A PRODUÇÃO IMAGINÁRIA DOS SURFISTAS DE TOW IN
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- Júlio César Amado Bento
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1 A PRODUÇÃO IMAGINÁRIA DOS SURFISTAS DE TOW IN Autor: Prof. Guilherme Torres Co-autor: Prof. Dr. Jéferson José Moebus Retondar Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Educação Física e Desportos Laboratório do Imaginário Social sobre as Atividades Corporais e Lúdicas (Lisacel) INTRODUÇÃO: Na sociedade contemporânea, o esporte vem adquirindo cada vez mais espaço na vida das pessoas, ganhando destaque nos setores políticos, econômicos, e na mídia, contribuindo e muito para o aumento do seu interesse e desenvolvimento. A cultura esportiva vem penetrando diretamente no cotidiano das diferentes sociedades, passando a se tornar uma das principais referências nos seus estilos de vida, independente de sua camada social. Disto, resulta que o esporte tem uma influência enorme no estilo de vida da população, já que é fonte inesgotável de símbolos e representações sociais, o que faz com que a mídia, principalmente através de campanhas publicitárias, o explore com o intuito de atingir grande parte da população. O significado social dessas práticas esportivas atende desde os benefícios físicos que o praticante adquire, à dimensões subjetivas de valores, de relações sociais, de reconhecimento de si, e de uma gama enorme de sentidos que movem as pessoas a praticar tal ação. A essa fusão de sentidos, seja ela de cunho ideológico, ou mesmo por influência de símbolos, de mitos, de desejos, de crenças, entre outros, origina o que chamamos de imaginário social. Portanto, identificar alguns sentidos profundos que justificam os indivíduos praticarem alguma atividade, são de extrema importância para o profissional que lida diretamente com esse público. Para Constantino (1997), a cidade cresceu, porém dividem-se opiniões sobre o seu desenvolvimento. Mudou radicalmente sua geografia e topografia física alterando assim suas principais funções. O momento que marca a história da nossa humanidade apresenta-se envolvido por mudanças e ressignificações, exigindo assim, adaptações a novos estilos de vida que correspondam às necessidades imediatas do ser. Segundo Tubino (1994), a relação de todos os campos de atuação humana do praticante com as questões ambientais, levou ao surgimento de vários esportes de relação imediata com a natureza. A necessidade de proximidade com a natureza e a sua preservação, fez com que o ser humano começasse a ter um novo tipo de relação com ela, sendo uma ótima
2 forma para essa consecução, a prática de esportes na natureza, que com todos os seus mistérios e riscos provocam desafios e aventura aos seus praticantes. Para Costa e Souza (s/d) superar as dificuldades de um ambiente desconhecido faz com que o ser humano desfrute de um prazer inigualável e se sinta realizado, encaminhando novos sentidos à aventura construída a cada vez que pratica esse tipo de esporte. Costa (2000), argumenta ainda que no caso dos esportes de aventura e risco praticados na natureza, o sentimento, ou seja, a afetividade entre ela e o ser humano, é o principal substrato do espírito agressivo para a exploração dos limites de risco, afastando do homem qualquer sentimento negativo sobre si e sobre a natureza. Com isso, o ser humano acaba encontrando nela o seu suporte, para a sua válvula de escape, o que provoca um repensar na sua forma de ser e estar no mundo, deparando-se então com suas entranhas, ou seja, com sua própria natureza. O sistema de representações presentes nas relações dos indivíduos com o seu meio, nos fornece pistas reveladoras, de muito provavelmente, como estes agirão sobre o mesmo. Portanto a revisão de valores e o reencontro consigo, se apresentam como um dos importantes sentidos que justificam os praticantes de tais atividades. No que tange às representações sociais, Lefebre (citado por RETONDAR, 2004), defende que a representação não é verdadeira nem falsa, ela se justifica pelos sentidos aflorados, e não pelo efeito lógico-racional presentes na vida individual e racional dos humanos. O ser humano é responsável pela sua produção, sendo então, móvel, circulante e altamente permeável às instituições, aos símbolos e aos arquétipos, além das vivências. A importância das representações, está relacionada á força social que elas possuem, estabelecendo assim um canal que liga a subjetividade e a racionalidade. Maffesoli (2001) aponta que o imaginário é o estado de espírito que caracteriza um povo, ou parte dele. Este autor tem fortes ligações com o pensamento de Gilbert Durand, pois este lhe deu grande suporte para seus pensamentos. Para o referido autor, o imaginário não se trata de algo simplesmente racional, sociológico, ou psicológico, pois carrega também algo de imponderável, um certo mistério da criação ou da transfiguração. É assim uma força de ordem espiritual, uma construção mental, que se mantém ambígua, perceptível, mas não quantificável. Ainda, segundo o autor, só existe imaginário coletivo, pois este é algo que ultrapassa o indivíduo que impregna o coletivo ou ao menos parte dele. O imaginário liga, une uma atmosfera, logo não pode ser individual. Para Campbell (1990), a figura do herói está presente no cotidiano de todos os seres humanos, independente de raça, sexo, história, e cultura proveniente. O chamado mito do
