FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS

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1 FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS GUSTAVO GUIMARÃES MARCHISOTTI A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE CLOUD COMPUTING NA VISÃO DOS PROFISSIONAIS DE TI BRASILEIROS Rio de Janeiro 2014

2 FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE CLOUD COMPUTING NA VISÃO DOS PROFISSIONAIS DE TI BRASILEIROS Dissertação de Mestrado apresentada à Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Gestão Empresarial. Prof. Orientador: Luiz Antônio Joia Rio de Janeiro 2014

3 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV Marchisotti, Gustavo Guimarães A representação social de cloud computing na visão dos profissionais de TI brasileiros / Gustavo Guimarães Marchisotti f. Dissertação (mestrado) - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa. Orientador: Luiz Antonio Joia. Inclui bibliografia. 1. Computação em nuvem. 2. Tecnologia da informação. 3. Representações sociais. 4. Web semântica. I. Joia, Luiz Antonio. II. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa. III. Título. CDD

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5 Dedico esta dissertação aos meus pais, Edoardo e Wilma, exemplos de honestidade, tenacidade, criatividade e dedicação, que antes de tudo fizeram de mim uma pessoa autônoma e capaz de enfrentar os desafios de uma vida; e à minha esposa, Sarah, que me deu carinho, suporte e amor incondicional nos momentos mais difíceis, os quais foram fundamentais para o término da dissertação com sucesso.

6 AGRADECIMENTOS A todos os professores do curso de mestrado, que nos auxiliaram e souberam compreender o desafio que cada um de nós assumiu, quando resolvemos conciliar o trabalho com os estudos. A todos os meus colegas do MEX /2014, que sempre foram parceiros na realização das atividades em grupo, na troca de experiências e na motivação durante a jornada deste mestrado. À secretária Aline Gouveia, que sempre me auxiliou durante toda a jornada de conclusão do curso e me deu todo o suporte necessário para o seu término. Ao Prof. Orientador Luiz Antonio Joia, a quem eu aprendi a admirar e respeitar. Suporte nos momentos de incerteza, orientação efetiva nos momentos de dificuldade e rigor nos momentos em que eu precisava superar minhas dificuldades. Ao Prof. Álvaro Cyrino pelos ensinamentos e orientações em aula e fora dela, fazendome enxergar os melhores caminhos a serem seguidos para alcançar meus objetivos no curso. Aos Profs. Vicente Sarubbi Jr. e Diego de Faveri Pereira Lima pela disponibilidade e apoio com relação à parte metodológica e estatística do trabalho. À minha tia Consuelo, pela paciência e suporte na revisão da dissertação, com um olhar de quem não está envolvido com o tema da pesquisa. À minha esposa que sempre foi muito compreensiva nos momentos de ausência familiar e sempre me apoiou integralmente.

7 RESUMO Este estudo visa desenvolver uma investigação exploratória e quali-quantitativa, a cerca da representação social do Cloud Computing, na visão dos profissionais de TI brasileiros. Objetiva expor quais as percepções dos usuários da área de TI a respeito do paradigma computacional Cloud Computing. Para suportar o estudo teórico, foram coletados dados empíricos, por meio de questionários online respondidos por 221 profissionais da área de TI. Com o uso da técnica de evocação de palavras e da teoria da representação social (TRS), os dados coletados foram sumarizados. Após o tratamento dos dados mediante o uso da técnica do quadro de quatro casas de Vergès, obteve-se como resultado, a identificação do núcleo central e do sistema periférico da representação social do Cloud Computing. Por fim, os dados foram analisados utilizando-se as análises implicativa e de conteúdo, de forma a que todas as informações fossem abstraídas para melhor interpretação do tema. Obteve-se como resultado, que o núcleo central da representação social do Cloud Computing é composto pelas seguintes palavras Nuvem, Armazenamento, Disponibilidade, Internet, Virtualização e Segurança. Por sua vez, as palavras identificadas como parte do sistema periférico da representação social do Cloud Computing foram: Compartilhamento, Escalabilidade e Facilidade. Os resultados permitem compreender qual percepção dos profissionais de TI a respeito deste paradigma tecnológico e sua correlação com o referencial teórico abordado. Tais informações e percepções podem auxiliar a tornar o não familiar em familiar, ou seja, compreender como o Cloud Computing é representado, visto e, finalmente, reconhecido pelos profissionais da área de TI. Palavras-chave: Cloud Computing, Gestão da Infraestrutura de TI, Representação Social, Evocação de Palavras.

8 ABSTRACT This study aims to develop an exploratory and qualitative/quantitative research about the social representation of Cloud Computing, in the view of Brazilian IT professionals. The work aims to expose IT users' perceptions about the computational paradigm called Cloud Computing. To support the theoretical study, empirical data were collected through online questionnaires to 221 professionals in IT s field. Using the technique of word retrieval and the theory of social representation (TRS), the data collected were summarized. After processing the data using the technique of Vergès four-frame houses, the identification of the central nucleus and peripheral system of social representation of Cloud Computing was obtained as a result. Finally, data were analyzed using the implicative analysis and content analysis, so that all the data was abstracted for best interpretation of the theme. Obtained as a result, the core of the social representation of Cloud Computing consists of the following words are obtained as a result: "Cloud", "Storage", "Availability", "Internet", "Virtualization" and "Security". In turn, the words identified as part of the peripheral system of social representation of Cloud Computing were "sharing", "Scalability" and "Ease". The results allow us to understand IT professionals' perception regarding this computational paradigm and its correlation with the theoretical framework discussed. Such information and insights can help make the unfamiliar in familiar, i.e., understand how Cloud Computing is represented, seen, and finally recognized by professionals in the field of IT. Keywords: Cloud Computing, IT Infrastructure Management, Social Representation, Word s Evocation.

9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - MODELO VISUAL DA DEFINIÇÃO DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM DO NIST FIGURA 2 - FLUXO DA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA...45 FIGURA 3 - FLUXO DA PESQUISA EMPÍRICA ATÉ A ANÁLISE DOS DADOS...52 FIGURA 4 - FLUXO PARA SE ENCONTRAR AS PALAVRAS QUE COMPÕES O QUADRO DE QUATRO CASAS DE VERGÈS. 65 FIGURA 5 - FLUXO DA PESQUISA EMPÍRICA ATÉ A ANÁLISE DOS DADOS...68 FIGURA 6- GRAFO IMPLICATIVO...71 FIGURA 7 - PLANO DE ANÁLISE DE DADOS...76 FIGURA 8 - PÁGINA DE INTRODUÇÃO DA PESQUISA ONLINE FIGURA 9 - SEGUNDA PÁGINA - TESTE DE EVOCAÇÃO DE PALAVRAS FIGURA 10 - ÚLTIMA PÁGINA - AGRADECIMENTOS

10 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - AS CINCO CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO CLOUD COMPUTING SEGUNDO BRIAN ET AL. (2008) E GRANCE E MELL (2011) QUADRO 2 - DEFINIÇÕES DE VIRTUALIZAÇÃO E MULTITENANCY OU MULTI-ALOCAÇÃO SEGUNDO MARSTON ET AL. (2011), RODRIGUES NETO, GARCIA E OLIVEIRA (2013) E ARMBRUST ET AL. (2010)...26 QUADRO 3 - VARIADAS DEFINIÇÕES A RESPEITO DO MODELO DE SERVIÇOS DEFENDIDO POR GRANCE E MELL (2011), ARMBRUS ET AL. (2010) E MOTAHARI-NEZHAD; STEPHENSON E SINGHAL, (2009) QUADRO 4 - DEFINIÇÕES A RESPEITO DO MODELO DE IMPLEMENTAÇÃO DEFENDIDO POR GRANCE E MELL (2011), ARMBRUS ET AL. (2010) E MOTAHARI-NEZHAD; STEPHENSON E SINGHAL, (2009) QUADRO 5 - DIFERENTES ABORDAGENS SOBRE O TEMA SEGURANÇA EM CLOUD COMPUTING...34 QUADRO 6 - SUMÁRIO DAS DIFERENTES CONCEITUAÇÕES SOBRE CLOUD COMPUTING USADAS NESTA DISSERTAÇÃO...37 QUADRO 7 - CARACTERÍSTICAS DO NÚCLEO CENTRAL E SISTEMA PERIFÉRICO DE UMA REPRESENTAÇÃO SOCIAL.41 QUADRO 8 - SUMÁRIO DESCRITIVO DOS QUATRO QUADROS DE VERGÈS QUADRO 9 - REPRESENTAÇÃO DO NÚCLEO CENTRAL E SISTEMA PERIFÉRICO USANDO A TÉCNICA DO QUADRO DE QUATRO CASAS DE VERGÈS QUADRO 10 - LEVANTAMENTO E DETALHAMENTO DOS QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS QUADRO 11 - SUMÁRIO DAS CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA QUADRO 12 - PREMISSAS BÁSICAS USADAS PELO PROGRAMA EVOC 2005 PARA DEFINIÇÃO DO QUADRO DE QUATRO CASAS DE VERGÈS QUADRO 13 - DISTRIBUIÇÃO DAS PALAVRAS EVOCADAS SEGUNDO O QUADRO DE QUATRO CASAS DE VERGÈS QUADRO 14 - POSSIBILIDADES DE OCORRÊNCIA CONSIDERADAS NA ANÁLISE IMPLICATIVA...70 QUADRO 15 - CATEGORIAS INFERIDAS NÚCLEO CENTRAL...77 QUADRO 16 - REPRESENTAÇÃO SOCIAL FINAL DO CLOUD COMPUTING...85 QUADRO 17 - TOTAL DE PALAVRAS EVOCADAS UTILIZADAS NA DISSERTAÇÃO QUADRO 18 - RESULTADO FINAL DA ORGANIZAÇÃO DAS PALAVRAS EVOCADAS QUADRO 20 - SERVIÇOS DAS EMPRESAS BASEADOS EM CLOUD COMPUTING

11 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - TEMPO DE EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE TI DOS ENTREVISTADOS GRÁFICO 2 - RELAÇÃO ENTRE A IDADE E A EXPERIÊNCIA NA ÁREA DE TI....56

12 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - DISTRIBUIÇÃO DAS FREQUÊNCIAS EM ORDEM DECRESCENTE...64 TABELA 2 - MATRIZ DE IMPLICAÇÃO...69

13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO RAZÕES DA ESCOLHA DO TEMA RELEVÂNCIA DO TEMA ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO PROBLEMÁTICA PERGUNTA DE PESQUISA OBJETIVO Objetivo principal Objetivos intermediários CONTORNO DA PESQUISA REFERENCIAL TEÓRICO CLOUD COMPUTING TEORIA DA REPRESENTAÇÃO SOCIAL (TRS) Definição da Teoria da Representação Social (TRS) Núcleo central e sistema periférico PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS QUANTO AOS FINS QUANTO AOS MEIOS UNIVERSO E AMOSTRA COLETA DE DADOS TRATAMENTO DOS DADOS ANÁLISE DOS DADOS ANÁLISE DAS AMOSTRAS IDENTIFICAÇÃO DO NÚCLEO CENTRAL E SISTEMA PERIFÉRICO ANÁLISE IMPLICATIVA ANÁLISE DE CONTEÚDO RESULTADOS CONCLUSÃO DISCUSSÃO FINAL IMPLICAÇÕES ACADÊMICAS E GERENCIAIS LIMITAÇÕES DA PESQUISA FUTURAS PESQUISAS...91 REFERÊNCIAS...94 APÊNDICE A APÊNDICE B

14 APÊNDICE C APÊNDICE D

15 15 1. INTRODUÇÃO A descoberta e o crescente uso da Internet propiciaram o surgimento de uma nova sociedade: globalizada, conectada e baseada no tripé informação, conhecimento e aprendizagem. Essa nova sociedade é fruto de transformações econômicas, políticas, sociais e culturais, que estabeleceram uma nova forma de relacionamento entre as pessoas e novas formas de gerenciamento do conhecimento (Mello, 2014). Há tempos não havia consenso sobre a capacidade da tecnologia da Informação (TI) em gerar benefícios às empresas, nem em como quantificá-los, ou seja, havia dúvidas com relação à importância de TI para as organizações, mesmo com pesquisas apontando para o crescimento dos investimentos na área (Beltrame e Maçada, 2009). A TI tem-se desenvolvido ao longo do tempo, já havendo uma clara percepção de que poderá ser considerada uma utilidade de serviço básico, como água, luz, gás e telefone, uma vez que os serviços de computação estão, cada vez mais, incorporados e considerados como essenciais, no dia a dia da sociedade (Buyya et al., 2009). Rech (2010) corrobora esse entendimento quando prevê a mercantilização da informação, ou seja, que a informação será comercializada como qualquer outra mercadoria. As formas como os dados serão armazenados, como se dará o acesso aos serviços de TI, ou mesmo a fonte dos serviços que serão prestados não deverão ser mais uma grande preocupação das organizações. O foco recairá na disponibilização desses serviços de forma fácil e com a cobrança baseada pelo uso efetivo (Muller, 2010). Um dos paradigmas computacionais que vem de encontro a essa visão, Cloud Computing, transforma a tecnologia da informação, baseada em um uso individual, em um serviço de utilidade básica, com infraestrutura disponibilizada para os usuários acessarem aplicações de qualquer lugar, sendo esses serviços providos de forma global (Buyya et al., 2009). As empresas passam a contratar serviços considerados como custos variáveis, ao invés de adquirirem infraestrutura, computadores, hardware, software e contratarem profissionais dedicados, considerados como custos fixos (Egoshi, 2011). O termo Cloud Computing é conhecido também como computação em nuvem, sendo considerado um novo paradigma na área de TI (Muller, 2010).

16 16 Assim, esta dissertação discorre sobre o paradigma computacional Cloud Computing, identificando e analisando as percepções dos profissionais de TI brasileiros acerca desse tema, mediante o uso da Teoria das Representações Sociais (TRS), com a identificação do seu núcleo central e do seu sistema periférico (Novikoff e Neiva, 2005). Para tal, utilizou-se a técnica de evocação de palavras, com tratamento dos dados por meio dos softwares Ensemble de programmes permettant l`analyse des évocations (EVOC) e Classification Hiérarchique Classificatoire et Cohésitive (CHIC). Realizou-se, também, uma análise implicativa das palavras que fazem parte da representação social do Cloud Computing e uma análise de conteúdo do questionário complementar. Os dados foram devidamente tratados a fim de validar e explicar as palavras que fazem parte da representação social do Cloud Computing. Os elementos do núcleo central e do sistema periférico foram, por fim, comparadas com a literatura existente, de forma a validar se a percepção dos profissionais de TI sobre Cloud Computing está em sintonia e alinhada com essa literatura. 1.1 Contextualização Uma efetiva gestão dos serviços de TI por parte das organizações passa a ser um fatorchave para a competitividade, tanto na sustentação dos negócios atuais, como na inovação e criação de novos negócios (Correia, 2013). O Cloud Computing passa a ter um papel preponderante neste ambiente de competitividade empresarial, uma vez que agrega valor ao negócio, otimizando tanto a gestão dos serviços atualmente disponibilizados pela empresa, quanto a inovação e geração de novos serviços (Marston et al., 2011). Marston et al. (2011) já alertavam para o fato de que o surgimento do fenômeno conhecido como Cloud Computing representaria uma mudança fundamental na forma como os serviços de TI são inventados, desenvolvidos, implantados, escalonados, atualizados, mantidos e pagos. O Cloud Computing possibilita a geração de novos modelos de negócios, com o aumento da escalabilidade, a democratização dos serviços e de sua rentabilidade, com redução de custos. Com o Cloud Computing não há mais a necessidade de se manter estruturas de datacenters dedicadas, com cada cliente possuindo a sua infraestrutura própria, que é cara, de

17 17 baixa eficiência e de alto custo de manutenção, sendo o seu uso confinado a uma só empresa (Buyya et al., 2009). Desse modo, a informação passa a ser considerada um commodity e sua armazenagem, bem como aplicativos, softwares etc., passam a ser negociados pelo uso, por qualquer pessoa, em qualquer lugar, indiscriminadamente, sobre uma plataforma moderna e compartilhada (Marston et al., 2011). Diante das várias abordagens a respeito da conceituação do que é Cloud Computing, a visão de Marston et al. (2011) é a que mais se adequa à perspectiva desta dissertação, pois identifica o Cloud Computing como um serviço, adotando uma abordagem mais abrangente e menos tecnológica, focalizada em compreender questões relacionadas com o negócio per si. Madhavaiah, Bashir e Shafi (2012) corroboram que a definição de Marston et al. (2011) é a mais abrangente. No entanto, a abordagem proposta por Grance e Mell (2011), que destaca mais intensamente os aspectos tecnológicos do Cloud Computing, tais como características essenciais, modelo de serviços e modelo de implementação, não é desprezada, associando-se à conceituação de Marston et al. (2011), que inclusive a corrobora. Marston et al. (2011) entendem que Cloud Computing é um modelo de serviço de TI disponibilizado sob demanda via uma rede de dados independente de localização e sob a forma de autoatendimento. Os recursos computacionais são compartilhados para que se garanta o nível de qualidade de serviço contratado pelo usuário, com escalabilidade, virtualização, agilidade no aprovisionamento e com o mínimo possível de interação com o provedor do serviço. Não há necessidade de incorrer em altas despesas de capital inicial, pois o usuário paga pelo serviço, considerando-o como uma despesa operacional. Os recursos computacionais são divididos em blocos, de forma a prover os serviços eficientemente, já que a alocação de recursos computacionais é otimizada, mediante a medição de sua utilização. No que tange à Teoria da Representação Social (TRS), as definições são também variadas adotando-se nesta dissertação a definição de Jodelet (2001), por ser a mais consensual entre os pesquisadores de campo, além de mais abrangente e de simples compreensão (Arruda, 2002). Jodelet (2001) define a representação social como sendo a contribuição para a construção de uma realidade comum a um grupo social, a partir de uma forma de conhecimento socialmente elaborado e compartilhado. Assim, sempre há um objeto a ser representado, que pode ser alguém ou alguma coisa.

