Pró-Reitoria de Graduação Curso de Pedagogia Trabalho de Conclusão de Curso AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES
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- Bernadete Castelo Paiva
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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Pedagogia Trabalho de Conclusão de Curso AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES Autora: Lílian Santos Rodrigues Orientador: Prof. Dr. Adriano José Hertzog Vieira Brasília - DF 2014
2 LÍLIAN SANTOS RODRIGUES AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES Artigo apresentado ao curso de graduação em Pedagogia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Pedagogia. Orientador: Prof. Dr. Adriano José Hertzog Vieira Brasília - DF 2014
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4 Dedico este trabalho primeiramente a Deus, a minha mãe, meus irmãos, aos meus amigos que estiveram ao meu lado me apoiando para nunca desistir.
5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças e sabedoria para que eu concluísse este trabalho. A minha mãe e minha irmã Liliane pelo apoio durante esses quatros anos de muita dedicação, para que eu conseguisse atingir meus objetivos e me tornar uma pedagoga. A todos os amigos que me acompanham desde o início desse percurso. Em especial ao meu amigo Jhonatan Máximo, que sempre me ajudou no que eu precisei, sempre me encorajando a seguir em frente e concluir essa jornada. Ao meu orientador Prof. Dr. Adriano José Hertzog Vieira, por toda paciência, comprometimento dispensado a mim e ao meu trabalho.
6 SUMARIO 1- INTRODUÇÃO CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ORIENTAÇÕES DE DOCUMENTOS PARA AVALIAÇÃO PCN e Avaliação Avaliação como Instrumento - Avaliação Diagnóstica, Avaliação Formativa e Avaliação Somativa Avaliação Diagnóstica Avaliação Formativa Avaliação Somativa METODOLOGIA ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTADOS CONCEITOS ORIENTADORES DAS PRATICAS PEDAGOGICAS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 22
7 7 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES LÍLIAN SANTOS RODRIGUES Resumo: O presente texto pretende identificar a compreensão de professores acerca da avaliação na Educação Infantil. O desenvolvimento estrutura-se metodologicamente numa pesquisa de campo qualitativa com caráter exploratório, pois propicia uma visão ampla do tema, tendo em vista que esse tido de pesquisa proporciona maior proximidade com o tema e com as pessoas envolvidas, onde o direcionamento volta-se para a questão da avaliação na Educação Infantil e o posicionamento dos professores, levando em consideração os instrumentos por eles utilizados. Os envolvidos nessa temática são professores da Escola Classe 419 de Samambaia. O trabalho foi instruído segundo observações das aulas e aplicação de questionário com questões abertas com o intuito de apresentar a visão dos professores sobre a avaliação na educação infantil, constatar os instrumentos de avaliação dos alunos, além de destacar o papel da avaliação no contexto escolar. Palavras-chave: Avaliação. Professores. Educação Infantil. 1- INTRODUÇÃO A pretensão de abordar o tema em estudo surgiu quando, em uma disciplina do curso de pedagogia, o professor pediu que fosse realizado um determinado trabalho sobre a avaliação. Assim, emergiu a necessidade de aprofundar uma compreensão acerca do processo avaliativo, além de verificar a percepção que os professores possuem sobre esse processo, os conceitos e procedimentos empregados para avaliação na educação infantil. Dessa forma, é fundamental mostrar o real significado da avaliação para a educação infantil, ao passo em que a perspectiva dos professores acerca desse tema é tratada como pilar da pesquisa desenvolvida. Na observação realizada em sala de aula, foi possível verificar que a avaliação ocorre de forma continuada, ou seja, constantemente os alunos são submetidos ao processo avaliativo. Ao buscar o significado da avaliação no processo educativo, surgem questionamentos sobre como atribuir um valor ao desempenho do aluno, dar uma nota pelo que ele sabe, ou não sabe. Essas indagações servem para compreender as dificuldades do processo avaliativo, pois
8 8 entre ensino e avaliação será necessária uma sintonia tal que auxilie o processo educacional. Nesse contexto, a avaliação é direcionada em modalidades, tais sejam: Avaliação Formativa, Avaliação Diagnóstica e Avaliação Somativa. Na Avaliação Formativa o docente percebe como o discente constrói o conhecimento, e através desta que o aluno toma conhecimento dos seus erros e acertos e encontra estimulo para um estudo sistemático. A Avaliação Diagnóstica é aquela que ao se iniciar um curso ou um período letivo, dado à diversidade de saberes, o professor deve verificar o conhecimento prévio dos alunos com a finalidade de constatar os prérequisitos necessários de conhecimento. A última modalidade de avaliação é utilizada como ferramenta para atribuir uma nota ao aprendizado, sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino, classificando os alunos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecido. Portanto, essas modalidades são importantes para uma compreensão mútua da condição de alunos e professores para a educação infantil como um todo, como também para a busca