3 herói, como a própria nomenclatura afirma, é a personificação de ações atemporais consideradas heróicas em determinado contexto. Poucas são as mitologias que não tenham, a par dos seus deuses, os seus heróis. Sendo assim, é imprescindível a relação que o herói tem na organização da vida população, atuando fortemente no seu imaginário social, no colorário moral, e orientando-a no campo do conhecimento, no campo estético, e na própria visão do mundo. Segundo o autor, o herói é alguém que deu a própria vida por algo maior que ele mesmo, onde sua façanha inicia-se com alguém que sente estar faltando algo entre as experiências normais franqueadas ou permitidas aos membros de determinada sociedade. Isto faz com que este sujeito parta numa série de aventuras que ultrapassam o usual, ou para alterar o que já tinha alcançado, ou para conseguir algo novo, sendo as transformações inerentes à vida do mesmo. Sendo assim, a busca do desconhecido, a superação dos seus limites, a vontade de conquista, são sentidos totalmente atrelados ao mito do herói. O sagrado, segundo Elíade (1996), não está relacionado apenas aos elementos racionais e não-racionais da religião, pois trata-se de algo muito mais complexo, caracterizando-se em um primeiro momento, como tudo que se opõe ao profano. A manifestação do sagrado, ou hierofania, encontra-se presente desde as mais primitivas às mais elaboradas religiões, alternando-se também como elementares e supremas. Costa (2000) afirma que atividades corporais ligadas à aventura, natureza, e risco, são uma tendência de grupos que necessitam realizar algo fora do comum, ou seja, do que é normalmente aceito pela sociedade. Para explicar esse fato, a autora caracteriza este tipo de atividade como sendo rica em ludicidade, onde a atitude e a tomada de decisão dos esportistas vêm acompanhadas de um risco chamado calculado. Os esportistas em questão manifestam uma audácia para desencadear o risco, uma transgressão de limites possíveis, autorizada pela confiança de capacidade de ação, e associada a um excitante e reconfortante prazer de realização de ter superado esse risco com muita competência. Essas provas de perigo estabelecem um sentido de controle sobre a vida aliado a um sentido de superação. Bachelard (2002) aponta que a relação do ser humano com o elemento água vai muito além da sua utilidade, ou seja, do seu racionalismo. A água, dependendo do contexto envolvido, evoca alguns sentidos, que mesmo que inconscientes, orientam sonhos, pensamentos e atitudes dos homens que com ela se relacionam, sendo a ambivalência entre a vida e a morte, o seu sentido predominante. O esporte estudado nesse trabalho é o surfe praticado em ondas gigantes, denominado Tow in, esporte este, que promove uma sensação única em seus praticantes, já que em questão de segundos ele conhece o limite entre a vida e a morte, caracterizado pelo extremo desafio e
4 aventura. Nessa modalidade, o surfista é rebocado por um jet-ski, alcançando uma velocidade ótima, o que o torna capaz de descer ondas extremamente grandes e velozes. O Tow in é uma modalidade de surfe na qual o risco é inerente, e os seus praticantes têm total conhecimento desse fato. Porém por mais perigoso que possa parecer, este esporte altera totalmente o cotidiano dessas pessoas, possibilitando uma interação muito forte do homem com a natureza, mais especificamente com o ambiente marinho. Disto resulta que o surfista, sua prancha, e a onda formem uma única realidade incapaz de ser decifrada em sua totalidade pela lógica racional. Portanto, o que pode parecer insanidade para alguns, para esses surfistas nada mais é do que um momento único de pura satisfação, diversão, e equilíbrio entre corpo, mente, e espírito, pois ao adentrar no mar gigante, onde a natureza mostra sua força descomunal, eles buscam a superação de limites, ou seja, têm a intenção de dominar a onda, seja ela do tamanho que for. Buscam descer a maior onda possível, aproveitar tudo o que ela pode lhes proporcionar e sair ileso dessa aventura. Estudos que têm como objetivo representar