Programa da disciplina de Direito Comercial I

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1 Universidade de Macau Faculdade de Direito Ano lectivo 2010/2011 Programa da disciplina de Direito Comercial I Regente: Mestre Augusto Teixeira Garcia Assistente: Mestre Miguel Quental

2 Programa da disciplina de Direito Comercial I Introdução 1. O sistema de direito comercial. Significado da categoria. 2. Evolução histórica da disciplina. 3. O actual objecto do direito comercial. 4. As fontes de direito comercial. 1.ª Parte A empresa comercial Capítulo I Os empresários comerciais Secção I O empresário comercial 5. O problema da delimitação do conceito jurídico de empresário comercial. 6. O empresário em geral. 7. O empresário agrícola. 8. O empresário comercial. 9. O pequeno empresário. 10. O artesão. 11. A empresa pública. 12. Aquisição e perda da qualidade de empresário comercial. O empresário oculto. 13. Os impedimentos para o exercício de uma empresa comercial. 14. A capacidade para exercer uma empresa comercial. 15. Efeitos do exercício de uma empresa comercial Obrigatoriedade de adoptar uma firma Obrigação de manter escrituração mercantil Obrigação de inscrever no registo comercial certos actos Obrigação de prestar contas Sujeição à falência Representação do empresário no exercício da empresa Auxiliares em sentido lato: auxiliares subordinados e auxiliares autónomos Os poderes de representação dos auxiliares subordinados Os gerentes Os procuradores Os auxiliares strictu sensu Responsabilidade pelo exercício da empresa Responsabilidade em geral Responsabilidade dos bens do casal, no caso de empresário comercial casado em regime de comunhão de bens.

3 Responsabilidade civil do empresário comercial produtor. Secção II A empresa 16. O conceito de empresa. O aviamento. 17. O problema da conservação da empresa e da sua transmissão. 18. A disciplina da transmissão da empresa: forma e prova dos negócios relativos. 19. Outras regras relativas à transmissão da empresa A alienação (trespasse) da empresa A locação da empresa. 20. O usufruto da empresa. 21. Garantia sobre a empresa: o penhor de empresa. Secção III Os sinais distintivos os bens imateriais 22. Os sinais distintivos: nome e insígnia de estabelecimento, marca, denominações de origem, indicações geográficas, recompensas, logotipos Nome e insígnia de estabelecimento Noção; composição e princípios informadores da sua composição Protecção dos nomes e insígnias. O problema do artigo 8.º da Convenção de Paris Transmissão dos nomes e insígnias Extinção do registo de nome ou insígnia e de direitos dele derivados Marcas Noção, espécies e funções Princípios informadores da composição das marcas Conteúdo e extensão do direito sobre a marca Protecção das marcas de facto, livres ou não registadas Transmissões e licenças Extinção do registo das marcas ou de direitos dele derivados Denominações de origem e indicações geográficas Noção Protecção e extinção Recompensas Logotipos. 23. Os bens imateriais As obras de engenho As invenções industriais: a) Convenções internacionais; b) Patentes: ba) de invenção; bb) de utilidade Modelos e desenhos industriais As novas variedades vegetais. Secção III A disciplina da concorrência

4 24. O princípio da concorrência e a sua história. 25. O princípio da concorrência normativa. 26. Limites convencionais à concorrência. Os Cartéis. 27. Os consórcios. 28. Breve referência à legislação antimonopolística no direito comparado. 29. A disciplina da concorrência desleal. Capítulo II A empresa colectiva Secção I Empresa colectiva e empresa social 30. A empresa colectiva. 31. Noção de sociedade; distinção de figuras afins Generalidades Unidade ou pluralidade de partes Obrigação de contribuir com bens ou serviços Exercício de uma actividade económica, que não seja de mera fruição; exercício de uma empresa Fim lucrativo entendido em sentido amplo, por forma a englobar o proporcionar de uma economia Forma como critério determinante da comercialidade da sociedade. 32. Os vários tipos de sociedade Sociedades em nome colectivo Sociedades em comandita Sociedades em comandita simples Sociedades em comandita por acções Sociedades por quotas Sociedades anónimas O problema das sociedades cooperativas. 33. Sociedade de pessoas e sociedades de capitais. 34. Função económica dos vários tipos sociais. Secção II O acto constitutivo das sociedades comerciais 35. Natureza do acto constitutivo da sociedade. 36. Teorias anti-contratualistas Teoria do acto corporativo ou de fundação Teoria do acto colectivo ou do acto complexo Teoria da instituição Teorias ecléticas Teorias contratualistas.