de melhorias no desempenho desses sujeitos. A problematização decorre da ampla discussão na área da educação acerca do conhecimento e dos instrumentos adequados para promover o ato educativo. Nessa perspectiva, a questão das dificuldades encontradas pelos professores na realização da avaliação no contexto da educação infantil é transformada no problema que norteia a presente síntese. Todavia, as questões submetidas a reflexão e crítica nessa síntese buscam informações quanto ao que os professores recebem de orientação acerca da forma de avaliar as crianças na educação infantil e quais os instrumentos utilizados para aferir a aprendizagem desses alunos, além das dificuldades que o professor encontra ao realizar a avaliação, e de que forma ela contribui para aprendizagem dos estudantes. Ademais, os objetivos traçados a partir da percepção e definição da problemática e levantamento dos questionamentos estão dispostos da seguinte maneira: Objetivo Geral: analisar como os professores compreendem a avaliação na educação infantil. Objetivos Específicos: identificar quais os instrumentos utilizados para avaliar a aprendizagem dos alunos e compreender o papel da avaliação no contexto escolar. Por fim, a estrutura do trabalho é apresentada em um primeiro momento com a exposição do tema, a problematização, os objetivos, as questões que nortearam a pesquisa e demais itens de referências iniciais. Em momento posterior, o contexto histórico da educação infantil é demonstrado para embasar a linha de pesquisa. No terceiro momento, é destacada a importância do processo de avaliação na educação infantil, as orientações de documentos para essa avaliação e a instrumentalização desse processo, onde encontram-se as modalidades de avaliação, tais sejam: Diagnóstica, Formativa e Somativa. Em seguida, a metodologia utilizada no decorrer da pesquisa evidencia o tipo de pesquisa, os sujeitos envolvidos, o contexto em que ocorre e a forma de amostragem dos dados. No quarto momento e apresentado análise e discussão dos dados. O trabalho segue com a conclusão e as referências.
9 9 2- CONTEXTO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. O contexto histórico referente a origem da Educação Infantil mostra que essas instituições (creches e pré-escolas) se destinavam ao assistencialismo, que perdurou por quase um século e só perdeu força quando a Constituição de 1988 tornou o segmento um dever do Estado e fortaleceu seu caráter educativo. No Brasil, as tentativas mais significativas de organização das creches surgiram na década de 80, que até então tinham esse caráter assistencialista, não havendo preocupação com a organização espacial e com a saúde das crianças, ou seja, não havia um trabalho de cunho pedagógico. Vieira (1999) A concepção assistencialista de creche permeou a maioria das instituições de atendimento infantil conveniadas com órgãos de bem estar social, onde a preocupação educacional, quando existia, era secundária, essa perspectiva política do atendimento assistencialista nas creches sofreu modificações. Segundo Oliveira (2000), Apenas quando segmentos da classe média foram procurar atendimento em creche para seus filhos é que esta instituição recebeu força de pressão suficiente para aprofundar a discussão de uma proposta verdadeiramente pedagógica, compromissada com o desenvolvimento total e com a construção de conhecimentos pela criança pequena. O atendimento em creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de com o reconhecimento da Educação Infantil como dever do Estado com a Educação. O processo que resultou nessa conquista teve ampla participação dos movimentos comunitários, dos movimentos de mulheres, dos movimentos de trabalhadores, dos movimentos de redemocratização do país, além, evidentemente, das lutas dos próprios profissionais da educação. Segundo Bujes (2002), A educação Infantil, tal como a conhecemos hoje, é o efeito de uma aliança estratégica entre os aparelhos administrativos, médico, jurídico e educacional incluídas aqui família e escola devidamente assessorados por um saber científico. Ainda que tal aliança não exista a partir de uma
10 10 intencionalidade prévia, ela tem por finalidade o governo da infância, a fabricação do sujeito infantil (2002, p.42) Desde então, o campo da Educação Infantil vive um intenso processo de revisão de concepções sobre educação de crianças em espaços coletivos, e de seleção e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças. Em especial, têm se mostrado prioritárias as discussões sobre como orientar o trabalho junto às crianças de até três anos em creches e como assegurar práticas junto às crianças de quatro e cinco anos que prevejam formas de garantir a continuidade no processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Barreto ressalta que, apesar do avanço da legislação no que diz respeito ao reconhecimento da criança à educação nos seus primeiros anos de vida, também é importante considerar os inúmeros desafios impostos para o efetivo atendimento desse direito, que podem ser resumidos em duas grandes questões: a de acesso e a da qualidade do atendimento. Quanto ao acesso e enfatizado que, mesmo tendo havido, nas últimas décadas, uma significativa expansão do atendimento, a entrada da criança na creche ainda deixa a desejar, em especial porque as crianças de famílias de baixa renda estão tendo menores oportunidades que as de nível socioeconômico mais elevado. As instituições de educação infantil no Brasil, devido à forma como expandiu, sem os investimentos técnicos e financeiros necessários, apresenta, ainda, padrões bastante aquém dos desejados [...]insuficiência e inadequação de espaços físicos, equipamentos e materiais pedagógicos; a não incorporação da dimensão educativa nos objetivos da creche; a separação entre as funções de cuidar e educar, a inexistência de currículos ou propostas pedagógicas são alguns problemas a enfrentar.