Dados Básicos. Verbetação. Ementa
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- Sebastião Franca Henriques
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1 Dados Básicos Fonte: /001(1) Tipo: Acórdão TJMG Data de Julgamento: 24/02/2011 Data de Aprovação Data não disponível Data de Publicação:15/03/2011 Estado: Minas Gerais Cidade: Oliveira Relator: Alberto Henrique Legislação Legislação: Arts e do Código Civil de Verbetação Ementa APELAÇÃO. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. NOVA MODALIDADE. ART DO cc DE REGRA DE TRANSIÇÃO. ART CC. APLICABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE ÂNIMO DE DONO. ATO DE MERA TOLERÂNCIA. IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. O parágrafo único do art do CC/2002 trouxe a lume uma nova espécie De usucapião, eis que o lapso temporal de dez anos, a ele referente, deve ser contado, não somente da entrada em vigor do codex atual, mas desde o início da posse, ainda que sob a égide da lei anterior. Por essa razão é que o art do CC/2002 previu uma regra de transição específica, visando a evitar que proprietários relapsos fossem surpreendidos pela nova espécie legal de usucapião, na data da sua entrada em vigor. A mera permissão não induz posse com ânimo de dono nem possibilita a aquisição por usucapião. Íntegra Número do processo: /001(1) Numeração Única: Relator: Des.(a) ALBERTO HENRIQUE Relator do Acórdão: Des.(a) ALBERTO HENRIQUE Data do Julgamento: 24/02/2011 Data da Publicação: 15/03/2011 Inteiro Teor: EMENTA: APELAÇÃO. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. NOVA MODALIDADE. ART DO cc DE REGRA DE TRANSIÇÃO. ART CC. APLICABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE ÂNIMO DE DONO. ATO DE MERA TOLERÂNCIA. IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. O parágrafo único do art do CC/2002 trouxe a lume uma nova espécie de usucapião, eis que o lapso temporal de dez anos, a ele referente, deve ser contado, não somente da entrada em vigor do codex atual, mas desde o início da posse, ainda que sob a égide da lei anterior. Por essa razão é que o art do CC/2002 previu uma regra de transição específica, visando a evitar que proprietários
2 relapsos fossem surpreendidos pela nova espécie legal de usucapião, na data da sua entrada em vigor. A mera permissão não induz posse com ânimo de dono nem possibilita a aquisição por usucapião. APELAÇÃO CÍVEL N /001 - COMARCA DE OLIVEIRA - APELANTE(S): MAGNA APARECIDA COSTA SILVA - APELADO(A)(S): LÁZARO AVENINO RABÊLO E OUTRO(A)(S), AMERICO MARTINS DE OLIVEIRA, MILTON FERREIRA DOS SANTOS, VIRGINIA RIBEIRO RESENDE SANTOS, ROSÂNGELA A DE OLIVEIRA - LITISCONSORTE: NATALINO JESUS DA SILVA - RELATOR: EXMO. SR. DES. ALBERTO HENRIQUE ACÓRDÃO Vistos etc., acorda, em Turma, a 13ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, sob a Presidência do Desembargador FRANCISCO KUPIDLOWSKI, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO. Belo Horizonte, 24 de fevereiro de DES. ALBERTO HENRIQUE - Relator NOTAS TAQUIGRÁFICAS O SR. DES. ALBERTO HENRIQUE: VOTO Cuida-se de apelação interposta por MAGNA APARECIDA COSTA SILVA, nos autos da ação de usucapião que move em desfavor de LÁZARO AVENINO RABELO e outro (a)(s), contra a sentença proferida, fls. 156/161, via da qual a Juíza de Direito singular julgou improcedente o pedido de aquisição da propriedade por meio da usucapião, fundamentando que a autora não preenche o requisito temporal imprescindível para o reconhecimento da usucapião e que não há posse mansa e pacífica da mesma sobre o bem imóvel, objeto da presente ação. Às fls. 165/170, recorre a apelante objetivando a reforma da r. sentença, aargumentando que o dispositivo legal a ser aplicado, in casu, é o art. 1238, único do CC/02, eis que se estabeleceu no imóvel em litígio a sua moradia. Alega ainda que, conforme depoimentos colhidos pelas testemunhas, a posse da requerente sobre o dito bem é anterior ao ano de Aduz que à época da notificação de desocupação realizada pelos apelados, já se encontrava de forma mansa, pacífica e ininterrupta na posse do imóvel, tempo suficiente para adquiri-lo por usucapião. Afirma que não há nenhuma prova convincente carreada nos autos capaz de atestar o suposto empréstimo gratuito do imóvel, realizado pelos contestantes a seu pai José Gonçalves Costa (tio dos requeridos). Ressalta ainda que o processo em apenso, no qual ocorreu subrogação de cláusula de inalienabilidade e impenhorabilidade, não traz qualquer alteração para o caso em vertente, uma vez que não se discute propriedade quando se trata de posse. Contrarrazões acostadas às fls. 172/173. Manifestação ministerial às fls. 186/190. Eis o relato do essencial. Conheço do recurso, já que próprio e tempestivo.
