Relações de troca, sazonalidade e margens de comercialização de carne de frango na Região Metropolitana de Belém no período
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- Benedicto Mirandela Carreiro
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1 RELAÇÕES DE TROCA, SAZONALIDADE E MARGENS DE COMERCIALIZAÇÃO DE CARNE DE FRANGO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM NO PERÍODO MARCOS ANTÔNIO SOUZA DOS SANTOS; FABRÍCIO KHOURY REBELLO; MARIA LÚCIA BAHIA LOPES; MARIA DE NAZARÉ ALVES DA SILVA; BANCO DA AMAZÔNIA; IESAM; UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV E SAGRI-PA BELÉM - PA - BRASIL masanos@nauilus.com.br PÔSTER COMERCIALIZAÇÃO, MERCADOS E PREÇOS AGRÍCOLAS Relações de roca, sazonalidade e margens de comercialização de carne de frango na Região Meropoliana de Belém no período Grupo de pesquisa: Comercialização, Mercados e Preços Agrícolas RESUMO: O rabalho aplica modelos de análise de preços ao mercado de carne de frango da Região Meropoliana de Belém, com o objeivo de esimar as relações de roca, os índices esacionais de preço e as margens de comercialização. Nos úlimos cinco anos, em média, para cada quilo de frango comercializado pelos produores foi possível adquirir 4,09 kg de milho ou 2,75 kg de ração balanceada. As esimaivas dos índices esacionais de preço indicam que no período compreendido enre os meses de novembro e março ocorrem os preços mais alos do produo nos diferenes níveis de mercado. A margem oal de comercialização e a paricipação do produor foram da ordem de 51,99% e 48,01%, respecivamene, indicando que de cada R$100,00 gasos pelos consumidores na compra de carne de frango, R$51,18 são apropriados pelos agenes envolvidos no processo de comercialização e R$48,01 pelos produores. Palavras-chave: Agronegócio, comercialização, análise de preços, carne de frango, Esado do Pará. 1
2 1. INTRODUÇÃO No Esado do Pará, aé meados da década de 60, a aviculura de core era uma aividade resria aos quinais das propriedades rurais, resumindo-se a uma aviculura radicional, na qual se criavam as chamadas galinhas caipiras de dupla apidão para auoconsumo (SANTOS e al., 2000). A aividade passa a assumir padrões comerciais a parir de Na época a formalização de um convênio enre a Secrearia de Agriculura do Esado do Pará (SAGRI) e o Minisério da Agriculura, permiiu a implanação de um incubaório com capacidade para 22 mil ovos/mês, no município de Ananindeua, visando solucionar um dos principais faores limianes ao desenvolvimeno da aividade avícola na época, e no caso, assegurar a ofera de pinos de um dia (COMISSÃO ESTADUAL DE PLANEJAMENTO AGRÍCOLA - CEPA, 1978). Ese fao represenou um marco na hisória da aviculura paraense, pois foi fundamenal para alavancar a aividade e esimular o ingresso de novos produores. Sanos e al (2000) afirmam que represenou o início da aviculura de core, em bases comerciais, no Esado do Pará. Após esse passo inicial, já em 1977, a capacidade insalada de incubação da SAGRI havia sido ampliada em cerca de seis vezes, além da implanação de 25 novos incubaórios, pela iniciaiva privada que, junos, geraram uma capacidade operacional para incubação de 300 mil ovos/mês. Essa foi uma das fases de maior expansão da aividade no Esado. Cosa e al (1995) desacam que, no período de 1973 a 1980, o efeivo avícola esadual evoluiu a axas superiores a 10% ao ano, ou seja, praicamene duplicou no decorrer da década de Esse crescimeno foi de exrema imporância para a economia esadual, pois induziu significaivo incremeno na ofera de carne de frango para a população paraense, especialmene para as pessoas residenes nas regiões meropoliana de Belém e no Nordese Paraense, a preços mais baixos comparaivamene à carne bovina e ao pescado, produos que apresenam paricipação basane represenaiva na cesa de alimenos do paraense. Aualmene, o Esado do Pará ocupa o décimo quino lugar enre os maiores produores nacionais de carne de frango (ANUALPEC, 2005). No conjuno dos Esados das Regiões Nore e Nordese, o Pará ocupa o quaro lugar, paricipando com 9,5% da produção oal. Noadamene, na Região Nore é o Esado que apresena a aviculura de core mais desenvolvida, dado que muios produores aingem índices zooécnicos compaíveis com aqueles obidos nos grandes cenros produores do Brasil. A aviculura de core paraense já caminha para os seus 40 anos de hisória. Todavia, são escassas as pesquisas com enfoque local relaivas à aividade, especialmene no que se refere aos seus aspecos econômicos. Revisiando a lieraura perinene algumas iniciaivas podem ser desacadas nesse horizone de empo. 2