(barreto, 1998, p. 25) O atendimento na educação infantil deve, portanto, observar leis e normas municipais, estaduais e federais, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que nos revela que a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. A adequada organização e estruturação do sistema de ensino são essenciais para que a educação infantil se efetive como política educacional. Não basta o Conselho definir as normas, é preciso que a Secretaria de Educação oriente as instituições e dê os suportes técnico, pedagógico e financeiro necessários para que
11 11 elas consigam se adequar às exigências da regulamentação. A educação infantil é, portanto, um direito da criança, dever do estado. 3- AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL A avaliação exerce um papel de suma importância no processo de ensino e aprendizagem, pois exige a prática de verificar e julgar o rendimento dos alunos. A avaliação sempre se fez presente e inclui um julgamento de valor sobre nós mesmos, sobre o que estamos fazendo, sobre o resultado de trabalhos. (LUCKESI,1999) Já Hoffmann (1993), em uma visão complementar, nos explica que a avaliação é: [...] a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, acompanhamento passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento. Um processo interativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmo se sobre a realidade no ato próprio da avaliação. (HOFFMAN, 1993, p.17). A avaliação é um processo, uma tarefa didática necessária e permanente no trabalho do professor. Ela deve acompanhar todos os passos do processo de ensino e aprendizagem. É através dela que vão sendo comparados os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos, conforme os objetivos propostos, tudo isso com o objetivo de verificar progressos, as dificuldades, bem como orientar o trabalho para as correções necessárias. Assim sendo o professor deve ser consciente do seu papel ao avaliar, percebemos que muitos educadores na sua prática ainda não detêm conhecimento adequado para promover o ato educativo e acabam aplicando metodologias e instrumentos inadequados. Hoje em dia ao falar em avaliar nos vem em mente logo a palavra prova, pois somente ali e que vamos saber se o aluno aprendeu ou não e com isso atribuímos uma nota pelo que ele sabe. Durante muito tempo, confundimos a avaliação com a nota, precisamos entender que a nota é uma parte do processo avaliativo, e que ela e aplicada, quando necessário for, para verificar os conteúdos aprendidos pelos alunos. A nota tem servido como instrumento para rotular, selecionar e classificar as pessoas. Esse fato é comprovado por Hoffmann (1993) onde ela aponta a existência de alguns tipos de avaliação formal na Educação Infantil. Entre eles se destacam os boletins de acompanhamento das crianças, as fichas de avaliação e outros mecanismos. Em Luckesi (1997), vemos que a ideia de tirar nota para passar de ano está tão enraizada em nossa cultura escolar, que muitas vezes, alunos e professores esquecem o objetivo principal da aprendizagem.
12 12 A avaliação deve procurar abranger todos os aspectos do desenvolvimento da criança, não só o cognitivo, mas sim uma avaliação a partir do aluno, tendo ele como referência, como parâmetro de si mesmo. Deve ter uma ação também diagnóstica, que indique quais alterações na praxe do professor deve acontecer para facilitar a aprendizagem do aluno. Não é um procedimento que indique o ponto final de um trabalho, uma classificação, para depois resultar numa exclusão futura; deve mostrar ao professor o quanto o aluno avançou em um determinado tempo. O aluno precisa ser o autor da sua própria aprendizagem, tendo no professor um facilitador, um instrumento para interagir com ele na construção do seu conhecimento. Entretanto, qualquer que seja a postura, os educadores não podem avaliar somente para cumprirem uma exigência burocrática, deixando de explorar este instrumento poderoso que serve para redefinir a sua prática profissional. Avaliar a aprendizagem significa investigar as potencialidades já estabelecidas no educando, seus limites, seus traços e seus ritmos específicos de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, a avaliação oportuniza ao educador uma análise dos métodos e da maneira como está conduzindo-os, tendo em vista que este procedimento é reflexivo e poderá ser alterado em sentido de aperfeiçoar a ação docente e a aprendizagem do educando, oferecendo melhorias para que o aprendiz consiga alcançar a mais um nível, tendo consigo um aprender significativo. A avaliação no contexto de educação infantil deve ser mediadora do desenvolvimento da criança. Para isso é importante buscar várias formas de registro que servirão como suporte para a elaboração do parecer do trabalho realizado, contemplando os avanços, as expectativas, as mudanças e as descobertas. Partindo do princípio básico de que cada criança é diferente, a tarefa do professor é observar e registrar continuamente as diferentes reações dos educandos durante a realização das experiências vivenciadas ORIENTAÇÕES DE DOCUMENTOS PARA AVALIAÇÃO De acordo com a Lei número 9.394, de Diretrizes e Bases que foi projetada, em 1988, e aprovada em 1996, o processo avaliativo é contemplado no Art. 24, inciso V, que diz a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) a avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