3 A presente ação foi interposta por MAGNA APARECIDA COSTA SILVA objetivando adquirir a propriedade imóvel, onde reside, por meio da usucapião. A usucapião é um instituto antigo, anterior até mesmo à Lei das 12 Tábuas e aprimorado pelo Direito Romano, derivado do latim usucapio, de usucapere, significa tomar (capere) ou adquirir algo pelo uso. No direito pátrio, a usucapião é regulada pelo Código Civil de 2002 no Livro IIIDo Direito das Coisas-, mais especificamente nos seus artigos a Com brilhantismo, o saudoso jurista Caio Mário da Silva Pereira, in "Instituições de Direito Civil", Forense, 4ª ed., v.4, p.119, definiu a usucapião como: "A aquisição da propriedade ou outro direito real pelo decurso do tempo estabelecido e com a observância dos requisitos instituídos em lei." É cediço que no ordenamento jurídico brasileiro existem diversas espécies de usucapião. O presente caso, de forma inquestionável, versa sobre a denominada usucapião extraordinária. Nessa modalidade os requisitos necessários para o seu deferimento são: - posse com animus domini, ou seja, o possuidor ter a coisa como se fosse realmente sua; sem interrupção ou oposição; - prazo de 15 anos, cabem exceções. Importante observar que nesse caso não será apreciada a boa-fé do possuidor ou a existência de justo título (ou seja, existência de uma causa ou documento que o possuidor acredite ser hábil a constituir a propriedade da coisa, mas que na realidade se revela defeituoso). Dessa forma, uma vez presentes os requisitos, o possuidor mediante usucapião extraordinária poderá adquirir a propriedade da coisa. É o que prevê o art do CC: "Art Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis." Impõe-se mencionar ainda, que se o possuidor tiver implementado no imóvel a sua moradia habitual, ou nele tiver realizado obras ou serviços de caráter produtivo, o tempo para que o mesmo seja adquirido por meio da usucapião extraordinária cairá para 10 anos, de posse mansa, pacífica e ininterrupta. Assim dispõe o art , parágrafo único do CC: "Art (...) Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo." Neste caso, está-se diante da usucapião extraordinário qualificado, assim denominado pela doutrina. No caso em tela, entendo que o requisito temporal, caracterizador da usucapião extraordinária, foi devidamente preenchido pela apelante. A douta juíza singular entendeu que a agravante não cumpriu o lapso temporal necessário ao reconhecimento da usucapião, fundamentando que o dispositivo legal aplicável, in casu, é o art do CC/02, que trata do direito intertemporal. Conclui, dessa forma, que deve prevalecer o disposto no Código revogado, ou seja, o prazo anteriormente exigido de 20 (vinte) anos para a usucapião extraordinária. Com a devida vênia, laborou em equívoco. A princípio, deve-se levar em consideração que a apelante notadamente provou que tem no imóvel, objeto em litígio, a sua moradia habitual, acostando
4 aos autos recibos de obras realizadas no local, fls. 15/16, além de diversas correspondências recebidas no endereço onde se localiza o imóvel, fls. 19/22. Sendo assim, o dispositivo a ser corretamente aplicado ao caso em comento é o parágrafo único do art Este artigo, como já explicitado, estabeleceu um prazo diferenciado- de dez anos- para a hipótese de os usucapientes residirem no prédio usucapiendo. Importante frisar que o mencionado prazo diferenciado não se trata de prazo reduzido, o que levaria à aplicação do art do CC/02 sobre direito intertemporal. Cuidase, na verdade, de nova modalidade de usucapião extraordinária, a qual não existia antes da edição do CC/02 e que estabelece prazo próprio. Disciplinando a hipótese, em casos de aplicação da nova espécie de usucapião extraordinária qualificada pela "posse-trabalho", há a regra de transição diferenciada do art do Código Civil de 2002: "até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos estabelecidos no parágrafo único do art e no parágrafo único do art serão acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo transcorrido na vigência do anterior". O legislador, ao instituir o art do CC/02, pretendeu, ao mesmo tempo, beneficiar o possuidor que deu utilidade à propriedade, dando-lhe um prazo menor, e não surpreender o proprietário com a modificação do prazo para usucapir. Do exposto, é inegável que o presente