz da pobreza (em particular da pobreza real) uma realidade escondida. No entanto, no mundo rural, ela pode ser observada através do elevado número de pessoas que solicitam os serviços de assistência social, que procuram um lugar nas FAIMO (Frente de Alta Intensidade de Mão-de-Obra) e outras fontes de sobrevivência e que emigram para os centros urbanos e para o exterior. O nível de vida das populações é muito baixo, particularmente nas zonas rurais. Estas contribuem com 67,9% da população pobre e 85,1% da população muito pobre do país. Por vezes há uma rejeição do associativismo e a degradação dos sistemas produtivos comunitários. A estrutura geral da repartição das despesas das famílias mostra que cerca de 57% das despesas das mesmas são realizadas com a alimentação, chegando a representar cerca de 62% nas zonas rurais. A alimentação juntamente com a habitação representa cerca de 90% das despesas médias das famílias cabo-verdianas. Quando os recursos escasseiam a ponto de
5 não assegurar sequer uma refeição diária, os gastos com a higiene, o lazer, a cultura e até com o ensino parecem supérfluos. As estatísticas tendem a demonstrar que as despesas das famílias diminuem à medida que se distanciam das cidades e se aproximam do mundo rural. O Desemprego no mundo rural atinge com maior acuidade as mulheres, geralmente com menor nível de instrução e menos habilitadas para os trabalhos físicos característicos das FAIMO, a maior empregadora nas zonas rurais. As jovens são também grandes vítimas do desemprego no meio rural. A deterioração das condições necessárias à prática da agricultura conduz ao agravamento da situação de emprego. A taxa de desemprego é mais acentuada nos Concelhos com maior predominância de população rural. Assim, o Município do Maio não é excepção, com uma taxa de desemprego de 40%. A ilha do Maio, com os seus 269 km 2 de superfície representando 6.7% do território nacional, é a mais próxima da maior ilha de Cabo Verde, Santiago, situando-se a 23 km a Este desta. É uma ilha predominantemente plana, sendo a sua maior elevação o Monte Penoso com cerca de 436 metros de Altitude. Geo-cronologicamente é considerada a mais antiga de Cabo Verde. No ano 2010 a Ilha tinha 6952 habitantes, o crescimento médio anual da população é cerca de 0,4%/ano, o que faz com que as estatísticas indiquem que a Ilha do Maio tem cerca de habitantes repartidos por 13 povoados, constituindo a Vila do Porto Inglês, Sede do Concelho, o maior e principal centro habitacional. Nos dados de 2010 os jovens de menos de 20 anos representavam 53,6% dos habitantes. A ilha possui recursos naturais tais como o gesso, o calcário, a argila e o sal. A água não é abundante devido ao clima semiárido e às características do relevo que não permitem grandes infiltrações de água pluvial. De acordo com os recursos existente, as potencialidades do desenvolvimento poderão a vir ser orientadas nos diferentes sectores: produção de cimento, exploração do sal, exploração do gesso, o desenvolvimento turístico, a pesca e a transformação de alimentos. Mas, apesar das suas potencialidades reais de desenvolvimento,
6 a posição económica da Ilha do Maio dentro do espaço nacional é ainda reduzido, porque o sector produtivo é pouco expressivo, os recursos naturais não são explorados por falta de infra-estruturas e dinamismo do tecido social e apesar da persistência da seca a economia baseia-se no sector primário (Agricultura e Pecuária), estando assim bastante exposta às incertezas climatéricas. O fenómeno da pobreza na ilha é bastante expressiva e as bolsas de pobreza encontram-se, sobretudo, nas localidades de Calheta, Morrinho, Cascabulho, Praia Gonçalo e Alcatraz, tendo como indicadores o número de casas pobres ou degradadas em cerca de 30%, uma taxa de desemprego galopante, sobretudo no meio rural e nas mulheres solteiras chefes de família. O número de pessoas nas FAIMO é de aproximadamente 500. As principais causas da pobreza são: o baixo nível de escolaridade/instrução e sem especialização, sociedade civil pouco activa, a fraqueza da base produtiva e as próprias características da economia, a