TIC : UMA PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO COM ALUNOS DE 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
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- Antônia Frade Meneses
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1 TIC : UMA PROPOSTA DE ALFABETIZAÇÃO COM ALUNOS DE 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Davi Gregório 1 Natiele Santos de Holanda 2 Roseane Maria Lima Silva 3 RESUMO Este trabalho consiste em apresentar a proposta de projeto acadêmico desenvolvido no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência(PIBID) pelos alunos do curso de Pedagogia da modalidade à distância da Universidade Federal de Alagoas, que tem por tema TIC: Uma proposta de alfabetização com os alunos de 1º ano do ensino fundamental, e que versa sobre a utilização da tecnologia como mediadora no processo de alfabetização. Serão utilizados aplicativos do Programa Linux Educacional com o intuito de facilitar o entendimento das crianças, proporcionando-as o ensino através do computador. Sabe-se que a tecnologia permeia a sociedade e está inserida nas relações pessoais cotidianas mais corriqueiras. Tal fato mostra um novo olhar para a educação, uma vez que o professor pode utilizar das fontes tecnológicas para inovar nas aulas e adentrar no universo dos alunos. Na atualidade as crianças anseiam pelas novidades midiáticas, isso faz com que a educação tenha que se disseminar com o auxílio das tecnologias, demonstrando que ensinar a ler e escrever devem caminhar à luz dos novos tempos. PALAVRAS-CHAVE: TIC. Alfabetização. Educação. 1 INTRODUÇÃO A realidade alagoana tem demonstrado a necessidade de mudança dos índices negativos em alfabetização na educação básica, em específico nas séries inicias do ensino fundamental. Para tanto, faz-se necessário a utilização de alguns instrumentos que auxiliam no processo de ensino/aprendizagem, neste rol encontram-se as tecnologias da informação e comunicação (TIC) que podem 1 Graduando em Pedagogia na modalidade EAD/ UFAL. Bacharel em Psicologia pelo Centro Universitário CESMAC. Pós Graduado em Educação em Direitos Humanos e Diversidade - EDHDI, pela Universidade Federal de Alagoas-UFAL. gregorio.psi@gmail.com. 2 Graduanda em Pedagogia na modalidade EAD/ UFAL. Bacharela em Direito pela Universidade Federal de Alagoas. natiele_21@hotmail.com. 3 Graduanda em Pedagogia na modalidade EAD/ UFAL. rose.adm7@gmail.com. I
2 influenciar positivamente os caminhos da educação ao acesso à aprendizagem. Neste viés, surge o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) que tem por objetivo o de promover nas escolas públicas o uso pedagógico da informática. Com isso, pensou-se na possibilidade de executar o presente projeto com uma turma de 1º ano do ensino fundamental em uma escola do município, visto que a mesma disponibiliza um laboratório de informática, apresentando condições para a realização deste trabalho que contempla não só a alfabetização digital, como também dissemina a associação entre tecnologia e educação. Dentro de uma visão analítica e fundamentados nos estudos de Ferreiro(2008) e Teberosky(2008), percebe-se que o educar, dentre outras coisas, requer a busca de atualizações junto ao tempo presente, para que a construção da realidade seja efetivada de forma crítica, racional e consciente, entendendo os novos meandros da sociedade. O ser humano habita em uma época noosférica, tecnológica, virtual e faz-se necessário que a educação seja adaptada a este modelo de vida cada vez mais latente. O aprendizado pode ser realizado por meio de ferramentas tecnológicas, pois essas vêm proporcionando mudanças, inclusive, culturais. As tecnologias inseridas no cotidiano mostra que aprender a ler e a escrever pode ser fácil, divertido e estimulante, possibilitando ao aluno, não somente receber o conhecimento de forma passiva, mas ele próprio poderá ser o formulador do mesmo, acarretando, assim, a elevação da autoestima, tão necessária para a construção do Ser. É sabido, por exemplo, que o uso do computador ameniza as dificuldades existentes no processo de aprendizagem devido à sua interdisciplinaridade e interação. Neste contexto acredita-se que as tecnologias possuem a capacidade de auxiliar aos docentes, pais e alunos, para que mudanças positivas sejam efetuadas nas escolas viabilizando a divisão e a multiplicação do conhecimento de forma prazerosa, dinâmica e continuada. O presente Projeto tem como objetivo geral analisar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no processo de alfabetização por meio dos aplicativos do Linux Educacional, a fim de promover formas de aprender novas metodologias de ensino. E como objetivos específicos se pretende, primeiramente, Identificar, por II
