Consciência Fonológica e Aquisição do Sistema de Escrita: descortinando mitos e preconceitos
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- Osvaldo Leandro Belo Sabala
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1 Consciência Fonológica e Aquisição do Sistema de Escrita: descortinando mitos e preconceitos E.E. Professora Nidelse Martins de Almeida. Sala 10 / Sessão 1 Professor(es) Apresentador(es): Marinalva Laurindo dos Santos Pires Alex Silvio Moraes Realização:
2 Foco Propiciar uma alfabetização de qualidade aos alunos de nossa escola, por meio de uma prática pedagógica baseada nas evidências científicas (das áreas da Linguagem, Fonoaudiologia, Neurociência Aplicada à Educação) que consideram a relevância da consciência fonológica para o aprendizado da leitura e escrita.
3 Contexto de Aplicação Características da Escola Atende crianças do Ciclo de Alfabetização e Intermediário (1º ao 5º ano), em dois períodos diurnos. Possui uma clientela de 1070 alunos, sendo que 90% destes ingressam no 1º ano, oriundos de préescolas municipais. Os 10% restantes são alunos que ingressam sem terem frequentado a Educação Infantil e/ou ficam em trânsito entre o Nordeste e outras comunidades. Ano/ Período da Educação De fevereiro de 2015 a agosto de 2015.
4 Contexto de Aplicação Condições Socioeconômicas Cerca de 98% dos alunos moram no próprio bairro, que é constituído em sua grande maioria por famílias de migrantes nordestinos e localiza-se numa área periférica do município de Carapicuíba. A região possui alto índice de vulnerabilidade social e o nível socioeconômico é baixo. Menos de 1% dos alunos tem acesso a jornal impresso fora da escola, apenas 2% têm acesso a revistas de atualidades, 58% têm acesso a gibis e ou revistas de recreação, 38% têm livros de literatura infantil, 81% têm livros diversos (dados do PPP). Público Alvo - 28 alunos de uma turma de 1º ano, ingressantes no Ensino Fundamental e provenientes de pré-escolas municipais. Todos com diferentes conhecimentos prévios sobre a língua escrita, porém sem o domínio do sistema de escrita alfabético do português.
5 Justificativa As pesquisas científicas evidenciam uma estreita relação entre alfabetização e consciência fonológica, na medida em que crianças que têm consciência de que os sons que compõem uma Língua avançam de maneira mais rápida e eficaz na aquisição da base alfabética. Neste sentido, a relevância deste projeto justifica-se pelo fato de que quando o docente desenvolve um trabalho relacionado à consciência fonológica, os alunos aprendem todos ao mesmo tempo e incidência de alunos que fracassam na alfabetização diminui bastante, tornando o aprendizado um sucesso.
6 Objetivo Geral: Desenvolver a consciência fonológica e seus diferentes níveis (fonêmica, silábica e intra-silábica) em todas as crianças de uma turma de 1º ano, de forma a ajudá-las a terem sucesso em sua alfabetização. Específicos: - Focar a atenção das crianças para a estrutura sonora das palavras através de rimas; - Construir, aprimorar e consolidar a consciência das palavras e das frases, de forma a perceber que estas podem ter diferentes tamanhos e estruturas; - Perceber que as palavras podem ser divididas em partes menores, ou seja, as sílabas, através de processos de análise e síntese; - Manipular os fonemas da nossa língua, por meio, de atividades de análise e reflexão: som inicial, som final, acréscimo de fonemas, aliterações. - Segmentar palavras em sons individuais, associando a articulação de um dado fonema com o seu respectivo som.
7 Desenvolvimento/ Metodologia Estratégias e Atividades: O trabalho realizado contou com as seguintes estratégias didáticas: A partir de parlendas, cantigas e quadrinhas trabalhamos rimas; Trabalho com atenção auditiva, brincando de adivinhar diferentes sons; Leitura do alfabeto, dizendo nome da letra e som; Escrita coletiva de listas de palavras, atentando para o número de sílabas; Jogos no computador de consciência de palavra, sílaba e fonema, rimas; Escrita coletiva de parlendas; Reescrita coletiva de um trecho de contos de fadas.
8 Desenvolvimento/ Metodologia Habilidades/ Conteúdos Segmentar palavras partindo destas como um todo, passando pelas sílabas e chegando ao nível dos fonemas; Constatar que as diferentes palavras constituemse a partir da combinação dos fonemas; Compreender que para cada fonema existe, no mínimo, uma letra para representar; Entender que para poder escrever uma palavra precisamos analisar sua estrutura sonora; Compreender que para ler deve-se atribuir às letras os sons que elas representam, unir os fonemas em sílabas, e as sílabas em palavras (rota fonológica X rota lexical).