elevada taxa de fecundidade, conjugada com a mortalidade em queda acentuada, traduz-se num ritmo de crescimento populacional acima das reais possibilidades da ilha, tendo como consequências o empobrecimento das famílias camponesas, degradação do meio ambiente, deterioração do nível de vida das populações e o desemprego. Pertinência da acção O projecto tem como grupo alvo os mais desfavorecidos e vulneráveis, sendo que a Ilha do Maio é uma das Ilhas mais pobre e com menos recursos da República de Cabo Verde. As actividades a desenvolver no âmbito desta proposta promovem o processo de desenvolvimento social, humano e económico sustentável, pois promovem visam a implementação de actividades que permitem a formação e capacitação da população, assim como o fortalecimento e dinamização do sociedade civil do Maio e o reforço do parceiro local. Uma das principais actividades a ser desenvolvida é a promoção da formação e profissionalizante de jovens e, em especial, de mulheres solteiras chefes de família. A promoção do empreendedorismo para pessoas com formação técnica com vista a criação de novos empregos através de microcrédito concedido pela Caixa de Poupança e crédito do Maio. Também será desenvolvida actividade de Sensibilização para saúde.
7 Foram escolhidas essas actividades por terem sido solicitadas pelos próprios beneficiários e por fornecerem os recursos humanos, técnicos, financeiros e materiais, indispensáveis à concretização dos objectivos gerais e objectivo específico. O elenco de actividades escolhidas permite a criação e continuidade de uma estrutura de base que será consolidada e permitirá a formação de longa duração e a continuação dos estudos de muitos jovens e adultos que não tiveram essa oportunidade. É importante manter, reforçar e qualificar o capital humano, com programas de formação profissional, entrosando-o com acções práticas de especialização e coordenação. As actividades de formação permitem desenvolver sectores de produção que garantem um posto de trabalho aos seus beneficiários directos e indirectos, dotando-os de maior capacidade económicofinanceira para melhor sustento dos familiares e educação dos filhos. A dinamização do tecido social da Ilha permitirá o apoio à resolução de necessidades primárias e condições sociais básicas por forma a permitir uma melhor implementação das actividades de desenvolvimento e mais facilmente conseguir obter os resultados previstos contribuindo para o desenvolvimento sustentado da Ilha. As actividades também foram escolhidas tendo em consideração o Programa Nacional de Luta Contra a Pobreza (PNLP) segundo o qual a luta contra a pobreza implica que as estratégias e políticas sejam orientadas no sentido de corrigir progressivamente os desequilíbrios regionais, nomeadamente no que respeita ao acesso aos bens colectivos, ao saneamento básico, à saúde, à água potável, habitação e à educação/formação. Sem prever uma política específica para as zonas rurais, o PNLP tem no entanto uma atenção particular à actuação no meio rural e junto das camadas mais pobres. Assim entendemos que a diminuição da pobreza passa pelo aumento da capacidade produtiva dos pobres, o que deverá ser feito através das seguintes actividades: a) Facilitação do acesso dos beneficiários aos meios de produção e outros recursos através da formação, com vista a possibilitar-lhes uma ocupação durável, através da criação de actividades geradoras de rendimentos e de emprego; b) Promoção de formação para o emprego e auto-emprego, através da melhoria da capacidade produtiva dos beneficiários, a sua qualificação a nível da formação profissional;