5 Teoria do contrato plurilateral Teoria do contrato de fim comum ou de organização Posição adoptada. 37. Processo de constituição da sociedade: pressupostos e requisitos 38. Pressupostos da celebração do acto constitutivo Generalidades Número mínimo de partes com personalidade jurídica Capacidade negocial das partes Legitimidade. 39. Requisitos da celebração do acto constitutivo Generalidades Mútuo consenso Objecto idóneo Generalidades Objecto jurídico: os estatutos Objecto material Entradas dos sócios; capital social Objecto da sociedade. 40. Causa Lucro final e lucro periódico Dever de quinhoar nas perdas Proibição do pacto leonino; cláusulas sobre a distribuição dos lucros Proibição da atribuição de juros aos sócios. 41. Registo do acto constitutivo. 42. Publicação. 43. Efeitos do acto constitutivo: regime da sociedade antes do registo e invalidade do acto constitutivo Generalidades Sociedade com processo constitutivo incompleto Sociedade meramente aparente Sociedade constituída, mas não registada Relações entre os sócios Relações com terceiros Natureza da situação Sociedade com processo constitutivo viciado Generalidades Acto constitutivo não registado e viciado Acto constitutivo registado mas viciado Regime da invalidade Generalidades Nulidade do acto constitutivo Anulabilidade do acto constitutivo Effeitos da invalidade Regularização da sociedade Sociedades fictícias Generalidades.

6 Teoria da indiferença do reconhecimento da personalidade relativamente aos vícios do substracto Teoria do acto colectivo ou complexo e da inaplicabilidade da simulação Teoria do negócio jurídico indirecto Teoria da simulação Posição adoptada. 43. Responsabilidade civil pela constituição da sociedade. Secção III Constituição de sociedade unipessoal 44. Natureza do acto constitutivo da sociedade unipessoal originária. 45. Processo de constituição de sociedade unipessoal Generalidades Pressupostos Requisitos. Secção IV A sociedade comercial como pessoa jurídica 46. Personalidade jurídica das sociedades comerciais. 47. Elementos da pessoa colectiva Substracto Organização Personalidade jurídica. 48. Desconsideração da personalidade jurídica. 49. Capacidade das sociedades comerciais Capacidade de gozo Generalidades Responsabilidade civil da sociedade por actos ilícitos dos seus órgãos Responsabilidade obrigacional Responsabilidade delitual Responsabilidade civil da sociedade por factos casuais Capacidade de exercício Generalidades Situação da sociedade com órgãos providos Capacidade de exercício da sociedade e competência dos seus órgãos. 50. Sede. Secção V Participação social; obrigações e direitos dos sócios 51. Noção e natureza da participação social. 52. Obrigações dos sócios Obrigação de entrada Obrigação de efectuar outras prestações: prestações acessórias.

7 Prestações suplementares Suprimentos Obrigação de quinhoar nas perdas Responsabilidade perante os credores sociais Responsabilidade por actos do administrador ou membro do órgão de fiscalização Responsabilidade do sócio único. 53. Direitos dos sócios Classificação Fontes Direito aos lucros Direito ao fim de lucro Direito aos lucros não deliberados Direito aos lucros deliberados Direito ao saldo de liquidação Direito à informação Direito de participar nas deliberações sociais Direito de voto Direito de designar os membros dos órgãos sociais Direito a ser designado para os órgãos sociais Direito de apreciar a situação da sociedade Direito de preferência na subscrição de quotas ou acções Direito de impugnação de deliberações sociais Direito de acção social ut singuli de responsabilidade civil contra administradores e membros do órgão de fiscalização Direitos estatutários. 53. Obrigações e direitos correspondentes a quotas e acções próprias. Secção VI Capital social; participação social como parte do capital social 54. Generalidades. 55. Limites à distribuição de bens aos sócios. 56. Aquisição de bens aos sócios. 57. Aquisição de quotas e acções próprias. 58. Amortização de quotas e de acções. 59. Perda de metade do capital. Secção VII Participação social como objecto de direitos e de negócios jurídicos. 60. Generalidades. 61. Direitos reais sobre a participação social Generalidades Contitularidade Usufruto Penhor.

