Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul. Como se preparar para os desafios do novo ano

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1 ENS & Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul SERVIÇOS Janeiro planejamento Como se preparar para os desafios do novo ano sustentabilidade O cenário para as empresas em 2014 turismo A criatividade abre novas portas no mercado equipes O reflexo do ambiente na produtividade Entrevista subsecretário da fazenda, ricardo pereira, fala sobre conquistas e metas relacionadas à NFG

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3 palavra do presidente Planos para um novo ano A possibilidade de recomeçar é sempre revigorante. A sensação de que dispomos de uma segunda chance para atingirmos nossos objetivos e cumprirmos nossas metas renova nossas energias, inclusive porque é delas que precisamos para seguir em frente. Cada novo começo de ano traz consigo a chance de planejarmos o próximo semestre ou mesmo os próximos 12 meses. Aliás, este é um ponto-chave no empreendedorismo: o planejamento. Para alguns, isso pode ser evidente, mas a verdade é que ainda nos deparamos com muitas iniciativas frustradas no mercado, resultantes de um sonho ou desejo mal-embasados. Ainda não temos a bola de cristal de que tanto gostaríamos, mas em uma sociedade cada vez mais tecnológica, já somos capazes de prever quais tendências se confirmarão e o que deve ser descartado. Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac De nada adianta insistirmos no erro ou tentar voltar no tempo. É para isso que serve o planejamento: para buscarmos nossas realizações sem deixar de andar com os pés no chão. Ele nos guia por caminhos ainda não desbravados e nos alerta sobre possíveis labirintos à frente. É acompanhando o planejamento que evitamos ao máximo a perda de tempo em volta de círculos que nos impedem de sair do mesmo lugar. Há opiniões a respeito de o planejamento não fazer parte da cultura brasileira, e se de fato é isso que nos impede de sermos uma sociedade mais desenvolvida, por que não começar agora? Para isso, não é necessário começar uma revolução, mas lembrar que a soma dos passos de cada indivíduo leva para mais perto do bem coletivo. Neste começo de ano, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac renova suas metas e reforça seu planejamento de estar sempre à disposição e cada vez mais perto de todos os empreendedores gaúchos. Conte conosco! Divulgação/ Fecomércio-RS 3

4 revista bens & serviços / / janeiro 2014 sumário o calendário de 2014 reserva momentos de grande impacto para o país, como a copa do mundo e as eleições presidenciais. saiba por que é importante estar preparado e organizar sua empresa para o ano especial / planejamento muito além da questão ambiental, saiba por que este é um tema que afeta a economia e a sociedade sustentabilidade o programa da nota fiscal gaúcha e o exercício da cidadania em pauta, com ricardo pereira entrevista um jeito criativo de conhecer as cidades movimenta o mercado e abre novas oportunidades turismo

5 seção página Publicação mensal do Sistema Fecomércio-RS Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul Avenida Alberto Bins, º andar Centro Porto Alegre/RS Brasil CEP / Fone: (51) Fax: (51) ascom@fecomercio-rs.org.br Presidente: Zildo De Marchi Palavra do Presidente Sobre / Inspiração Notícias & Negócios Sustentabilidade 10 Passos / Para reter talentos Opinião Entrevista Regiões / Litoral Norte Turismo Especial / Planejamento Saiba Mais Sesc Nicho / Terceira Idade Mercado Senac Equipes Tecnologia Visão Tributária Monitor de Juros Visão Trabalhista Pelo Mundo Dicas do mês Vice-presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, Jaime Gründler Sobrinho, João Francisco Micelli Vieira Diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt Conselho Fiscal Titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis e Nelson Keiber Faleiro Suplentes: Luiz Roque Schwertner e Gilda Lúcia Zandoná Delegados Representantes CNC: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari Conselho Editorial: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi Assessoria de Comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro, Luana Trevisol e Simone Barañano Coordenação Editorial: Simone Barañano PRODUÇÃO E EXECUÇÃO: Temática Publicações Edição: Fernanda Reche (MTb 9474) / CHEFE DE Reportagem: Luísa Kalil Reportagem: Cláudia Boff, Diego Paiva de Castro, Luísa Kalil, Marcelo Salton Schleder e Rafael Tourinho Raymundo Colaboração: Ana Laura Visentini, Edgar Vasques, Paola Oliveira e Paulo Ferezin edição de Arte: Silvio Ribeiro diagramação: Vanessa Bratz e Michelle Marquetti Revisão: Flávio Dotti Cesa imagem DE CAPA: Lúcia Simon Tiragem: 22,7 mil exemplares É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo. Selo FSC Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC (Forest Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e economicamente responsável da matéria-prima florestal. 5

6 sobre Inspiração Um sentimento, um gesto ou uma ação do cotidiano podem ser a centelha que dá origem a novas ideias. É a inspiração. Embora não garanta um trabalho bem feito, ela favorece bons resultados mas, para tanto, é preciso criar oportunidades para encontrá-la Lúcia Simon Pablo A inspiração existe, mas deve te encontrar trabalhando. Picasso Artista plástico A genialidade é 1% inspiração e 99% transpiração. Thomas Edison Inventor Como um princípio geral, semelhante inspira semelhante. Por exemplo, amor inspira amor, confiança inspira confiança. Assim, se deseja inspirar as pessoas para o trabalho que tem à mão, sinta-se você mesmo inspirado por ele. John Adair, no livro O Líder Inspirador: como motivar, encorajar e alcançar o sucesso (Editora Futura) Aprendi que cercar-se de pessoas inspiradoras é tão importante quanto ser talentoso ou trabalhar duro. Vocês podem imaginar se Michael Jordan não tivesse estado na NBA? Seu círculo de pessoas próximas impulsiona você a ser melhor. Drew Houston, fundador do Dropbox, em Divulgação discurso aos formandos de 2013 do MIT (EUA) 6