8 c) Aumento da produtividade dos beneficiários, na perspectiva da segurança alimentar, particularmente nas áreas rurais, através do desenvolvimento da pesquisa agrícola, da extensão das áreas de cultivo, formação, promoção, distribuição e comercialização orientadas para as necessidades do pequeno agricultor, d) Reconversão progressiva das Frentes de Alta Intensidade da Mão-de-Obra. Sendo uma das principais fontes de emprego nas zonas rurais, as FAIMO transformaram-se na mais importante rede de segurança para as camadas populacionais mais pobres. No entanto, algumas das suas características contribuíram para a criação de uma dependência perversa e consequente perda de iniciativas autónomas geradoras de rendimento e emprego. Com efeito, as FAIMO constituem a alternativa mais cómoda de sobrevivência e não uma opção de verdadeira saída da situação de pobreza. Assim, a reconversão das FAIMO situa-se na perspectiva da redução duradoura da pobreza. Ela deverá possibilitar a criação de oportunidades mais produtivas e por conseguinte, mais viáveis e seguras de ocupação dos pobres, inseridas numa nova filosofia de economia e desenvolvimento local. Principais necessidades e constrangimentos dos grupos-alvo As principais necessidades e constrangimentos dos grupos alvo são: * Emprego e Formação: A população de Ilha do Maio é muito pobre e o seu acesso a actividades geradoras de rendimento é muito baixo ou nulo. Têm um baixo nível de escolaridade e falta de formação. Grande percentagem da população está desempregada ou empregada pelas FAIMO. A partir dos 15 anos os Jovens que terminaram o 10º ano de escolaridade só podem continuar os estudos na Praia ou procurar emprego. Muitos deles ficam no Desemprego. Necessidade de auto-emprego e criação de actividades geradoras de rendimento. Para tal os beneficiários têm de ter formação a nível académico e profissional. Existe uma grande necessidade de técnicos especializados. Está a ser desenvolvido um programa piloto de formação técnica básica para jovens com o 6º ano e 8º ano do ensino oficial, mas não existe formação técnica profissional mais avançada. Existem jovens interessados na formação e existem saídas profissionais, mas não há a oferta. * Associativismo: A sociedade civil da Ilha do Maio é muito pouco activa. Existem poucas associações, na sua maioria desportivas e que apenas se juntam para organizar pequenos
9 eventos desportivos de futebol. É necessária a formação e sensibilização da população para a questão de VIH SIDA e USO DAS SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS. Uma vez que as associações são pouco activas consideramos que uma forma para fazer a sensibilização dos jovens é nas estruturas formativas e neste caso concreto no centro de formação profissional. Por isso, com este programa de formação que irá abranger cerca de 50 jovens durante doze meses, pretendemos realizar 20 sessões de formação/sensibilização sobre os temas acima referidos sendo cada sessão de 3 horas. Os fundos comunitários para microprojectos geradoras de rendimento permite ao centro de formação profissional e ao gabinete de desenvolvimento local desenvolver iniciativas de Inserção dos formandos na Vida Activa através de auto-emprego. O presente projecto contribuirá para melhoria das condições e qualidade de vida das pessoas através da criação de competências técnicas, capacitação para o desenvolvimento das actividades económicas, aumento da quantidade, qualidade e da diversificação dos produtos no mercado e possibilidades de início do próprio negócio. Estaremos perante um tecido social mais activo e consciente das suas potencialidades de desenvolvimento e efectivos agentes de desenvolvimento local empenhados na redução e erradicação da pobreza. Resultados esperados junto dos Grupos-alvo O projecto contribuirá para a diminuição da taxa de desemprego e aumento da produtividade da Ilha. O grupo alvo directamente relacionado com a actividade de formação profissional verificará uma melhoria na sua qualidade de vida, pois terá acesso ao mercado de trabalho e serão capazes de dar às suas famílias condições de vida condignas. O aumento da base económica da Ilha, provocado pela dinâmica imprimida pelo projecto, poderá ser o ponto de partida para um aumento da capacidade de consumo, investimento e, eventualmente, originar novas actividades geradoras de rendimento. Uma maior dinamização da actividade comercial na Ilha, melhoria dos serviços prestados aos moradores e visitantes e melhoria das condições para existência de uma Sociedade Civil mais activa e consciente, possibilitará uma maior abertura a novos projectos de desenvolvimento.