8 61.5. Penhora. 62. Transmissão de participação social Genralidades Partes de sociedades em nome colectivo Quotas Acções Acções e títulos Emissão dos títulos Transmissão; regime de registo e de depósito Limitações à transmissão de acções Limitações legais Limitações contratuais Partes de sociedades em comandita simples Acções de sociedades em comandita por acções. 63. Amortização de participações sociais Generalidades Amortização de partes sociais Amortização de quotas Noção, importância e natureza Espécies Processo de amortização: pressupostos e requisitos Generalidades Casos de amortização Liberação da quota Ressalva do capital Deliberação dos sócios Comunicação ao sócio Efeitos da amortização Amortização de acções Noção e importância Natureza Espécies Amortização sem redução do capital social Processo de amortização: pressupostos e requisitos Efeitos da amortização Amortização com redução do capital social Processo de amortização: pressupostos e requisitos Efeitos da amortização. 64. Exoneração de sócio Noção e importância Na sociedade em nome colectivo Na sociedade por quotas Na sociedade anónima. 65. Exclusão de sócio Noção e importância Casos de exclusão de sócio.

9 Casos expressamente previstos na lei Casos previstos pelo contrato Requisitos do processo de exclusão de sócio Efeitos da exclusão. Secção VIII Obrigações 66. Noção e importância. 67. Modalidades. 68. Emissão de obrigações. 69. Direitos dos obrigacionistas. 70. Organização dos obrigacionistas Assembleia de obrigacionistas Representante comum dos obrigacionistas. 71. Transmissão. 72. Cumprimento. 73. Conversão de obrigações em acções. Secção IX Modificações e dissolução da sociedade 74. Modificação dos estatutos Limites à modificação dos estatutos Procedimento Modificações típicas dos estatutos Aumento do capital social Aumento por incorporação de reservas Aumento com novas entradas Entradas em dinheiro Entradas em espécie Redução do capital social Procedimento Efeitos Fusão Cisão Transformação. Secção X Dissolução e liquidação 75. Dissolução da sociedade Causas de dissolução imediata Causas de dissolução facultativa. 76. Liquidação Situação jurídica da sociedade em liquidação.

10 76.2. Processo de liquidação. 2.ª Parte Os títulos de crédito Capítulo I Os títulos de crédito: caracteres gerais 77. O problema da transmissão dos direitos de crédito: perfil económico e perfil jurídico. 78. Funções dos títulos de crédito. 79. A transmissão dos títulos de crédito: conceitos de legitimação, autonomia e literalidade. 80. Os títulos de crédito: relações entre titularidade e legitimação. 81. A lei de circulação dos títulos de crédito: ao portador, à ordem e nominativos. 82. O exercício do direito cartular: excepções oponíveis ao portador legítimo do título de crédito. 83. Classificação dos títulos de crédito. 84. Documentos de legitimação e títulos impróprios. 85. Os títulos atípicos. Capítulo II A letra de câmbio Secção I Introdução 86. Conceito de letra de câmbio e a sua distinção da livrança e do cheque. 87. Regime da letra de câmbio com a cláusula não à ordem. 88. Função económica da letra e sua evolução histórica. 89. Fontes do direito cambiário. Secção II Caracteres gerais da obrigação cambiária 90. Incorporação da obrigação no título. 91. Literalidade. 92. Literalidade e vícios da declaração cambiária. 93. Abstracção A letra de favor A novação da relação jurídica fundamental. 94. Distinção da literalidade; fundamento do Código Comercial. 95. Independência recíproca. 96. Autonomia. Primeiro sentido: autonomia do direito correlativo às obrigações