13 13 VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação; VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis. A avaliação também aparece no artigo 13 entre as responsabilidades dos docentes principalmente nos incisos III a V. Nos demais itens deste artigo outros aspectos podem ser também inter-relacionados à avaliação, demonstrando quão ela é significativa na função docente, assim expresso: "Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade." PCN e Avaliação Nos PCN s (Parâmetros Curriculares Nacionais) a concepção de avaliação proposta pretende superar a concepção tradicional de avaliação, compreendendo-a como parte integrante e intrínseca do processo educacional. É contraposta à avaliação tradicional, que é considerada restrita ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno. Na perspectiva do documento a avaliação é um conjunto de atuações com a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica. Deve acontecer "contínua e sistematicamente por meio da interpretação qualitativa do conhecimento construído pelo aluno". De acordo com o documento a avaliação: - Subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre a sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo individual ou de todo grupo; - Para o aluno, é o instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na tarefa de aprender; - Para a escola, possibilita definir prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.
14 14 Por esta perspectiva a avaliação deve ocorrer sistematicamente durante todo o processo de ensino e aprendizagem e não somente após o fechamento de etapas do trabalho. Esse aspecto é processual, o que permite ajustes constantes para que o trabalho educativo tenha sucesso. O documento propõe que o acompanhamento e a reorganização do processo e aprendizagem na escola incluam, necessariamente, uma avaliação inicial para o planejamento do professor, e uma avaliação final de uma etapa de trabalho Avaliação como Instrumento - Avaliação Diagnóstica, Avaliação Formativa e Avaliação Somativa Avaliação Diagnóstica A avaliação diagnóstica envolve a descrição, a classificação e a determinação do valor de algum aspecto da aprendizagem do aluno. Uma vez identificadas as características do aprendiz e verificada a sua situação em relação ao que se espera dele no decorrer do período letivo, é possível reconstituir os conceitos, fatos, habilidades e atitudes que necessitem de intervenção pedagógica. Para Luckesi (1999 p.44), a avaliação diagnóstica será, com certeza, um instrumento fundamental para auxiliar cada educando no seu processo de competência e crescimento para autonomia, situação que lhe garantirá relações de reciprocidade. A avaliação diagnóstica é aquela realizada no início de um curso, período letivo ou unidade de ensino, com a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não o domínio dos pré requisitos necessários, isto é, se possuem os conhecimentos e habilidades imprescindíveis para as novas aprendizagens. É também utilizada para caracterizar eventuais problemas de aprendizagem e identificar suas possíveis causas, numa tentativa de saná-los. HAYDT (1988) De acordo com Jorba e Sanmartí (2003, p. 27), a avaliação diagnóstica, também chamada de avaliação inicial, [...] tem como principal objetivo determinar a situação de cada aluno antes de iniciar um determinado processo de ensinoaprendizagem, para poder adaptá-lo a suas necessidades. Na visão de Haydt (1988, p. 20), um dos propósitos da avaliação com função diagnóstica é informar o professor sobre o nível de conhecimento e habilidades de seus alunos, antes de iniciar o processo ensino-aprendizagem, para determinar o quanto progrediram depois de um certo tempo. Uma avaliação diagnóstica ou inicial faz um prognóstico sobre as capacidades de um determinado aluno em relação a um novo conteúdo a ser abordado. Trata-se de identificar algumas características de um aluno, objetivando escolher algumas sequencias de trabalho mais bem adaptadas a tais características. Tenta-se identificar um perfil dos sujeitos, antes de iniciar qualquer trabalho de ensino, sem o que, com certeza, estaria comprometido todo o trabalho futuro do professor. O diagnóstico é o momento de situar aptidões iniciais, necessidades, interesses de um indivíduo, de verificar pré-requisitos. É antes de tudo, momento de detectar