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8 notícias & negócios Edgar Vasques copa será grande impulsionadora do varejo no primeiro semestre Conforme dados divulgados ainda em dezembro de 2013, o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV) projeta um crescimento total do comércio de 4,7% para O grande impulsionador será a Copa do Mundo. Para os meses de janeiro e fevereiro, os empresários varejistas esperam crescimento de 7,7% e 9,2%, respectivamente. Os investimentos devem chegar a R$ 7,8 bilhões em 2014, ante os R$ 6,1 bilhões registrados no ano passado. mais produção, menos vendas No acumulado de 2013, a produção de veículos no Brasil subiu 9,9%, totalizando 3,74 milhões de unidades. O recorde já havia sido batido quando o país chegou ao patamar de 3,5 milhões, superando a marca de 3,4 milhões de unidades, atingida em No entanto, não houve registro de crescimento nas vendas. No ano passado, caíram em 0,9% as vendas de veículos novos, se comparadas a De acordo com a Anfavea, foi a primeira queda em dez anos. Entre os dez carros mais vendidos no Brasil, em 2013, estão: Volkswagen Gol (1 0 ), Fiat Uno (2º), Fiat Palio Hatch Brasil (3º), Ford Fiesta Hatch Brasil (4º), Fiat Siena Sedã Brasil (5º), Fiat Strada Picape Brasil (6º), Hyundai HB20 Hatch Brasil (7º), Chevrolet Onix Hatch Brasil (8º), Volkswagen Fox Hatch Brasil (9º) e Renault Sandero Hatch Brasil (10º). mobília e acessórios Início de ano é tempo de lançamento de tendências. Entre os dias 12 e 15 de fevereiro acontece a Abimad Feira Brasileira de Móveis e Acessórios de Alta Decoração. A 17a edição do evento deve reunir cerca de 160 expositores e ocorre no Expo Center Norte, em São Paulo. 8

9 espaço sindical natal satisfatório Pesquisa elaborada pelo Sindilojas Porto Alegre e pela CDL Porto Alegre apontou que o volume de vendas no Natal de 2013 cresceu 9% ante os resultados obtidos no Natal de 2012, no comércio da capital. O resultado confirmou a expectativa inicial divulgada pelas entidades, que apontava incremento de R$ 391 milhões no comércio com a data. De acordo com os lojistas, o intenso movimento registrado na segunda-feira 23 foi um dos responsáveis pelo bom resultado. A modalidade de pagamento mais utilizada foi o cartão de crédito e entre os itens mais requisitados estavam biquínis e camisetas. Descontando a inflação, temos um crescimento real de cerca de 3,5%, o que é positivo, pois continua representando crescimento. Percebemos que o fato de haver um dia útil antes da véspera do Natal influenciou no aumento das vendas, confirmando mais uma das informações de nossa pesquisa, que indicava a tendência de o consumidor deixar para comprar na última hora, afirma o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Ronaldo Sielichow. mais atenção aos fornecedores Os investimentos feitos pela Gerdau e pelo Sebrae no Programa de Desenvolvimento de Fornecedores ultrapassaram a marca de R$ 4 milhões. A iniciativa, que começou a ser desenvolvida em 2008 no Rio Grande do Sul, disponibiliza capacitações e consultorias com o objetivo de aperfeiçoar resultados ou identificar pontos de melhorias dentro das empresas. O programa abrange desde a realização de cursos e consultorias até a elaboração e acompanhamento da execução de planos de negócio. É realizado em oito estados brasileiros e também está presente em países como Argentina, Colômbia, México e Peru. A meta para 2014 é levar a iniciativa à Venezuela e ao Uruguai. A Gerdau, com operações em três continentes, possui uma rede de mais de 30 mil fornecedores, sendo que 60% deles são micro, pequenas e médias empresas. J. Durham/MorgueFile Diretor da Paquetá em palestra no Sindilojas Novo Hamburgo Lioveral Bacher, diretor corporativo das lojas Paquetá, palestrou no dia 28 de novembro no Centro de Eventos do Sindilojas Novo Hamburgo. Durante 20 anos, ele atuou como diretor da unidade de varejo e coordenou a compra e o processo de integração da Esposende pela empresa. A palestra fez parte do projeto mensal Oficina de Negócios. Sindilojas Porto Alegre resgata a cultura da Capital Com o objetivo de resgatar a história da cidade, o Sindilojas Porto Alegre lançou seu calendário para 2014 com o tema Caras de Pedra. A obra retrata 13 faces e estátuas presentes em tradicionais prédios da cidade porto-alegrense. As imagens são do fotógrafo Fernando Bueno e dão sequência à proposta do livro comemorativo aos 75 anos do sindicato, Porto Alegre na Vitrine. Sindilojas e Sindigêneros de Caxias do Sul preparam missão empresarial O Sindilojas e o Sindigêneros de Caxias do Sul estão preparando uma missão empresarial para a 103ª Convenção e Exposição anual da National Retail Federation (NRF) 2014, em Nova York. O evento é considerado uma das maiores mostras de varejo do mundo, onde são apresentadas as principais tendências e inovações no setor. Sincomércio Passo Fundo lança projeto O Sincomércio Passo Fundo lançou em novembro o projeto Sincomércio Vai Até Você, que tem por objetivo aproximar entidade e lojistas por meio da promoção de conhecimento, projetos, informações e palestras. O evento de lançamento reuniu comerciantes dos bairros Boqueirão e Vera Cruz. Sindilojas São Borja recebe prêmio pelo CFTG Farroupilha O Sindilojas São Borja foi destaque na categoria Entidade Sindical, no evento realizado pelo CFTG Farroupilha, em novembro. O presidente da entidade, Ibrahim Mahmud, recebeu a homenagem em nome do sindicato. 9