a personalidade do atleta, representam uma reflexão importante para a intervenção psicológica junto ao esporte. Por esta razão, cada vez mais profissionais tanto da área da Educação Física como da Psicologia, têm desenvolvido estudos procurando relacionar dimensões da personalidade em diferentes modalidades desportivas e conhecer qual o seu padrão motivacional de ação, e de comportamento, para o alcance do ótimo desempenho. Entretanto, os estudos no campo do imaginário têm na psicologia, apenas uma possibilidade de compreensão do comportamento humano, pois além do sujeito ter uma história de vida particular e ser influenciado por ela, este encontra-se inserido em um universo cultural, social, mítico, e simbólico, o que torna impossível e até certo ponto, arbitrário relacionar de maneira racional, direta, e casual, somente sua história de vida como único modelo explicativo do seu comportamento. Não há conhecimento de nenhum estudo no campo do imaginário social, que relaciona este, com os surfistas de ondas gigantes. Nesse sentido, o objetivo do estudo é identificar alguns sentidos do ato de surfar ondas gigantes. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de natureza qualitativa que faz uso do método descritivo e da análise do discurso na perspectiva de Eni Pulcinelli Orlandi (1996). Os dados encontrados foram analisados e interpretados à luz dos estudos no campo do imaginário social. Foi
5 realizada uma entrevista semi-estruturada com três surfistas brasileiros e profissionais da modalidade Tow in, onde as perguntas foram: Imagina que você foi convidado para organizar o maior e o melhor circuito de surfe do mundo. Você teria todas as condições para o acontecimento deste evento. Como você organizaria? Se você fosse convidado para ministrar uma palestra transmitida em cadeia nacional sobre as grandes emoções e sentimentos que o surfe de ondas gigantes proporciona ao praticante, o que você teria a dizer sobre isso? Estas duas perguntas serviram como base para a análise dos dados obtidos. A entrevista, em si, foi analisada por meio do procedimento da Análise do Discurso proposta por Orlandi (1996) buscando compreender o modo como são produzidos os sentidos que emergem das representações dos surfistas, ou seja, os sentidos que se apresentam nas falas dos informantes, o que nos leva a um possível mapeamento do universo de sentidos imaginariamente construídos. As marcas lingüísticas evidenciadas nos discursos com maior freqüência, foram analisadas de acordo com o contexto envolvente. CONSIDERAÇÕES FINAIS: As marcas lingüísticas encontradas foram: surfistas, ondas gigantes, sentimento, e prazer. De acordo com o contexto empregado em cada uma destas marcas podemos afirmar que delas afloram diferentes sentidos, mesmo que interligados. A marca lingüística surfistas apontou principalmente para os sentidos de ousadia e competência. A marca ondas gigantes apareceu atrelada na maior parte dos casos ao sentido de preferência. Já a marca lingüística sentimento remeteu essencialmente aos sentidos de vício e vertigem. E finalizando, a marca prazer se apresenta intimamente relacionada aos sentidos de limite entre os extremos, risco calculado, exigência, e felicidade....eu ia escolher as ondas mais poderosas do planeta e os surfistas mais atirados, e mais preparados para essas ondas gigantes... Na análise os dados referentes à marca lingüística surfistas, podemos verificar que a fuga do cotidiano, e a imprevisibilidade do meio cheio de incertezas, caracterizam a aventura, que por sua vez, é motivada pelo desafio e pela excitação de se expor e ultrapassar o risco inerente à atividade, o que contribui para a formação de identidade e onipotência do praticante em questão. Portanto o Tow in, necessita que o surfista seja ousado para se dispor ao risco, possibilitando uma transgressão de possíveis limites, autorizada pela competência de ação, e
6 associada a um reconfortante e excitante prazer de superação e realização. Ao analisar a perspectiva de Pearson (1997) sobre os arquétipos dos heróis, podemos afirmar que esse tipo de surfista se encaixa perfeitamente no perfil do herói, o que de certa forma contribui para o seu individualismo. Através da análise dos sentidos ousadia e competência, extremamente interligados e presentes na marca lingüística surfistas, fica claro que estes acompanhados pela superação de limites, até então desconhecidos, são características presentes de forma intensa e direta no universo imaginário dos surfistas de Tow in....daria preferência para as ondas gigantes... De acordo com os dados presentes na marca lingüística ondas gigantes, esta apontou essencialmente para o sentido de preferência, sendo a condição de surfe ideal para os entrevistados. Parece