15 15 dificuldades dos alunos para que o professor possa melhor conceber estratégias de ação para solucioná-las. (RABELO, 1998, p. 72). Ao começar o período letivo, é recomendado que o professor faça uma avaliação diagnóstica da sua classe, pois coloca em evidência os aspectos fortes e fracos de cada aluno, sendo capaz de precisar o ponto adequado de entrada em uma sequência da aprendizagem, o que permite a partir daí determinar o modo de ensino mais adequado. Com esse tipo de avaliação previne-se a detecção tardia das dificuldades de aprendizagem dos alunos ao mesmo tempo em que se busca conhecer, principalmente, as aptidões, os interesses e as capacidades e competências enquanto pré-requisitos para futuras ações pedagógicas. É por meio dessa avaliação inicial, com função diagnóstica, [...] que o professor vai determinar quais os conhecimentos e habilidades devem ser retomados, antes de introduzir os conteúdos programáticos específicos. (HAYDT, 1988, p. 20) É importante frisar que a avaliação diagnóstica não deve ser empregada por um longo tempo, intrometendo-se na implementação do plano de curso e da programação das atividades didáticas, mesmo porque existe uma outra modalidade de avaliação consecutiva que pode bem sucedê-la e que permiti a observação do avanço e da qualidade da aprendizagem alcançada pelos alunos Avaliação Formativa A avaliação formativa é realizada com o propósito de informar o professor e o aluno sobre o resultado da aprendizagem, durante o desenvolvimento das atividades escolares. De acordo com Haydt (1988, p. 11), [...] a avaliação pode ser útil para orientar tanto o aluno como o professor: fornece informações sobre o aluno para melhorar sua atuação e dá elementos ao professor para aperfeiçoar seus procedimentos didáticos. A avaliação formativa, com função de controle, é realizada durante todo o decorrer do período letivo, com o intuito de verificar se os alunos estão atingindo os objetivos previstos, isto é, quais os resultados alcançados durante o desenvolvimento das atividades. [...] É principalmente através da avaliação formativa que o aluno conhece seus erros e acertos e encontra estímulo para um estudo sistemático. (HAYDT, 1988, p ). Conforme Bloom (1983), na avaliação formativa é necessário [...] tentar investigar os tipos de evidências mais úteis ao processo, procurar o melhor método de relatar essas evidências, e encontrar formas de reduzir os efeitos negativos associados à avaliação [...]. Já Rabelo, em uma visão complementar nos explica que a avaliação formativa e: É uma avaliação que contribui para melhorar a aprendizagem, pois, informa ao professor sobre o desenvolver da aprendizagem e ao aluno sobre os
16 16 seus sucessos e fracassos, o seu próprio caminhar. Assim, proporciona segurança e confiança do aluno nele próprio; feedback ao dar rapidamente informações úteis sobre etapas vencidas e dificuldades encontradas; diálogo entre professor e aluno, bem fundamentado em dados precisos e consistentes. Além disso, a avaliação formativa assume uma função reguladora, quando permite tanto a alunos como os professores ajustarem estratégias e dispositivos. Ela pode reforçar positivamente qualquer competência que esteja de acordo com alguns objetivos previamente estabelecidos e permitir ao próprio aluno analisar situações, reconhecer e corrigir seus eventuais erros nas tarefas. (RABELO 1998, p ). A avaliação deve desempenhar uma função estimuladora e de incentivo ao estudo. O feedback é importante, pois permite um retorno tanto do professor, quanto do aluno em relação ao processo ensino-aprendizagem. Para que a avaliação cumpra sua função, é fundamental, segundo Haydt (1988, p. 27), [...]que o aluno conheça os resultados de sua aprendizagem, isto é, que logo após o término de uma prova saiba quais foram seus acertos e erros. O desenvolvimento do processo educativo deve ser acompanhado de uma avaliação constante. Uma avaliação que motive o aluno a superar suas dificuldades e não como instrumento de tortura e punição. Avaliar é perceber se o objetivo foi atingido em relação ao que foi proposto. Hoffmann (1995), afirma que a avaliação é a [...] reflexão permanente do educador sobre sua realidade, e acompanhamento do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento. A despeito disso, Méndez (2002, p.83), reforça que [...] a avaliação converte-se em atividade de aprendizagem estreitamente ligada à prática reflexiva e crítica, da qual todos saem beneficiados porque a avaliação é deve ser - fonte de conhecimento e impulso para conhecer. Segundo Haydt (1988), quando se avalia uma classe, durante ou no final de uma unidade de ensino, e a maioria dos alunos não atingiram um bom resultado, o professor, antes de qualquer coisa, deve questionar a eficácia do seu trabalho didático, ele mesmo deve se avaliar. Ele deve se perguntar se sua linguagem está adequada, se os alunos compreendem o que ele fala, se precisa mudar sua maneira de ensinar, utilizando procedimentos mais eficazes para a fixação dos conteúdos trabalhados, propor situações que motivem seus alunos, entre outros. Nessa modalidade, o educador acompanha o estudante metodicamente ao longo do processo educativo, permite detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, auxiliando na reformulação do seu trabalho didático Avaliação Somativa A avaliação somativa se volta para a aprendizagem do aluno, é aquele modelo praticado na escola tradicional. Esse modelo acontece periodicamente, somente ao final do ensino de um conteúdo ou de uma unidade didática. Ela toma forma de testes ou de provas. Segundo Perrenoud (1999), determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada.