10 notícias & negócios 10 três perguntas Divulgação/Michael Page Marcelo Cuellar é formado em Administração pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Recursos Humanos pelo Mackenzie São Paulo. É diretor da Page Executive desde outubro, sendo responsável pelos processos de recrutamento de profissionais C-Level (cargos executivos). Qual perfil de profissional será mais requisitado pelo mercado brasileiro em 2014? Profissionais que repensem as suas atividades na organização, visando à otimização e às maneiras criativas de produzir resultados. O ano de 2014 tende a ser de grandes desafios. O calendário, com grandes eventos, pode dificultar a entrega de alguns resultados. Quem souber levar suas entregas neste cenário será bem-sucedido. As gerações mais novas esperam obter reconhecimento quase imediato após ingressarem nas organizações. Como lidar com isso e conseguir reter os jovens talentos? As empresas que souberem compartilhar seus objetivos e valores, além de fazer com que seus jovens funcionários compartilhem deste ideal, conseguirão uma menor rotatividade. O reconhecimento vai aparecer a todo momento, mas eventuais promoções aparecerão de acordo com o crescimento da empresa e do mercado. Mesmo os jovens terão que aprender que promoção, aumento de salário e bônus competitivos dependem da performance, mas também estão vinculados a um momento econômico nacional e mundial. É um bom exercício para quem quiser crescer no mundo corporativo. O que é preciso para trabalhar o engajamento dos jovens pelas ideias e metas da empresa? Alinhamento de valores e ideais com aquilo que a empresa prega. Quando há este alinhamento, o engajamento acontece e a motivação é nítida. Brasileiros vivem mais A expectativa de vida do brasileiro subiu para 74,6 anos, um acréscimo de cinco meses e 12 dias em relação a A taxa de mortalidade para o ano de 2012 foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), gerando uma redução média de 1,67% no ganho do trabalhador que se aposentar por tempo de contribuição. A nova tabela do fator previdenciário, utilizada pelo Instituto Nacional do Serviço Social (INSS) para adiar a aposentadoria, vale até 30 de novembro de O cálculo leva em conta o tempo de contribuição para a Previdência Social, a idade ao requerer a aposentadoria e a expectativa de sobrevida (tempo que o trabalhador deve viver após se aposentar). Para se aposentar por tempo de contribuição, homens devem ter contribuído por 35 anos com a Previdência, enquanto a mulher precisa comprovar 30 anos. Hóspedes levam itens para casa Mais de 60% dos viajantes brasileiros admitem levar itens dos quartos de hotéis, estimativa que aumenta em 1% quando se trata de viajantes estrangeiros. Segundo a Trip- Baromether Truth in Travel, pesquisa realizada pelo TripAdvisor, os artigos mais retirados pelos hóspedes são itens de higiene, como sabonete e shampoo. Mais da metade dos proprietários de hotéis internacionais e brasileiros afirmam que frequentemente seus hóspedes carregam itens dos estabelecimentos quando partem. Um em cada quatro hoteleiros percebe a falta das toalhas do quarto após os hóspedes partirem, enquanto um em cada dez detecta o sumiço de cabides de roupas; 7% ainda informaram que as baterias de controles remotos de televisão haviam desaparecido após o check-out dos clientes. Wax115/MorgueFile Click/MorgueFile

11 Serviços, varejo e agroindústria lideram contratações Pesquisa da RSA Talentos aponta que os setores de serviços, varejo e agroindústria foram os que mais contrataram em Entre os profissionais contratados, 36% foram para os departamentos comerciais e de marketing. As áreas de produção e financeira ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Outro dado levantado pela empresa de headhunter foi que o mercado continua contratando mais homens: as mulheres ocuparam somente 14% dos cargos, enquanto a remuneração feminina está em média 15% menor que a dos homens, mesmo que os dois tenham funções e experiências similares. Já para 2014, a pesquisa indica que as eleições e a Copa do Mundo devem movimentar a economia, sendo que o setor de serviços terá uma demanda maior de profissionais em todas as áreas. Robert Linder/Stock.Xchng Cresce o número de transações sem uso de dinheiro vivo Os últimos dados do Relatório Mundial sobre Pagamentos 2013, publicado pela Capgemini e pela The Royal Bank of Scotland Group (RBS), apontam que o volume global dos pagamentos realizados sem o uso de dinheiro vivo atingiu a marca de 333 milhões de transações em 2012, após crescimento de 8,8% em Na América Latina, o crescimento foi de 14,4%. Cartões de débito e crédito são as formas mais usadas para esse tipo de pagamento. A utilização de cartões de débito cresceu 15,8%, enquanto o uso cartão de crédito obteve aumento de 12,3%, ainda acima de pagamentos online e móveis. Miguel Ugalde/Stock.Xchng marcas mais valorizadas em 2013 O relatório anual da consultoria de branding Interbrand apontou a Hering como a marca brasileira mais valorizada em Com crescimento de 58%, a marca foi avaliada em R$ 616 milhões. A Casas Bahia, com aumento de 42%, ficou em segundo lugar, valendo 993 milhões. Em terceiro lugar, também com 42%, está a Brahma, estimada em R$ 7,2 bilhões. Cielo (35%), Antarctica (29%), Totvs (29%), Ponto Frio (28%), Vivo (24%), Havaianas (23%) e Oi (19%) completam a lista das dez marcas que mais cresceram no ano..com videoteca Na página do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac você sempre encontra vídeos com diferentes consultores da entidade, a respeito dos assuntos de maior destaque na economia gaúcha e nacional. Neste, o consultor político da Fecomércio-RS, Rodrigo Giacomet, faz uma análise referente à minirreforma eleitoral. Não deixe de acessar! 11

12 sustentabilidade Além do meio ambiente N ão basta mais apenas focar no ecossistema. Produzir impacto econômico e social positivo agora faz parte da missão das organizações comprometidas com a sustentabilidade. Essa ideia não é original, mas deve se tornar onipresente em 2014 Produzir sem garantir a manutenção dos recursos naturais deixou de ser viável há muito tempo. No cenário atual, a incorporação da sustentabilidade aos modelos de negócio é uma exigência para que a empresa se mantenha competitiva. Para 2014, a novidade é que não basta apenas ser responsável com o meio ambiente. Lúcia Simon 12

