ECONOMIA INTERNACIONAL: NOTAS DE AULA
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- Elias Raminhos Veiga
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1 CONOMIA INTRNACIONAL: NOTAS D AULA ste documento consiste em notas de aula para o capítulo 13 de Krugman & Obstfeld (conomia Internacional. 8 ā edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010). laboração: Alexandre B. Cunha Versão: 2015/2 3 TAXAS D CÂMBIO O MRCADO D CÂM- BIO: UM NFOQU D ATIVOS O mercado de câmbio As taxas de câmbio são determinadas pelas interações entre famílias, empresas e instituições nanceiras (bancos centrais?) que transacionam moedas. Transações desse tipo ocorrem no mercado de câmbio. Os participantes Os principais participantes do mercado de câmbio são: 1. bancos comerciais Participam da maior parte das transações, pois as mesmas usualmente envolvem a troca de depósitos bancários denominados em diferentes moedas. xemplo: xxon Mobil deseja efetuar um pagamento de e a uma empresa alemã. O Third National Bank informa que a taxa de câmbio dólar/euro é igual a 1,20. Logo, $ (192 = 160 1; 2) serão debitados da conta da xxon Mobil. A empresa alemã receberá um crédito de e , ao passo que o seu banco passará a ter um crédito de $ junto ao Third National Bank. As operações interbancárias respondem pela maioria das atividades no mercado de câmbio. 1
2 laboração: Alexandre B. Cunha 2. empresas xemplo anterior, operações de comércio exterior, captação de recursos no exterior, instituições nanceiras não bancárias xemplos: fundos de investimento. 4. bancos centrais Características do mercado Principais centros: Londres (maior), Nova Iorque, Tóquio, Frankfurt, Cingapura. Será que a taxa de câmbio pode variar muito de um centro para o outro? Volume de operações: abril de 1989: $ 600 bi por dia abril de 2007: $ 3,2 tri por dia m tese, uma operação de câmbio pode envolver quaisquer duas moedas; na prática, a maior parte (86% em 2007) das operações envolvem o dólar norteamericano (mesmo que nenhuma das partes deseje comprar ou vender dólar). Conceito importante: taxas cruzadas (discutido no tópico 2). Taxas à vista e taxas futuras O que livro chamou de taxa futura nesta subseção é a taxa a termo (forward). Título desta subseção na edição em inglês: spot rates and forward rates. Swaps cambiais Um swap cambial é a venda à vista combinada com uma recompra, em data posterior (termo ou futuro), de uma determinada moeda. xemplo: empresa brasileira recebe hoje um pagamento em dólares; a empresa precisará de recursos em dólar após noventa dias; no meio tempo ela utiliza os recursos para comprar um CDB no Brasil. Os swaps constituem uma fração considerável de todas as operações cambiais. 2
3 laboração: Alexandre B. Cunha Futuros e opções Futuros = futures nesta subseção. Futuro Opção Contratos padronizados e negociados em bolsa. A parte está obrigada a efetuar a operação. A parte pode vender o contrato e se desfazer da obrigação. O detentor de uma opção de compra (venda) pode, mas não está obrigado, a comprar (vender) um ativo ao preço de exercício. O agente que emitiu a opção recebe o prêmio. A demanda por ativos em moeda estrangeira A demanda por um depósito bancário em moeda estrangeira é in uenciada pelos mesmos fatores que in uenciam a demanda por qualquer outro ativo. Principais fatores: taxa real de retorno, risco e liquidez. A taxa de desvalorização cambial é essencial para a comparação de depósitos em moedas distintas (já discutimos tal tópico neste curso). quilíbrio no mercado de câmbio Haverá equilíbrio no mercado de câmbio quando, no agregado, os agentes não desejarem trocar os seus ativos em dólar (moeda doméstica) por ativos em euro (moeda estrangeira). Paridade dos juros: a condição básica de equilíbrio Paridade do Poder de Compra (PPC): uma dada cesta de bens tem o mesmo preço em dois países distintos. Ou seja, P = P. Discutiremos a PPC com mais detalhes no tópico 5. 3