9 Desenvolvimento/ Metodologia Etapas Quando o professor considera a importância da consciência fonológica na alfabetização, seu trabalho cotidiano com os alunos não pode ter uma estrutura rígida de etapas. Na verdade, todas as atividades devem ser desenvolvidas simultaneamente porque a todo momento em que exista a escrita há a análise e síntese de fonemas, ou seja, a sua manipulação. Isto pressupõe a relevância do professor ter o domínio teórico e prático dos conhecimentos necessários ao trabalho com a consciência fonológica.
10 Recursos Utilizados Alfabeto na parede contendo além das diferentes grafias de cada letra, uma imagem da boquinha de cada fonema (representação fonovisuoarticulatória); CDs contendo diferentes tipos de sons (da natureza, buzina, trem...); Vídeos para a identificação dos fonemas, isoladamente e no contexto das palavras ; Jogos no computador que auxiliem na manipulação dos fonemas e na análise e síntese de diferentes tipos de sons; Jogos do Pnaic; Atividades organizadas pela professora.
11 Resultados SONDAGEM DO NÍVEL DE ESCRITA ACOMPANHAMENTO NÍVEL DE ESCRITA SONDAGEM DIAGNÓSTICA (04/03) ÚLTIMA SONDAGEM 09/15 PRÉ SILÁBICA SILÁBICA SEM VALOR SONORO SILÁBICA COM VALOR SONORO SILÁBICA ALFABÉTICA ALFABÉTICA 1 20
12 Conclusões Podemos definir consciência fonológica como: 1. Consciência fonológica é a habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem. Nascimento, A consciência fonológica pode ser entendida como um conjunto de habilidades que vão desde a simples percepção global do tamanho da palavra e de semelhanças fonológicas entre as palavras até a manipulação de sílabas e fonemas. Bryant e Bradley, 1985
13 Conclusões Podemos definir consciência fonológica como:... Refere se tanto a consciência de que a fala pode ser segmentada quanto a habilidade de manipular tais segmentos, e se desenvolve à medida que a criança vai tomando consciência do sistema sonoro da língua, ou seja, de palavras, sílabas e fonemas como unidades identificáveis. Capovilla & Capovilla, 2000
14 Conclusões Podemos definir consciência fonológica como: Definição dopnaic... É um vasto conjunto de habilidades que nos permitem refletir sobre as partes sonoras das palavras... Além de usarmos as palavras para nos comunicar, podemos assumir diante delas uma atitude metacognitiva, refletindo sobre sua dimensão sonora... Quando reflete sobre os segmentos das palavras, a pessoa está pondo em ação a consciência fonológica. Ano 1, Unidade 3, páginas 20 e 21.
15 Conclusões Mitos e Preconceitos: 1.Suposição errônea de que o trabalho com a consciência fonológica supõe uma volta ao trabalho com o método fônico ou com as cartilhas; 2. Consciência Fonológica e Método Fônico não são a mesma coisa; 3. De fato, teoricamente os fonemas, por serem abstratos, não podem ser produzidos, pois não soam. Mas, o que pode ser reproduzido, são os fones que se apoiam na articulação e na pronúncia para serem produzidos, possibilitando assim uma reflexão metalinguística sobre os fonemas; 4. Mito: Pesquisas revelam que a capacidade de segmentar os elementos subsilábicos (menores que a sílaba) só acontece depois da alfabetização; Na verdade, a capacidade de decompor palavras em sons (sejam eles menores ou maiores que as sílabas) é exatamente a habilidade que promove a leitura bem sucedida no primeiro ano (Wagner, Torgesen e Rashotte, 1994). 5. Volta ao período de prontidão,
16 Conclusões 1. Muitas das dificuldades que as crianças apresentam durante o processo de alfabetização podem ser resolvidas quando o professor desenvolve um trabalho relacionado à consciência fonológica; 2. O trabalho com a consciência fonológica não significa um retorno ao método fônico, pois a base do trabalho é a análise e a reflexão sobre o sistema de escrita e não a memorização de sons baseadas em atividades mecânicas; 3. O impacto positivo do trabalho com consciência fonológica não é sentido apenas na fase inicial de alfabetização, mas também durante todo o processo posterior de ampliação da competência leitora e escritora.
17 Referências Bibliográficas
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