18 Razões da escolha do tema Existe no meio acadêmico uma vasta literatura, como Fernandez, Marcelino e Marques (2013); Cusumano (2010); Marston et al. (2011); Veloso (2013); Grance e Mell (2011); Brian et al. (2008); Rodrigues Neto, Garcia e Oliveira (2013); Armbrust et al. (2010); Motahari- Nezhad; Stephenson e Singhal (2009); Bello (2012); Vaezi (2012); Muller (2010); Egoshi (2012); Buyya (2009) etc., abordando questões técnicas associadas ao uso do Cloud Computing, com suas diversas formas de implementação tecnológica e seus benefícios operacionais. Há ainda alguns estudos iniciais relativos ao uso estratégico do Cloud Computing e aos variados modelos de negócios advindos de sua adoção, como visto em Kono et al. (2013); Wirtz, Mory e Pielhler (2014); Zott, Amit e Massa (2011); Alarocoarite (2012); Labes, Erek e Zarnekow (2013). No entanto, não há estudos que priorizem a análise da percepção dos profissionais da área de TI a respeito do Cloud Computing. Dessa forma, esta dissertação analisa o Cloud Computing sob o viés de sua representação social, abrindo caminho para posteriores estudos a respeito, já que não há adequada literatura de referência. Além disso, o interesse em se desenvolver um trabalho mais aprofundado sobre Cloud Computing deve-se à necessidade identificada pelo autor desta dissertação, o qual vem atuando no mercado de Telecomunicações e TI há 13 anos, de esclarecer certa confusão sobre o entendimento do que é Cloud Computing por parte dos profissionais da área. De acordo com Tan (2014) o Cloud Computing é uma das maiores buzzwords da indústria de TI, já que a entrega dos serviços computacionais de forma virtual, não requer conhecimento apurado por parte dos usuários, a respeito da implementação física, localização ou configuração do sistema utilizado remotamente. Gupta (2014) corrobora esse entendimento ao incluir o Cloud Computing entre as buzzwords da era atual, uma vez que há uma série de definições e conceitos a respeito do Cloud Computing em diferentes lugares, desde websites até revistas de TI. Por sua vez Lamba e Kumar (2014) afirmam que muitas pessoas consideram o Cloud Computing como uma buzzword para internet e computação, quando conceituada como utilidade básica. Atualmente, todo serviço oferecido remotamente, pela internet, é considerado como Cloud Computing, o que, de fato, não é verdade. Conforme alertado por Brian et al. (2008), uma Cloud real tem características que extrapolam a mera oferta de um serviço Web.

19 Relevância do tema A área de TI deixou de ter uma participação meramente técnica nas organizações, passando a adquirir um papel de integração organizacional, participando do desenvolvimento dos negócios da empresa (Peppard e Lambert, 2011). Segundo Vaezi (2012), Cloud Computing possui a capacidade de transformar a área de TI, uma vez que as empresas podem estabelecer ou aprimorar os serviços de TI requeridos pelos seus negócios, com menos investimentos, quando comparados com as formas tradicionais. Cloud Computing pode, também, tornar a organização mais ágil, caso seja aproveitado todo o seu potencial, sendo, portanto considerado como uma utilidade básica (Vaezi, 2012). Em virtude deste poder transformador para a área de TI e diante da importância de TI para os negócios da empresa, compreender o Cloud Computing possui evidente relevância acadêmica. Além disso, o entendimento e o uso do Cloud Computing vêm crescendo sustentadamente, ano a ano. Em 2013, o setor brasileiro de Cloud Computing movimentou cerca de US$ 257 milhões (Sarmento, 2014). De acordo com o relatório da Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o Brasil está incluído em um grupo de 61 países que provê apenas os serviços básicos em Cloud Computing (Grossmann, 2014), logo, há um grande potencial de crescimento do Cloud Computing no país. O crescimento previsto para os próximos três anos no Brasil, de acordo com o IDC, é de 74% o que significa algo em torno de 798 milhões de dólares a serem investidos por empresas brasileiras na tecnologia até o fim de 2015 (UOL, 2014). De acordo com estudo realizado pela Economist Intelligence Unit em 2012, o número de empresas que utilizarão Cloud Computing vai mais do que duplicar até 2015, fazendo-se presente em todos os segmentos do mercado (Veloso, 2013). Segundo Cloud (2013), Índia, Indonésia, China, Argentina, México e Brasil são os países com as mais altas taxas de crescimento na adoção de serviços em Cloud Computing e de forma mais rápida, uma vez que os países desenvolvidos já iniciaram a adoção do Cloud Computing há mais tempo. A América do Norte continuará sendo a maior consumidora de serviços em Cloud Computing, sendo responsável por 60% de todo os gastos mundiais do setor, durante os próximos três anos. A Europa Ocidental vem logo em seguida, com 24% dos gastos em Cloud Computing, o que corrobora o fato de que os países desenvolvidos estão à frente dos demais países na adoção do Cloud Computing (Rosa, 2013).

20 Estrutura da dissertação Esta dissertação está estruturada em sete capítulos, incluindo esta introdução como primeiro capítulo. Na sequência, no segundo capítulo, há o detalhamento da problemática, com a pergunta de pesquisa em destaque. O capítulo 3 apresenta o referencial teórico abordando os conceitos de TRS e Cloud Computing. No capítulo 4 são apresentados os procedimentos metodológicos usados na pesquisa. No capítulo 5 é feita a análise dos dados obtidos, via análise estatística das amostras obtidas e identificação do núcleo central e do sistema periférico da representação social do Cloud Computing. No capítulo 6 discutem-se os resultados vis-à-vis o referencial teórico abordado. Finalmente, o capítulo 7 aborda a conclusão, as limitações, as implicações acadêmicas e gerenciais derivadas deste trabalho, bem como sugestões para estudos futuros.

21 21 2. PROBLEMÁTICA 2.1 Pergunta de pesquisa Este trabalho visa identifica a representação social do Cloud Computing no Brasil, dentro das organizações, sob o olhar dos profissionais da área de TI. Esses profissionais foram escolhidos por possuírem maior conhecimento tecnológico, presumindo-se, portanto, que estejam mais familiarizados com o Cloud Computing. Desse modo, esta dissertação visa responder à seguinte pergunta: Qual é a representação social do Cloud Computing, sob o ponto de vista dos profissionais de TI brasileiros? 2.2 Objetivo Objetivo principal Esta dissertação tem por objetivo identificar as percepções dos profissionais brasileiros da área de TI a respeito do Cloud Computing usando a Teoria da Representação Social (TRS) Objetivos intermediários Para que o objetivo acima seja atingido, faz-se necessário atingir os seguintes objetivos intermediários: i Compreender bem o conceito de Cloud Computing, incluindo suas aplicações, vantagens, desvantagens e desafios.

22 22 ii Aplicar as Teoria da Representação Social e o uso dos softwares EVOC e CHIC, da análise implicativa e da análise de conteúdo, importantes para a correta interpretação da representação social do Cloud Computing. 2.3 Contorno da pesquisa O universo desta pesquisa é restrito aos profissionais de TI de empresas provedoras ou usuárias de Cloud Computing. A exclusão de outros profissionais deve-se ao provável pouco conhecimento destes sobre Cloud Computing, o que poderia interferir, sobremaneira, nos resultados.

23 23 3. REFERENCIAL TEÓRICO Este capítulo apresenta o referencial teórico necessário para que o objetivo do trabalho seja atingido. Dessa forma, o capítulo foi dividido em duas seções: a primeira seção aborda a conceituação de Cloud Computing, analisando esse paradigma sobre o ponto de vista tecnológico e de negócios. A segunda seção apresenta a Teoria da Representação Social (TRS), de forma a melhor compreendê-la, de modo a utilizá-la nesta dissertação. 3.1 Cloud Computing De acordo com Fernandez, Marcelino e Marques (2013), a expressão Cloud Computing surgiu em 1997, no ambiente acadêmico, numa palestra ministrada por Ramnath Chellappa. No entanto, o conceito remonta a 1960, quando John McCarthy afirmou que a computação seria um dia considerada como uma utilidade pública. Já para Cusumano (2010), a ideia básica por detrás do Cloud Computing surgiu efetivamente entre 1960 e 1970, quando pequenas empresas compravam tempo de uso dos mainframes, das grandes empresas, que eram as únicas a possuir tal tecnologia. Segundo Marston et al. (2011), a primeira empresa a adotar o conceito de informação como utilidade básica, incorporando-a como parte dos planos estratégicos da organização, foi a Western Union, em De acordo com Veloso (2013, p. 3), A computação em nuvem não vai ser apenas mais inovadora do que se imagina, ela vai ser mais inovadora do que podemos imaginar. O potencial uso do Cloud Computing é vasto e com inimagináveis possibilidades de aplicação, abrindo espaço para diversas, confusas e diferentes definições. Cloud Computing é definido de tantas formas diferentes, que acaba por ser confundido como uma maneira diferente de se fazer a mesma coisa que se fazia antes de sua existência. Uma boa maneira de se definir o que é Cloud Computing é explicar o que não é Cloud Computing. De acordo com Gartner (2013), Cloud Computing não é: 1) Só infraestrutura; 2) Sempre privada; 3) Apenas virtualização, 4) Sempre econômica e 5) Sempre em casa.

24 24 Um dos conceitos mais usados e difundidos academicamente em relação ao Cloud Computing vem do National Institute for Standards in Technology (NIST), dos Estados Unidos (Grance e Mell, 2011): O Cloud Computing é um modelo que permite acesso compartilhando uma rede de recursos computacionais configuráveis (por exemplo, redes, servidores, armazenamento, aplicações e serviços), de forma ubíqua, conveniente e sob demanda podendo ser rapidamente provisionados e liberados com um mínimo de esforço gerencial ou interação com o provedor de serviços. Este modelo de nuvem é composto de cinco características essenciais, três modelos de serviço e quatro modelos de implementação (Grance e Mell, 2011, pag. 6). Assim, de acordo com o conceito de Cloud Computing defendido por Grance e Mell (2011), as cinco características essenciais que fazem parte do modelo Cloud Computing são: 1) Serviços sob demanda; 2) Amplo acesso à rede; 3) Pool de recursos; 4) Elasticidade rápida e 5) Serviços medidos. Brian et al. (2008) corroboram esse entendimento, afirmando que uma oferta abrangente de serviços de Cloud Computing só pode ser assim definida se atender a essas cinco características essenciais citadas. O Quadro 1 representa um comparativo entre o entendimento simplificado de Brian et al. (2008) e o definido por Grance e Mell (2011), baseado nas cinco características essenciais do Cloud Computing.

25 25 Quadro 1 - As cinco características essenciais do Cloud Computing segundo Brian et al. (2008) e Grance e Mell (2011). De acordo com Brian et al. (2008), uma das características essenciais do modelo Cloud Computing chamada de pool de recursos, proposta por Grance e Mell (2011), só pode ser obtida por meio de tecnologias como Virtualização e Multitenancy (ou Multi-alocação). Essas tecnologias permitem aos provedores disponibilizar recursos computacionais para múltiplos consumidores, simultaneamente ou não, alocados de acordo com o uso e a necessidade. Assim como Grance e Mell (2011), Marston et al. (2011) também alertam para o fato de que a Virtualização e o Multitenancy (ou Multi-alocação), além dos Serviços Web, são os aspectos tecnológicos chaves a serem considerados para o completo aproveitamento das potencialidades do Cloud Computing. Para Taurion (2007), o conceito de Cloud Computing é um avanço do conceito de virtualização.

26 26 O Quadro 2 representa o entendimento de Marston et al. (2011), Rodrigues Neto, Garcia e Oliveira (2013) e Armbrust et al. (2010) a respeito de virtualização e multitenancy (ou Multialocação). Quadro 2 - Definições de Virtualização e Multitenancy ou Multi-Alocação segundo Marston et al. (2011), Rodrigues Neto, Garcia e Oliveira (2013) e Armbrust et al. (2010). Segundo Grance e Mell (2011), os três modelos de serviços que fazem parte do Cloud Computing são: 1) Software as a Service (SaaS); 2) Platform as a Service (PaaS) e 3) Infraestructure as a Service (IaaS). No entanto, Armbrust et al. (2010) discordam das definições de Cloud Computing propostas por Grance e Mell (2011), já que no seu entendimento, os modelos de serviço IaaS e PaaS são, na verdade, formas mercantilistas criadas pelos fabricantes de equipamentos para que seja possível definir as especificidades de suas soluções. Os serviços per si, providos aos usuários, são chamados de SaaS, já englobando o IaaS e o PaaS. Por sua vez, Motahari-Nezhad, Stephenson e Singhal (2009) extrapolam o entendimento de Grance e Mell (2011), ao considerarem um quarto tipo de serviço de Cloud Computing chamado de Database as a Service (DaaS), que seria a oferta da capacidade de banco de dados como um serviço.

27 27 O Quadro 3 representa as diversas abordagens a respeito dos modelos de serviços defendidos por Grance e Mell (2011), com a simplificação proposta por Armbrust et al. (2010) e a extrapolação proposta por Motahari-Nezhad; Stephenson e Singhal (2009).

28 Quadro 3 - Variadas definições a respeito do modelo de serviços defendido por Grance e Mell (2011), Armbrus et al. (2010) e Motahari-Nezhad; Stephenson e Singhal, (2009). 28

29 29 Grance e Mell (2011) detalham os quatro diferentes modelos de implementação que fazem parte do modelo Cloud Computing: 1) Cloud Privada; 2) Cloud Comunitária; 3) Cloud Pública e 4) Cloud Híbrida. Armbrust et al. (2010) criticam este modelo de implementação de Cloud proposto por Grance e Mell (2011), mais especificamente as Clouds Comunitária e Híbrida, pois acreditam que as mesmas não existem de fato. Motahari-Nezhad; Stephenson e Singhal (2009) corroboram esse entendimento ao afirmarem que só existem nuvens privadas e públicas, mas algumas nuvens públicas acabam sendo extensões das nuvens privadas, uma vez que são ofertadas ao público. Em nenhum momento há o reconhecimento da existência de nuvens comunitárias. O Quadro 4 apresenta as diversas abordagens a respeito dos modelos de implementação defendidos por Grance e Mell (2011) e a sua simplificação proposta por Armbrust et al. (2010).