17 17 Haydt (1988, p. 25), afirma que a avaliação somativa supõe uma comparação, [...] pois o aluno é classificado segundo o nível de aproveitamento e rendimento alcançado, geralmente em comparação com os demais colegas, isto é, com o grupo classe. E acrescenta que em um sistema escolar seriado, faz-se necessário [...] promover os alunos de uma série para outra, e de um grau ou curso para outro. O aluno vai ser promovido de acordo com o aproveitamento e o nível de adiantamento alcançado. Diante disso: É com esse propósito que é utilizada a avaliação somativa, com função classificatória, pois ela consiste em classificar os resultados da aprendizagem alcançados pelos alunos ao final de um semestre, ano ou curso, de acordo com níveis de aproveitamento preestabelecidos. Portanto, consiste em atribuir ao aluno uma nota ou conceito final para fins de promoção. A avaliação somativa acontece após um período para informar ao professor o que o aluno consolidou, podendo ser também atribuída uma nota; mas a avaliação não deverá ser feita uma única vez ou com apenas um instrumento, assim o professor poderá propor diferentes instrumentos e procedimentos somativos que considerem também como o aluno pode demonstrar o desenvolvimento de suas capacidades e conhecimentos. A avaliação somativa objetiva avaliar de maneira geral o grau em que os resultados mais amplos têm sido alcançados ao longo e final de um curso. De todo modo seu foco principal é apresentar dados quantificáveis ao aluno, ao docente e ao seu responsável sobre o desenvolvimento das aprendizagens previstas no processo formativo. Este tipo de avaliação é responsável por gerar tanta ansiedade nos estudantes e professores a respeito do desempenho alcançado, pois seu resultado apresentará os problemas que não foram sanados durante o processo de ensino. Apesar desta concepção, os autores ressaltam que a avaliação somativa tem sua importância quando associada à avaliação formativa. Essas três modalidades da avaliação são de extrema importância para que os professores e alunos tomem conhecimentos no que se refere aos seus desempenhos. De acordo com Jorba e Sanmartí (2003), o mesmo instrumento pode servir para diferentes modalidades de avaliação, dependendo do objetivo que o professor pretende com o mesmo. Sendo assim, podemos reconhecer a relevância, para o professor, de ter clareza do que pretende com a avaliação para saber o que e como avaliar. 4- METODOLOGIA Esta pesquisa foi desenvolvida dentro de uma perspectiva qualitativa para análise do problema objeto da pesquisa. Esse tipo de pesquisa interpreta, qualifica dados construídos a partir da observação de fatos e fenômenos que ocorrem em determinado ambiente. Nesta pesquisa, os dados submetidos à análise foram
18 18 extraídos da observação da aplicação das avaliações pelos docentes da Escola Classe 419 da Região Administrativa XII do Distrito Federal (Samambaia Norte). A pesquisa qualitativa não possui o condão de pôr a mostra os resultados colhidos em determinado ambiente, mas, sim, dar sentido aos dados observados durante o processo de observação, levando em consideração o lugar e o tempo em que a descrição da observação é realizada. Assim, no mesmo sentido aponta Godoy (1995): Na pesquisa qualitativa não existe hipótese pré-concebidas, suas hipóteses são construídas após a observação, ou seja, nela não existe suposta certeza do método experimental. Nesse sentido, quem observa ou interpreta influencia e é influenciado pelo fenômeno pesquisado. Desse modo, o produto final da análise depende diretamente da descrição feita pelo pesquisador dos fenômenos observados, ou seja, não há prévio conhecimento aplicável ao caso em relato. Assim, o relato de sua observação se torna livre e a qualificação dos dados é apresentada pela ótica do observador. Essa pesquisa foi qualitativa de caráter exploratório que possibilita ter uma visão mais ampla sobre o tema pesquisado, visa proporcionar maior familiaridade ao assunto quando você dá a opção aos entrevistados de falarem o que desejam de forma espontânea. A pesquisa de campo e desenvolvida por meio da observação e de entrevistas com as pessoas para captar suas explicações e interpretações e esses procedimentos geralmente são feitos por questionários onde são estruturados ou não estruturados. Conforme Chizzotti (1998), [...] o questionário consiste num conjunto de questões pré-elaboradas, sistemática e sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa. Sua composição é variada, podendo ser constituído de questões de resposta aberta, fechada ou mista. Considerou-se como universo da pesquisa os professores da Escola Classe da rede pública. Os sujeitos pesquisados foram três professoras e dessas foi feita a observação das aulas, para verificar como ocorre a avaliação em sala e se esta condiz com o conteúdo teórico e prático desenvolvido por eles. Para coletar os dados, utilizou-se um questionário com 7 questões composto por questões abertas solicitando as informações acerca do problema estudado para posterior análise. O questionário foi aplicado no mês de setembro de 2014, pela pesquisadora, no local onde foi realizado o estágio da educação infantil. As respostas obtidas na pesquisa foram analisadas e interpretadas de acordo com os resultados e organizadas utilizando-se categorias de análises que serão discutidas a seguir.