10 A Sociedade civil, mais capacitada e consciente dos seus deveres e direitos imprime uma nova dinâmica nas comunidades, contribuindo para o desenvolvimento local e valorização dos recursos internos e sua transformação. No que concerne às capacidades técnicas e de gestão dos grupos-alvo Os cursos de formação profissional que pretendemos ministrar aos jovens irá permitir-lhes aumentar, e nalguns casos criar mesmo, as qualidades técnicas, que lhes facilitem melhor e mais rápido acesso ao mercado de trabalho, seja através do emprego por terceiros, ou pelo auto-emprego. Para que os jovens que pretendam seguir o percurso do auto-emprego entendemos que deverá ser-lhes dada a ferramenta adequada para tal e para que consigam criar actividades duradoiras e sustentáveis, pelo que prevemos uma formação complementar às de qualificação profissional, no âmbito da Criação e Gestão de Pequenos Negócios. Actividades do projecto 1. Formação de culinaria 2. Formação de electricidade 3. Dinamização do Centro de Formação Profissional através da Formação Profissional 4. Fortalecimento e dinamização da Sociedade Civil Descrição das Actividades O Plano de Desenvolvimento Municipal, permitiu-nos um contacto mais próximo com a realidade da ilha e suas dinâmicas, bem como apurar as necessidades e fraquezas no que concerne ao seu desenvolvimento socioeconómico, tendo-se ainda verificado que eram várias as oportunidades e potencialidades desperdiçadas. No sentido de responder às necessidades prementes e de retirar o maior proveito das potencialidades existentes, propomos as seguintes actividades que permitirão reforçar o investimento feito na ilha e assegurar a sua sustentabilidade, a longo prazo. 1-Formação em culinaria e pastelaria nivel II Maio é uma ilha com vocação turística, com a vantagem de estarmos no início do processo de desenvolvimento nesta área. Teremos futuramente, mais hotéis e restaurantes, e consequentemente maior necessidade de mão-de-obra qualificada, para dar resposta, às necessidades do mercado. Temos necessidade de colmatar algumas insuficiências, no nosso mercado, no que diz respeito a Cozinha/Pastelaria.
11 2- Formação em electricidade Em relação à Electricidade, Analisando a situação da mão-de-obra qualificada, na Ilha do Maio, em relação as exigências do mercado de trabalho, constata-se que é necessário apostar cada vez mais na formação profissional. 3- Dinamização do Centro de Formação Profissional do Maio A criação do Centro de Formação Profissional do Maio, em Agosto de 2005, dotou a Ilha de um espaço adequado e devidamente equipado para o ensino de cursos profissionalizantes nas mais diversas áreas. Fruto de apoios da cooperação internacional. O CFPM foi criado com a missão principal e imediata de dar resposta à crescente e notória necessidade do mercado local, no que concerne à mão-de-obra qualificada. Pretende-se assim colmatar algumas falhas do mercado laboral, sejam elas: a capacitação técnica de jovens e posterior acesso ao mercado de trabalho (e com isso diminuição da pobreza com consequente melhoria das condições de vida para esses jovens e suas famílias); diminuição da dependência em relação à ilha de Santiago, seja ao suprirmos a necessidade de deslocar a essa ilha para ter acesso à formação profissional, seja ao diminuirmos a necessidade de deslocação de técnicos dessa ilha para o Maio. Assim sendo todos os cursos ministrados no CFPM são pensados de forma a responder ao crescimento e desenvolvimento da ilha do Maio, sendo que o que se pretende é formar jovens com cursos que de facto tenham saída uma vez terminados. É por essas razões que antes de se lançar qualquer novo curso, são feitos inquéritos e pesquisa de mercado para que se saiba que áreas apresentam maior necessidade de mão-de-obra qualificada em cada momento. O CFPM tem vindo a qualificar também formadores, no sentido de se aumentar o leque de formações possíveis de ministrar e ainda de melhorar a qualidade das formações ministradas, o que terá como consequência imediata o aumento também da qualidade de técnicos formados e da mão-de-obra no mercado local. Os cursos leccionados são muito variados em termos dos níveis e das áreas de qualificação: Nível I Pedreiro; Nível II culinária, cabeleireiro, carpintaria, canalização, mecânica, electricidade; Nível III secretariado, contabilidade e gestão; Iniciação profissional Contabilidade geral, Informática; Formação contínua Reciclagem de Mestres-de-obras, Qualidade no Atendimento ao Cliente. Consciente da potencialidade do sector turístico na ilha, o CFPM tem leccionado cursos nas áreas de Hotelaria e Recepção, Guia de Turismo, Cerâmica, tecelagem e tingidura. Todas as formações incluem ambas as vertentes prática e teórica, com maior incidência na primeira. No que concerne às formações no domínio da construção civil, elas integram uma forte componente social, uma vez que a realização dos estágios é inserida no âmbito da construção de moradias sociais para carenciados, ou ainda da electrificação de estruturas existentes na ilha como escolas primárias distribuídas por várias localidades. Assim, sempre que possível o produto das formações profissionais é revertido a favor da faixa mais desfavorecida da população.
