DIREITO AMBIENTAL PROFESSOR FELIPE LEAL

Transcrição

1 DIREITO AMBIENTAL PROFESSOR FELIPE LEAL

2 DIREITO AMBIENTAL Direito ecológico ou direito da natureza limitam o campo de estudo a elementos naturais. Direito ambiental Questões ambientais e suas relações com o ser humano

3 DIREITO AMBIENTAL O complexo de princípios e normas reguladores das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando a sua sustentabilidade para as presentes e futuras gerações (Edis Milaré).

4 MEIO AMBIENTE É um direito fundamental do homem, considerado de quarta geração***, necessitando, para sua consecução, da participação e responsabilidade partilhada do Estado e da coletividade. Trata-se, de fato, de um direito fundamental intergeracional, intercomunitário, incluindo a adoção de uma política de solidariedade. Leite, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. 2 edição. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais. 2003

5 MEIO AMBIENTE Estado Socioambiental de Direito: O bemestar ambiental passa a constituir uma dimensão da própria dignidade da pessoa humana. A qualidade e segurança ambientais passam a figurar como elemento integrante do próprio conteúdo normativo do princípio da dignidade da pessoa humana. (Direito constitucional ambiental: constituição, direitos fundamentais e a proteção do ambiente / Ingo Wolfgang Sarlet, Tiago Fensterseifer ; prefácio: Antonio Herman Benjamin; São Paulo, Revista dos Tribunais, 2012)

6 DIMENSÕES Meio Ambiente Natural: meio ambiente físico - recursos naturais bióticos e abióticos.

7 DIMENSÕES Meio Ambiente Artificial: é o construído ou alterado pelo ser humano - edifícios urbanos espaços públicos abertos.

8 DIMENSÕES Meio Ambiente Cultural:é o patrimônio histórico, artístico, paisagístico, ecológico, científico e turístico, constituído tanto por bens imateriais, quanto materiais.

9 DIMENSÕES Meio Ambiente Do Trabalho: é o conjunto de fatores que se relacionam às condições do trabalho, compreendendo as relações entre o trabalhador e o meio físico e psicológico em que presta serviços.

10 DIMENSÕES Patrimônio Genético: informações de origem genética oriundas dos seres vivos de todas as espécies.

11 PERSPECTIVAS DIREITO AO MEIO AMBIENTE: direito de USAR, GOZAR e FRUIR dos recursos naturais.

12 PERSPECTIVAS DIREITO SOBRE O MEIO AMBIENTE: direito fundamental do homem.

13 PERSPECTIVAS DIREITO DO AMBIENTE: rompimento com a visão antropocêntrica do direito. Meio ambiente como sujeito de direito. Ecologização do Direito

14 MARCOS NORMATIVOS Conferência de Estocolmo (Suécia) 1972 Desenvolvimento sustentável e princípio da prevenção.

15 MARCOS NORMATIVOS Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92) 1992 Introduzido o princípio da precaução (Princípio 15 da Decl.: quando haja perigo de dano grave e irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada como razão para postergar a adoção de medidas eficazes para impedir a degradação do meio ambiente ).

16 OBJETO DO DIREITO AMBIENTAL Preservar Conservar Restaurar

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18 Princípio do Desenvolvimento Sustentável Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades

19 Princípio do Desenvolvimento Sustentável. Art. 170 da CF: A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: Defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. Racionalização e democratização da atividade econômica

20 PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE manter o MEIO AMBIENTE INTOCÁVEL, SEM AÇÕES DO HOMEM CONSERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE INTEGRAÇÃO do MEIO AMBIENTE com as ATIVIDADE DESENVOLVIDAS PELO HOMEM

21 Princípio da Prevenção Procura-se evitar o risco de uma atividade sabidamente danosa e evitar efeitos nocivos ao meio ambiente. Aplica-se aos impactos ambientais já conhecidos e que tenham uma história de informações sobre eles. Principais instrumentos: EIA/RIMA e o licenciamento ambiental!!!

22 Princípio da precaução Art. 15 da Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Agenda 21): Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades

23 Princípio da precaução A falta de plena certeza científica não deve ser usada como razão para postergar medidas para evitar ou minimizar essa ameaça. In dubio pro natura. Inversão do ônus - necessidade de demonstração de que a atividade não traz riscos ao meio ambiente.

24 Princípio da precaução Correntes: radical, que não tolera qualquer risco de perigo; minimalista, que exige a presença de riscos sérios e irreversíveis; intermediária, para a qual o risco de perigo deve ser baseado na ciência e deve ser crível - inversão do ônus da prova

25 PREVENÇÃO inibir o risco de dano em potencial PRECAUÇÃO inibir o risco de perigo potencial atividade perigosas sabidamente atividade potencialmente perigosas

26 Princípio do Meio Ambiente como Direito Humano Fundamental O meio ambiente equilibrado - elemento essencial à dignidade da pessoa humana -, como "bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida" (art. 225 da CF), integra o rol dos direitos fundamentais. Nesse aspecto, por sua própria natureza, tem o meio ambiente tutela jurídica respaldada por princípios específicos que lhe asseguram especial proteção. O direito ambiental atua de forma a considerar, em primeiro plano, a prevenção, seguida da recuperação e, por fim, o ressarcimento. (MS /DF, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/11/2011, DJe 21/06/2012)

27 Princípio da Ubiquidade Celso Antônio Pacheco Fiorillo: o objeto de proteção do meio ambiente, localizado no epicentro dos direitos humanos, deve ser levado em consideração toda vez que uma política, atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade, obra etc. tiver que ser criada e desenvolvida.