30 Quadro 4 - Definições a respeito do modelo de implementação defendido por Grance e Mell (2011), Armbrus et al. (2010) e Motahari-Nezhad; Stephenson e Singhal, (2009). 30

31 31 Dessa maneira, o modelo do NIST, considerando as características essenciais, modelos de serviço e modelos de implementação, conforme explicado por Grance e Mell (2011) pode ser esquematizado conforme a Figura 1 abaixo: Figura 1 - Modelo Visual da Definição de Computação em Nuvem do NIST. Fonte: Veloso (2003). Ryan (2013) afirma que o fato do Cloud Computing basear-se na ideia de armazenamento de dados e programas remotamente e de forma centralizada, podendo ser acessada de qualquer lugar e de qualquer dispositivo, gera grandes benefícios: ubiquidade, resiliência, redução de custo, alta performance, eficiência e flexibilidade de acesso (Younis, Merabti e Kifayat, 2013). No entanto, uma vez que o Cloud Computing disponibiliza os dados remotamente, logo, fora do controle do proprietário, é inevitável que traga à tona também problemas relacionados à segurança. Segundo Dikakaikos et al. (2009), toda a responsabilidade pela proteção do usuário, da sua privacidade e da integridade das informações por ele armazenadas nas nuvens, é da provedora de serviço contratada. Younis, Merabti e Kifayat (2013) corroboram Ryan (2013), ao alertarem que apesar do grande crescimento de investimento em TI nos últimos anos, especialmente em Cloud Computing, ainda há barreiras a serem superadas, o que impede que tal paradigma computacional se torne um serviço ubíquo ou onipresente. Uma dessas barreiras, e também uma

32 32 grande fonte de preocupação por parte dos usuários, está ligada aos requerimentos relacionados à segurança da infraestrutura usada no Cloud Computing. Rong, Nguyen e Jaatun (2013) afirmam, ainda, que apesar de existir uma série de abordagens tecnológicas para melhorar a segurança do Cloud Computing, no momento ainda não há uma solução sob medida que resolva todos os riscos de segurança. Esse pensamento é compartilhado por Wei et al. (2014), que acreditam que, mesmo considerando a computação em nuvem uma plataforma de serviços promissora para a próxima geração da Internet, na prática, a segurança e privacidade são os principais desafios que inibem a plena aceitação do Cloud Computing. Rong, Nguyen e Jaatun (2013) e Ryan (2013) extrapolam Younis, Merabti e Kifayat (2013) no que diz respeito à identificação dos riscos de segurança, ao afirmarem que não só novos riscos de segurança surgem com a adoção do Cloud Computing, oriundos de riscos existentes que reaparecem sob diferentes formas. Há também, riscos que são inerentes e específicos ao ambiente de serviços prestados no ambiente Cloud Computing. De maneira a facilitar o entendimento de quais são esses riscos, Younis, Merabti e Kifayat (2013), identificam os pontos de preocupação dos usuários de TI que perdurarão nos próximos anos, por não serem de fácil e simples solução, nem exclusivos do Cloud Computing: 1) Segurança dos dados e privacidade - proteção da integridade, disponibilidade e confidencialidade dos dados; 2) Ameaças e ataques contra a segurança, uma vez que os sistemas usados são vulneráveis. É o que Rong, Nguyen e Jaatun (2013) chamam de desafios de segurança tradicionais os riscos atualmente existentes em ambientes não Cloud Computing continuam existindo, porém, sob novas formas adaptadas ao ambiente da nuvem. Rong, Nguyen e Jaatun (2013) vão além dos riscos tradicionais a que todo sistema computacional está fadado a ser acometido, ao também identificarem os riscos exclusivos de ambientes baseados em Cloud Computing: 1) Localização dos recursos - uma vez que cada país possui uma legislação, que vai além das regras internas dos provedores, há a possibilidade de conflitos; 2) Multilocação - uma vez que processos de diferentes clientes rodam sobre os mesmos servidores, usuários que compartilham o mesmo recurso físico podem acessar dados uns dos outros; 3) Autenticação dos dados - nenhum dado pode ser alterado sem o consentimento do dono, mas não há padronização a respeito, d) Sistema de monitoramento e logs - os dados de controle solicitados pelo usuário levam consigo informações críticas para o negócio, as quais podem ser interceptadas por terceiros e e) Padrões Cloud - não há

33 33 compatibilidade entre os diferentes fabricantes e respetivas tecnologias. É o que Younis, Merabti e Kifayat (2013) chamam de outros desafios relacionados à segurança riscos ligados ao controle de acesso e gerenciamento de identidade, monitoramento, heterogeneidade de tecnologias usadas pelos provedores, uso da virtualização, uso de web browsers, dentre outros. Ryan (2013), por sua vez, tem uma visão menos pessimista que Younis, Merabti e Kifayat (2013) e Rong, Nguyen e Jaatun (2013), pois acredita que grande parte dos riscos técnicos oriundos do uso do Cloud Computing, do ponto de vista científico, já pode ser evitada. No entanto, destaca que há apenas um grande desafio que ainda parece insuperável e que, efetivamente, gera riscos de segurança ao usuário: o fato do provedor de serviço possuir acesso aos dados armazenados, podendo, inadvertidamente ou deliberadamente, divulgar as informações a terceiros. Rong, Nguyen e Jaatun (2013) propõem algumas formas de se elevar a segurança em ambiente Cloud Computing, o que, no entanto, não é efetivo para todos os tipos de aplicações: 1) Service Level Agreement (SLA) definir um SLA específico e dedicado para segurança no Cloud Computing, cobrindo os aspectos ligados à confidencialidade e integridade dos dados; 2) Compartilhamento de dados confiável em ambientes de provedores de serviço não confiáveis prevê um esquema a ser usado pelo usuário final, para proteger os seus dados de forma independente do provedor de serviço, baseado em regras de autorização de acesso e criptografia e 3) Accountabilty os provedores de serviço devem agir de forma a promover transparência, responsabilidade, garantia e remediação, no que diz respeito ao relacionamento com o usuário final. De acordo com Nabarro (2014), ante a promulgação do Marco Civil da Internet (Lei nº 12965/14) e pela já vigente Lei de Propriedade Industrial (LPI), o usuário, seja pessoa física ou jurídica, está juridicamente protegido, com relação aos contratos de serviço baseado na Internet, que é o caso do Cloud Computing. No entanto, o autor alerta para a importância em se acompanhar as normas associadas à matéria que segue a promulgação do Marco Civil da Internet, para que se garanta que aja proteção à segurança das informações dos usuários. Por sua vez, para Marques e Pinheiro (2014) o Marco Civil da Internet se propõe a ser uma lei parte das políticas de informação nacional assumindo um papel, até então inexistente no Brasil, de mediadora dos interesses conflitantes na Internet. Dessa maneira, as diferentes abordagens relacionadas aos aspectos de segurança no Cloud Computing podem ser sumarizadas conforme o Quadro 5.

34 34 Quadro 5 - Diferentes abordagens sobre o tema Segurança em Cloud Computing Apesar de a maioria dos estudos teóricos focalizarem os aspectos tecnológicos do Cloud Computing, como os abordados por Grance e Mell (2011) e Armbrust et al. (2010), existem outras abordagens mais abrangentes que parecem identificar, com mais amplitude, todas as principais características do Cloud Computing. Marston et al. (2011), por exemplo, identificam a necessidade dos aspectos relacionados ao negócio per si serem abordados e compreendidos em profundidade, para que o Cloud Computing possa atingir todo o seu potencial. Assim, para Marston et al. (2011), Cloud Computing não é só a entrega de todas as funcionalidades atualmente existentes nos serviços de TI, mas também a criação de novas funcionalidades, hoje inviáveis. Ao mesmo tempo, o Cloud Computing reduz drasticamente os custos iniciais de implantação de serviços inovadores de TI tornando as organizações mais eficientes e ágeis. Dessa forma o Cloud Computing faz a convergência de duas grandes tendências em TI: busca pela eficiência e agilidade dos negócios. De fato Bashir e Shafi (2012) já alertavam em sua pesquisa que a definição de Marston et al. (2011) é a mais abrangente.

35 35 A definição de Cloud Computing de Marston et al. (2011) tenta encapsular os principais benefícios do Cloud Computing sob uma perspectiva de negócios, mas também considera suas características tecnológicas únicas. Desse modo, Cloud Computing é: "um modelo de serviço de tecnologia da informação, onde os serviços de computação (hardware e software) são entregues sob demanda, para os clientes via uma rede de dados, em forma de autoatendimento, independente do dispositivo e localização. Os recursos necessários para fornecer os níveis de qualidade de serviço exigidos são compartilhados, dinamicamente escaláveis, rapidamente provisionados, virtualizados e lançados com o mínimo de interação com o provedor do serviço. Os usuários pagam pelo serviço como despesa operacional, sem incorrer em despesas de capital inicial significativo, com os serviços em nuvem empregando um sistema de medição que divide o recurso de computação em bloco apropriado" (Marston et al., 2011, pag. 2). Madhavaiah, Bashir e Shafi (2012) corroboram com a abordagem mais voltada para os aspectos relacionados aos negócios, de Marston et al. (2011), ao afirmarem que o Cloud Computing é um modelo de negócio baseado na tecnologia da informação provido como um serviço por meio da internet, onde tanto os serviços computacionais de hardware e software são entregues sob demanda aos clientes na forma de self service, independente do dispositivo e da localização, com altos níveis de qualidade, dinamicamente escalável, rapidamente provisionado, compartilhado e de forma virtualizada, com o mínimo de interação com o provedor de serviço. A definição de Cloud Computing de Marston et al. (2011) enfatiza os seguintes aspectos: (1) Utilização de recursos; (2) Recursos físicos virtualizados; (3) Abstração da arquitetura; (4) Escalabilidade dinâmica de recursos; (5) Elasticidade e auto provisionamento automatizado de recursos; (6) Ubiquidade e (7) Modelo despesa operacional. Nota-se uma similaridade com as características essenciais do Cloud Computing defendidas por Grance e Mell (2011). No entanto, Marston et al. (2011) extrapolam o entendimento acerca desse paradigma computacional, ao incluírem em sua definição sobre Cloud Computing o modelo de despesa operacional. Dessa forma, para Marston et al. (2011), com o Cloud Computing as despesas com TI nas organizações converter-se-iam de uma despesa de capital ou capital expenditure (CAPEX), para uma despesa operacional ou operational expenditure (OPEX). Egoshi (2011) corrobora esse entendimento, pois acredita que as empresas passam a contratar serviços ao invés de adquirirem infraestrutura, transformando custo fixo em custo variável. No entanto, Armbrust et al. (2010) acreditam que seria mais apropriado considerar Cloud Computing dentro do modelo pay as you go (PAYG) ou pagamento por utilização, onde o pagamento do serviço cresce

36 36 com o aumento da sua utilização, capturando de uma melhor forma o benefício econômico trazido pelo Cloud Computing. Brian et al. (2008) corroboram o entendimento de que o modelo PAYG seria mais apropriado para caracterizar o modelo econômico do Cloud Computing. Uma análise tecnológica associada a uma análise econômica são fundamentais para TI, uma vez que os investimentos em TI, em uma organização, são imprescindíveis para a sustentação da sua competitividade no mercado, (Montana e Charnov, 1998 apud Flores, 1999). De acordo com Dorow (2009), 80% dos gastos com a TI de uma organização são referentes à manutenção e configuração de sistemas. A migração desses sistemas para o Cloud Computing diminuiria grande parte desses gastos. Já Salesforce (2010) afirma que é possível obter uma economia de cerca de 50% no desenvolvimento de aplicações em Cloud Computing. Adicionalmente, Bello (2012) afirma que os custos do Total Cost of Ownership (TCO) de uma aplicação de planejamento de uma determinada organização é 77% menor quando implementada via Cloud Computing do que se essas mesmas aplicações fossem implementadas e utilizassem a infraestrutura própria da organização. Para Pinheiro (2012), a terceirização de TI para Cloud Computing (privada, pública ou híbrida) traz uma economia entre 40% e 80% para a organização. Por fim, o Quadro 6 sumariza e consolida as diferentes abordagens a respeito do Cloud Computing usadas neste trabalho, de forma a aclarar o entendimento acerca da conceituação de Cloud Computing:

37 Quadro 6 - Sumário das diferentes conceituações sobre Cloud Computing usadas nesta dissertação 37

38 Teoria da Representação Social (TRS) Definição da Teoria da Representação Social (TRS) A Teoria da Representação Social (TRS) foi criada pelo romeno naturalizado francês, Serge Moscovici, em 1950, e publicada em 1961, por meio de sua tese de doutorado intitulada La Psychanalyse, son image, son public (Moscovici, 2005). O trabalho de Serge Moscovici foi um marco na discussão da integração entre os fenômenos perceptivos individuais e sociais, uma vez que estabeleceu uma percepção inovadora a respeito (Vergara e Ferreira, 2006). Denise Jodelet aprofundou a teorização da representação social, o que possibilitou a sua utilização como uma ferramenta em outras áreas do conhecimento (Arruda, 2002). A TRS foi inicialmente usada em estudos psicossociais, ou seja, na relação entre indivíduo e sociedade, sendo posteriormente aplicada também na área da administração (Vergara e Ferreira, 2006). De acordo com Júnior (2011), representações sociais são construídas com o objetivo de compreender, localizar e ajustar o mundo. Compartilha-se o mundo em que se vive, cada um agindo da sua maneira, impactando e sendo impactado uns pelos outros. Jodelet (2001) corrobora esse entendimento, pois acredita que as representações sociais são importantes na vida cotidiana, na medida em que sempre há a necessidade de saber o que uma pessoa ou objeto tem a ver com o mundo que o cerca. Quando se define uma representação constrói-se uma identidade. Como não se vive isoladamente, mas em grupo com o qual se compartilha o mundo, tal representação passa a ser uma representação social (Jodelet, 2001): As representações sociais são uma forma de conhecimento socialmente elaborado e compartilhado, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social. (Jodelet, 2001, pag. 22). Nota-se que a literatura sobre representações sociais é focada no ser humano e nas suas relações com a sociedade, como não poderia deixar de ser, já que a TRS é oriunda da psicanálise. No entanto, no contexto deste trabalho, a representação social é aplicada a um modelo de serviço, um paradigma computacional chamado Cloud Computing, e não a um indivíduo. Jodelet (2013) confirma a possibilidade de se fazer tal representação social, uma vez

39 39 que a representação social corresponde a um ato de pensamento pelo qual o sujeito relacionase com um objeto. Este pode ser tanto uma pessoa, uma coisa, um evento material, psíquico ou social, um fenômeno natural, uma ideia, uma teoria etc. Sá (1998) argumenta a respeito, explicando que um dos pontos mais importantes nos estudos da representação social é a correta identificação do objeto a ser representado e qual a melhor maneira de fazê-lo. Quando aborda a sua preocupação com relação à construção do objeto de pesquisa, Sá (1998) destaca a importância do processo de identificação do objeto de investigação da representação social e sua validação, incluindo a delimitação das fronteiras e a compreensão das suas inter-relações significativas Núcleo central e sistema periférico De acordo com Vergara e Ferreira (2006), faz-se necessária a identificação da parte mais importante de uma representação social chamada de núcleo central. Dessa forma, identificamse os valores e as percepções mais claras e coesas compartilhadas pelo grupo a ser investigado, a respeito do objeto de que se faz a representação social. Assim, o núcleo central é a demarcação de certos aspectos consensuais, dentro de um grupo, a respeito da representação social de um objeto (Menin, 2007). No entanto, Mazzotti (2001) afirma que a representação social não é totalmente consensual, pois apresenta divergências e negociações em torno dela a fim de manter o seu núcleo central. Infere-se, portanto que, além do núcleo central consensual, exista outro subsistema mais flexível. Dessa forma, o núcleo central de uma representação social é constituído por valores acerca dos quais, em geral, o sujeito não tem consciência ou que não são explicitados, mas que norteiam a sua ação e seu comportamento. O núcleo central representa a essência imutável da representação social, sendo estável e resistente a mudanças, garantindo assim a permanência da representação social. Dentro de um certo contexto histórico e cultural, o núcleo central é decisivo em relação ao sentido que um dado objeto assume para um grupo (Vergara e Ferreira, 2006). Pode-se dizer, então, que a investigação das representações sociais tem por tarefa fundamental a explicitação do núcleo central. Uma vez definido o núcleo, torna-se possível, caso se deseje, agir no sentido de alterar a representação social (Mazzotti 2001).

40 40 A teoria do núcleo central foi proposta por Jean-Claude Abric, em 1976, surgindo como um complemento à teoria das representações sociais proposta por Serge Moscovici, em 1950 (Vergara e Ferreira, 2006). Sá (2002) explica a teoria do núcleo central: a organização de uma representação apresenta uma característica particular: não apenas os elementos da representação são hierarquizados, mas, além disso, toda representação é organizada em torno de um núcleo central, constituído de um ou de alguns elementos que dão à representação o seu significado. (Sá, 2002, pag. 62) Na TRS identifica-se que há em torno do núcleo central, a existência de um sistema periférico mais flexível. Este sistema periférico acomodaria as contradições contextuais imediatistas, suportaria a heterogeneidade do grupo e abrigaria as diferentes percepções dos seus membros, de maneira a permitir a adaptação da representação social ao imediato, sem afetar o núcleo central (Vergara e Ferreira, 2006; Mazzotti, 2001). O sistema periférico é menos estável que o núcleo central, desempenhando papel de modulação individual, sem colocar em risco o significado do núcleo central (Menin, 2007). Compreende-se então que, de acordo com a teoria do núcleo central, a representação social de um objeto é um conjunto de valores, percepções, crenças e atitudes, organizado de forma estruturada. Os elementos consensuais, rígidos e imutáveis, que dão o real significado à representação social, compõem o núcleo central. Os elementos não consensuais, flexíveis e que permitem a adaptação da representação social ao imediato, compõem o sistema periférico. Dessa maneira, a representação social é formada pelo núcleo central e o sistema periférico, com este último mantendo uma forte e profunda relação com o núcleo central (Vergara, 2005). O Quadro 7 resume as principais características do núcleo central (sistema central) e do sistema periférico, segundo Abric (1998, pag. 34).

41 41 Quadro 7 - Características do Núcleo Central e Sistema Periférico de uma representação social. Fonte: Abric (1998, pag. 34) apud Rocha (2009). De acordo com Mazzotti (2001), uma transformação no núcleo central gera uma nova representação social. Vergara (2003) corrobora esse entendimento ressaltando que identificar os elementos imprescindíveis à representação social confere significado ao objeto de estudo. Qualquer alteração nos elementos do núcleo central altera a estrutura da representação social e seu significado. Sá (2002) afirma, ainda, que como o núcleo central é composto por elementos de fundamental importância para a representação social, sua mudança ou ausência desestruturaria essa representação ou lhe daria um novo significado. Para melhor ilustrar o trabalho prático a ser feito nesta dissertação para o levantamento da representação social, recorre-se ao estudo feito por Vergara e Ferreira (2006) a respeito da representação social de uma Organização Não Governamental (ONG). Nesse trabalho, o objetivo de pesquisa era o de responder à seguinte questão: Qual a representação social de ONGs, segundo formadores de opinião do município do Rio de Janeiro?. Foram selecionados, pelo critério da acessibilidade, 127 indivíduos. Os dados foram coletados por meio do teste de evocação de palavras, operacionalizado em quatro etapas: 1) Palavra indutora ( organização não governamental ); 2) Hierarquia das palavras formuladas pelos sujeitos (hierarquização das

42 42 palavras mais e menos importantes); 3) Concordância em relação a assertivas (os entrevistados deveriam responder a quatro afirmativas) e 4) Justificativas (os entrevistados deveriam justificar as opções escolhidas na etapa 3). Os dados coletados foram tratados utilizando-se a categorização das palavras, cálculo da frequência das categorias, cálculo da ordem média de evocação e do levantamento das justificativas. Das 295 palavras evocadas, 29 foram descartadas, restando 266 palavras que foram agrupadas em 45 categorias semânticas (Vergara e Ferreira, 2006). Foram identificados dez elementos componentes do núcleo central: ajuda, sociedade, ação social, solidariedade, organização, ação prática, defesa de interesses, participação, picaretagem e alternativa, (Vergara e Ferreira, 2006). A conclusão de Vergara e Ferreira (2006) foram que a representação social de ONGs, segundo formadores de opinião no Rio de Janeiro contemplam várias conotações de ordem positiva, legitimando tal organização pela sociedade e respaldo para a sua expansão. Assim, igualmente, o interesse primordial desta dissertação será a identificação do núcleo central da representação social do Cloud Computing, sob o olhar dos profissionais de TI, sem, todavia desprezar o sistema periférico dessa representação social.