3 O primeiro e mais abrangene diagnósico seorial foi realizado em 1978, pela exina Comissão Esadual de Planejameno Agrícola (CEPA), com visas a orienar políicas para o desenvolvimeno do seor, em que foi raçado um perfil da aviculura desenvolvida na área de influência da região meropoliana de Belém (CEPA, 1978). Uma oura pesquisa, do mesmo período, que eceu considerações sobre a aviculura paraense e sua imporância para o abasecimeno da população, foi apresenado no rabalho desenvolvido por Libonai e al. (1979) que raou, num caráer geral, da produção de alimenos no Esado do Pará. Barbosa (1980), em seu esudo que raou da deerminação dos cusos de produção das principais aividades agropecuárias do Esado do Pará efeuou o cálculo dos cusos de produção do frango de core. Avançando quinze anos em-se o rabalho desenvolvido por Cosa e al. (1995), no âmbio do Banco da Amazônia, que apresenou uma abordagem exploraória da cadeia produiva avícola envolvendo aspecos como análise de conjunura, comercialização, preços e conraos de inegração. Numa linha mais volada para o planejameno regional a exina Superinendência de Desenvolvimeno da Amazônia (SUDAM), aual Agência de Desenvolvimeno da Amazônia (ADA), formulou rabalho que analisou as perspecivas para a implanação de maadouros/frigoríficos avícolas nos Esados de Rondônia, Pará, Tocanins e Mao Grosso (SUDAM, 1997). Uma das úlimas conribuições foi apresenada por Sanos e al. (2000) que analisaram o comporameno de preços em diferenes níveis de mercado, esimaram as relações de roca da aviculura de core e as margens de comercialização da carne de frango abrangendo o período 1995/2000. Como se pode observar por esa breve revisão é noório a carência de pesquisas econômicas para a cadeia produiva avícola paraense, jusificando a realização do rabalho que em por objeivos: a) deerminar as relações de roca na produção de carne de frango, b) esimar os índices esacionais de preço de carne de frango e c) as margens de comercialização de carne de frango na Região Meropoliana de Belém abrangendo o período 1995/ METODOLOGIA Nese rabalho são aplicados méodos de análise de preços ao mercado de carne de frango da Região Meropoliana de Belém. A base de dados analisada resula de levanamenos realizados no Sisema de Informações do Mercado Agrícola da Secreária Execuiva de Agriculura do Esado do Pará (SIMA/SAGRI) e do Deparameno Inersindical de Esaísicas Socioeconômicas (DIEESE/PA). A seguir são descrios os modelos de análise. 3
4 2.1 RELAÇÕES DE TROCA A primeira análise raa da deerminação das relações de roca no âmbio do produor. Esas se consiuem em indicador para avaliação do desempenho da aividade, relacionando à quanidade de insumo que pode ser adquirida com a venda de um quilograma do produo final em paua, no caso presene a carne de frango. A relação de roca é deerminada por meio da seguine fórmula: em que: Ri P R P PI i = (1) i = relação de roca do frango de core referene ao insumo i, no período, em kg do insumo i/kg de frango vivo; = preço do frango de core vivo, em nível do produor, no mês, em R$/kg; PI i = preço do insumo i, no período ; em R$/kg. 2.2 ÍNDICES ESTACIONAIS DE PREÇO Os modelos clássicos de análise de séries emporais pressupõem que a variação oal dos dados pode ser decomposa em quaro componenes básicos, conforme descrio em Rufino (1986), Sanana (1996), Sanos (2000) e Sanana (2003): ) (P em que: P (T ; a) as variações a longo prazo ou endência ) b) as variações cíclicas (C ) ; c) variações esacionais ) e (S d) variações aleaórias ou erráicas (E ). Considerando a série original de preços mensais do frango de core, no Esado do Pará, o modelo pode ser especificado maemaicamene, como a seguir: P T C S E = (2) = preço do frango de core, no mês, em R$/kg; T = endência da série emporal no período ; 4