19 19 5- ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS Neste capítulo os dados coletados através das respostas dadas ao questionário são apresentados com vistas a compreensão da concepção dos professores da Educação Infantil acerca da avaliação. Como forma de identificação caracterizamos as professoras da seguinte forma: A, B e C. A partir dessa constatação sobre o entendimento desses profissionais acerca do processo avaliativo é que se abre uma reflexão de suas práticas educacionais, retiradas da observação direta das aulas ministradas ao longo da pesquisa. 5.1-CARACTERIZAÇÃO DOS ENTREVISTADOS A priori, destaca-se a formação dos profissionais da educação infantil que foram submetidos a pesquisa. Assim, preliminarmente o questionário se dirigiu a buscar essa informação, que evidenciou a seguinte situação acadêmica desses indivíduos: A graduação em pedagogia (Pós-graduação em Psicopedagogia); B graduação em pedagogia (Pós-graduação em Orientação Educacional); C graduação em pedagogia (Pós-graduação em Pedagogia Empresarial). Outro questionamento que se dirige a caracterização dos professores entrevistados qual o motivo que levou cada um deles a escolher e trabalhar com a educação de crianças. Dessa forma, os professores A, B e C responderam que escolheram a educação infantil por acreditarem que as crianças são o futuro do país e por amor a profissão; e a professora A foi estimulada por ter realizado trabalho eventual como cuidadora de criança. Assim, os motivos direcionais dessa profissão são similares entre eles, mas a continuidade de sua formação se diversifica, mostrando uma relação heterogênea entre esses professores, ou seja, uma interação positiva, pois eles trocam experiências de diferentes áreas de formação. 5.2 CONCEITOS ORIENTADORES DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS As questões submetidas aos professores da educação infantil foram dispostas de forma a extrair as informações que eles possuem acerca do tema proposto. A primeira questão sobre essa temática diz respeito ao significado da avaliação, para as professoras A e B a palavra avaliar significa verificar a aprendizagem do educando, a professora C diz que avaliar é a prática de mensurar e compreender o processo educativo. Outro questionamento acerca do processo avaliativo buscou verificar quais são os instrumentos utilizados para avaliar a aprendizagem dos alunos da educação infantil. As respostas dos professores revelaram que eles utilizam de ferramentas como a observação das diversas atividades que as crianças realizam, além do registro e relatórios elaborados pelos docentes, pois é através do registro que faz as
20 20 anotações diárias do rendimento escolar da criança para ser entregue ao final de cada bimestre. Sendo assim observo que, as professoras em questão, tem como concepção e prática avaliativa uma avaliação do tipo somativa que corresponde a um balanço final, no sentido de verificar resultados e obter informações sobre a aprendizagem do aluno, sem levar em conta todo o processo de aprendizagem do mesmo. Nesta perspectiva, constato que não são realizados, pela professora entrevistada, os outros dois tipos de avaliações: formativa e diagnóstica; ressaltando que esses dois tipos também são essenciais para o processo avaliativo. A avaliação diagnóstica dá-se no início do processo ensino/aprendizagem e objetiva proporcionar informações acerca das capacidades dos alunos, ou seja, busca a determinação da ausência ou presença de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem. Já a avaliação formativa possui uma grande importância em todo o processo, pois ocorre desde o início até o fim do processo de ensino/aprendizagem. A avaliação é formativa no sentido de como é feito o aconselhamento aos alunos e de como estão se transformando em direção aos objetivos almejados. A importância de compreendermos esses três tipos de avaliação faz-se necessário, pois auxilia o processo de ensino/aprendizagem e nos mostra que a avaliação é parte fundamental do mesmo e que não podemos falar em ensino/aprendizagem sem falarmos, conhecermos e utilizarmos os três tipos de avaliação de forma correta. Assim, o sentido de cada avaliação (diagnóstica, formativa e somativa) trabalhada conjuntamente deve ser o de fazer com que os alunos sejam críticos e saibam desenvolver suas habilidades e competências para que estejam modificando de forma satisfatória a sociedade no qual estão inseridos. Posteriormente, outras duas questões buscam identificar a qualificação e a continuidade da formação desses professores que lidam com a educação infantil. Dessa forma, eles foram interrogados quanto a preparação de cada um deles para avaliar as crianças da educação infantil e sobre a participação dos mesmos em programas que discutem essa temática. Todavia, as respostas coletadas demonstram que raramente realizam um curso oferecido pela rede pública de ensino, mas que recebem orientação pedagógica quando necessário. De acordo com o questionário atribuído as professoras A e B citam que as dificuldades encontradas para avaliar são a quantidade de crianças em sala de aula, pois se torna difícil observar individualmente essas crianças em suas dificuldades. A professora C diz que a dificuldade encontrada é registrar a avaliação de uma criança com muitas dificuldades de aprendizagem, pois não existe uma atribuição de nota para as atividades desenvolvidas. Observando as respostas das professoras percebe-se que as mesmas encontram dificuldades em avaliar, acredito que precisariam de cursos onde poderiam aperfeiçoar suas práticas, a fim de ajudar no desenvolvimento das crianças.