3 meio de avaliação diagnóstica o nível de escrita dos alunos; utilizar as tecnologias da informação e comunicação como ferramenta de apoio no processo de alfabetização digital, informando a importância das TIC na atualidade; Fazer uso do laboratório de informática para desenvolver atividades através dos aplicativos disponíveis no Linux Educacional; Elaborar um cronograma de atividades que deverão ser desenvolvidas no decorrer do projeto; Pesquisar e executar atividades educativas que envolvam jogos eletrônicos; Verificar ao final do projeto, por meio de avaliação diagnóstica, o nível de escrita dos alunos; e produzir um arquivo digital utilizando gravação em CD, com todas as atividades realizadas pelos alunos e pesquisadores. Como problemática, o projeto pretende analisar se o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) amplia o processo de escrita dos alunos de 1º ano do ensino fundamental de uma escola pública. Em relação à metodologia, trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, que pretende ser desenvolvida em uma Escola da rede pública municipal, com 16 (dezesseis) alunos do 1º ano do ensino fundamental no horário vespertino. Para Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Gil (2002) explica que o objetivo da pesquisa exploratória é proporcionar mais familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito, ou possibilitando a construção de hipóteses relativas ao objetivo principal, o aperfeiçoamento de ideias ou a descoberta de intuições. Para iniciar a pesquisa, foi solicitada a autorização da direção da Instituição Escolar onde será realizado o projeto. Disponibilizou-se para a comunidade escolar envolvida o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T.C.L.E.) previamente estabelecido dentro das normas legais exigidas, com o intuito de dar ciência do presente trabalho aos responsáveis dos alunos. A princípio, pretende-se aplicar uma avaliação diagnóstica, no intuito de identificar os níveis silábicos dos alunos, fundamentados nos processos de aprendizagem desenvolvidos por Ferreiro (2008) com base na Psicogênese da III
4 Língua Escrita. Serão observados os níveis de escrita pro meio da avaliação proposta, e, ao final, realizar-se-á uma segunda avaliação. Todos os materiais documentados, bem como, as respectivas análises, serão organizados em relatório de pesquisa. Enquanto procedimento, este trabalho será realizado por meio da pesquisa-ação que pressupõe uma participação planejada do pesquisador na situação problemática a ser investigada. O processo de pesquisa recorre a uma metodologia sistemática, no sentido de transformar as realidades observadas, a partir da sua compreensão, conhecimento e compromisso para a ação dos elementos envolvidos na pesquisa (FONSECA, 2002). Portanto, ao final das atividades do presente trabalho, avaliar-se-ão os dados a fim de socializá-los com a comunidade escolar. 2 O USO DAS TIC NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO O processo de alfabetização é um relevante social que não pode ser dissociado do bem comum. Toda criança não só necessita entrar nessa fase, como também tem o direito à educação de qualidade. Alfabetizar é ensinar ao indivíduo a cognição da escrita e leitura. Porém, existe outra interface do processo de leitura e escrita que está intimamente ligada à alfabetização, é chamado de letramento. O letramento vai além das expectativas do alfabetizar. Para que uma pessoa seja letrada, é necessário que ela interprete a leitura e a escrita de modo que se estabeleça conexão com o contexto tela das letras, ou seja, o letrar leva a criança a praticar a leitura e a escrita no contexto social no qual está inserida. Além disso, o letramento irá manifestar na criança o gosto pelo hábito de ler, diferente da alfabetização, que estabelece a assimilação pela decodificação dos signos da língua. Mas, com a virtualidade do mundo contemporâneo é válido salientar que as práticas alfabetizadoras, dentro da sala de aula, estão aquém do novo tempo. A interatividade das ações cotidianas na forma de comunicação interpartes ganha sobressalto com a tecnologia, que envolve as relações sociais. Indubitavelmente, o mundo atual é tecnológico, e, de certa maneira, é indissociável a relação entre a tecnologia e a formação do homem na atualidade. IV
5 A tecnologia atrai a atenção pela rapidez que despeja nos fatos rotineiros realizados pelo indivíduo. A conectividade entre pessoas está, a cada dia, mais forte com o auxílio da internet e de suas ferramentas. Ser tecnológico é estar no passo da evolução social. E quem não anda neste compasso, corre o sério risco de se tornar obsoleto. Tudo que se passa na sociedade está à mão com a conectividade do mundo. Ao aperto de um clique, pode-se viajar, conhecer outros lugares e desfrutar de culturas diferentes. Com essa celeridade de informações circulantes, é gerado um desafio para os educadores, pois os alunos conectados a esta nova realidade almejam uma dinâmica diferente dentro da sala de aula, com maior expectativa diante do professor, do quadro negro e do giz. O desafio do professor, dentro do contexto tecnológico, é levar aos alunos formas diferentes de ministrar o conteúdo, utilizando as tecnologias da informação e comunicação como ferramentas de ensino-aprendizagem. Tal fato sobreleva o interesse das crianças em aprender com algo diferente e, ao mesmo tempo, necessário nos dias atuais. Com a crescente demanda tecnológica que envolve os setores sociais, a escola, como parte da sociedade, deve estar preparada para se adaptar ao novo tempo. A profissão docente carrega consigo o papel de formar opiniões e cidadãos para viverem qualitativamente em um mundo pertencente à tecnologia. Com isso, pensar em novas formas de ensinar com o auxilio das TIC s é repensar as novas mídias como instrumentos facilitadores do processo de ensino. Mazzurana afirma que professores que têm o desafio de alfabetizar letrando com o uso das novas tecnologias inserem-se no mundo de letramento digital, o que lhes proporciona a oportunidade de realizar práticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de alfabetização. Com essa interpretação, o professor que fomenta suas aulas com o uso da tecnologia, abrange o leque de possibilidades de ensinar aos seus alunos com a ajuda de ferramentas tecnológicas que eles detêm e manipulam diariamente. Irrefutavelmente, o mundo contemporâneo forma e exige pessoas conectadas aos aparelhos e à internet, podendo-se dizer que uma nova cultura está se formando na modernidade, a cultura digital. A atenção dos alunos é retida pela atração que a V