5 C = variação cíclica da série emporal no período ; S E = variação esacional da série emporal no período ; = variação aleaória ou irregular da série emporal no período ;. Para a esimação dos índices esacionais de preço foi uilizado o méodo da média ariméica móvel cenralizada em 12 meses, descria em Goodwin (1994), Newbold (1994), Sanana (1996), Sco e Herrera (1991) que permie filrar as variações sazonais e aleaórias presenes nos dados originais, isolando as componenes de endência e cíclicas da série. MM T C = (3) O cálculo dos índices esacionais de preço foi efeuado conforme descrio a seguir: a) Calculou-se a média ariméica móvel cenralizada em 12 meses (MM ) dos preços, por meio da seguine fórmula, proposa por Hoffmann (1991): MM ( P + P P + P P ) = (4) 12 5 b) Os índices esacionais mensais foram obidos dividindo-se as séries originais mensais de preços do frango, pela média móvel correspondene, como a seguir: IES P MM T x C T x S C x E = = = (5) i x S x E em que IES i é denominado de Índice Esacional Simples. Os índices esacionais obidos no passo anerior ainda apresenam em sua esruura a componene aleaória. Para eliminá-la foi adoado o processo recomendado por Karmel & Polasek (1973), o qual consise no cálculo de uma média ariméica dos índices simples para cada mês, o valor enconrado é o índice esacional médio para o mês i (IEM i ). n IEM = IESi i = 1 (6) n Duas propriedades a serem desacadas nese méodo são: o somaório dos índices esacionais é igual a 1200; e a média dos índices esacionais é igual a 100. Quando os resulados não aendem essas condições, recomenda-se a uilização da seguine fórmula para ajusameno: 5
6 IEP = IEMi IEP = Índice Esacional de Preço Ajusado IEM i Para mensurar as fluuações dos índices esacionais em orno da média foi calculado o desvio padrão para cada mês e, em seguida, esabelecido os limies de confiança superior e inferior que são obidos somando-se e subraindo-se, ao índice esacional de preço ajusado, o valor do desvio padrão. (7) 2.3 MARGENS DE COMERCIALIZAÇÃO Um erceiro aspeco a ser analisado refere-se ao acompanhameno dos preços em diferenes níveis de mercado (produor, aacado e varejo) e à deerminação das margens de comercialização, indicador que em sido vasamene uilizado em esudos de economia agrícola como insrumeno de análise de preços. As margens permiem avaliar quano do preço final, pago pelo consumidor, é apropriado pelos diversos agenes envolvidos no processo de comercialização da produção, eoricamene deve cobrir os cusos relacionados ao processo de comercialização, os riscos associados ao mercado, além de gerar lucro aos agenes envolvidos na comercialização. Brand (1973), Hoffmann (1984), Barros (1989) e Reis (1998) apresenam as seguines fórmulas para cálculo das margens de comercialização: Margem Toal de Comercialização (MTC) - é a diferença enre o preço pago pelos consumidores, ou preço no varejo ( PV ) e o preço pago aos aviculores ( PP ), expresso em ermos do preço no varejo. Em suma, quanifica a remuneração de odas as operações realizadas ao longo do canal de comercialização do produo. Em ermos percenuais a formula é dada por: MTC ( = PV PP PV ) 100 Margem do Aacadisa (MCA) - é a diferença enre o preço pago em nível de aacado ( PA ) e o preço recebido pelos aviculores ( PP ), expressa em ermos do preço no varejo, represena a remuneração das operações de comercialização da granja aé ao nível de aacado, a formula é especificada a seguir: PA PP PV (8) ( ) MCA = 100 (9) 6