13 Professor da Unisinos, Rafael Teixeira explica que a alteração do conceito de sustentabilidade é um processo iniciado na década passada e acelerado após a crise de Hoje, além do ecossistema também são considerados os impactos econômicos e, principalmente, sociais. De nada adianta uma empresa ter um excelente desempenho em um determinado período se leva a economia a entrar em recessão. Seria apenas questão de tempo para essa companhia ser afetada, argumenta o especialista. Esse entendimento é conhecido como triple bottom line (no Brasil, também chamado de tripé da sustentabilidade). As organizações que, ao longo do ano, não despertarem para a necessidade de medir o impacto de suas práticas correm o risco de ficar para trás. As empresas precisam vincular o plano de responsabilidade social com o planejamento estratégico para manter um crescimento contínuo e, ao mesmo tempo, sustentável. Para isso, devem mapear e entender o impacto da sua produção sobre diferentes grupos, orienta Teixeira. Quem saiu na frente já colhe os resultados. É o caso da AES Sul, companhia responsável pela distribuição de energia elétrica a 118 municípios da região Centro-Oeste do Estado. Há dois anos, todos os processos internos da firma foram adequados ao triple bottom line. A decisão dá perenidade ao nosso negócio, alinhando as ações na mesma direção, reflete o diretor-geral da empresa, Antônio Carlos de Oliveira. Temos necessidade de atender aos interesses dos acionistas, dos colaboradores, dos clientes, do órgão regulador e do fornecedor. Sustentabilidade é chegar a um equilíbrio entre todas as partes, de modo a garantir a sobrevivência do negócio, completa. A filosofia de conciliar interesses distintos permanece para Para equilibrar os custos, a AES Sul se esforça para localizar e legalizar os usuários clandestinos (causadores de perdas). O incentivo ao consumo responsável, por sua vez, é realizado através de campanhas educativas e da doação de lâmpadas mais econômicas e refrigeradores com selo Procel a famílias de baixa renda. Entretanto, o principal investimento para o ano será em tecnologia. Entre 30 e 40 mil postes de madeira serão trocados por concreto nos próximos cinco anos, reduzindo o impacto ambiental. A mudança chegou também aos postes de transmissão: o aço e o concreto saem de cena, substituídos pela fibra de vidro, mais flexível, econômica e durável. Menos dependência Para quem trabalha diretamente com sustentabilidade, 2014 se inicia com expectativa de bons negócios. Será o melhor ano da nossa história, acredita João Manuel Feijó, sóciodiretor da Ecotelhado Soluções em Infraestrutura Verde. O otimismo é baseado na atenção, cada vez maior, das empresas aos processos produtivos mais limpos, essenciais para a obtenção de certificados como o ISO A verdade é que a preocupação ambiental, para ser efetiva, precisa ser acompanhada da social e econômica, o que a torna, assim, uma preocupação sustentável, destaca o empresário. Entre as mais fortes tendências está a transformação, pelas empresas, de suas sedes em espaços autossustentáveis. O tratamento e o reaproveitamento da água para fins não potáveis e a produção de energia renovável são os exemplos mais comuns. Para 2014, Feijó aposta na popularização dos telhados verdes, capazes de auxiliar no conforto térmico do ambiente, na economia de energia e na redução da poluição do ar. Esse pensamento está alinhado com o pensamento de Rafael Teixeira: Mais importante do que as ideias é que as organizações coloquem em prática os conceitos de responsabilidade ambiental. Então, é hora de ação! O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE Entenda como funciona: Meio ambiente: toda atividade econômica causa um impacto. A tarefa é amenizar e compensar qualquer dano. Empresa: o lucro é o objetivo final da empresa, deve ser obtido sem prejudicar a natureza, outras empresas e clientes Sociedade: vai do tratamento aos colaboradores até os efeitos causados pela empresa nas comunidades 13

14 10 passos Para reter talentos Funcionários motivados retenção de talentos envolve uma gama de estratégias que vão muito além da remuneração. A empresa como um todo deve oferecer estímulos para que o Abom funcionário queira entrar e permanecer Conheça seus funcionários O mapeamento do perfil dos colaboradores ou dos candidatos em processo de seleção é crucial para a empresa conhecer as necessidades e os valores pessoais de cada um. Assim, poderá analisar se a realidade da organização se encaixa nas aspirações do empregado. A responsabilidade não é só do contratante: cabe ao candidato analisar se a vaga alinha-se com o que ele sonha para sua carreira,diz a psicóloga Adriana Oswald, diretora da Humaniza DH. 1 2 Remunere de forma compatível Pagar um salário compatível ou maior do que o oferecido pela concorrência continua sendo uma das principais medidas para manter os talentos dentro na empresa, embora outros fatores estejam ganhando mais importância nas escolhas. O bom emprego proporciona ao colaborador a capacidade de suprir suas necessidades básicas de alimentação, vestuário, habitação e lazer. 14

15 Proporcione benefícios flexíveis Dar ao funcionário a possibilidade de escolha sobre o que fará parte do seu pacote de vantagens é uma das inovações que os setores de recursos humanos estão aplicando em muitas empresas. A adoção desse modelo de gestão cria um diferencial e demonstra uma aposta no futuro, embora os desafios burocráticos internos sejam grandes, explica Adriana. O trabalhador acaba percebendo mais o quanto é investido nele. 3 4 Premie o ótimo desempenho Trata-se de um dos mais potentes estímulos à produção e à inovação, pois o funcionário talentoso reconhece que seu trabalho será recompensado. Exige menos burocracia e é adaptável a cada operação. A empresa, todavia, precisa estabelecer metas factíveis e processos gerenciais isentos para avaliação da performance individual.também permite uma autoavaliação de cada pessoa. Pesquisa De clima organizacional Instrumento de gestão moderno que analisa as condições de trabalho e a relação entre colegas e chefia. Pode detectar problemas e colaboradores tóxicos, bem como mostrar processos a serem aprimorados. Funciona muito bem, se existe um comitê responsável por transformar seus resultados em ações de melhoria, afirma a psicóloga Adriana. Ambientes saudáveis, pautados por valores como respeito e confiança, criam equipes orgulhosas e dispostas a realizar e inovar. 5 6 Estabeleça perspectivas de crescimento Ter perspectiva de crescimento ao ingressar numa empresa é, sem dúvida, fator decisivo para a permanência do funcionário no emprego. Muitas empresas instituem planos de carreira como forma de estimularem a produção e a qualificação de suas equipes. Recomendamos uma aliança entre cargos e salários, de modo que os degraus a subir sejam perceptíveis, avalia a especialista em gestão de pessoas. 15