6 tecnologia proporciona, e que deve ser levada em consideração no momento de ensinar. Em relação a essa cultura emergente e ao novo modo de ensinar, ALMEIDA (1999) revela uma mudança radical da escola que vem ao encontro da demanda da sociedade. A presença do computador na sala de aula revela uma exigência atual de uma sociedade eminentemente tecnológica. Os processos de ensino e de aprendizagem tornam-se mais atrativos quando são inseridas, na rotina da aula, as mídias que rodeiam o cotidiano dos alunos. Mazzurana cita ALMEIDA (2004) no que tange ao uso da tecnologia em sala. A autora defende que a utilização das TIC deve ter como fim preparar o aluno para exercer a cidadania, proporcionando-lhe educação com o apoio dessa esfera, e ainda, deve despertar no aluno, por meio da criticidade, a autonomia para entender as tecnologias, valorizando-as no processo de aprendizagem. Continua Mazzurana afirmando que, na formação do aluno, o conhecimento sobre a utilização do computador e da internet pode permitir o acesso à informação, possibilitando ao discente selecionar e reverter tais informações na produção de conhecimento. Porém, para a utilização da tecnologia no processo de ensino e de aprendizagem, é válido salientar que os alunos precisam ser alfabetizados digitalmente para suprir as necessidades da cultura tecnológica. XAVIER destaca: É necessário capacitar o mais rápido possível alunos para que tenham possibilidades de serem alfabetizados também para o mundo digital, cada vez mais cercado por máquinas eletrônicas e digitais, neste caso torna-se imprescindível a capacitação dos professores alfabetizadores. (XAVIER, 2002) A tecnologia, quando inserida na sala de aula, traz novos olhares a respeito da aprendizagem. Em relação ao aluno, a inserção de mídias já utilizadas por eles no cotidiano demonstra várias possibilidades para a aula em questão. Confirmada a atração causada pelos acessórios tecnológicos por parte do alunado, de certo, fazse inferir que a produtividade da aula será maior e, consequentemente, o processo de aprendizagem terá mais veemência em sua eficácia. VI
7 Os computadores utilizados como material de trabalho do professor nivela a exigência social crescente nos últimos tempos. Atualmente, o mercado produtor de capital exige profissionais conectados com as novas ferramentas de trabalho dispostas nas várias searas trabalhistas. Por esta razão, a máquina computador revela-se tão fundamental quanto o quadro e os livros em sala de aula. Portanto, faz-se necessário que se tenha uma pedagogia inovadora, voltada para os anseios dos alunos, que vivem em um mundo precipuamente tecnológico. Deve haver a quebra do paradigma da pedagogia tradicional, constatando-se que os meios de ensino vão além do quadro negro e do giz. Para que se contemple um modo de alfabetização transformador e inovador, sem dúvida, é primordial aderir ao uso dos recursos midiáticos. Além do supra exposto, é imprescindível de uma análise reflexiva sobre a aquisição da escrita no processo de alfabetização a partir das pesquisas de Ferreiro(2008) e Teberosky(2008), cujos estudos evidenciaram o caminho que as crianças percorrem no aprendizado da língua, definido por elas como psicogênese do conhecimento da escrita. Tais estudos foram baseados na epistemologia genética de Jean Piaget. Com base nas pesquisas destas autoras, busca-se investigar o pressuposto da teoria da psicogênese, analisando o modo como a criança relaciona-se com o sistema da escrita e refletindo sobre o entendimento de como deve ocorrer a prática pedagógica de alfabetização. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Portanto, com esta proposta de projeto pretende-se demonstrar a importância da utilização das TIC em sala de aula e a relevância social que essas têm. Outro ponto a ser desenvolvido está na potencial alfabetização que pode ser promovida através do uso dessas tecnologias com a turma do 1º ano do ensino fundamental. Iremos observar os resultados ao final da aplicação do projeto, momento no qual irão ser comparados os teste de diagnósticos disposto na primeira e na última ação com a respectiva turma. VII
8 REFERÊNCIAS ISSN: ALMEIDA. A.R.S. Emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, Disponível em:< Acesso em: 20 de maio de FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: ArtMed, 2008 FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, Apostila. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, MAZZURANA, Marcia C. S. As novas TICs na Alfabetização: Um olhar sob os objetos de aprendizagem f. Dissertação (Mestrado em Educação) Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, São Francisco de Paula, MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, XAVIER, Antonio Carlos dos Santos. Letramento digital e ensino. Alfabetização e letramento: conceitos e relações / organizado por Carmi Ferraz Santos e Márcia Mendonça. 1ed., 1reimp. Belo Horizonte: Autêntica, VIII
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