43 43 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia proposta nesta dissertação baseia-se nos princípios da pesquisa qualiquantitativa (Gomes e Araújo, 2005), com a coleta de dados por meio da técnica de evocação de palavras, o tratamento dos dados por meio da técnica do quadro de quatro casas proposta por Jean-Claude Abric, e a análise dos dados, efetuada via análise implicativa e de conteúdo (Vergara e Ferreira, 2006; Vergès, 2003; Abric, 1998). Utilizou-se, também, como referência, o arcabouço teórico de Vergara (2013) e sua estruturação metodológica, que define a pesquisa quanto aos fins e meios, além de delimitar o universo amostral, coleta e tratamento dos dados. 4.1 Quanto aos fins Estudos empíricos abordando a representação social do Cloud Computing inexistem, uma vez que este paradigma computacional é recente, principalmente no Brasil. Dessa forma, a pesquisa é caracterizada como exploratória. De acordo com Vergara (2013), uma pesquisa exploratória é realizada quando não há muito conhecimento acumulado sobre determinada área, o que lhe confere uma natureza de sondagem, com eventual surgimento de hipóteses. 4.2 Quanto aos meios Para o atendimento do objetivo deste trabalho, utilizaram-se questionários online, respondidos pelos usuários de TI. Dessa maneira, a pesquisa é caracterizada como pesquisa de campo. Para Vergara (2013), a pesquisa de campo pode incluir questionários, entrevistas etc., de forma a investigar empiricamente determinado fenômeno, explicando-o no local onde ele ocorre.

44 44 A análise dos dados foi feita utilizando-se o referencial teórico, o que contribuiu, de maneira efetiva, para a interpretação dos resultados e elaboração da conclusão. 4.3 Universo e amostra Neste momento faz-se necessário definir a população, ou seja, o conjunto de elementos (empresas, produtos, pesquisas, por exemplo) que possuem as características que serão objeto de estudo (Vergara, 2013). Necessita-se, também, definir a população amostral ou amostra, que é a seleção de parte da população, escolhida segundo determinado critério de seleção. Nesta dissertação, a população selecionada foi a dos profissionais de TI, independentemente de sua formação acadêmica, mas que efetivamente trabalhem ou já tenham trabalhado na área de TI. Definiram-se os profissionais de TI como população alvo do estudo, em virtude da necessidade de se obter a representação social de profissionais que efetivamente possuam algum contato com os temas tecnológicos, já que eles apresentam uma maior possibilidade de conhecer o paradigma computacional Cloud Computing. O desconhecimento do Cloud Computing por parte dos entrevistados poderia trazer uma errônea representação social desse paradigma computacional. Com relação ao tipo de amostra, adotou-se uma amostra não probabilística, mais especificamente a amostra por acessibilidade, uma vez que a seleção dos elementos amostrais foi feita em virtude da facilidade de acesso aos mesmos (Vergara, 2013). 4.4 Coleta de dados Esta dissertação baseia-se em duas fases de coletas de dados bastante distintas e importantes para a correta obtenção dos resultados esperados. Primeiro, foi feita uma intensa pesquisa bibliográfica em busca da conceituação de Cloud Computing e do TRS. Posteriormente, partiu-se para uma fase empírica, com a coleta de informações junto aos

45 45 profissionais da área de TI, de forma a possibilitar a montagem da representação social do Cloud Computing. Na primeira fase de coleta de dados, a pesquisa bibliográfica, focou-se na identificação e coleta de papers, reportagens, livros e white papers que abordassem principalmente as questões tecnológicas e de negócios relacionadas ao Cloud Computing. Buscou-se material tanto teórico e acadêmico como de mercado, para que se obtenha uma visão tanto teórica quanto dos praticantes. Coletou-se, também, material a respeito da TRS, com foco nos aspectos relacionados à definição do núcleo central e sistema periférico. Buscou-se também material sobre os softwares de apoio, que serão usados para a análise dos dados, como o CHIC e o EVOC. Dessa forma obteve-se um amplo material interdisciplinar envolvendo as áreas de TI e da psicologia. A partir da análise de todo o material disponível, foi possível definir as referências necessárias para a correta análise dos dados empíricos coletados. A Figura 2 sumariza o fluxo da pesquisa bibliográfica, para a definição do referencial teórico utilizado. Figura 2 - Fluxo da Pesquisa Bibliográfica Conceituação do Cloud Computing Estudo do TRS Estudo dos softwares de apoio Organização do Referencial Teórico A segunda fase, a da pesquisa empírica, foi dividida em duas partes: a) Aplicação da técnica de evocação de palavras e b) Aplicação de um questionário complementar, para identificação do perfil dos entrevistados e obtenção de outras informações pertinentes ao tema, ou que foram abordadas no referencial teórico. Tanto a técnica de evocação de palavras, quanto o questionário complementar fazem parte do mesmo questionário online encaminhado por meio

46 46 do correio eletrônico (Apêndice A), com a inclusão de um link, que direcionaria os respondentes ao questionário propriamente dito, baseado na plataforma de pesquisa limesurvey. O questionário online foi disponibilizado eletronicamente a partir do dia 31/03/2014 sendo considerados todos os questionários respondidos até o dia 07/05/2014 perfazendo 37 dias de coleta. O questionário foi enviado por meio de correio eletrônico, conforme o Apêndice A, seguindo a premissa de acessibilidade viabilizada pelo Facebook, lista de correios eletrônicos de amigos, Linkedin, empresas do setor, órgãos públicos do setor, associações do setor, empresas de mídias do setor, dentre outros. A fim de eliminar qualquer possibilidade de inclusão de profissionais que nunca atuaram na área de TI, acrescentou-se uma pergunta questionando o tempo de experiência do entrevistado na área de TI. Essa pergunta foi usada como filtro, pois todos os questionários com tempo igual a zero de experiência em TI foram descartados. Segundo Vergara (2005), a técnica de evocação livre de palavras baseia-se na obtenção de palavras que primeiramente vêm à mente da população amostral, quando uma determinada palavra ou expressão indutora lhe é apresentada, seja verbalmente ou por escrito. Neste trabalho, a palavra ou expressão em questão é Cloud Computing, sendo a mesma apresentada aos participantes da pesquisa via formulário online enviado a todos. Os participantes foram solicitados a expressar as cinco palavras ou expressões que lhes vieram à mente, em ordem decrescente de importância, ao se depararem com a expressão Cloud Computing. O Apêndice B consolida todas as palavras evocadas pelos participantes. Em seguida à técnica de evocação de palavras, foram apresentadas as questões complementares, por meio de um questionário auxiliar, com questões fechadas e abertas. As questões foram primeiro apreciadas por profissionais reconhecidamente experientes nesse tipo de questionário, a fim de comprovar a adequação das mesmas aos respondentes. O questionário complementar foi usado para se fazer à análise de conteúdo que, por sua vez, serviu como apoio para a compreensão e entendimento do núcleo central, além de também ter sido usada para se fazer o levantamento dos dados estatísticos da amostra. Tanto a técnica de evocação de palavras quanto o questionário complementar foram precedidos de uma carta de apresentação da pesquisa, assim como de instruções detalhadas de como proceder, para evitar mal entendidos (Apêndice A). Ambos - teste e questionários - foram aplicados no mesmo momento, ou seja, representam uma fotografia do momento (análise

47 47 transversal), pois não se procurou analisar o comportamento e a mudança da percepção do usuário de TI sobre Cloud Computing, ao longo do tempo (análise longitudinal). 4.5 Tratamento dos dados A fim de realizar o tratamento dos dados coletados, adotou-se o modelo de tratamento de dados de Pierre Vergès, via a técnica do quadro de quatro casas, ou seja, quatro quadrantes que trazem informações essenciais para a análise da representação social, por meio das quais se discriminam as evocações das palavras (Vergès, 2003; Abric, 1998). Para atingir tal objetivo, utilizou-se o software EVOC para análise das palavras evocadas. Realizou-se também a análise implicativa, a fim de identificar a relação entre as palavras que fazem parte da representação social do Cloud Computing para se confirmar a centralidade dos termos parte da representação social encontrada, assim como a análise léxica e de conteúdo, do questionário complementar, para a obtenção de informações adicionais e pertinentes ao estudo (Vergara, 2005). De acordo com Pereira (2006) e Abric (2005), como sumarizado no Quadro 8, a técnica do quadro de quatro casas de Vergès cruza as frequências das evocações, que possuem natureza quantitativa, com as ordens das evocações, que possuem natureza qualitativa, da seguinte forma: No quadrante superior esquerdo situam-se as evocações com frequência de evocação maior do que a frequência média de evocação (FME) e com ordem de evocação inferior à ordem média de evocação (OME) elementos integrantes do núcleo central, que comportam as funções de gerar o significado da representação, de forma estável e organizada. No quadrante superior direito situam-se as evocações com frequência de evocação maior do que a FME e ordem de evocação maior do que a OME, sendo muito citadas mas sem importância para os entrevistados elementos integrantes da primeira periferia, que comportam os elementos periféricos mais salientes, por serem mais frequentes. Possuem uma relação estreita com núcleo central.

48 48 No quadrante inferior esquerdo situam-se as evocações com frequência de evocação menor do que a FME e ordem de evocação menor do que a OME, consideradas importantes por um pequeno grupo de sujeitos elementos integrantes da zona de contraste, que comporta a existência de subgrupos minoritários que possuem uma representação diferenciada. Possuem uma relação igualmente estreita com o núcleo central. No quadrante inferior direito, situam-se as evocações com frequência de evocação menor do que a FME e ordem de evocação maior do que a OME, irrelevantes para a representação e contrastantes com o núcleo central elementos integrantes da segunda periferia, que comportam os elementos sem importância no campo das representações, estando distantes do núcleo central. Quadro 8 - Sumário descritivo dos quatro quadros de Vergès. NÚCLEO CENTRAL Evocações com frequência de evocação maior do que a FME e com ordem de evocação inferior à OME. PRIMEIRA PERIFERIA Evocações com frequência de evocação maior do que a FME e ordem de evocação maior do que a OME. Ligação estreita com o Núcleo Central ZONA DE CONTRASTE Evocações com frequência de evocação menor do que a FME e ordem de evocação menor do que a OME. SEGUNDA PERIFERIA Evocações com frequência de evocação menor do que a FME e ordem de evocação maior do que a OME. Ligação estreita com o Núcleo Central Ligação distante com o Núcleo Central O Quadro 9 representa a distribuição do núcleo central e sistema periférico da representação social do objeto a ser representado, de acordo com os quadrantes de Vergès ou a técnica do quadro de quatro casas (Vergès apud Sá 2002). Neste trabalho buscou-se encontrar as palavras que possibilitassem o preenchimento deste quadro, onde o quadrante inferior direito ou Segunda Periferia (Pereira, 2006; Abric, 2005) é também chamado de Sistema Periférico

49 49 (Vergara, 2005). De acordo com Tura (1997), o quadrante inferior esquerdo (zona de constraste) e o quadrante superior direito (primeira periferia) possibilitam uma interpretação menos direta, já que representam cognições que estão próximas ao núcleo central (Pereira, 2006; Abric, 2005). Quadro 9 - Representação do Núcleo Central e Sistema Periférico usando a técnica do quadro de quatro casas de Vergès. Usualmente, o primeiro passo para se realizar o tratamento dos dados para a construção do quadro de quatro casas de Vergès é a categorização das palavras evocadas. Na sequência, criam-se os pontos referenciais (médias), para que as palavras evocadas sejam corretamente dispostas dentro do quadro. Dessa forma calcula-se a OME e a FME. Comparando-se os valores das palavras invocadas, individualmente, com os valores de OME e FME, obtém-se o quadrante de Vergès (Correia, 2013; Abric 1994; 2003).

50 50 No entanto, nesta dissertação, a categorização dos dados será feita posteriormente à identificação do núcleo central e periférico do Cloud Computing, já que esse é o procedimento requisitado pelo software EVOC. Há a necessidade de se organizar, primeiro, os dados a serem utilizados pelo software, para que seja possível gerar a representação do Cloud Computing. Dessa maneira, ao se utilizar o software EVOC, o passo de categorização é substituído pelo passo chamado de organização de dados. A categorização passa, então, a ter a função de identificar e classificar os conteúdos das representações, para melhor compreensão (Kalache, 1987), não sendo fundamental para a identificação do quadrante de Vergès. Assim, para que se encontre o núcleo central da representação social, de acordo com o quadro de quatro casas de Vergès, as seguintes etapas foram seguidas nesta dissertação: 1) Organização das palavras evocadas; 2) Cálculo da frequência das palavras por meio do EVOC; 3) Cálculo da ordem média de evocação das palavras por meio do EVOC. Para realizar a primeira etapa de organização de dados, as palavras evocadas foram organizadas utilizando-se o procedimento nettoyage do EVOC (Sarubbi Junior, 2013), e com base nos seguintes critérios, de acordo com Kalache (1987): 1) Verificou-se a flexão gramatical de gênero e número, 2) Verificaram-se os sinônimos e as semelhanças semânticas existentes entre os vocábulos evocados e 3) Analisou-se o sentido de cada uma delas. No Apêndice C há um quadro com toda a organização das palavras usadas nesta dissertação. Camargo (2005) afirma que os pesquisadores das representações sociais utilizam métodos variados e estratégias metodológicas inovadoras, já que a identificação do senso comum, base da representação social, é complexa. Os programas de computador permitiram o surgimento de novas técnicas de análise de dados para a representação social, com uma abordagem intermediária entre a quantitativa e a qualitativa. O software EVOC é um desses programas, possuindo recursos necessários para a realização de pesquisas sobre a estrutural das representações sociais. De acordo com Sant Anna (2012, pag. 3), O conjunto de programas EVOC visa permitir a identificação, a partir de uma lista ordenada de evocações livres, os elementos centrais e periféricos da representação conforme define a teoria do núcleo central. Cruz e Silva (2008) corroboram esse entendimento, ao afirmar que o software EVOC realiza os cálculos de frequência e de ordem média das palavras evocadas e a média das ordens médias de evocação de palavras. Possibilita ainda uma análise quantitativa e lexigráfica dos dados coletados.

51 51 Percebe-se, então, que o software EVOC propõe o resultado final da representação social, incluindo o núcleo central e sistema periférico, perfazendo a segunda e terceira etapas necessárias para construção do quadro de quatro casas de Vergès. Adicionalmente à técnica do quadro de quatro casas de Vergès, faz-se necessária a realização de um teste de centralidade, pois de acordo com Vergara (2005), o teste de evocação de palavras, por si só, não permite uma conclusão com relação à representação social. Existem diversas análises teórico-metodológicas para se fazer o teste de centralidade, as quais auxiliam na estruturação dos termos no núcleo central. No caso desta dissertação, usou-se a análise de semelhança, mais especificamente a análise implicativa, como teste de centralidade, que permite saber se os termos identificados como pertencentes ao núcleo central são realmente os termos estruturantes, de ponto de vista do relacionamento dessas palavras com os demais elementos que fazem parte da representação social do Cloud Computing. Segundo Pereira (1997) a análise de semelhança é capaz de confirmar a estrutura da representação social e a confirmação dos termos de maior centralidade. Busca-se, dessa forma, identificar qual palavra se removida, desestruturaria toda a representação social, o que é de fundamental importância para essa representação (Vergara, 2005). Por fim, realizou-se uma análise de dados, baseada nas técnicas de análise de léxico e de conteúdo. A análise de léxico subsidiou a análise de conteúdo, que buscou identificar o que foi sendo dito sobre o tema Cloud Computing, com base nas respostas dos questionários complementares, buscando-se indicadores que permitissem inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/receptação dessas mensagens (Vergara, 2005). Tanto a análise implicativa quanto a análise de conteúdo serão detalhadas na sequência do trabalho, por se tratar de técnicas utilizadas para a análise dos resultados. A Figura 3 apresenta o fluxo da pesquisa empírica, desde a elaboração da pesquisa online até a análise dos resultados.