16 10 passos Para reter talentos Ofereça treinamentos e cursos Não é segredo que o déficit de capacitação é um dos principais gargalos do mercado de trabalho atual. Quem investe no aprendizado do colaborador demonstra interesse no desenvolvimento de suas habilidades e revela comprometimento. Cria-se também uma contrapartida no beneficiado, impelido a retribuir o favor concedido pela empresa, utilizando os novos conhecimentos em sua atividade diária, para melhorar o desempenho geral e a lucratividade. 7 8 Dê feedback Reconheça os funcionários pela sua participação no sucesso do negócio e saiba como promover mudanças de rumos. O reconhecimento não é só monetário. É preciso deixar claro que a pessoa é útil e necessária. Na prática, geralmente as empresas não sabem dar o feedback, e tampouco os funcionários estão preparados para recebê-lo quando não lhes é favorável. É preciso maturidade, comenta Adriana Oswald. Desenvolva novos desafios O funcionário talentoso vive de desafios. Ele não quer ser retido ou permanecer em rotinas monótonas, mas ser provocado a sair da zona de conforto, a desenvolver-se. Cabe ao gestor criar ambiente propício para que ele se sinta motivado a explorar seu potencial. Novas metas e mudanças costumam não ser bem recebidas, mas refletem a confiança na capacidade de um indivíduo ou equipe. Não raro, surgem competências ou habilidades que antes estavam adormecidas nas pessoas Possibilidade de equilíbrio entre vida profissional e pessoal As pessoas estão em busca de qualidade de vida, procuram oportunidades que lhes permitam conciliar interesses corporativos e pessoais. Pessoas produtivas, motivadas e engajadas estão bem física, emocional e socialmente. A adoção da jornada móvel, por exemplo, estabelece uma parceria entre empregador e funcionário. 16

17 opinião Foco no cliente não tem data de validade O setor de consumo continua a enfrentar constantes mudanças no cenário mundial. Vivemos um período de instabilidade nas economias e constante mudança nos hábitos de consumo, criando preocupações e oportunidades de se diferenciar no segmento. Segundo a recente pesquisa intitulada Consumer Executive Top of Mind 2013 (Executivo do setor de consumo), realizada em conjunto pela KPMG internacional e o Consumer Goods Forum (CGF), um em cada cinco executivos do setor elege a economia e as demandas dos consumidores como a principal preocupação em 2013, e mais de 40% colocam esse item como um dos três mais importantes em suas agendas. Olhando para o Brasil, quando analisadas as expectativas de crescimento nas vendas para os próximos dois anos, o empresariado está otimista: 44% dos executivos acreditam que aumentarão, e apenas 6% não creem nessa possibilidade. Apesar das turbulências dos últimos anos, o país apresenta um cenário de crescimento e, com ele, mais pressão para as empresas contratarem e manterem talentos e pessoal especializado e encontrarem formas mais sustentáveis de gerir seus negócios. Para capturar a importante atenção do consumidor em meio à feroz competição, as empresas de varejo buscam formas de diferenciação e perpetuidade, sendo que muitos voltam seus olhos para capitalizar seu comércio por intermédio da internet e dispositivos móveis, dentre eles smartphones e tablets. A aceitação crescente da web como um meio de compras torna-se um desafio e uma oportunidade para os varejistas. Ao compreender e alavancar o poder das mídias digitais e sociais, as empresas podem integrar suas estratégias online a suas vendas, possibilitando maximizar retornos financeiros. Hoje, o consumidor, além de mais esclarecido e antenado, possui recursos tecnológicos que o ajudam a comparar preços e qualidade, em tempo praticamente real, e a influenciar sua rede de contatos e o mercado. Como resultado dessa nova realidade do mercado, os consumidores estão exigindo mais de tudo. Estas expectativas, juntamente com o aumento dos preços dos insumos, cadeias de suprimentos e regulação complexas e concorrência, criam diversos desafios no caminho do crescimento sustentável das empresas. O mundo do varejo está sempre oscilando devido à evolução da tecnologia e alterações econômicas, demográficas e etárias. Ter bons produtos e custos baixos com um foco constante no cliente é prática crucial e sem data de validade. O velho ditado de que o cliente tem sempre razão é, mais do que nunca, uma verdade incontestável! Divulgação/KPMG 103 Paulo Ferezin Diretor da KPMG e líder para a área de Varejo 17