12 A presente proposta ambiciona assim fortalecer o Centro de Formação Profissional, através da dinamização de cursos de especialidade, conforme a lista anexa. O apoio assegurado pelo presente projecto para a dinamização destas formações compreende a cobertura de todos os custos de funcionamento dos cursos formadores; logística; equipamentos, bem como consumíveis a utilizar na componente prática. 2- Fortalecimento e dinamização da Sociedade Civil Em Cabo Verde as organizações da sociedade civil têm vindo a assumir um papel cada vez mais importante no desenvolvimento local e no combate à pobreza, junto das populações. Na Ilha do Maio tal não se verifica. A sociedade civil da Ilha do Maio está pouco desenvolvida e capacitada. Existem poucas associações e as que existem não têm recursos humanos que as dinamizem. O Projecto propõe capacitar os formandos em gestão de pequenos negócios para serem candidatos a microprojectos de actividades geradoras de rendimento e também forma-los e sensibiliza-los sobre o VIH-SIDA e Uso de substâncias Psicoactivas de forma que eles possam transformar em animadores na comunidade sobre estes temas Formação e Sensibilização sobre VIH-SIDA e USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS A promoção da Saúde é uma das principais componentes do processo de desenvolvimento de qualquer comunidade. A infecção VIH/SIDA é um dos exemplos paradigmáticos de doenças transmissíveis que podem, em grande medida, ser evitadas através da adopção de um estilos de vida saudável. Nesta situação, como, aliás, em tantas outras, os conhecimentos devem gerar comportamentos livres de riscos. Relativamente às substâncias psicoactivas, a intervenção preventiva em meio escolar é da maior importância. O contexto escolar é frequentado por um grande número de jovens que, na sua esmagadora maioria, não consomem essas substâncias, mas que têm necessidade de ser informados sobre os riscos da sua eventual utilização. Uma informação bem fundamentada do ponto de vista técnico e científico deve ser facultada e discutida com todos eles, privilegiando-se um discurso dissuasivo face ao seu uso.
13 Dada a actual conjuntura nenhuma acção no âmbito da sensibilização ou de formação sobre o VIH-Sida e sobre o uso de substâncias psicoactivas pode ser considerada desnecessária ou exaustiva. O CFPM é um ponto estratégico da ilha no que toca ao contacto com jovens e possibilidade de sensibilizá-los e posteriormente transformá-los em agentes de intervenção local quanto a problemáticas como o VIH-SIDA e Uso de Substâncias Psicoactivas. Assim durante 60 horas pretendemos realizar sessões de formação e sensibilização dos nossos jovens, focando as seguintes questões: - O conhecimento e acesso aos métodos de prevenção em particular os preservativos - O aconselhamento, incentivo e acesso ao teste anónimo e voluntário - Assegurar o conhecimento da dinâmica populacional da Infecção VIH/SIDA; - Promover o conhecimento dos determinantes dos comportamentos associados ao risco da Infecção VIH/SIDA. Essa acção de formação e sensibilização abrangerá ainda a questão do uso de substâncias psicoactivas (alcoolismo, drogas e tabagismo) focando nos seguintes aspectos: - Efeitos do consumo no organismo - Riscos para a saúde - Riscos Sociais - Desmistificação de situações consideradas como favoráveis ao consumo dessas substâncias e identificação de alternativas válidas e produtivas. O que nós pretendemos conseguir com essa formação é fundamentalmente uma mudança de comportamentos dos jovens com os quais iremos trabalhar directamente, não esquecendo que embora uma grande parte do seu tempo seja passado no centro de formação eles irão também frequentar outros espaços onde serão confrontados com situações que os desafiam, sendo então importante que estejam capacitados para responder e agir de forma a salvaguardarem estilos de vida saudáveis. Pretendemos então que o centro de formação