7 Margem do varejisa (MCV) - é a diferença enre o preço no varejo e o preço no aacado, expresso em ermos do preço no varejo, represena a remuneração das operações de comercialização envolvidas do aacado aé chegar ao consumidor final. É calculada como a seguir: MCV = ( PV PA PV ) 100 (10) 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 RELAÇÕES DE TROCA As relações de roca se consiuem em indicador imporane para orienar a omada de decisão do produor no desenvolvimeno de uma aividade agropecuária. A sua deerminação é simples, pois consise em se calcular a razão enre o preço do produo e os preços dos principais insumos empregados na sua produção. No caso da carne de frango, radicionalmene são calculadas relações de roca considerando o preço do milho, farelo de soja, ração e pinos de um dia, principalmene em ouras regiões do país cuja base de dados enconra-se disponível em séries emporais. Para o Esado do Pará, foram calculadas as relações de roca relaivas ao preço do milho (RFM) e rações da fase inicial (RFI), engorda (RFE) e final (RFF). Os dados são apresenados na Tabela 1 e esão expressos em quilograma de insumo por quilograma de frango vivo. Tabela 1 - Relações de roca da carne frango em nível de granja na Região Meropoliana de Belém, Ano RFM kg milho/kg frango vivo RFI kg ração inicial/kg frango vivo RFE kg ração engorda/kg frango vivo RFF kg ração final/kg frango vivo ,03 2,75 2,83 2, ,49 2,77 2,88 3, ,09 2,58 2,82 2, ,69 2,40 2,46 2, ,12 2,54 2,65 2,89 Média 4,09 2,61 2,73 2,90 Fone: Dados da pesquisa. A relação de roca média no período de 2000/2004, relaivo ao milho, foi de 4,09, ou seja, com um quilograma de frango produzido e comercializado os produores puderam adquirir 4,09 quilogramas de milho. Os valores exremos foram 5,11, em março de 2001, e 2,95, em junho de No ocane às rações balanceadas aquela que apresena maior relação de roca é a do ipo final, com valor médio de 2,9. Considerando os rês ipos de ração 7
8 conjunamene a relação de roca é de um quilograma de frango vivo para cada 2,75 quilos de ração. O comporameno das relações de roca é ilusrado na Figura 1. 6,00 5,00 4,00 kg/kg 3,00 2,00 1,00 - jan/00 abr/00 RFM RFI RFE RFF jul/00 ou/00 jan/01 abr/01 jul/01 ou/01 jan/02 abr/02 jul/02 ou/02 jan/03 abr/03 jul/03 ou/03 jan/04 abr/04 jul/04 ou/04 Figura 1 - Evolução das relações de roca de carne de frango em relação ao milho e rações balanceadas, Fone: Dados da pesquisa. 3.2 ÍNDICES ESTACIONAIS DE PREÇOS Os índices esacionais de preço do frango vivo, em nível de produor, são ilusrados na Figura 2. Os resulados mosram que o índice esacional mínimo é observado no mês de junho (87,05) e o máximo no mês de janeiro (113,52), deerminando uma ampliude de variação de 26,47, sendo que o período de abril a seembro marca a fase em que os preços enconram-se abaixo da média anual (100). 8
9 Limie Inferior IEM Limie Superior % Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Se Ou Nov Dez Figura 2 - Índices esacionais de preço do frango vivo, em nível de produor, na Região Meropoliana de Belém, Fone: Dados da Pesquisa. Durane os meses de ouubro a março os preços enconram-se acima da média. A elevação nesse período é fruo da reração da ofera de milho, em função da enressafra do produo nos principais cenros produores o que eleva, num primeiro insane, os cusos de produção e a seguir influência na formação dos preços do produo. No que concerne aos índices esacionais de preço, em nível de aacado, uma das primeiras conclusões que se pode inferir é que a ampliude de variação dos índices é da ordem de 13,01, porano, inferior à do frango vivo, revelando maior esabilidade de preços ao longo do ano. Tal comporameno ocorre em função da ofera conínua do produo, o que é um indicador favorável para o abasecimeno do mercado local, que além da produção inerna, cona, ambém, com a enrada de produos de ouras regiões do país, conribuindo para uma ofera esável ao longo do ano. 9