caso versa sobre a hipótese privilegiada do parágrafo único, em destaque, sendo que, na vertente, sequer há de se acrescer ao decênio o lapso de 2 (dois) anos, previsto na parte final do art do CC/02, pois aqui já fora ultrapassado o prazo de "até dois anos após a entrada em vigor" do Novo Código, não havendo risco de se surpreender o proprietário com a nova lei, não se justificando, então, a proteção legislativa. A propósito do tema, algumas jurisprudências: "EMENTA: USUCAPIÃO - IMÓVEL DESTINADO À MORADIA DOS AUTORES - ART PARÁGRAFO ÚNICO DO CC/2002 -REGRA DE TRANSIÇÃO - LAPSO TEMPORAL - REQUISITOS PREENCHIDOS - PRESCRIÇÃO AQUISITIVA. - Como o parágrafo único do ART do CC/2002 não previu a redução do prazo da usucapião extraordinária, estabelecido no ART. 550 do CC/1916, mas, sim, trouxe a lume uma nova espécie de usucapião, o lapso temporal de dez anos a ele referente deve ser contado, não somente da entrada em vigor do codex atual, mas desde o início da posse, ainda que sob a égide da lei anterior, acrescidos de 02 anos, nos termos do ART daquele diploma legal.- Preenchidos todos os requisitos legais (animus domini, posse mansa, pacífica e ininterrupta por lapso temporal previsto em lei) é de rigor o reconhecimento da aquisição da propriedade por usucapião." (APELAÇÃO CÍVEL N /001, Rel. Des. José Ant ônio Braga, dj: 20/07/2010)" "AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. LAPSO TEMPORAL. NOVO CÓDIGO CIVIL. POSSE MANSA, PACÍFICA E ININTERRUPTA COM 'ANIMUS DOMINI' COMPROVADA. VOTO VENCIDO. Havendo a presente ação de usucapião extraordinária, de imóvel utilizado como moradia, sido ajuizada no prazo de até dois anos após a vigência do
5 novo Código Civil, deve ser observada a posse mansa e pacífica de doze anos, nos termos do art. 2029, c/c p. u art. 1238, ambos do referido diploma, e comprovada a posse exercida neste prazo, com 'animus domini', é de se manter a sentença, que deferiu o pedido. Fazendo o Réu, proprietário do imóvel 'usucapiendo', prova de ter notificado o Requerente em relação à ocupação do imóvel, antes de findo o lapso temporal estabelecido pela lei, falta ao Requerente um dos requisitos para aquisição da propriedade do bem através da usucapião extraordinária, qual seja, o exercício da posse de forma mansa e pacífica. Apelação provida. VV.: Ajuizada a ação de usucapião até dois anos da entrada em vigor do Novo Código Civil, sob a alegação de utilização do imóvel para moradia habitual, caberá ao autor comprovar a posse mansa, pacífica e ininterrupta, pelo prazo de doze anos, até a data da propositura da ação. Inteligência dos artigos 1.238, parágrafo único, c/c 2.029, ambos do CC/02. (APELAÇÃO CÍVEL N /001, Rel. De s. Pereira da Silva, dj 24/04/2008)." Logo, ao contrário do que sustenta a douta julgadora, o prazo a se considerar, na presente hipótese, não é o de 20 (vinte) anos, previsto no art. 550 do Código Civil de 1916, mas sim o prazo de 10 (dez) anos, contemplado pelo Novo Código, uma vez que a regra de transição, como visto, é aquela contida no art do CC/02, e não a do art Na espécie, portanto, restou configurado o requisito temporal para a aquisição do imóvel, haja vista que a posse se iniciou em 1990, data em que o irmão da autora foi morar no imóvel, como relatado na própria exordial, fato este confirmado pelo depoimento da testemunha Virgínea Ribeiro Rezende Santos: "(...)que a depoente se mudou para o imóvel há vinte e um anos; que quando se mudou para ali um dos irmãos da autora Magna morava do imóvel; que soube que os pais da autora também já moravam ali;(...)" (fl. 112). Não obstante, não há se falar em posse com ânimo de dono porque os apelantes estavam cientes de que o imóvel pertencia aos apelados, de quem o pai de Magna era tio, estando eles no bem apenas por mera permissão de ocupação, como comprovam as testemunhas: "(...) que o pai dos requerido foi transferido do trabalho e se mudou de Oliveira, mas a esposa Gracinda e a filha Tereza continuaram a morar no imóvel; que acha que ficaram no imóvel até os anos 60; que depois disso deixaram o Sr. Zinho Morar no imóvel porque ele não tinha residência própria; que o Sr. Zinho era tio do Francisco Rabelo; (...) que depois que se mudaram de Oliveira continuaram a vir aqui; que eles vem a Oliveira há mais de oito anos; que já se hospedaram no imóvel