21 21 6- CONCLUSÃO Um dos principais objetivos deste trabalho foi analisar como os professores compreendem a avaliação na educação infantil, e os instrumentos utilizados para avaliar a aprendizagem das crianças. Para as professoras o significado da avaliação é verificar a aprendizagem dos alunos, destacando que a avaliação é um processo de suma importância no processo de ensino e aprendizagem. Buscando identificar os instrumentos que as professoras utilizam para a realização da avaliação na educação infantil. Percebendo-se nos questionários, as professoras utilizam a observação e o registro para avaliar as crianças. Não e possível avaliar uma criança se não houver observação e o registro. Sendo muito importante realizar o registro diário, pois assim o professor lembra de anotar os detalhes que serão importantes para verificar o desenvolvimento da criança. Os dados evidenciam, portanto, a necessidade de que haja, uma maior discussão acerca dos instrumentos avaliativos, se possível construindo-os coletivamente com os professores. Evidencia-se também a necessidade de que os professores sejam continuamente capacitados no campo da avaliação na Educação Infantil, a fim de que entendam melhor seus objetivos e possam tornar a avaliação um instrumento favorecedor do desenvolvimento infantil. Foi possível perceber, no decorrer da pesquisa, que a avaliação na educação infantil tem seu sentido voltado saber se a criança está apta ou não para seguir adiante nas próximas séries. Tendo como concepções avaliativas, práticas que estão voltadas apenas para o resultado obtido pela criança ao final de cada atividade escrita, sem preocupar-se com todo o processo de aprendizagem da mesma, pois a avaliação pode ocorrer tanto através do que a criança consegue passar para o papel. São utilizados instrumentos avaliativos que não passam de meros registros elaborados sem reflexão, apenas diagnosticando fatos isolados sem levar em conta toda a rotina da criança. Pois ao final de cada bimestre são elaboradas fichas comportamentais, através de listagens uniformes que são classificados a partir de registros comparativos, desconsiderando a prática pedagógica do educador nesse processo. A avaliação deve manter relação com os objetivos esperados para cada nível de ensino. No contexto da educação infantil, onde se pretende contribuir para o desenvolvimento da criança nos aspectos físico, cognitivo, afetivo e social, a avaliação deve, necessariamente, contemplar todos esses aspectos. Nessa perspectiva, os instrumentos de registro da avaliação também devem ser abrangentes de modo a contemplar os diferentes aspectos do desenvolvimento infantil
22 22 7- REFERÊNCIAS BARRETO, Ângela M. R. Situação atual da educação infantil no Brasil. In: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Subsídios para o credenciamento e funcionamento de instituições de educação infantil. Brasília: MEC/SEF/COEDI, BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução. Brasília, DF,1988. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n 9.394/96, de 20 de dezembro de BUJES. M. I. E. Infância e maquinaria. Rio de Janeiro: DP&A, 2002 CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 3. ed. São Paulo: Cortez, GODOY. Arilda S. Introdução a pesquisa qualitativa e suas possibilidades, Revista de Administração de Empresas, v35, n.2, Mar/Abr.1995, pp GODOI, Elisandra Gardelli. Avaliação na educação infantil: um encontro com a realidade. 3ed. atualizada ortografia. Porto Alegre: Mediação, Cadernos da Educação Infantil. HAYDT, Regina Célia Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São Paulo. Ática, HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mito e desafio. Uma perspectiva construtivista.10. ed. Porto Alegre: Revistas Educação e Realidade, JORBA, Jaume; SANMARTÍ, Neus. A função pedagógica da avaliação. In: BALLESTAR, Margarita et al. Avaliação Como apoio à aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2003, p LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. 3ed. São Paulo: Cortez, p.
23 23 OLIVEIRA, Zilma de M. A criança e seu desenvolvimento: perspectiva para se discutir a educação infantil. São Paulo: Cortez editora, PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, RABELO, Edmar Henrique. Avaliação: novos tempos e novas práticas. Petrópolis, RJ: Vozes, VIEIRA, Lívia M. F. A formação profissional da educação infantil no Brasil no contexto da legislação, das políticas e da realidade do atendimento. Proposiçõesvol. 10 n1 [28] - revista da FE - Unicamp, p
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