10 A parir da Figura 3, pode-se consaar que o período compreendido enre novembro e março apresena preços acima da média (100), sendo o mês de janeiro aquele que possui o índice esacional máximo (106,80). Os meses de abril a seembro reraam a fase em que os preços enconram-se abaixo da média, sendo que o mês de junho é o que represena o índice esacional mínimo (93,79). 150,00 100,00 % 50,00 Limie Inferior IEM Limie Superior - Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Se Ou Nov Dez Figura 3 - Índices esacionais de preço da carne de frango, em nível de aacado, na Região Meropoliana de Belém, Fone: Dados da Pesquisa. 3.3 EVOLUÇÃO DOS PREÇOS E MARGENS DE COMERCIALIZAÇÃO Os preços médios do frango de core em nível de produor aacado e varejo nos úlimos dez anos são apresenados na Tabela 2. Eses dados mosram que o preço médio recebido pelo produor, ao longo do período analisado, foi de R$ 1,37/kg, oscilando em orno de um mínimo de R$ 1,02/kg e um máximo de R$ 2,07/kg. 10
11 Vale desacar que, aé 1999, os preços apresenaram comporameno relaivamene esável. Enreano, a parir de 2000, em ocorrido uma significaiva elevação. Aualmene o preço já ulrapassa a casa dos R$ 2,00/kg. Essa siuação em derivado, principalmene, do aumeno no preço dos principais insumos, uilizados na aividade que, radicionalmene, são imporados de ouras regiões e exercem grande pressão nos cusos de produção, refleindo, num segundo insane, na elevação dos preços do produo. Tabela 2 - Evolução do preço médio da carne de frango em nível de produor, aacado e varejo na Região Meropoliana de Belém, Ano Pp Pa Pvr Pvc ,04 1,37 1, ,07 1,48 1, ,07 1,56 1, ,02 1,51 1,71 1, ,13 1,56 1,75 1, ,31 1,81 2,03 1, ,36 1,85 2,09 2, ,62 2,03 2,34 2, ,07 2,63 3,01 2, ,05 2,84 3,37 2,92 Esaísicas descriivas Mínimo 1,02 1,37 1,53 1,59 Média 1,37 1,86 2,11 2,17 Máximo 2,07 2,84 3,37 2,92 Desvio Padrão 0,40 0,50 0,62 0,55 Coeficiene de 29,57 26,96 29,37 25,60 Variação Fone: SIMA/SAGRI e DIEESE/PA Noas: Pp = preço em nível de produor; Pa = preço em nível de aacado; Pvr = preço do frango resfriado no varejo e Pvc = preço do frango congelado no varejo Com relação aos preços em nível de aacado e varejo (resfriado e congelado), verifica-se que as médias do período foram da ordem de R$ 1,86/kg, R$ 2,11/kg e R$ 2,17/kg, respecivamene. A evolução das séries emporais de preços do frango em nível de produor, aacado e varejo pode ser visualizada na Figura 4. 11
12 4,0 3,5 3,0 P produor P aacado P varejo resfriado P varejo congelado 2,5 R$/kg 2,0 1,5 1,0 0, Figura 4 - Preços médios do kg da carne de frango em nível de produor, aacado e varejo na Região Meropoliana de Belém, Fone: SIMA/SAGRI e DIEESE/PA. As margens de comercialização são apresenadas na Tabela 3. Tabela 3 - Paricipação do produor e margens de comercialização de frango de core no Esado do Pará, Ano Paricipação do Produor (%) Margem do Aacadisa (%) Margem do Varejisa (%) Margem Toal de Comercialização (%) (PP) (MCA) (MCV) (MTC) ,18 40,14 10,68 50, ,03 42,67 10,30 52, ,67 46,64 7,69 54, ,27 46,31 9,42 55, ,62 44,63 6,75 51, ,26 44,96 5,78 50, ,84 42,26 9,90 52, ,30 36,87 12,82 49, ,76 38,46 10,78 49, ,15 43,22 9,63 52,85 Média 48,01 42,61 9,38 51,99 Fone: Dados da pesquisa. 12
13 Os resulados permiem observar que, no período de , em ermos médios, a margem oal de comercialização e a paricipação do produor foram da ordem de 51,99% e 48,01%, respecivamene. Iso significa que para cada R$100,00 gaso pelo consumidor na compra de carne de frango, R$51,99 são aquinhoados pelos agenes envolvidos no processo de comercialização e R$48,01 pelo produor. Esses dados mosram que o conjuno dos agenes de comercialização recebe a maior parcela da renda obida com a venda de carne de frango. Os aviculores, por sua vez, ficam com uma parcela menor, muio embora sejam eles que assumam os maiores riscos, pois execuam odas as práicas de manejo necessárias, durane aproximadamene 46 dias de criação de cada loe. Os agenes aacadisas, no caso, as inegradoras e/ou cooperaivas, apropriam-se de 42,61% do preço final pago pelo consumidor. Como se pode observar, a margem deses agenes é muio próxima da paricipação do produor. Em suma, desempenham aividades imporanes como o ranspore dos frangos vivos aé o frigorífico, efeua o abae e demais práicas relacionadas com o resfriameno e congelameno, bem como, a disribuição para os principais ponos de comercialização: açougues, supermercados, hoéis e resauranes. Ressala-se que nesse mercado é presene a figura de produores que auam como inermediários. Eses