11 cambiárias. 97. A obrigação cambiária nas relações imediatas: o art º do Código Comercial. 98. Autonomia. Segundo sentido: autonomia do direito sobre o título. 99. O artigo 1149.º Fundamento jurídico da obrigação cambiária Teoria da contratualidade Teorias dualistas (ou mista) Teorias da unilateralidade Razão de ser do regime da obrigação cambiária nas relações imediatas Fundamento jurídico do crédito cambiário. Justificação da autonomia (2º sentido) Teoria da personificação e teoria do sujeito abstracto Teoria da pendência. Secção III Dos requisitos formais da letra 103. Requisitos essenciais Menção da palavra "Letra" Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada Indicação do nome do sacado Indicação da época do pagamento Indicação do lugar do pagamento Indicação do nome do tomador Indicação da data e do lugar do saque A assinatura do sacado Requisitos não essenciais Consequências jurídicas da falta de um requisito essencial da letra Letra em branco Preenchimento abusivo Solução do problema em face do art. 10 da L.U Secção IV Estudo institucional dos negócios jurídicos cambiários 107. O saque Conceito A provisão Modalidades do saque O saque à ordem do próprio sacador O saque sobre o próprio sacador O saque por ordem e conta de um terceiro Vias e cópias da letra Pluralidade de sacadores O aceite Conceito. Apresentação da letra ao aceite Apresentação obrigatória e proibida da letra ao aceite. O caso especial da letra à

12 vista Consequência da não apresentação da letra ao aceite dentro do prazo devido O aceite proibido Quem pode apor a cláusula aceite proibido Lugar e data do aceite Aceite modificado e aceite parcial. O aceite riscado Aceite por intervenção. Modalidades. Admissibilidade Casos em que se pode verificar o aceite por intervenção Forma e natureza do aceite por intervenção Natureza da obrigação do aceitante por intervenção Efeitos do aceite por intervenção Direitos do aceitante por intervenção que paga a letra Por quem pode fazer-se o aceitre por intervenção. Quem pode intervir Obrigação de participar a intervenção O endosso Conceito e natureza jurídica Requisitos do endosso Por quem e a favor de quem pode o endosso ser feito Endosso em branco Efeitos do endosso Efeito translativo Casos em que o endosso não produz a sua plena e normal eficácia translativa Endosso por procuração Endosso em garantia Endosso ulterior ao protesto por falta de pagamento Efeito constitutivo Cláusula sem garantia Endosso pignoratício Cláusula não à ordem Efeito da legitimação do portador O aval Noção e natureza jurídica Quem pode prestar aval, e a favor de quem pode o aval ser prestado Objecto e forma do aval Natureza e medida da responsabilidade do avalista Direitos do avalista que paga a letra. Secção V Vencimento e pagamento da letra 112. Espécies de vencimento. O vencimento das letras à vista e a um certo termo de vista Prazo de apresentação da letra a pagamento. Pagamento parcial. Quitação Obrigação de verificar a legitimidade formal da posição do portador.

13 Secção VI As acções de regresso 115. Condições da efectivação dos direitos do portador contra os obrigados em via de regresso Lugar onde o protesto deve ser efectuado. Formalidades do protesto Prazo dos protestos por falta de aceite e de pagamento. Consequências da omissão do protesto dentro dos prazos A cláusula sem protesto ou sem despesas Avisos. Consequências da sua omissão Princípio da solidariedade dos obrigados cambiários. Direitos do portador Direitos do subscritor que pagou a letra. Bibliografia: António Arruda de Ferrer Correia, "Lições de Direito Comercial", vols. I, II e III; António Pereira de Almeida, Sociedades comerciais, Coimbra editora; Augusto Teixeira Garcia, Direito Comercial, Apontamentos; Sociedades, Apontamentos; Breves notas sobre o regime jurídico da letra de câmbio de da livrança, Revista Jurídica; Protecção da marca no ordenamento jurídico de Macau, EU; Viagem breve pela propriedade intelectual de Macau, Repertório; Banckrupcy in Macau, IEEM; Subsídidos para uma reforma do Código Comercial, BFDUM; Apresentação do novo Código Comercial de Macau, BFDUM; Luís Brito Correia, Direito Comercial, AAFDL, vols. I e II; Filipe Cassiano dos Santos, Direito Comercial Português, Coimbra editora; Jorge Manuel Coutinho de Abreu, Curso de direito comercial, vol. I e II, Almedina; Vasco Lobo Xavier, "Direito Comercial", Sumários das lições ao 3º ano jurídico, Coimbra