4 laboração: Alexandre B. Cunha De acordo com os autores, o mercado de câmbio estará em equilíbrio quando os depósitos em todas as moedas oferecerem a mesma taxa de retorno esperada. Comentários: 1. Veremos que os autores assumem que os agentes são indiferentes ao risco. 2. A rmar que os depósitos em todas as moedas oferecerem a mesma taxa de retorno esperada sugere que Se a PPC se veri ca, então R e = R e. (1) P = P ) = +, onde é a taxa de desvalorização. Assuma que existe perfeita previsão, de forma que e = e e =. Logo, R ( + ) = R ) R = R +. (2) ssa última igualdade já foi discutida neste curso. Assim sendo, aparentemente precisamos combinar a igualdade (1) com a PPC para obter a tradicional condição (2). Não há razão para apelarmos para a PPC quando estivermos falando de equilíbrio no mercado nanceiro. Assim sendo, a expressão em itálico deveria ser substituída por algo como a taxa de retorno de um depósito bancário de $1 independe de possíveis conversões para outras moedas no momento da aplicação e do resgate. Notação (livro entre parênteses) R (R $ ): taxa nominal de juros nos UA R (R e ): taxa nominal de juros na uropa ( $=e ): taxa de câmbio dólar/euro Os UA correspondem ao país doméstico e a uropa ao resto do mundo. De acordo com o livro-texto, as taxas de retorno esperadas são iguais quando R = R + e. (13-2) 4
5 laboração: Alexandre B. Cunha Observe que esta equação é equivalente à expressão R = R + e, a qual discutimos no começo deste curso. Ou seja, KO trabalham com a versão simpli cada da PDJ. Hipótese implícita: indiferença ao risco (ou então ausência de incerteza). Lado esquerdo de (13-2): taxa de retorno dos depósitos em dólar nos UA. Lado direito de (13-2): taxa esperada de retorno dos depósitos em dólar na uropa. Comparação com (13-1), a qual é apresentada abaixo: R R + e = R R e. (13-1) De acordo com o livro, Quando a diferença acima é positiva, os depósitos em dólar rendem a taxa de retorno esperada mais alta; quando ela é negativa... Como mudanças na taxa de câmbio corrente afetam os retornos esperados Denote o lado direito de (13-2) por F (o livro-texto não adota essa notação). Ou seja, F (R ; ; e ) = R + e. (3) Logo, F (R ; ; e ) = R + e < e > 0. Fixe R e e e represente (3) no espaço taxas de retorno. Figura 13.5 (p. 257). Uma elevação em R desloca a curva F para a direita; o mesmo vale para uma elevação em e. A taxa de câmbio de equilíbrio. O equilíbrio ocorre quando (13-2) é satisfeita. Ou seja, Figura 13.6 (p. 258). R = F (R ; ; e ). (4) Observe que R, R e e são exógenas em tal análise. 5
6 laboração: Alexandre B. Cunha Taxa de juros, expectativas e equilíbrio 1. R > 0 ) < 0; gura 13.7 (p. 259). Atenção: é preciso explicar o grá co. sse procedimento é necessário em todo e qualquer exercício desta disciplina que zer uso de grá co. Procedimento típico para elaborar explicação um grá co: elabore um pequeno texto que contemple os seguintes pontos: (a) curvas iniciais; (b) equilíbrio inicial; (c) deslocamento das curvas; (d) equilíbrio nal; (e) comparação dos equilíbrio inicial e nal. xemplo para este exercício: Inicialmente, a taxa de juros doméstica é igual a R$ 1. sse valor é representado pela reta vertical escura. A taxa de retorno esperada para depósitos no exterior é ilustrada no grá co pela curva decrescente. O equilíbrio ocorre quando há igualdade entre a taxa de juros doméstica e a taxa de retorno esperada para depósitos no exterior. Assim sendo, o equilíbrio inicial é ilustrado pelo ponto 1. m decorrência da elevação da taxa de juros doméstica para R$ 2, a reta vertical que representa o valor desta variável se desloca para a direita (ver reta vertical clara). O equilíbrio passa então a ocorrer no ponto 2. Podemos então veri car que há uma apreciação cambial, pois $=e 1 > 2 $=e. Observação: a resposta poderia ser mais curta (curva F vs. curva decrescente, etc). stamos assumindo que e permanece constante. Observe que: Se e 0, então < 0. Se e > 0, então não temos como determinar o sinal de. 2. R > 0 ) > 0; gura 13.8 (p. 259). 3. e > 0 ) > 0; logo, um aumento taxa de câmbio esperada tende a elevar a taxa de câmbio presente. 6
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