52 52 Figura 3 - Fluxo da Pesquisa Empírica até a análise dos dados 1 Elaboração da Pesquisa Online 2 Aplicação do Teste de Evocação de Palavras e Questionário Complementar 3 Aplicação da técnica de Vergès, por meio do software EVOC 4 Identificação do Núcleo Central e Sistema Periférico 5 Análise Implicativa, por meio do software CHIC, e Análise de Conteúdo 6 Comparação do Quadrante de Vergès com o Grafo Implicativo e Categorias Inferidas 7 Comparação dos Resultados com o Referencial Teórico

53 53 5. ANÁLISE DOS DADOS Neste capítulo são apresentados os resultados das análises do teste de evocação de palavras e do questionário complementar, respondidos pelos profissionais de TI, acerca da opinião dos mesmos a respeito do Cloud Computing. Este capítulo subdividiu-se em quatro etapas distintas que buscam identificar nas respostas dos sujeitos de pesquisa, suas opiniões a respeito do Cloud Computing. A primeira etapa tratou da análise das características da amostra obtida, de maneira a identificar se a mesma é adequada para uso nesta dissertação. Na segunda etapa, identificaramse os elementos formadores dos quadrantes de quatro casas de Vergès, mais especificamente do núcleo central e sistema periférico, utilizando-se o software EVOC. Na sequência, na terceira etapa, gerou-se o grafo implicativo, demonstrando a ligação entre os elementos parte do quadrante de quatro casas de Vergès e os respectivos grupos de associações relacionais, por meio de análise implicativa. Por fim, na quarte etapa, analisaram-se os dados das questões abertas por meio de análise léxica, que subsidiou a análise de conteúdo, com a respectiva categorização do texto. 5.1 Análise das amostras O teste e questionário online foram encaminhados para mais de contatos, de variadas regiões, gêneros, áreas e experiências profissionais. Incluíram-se não só profissionais da área de TI, mas solicitou-se àqueles que não fossem da área, que reencaminhassem a pesquisa para profissionais conhecidos que atuassem na área de TI. Foram obtidas 291 respostas, das quais foram aproveitadas 221 (76%) para realizar a análise dos resultados inseridas nesta dissertação. Do total, 70 (24%) questionários foram excluídos por conterem respostas em branco, por terem sido preenchidos por profissionais que não eram da área de TI ou preenchidos com palavras incompreensíveis e fora do contexto da pesquisa. De acordo com Moscarola (1990) a análise de amostras com menos de 30 observações têm grande chance de apresentar resultado errôneo ou defasado. A partir de 100 observações

54 54 aumenta-se consideravelmente a taxa de sucesso de uma pesquisa, sendo a mesma ainda mais precisa com 300 ou mais observações. Dessa forma, o número de questionários usados nesta dissertação de 221 está dentro de uma faixa bastante confortável para se obter um resultado satisfatório. Dos 221 respondentes considerados nesta dissertação, 188 (85%) responderam tanto o teste de evocação de palavras, quanto o questionário complementar, ou seja, responderam completamente todas as perguntas. Já 30 (13,7%) responderam apenas o teste de evocação de palavras, enquanto 3 (0.3%) respondentes responderam o teste de evocação de palavras e parcialmente o questionário complementar. O Quadro 10 sumariza a situação de todos os questionários envolvidos nesta pesquisa. Quadro 10 - Levantamento e detalhamento dos questionários respondidos.

55 55 Dessa forma, 221 entrevistas foram consideradas para a análise do teste de evocação de palavras, enquanto 191 (86,5%) entrevistas foram consideradas para o restante do levantamento estatístico e da análise de conteúdo. No entanto, três entrevistas não puderam ser integralmente usadas, por eventualmente faltar alguma resposta. O tempo médio de experiência dos 191 profissionais de TI que responderam o questionário é de 15 anos, conforme distribuição apresentada no Gráfico 1. A média de idade do total desses entrevistados é de 40 anos. Os valores estão próximos aos encontrados por Mangia (2013), em sua pesquisa sobre a área de TI, onde a idade média dos entrevistados era de 39,1 anos e a experiência média na área era de 16,7 anos, o que sugere que a amostra desta dissertação está coerente com a realidade do mercado. Nota-se ainda pelo diagrama de dispersão do Gráfico 2, que relaciona as variáveis idade dos entrevistados e experiência profissional da área de TI, que a amostra usada nesta dissertação é bastante abrangente e cobre indivíduos com diferentes idades e experiências, o que a torna ainda mais consistente e confiável. Os dados foram tratados estatisticamente de forma a desconsiderar os outliers. Gráfico 1 - Tempo de experiência na área de TI dos entrevistados

56 56 Gráfico 2 - Relação entre a idade e a experiência na área de TI. Anos (experiência) Anos (idade) Dos 191 usuários de TI que responderam o questionário, 18 (12,6%) são do gênero feminino e 173 (87,4%) do gênero masculino. De fato Mishra et al. (2014) já alertavam para o fato de que as mulheres estão sub-representadas na área de TI, tanto no campo profissional quanto no acadêmico. Trauth et al. (2012) são ainda mais incisivos, ao afirmarem que a área de TI é dominada por homens e Castro (2011) explica que a menor participação da mulher na área de TI está relacionada a problemas histórico-culturais. Os 188 entrevistados residentes no Brasil estão distribuídos da seguinte maneira: 74 (39,4%) do estado de São Paulo, 47 (25%) do Rio de Janeiro, 35 (18,6%) de Minas Gerais, 8 (4,3%) do Distrito Federal, 5 (2,7%) de Santa Catarina, 5 (2,7%) do Rio Grande do Sul, 4 (2,1%) do Paraná, 3 (1,6%) do exterior, 2 (1,1%) no Espírito Santo, 2 (1,1%) de Pernambuco, 1 (0,5%) em Branco, 1 (0,5%) de Goiânia e 1 (0,5%) da Bahia. Após consolidarmos os resultados regionalmente obtém-se a seguinte distribuição: 158 (84%) no sudeste, 14 (7,4%) no sul, 9 (4,8%) no centro oeste, 3 (1,6%) no nordeste, 3 (1,6%) no exterior e 1 (0,5%) em Branco. De acordo com o relatório sobre o mercado de profissionais de TI no Brasil (Brascomm, 2014), os estados de SP, RJ e MG concentram, em ordem decrescente, mais de 70% dos cursos relacionados à área da Tecnologia da Informação e

57 57 Comunicação (TIC) no Brasil e 63% da demanda dos profissionais da área, o que explica a grande quantidade de respondentes oriundos desses estados. Houve também uma potencialização da participação de entrevistados dos estados de SP, RJ e MG, devido à rede de contatos do entrevistador estar baseada nesses estados, especialmente nos dois últimos. Trata-se do que Fernandes e Carvalho (2000) definem como a identificação de populações ocultas usando-se o snowball ou bola de neve : os indivíduos a serem entrevistados são aleatoriamente indicados dentro de um grupo previamente estabelecido de relacionamento. Em relação ao nível de escolaridade, os 191 entrevistados dividem-se da seguinte maneira: 97 Pós-graduados/MBA (50,8%), 50 (26,2%) Graduados, 30 (15,7%) mestres (ou em curso), 7 (3,7%) Doutores (ou em curso), 6 (3,1%) Ensino Médio/Técnico e 1 (0,5%) Branco. Nota-se que apenas 7 (3,7%) entrevistados não possuem, no mínimo, uma graduação. De acordo com Ferreira (2003), o nível de graduação é o nível de formação fundamental para as empresas da área de TI, ou seja, as empresas desejam que, no mínimo, os profissionais sejam graduados, o que se aplica à imensa maioria da amostra obtida. Em termos de área de formação, os 191 entrevistados dividem-se da seguinte maneira: 80 (41,9%) em Tecnologia da Informação/Computação, 71 (37,2%) em Engenharia, 23 (12%) em Administração, 6 (3,1%) em Matemática, 3 (1,6%) em Economia, 3 (1,6%) em Eletrotécnico-Eletrônica, 2 (1%) em Marketing, 1 (0,5%) em Arquitetura, 1 (0,5%) em Jornalismo e 1 (0,5%) em Comunicação Social. Segundo Ferreira (2003) as áreas de formação de maior contemplação entre os profissionais do mercado de TI são informática, administração de empresas e engenharia, o que vai ao encontro dos dados coletados. Em termos de área de atuação, os 191 entrevistados dividem-se da seguinte maneira: 113 (59,2%) Tecnologia da Informação, 28 (14,7%) Engenharia, 18 (9,4%) Comercial, 18 (9,4%) Outros (Gerência de Projetos, Economia, Telecomunicações, Educação, etc.), 8 (4,2%) Administrativa, 5 (2,6%) Marketing, 1 (0,5%) Financeiro. Esses dados são importantes, pois quanto mais diversificada é a área de atuação, melhor se capta os diferentes pontos de vista sobre o paradigma computacional Cloud Computing, tornando sua representação social mais rica. Ao mesmo tempo, também é interessante se conhecer com mais profundidade a opinião dos profissionais que estão intrinsecamente trabalhando com a parte tecnológica e de negócio de TI. Dessa forma, a amostragem conseguiu unir os dois lados, ao ter na sua maioria

58 58 profissionais da área tecnológica (59,2%), mas ainda assim ter uma grande presença de outras áreas de atuação (41,8%) e que possuem experiência e participação na área de TI. Ferreira (2003) alerta ainda que o profissional de TI necessita aprimorar não só suas capacidades técnicas, mas também suas capacidades em outras áreas de atuação, como negócios, finanças, marketing e relações públicas. De acordo com a amostra coletada para esta dissertação, isso ainda não ocorre, o que explicaria a existência de profissionais de outras formações, especialmente engenharia, atuando na área de TI. Em média, os 191 entrevistados possuem 6,7 anos de atuação no cargo atual. Do total de entrevistados, 151 (79%) trabalham atualmente em empresas privadas, 27 (14,1%) em empresas públicas, 6 (3,1%) em empresas sem fins lucrativos, 4 (2,1) em empresas público privadas (mista) e 3 (1,6%) não responderam. Por volta de 64 (33%) dos 191 entrevistados nunca tiveram cargo de liderança, enquanto 126 (67%) são ou já foram líderes. A média do número de empresas trabalhadas pelos 191 entrevistados é de 4.7. Esse dado é importante, pois garante que a representação social do Cloud Computing leva em consideração tanto o ponto de vista de gestores (ou ex-gestores), quanto de não gestores, fazendo com que o resultado seja mais abrangente, já que considera o ponto de vista do comandante e do comandado. Dentre os 191 entrevistados, o regime de trabalho está assim dividido: 128 (67%) como Celetistas (carteira assinada), 17 (8,9%) como Pessoas Jurídicas (PJ), 16 (8,4%) Empresários, 13 (6,8%) Funcionários Públicos/Comissionado, 7 (3,7%) Em branco, 2 (1,0%) Bolsistas, 2 (1,0%) Contratos temporários, 2 (1,0%) Desempregados, 2 (1,0%) Contratados pelos EUA, 1 (0,5%) Estagiário, 1 (0,5%) Horista. A grande quantidade de entrevistados oriundos de contratos celetistas, empresários e funcionários públicos (73%) é composta por profissionais mais integrados à empresa da qual fazem parte e com uma maior perspectiva de ter contato com os assuntos estratégicos da empresa, como, por exemplo, o Cloud Computing. Em relação ao cargo atualmente ocupado, os 191 entrevistados estão assim divididos: 55 (28,8%) Gerentes, 27 (14,1%) Analistas/Administradores, 22 (11,5%) Diretores, 15 (7,8%) Engenheiros, 14 (7,3%) Especialistas/Pré-vendas, 11 (5,7%) Coordenadores, 11 (5,7%) Consultores, 6 (3,1%) Empresário/Sócios, 5 (2,6%) Líderes/Supervisores, 5 (2,6%) CxO/Superintendentes, 3 (1,6%) Professores, 2 (1,0%) Programadores, 2 (1,0%) Técnicos de Informática, 2 (1,0%) Auditores, 1 (0,5%) Eletricista de sonda, 1 (0,5%) Autônomo, 1 (0,5%)

59 59 Presidente, 1 (0,5%) Comprador, 1 (0,5%) Escriturário, 1 (0,5%) Vendedor, 1 (0,5%) Estagiário, 1 (0,5%) Pesquisador, 1 (0,5%) Sem resposta, 1 (0,5%) Subsecretário, 1 (0,5%) Mídias. Todos os níveis hierárquicos foram representados na amostra usada, desde o nível de estagiário ao de CxO, com uma forte presença tanto da média/alta gerência (52%), quanto da baixa gerência e especialistas (48%). Uma pequena parte dos 191 entrevistados não considera o Cloud Computing como um paradigma tecnológico, ou seja, 38 (20%) entrevistados, enquanto a grande maioria ou 153 (80%) dos entrevistados acreditam que efetivamente se trata de um novo paradigma tecnológico. Esse resultado corrobora Madhavaiah, Bashir e Shafi (2012) que dentre várias conceituações, consideram o Cloud Computing também como um novo paradigma computacional. Uma parte considerável dos 191 entrevistados trabalha atualmente em empresas que não adotam o Cloud Computing, ou seja, 87 (45.5%), enquanto 103 (54,5%) entrevistados atuam em empresas que já adotam tal paradigma tecnológico. Os dados estão próximos aos apontados por Aquim (2014), que afirma que 38,1% das empresas brasileiras ainda não adotaram qualquer solução relacionada ao Cloud Computing. O cenário é ainda pior nas pequenas e médias empresas, onde apenas 26% delas já aderiram ao Cloud Computing (Pesquisa, 2014). Conforme exposto acima, 103 (46%) entrevistados disseram que sua empresa adota o Cloud Computing, 101 (98%) detalharam quais seriam exatamente os serviços baseados em Cloud Computing utilizados ou prestados pela empresa onde trabalhava. Das 101 respostas, 11 (11%) foram desconsideradas devido a sua irrelevância para a correta identificação do serviço utilizado, de forma que foram consideradas apenas 90 (89%) respostas. Conforme os modelos de serviços discutidos nesta dissertação, sumarizados anteriormente na Figura 3, com destaque para a abordagem de Grance e Mell (2011), pode-se afirmar, conforme respostas complementares dos entrevistados sumarizadas no Apêndice D, que os serviços adquiridos ou prestados pelas empresas onde os entrevistados trabalham estão assim distribuídos: 25 (28%) empresas usam serviços baseados em IaaS, 2 (3%) usam serviços baseados em PaaS e 69 (69%) usam serviços baseados em SaaS.

60 60 Como em muitos casos os entrevistados informaram mais de um tipo de serviço, sempre que foi informado um serviço baseado em IaaS e outro em SaaS considerou-se apenas o SaaS, já que o objetivo deste levantamento é o de se identificar se a empresa utiliza ou presta algum serviço baseado em Cloud Computing, adotando-se o mais avançado modelo quando houver concomitância. A baixíssima porcentagem de adoção do PaaS por parte das organizações deve-se a duas razões fundamentais: 1) Há pouco detalhe nas respostas que evidenciem que o software utilizado foi desenvolvido em plataforma de terceiros (PaaS) ou se é adquirido integralmente e já pronto (SaaS), 2) O mercado de PaaS ainda é irrelevante no Brasil, com 90% dos investimentos ainda concentrados na Europa e Estados Unidos, devido à imaturidade das empresas para adoção de tecnologias e à dispersão de fornecedores (Mercado, 2014). A grande maioria de serviços contratados pelas organizações onde os entrevistados trabalham é baseada em basicamente três vertentes: 1) Soluções de armazenamento e compartilhamento de dados, 2) e 3) Utilização de softwares diversos (ERP, SAP, Dropbox, Google Drive, Sharepoint, dentre outros softwares). Dessa forma os modelos de serviços baseados em IaaS e SaaS são os mais utilizados no mercado brasileiro, de acordo com a análise da amostra. De acordo com Al-Ghofaili e Al-Mashari (2014) o Cloud Computing é uma abordagem não tradicional para empresas que desejam adotar o ERP, já que a abordagem tradicional, baseada em cliente-servidor, muita vezes são inadequadas ou não são implementadas de forma correta trazendo algumas vezes resultados desastrosos. Khan, Ahmed e Ahmed (2014) vai ainda além, ao afirmar que que os custos de uma implementação de sistemas ERP tradicionais é muito caro, o que limita a sua utilização por grande parte das empresas. Por fim, utilizou-se uma escala tipo likert de seis pontos, para se medir o grau de envolvimento das empresas, onde os entrevistados atuam, com o Cloud Computing (Osório, Crippa e Loureiro, 2005): 1) Nada envolvido, 2) Pouco envolvido, 3) Razoavelmente envolvido, 4) Bem envolvidos, 5) Altamente envolvidos e 6) Totalmente envolvidos. Do total dos 191 entrevistados, um não respondeu qual era a sua percepção a respeito do grau de envolvimento da empresa onde atualmente trabalha, com relação ao Cloud Computing. Dos 190 restantes, obteve-se o seguinte resultado: 53 (27,9%) são pouco envolvidas, 35 (18,4%) estão bem envolvidas, 32 (16,8%) estão razoavelmente envolvidas, 30 (16,8%) estão altamente

61 61 envolvidas, 24 (12,6%) estão totalmente envolvidas, e 16 (8,4%) não estão nada envolvidas. Algo em torno de 36% dos entrevistados acredita que a sua empresa está pouco ou nada envolvida com o Cloud Computing, corroborando o dado relacionado apresentado por Aquim (2014). Dessa forma, podem-se resumir as características da amostra, conforme Quadro 11. Quadro 11 - Sumário das características da amostra. Dessa forma, constata-se que a amostra obtida possibilita uma visão bastante aproximada da compreensão dos profissionais de TI a respeito do paradigma computacional Cloud Computing. Na próxima seção será apresentada a representação social do Cloud Computing. Essa representação foi identificada por meio da amostra escolhida e de sua análise por meio do software EVOC 2005, além da realização da análise implicativa e de conteúdo, que auxiliaram na correta interpretação dos elementos parte do núcleo central e do sistema