que condições extremas possibilitam maior prazer para essa população. O ambiente torna-se sagrado, onde surfar ondas gigantes remete à comunicação com o divino, permitindo a eternidade e a onipotência. É o nascimento de um novo estado de espírito. Porém o Tow in, não remete em sua essência o sagrado religioso, pois não possui qualquer tipo de colorário moral. Assim, fica evidente que o ambiente de ondas gigantes, transmite uma evasão da realidade, onde a imprevisibilidade, a possibilidade de transgressão de limites, o desafio, o risco, a aventura, a capacidade de prazer intenso, e o sentido de onipotência, parecem ser vertentes consideradas por essa população para a preferência deste tipo de ambiente, considerado extremo e hostil pela maior parte da sociedade....é algo meio viciante, um sentimento, uma adrenalina que você quer toda hora......e você sabe que está bem numa linha em que está tendo o sentimento que você mais gosta se realizando, mas você sabe que se fizer algo errado, aquilo tudo vai virar justamente o contrário... A partir da análise dos dados da marca lingüística sentimento, esta remeteu principalmente aos sentidos de vício e vertigem, onde o vício, ou compulsão, para Rouanet (1987, citado por RETONDAR, 2004), se caracteriza pelo domínio momentâneo da paixão e pelo desfiguramento quase sem volta da razão, enquanto que a vertigem, segundo Callois (1990), apóia-se em um estado de confusão e desordem, causando um pânico descontrolado no indivíduo a ela exposto. Parece que a imediata satisfação que o praticante tem de ceder e vencer esse pânico, o proporciona um prazer de extrema intensidade, e o desejo de repetição sistemática, caracterizando o vício pela paixão. O sentido de ambigüidade de sentimentos proporcionado pela vertigem, somado às ambivalências simbólicas dos elementos água, onda, e mar, parecem ser características essenciais da atividade em questão. O Tow in, pode ser caracterizado como o surfe praticado no limite entre a vida e a morte. O sentimento atribuído
7 ao Tow in pelos praticantes, remete à paixão por situações onde há o predomínio e superação do pânico e dos próprios limites, o que parece transmitir um prazer intenso, refletindo toda a ambigüidade entre a morte simbólica e conseqüente vida propriamente dita, o que estabelece a eternidade e o sentido de onipotência sobre a mesma. Portanto podemos afirmar que o vício atribuído à atividade em questão, está intimamente relacionado à vertigem presente na mesma....você está numa linha entre o prazer total e o terror total......então não é um prazer normal, é um prazer calculado um prazer que exige muito de você para chegar ali e tê-lo eu sinto prazer em estar ali, muito feliz de estar ali descendo as ondas grandes... A última marca lingüística analisada foi o prazer, onde foram encontrados os sentidos de limite entre os extremos, risco calculado, exigência, e felicidade. O prazer almejado nesse contexto, seria o êxtase propriamente dito, o ápice da satisfação. Através da análise destes dados pudemos verificar que o limite entre os extremos, caracteriza-se justamente pelo limite entre a vida e a morte, servindo de combustível para o desafio e superação de limites, afirmando o controle da situação pelo surfista, o que o faz alcançar o êxtase, ou seja, a comunhão com a eternidade e com o divino. O risco calculado e voluntário atua como condição para a obtenção do êxtase, pois estimula o desafio criando condições para a superação. Já o sentido de exigência, reflete todas as dificuldades encontradas no caminho para o alcance do prazer, estabelecendo também um sentido de merecimento pelo prazer. A exigência atribuída pelos informantes, parece refletir também um certo grau de restrição do público capaz de realizar a façanha de descer ondas gigantes. Em relação à felicidade, relacionada à marca prazer, esta reflete justamente o sucesso, a realização momentânea, onde o indivíduo alcança o equilíbrio e a paz no encontro com o seu interior e com o divino, transmitindo assim o êxtase propriamente dito, segundo a classificação de Lewis (1977). Quando a população estudada encontra-se no ambiente de ondas gigantes, ela reflete uma felicidade imensa, caracterizada muitas vezes pela possibilidade de alcance do êxtase, mesmo que este não ocorra em tal sessão. O surfista tem que estar no lugar e na hora certa para ter a possibilidade do alcance do êxtase. Podemos verificar que a felicidade alcançada pelo prazer supremo, o transe, o encontro com o divino, e o estado de onipotência, somente são vivenciados pela característica de limites entre os extremos, e de risco calculado presentes no Tow in, assim como pela exigência promovida pela atividade para o alcance dos sonhos almejados.