torne-se num espaço de reflexão sobre os seus percursos de vida e sobre as melhores opções a tomar. Ainda, que esses mesmos jovens possam mais tarde realizar diversas acções nas diferentes localidades da ilha, visando promover igual mudança comportamental relativamente a essas temáticas Fundo de Apoio Comunitário - Actividades Geradoras de Rendimento O Fundo de Apoio Comunitário é um financiamento aos microprojectos locais cujos beneficiários são empreendedores nos sectores de restauração, cabeleireiro, Agricultura, tecelagem, Electricidade Comercialização de produtos de pesca e pecuária concedido através da Caixa de Poupança e Credito. O fundo visa, por um lado fechar o ciclo de acções de formação que têm vindo a ser realizadas, ou seja, após a capacitação técnica da população e formação complementar em
14 Criação e gestão de pequenos negócios pretendemos por fim facilitar-lhes a criar os seus próprios negócios. A sustentabilidade do Fundo Comunitário será garantida pelo reembolso dos créditos concedidos através da Caixa de Poupança e Crédito. O montante do financiamento atribuído por cada microprojecto varia entre um mínimo de $00 e um máximo de $00 3- Avaliação e Acompanhamento Ao longo dos doze meses do projecto serão realizadas missões de acompanhamento e avaliação por um técnico do financiador que permitirá corrigir eventuais desvios na implementação da acção e avaliar o trabalho realizado. O Centro de Formação Profissional, A Câmara Municipal do Maio e a Escola Secundária do Maio São responsável pela elaboração de relatórios trimestrais técnicos e financeiro, que facilitarão o acompanhamento das actividades. Pelo menos uma vez por mês haverá uma reunião da equipa do projecto por forma a permitir uma coordenação das actividades desenvolvidas nas diversas áreas de intervenção e nas comunidades e programar o plano de acção detalhado para os meses seguintes e fazer face a eventuais obstáculos que possam surgir. Resultados Esperados Actividade 1: Formação em Culinaria nivel II 20 Alunos inscritos 20 alunos formados Actividade 2: Formação em Electricidade nivel II 20 Alunos inscritos 20 alunos formados Actividade 3: Dinamização do Centro de Formação Profissional Actividade 4: Fortalecimento e dinamização da Sociedade Civil 40 Jovens formados e sensibilizados sobre o VIH-SIDA e Uso de Substâncias psicoactivas
15 Resultados Qualitativos: - Oportunidades de formação profissional criadas, - Jovens e adultos com maior facilidade de apreensão de formação/informação. - Qualificação profissional das mulheres beneficiárias aumentada - Capacidades socioprofissionais dos jovens melhoradas - Tecido social activo e dinâmico existente - Recursos naturais valorizados - Qualidade dos produtos produzidos melhorada - Sustentabilidade do Centro garantida - Acção de desenvolvimento comunitário e das iniciativas locais reforçadas, Metodologia e Recursos Metodologia No que se refere aos métodos, foram definidos os seguintes: Formação Profissional, com envolvimento dos formadores desde o início da elaboração dos Planos de formação; Apoiar os jovens, que se encontram fora do sistema de ensino. Facilitação da realização de micro-projectos comunitários; Sensibilização e educação da população nas diversas áreas de intervenção, de forma dinâmica e participativa, de forma a melhor envolver as populações; A escolha desta metodologia deveu-se: Envolvimento dos diferentes beneficiários em todas as fases da acção de forma a criar maior empatia e apropriação das actividades desenvolvidas. Envolver os formadores na elaboração dos planos do curso como metodologia pedagógica. Aproveitar os cursos de formação profissional como centros de formação/produção ao serviço da população. Efeitos de Multiplicação da intervenção A formação permite a absorção dos formandos por pequenas empresas do ramo da restauração e da construção civil já existentes, assim como a criação do seu próprio negócio.