enregam a sua produção direamene em ponos de venda, próprios ou não, feiras livres e mercados de carne, onde o frango é abaido na hora. Desaca-se, ainda, que ese segmeno é basane represenaivo em ermos de consumo, principalmene, nos subúrbios da região meropoliana de Belém e municípios do inerior. A margem do segmeno varejisa é basane reduzida, em média 9,38%. Os agenes varejisas como açougues, supermercados e feiras ficam com a posse do produo por um curíssimo período. Nos supermercados e açougues as operações resringem-se ao acondicionameno do produo para venda e, no caso, das feiras nas operações de abae. 4. CONCLUSÕES Os resulados do rabalho revelam que nos úlimos cinco anos a relação de roca média enre carne de frango e milho é de 4,09, ou seja, com a renda auferida na comercialização de 1 kg de frango, o produor pode adquirir 4,09 kg de milho. Essa relação de roca oscilou enre um mínimo de 2,95 e um máximo de 5,11. No ocane às rações balanceadas foi verificado que a relação de roca para as rações inicial, engorda e final são, respecivamene, da ordem de 2,61; 2,73 e 2,90. Em ermos médios, considerando os rês ipos de ração, corresponde a 1 kg de carne de frango para cada 2,75 quilos de ração. 13
14 Os preços médios da carne de frango em nível de produor, aacado e varejo, no período de , foram de R$1,37/kg, R$1,86/kg e R$2,17/kg, respecivamene. As esimaivas dos índices esacionais de preço revelam que é no período compreendido enre os meses de novembro e março que ocorrem os preços mais alos do produo, sendo que o mês de janeiro marca o pono de máximo dos índices esacionais de preços nos diferenes níveis de mercado. As margens de comercialização oal, do aacadisa e do varejisa e a paricipação do produor foram da ordem de 51,99%, 42,61%, 9,38% e 48,01%, respecivamene. Indicando que para cada R$ 100,00 gasos pelos consumidores, na aquisição de carne de frango, os aviculores êm se apropriado de R$ 48,01 e o agenes de comercialização do aacado e varejo de R$ 51,99. REFERÊNCIAS ANUÁRIO DA PECUÁRIA BRASILEIRA (ANUALPEC, 2005). São Paulo: FNP Consuloria, BARBOSA, F.B.C. Desempenho das principais culuras do Esado do Pará. Belém: SAGRI/PA, p. BARROS, G. S. C. Economia da comercialização agrícola. Piracicaba: ESALQ/USP p. BRANTD, S. A. Comercialização agrícola. Piracicaba: Ed. Agronômica Ceres p. CEPA. Diagnósico avícola da área de influência do abasecimeno de Belém. Belém: Comissão Esadual de Planejameno Agrícola do Esado do Pará (CEPA/PA). 1978, 59 p. COSTA, R. M. Q. e al. Esudo exploraório sobre a dinâmica de produção e agroindusrialização de frango no Brasil e Região Nore. Belém: BASA/FCAP, p. (Esudo Seorial, 6) GOODWIN, J.W. Agriculural price analysis and forecasing. New York: John Wiley & Sons, HOFFMANN, R. Esaísica para economisas. São Paulo: Pioneira, p. KARMEL, P.H., POLASEK, M. Esaísica geral e aplicada à economia. São Paulo: Alas, p. LIBONATI, V.F., ANDRADE, J.C., GUERREIRO, P.M.S. Alguns aspecos da produção de alimenos no Esado do Pará. Belém: FCAP p. (Informe Técnico, 1) NEWBOLD, P. Saisics for business and economics, 4. ed. New Jersey: Prenice-Hall, REIS, A. J. Comercialização agrícola. Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras - UFLA/FAEPE, p. 14
15 RUFINO, J.L.S., MELO FILHO, G. A. O esudo da esacionalidade dos preços agrícolas na adminisração da produção. EPAMIG. Informe Agropecuário, Belo Horizone. EPAMIG, v. 12, n. 143, p ,1986. SANTANA, A. C. Análise de preços agrícolas. Belém: FCAP, p. (Caderno Sócio- Econômico, 2). SANTANA, A. C. Méodos quaniaivos em economia: elemenos e aplicações. Belém: UFRA, p. SANTOS, M.A.S., REBELLO, F.K., LOPES, M.L.B. Análise de preços e margens de comercialização na aviculura de core paraense. Belém: BASA/COTEC, p. (Série Rural, 4) SCOTT, G.J., HERRERA, J.E. Mercadeo agrícola: meodologias de invesigacíon. Lima: IICA, p. SUDAM/PNUD. Aviculura de core: perspecivas para a implanação de maadouros/frigoríficos nos Esados de Rondônia, Pará, Tocanins e Mao Grosso. Belém: SUDAM, p. 15
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