Componentes do projecto. Acções de recolha de sementes, plantação e intervenções culturais. Produção de árvores e arbustos
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- Juan Alves Bergler
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1 Projecto
2 Um homem terá pelo menos dado a partida para a descoberta do sentido da vida humana quando começar a plantar árvores frondosas sob as quais sabe muito bem que jamais se sentará. D. Elton Trueblood 2
3 É hoje reconhecido o papel fundamental que as florestas têm na conservação do solo, na regulação do clima e do ciclo hidrológico, enquanto suporte de biodiversidade, sumidouro de CO 2 e na produção de matériasprimas fundamentais à nossa vida quotidiana. Em Portugal grande parte da floresta natural desapareceu ou está muito alterada, sendo já raras algumas das nossas árvores autóctones. Para tal tem contribuído a adopção de modelos silvícolas baseados na simplificação dos ecossistemas florestais, reduzindo os a meros conjuntos de árvores alinhadas da mesma espécie, grande parte das vezes exóticas de rápido crescimento. A Quercus propõe um conjunto de acções que, para além da componente fundamental de conservação da biodiversidade, incluem a quantificação da capacidade de sequestro de CO 2 dos novos bosques e daqueles que já se encontram em crescimento, constituindo mais um contributo para reduzir o efeito de estufa e as alterações climáticas que lhe estão associadas. Objectivos O projecto tem por objectivo global criar, conservar e cuidar de bosques com espécies autóctones, potenciando as diversas valências que estes encerram, através de acções de manutenção e recuperação da floresta original. Como objectivos específicos destacam se: Reproduzir árvores e arbustos autóctones, nomeadamente algumas espécies raras ou ameaçadas de extinção; Restabelecer o coberto arbóreo e arbustivo autóctone em áreas públicas e privadas, através da plantação/sementeira e do aproveitamento da regeneração natural; Disponibilizar plantas autóctones produzidas em viveiro para utilização em projectos de carácter conservacionista; Desenvolver uma componente de educação ambiental, designadamente através da criação de parques botânicos de espécies autóctones em espaços públicos e privados; Envolver entidades públicas e privadas no desenvolvimento do projecto através de acções que evidenciem a sua cultura de responsabilidade ambiental. 3
4 Componentes do projecto 1. Recolha de frutos/sementes de espécies autóctones. 2. Produção de plantas autóctones em viveiro utilizando as sementes recolhidas. 3. Criação de bosques constituídos por espécies arbóreas e arbustivas autóctones. 4. Aproveitamento da regeneração natural das espécies pretendidas (e.g. transplantação de plantas jovens a crescer debaixo da copa das árvores adultas). 5. Conservação de bosques autóctones de reconhecido valor (carvalhais, zimbrais, pinhais, freixiais, vidoais, azereirais, azevinhais, entre outros). 6. Realização de intervenções culturais (controlo da vegetação arbustiva de baixo valor, poda e desbaste) em bosques autóctones para a promoção do desenvolvimento do coberto arbóreo e prevenção contra incêndios florestais. 7. Criação de parques botânicos de espécies autóctones. 8. Disponibilização de plantas autóctones a entidades públicas e privadas. 9. Divulgação e comunicação. 10. Monitorização e avaliação das acções desenvolvidas. objectivos de gestão envolvem acções de florestação com espécies autóctones. Admitemse terrenos públicos (e.g. em Áreas Protegidas Matas Nacionais e espaços verdes urbanos), baldios (e.g. em Trás os Montes e Minho) e privados (e.g. em Montemor o Novo, Castelo Branco, Soure, Baião, Serra do Caramulo, Évora e terrenos do CNE). Acções de recolha de sementes, plantação e intervenções culturais Serão organizados campos de plantação, de recolha de sementes e para cuidar dos bosques autóctones (e.g. aos fins de semana), nos quais poderão participar todos os cidadãos interessados. As inscrições de voluntários serão feitas via Internet ( Produção de árvores e arbustos Será utilizado o viveiro florestal da Sra. da Graça (CEASG), localizado no concelho do Sabugal, que está sob gestão do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), bem como viveiros florestais sob administração da Autoridade Florestal Nacional. Locais de plantação Será dada prioridade a propriedades de especial interesse conservacionista e onde os objectivos de gestão envolvem acções de Bosque na Serra de Monchique 4
5 A plantação decorrerá entre Outubro e Março, a recolha de sementes durante quase todo o ano (com especial incidência no Outono/Inverno) e as intervenções culturais no Outono/Inverno. Espécies a plantar/semear Seleccionaram se 68 espécies de árvores e arbustos autóctones ( para reproduzir e plantar/semear, sendo parte delas raras ou ameaçadas de extinção, com vista à valorização das nossas espécies e à conservação e recuperação da biodiversidade. No entanto, pode não ser possível reproduzir todas as espécies seleccionadas nesta época devido à dificuldade em obter semente viável. Metas de execução do projecto Entre Outubro de 2009 e Março de 2010 plantar cerca árvores/arbustos, cuidar de 25 ha de carvalhais (Quercus spp.) e produzir plantas para a época de plantação de 2010/2011. Todos os anos serão definidas metas de plantação, produção de plantas e áreas a cuidar. Garantias de manutenção Após os 5 anos do projecto, a Quercus e/ou os proprietários continuarão a cuidar destes espaços. Metodologias a adoptar na criação de bosques O controlo da vegetação arbustiva será manual (e.g. enxada, serra e cutelo) ou mecânico (e.g. roçadora e corta matos), sendo realizada apenas nas situações em que a intervenção seja vantajosa para o desenvolvimento das jovens plantas. A mobilização do solo para plantação/ sementeira será preferencialmente efectuada através da abertura de covas por métodos manuais (e.g. enxada, pá e picareta) e mecânicos (e.g. broca), evitando se as grandes intervenções realizadas com recurso a maquinaria pesada. Sempre que for viável a distribuição das plantas no terreno será irregular, escolhendo se os melhores locais para plantar/semear, de forma a aumentar a sua sobrevivência e formar bosques que se assemelhem o mais possível aos obtidos por regeneração natural. Financiamento do programa Os meios financeiros destinados a implementar o programa vêm do Green Cork, projecto de reciclagem de rolhas de cortiça (em breve vai ser alargado a outros materiais) promovido pela Quercus, o qual pretende reconduzir as verbas provenientes do reaproveitamento e reciclagem de materiais, para acções de recuperação e conservação da natureza. Será também proveniente de compromissos de médio/longo prazo para a redução e compensação da pegada ecológica assumidos por empresas públicas e privadas. Entidades participantes Participam activamente nesta actividade o ICNB Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, a AFN Autoridade Nacional Florestal, a APA Agência Portuguesa do Ambiente, o CNE Corpo Nacional de Escutas, a FNAPF Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais, a ATN Associação Transumância e Natureza, o Projecto Rios e a QUERCUS Associação Nacional de Conservação da Natureza. Este projecto tem o apoio da Comissão Nacional da Unesco. É um projecto com o Alto Patrocínio de Sua Excelência O Presidente da República. 5
ÍNDICE. Resumo... 2. 1 Introdução... 4. 1.1 Vantagens da Floresta Autóctone... 4. 1.2 Enquadramento histórico... 5
Apoio Científico RESUMO Foi na campanha de (re)arborização de 2011/12 (outubro 2011 fevereiro 2012) que se lançou o projeto piloto do Floresta Comum. O Ano Zero deste projeto teve como objetivo o desenvolvimento
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