62 62 periférico permitindo verificar se os mesmos estão refletindo o consenso dos entrevistados a respeito do Cloud Computing. 5.2 Identificação do Núcleo Central e Sistema Periférico. Conforme apresentado na seção 4, a obtenção da representação social do Cloud Computing por meio da identificação dos elementos parte do seu núcleo central e sistema periférico foi feita utilizando-se o software EVOC 2005 (Sarubbi Junior, 2013). Para tal, a técnica de evocação de palavras foi utilizada e os respondentes puderam expressar quais as cinco palavras que lhe vinham à cabeça quando se deparavam com a palavra Cloud Computing. Dos 221 entrevistados considerados na pesquisa, todos tiveram o teste de evocação de palavras preenchido. Como cada teste de evocação de palavras continha cinco palavras evocadas, esperava-se ao todo 1105 palavras evocadas a serem analisadas pelo software EVOC No entanto, o número de palavras analisadas foi de 1091 (98,7%), ou seja, 14 (1,3%) palavras a menos do que o esperado. O número de palavras rejeitadas pelo programa é desprezível e não impacta o resultado. A razão para a eliminação dessas palavras é que alguns entrevistados não evocaram todas as cinco palavras, conforme solicitado. Foram também excluídas pelo software palavras evocadas apenas uma vez. Möller (1996) afirma que a exclusão de evocações unitária é respaldada, uma vez que uma representação social é formada por um conjunto de sujeitos que a compartilham, e não apenas por um indivíduo. Para que houvesse uniformização da base de dados, a fim de alcançar um correto cálculo, todas as palavras foram analisadas e organizadas com o uso do EVOC 2005, para que as palavras com o mesmo significado ou semântica fossem redigidas da mesma maneira. O Apêndice C mostra a tabela de organização das palavras que tiveram sua redação alterada. As demais respostas contidas na base de dados serviram como referência para se realizar a organização dos dados, ou seja, uma vez identificada uma palavra dentro da própria base de dados com um maior número de citações, essa palavra seria usada na conversão. Por exemplo, se a palavra acessibilidade foi citada por dez vezes e a palavra acesso foi citada cinco vezes, no momento da organização da base de dados, a palavra acesso seria convertida para

63 63 acessibilidade, já que a última cumpre com um dos três critérios apontados por Kalache (1987) de ter sido citada mais vezes. Três premissas precisam ser definidas, antes da geração do núcleo central e sistema periférico, com posterior geração do quadro de quatro casas de Vergès utilizando-se o software EVOC. A primeira delas é o número de frequência mínimo que cada palavra evocada precisa ter para ser considerada pelo software nos cálculos da OME. Adotou-se o número de cinco frequências médias evocadas, que é o valor default do software, como o valor mínimo para se iniciar os cálculos, ou seja, foram consideradas para identificação da representação social do Cloud Computing todas as palavras que foram evocadas por, no mínimo, cinco vezes. No entanto, o que é academicamente aceito como frequência mínima a ser utilizada nos estudos relacionados à representação social é o valor da frequência que represente a média das palavras evocadas. Mediante o uso do EVOC, por meio da função Rangmot, obtém-se a Tabela 1, que mostra os valores acumulados em ordem crescente (Coluna Acúmulo crescente) e decrescente (Coluna Acúmulo decrescente) da relação entre o número de palavras evocadas (coluna Palavras) e a frequência com que foram evocadas (Coluna Freq.) (Sarubbi Junior, 2013). Por exemplo, na Tabela 1, a linha identificada mostra que o acúmulo de palavras com frequência de evocação de 17 até 90 totalizam 528 palavras evocadas (15 palavras distintas, que ao todo foram evocadas 528 vezes), que representam 48,4% do total das 1091 palavras evocadas. Mediante a análise da Tabela 1, o valor de 48.4% (coluna Acúmulo Inverso Evocações) aproxima-se do valor médio de 50%, que é aceito academicamente como referência. Como visto anteriormente, o valor de 48,4% está associado a uma frequência mínima de 17, conforme linha em destaque na Tabela 1. Utiliza-se o acúmulo decrescente por representar o acúmulo de palavras com maior frequência de evocação. Dessa forma, de acordo com a amostra utilizada, o número de frequência média mínima a ser usado é de 17 evocações, em vez de 5 evocações, inicialmente usado.

64 64 Tabela 1 - Distribuição das Frequências em ordem decrescente Do total de 1091 palavras evocadas houve a identificação, pelo software EVOC, de 213 palavras distintas, com uma OME calculada de 2,99. Dessa forma, obteve-se a segunda premissa adotada pelo software para a geração do núcleo central e sistema periférico, que é a frequência média de evocações médias de palavras de 2,90 (arredonda-se de 2,99 para 2,90 para que se tenha uma maior rigidez na análise). Nesse novo cenário, do total de 1091 palavras evocadas houve a identificação, pelo software EVOC, de 213 palavras distintas, das quais 15 palavras (7%) atenderam ao critério de frequência mínima de dezessete evocações. O número intermediário de evocações, considerando-se as 15 palavras que farão parte da representação social do Cloud Computing, é de 35,2 (média) ou 26 (mediana). A mediana parece ser a melhor medida para o número intermediário de evocações, considerando que as frequências das evocações não se distribuem uniformemente (Sarubbi Junior, 2013), de forma que nesta dissertação adotou-se a mediana. Assim encontra-se a terceira e última premissa para geração do núcleo central e sistema periférico, com posterior geração do quadro de quatro casas de Vergès. A Figura 4 apresenta os

65 65 sucessivos filtros pelos quais todas as palavras evocadas passaram até que se chegasse ao número de palavras efetivamente usadas para a elaboração do quadro de quatro casas de Vergès. Figura 4 - Fluxo para se encontrar as palavras que compões o quadro de quatro casas de Vergès Palavras evocadas Palavras 213 Palavras distintas Palavras 15 Palavras distintas Organização das palavras 50% ou menos (48,4%) do total das palavras evocadas Portanto, para a geração do núcleo central e sistemas periféricos da representação social do Cloud Computing, representado pelo quadro de quatro casas de Vergès, o software necessita dos seguintes dados já obtidos nas etapas anteriores, a saber: 1) Frequência mínima de evocações de palavras = 17, 2) Frequência intermediária de evocações de palavras (mediana) = 15 e 3) Média da OME = 2,9. Dessa forma as premissas usadas pelo programa estão sumarizadas no Quadro 12, que permitem ao software EVOC gerar o quadro de quatro casas de Vergès conforme o Quadro 13. Quadro 12 - Premissas básicas usadas pelo programa EVOC 2005 para definição do quadro de quatro casas de Vergès. Frequência Mínima 17 Frequência Intermediária (mediana) 26 Média OME 2,9

66 66 Quadro 13 - Distribuição das palavras evocadas segundo o quadro de quatro casas de Vergès. 5.3 Análise implicativa A fim de buscar compreender como se dá a associação entre as palavras que fazem parte da representação social do Cloud Computing, de forma a identificar aquelas que possuem maior relação com as outras palavras integrantes dos núcleos central e do sistema periférico, realizouse a análise de semelhança, utilizando-se um índice de semelhança, que no caso desta dissertação é baseado em uma relação de implicação. Esse tipo de análise de semelhança é chamado de análise implicativa (Pereira, 1997). A análise implicativa, como todos os métodos de análise estatística de dados multidimensionais, permite visualizar, organizar, construir modelos e explicar fenômenos associados aos dados (Gras e Almouloud, 2002).

67 67 Ainda segundo Pereira (1997), por meio da análise de semelhança elimina-se as fragilidades do método investigativo usado neste dissertação, ou seja, a técnica de evocação de palavras, que muitas vezes não se distingue o que de fato faz parte do universo da representação e o que é apenas exclusivo da linguagem. Dessa forma, analisando-se as tramas associativas das palavras que compõem a representação social do Cloud Computing buscou-se sobrepor as fragilidades do método investigativo, na medida em que os entrevistados realizam as suas próprias associações de palavras, que possibilita a construção de grafos de implicação, que podem ser analisados pelo pesquisador e confrontados com os elementos da representação social encontrada pelo software EVOC. Para atingir tal objetivo utilizou-se o software CHIC, na sua versão 4.1 O software CHIC (Vergara, 2005; Sarubbi (2012). Essa análise relacional das palavras pode inclusive sugerir mudanças no núcleo central identificado pelo software EVOC. Para que se chegue até o Grafo Implicativo, que será usado pelo pesquisador para a análise, faz-se necessários a execução de uma série de etapas (Pereira, 1997), que são sumarizados na Figura 5.

68 68 Figura 5 - Fluxo da Pesquisa Empírica até a análise dos dados MATRIZ BINÁRIA Construção de uma matriz binária de ausência (0) ou presença (1) das 15 palavras integrantes da representação social do Cloud Computing considerando todas as palavras evocadas. ÍNDICES DE IMPLICAÇÃO Uso do software CHIC para a geração da tabela com os índices de implicação, conforme tabela 2. GRAFO IMPLICATVO Uso do software CHIC para construção do Grafo Implicatvo da Figura 6, a partir da matriz binária. Segundo Sarubbi (2012) e Couturier e Cols (2004), o software CHIC tem por objetivo obter um grupo de dados por meio de regras de associação entre variáveis, sendo capaz de fornecer um índice de qualidade de associação e representá-lo em uma estrutura gráfica. Confirme a Figura 6, o primeiro passo para que seja possível construir o Grafo Implicativo por meio do software CHIC é a construção de uma tabela binária (Pereira, 1997). Essa tabela binária baseia-se na ausência (0) ou presença (1) de cada uma das quinze palavras identificadas como parte da representação social do Cloud Computing, dentro das cinco palavras evocadas por cada entrevistado. A partir da tabela binária, o software CHIC é capaz de gerar a matriz de implicação, conforme Tabela 2, perfazendo a terceira etapa para a geração do Grafo Implicativo (Pereira, 1997).

69 69 Tabela 2 - Matriz de implicação Importante ressaltar que a matriz de implicação não é gerada apenas considerando as coocorrências, ou seja, quantas vezes a palavra A é evocada em conjunto com a palavra B. A implicação também leva em consideração as coocorrências que aparecem por presença (1), quanto as que aparecem com ausência (0), ou seja, quando as palavras A e B aparecem juntas (1,1) e quando elas não aparecem juntas (0,0). A implicação leva ainda em consideração quantas vezes a palavra A é evocada e a palavra B não é evocada (1,0) e vice e versa (0,1). De acordo com Meyer (2002), quando se considera apenas ausências e presenças conjuntas (0,0 e 1,1) tratamos de similaridade, no entanto, quando se considera todas as possibilidades de ausência e presença (0,0; 0,1; 1,0; 1,1) tratamos de implicação, ou seja, podemos dizer que uma palavra está implicada na outra. Dessa forma pode-se resumir que a matriz de implicação consideraria as quatro possibilidades de ocorrência, conforme Quadro 14.

70 70 Quadro 14 - Possibilidades de ocorrência consideradas na análise implicativa Por fim, uma vez finalizada a elaboração da matriz de implicação partiu-se para a construção do Grafo Implicativo (Pereira, 1997), conforme Figura 6, também por meio do software CHIC, que permitirá ao pesquisador analisar os resultados de forma mais apropriada. O cálculo do grafo implicativo baseia-se na lei de Poisson (Gras e Almouloud, 2002). Note-se que na matriz de implicação há sempre dois valores associados a um par de palavras, logo, para a construção do Grafo Implicativo utiliza-se o maior deles, que aponta para a maior representatividade de uma palavra sobre a outra, ou seja, qual palavra está implicada na outra, o que permite definir a direção da seta utilizada no Grafo Implicativo. Como exemplo, se considerarmos as palavras Custo e Escalabilidade, ao olharmos a matriz de implicação da Tabela 2, de cima para baixo, encontramos respectivamente os valores 89 e 84, como índices de implicação para Custo e Escalabilidade, respectivamente. Como o índice de implicação da palavra Custo é maior do que a da palavra Escalabilidade, a seta do grafo terá o sentido de Escalabilidade para Custo informando que a palavra Escalabilidade está implicada na palavra Custo.

71 71 Figura 6- Grafo implicativo Índice de Implicação Índice de Confiança Pereira (1997) afirma que a análise dos resultados de uma matriz de semelhança é feita observando-se as relações apresentadas e utilizando-se as seguintes técnicas: 1) Análise da árvore máxima e 2) Análise dos filtros. Como a árvore máxima representa o esqueleto da estrutura de semelhança, para melhor compreensão e interpretação dos dados faz-se necessário identificar o conjunto de família de dados, de acordo com os índices de implicação hierarquizados ascendentes. Dessa forma, busca-se visualizar, no grafo implicativo, os

72 72 caminhos de menor e maior índice de confiança, de forma a formar grupos de associações de palavras. De acordo com Gras e Almouloud (2002) considera-se como uma forte implicação, do ponto de vista estatístico, relações com o índices de implicação superiores a 70. Pereira (1997) afirma ainda que outro ponto importante a ser analisado no grafo implicativo é a ligação entre os agrupamentos máximos, isto é, os agrupamentos formados pelo maior índice de implicação. Para existir coerência, estes agrupamentos máximos precisam estar interligados, identificando zonas de fortes implicações. Já a análise de filtro baseia-se na verificação dos índices de implicação mais elevados entre as variáveis limiares, visualizando os agrupamentos mais significativos e determinando os agrupamentos máximos que dão significado à relação entre os dados. Como o foco desta dissertação é o de se utilizar a análise implicativa com o objetivo de analisar o núcleo central encontrado na representação social do Cloud Computing, realizou-se uma análise indutivo-dedutiva, com o objetivo de se identificar os grupos formados pelas associações mais fortes das variáveis estudadas, a partir da Figura 6. Dessa forma, identificaram-se duas grandes associações, que foram circuladas na Figura 6 e que foram chamadas de associações A e B, por apresentarem palavras que apresentam os maiores índices de confiança, de forma isolada. A associação A é formada por um grupo central composto pelas palavras Escalabilidade => Custo => Disponibilidade => Segurança <= Mobilidade. As palavras do grupo central estão cercadas pelas palavras Flexibilidade e Facilidade. Já a associação B é formada por um grupo central composto pelas palavras Dados => Armazenamento => Nuvem <= Rede. As palavras do grupo central estão cercadas pelas palavras Segurança, Internet, Virtualização, Compartilhamento e Acessibilidade. A associação A pode ser identificada com os aspectos relacionados às características do Cloud Computing, ou seja, expressam mais os aspectos de funcionalidades identificadas como importantes, bem como aspectos relacionados aos benefícios econômicos propiciados por esse tipo de sistema. Já a associação B expressa mais os aspectos ligados à aplicação e uso do Cloud Computing, incluindo aspectos ligados à conectividade entre usuário e sistema, bem como os aspectos conceituais do paradigma computacional pesquisado. Compreende-se a partir da análise das associações, que a palavra Segurança, do ponto de vista relacional, é de relevância para a representação social do Cloud Computing, pois uma

73 73 vez suprimida, desarticula completamente tal representação. A palavra Segurança é o elo comum entre duas associações, ou seja, é o elo de ligação existente entre os vários elementos que fazem parte do núcleo central da representação social do Cloud Computing. Dessa forma sugere-se que a palavra Segurança deveria ser incluída no núcleo central, com base na análise relacional. Interpreta-se também a partir da Figura 6, que as palavras que estão diretamente associadas umas às outras, perfazendo um caminho relacional fim a fim desde a associação A até a B são: Escalabilidade => Custo => Disponibilidade => Segurança => Dados => Armazenamento => Nuvem. Dessa forma, com base na análise relacional, todos os principais aspectos ligados à funcionalidade, características, uso, aplicação e conceituação do Cloud Computing ficam evidenciados na interpretação de como os usuários de TI compreendem tal paradigma computacional. 5.4 Análise de Conteúdo De acordo com Freitas e Janissek (2000), a análise de dados de pesquisa passa pela identificação e categorização adequada do conteúdo, com o objetivo de entender o fenômeno estudado, produzindo conhecimento e identificando relações. A técnica de análise léxica e de conteúdo, usadas de forma sequencial, recorrente e complementar busca justamente categorizar os dados da pesquisa. Segundo Freitas e Janissek (2000, pag. 29), a análise léxica consiste em se passar da análise de texto para a análise do léxico (o conjunto de todas as palavras encontradas nos depoimentos ou respostas). Já a análise de conteúdo consiste em uma leitura aprofundada de cada uma das respostas, onde, codificando-se cada uma, obtém-se uma ideia sobre o todo. A análise de conteúdo é um processo dedutivo ou inferencial, desenvolvido a partir de palavras ou indicadores (Freitas e Janissek, 2000). As respostas dos participantes ao teste complementar da pesquisa online usada nessa dissertação esconde em suas entrelinhas opiniões e posicionamentos a respeito do tema Cloud Computing, que são de grande importância para a validação do núcleo central da representação social do Cloud Computing (Pozzebon e Freitas, 1996). Faz-se necessário transformar o dado