18 entrevista Ricardo Pereira 18

19 Fotos: Lúcia Simon Um exercício de cidadania l fala ançado em agosto de 2012, o Programa da Nota Fiscal Gaúcha (NFG) tem como objetivo principal o combate à concorrência desleal. O subsecretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Ricardo Pereira, sobre como isso está sendo feito Quais as principais conquistas da NFG desde sua implementação? É um programa de cidadania, que estimula o cidadão a pedir nota e também a exercer a solidariedade, apoiando entidades sociais. Desde que o implementamos, estamos com 876 mil cidadãos cadastrados e com 100% dos estabelecimentos varejistas obrigados a emitir a NFG, que é a nota fiscal emitida com o CPF e transmitida para a Secretaria da Fazenda. Conseguimos grande visibilidade do programa, inclusive com o benefício do IPVA. Criamos junto ao programa da NFG um conceito de bom cidadão, que é aquele que participa do programa e, com isso, ganha um desconto diferenciado no IPVA pagando antecipadamente. Em 2014 devemos ampliar esse beneficio. E, mais do que isso, temos notado uma redução significativa da informalidade, que é um dos grandes objetivos que trabalhamos com o Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac: diminuir essa concorrência desleal que acontece quando um contribuinte não dá nota e outro sim. Isso cria um ambiente concorrencial desleal, e prejudica a economia como um todo; e temos visto pelos nossos números um grande incremento na emissão de notas fiscais. Qual tem sido o principal desafio com relação à iniciativa? Um grande desafio é o programa ser massificado. Sempre existe algum tipo de receio ou resistência por parte do consumidor em fornecer o CPF. E essa massificação, estamos falando em ter no mínimo alguns milhões de cidadãos cadastrados, precisa ser gerenciada. O desafio de tornar a NFG conhecida e fazer com que, além disso, o programa crie um sistema de atratividade constante. Ou seja, criar uma espécie de programa de benefícios em que se consiga passar ao cidadão essa vontade de estar sempre participando do programa, fidelizá-lo. No fundo, é o que o comércio trabalha e é o que temos que traba- 19

20 entrevista Ricardo Pereira lhar também: a fidelização do cidadão, daquele que vai pedir nota sempre em cada operação. Esse é o nosso grande objetivo, fazer com que pedir nota e participar do programa sejam um hábito. Ajuda a sociedade e a economia também. E o que está sendo feito em nome disso? Estamos trabalhando muito com a comunicação. Criamos alguns instrumentos, como a própria fan page no Facebook. Estamos pensando em uma série de estímulos de participação, fazer com que o cidadão participe voluntariamente de algumas ações vinculadas à NFG e, com isso, ele venha a ser premiado com algum tipo de bonificação. Criar uma série de atrativos para que ele possa sempre estar interessado em participar, além dos prêmios em dinheiro. Temos o prêmio de R$ 1 milhão e queremos fazer com que os prêmios sejam de menor valor para que se possa aumentar a quantidade de pessoas atingidas pelo programa. Estamos com essas frentes, e sempre querendo criar um programa de atrações. Para o comércio, nosso grande objetivo é fazer com que o cidadão prefira comprar em estabelecimentos regulares com o fisco, que emitam nota; e para o estabelecimento é importante criar essa fidelização com o cliente. Como está sendo a adesão dos gaúchos e das empresas ao programa? A adesão tem sido bem positiva. Comparamos o programa ao de São Paulo (Nota Fiscal Paulista) e Estamos com um crescimento de adesões proporcional ao estado de São Paulo. Outra questão que estamos trabalhando é que o próprio programa da NFG acabará sendo porta de entrada para outros programas do Governo do Estado, ou do Estado como um todo, como os programas de participação popular. Estamos ampliando a visibilidade da NFG para outros setores dentro do Estado, e que atinja outros tipos de comunidade também, outros tipos de relação. Quais são as metas do programa para 2014? Queremos começar o ano com um milhão de cidadãos cadastrados. Gostaríamos de ter uma visibilidade maior do programa em todo o comércio varejista, é importante a participação do varejo. O grande objetivo é que todo cidadão no Rio Grande do Sul conheça, saiba que existe o programa da NFG e que peça nota fiscal. Esse é o grande objetivo para 2014: consolidar o programa e fazer com que todo cidadão gaúcho conheça o O grande objetivo é que todo cidadão no Rio Grande do Sul conheça, saiba que existe o programa da NFG e que peça nota fiscal. programa da NFG. Em 2013 o desconto do IPVA do bom cidadão foi só na antecipação e provavelmente em 2014 o desconto será exclusivo para quem participar da NFG. Então, casar esses elementos: IPVA com NFG e com outros programas para estimular a participação e consolidação do programa. Os economistas preveem um ano de crescimento econômico desacelerado, tanto no Estado quanto no Brasil. Isso deve impactar no programa? Não. O programa tem independentemente de como a economia vai se comportar um estímulo que é o objetivo, que é incentivar o cidadão a pedir nota. E isso não vai mudar. Em primeiro lugar, porque todo o comércio deve emitir nota fiscal; e em segundo porque é a participação do cidadão que fará a diferença. O programa depende de mídia, prêmios, da participação das entidades sociais, que são um pilar importante porque mobilizam a comunidade em volta delas. Além de 20

21 ser um programa que estimula o combate à informalidade, ele estimula a solidariedade, pela participação das entidades sociais, pelo interesse do cidadão em conhecer o trabalho de uma entidade social, seja uma creche, um hospital. O que é a Cidadania Fiscal? É um direito do cidadão em pedir a nota. É um direito de ele ter a nota fiscal e é uma obrigação da empresa não só do ponto de vista fiscal, mas também do ponto de vista do direito do consumidor. A cidadania fiscal é justamente isso: fazer com que o cidadão se conscientize da importância de pedir a nota, de ele conhecer de onde vêm esses recursos, para onde vão, onde são aplicados. Abrimos uma porta para o cidadão para que ele veja esses números, saiba onde está sendo aplicado e a partir daí ele ter um pouco mais de consciência e responsabilidade com a sociedade como um todo. Essa é a ideia da cidadania fiscal: o exercício de um direito. mídia, para divulgar nas rádios locais, na imprensa local. Uma ação importante que estamos fazendo é o município se apropriar. Já temos a parceria com alguns por meio dos programas de educação fiscal. No programa de educação fiscal que temos com a Receita Federal, com a Receita Estadual e com os municípios, colocamos essa temática que é o estímulo à emissão de nota fiscal, e então as cidades têm condições de implantar os seus programas. Temos vários municípios no Estado que já têm programas de incentivo; acreditamos que, facilitando esse processo, conseguiremos atrair mais cidades. A divulgação não pode ficar só no âmbito do Estado, também tem que capilarizar com os municípios. E acreditamos que com o Programa Nacional de Educação Fiscal, com o Programa de Integração Tributária, Estado e municípios, conseguiremos fazer com que se capilarize nos municípios também o Programa da Nota Fiscal Gaúcha. Um dos objetivos do programa é combater a concorrência desleal. O que está sendo feito em busca desse objetivo? Primeiramente, temos que considerar que, no varejo, estamos falando de 220 mil estabelecimentos. Hoje, na estrutura de fiscalização do Estado temos em torno de 450 fiscais; é impossível prever uma fiscalização que seja massiva. Então a estratégia é fazer com que o cidadão participe e que ele seja um fiscal; que ele peça a nota e ajude no processo de combate à sonegação. Por isso estamos estimulando que o cidadão peça a nota. E se acontecer o caso de não dar a nota, o cidadão tem algumas possibilidades de denunciar. Ele entra no site da NFG e pode denunciar que aquele estabelecimento não está dando nota. E nós estamos acumulando todas as denúncias, as quais são classificadas. Se um estabelecimento estiver recebendo uma série de reclamações, em função disso direcionaremos mais cirurgicamente a nossa equipe de fiscalização para poder fazer uma ação. A participação do cidadão nos ajuda inclusive a direcionar o trabalho da fiscalização para ir diretamente àqueles pontos onde tem maior problema de sonegação, de informalidade. O cidadão, além de pedir a nota, está sendo um grande aliado do fisco. Para o comércio, nosso objetivo é fazer com que o cidadão prefira comprar em estabelecimentos regulares com o fisco, que emitam nota. Como está sendo feito o trabalho de implementação do programa pelo interior do Estado? Temos a questão de conseguirmos chegar com a nossa imprensa, com a nossa 21