16 No entanto, continuam a existir jovens sem grandes expectativas de vida futura e sem formação profissional que lhes garanta um futuro promissor. Recursos Humanos afectos ao projecto 1 A Escola Secundária e A Câmara Municipal do Maio: tem a função de implementar, gerir e coordenar o projecto será directamente responsável pela gestão financeira das actividades inerentes à execução do projecto, executando as tarefas de contabilidade e tesouraria e zelando pela afectação dos recursos 2 Formadores: será sua atribuição ministrar a Formação Profissional aos jovens formandos. Local Local Local 12 Meses 12 Meses 3 Formadores: responsáveis pela formação e sensibilização sobre VIH-SIDA e Uso de Substância Local 40 Horas Psicoactivas Director do Centro de Formação Profissional Local 12 Meses Recursos Materiais necessários à consecução do projecto Equipamentos e fornecimentos Actividades de Formação: Fogão a Gás, Forno a Gás, Mesa, Um frigorifico e Talheres, Desdobráveis e Dvd s. No final do projecto, todos os equipamentos adquiridos serão propriedade do Centro de Formação Profissional. Avaliação Monitorização e processo de avaliação Após aprovação do projecto será preparado do início da implementação do projecto e definidos os mecanismos financeiros e de acompanhamento. Para melhor coordenar as actividades e a relação entre os diversos actores, serão realizadas avaliação semestrais com o objectivo de acompanhar e avaliar o desenrolar da acção. A Avaliação será semestral e final, envolvendo os beneficiários directos e indirectos do projecto. A Avaliação será realizada tomando em consideração os seguintes indicadores por actividades (sempre que possível comparativamente quantificáveis):
17 Actividade de Formação Profissional - Número de Formações a decorrer, - Número de alunos que se inscreveram - Número de alunos que terminaram a formação - Número de alunos que foram integrados no sector da formação Actividades de fortalecimento e dinamização da Sociedade Civil - Número de fundos atribuídos, - Qualidade dos microprojectos implementados. Calendário das actividades Ano 1 Semestre 1 Semestre 2 Actividade Implementação Início da Implementação do Projecto CMM Parceiros Actividade 1: Formação em culinaria Formação em culinaria Actividade 2: Formação em electricidade Formação em electricidade CMM e parceiros Actividade 3: Dinamização do Centro de Formação Profissional(Formação Profissional) Dinamização do Centro de Formação Profissional Actividade 4: Fortalecimento e dinamização da Sociedade Civil 2.1- Formação e Sensibilização sobre VIH-SIDA e USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS 2.2- Fundo de apoio Comunitário CMM e parceiros CMM Parceiros CMM Parceiros e
18 Actividade Avaliação e Acompanhamento 4.1: Elaboração de Relatórios de acompanhamento 4.2: Produção Material Visibilidade 4.3Avaliações CMM Parceiros CMM Parceiros CMM Parceiros ORCAMENTO Designação Duração Prevista Custo Total 1 Curso de Culinária e Pastelaria II 750 horas 10 meses ,00 2 Curso de Electricidade Nível II 770 horas -10 meses ,00 3 Formação e Sensibilização Jovens no Centro e nas Comunidades 60 horas 12 meses ,00 4 Fundo Comunitário para actividades geradoras de 0,00 rendimento(microcrédito) TOTAL ,00 Fontes de Financiamento Parceiro: Fundação dos Professores Suiços para Formação das Crianças $00 Câmara Municipal do Maio e Escola Secundária do Maio $00 Escola Secundária do Maio Fundação Professores Suiços para Formação de Crianças Câmara Municipal do Maio Cidade do Porto Inglês, 14 de Outubro de 2013
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