74 74 puro em dado elaborado mediante interpretação, análise e síntese das repostas dos entrevistados, ao questionário de pesquisa complementar (Freitas e Janissek, 2000). Busca-se nesta dissertação extrapolar a análise dos resultados realizada pelo software EVOC, via análise lexográfica (Freitas e Janissek, 2000), usando-se a análise de conteúdo feita a partir das respostas abertas do questionário de pesquisa online, como uma forma de categorizar e explicar os achados da pesquisa. Freitas e Janissek (2000) já alertavam para a importância de se usar as palavras da análise léxica na análise de conteúdo. Dessa forma, os elementos parte do quadrante de Vergès, obtidos por meio da análise de léxicos serão usados como base para a categorização dos conteúdos das questões abertas, o que gerará uma lista de categorias. De acordo com Freitas e Janissek (2000) é importante ressaltar que novas categorias surgiram mediante a análise de conteúdo, sendo a análise léxica apenas uma base inicial. A cada resposta do entrevistado associou-se uma ou mais categorias recém-criadas. Como resultado final, obteve-se uma categorização a partir da associação da análise léxica feita pelo software EVOC com a análise léxica e de conteúdo feita por meio do questionário complementar, de forma a criar categorias que auxiliaram na correta interpretação das palavras parte do núcleo central e periférico, bem como na identificação de outras opiniões associadas ao tema Cloud Computing. Dessa forma, segundo Ander-Egg (1978), para se fazer a análise de conteúdo é preciso seguir três etapas: 1) Seleção da amostra do material de análise refere-se aos critérios utilizados para a escolha da amostra, 2) Estabelecimento da unidade de análise refere-se ao elemento básico de análise, isto é, às palavras-chave e/ou às proposições sobre determinado assunto; 3) Determinação das categorias de análises refere-se à seleção e classificação dos dados identificando os assuntos abordados na comunicação. Freitas e Janissek (2000) extrapolam o entendimento de Ander-Egg (1978) sobre as etapas necessárias para se fazer a análise de conteúdo, ao incluir uma quarta etapa de quantificação: 1) Definição do universo, 2) Categorização do universo estudado, 3) Escolha das unidades de análise e 4) Quantificação. Na presente dissertação, o universo estudado são os profissionais brasileiros da área de TI, via a análise das respectivas respostas aos questionários complementares de pesquisa online. Ao todo foram considerados 189 (85.5%) dos 221 respondentes, os quais preencheram duas questões que buscavam apreender, dos participantes, respectivamente, qual seria sua definição

75 75 sobre Cloud Computing e quais seriam as suas características. A categorização implica na identificação das dimensões a serem analisadas, as quais são determinadas em função da informação que se deseja testar. No caso desta dissertação, a informação a ser testada é o núcleo central e periférico da representação social do Cloud Computing. As unidades de análise são as palavras, que conforme Perrien, Chéron e Zins (1984) expressam situações momentâneas, medidas por estímulos situacionais (Freitas e Janissek, 2000, pag. 46). Como a análise de conteúdo é um mix entre intuição e imaginação, com disciplina e rigidez na análise das informações, Grawitz (1993) e Krippendorf (1980) alertam para alguns aspectos da análise do conteúdo que precisam ser levados em consideração, para que se obtenha uma análise correta do conteúdo: 1) Confiabilidade A análise deve ser objetiva e independente do instrumento de medição. A verificação da confiabilidade provê uma base para inferências. 2) Validade Lógica Uma análise é considerada como válida se a descrição quantificada gerada é fiel aos fatos originais e é significativa para o problema original; 3) Inferências As palavras ou expressões possuem mais de uma interpretação dependendo do contexto, logo, um cuidado especial precisa ser tomado para não haver incorreta interpretação e 4) Validade empírica A validade de uma análise está relacionada com a experiência, estudo e treinamento do pesquisador. A fim de garantir que as etapas acima fossem corretamente seguidas, toda a análise de conteúdo, especialmente a categorização, foi revisada por um pesquisador experiente que, no caso desta dissertação, foi o orientador da dissertação. A fim de facilitar o entendimento das técnicas e recursos utilizados para a análise de conteúdo, Freitas e Janissek (2000) propõem a definição de um plano de análise, que permite combinar técnicas e ferramentas, esclarecendo as etapas a serem seguidas. A Figura 7 ilustra o esquema adotado nesta dissertação. A análise léxica permite uma compreensão abrangente do conteúdo. No caso desta dissertação, foram usados os elementos identificados no quadrante de Vergès, obtidos pelo software EVOC 2005, que serviram como base para a análise de conteúdo realizada de forma mais profunda. Importante salientar que a etapa de quantificação não foi realizada, pois é desnecessária para os objetivos do uso das categorias nesta dissertação.

76 76 Figura 7 - Plano de Análise de Dados Fonte: Freitas e Janissek (2000) Conforme o plano de análise de dados sugerido por Freitas e Janissek (2000), a primeira etapa a ser executada seria a análise léxica das respostas dos entrevistados. Como a definição das palavras que fazem parte do núcleo central e periférico é obtida por meio da análise lexográfica, os mesmos elementos foram usados como base para a verificação junto às respostas das questões abertas do questionário de pesquisa online, de forma a se obter uma interpretação rápida e uma leitura adequada das questões abertas desta pesquisa (Freitas e Janissek, 2000). A segunda etapa a ser seguida para a execução do plano de análise de dados sugerido por Freitas e Janissek (2000), é a análise de conteúdo, a partir da análise léxica já realizada, ou seja, haverá uma categorização a partir das palavras e expressões encontradas na análise léxica. Dessa forma, a partir do resultado da análise léxica é possível adotar dois tipos de codificação: 1) Inferidas emergem do próprio texto ou 2) induzidas baseada em algum referencial. Adotou-se nesta dissertação a codificação inferida, pois se inferiu ou extraiu-se das respostas dos questionários complementares as principais ideias expressadas pelos respondentes, formando uma tabela de categoria inferida, conforme Freitas e Janissek (2000). Importante ressaltar que a formulação da grade, baseado na etapa de quantificação das categorias inferidas identificadas, não foi realizada, pois é desnecessária para os objetivos do uso das categorias nesta dissertação. Por fim, apenas as categorias associadas aos elementos que compõem a representação social do Cloud Computing serão sumarizadas no Quadro 15, uma vez que a análise de conteúdo

77 77 realizada nesta dissertação busca explicar o significado das palavras integrantes do núcleo centra e sistema periférico, sob o ponto de vista dos profissionais de TI. Quadro 15 - Categorias Inferidas Núcleo Central (Continua)

78 78 Quadro 15 - Categorias Inferidas Núcleo Central (Continua)

79 79 Quadro 15 - Categorias Inferidas Núcleo Central Vale destacar que esta dissertação focou na categorização baseada no teste de evocação de palavras e não de uma pesquisa bibliográfica ou revisão de literatura, como na pesquisa de Madhavaiah, Bashir e Shafi (2012). A ideia não é a de se criar a melhor categorização, mas sim aquela que melhor serviria para explicar os elementos parte do quadrante de quatro casas de Vergès, bem como associar termos que no contexto da análise de conteúdo poderiam ser unificados, para dar sentido ao que foi expresso pelos entrevistados.

80 80 6. RESULTADOS Uma vez feita a análise detalhada de todas as informações disponíveis na amostra coletada e mediante o uso da técnica do quadro de quatro casas de Vergès, além das análise implicativa e de conteúdo faz-se necessário confrontar os resultados encontrados com a literatura pesquisada. A partir da análise do Quadro 14, mediante o uso da técnica de quatro casas de Vergès, ou seja, do ponto de vista da frequência e ordem de evocação, observa-se que a representação social do Cloud Computing na visão dos profissionais de TI brasileira é composta pelos seguintes elementos, que fazem parte do seu núcleo central: Nuvem, Armazenamento, Disponibilidade, Internet e Virtualização. Já de acordo com a Figura 6, mediante a análise implicativa, outras palavras além das identificadas no núcleo central foram realçadas como relevantes do ponto de vista relacional: Escalabilidade, Custo, Mobilidade, Rede e Segurança. No entanto, a palavra Segurança apresentou-se como fundamental para a estabilidade da representação social do Cloud Computing possuindo dessa forma características que sugerem seu posicionamento como parte do núcleo central. A inclusão da palavra Segurança como parte do núcleo central justificar-se-ia não do ponto de vista da ordem de evocação, mas sim do ponto de vista relacional e de frequência. O mesmo não ocorre com as palavras Rede, Mobilidade, Custo e Escalabilidade, que apesar de serem importantes, do ponto de vista relacional, não desestruturariam a representação social com a sua remoção. Ryan (2013), Younis, Merabti e Kifayat (2013), Rong, Nguyen e Jaatun (2013) e Merabti e Kifayat (2013) são unânimes em afirmar que os aspectos relacionados à segurança em Cloud Computing são, hoje, a grande barreira para a plena utilização do Cloud Computing, mesmo considerando os amplos benefícios que tal paradigma computacional traz ao usuário. Ao se abordar Segurança, os autores destacam não só os riscos tradicionais, que apenas se adaptam ao ambiente remoto característico do Cloud Computing, como a violação da integridade dos dados do cliente ou os ataques por vírus ou hackers, como também os novos riscos de segurança que são específicos do ambiente Cloud Computing, especialmente aqueles relacionados ao fato do provedor e seus parceiros possuem total acesso a todos os dados do cliente.

81 81 No entanto, mediante a análise dos resultados, há certo consenso, por parte dos entrevistados, de que o Cloud Computing é um ambiente seguro, de forma que os usuários de TI brasileira não possuem a mesma visão dos pesquisadores acadêmicos, sendo mais otimistas sobre o tema. Importante ressaltar que os entrevistados, quando abordam a questão de segurança, consideram tanto o ponto de vista do usuário, que utiliza o Cloud Computing como uma ferramenta para atingir uma redundância dos seus dados, por meio de backups na nuvem, quanto o ponto de vista de privacidade, sigilo e confidencialidade das informações armazenadas na nuvem, sujeitas a ataques de terceiros. Dessa forma pode-se inferir que a compreensão dos profissionais de TI no Brasil sobre o Cloud Computing pode ser representada por meio das seguintes palavras, que fazem parte do núcleo central da representação social do Cloud Computing: Nuvem, Armazenamento, Disponibilidade, Internet, Virtualização e Segurança. Podem-se fazer algumas considerações a respeito das palavras incluídas no núcleo central. A palavra Nuvem foi a mais evocada em primeiro lugar, totalizando quase um terço das palavras evocadas, considerando-se os elementos do núcleo central. No entanto, trata-se apenas de uma tradução da palavra Cloud, que faz parte do termo Cloud Computing. De acordo com Vale, Ferreira e Joia (2014), é comum a evocação da própria palavra indutora ou expressões similares quando se usa a técnica de evocação de palavras. Vale ressaltar que no teste de implicações, o termo Nuvem também foi citado como parte do núcleo central, do ponto de vista relacional. Outras duas palavras, Disponibilidade e Armazenamento, também se destacam pelo grande número de evocações, totalizando juntas mais de um terço de todas as palavras evocadas, considerando-se os elementos do núcleo central. Os profissionais de TI compreendem o Cloud Computing como um grande centro de armazenamento de dados, programas, soluções, sistemas ou aplicativos, que precisa ter alta disponibilidade, ou seja, não pode falhar. A análise de implicação, apesar de colocar as palavras em grupos de associação distintos (A e B), também

82 82 sugere que ambas as palavras fazem parte do núcleo central, pois possuem fortes relações de implicação, acima de 85, com outras palavras parte da representação social. A interpretação da palavra Armazenamento, segue o que foi exposto por Marston et al. (2011) e Grance e Mell (2011), que consideram a informação como uma commodity, com seu armazenamento sendo realizado remotamente, dentro de uma estrutura compartilhada de recursos computacionais Cloud Computing. O Cloud Computing é um modelo que permite acesso compartilhando a uma rede de recursos computacionais configuráveis, onde o armazenamento é dito como um desses recursos (Grance e Mell, 2011). Ryan (2013) afirma que o Cloud Computing baseia-se na ideia de armazenamento de dados e programas remotamente, de forma centralizada, acessada de qualquer lugar e de qualquer dispositivo. Apesar de não aparecer como elemento do núcleo central, a presença da palavra Dados tanto na análise implicativa, como na de conteúdo dá algumas sugestões de qual é a sua função dentro da representação. Após a análise de conteúdo compreendeu-se que a palavra Dados estava associada mais frequentemente à palavra armazenamento e em seguida, em menor frequência, à palavra processamento. No entanto, as palavras armazenamento e processamento estavam sempre associados. Por exemplo, armazenamento e processamento de dados. Dessa forma, compreende-se que o Cloud Computing ainda é reconhecido pelos profissionais da área de TI como um sistema de armazenamento de dados apenas ou como um repositório de dados (IaaS), em uma fase ainda inicial da utilização do Cloud Computing. Já a palavra Disponibilidade está voltada à disponibilidade do serviço, de forma online, vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana, de forma ininterrupta. Espera-se que as aplicações estejam sempre disponíveis, ou seja, em execução durante todo o tempo (Sanmartim, 2014). De acordo com a análise de conteúdo, inclui-se não só a disponibilidade do sistema e recursos computacionais remotos per si, mas também da rede de dados (internet) que realiza o elo entre o usuário e os elementos parte do Cloud Computing (servidores, storages etc.). Para Souza, Moreira e Machado (2009), Cloud Computing são aplicações armazenadas em servidores, com alto poder de processamento e disponibilidade, de forma a mantê-las em funcionamento constantemente e a um custo reduzido. Aproxima-se do que foi abordado como uma das características do Cloud Computing por Brian et al. (2008) e Grance e Mell (2011): Amplo acesso à rede - o serviço é provido por meio de uma conexão de alto desempenho, que precisa estar disponível para que haja provimento desse serviço. Dessa forma, a disponibilização de serviços de armazenamento precisa assegurar que os usuários tenham a

83 83 disponibilidade de armazenamento necessária para suportar seus negócios, sem interrupções. Marston et al. (2011) também defende que o Cloud Computing é composto por recursos computacionais compartilhados, para que se garanta o nível de qualidade de serviço contratado pelo usuário. A presença das palavras Internet e Virtualização demonstram que a compreensão dos usuários de TI é de que o Cloud Computing é mesmo um serviço disponibilizado remotamente por meio da internet e que utiliza a virtualização como ferramenta para emulação desses serviços, sem a necessidade de infraestrutura própria. Armbrust et al. (2010) já alertavam para a importância da internet como meio para a disponibilização dos serviços de Cloud Computing, utilizando-se do hardware e software dos datacenters. Mediante a análise de conteúdo, identifica-se que a palavra Internet é sempre mencionada como a forma com que o usuário se conecta remotamente com os recursos computacionais do Cloud Computing. Ou seja, a Internet é vista como a maneira de se fazer a conectividade entre o usuário e os recursos do Cloud Computing, sendo possível, inclusive, combiná-la com a palavra Rede, que aparece como elemento do núcleo periférico, e suas variáveis, que também possuem o mesmo significado, dentro do contexto da pesquisa. Seria o que Marston et al. (2011) chama de rede de dados, que é o meio onde os serviços de TI são disponibilizados sob demanda, independentemente de localização e sob a forma de autoatendimento. Marston et al. (2011) já alertavam para o fato de que a Virtualização é o aspecto tecnológico chave para o total aproveitamento do Cloud Computing, pois possibilita o uso dos recursos computacionais por múltiplos consumidores ou individualmente, alocados de acordo com o uso e a necessidade, o chamado Pool de Recursos (Brian et al., 2008; Grance e Mell, 2011). Taurion (2007) afirma, ainda, que para alguns especialistas, o conceito de Cloud Computing é um avanço do conceito de virtualização. Armbrust et al. (2010) também destacam a importância da Virtualização como forma de alcançar a aparência de infinita capacidade disponível e sob demanda que, por sua vez, exige alocação e gestão automática, sem que o usuário tenha os dados em sua máquina. Já o sistema periférico da representação social do Cloud Computing, a partir da análise do Quadro 13, que foi gerado mediante o uso da técnica de quatro casas de Vergès, ou seja, do ponto de vista da frequência e ordem de evocação, é formada pelas seguintes palavras: Compartilhamento, Escalabilidade, Facilidade e Rede.

84 84 A presença da palavra Compartilhamento como elemento do núcleo central possui duas interpretações a serem consideradas, mediante a análise de conteúdo. A primeira, mais evidente, refere-se a capacidade de compartilhamento de recursos computacionais configuráveis por meio de plataformas modernas, advindas do uso do Cloud Computing (Grance e Mell, 2011 e Marston et al., 2011). A segunda trata da percepção de que o Cloud Computing não é apenas um serviço de armazenamento de dados remoto, acessado pela internet e de uso individual, mas também um meio de promover o compartilhamento de dados e informações entre indivíduos que necessitem do mesmo dado. Esta última percepção não é abordada na literatura usada nesta dissertação. A palavra Escalabilidade remete à capacidade do Cloud Computing de redimensionar os recursos computacionais virtualizados, conforme a necessidade, aumentando o número de nós de processamento (Verdi et al., 2010). A escalabilidade deve ser transparente para o usuário, sem a necessidade de se saber a localização dos dados e como são acessados (Souza, Moreira e Machado, 2009). Buyya et al. (2009) já afirmava que o Cloud Computing possibilita a geração de novos modelos de negócios, com o aumento da escalabilidade. Marston et al. (2011) destacava a importância da escalabilidade como forma de garantir o nível de qualidade de serviço contratado pelo usuário. Por fim, a palavra Facilidade, de acordo com a análise de conteúdo, representa a capacidade dos usuários do Cloud Computing de utilizarem, implementarem, contratarem ou gerenciarem os recursos computacionais remotos de forma simples, prática, e com um mínimo de esforço. Grance e Mell (2011) afirmavam que o Cloud Computing é um modelo onde os recursos computacionais podem ser rapidamente provisionados e liberados, com um mínimo de esforço gerencial ou interação com o provedor de serviços. Marston et al. (2011) corroboram a ideia de que o Cloud Computing tem como característica o mínimo de interação com o provedor de serviço, o que passa a sensação de facilidade de uso, por parte do usuário. Como dito anteriormente, apesar da palavra Rede estar contida no sistema periféricos, se considerarmos a análise de conteúdo, a mesma possui o mesmo significado da palavra internet, ou seja, refere-se à ideia de conectividade ou a forma com que o usuário se conecta remotamente com os recursos computacionais do Cloud Computing. Dessa forma as palavras Rede e Internet poderia ser combinadas e a palavra internet será mantida no núcleo central representando ambas as palavras, ou seja, conectividade de rede.