22 Neusa Luz/Prefeitura Municipal de Torres regiões Litoral Norte Muito além do verão 22 Praia é sinônimo de férias, certo? A resposta correta é: também. Para muitos gaúchos, em especial no verão, o litoral é o destino para T orres, Osório, Tramandaí, Capão os tão sonhados dias de descanso à beira-mar, sem horário para nada e com a importante missão de descansar. da Canoa, Imbé, Xangri-lá. O litoral No entanto, a região também é propícia para quem busca crescer no comércio de bens e serviços. Nas praias do litoral Norte do Rio Grande do Sul é destino norte, os consumidores aquecem as vendas de empreendimentos com focos variados: confecção, calçados, salões de de muitos veranistas durante a alta beleza e restaurantes, entre outros. temporada. Mais que um lugar Em Torres, cerca de 200 km distante de Porto Alegre, para férias, a região mantém um o sócio-proprietário da Vitória Ótica e Relojoaria, Rodolfo Maciel Vitoreti, vê no comércio um grande empregador no comércio pujante município. É o que gera nossa economia, pois não temos grandes indústrias. Temos muitas fábricas de móveis, mas não grandes indústrias, revela. O estabelecimento começou sua história no comércio torrense em 1967, ano em que foi fundada pelo pai de Rodolfo. Hoje, a segunda geração administra a empresa familiar. Vitoreti acredita que o comércio foi um grande impulsionador da cidade. Trabalho aqui há 21 anos, vi a cidade crescer num todo, junto com as lojas que começaram a vir, como os grandes magazines, por

23 Em Torres, o comércio é um importante impulso para a economia local exemplo, conta o empresário, para quem a cidade não fica devendo em termos de comércio e serviços. Faltam, no entanto, mais opções de lazer, como um cinema. Poderia ter mais organização para passeios turísticos e pracinhas bem montadas para as crianças brincarem. Comércio sazonal Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro registram um movimento fora do comum no comércio das praias. As compras para as festas de final de ano, como o Natal e o Réveillon, somadas aos meses de veraneio, alegram todo o mercado litorâneo. É no inverno, entretanto, que se instalam os desafios. Temos um movimento no inverno porque a cidade, apesar de ser pequena, tem um bom número de habitantes, explica Rodolfo Maciel Vitoreti, referindo-se aos 36,5 mil torrenses. Sentimos o impacto da baixa temporada, então fazemos um investimento um pouco menor para não correr o risco de sobrar muito estoque, caso o movimento seja um pouco mais fraco. Ainda assim, por não trabalhar com uma mercadoria com prazo de validade, a ótica tem vantagem sobre o comércio de roupas, por exemplo, que lida mais diretamente com a questão da sazonalidade. A expectativa para 2014, segundo Vitoreti, é positiva. Os investimentos na construção civil representam mais oportunidades de emprego e, portanto, melhores condições para o consumo, alimentando um círculo vitorioso que inclui o comércio local. A capital das praias Mais próxima à capital gaúcha são 118 km, Tramandaí é conhecida como a capital das praias. Lá está a loja da Monbelo Calçados, cuja matriz fica em Santo Antônio da Patrulha. A principal característica que observo no comércio de Tramandaí é a reestruturação do mesmo em vários segmentos, decorrente da grande concorrência, conta o supervisor das lojas Monbelo em Tramandaí e Capão da Canoa, Cristiano Agliard Migliavacca. A disputa pelo consumidor fez o comerciante criar várias estratégias de vendas, não deixando apenas para o verão, quando temos maior número de pessoas consumindo, mas se preocupando o ano todo, procurando sempre maiores resultados, acrescenta. O comércio local enfrenta a sazonalidade com apoio do próprio calendário tramandaiense, que realiza anualmente a já tradicional Festa do Peixe, que ocorre no inverno. O evento traz muitas pessoas, não deixando o município dependente apenas dos meses de calor, reconhece Migliavacca. Voltada ao público feminino, a Monbelo abrange as classes A, B e C, sendo 80% das mulheres entre 18 e 40 anos e 20% nas demais faixas etárias. O fato de estar presente na capital das praias é de grande representatividade para a empresa, que também aposta em divulgações na mídia impressa, além de televisão e rádio. A expectativa para 2014 é superar em 20% as vendas do verão de As expectativas são sempre as melhores possíveis, confia Migliavacca. Em Tramandaí, a alta temporada no verão e a Festa do Peixe no inverno garantem movimento o ano inteiro Sonia Brusius/Divulgação 23