8 Portanto concluímos que o surfista de Tow in é um indivíduo ousado e competente, com necessidade de descer ondas cada vez mais gigantes, desafiando e estendendo seus limites a proporções extremas, aproximando de forma intensa e calculada a vida e a morte, porém não suicida, já que o sucesso conota justamente o sentido e o controle sobre a vida, onde a eternidade, o auto conhecimento, e o encontro com o divino são vivenciados sob a forma do êxtase. É uma população restrita, onde o desejo de expandir os limites é na verdade um encontro consigo mesmo, transmitindo toda a sua individualidade, na realização dos seus sonhos. O ato heróico de descer ondas gigantes realiza sonhos de indivíduos desprovidos desta capacidade. Muitos destes surfistas passam a vida inteira atrás do seu sonho de descer a maior onda do mundo, percorrendo lugares e ondas desconhecidas, sempre com esperança de que um dia a sua hora chegará, simbolizando assim, o nômade em busca do seu altar. MARCA SENTIDO DISCURSO Ousadia...eu ia escolher as ondas mais poderosas do planeta Surfista Competência e os surfistas mais atirados, mais preparados para essas ondas gigantes... Ondas Gigantes Preferência...daria preferência para as ondas gigantes... Vício...é algo meio viciante, um sentimento, uma adrenalina que você quer toda hora... Sentimento Vertigem...e você sabe que está bem numa linha em que está tendo o sentimento que você mais gosta se realizando, mas você sabe que se fizer algo errado, aquilo tudo vai virar justamente o contrário... Limite entre os extremos...você está numa linha entre o prazer total e o terror total... Risco Calculado...então não é um prazer normal, é um prazer calculado... Exigência... um prazer que exige muito de você para chegar ali e tê-lo... Prazer Felicidade... eu sinto prazer em estar ali, muito feliz de estar ali descendo as ondas grandes...
9 Referências bibliográficas: BACHELARD, G. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da matéria. São Paulo: Martins Fontes, CALLOIS, R. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Lisboa: Cotovia, CAMPBELL J. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena,1990. CONSTANTINO, J. Meio ambiente e desporto: uma perspectiva internacional. Porto: Universidade do Porto, COSTA, V.L.M. Esportes de aventura e risco na montanha: um mergulho no imaginário. São Paulo: Manole, COSTA, V.L.M. ; SOUSA, F.R. O imaginário dos praticantes de rafting de lazer. ELÍADE, M. O sagrado e o profano: a essência das religiões. São Paulo: Martins Fontes, LEWIS, I.M. Êxtase religioso: um estudo antropológico da possessão ao xamanismo. São Paulo: Perspectiva, ORLANDI, E.O. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez, PEARSON C.S. O herói interior. São Paulo: Cultrix, RETONDAR, J.J.M. A produção imaginária de jogadores compulsivos, a poética do espaço e do jogo. Rio de Janeiro: Vetor, SILVA, J.M. O imaginário é uma realidade. Famecos, Porto Alegre, n 15, quadrimestral, p.74-81, ago., TUBINO, M.S.G. O que é esporte. São Paulo: Brasiliense, 1994.
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