85 85 Dessa forma pode-se sugerir que o sistema periférico referente à representação social do Cloud Computing, sob o olhar dos profissionais de TI brasileiros é composta pelas seguintes palavras: Compartilhamento, Escalabilidade e Facilidade. Após o uso da técnica de evocação de palavras, das análises implicativa e da análise de conteúdo sugere-se que o núcleo central e o sistema periféricos da representação social do Cloud Computing podem ser reorganizados conforme Quadro 16. Quadro 16 - Representação Social Final do Cloud Computing

86 86 7. CONCLUSÃO Neste capítulo consolidam-se as conclusões da pesquisa, obtidas por meio da análise dos resultados. São também elencadas as implicações gerenciais e acadêmicas inferidas desta pesquisa, bem como suas limitações e sugestões de pesquisas complementares. O maior objetivo desta dissertação foi a de identificar qual seria a percepção dos profissionais brasileiros da área de TI a respeito do paradigma computacional Cloud Computing. 7.1 Discussão Final Tanto a pergunta de pesquisa, quanto os objetivos principais e secundários foram integralmente respondidos e atendidos. Dessa forma, foram identificadas e comparadas com a literatura pesquisada, quais as percepções dos profissionais da área de TI brasileira, a respeito do Cloud Computing. Assim a pergunta de pesquisa Qual a representação social do Cloud Compunting sob o olhar dos profissionais de TI brasileira? foi respondida utilizando-se essencialmente a Teoria da Representação Social (TRS) e complementarmente as teorias relacionadas à análise de dados: análise implicativa e análise de conteúdo. Vale ressaltar que os objetivos intermediários foram alcançados com sucesso, da seguinte maneira: 1) Por meio da pesquisa bibliográfica compreendeu-se o conceito de Cloud Computing, sob diferentes perspectivas, tanto técnicas como de negócios, incluindo suas aplicações, vantagens, desvantagens e desafios e 2) Analisou-se a Teoria da Representação Social e os softwares EVOC e CHIC, a fim de realizar o tratamento das palavras evocadas via o quadrante de quatro casas de Vergès e a análise implicativa como teste de centralidade, respectivamente. Aprendeu-se também como se faz uma análise de conteúdo, importante para a correta interpretação dos elementos parte da representação social do Cloud Computing. A comparação entre os resultados apresentados e as conceituações pesquisadas nesta dissertação se apresenta bem alinhada, pois todos os elementos parte do quadrante de quadro casas de Vergès estão associados ou abordados em alguma referência pesquisada e adotada nesta dissertação.

87 87 Do ponto de vista da análise dos participantes que fizeram parte da amostra estudada, a média de experiência destes profissionais de TI é de 15 anos e com uma qualificação escolar média de pós-graduação/mba. Desta forma, este trabalho considerou o ponto de vista de profissionais bastante experientes na área de TI e com um alto nível de escolaridade. Ao longo da análise do referencial teórico e dos dados coletados, algumas informações relevantes puderam ser abstraídas a respeito do Cloud Computing. Conclui-se de forma geral que a percepção dos profissionais de TI brasileira a respeito do Cloud Computing é positiva, ou seja, não se encontrou nenhuma evidência que demonstrasse qualquer tipo de receio ou medo sobre este paradigma computacional, tanto do ponto de vista do usuário, como do provedor. Apenas as características ou benefícios do Cloud Computing tiveram destaque, com a existência de pouquíssimos comentários negativos. Com base na análise dos resultados desta dissertação, considerando especialmente o núcleo central afirma-se, também, que os profissionais de TI brasileiros ainda possuem uma percepção um tanto ultrapassada a respeito do Cloud Computing, diante das potencialidades e da aplicabilidades de tal paradigma computacional. Praticamente não se associou Cloud Computing com o desenvolvimento de novas soluções, ou de forma tímida, se falou em armazenamento de soluções ou aplicativos. Outro fato a ser levado em consideração refere-se à importância dada aos aspectos relacionados à disponibilidade. Mesmo diante dos potenciais riscos de indisponibilidade de recursos computacionais dispostos remotamente, tanto do ponto de vista do datacenter per si, como de todos os recursos computacionais envolvidos na conectividade do usuário com o Cloud Computing (link, banda larga, rede de dados, rede de acesso, internet etc.) ainda assim há uma visão otimista a respeito do Cloud Computing. Conclui-se, também, a partir da análise de todos os resultados, que os profissionais brasileiros de TI estão com uma visão deturpada e imatura a respeito dos potenciais riscos na adoção do Cloud Computing, do ponto de vista de segurança. As empresas estão selecionando criteriosamente as aplicações e dados a serem migrados para a nuvem, agregando todos os benefícios do Cloud Computing e mitigando assim os riscos de segurança, pois as suas informações estratégicas não estão nas nuvens. Por isso, ainda se utilizam os serviços básicos baseados em Cloud Computing, por parte das empresas pesquisadas neste trabalho.

88 88 Pode-se também concluir que a grande maioria dos entrevistados reconhece o Cloud Computing como um paradigma tecnológico. No entanto, há pouca adoção do Cloud Computing por parte das empresas pesquisadas e praticamente não há uso do modelo de serviço PaaS. As pequenas e médias empresas (PME) são as que menos utilizam tal paradigma tecnológico, aqui no Brasil. A partir dos elementos do núcleo central da representação social do Cloud Computing identificados nesta dissertação foi possível gerar uma nova definição sobre o paradigma computacional Cloud Computing. Essa definição mostra apenas o retrato momentâneo de como o Cloud Computing é percebido pelos profissionais brasileiros da área de TI: Um modelo de negócio baseado na oferta da tecnologia da informação como serviço de armazenamento de dados, compostos de um pool de recursos computacionais remotos, que são acessados pelos usuários por meio da internet e fazendo-se uso da virtualização. Os recursos computacionais precisam estar totalmente disponíveis, isto é, sem interrupções e de forma segura, não colocando em risco os dados dos usuários. 7.2 Implicações Acadêmicas e Gerenciais Levando-se em consideração o ponto de vista acadêmico, esta dissertação colocou em evidência uma desconexão entre a teoria e a percepção dos profissionais de TI a respeito do tema Segurança do Cloud Computing. A dissonância encontrada entre a existência de riscos de segurança com a adoção do Cloud Computing apontada pela academia e a percepção de segurança que os profissionais de TI possuem a respeito do Cloud Computing necessita ser estudada com mais profundidade. Este trabalho oferece também a oportunidade de discussão a respeito do uso da análise de implicação, fundamentada nas relações entre as palavras evocadas, para validação do núcleo central. Isso porque ainda não se sabe até que ponto resultados oriundos deste tipo de análise podem, efetivamente, serem usados para validar, ou não, os elementos do núcleo central, ao invés de apenas sugerir se os elementos parte do núcleo central foram, ou não, corretamente identificados.

89 89 Como neste trabalho adotaram-se diferentes técnicas para se tratar e analisar as palavras evocadas, como frequência, ordem de evocação ou relação entre palavras, há uma interessante abertura para discussão a respeito das melhores práticas metodológicas a serem adotadas, a fim de capturar todas as informações disponibilizadas pelos entrevistados, em busca da real percepção que possuem a respeito de um determinado tema. Do ponto de vista gerencial, uma correta identificação da representação social do Cloud Computing possibilita aos executivos do setor de TI a identificação das melhores estratégias a serem adotadas para o correto uso de tal paradigma computacional, junto aos seus clientes internos e externos. Possibilita aos gestores, por exemplo, compreenderem em que estágio se encontra o mercado brasileiro e quais as características que são mais consensualmente associadas ao Cloud Computing e, por sua vez, mais valorizadas pelos profissionais da área. Dessa forma as empresas podem identificar oportunidades e eliminar gaps, potencializando o uso do Cloud Computing em seus negócios. Uma segunda implicação gerencial oriunda dos resultados desta dissertação seria a utilização do Cloud Computing de forma mais abrangente, não se limitando apenas aos modelos de serviços baseados em IaaS e SaaS, mas também o PaaS, que possibilitaria uma maior liberdade e criatividade das empresas, que poderiam desenvolver novas soluções ou produtos, remotamente e com redução de custos. O desenvolvimento de novos modelos de negócios que abordassem o uso do modelo de serviço PaaS possibilitaria às empresas a explorarem um mercado que ainda é praticamente inexplorado no Brasil, pois de acordo com a análise amostral deste trabalho, apenas 3% das empresas utilizam tal modelo de serviço. Uma terceira implicação gerencial seria a necessidade de se expandir a promoção e oferta de soluções baseadas em Cloud Computing por parte dos provedores, com foco em especial nas pequenas e médias empresas (PME). De acordo com a análise amostral deste trabalho, quase metade das empresas onde os entrevistados trabalham, ainda não utilizam soluções baseadas em Cloud Computing e 36% estão nada ou pouco envolvidas com o Cloud Computing. Segundo Pesquisa (2014), apenas 26% das PMEs aderiram ao Cloud Computing sugerindo uma amplo potencial de crescimento neste setor. Por fim, como uma quarta implicação gerencial obtida por meio da representação social do Cloud Computing seria a necessidade dos executivos em focarem no desenvolvimento de soluções de Cloud Computing baseados na segurança e na disponibilidade. Apesar desta

90 90 pesquisa deixar evidente uma excessiva despreocupação com os riscos relacionados seguranças dos dados e disponibilidade das informações baseadas em Cloud Computing, por parte dos entrevistados, haveria a possibilidade de se investir maciçamente em soluções efetivamente mais seguras e disponíveis, pois sugere-se que uma vez que o uso do Cloud Computing seja feito de forma mais madura e abrangente no Brasil haverá uma maior preocupação com os aspectos ligados à segurança e disponibilidade. 7.3 Limitações da Pesquisa Podem-se identificar algumas limitações de pesquisa nesta dissertação, que precisam ser expostas e esclarecidas, como se segue. Uma importante limitação desta dissertação refere-se aos aspectos relacionados à organização das palavras, que é uma das etapas utilizadas pelo sofware EVOC para construir o quadro de quatro casas de Vergès. Por mais que se sigam as regras estabelecidas previamente nas referências bibliográficas, possíveis erros podem ter sido cometidos. Igualmente, a possibilidade de inclusão de erros de inferência pode ter ocorrido no momento da categorização das palavras. Tal limitação é amenizada nesta dissertação, pois como a análise de conteúdo e posterior categorização não foram usados para a identificação do núcleo central e periférico, mas sim para explicá-los, o seu impacto nos resultados acaba sendo irrelevante. De fato, a análise de conteúdo teve apenas a função de explicar o que os respondentes queria dizer quando evocaram as palavras que foram identificadas como parte integrante do núcleo central e periférico. Apesar de se utilizar uma série de técnicas de análise de dados, como a análise de semelhança e de conteúdo, a melhor ferramenta para se testar a centralidade dos elementos do núcleo central é o retorno a campo, para que os elementos identificados com parte do núcleo central sejam apresentados aos mesmos respondentes, para validação, o que infelizmente não foi feito. Além disso, a pesquisa limitou-se apenas aos profissionais da área de TI brasileira, não se levando em consideração as opiniões de profissionais de outros países, ou, até mesmo, de

91 91 profissionais de outras áreas usuários de serviços baseados na nuvem, os quais poderiam ter pontos de vista diferentes que ajudariam a compor uma visão mais abrangente sobre o tema. Identificou-se, também, uma grande concentração de respondentes na região sudeste, em especial nos estados do RJ, MG e SP. De fato, mesmo considerando que a amostra utilizada está dentro do perfil da área de TI, uma pesquisa ideal comportaria dados de todas as regiões do Brasil, de forma proporcional à distribuição dos profissionais de TI no Brasil. No entanto, vale ressaltar que as regiões RJ, MG e SP, de fato, concentram a maioria dos profissionais de TI brasileiros, além da região de DF, que concentra grande parte da TI pública. Ademais, um aumento do número de respondentes também seria importante para se obter uma maior representatividade. Do ponto de vista metodológico, diversas outras técnicas poderiam ter sido usadas, tanto em substituição às técnicas aplicadas nesta dissertação, quanto para complementação da análise e tratamento dos dados, assim, uma comparação entre as diferentes técnicas e respectivos resultados poderia ser usado para evitar falhas na geração dos resultados (Yin, 2005). 7.4 Futuras Pesquisas O presente trabalho expõe uma séria de possibilidades de estudos, a partir da análise da representação social do Cloud Computing, uma vez que o tema é ainda pouco estudado academicamente. Sugere-se que nas próximas pesquisas criem-se grupos focais para se identificar se há alteração da percepção dos usuários de TI em relação ao Cloud Computing, considerando-se raça, sexo, posição social, cargo hierárquico, nacionalidade etc. A criação de um grupo focal de especialistas no tema Cloud Computing também contribuiria para um maior aprofundamento do estudo. Deve-se buscar alterações de percepção ou vieses que ajudem a compreender o que cada grupo pensa sobre tal paradigma computacional. Recomenda-se, também, que a quarta etapa da análise de conteúdo proposta por Freitas e Janissek (2000) seja realizada, ou seja, a formulação de uma grade de análise e a promoção do cruzamento de dados entre as categorias e o conteúdo do texto. Dessa forma, uma vez com a tabela de categorias inferidas definida, a mesma seria usada para preencher uma grade de

92 92 análise e promover cruzamento de dados entre os elementos das categorias e o conteúdo do texto, de forma a facilitar o entendimento das respostas dadas pelos respondentes. Recomenda-se, também, a implementação por meio do software EVOC, das mesmas categorias identificadas pela análise de conteúdo junto às palavras evocadas. A comparação dos resultados encontrados, em termos da frequência de ocorrências das mesmas categorias utilizando-se duas bases de dados diferentes palavras evocadas e análise de conteúdo das questões complementares poderia trazer mais subsídios para a análise dos resultados. As palavras que foram identificadas como parte do sistema periférico, localizados no quadrante superior direito (Primeira periferia) e inferior esquerdo (zona de contraste), também precisam ser melhor explicadas, pois apesar de estarem distantes do núcleo central, se apresentam mais flexíveis e adaptáveis, com tolerância às contradições e possuem caráter evolutivo e individual, como já visto no capítulo 3. Especial atenção deve ser dada a zona de contraste, para um melhor entendimento de possíveis evoluções do Cloud Computing. A zona de contraste representa a percepção de uma minoria a respeito do Cloud Computing, que pode representar o que estaria por vir, uma vez que as minorias influenciam as maiorias. Uma minoria consistente exerce uma considerável influência sobre os indivíduos, mesmo que seja destituída de poder ou status, uma vez que é do conflito com a maioria e sua diferente forma de pensar que surge seu poder de influência (Moscovici & cols, 1969). Neste trabalho realizou-se uma análise transversal, ou seja, esta pesquisa reflete uma fotografia do momento. Seria interessante realizar uma análise longitudinal buscando analisar o comportamento e as mudanças da percepção do usuário de TI sobre Cloud Computing, ao longo do tempo. Isto é especialmente importante para o contexto brasileiro, que ainda está em uma fase de amadurecimento em relação ao Cloud Computing. Por fim, recomenda-se a inclusão de um processo de validação das interpretações feitas, incluindo técnicas como a credibilidade de dados por parte dos informantes, corroboração das inferências por outros juízes e triangulação, como citado por Guba e Lincoln (1981). Diante de um tema pouco estudado espera-se que esta dissertação tenha contribuído um pouco mais no que diz respeito à abordagem acadêmica sobre o tema Cloud Computing, expondo como os usuários de TI brasileira percebem tal paradigma computacional e utilizandose de técnicas oriundas da psicologia, como o TRS. De fato, a junção de áreas multidisciplinares

93 93 tão distintas, como TI e Psicologia enriqueceu o trabalho e propiciou um grande desafio ao pesquisador.

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103 103 Amigo(a)s, Estou iniciando a minha pesquisa de campo para finalizar a minha dissertação, sobre o paradigma tecnológico Cloud Computing. Gostaria de contar com a sua ajuda! Favor encaminhar o questionário online abaixo aos seus contatos (amigos, familiares, etc.) que atuem na área da Tecnologia da Informação (TI) e também respondam, caso atue na área? Desde já agradeço e conto com a sua colaboração. Abs, Gustavo G. Marchisotti

104 104 (ii) Formulário disponibilizado no sítio Figura 8 - Página de Introdução da Pesquisa online. Figura 9 - Segunda página - Teste de evocação de palavras.

105 Figura 9 Segunda página Questões complementares (continua). 105

106 106 Figura 9 Segunda página Questões complementares. Figura 10 - Última página - Agradecimentos.

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