24 TURISMO Rota alternativa A A jornalista Alice Moura nunca gostou de se sentir turista em suas viagens. Em vez de ônibus de excursão, ela preferia lugares em que um amigo ou criatividade vem se tornando conhecido local pudesse apresentar o dia a dia da região. Morando na Europa, ela mesma começou a exercer a um importante ativo em atrações função de guia informal. Foi daí que surgiu o Rent a Local turísticas. Cada vez mais, a ideia Friend. A plataforma online faz a ponte entre viajantes e moradores de cidades ao redor do mundo. Quem contrata o é diferenciar-se e proporcionar serviço ganha um amigo local por um dia e tem a chance experiências semelhantes às dos de fazer passeios fora dos roteiros tradicionais. As atividades vão de acordo com o perfil do cliente. Pode moradores locais ser uma ida a uma feira que acontece num dia específico, ao Lúcia Simon 24

25 barzinho frequentado pelos habitantes de um bairro, a um ponto inusitado da cidade. A ideia é viver a experiência de quem mora lá. Atualmente, 320 pessoas comunicativas e apaixonadas pelo local onde vivem estão cadastradas no site. É por meio delas que gente de todos os continentes pode vivenciar um turismo intermediário entre o mochilão e serviços mais luxuosos e personalizados, define Alice, hoje residente no Rio de Janeiro. O valor do turismo Conhecer uma cidade por meio dos olhos dos habitantes locais e vivenciar experiências comuns à região é a base do chamado Turismo Criativo. A ideia está atrelada ao conceito de Economia Criativa. É um resgate da criatividade humana como maior ativo da Economia, explica Ana Carla Fonseca, economista e consultora internacional da ONU no assunto. A reserva de valor é intangível. É um conhecimento, uma linguagem artística ou um patrimônio da diversidade cultural, mas um bem que, após um processo, vai gerar riqueza e qualidade de vida, afirma Lala Deheinzelin, consultora em Economia Criativa. Numa época em que produtos e serviços têm se tornado cada vez mais parecidos, a saída é brigar por valor agregado. A busca por uma arquitetura verde, sustentável, traz impactos para a construção civil, que muda seus modos de produção. A indústria da moda começa a dar destaque para fibras naturais e produção artesanal, estimulando pequenos produtores. Um setor se soma ao outro, trazendo soluções inovadoras. Com isso, a competição pelo preço baixo deixa de ser tão importante e empresas de diferentes portes conseguem disputar espaço no mercado em pé de igualdade. No caso do turismo, o objetivo é proporcionar experiências únicas. Das peculiaridades gastronômicas às belezas naturais, qualquer característica da região pode ser um atrativo. Surgem novas propostas de negócio: um presídio desativado pode virar hotel, como acontece em cidades da Europa, e comida caseira se torna iguaria para um paladar estrangeiro. O desafio é aproveitar os patrimônios histórico, arquitetônico ou cultural já existentes. Os bens intangíveis são infinitos. Eles não só não se consomem como se multiplicam com o uso, aponta Lala. Se o ativo principal é a criatividade, não importa o tamanho do empreendimento. Quando se briga por diferenciação, não massificação, não é necessário grande capital de investimento, lembra Ana Carla. Porém, a economista alerta que políticas públicas não costumam ser inovadoras. É importante, então, trabalhar em rede e formar alianças não só com empresas da categoria, mas com setores afins. O turista não vai ao local por uma única oferta, mas por um ecossistema que funciona ali. Exemplo gaúcho Porto Alegre é pioneira em Turismo Criativo na América do Sul. Desde outubro do ano passado, a capital gaúcha conta com um programa de oficinas formatadas para turistas. É uma oferta de experiências de aprendizagem de conteúdos locais, resume Luiz Fernando Moraes, secretário de turismo da cidade. Os cursos de curta duração e, preferencialmente, em língua estrangeira vão da tradição gaúcha à cultura contemporânea. Há aulas de artesanato e workshops sobre a história do chimarrão, com direito a degustação da bebida. A diferença é que a pessoa é protagonista do processo. Na oficina de churrasco, ela aprende o corte, espeta a carne e a põe no fogo, comenta Moraes. O secretário destaca que, por meio da iniciativa, há uma relação de troca muito mais intensa entre viajantes e porto- -alegrenses. Antes, o turista só tinha contato com o artesão na banca, na hora da compra, recorda. Assim, valorizando-se as potencialidades locais, o consumo pode ser estimulado de uma nova forma. O intangível é o que terá valor no futuro, frisa Lala Deheinzelin. Conheça mais O site traz informações sobre oficinas oferecidas para turistas. Também é possível tirar dúvidas sobre o Turismo Criativo e propor atividades dentro do escopo do programa, na capital gaúcha. Já o portal da Creative Tourism Network (www. creativetourismnetwork.org) agrega notícias sobre cidades criativas ao redor do mundo. França, Espanha, Tailândia e Guatemala possuem iniciativas do gênero. Porto Alegre é a primeira cidade brasileira a aderir à rede. 25

26 especial Planejamento Metas para 2014 arnaval, Copa do Mundo, eleições: há quem diga que o ano já acabou antes mesmo de começar. Não se engane. Os eventos atípicos podem ser tanto obstáculos quanto oportunidades, basta Cse planejar. Quem fizer isso sai na frente Imagina na Copa, dizem os brasileiros insatisfeitos com algum serviço. Pois não há muito mais o que imaginar. O país está a cinco meses de sediar o mundial de futebol. Além disso, é ano de eleições e, durante as campanhas, investimentos ou rumos da Economia são assuntos incertos. Acontecimentos como esses tornam 2014 texto Rafael Tourinho Raymundo um ano atípico logo, é preciso ter foco e preparar-se para imagem de abertura Lúcia Simon o que vem por aí. Maior do ramo 26 A Egali Intercâmbio tem um objetivo nada modesto para 2014: ser a maior rede deste segmento no Brasil. Para isso,