com o tio Zinho há mais de uma vez; que quando os requeridos vinham a Oliveira sempre se hospedavam na casa;(...)" (fl. 114). (...) que conhece o imóvel por fora; que os requeridos já moravam no imóvel, assim como seus pais; (...) que a família se mudou de Oliveira; que quando a família se mudou dali um tio passou a morar no imóvel; que o nome dele era José; que a depoente tomou conhecimento que os requeridos emprestaram a casa para o Sr. José;(...)" (fl. 116). Ora, a mera permissão não induz posse com ânimo de dono nem possibilita a aquisição por usucapião, conforme artigo do Código Civil: "Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
6 autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade". Em comentários a esse artigo, escreve Astolpho Rezende: "Atos de tolerância são aqueles mediante os quais o proprietário ou outro qualquer titular de um direito sobre uma coisa permitiu a outrem tirar proveito da coisa mais ou menos limitadamente, sem com isso renunciar ao seu direito. A relação que por tal permissão se constitui é assimilada, e com razão, ao precário" ("in" Manual ao Código Civil Brasileiro, Paulo Lacerda, VII/ ). Na lição de Carvalho Santos: "os atos de mera permissão ou tolerância nunca serão atos, que traduzam, que provem que signifiquem posse. Qualquer desses dois vícios é um obstáculo à aquisição da posse. Porque ambos importam no exercício precário de um direito. Não constituem posse porque lhes falta o "animus tenendi" (Código de Processo Civil Brasileiro Interpretado, VII/70). Com efeito, e conforme preleciona Washington de Barros Monteiro, comodato é o "... contrato unilateral e a título gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída". (in 'Curso de Direito Civil - Direito das Obrigações', 2º vol., 3ªed., Saraiva Pág.213. Grifamos). No mesmo sentido, esclarece Maria Helena Diniz, ao definir os traços característicos do comodato, que o comodante não perde o domínio do bem, continuando a ser o seu proprietário, senão vejamos: "... Obrigatoriedade de restituição da coisa emprestada após o uso, pois o comodante não perdeu o domínio, e continua sendo o seu proprietário (...)". (in 'Curso de Direito Civil Brasileiro', 3ºvol., 14ªed., Saraiva Pág. 268). E continua: "... Não se admite, portanto, comodato perpétuo, pois se isso fosse permitido, ter-se-ia doação". (Ob. cit. Pág.268). Não distoa a jurisprudência: "EMENTA: USUCAPIÃO - IMÓVEL URBANO - POSSE PRECÁRIA - ATOS DE TOLERÂNCIA - AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE - IMPOSSIBILIDADE. O exercício precário da posse sobre bem imóvel, resultante de ato permissivo ou tolerância do proprietário, não autoriza a aquisição da propriedade através de usucapião." (AC /001, 17ª CCível/TJMG, rel. Des. Luciano Pinto, j , DJ ).!USUCAPIÃO - COMODATO - CONTRATO VERBAL - POSSIBILIDADE - POSSE - AUSÊNCIA DE ANIMUS DOMINI - IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. O contrato de comodato não prevê formalidades à sua formação, exigindo-se como pressuposto de sua validade que a coisa emprestada seja certa, não fungível, a título gratuito, elementos esses que podem ser provados por testemunhas, independentemente do valor do bem. A posse por mera tolerância do proprietário do bem não autoriza a aquisição do domínio via usucapião, ante a ausência do pressuposto de ocupação com animus domini". (AC , 4ª CCível/TJMG, rel. Juiz Alvimar de Ávila, caterizar-se a conduta omissiva proprietário em relação ao seu imóvel. Ademais, como bem ressaltou o Juízo, cujas palavras peço vênia para transcrever, "o pagamento dos impostos sobre o imóvel até o ano de 1999 (fls. 71), promovido pelos requeridos e os feitos anexados a estes autos (processos nº 9706-A e A), dão conta do interesse dos proprietários pelo imóvel, que jamais o abandonaram". (fl. 161). Dessa forma, comprovada que a posse se deu por ato de mera tolerância, não
7 existe a possibilidade de os requerentes usucapirem, posto que nunca houve o animus domini. Com tais razões de decidir, NEGO PROVIMENTO ao recurso, mantendo incólume a sentença. Custas recursais pelos apelantes, observado o disposto na Lei 1.060/50. LC Votaram de acordo com o(a) Relator(a) os Desembargador(es): LUIZ CARLOS GOMES DA MATA e FRANCISCO KUPIDLOWSKI. SÚMULA: NEGARAM PROVIMENTO.
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