28 Princípio da Proibição do Retrocesso Ecológico Non clicquet. É inadmissível o recuo da salvaguarda ambiental para níveis de proteção inferiores aos já consagrados, exceto se as circunstâncias de fato sejam significativamente alteradas

29 Princípio do Progresso Ecológico. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Cada Estado Parte do presente Pacto compromete-se a adotar medidas, tanto por esforço próprio como pela assistência e cooperação internacionais, principalmente nos planos econômico e técnico, até o máximo de seus recursos disponíveis, que visem a assegurar, progressivamente, por todos os meios apropriados, o pleno exercício dos direitos reconhecidos no presente Pacto, incluindo, em particular, a adoção de medidas legislativas.

30 Princípio da Obrigatoriedade de Atuação Lei nº 6.938/81 - obrigação do Poder Público de: a) Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e promover o manejo de espécies e ecossistemas. b) preservar a diversidade e integridade genética do país. c) definir espaços especialmente protegidos. e) exigir estudo de impacto ambiental.

31 Princípio da Cooperação (de lacoopération) Atuação conjunta do Estado (em seus diversos níveis ) e sociedade na escolha de prioridades e nos processos decisórios da política ambiental. Ex.: Conselhos federais, estaduais e municipais de meio ambiente institucionais.

32 Princípio do Poluidor-pagador (pollueur payeur) ou da responsabilização (responsabilité) CARÁTER PREVENTIVO: devem-se buscar todas as medidas para evitar o dano. CARÁTER REPRESSIVO: se, ainda que tenham sido adotadas todas as medidas, o DANO VIER A OCORRER, AQUELE QUE FOI O RESPONSÁVEL TEM O DEVER DE REPARÁ-LO

33 Princípio do Poluidor-pagador (pollueur payeur) ou da responsabilização (responsabilité) INTERNALIZAÇÃO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS - as externalidades negativas devem ser internalizadas no custo da produção. O MEIO AMBIENTE faz parte do PROCESSO DE PRODUÇÃO de 2 formas: i)como MATÉRIA PRIMA; ii)como DEPÓSITO DAS EXTERNALIDADES NEGATIVAS.

34 Princípio do Poluidor-pagador (pollueur payeur) ou da responsabilização (responsabilité) O Protocolo de Quioto criou o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada das emissões. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução da emissão de gases poluentes tem direito a créditos de carbono e pode comercializá-los com os países que têm metas a cumprir.

35 Princípio da Correção na Fonte. A poluição deve ser corrigida no local em que foi produzida. Ao poluidor cabe corrigir o dano, no local em que foi produzido, especialmente para que seja evitado o turismo da poluição, ou seja, a migração das consequências em dada área para outra até então intacta. Princípio da Reparação Integral

36 Princípio do Usuário-pagador. O uso gratuito de recursos naturais às vezes pode representar enriquecimento ilícito por parte do usuário, pois a comunidade que não usa ou usa em menor escala fica onerada. Tal princípio também não deve ser encarado como punição.

37 Princípio do Protetor-Recebedor. Código Florestal: Art. 1 o - A. VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para promover o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis.

38 Princípio do Limite Art.225, 1º,V, CF; art.4º, III c.c. art. 8º, VII c.c. art. 9º, I, Lei 6.938/81] Em determinadas situações, a LEGISLAÇÃO PERMITE a UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS AMBIENTAIS quando ATENDIDOS os PARÂMETROS LEGALMENTE ESTABELECIDOS.

39 Princípio da Participação Comunitária Dever jurídico de proteger e preservar o meio ambiente Direito de opinar sobre as políticas públicas -mecanismos de controle

40 Princípio da Publicidade Princípio da Educação Ambiental enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais. reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

41 Princípio da Função Socioambiental da Propriedade Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente

42 Princípio da Função Socioambiental da Propriedade Dois Aspectos: FUNÇÃO POSITIVA [OBRIGAÇÃO DE FAZER] - OBRIGAÇÃO de MANTER ou RECOMPOR a situação. Aquele que adquire um imóvel degradado não pode se furtar a recompô-lo. FUNÇÃO NEGATIVA - NÃO POLUIR e NÃO DEGRADAR.

43 Princípio da Responsabilidade Social Conhecido também como PRINCÍPIO DO EQUADOR são diretrizes sócio-ambientais a INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS que vão fornecer FINANCIAMENTOS a empresas Há possibilidade de o FINANCIADOR do projeto vir a ser responsabilizado se a ATIVIDADE FINANCIADA provocar DANO AMBIENTAL.

44 Obrigado!!!