HIDROENERGIA E INTEGRACION SUBREGIONAL

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1 HIDROENERGIA E INTEGRACION SUBREGIONAL Ivo Brasil Agência Nacional de Águas Ivo.brasil@ana.gov.br Brasil Para bajar la presentación, haga click AQUI

2 PARTE I A ÁGUA DOCE COMO INSTRUMENTO DE INTEGRAÇAO REGIONAL Agência Nacional de Águas Fundamentos e Atribuições A Agência Nacional de Águas ANA é uma entidade federal, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, responsável pela implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, sendo uma Agência de Estado e não uma Agência de Governo. A ANA é dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros, com mandatos não coincidentes por quatro anos, admitida uma única recondução consecutiva, indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal, fazendo, com isso, com que a Diretoria Colegiada execute a Política de Estado, determinada pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, que é o órgão formulador da Política Nacional de Recursos Hídricos e encarregado de promover a articulação dos planejamentos nacional, regionais, estaduais e dos setores usuários, elaborados pelas entidades que integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos SNGRH A ÁGUA DOCE COMO INSTRUMENTO DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Os recursos de água doce constituem um componente essencial da hidrosfera da Terra e parte indispensável de todos os ecossistemas terrestres. O meio de água doce caracteriza-se pelo ciclo hidrológico, que inclui enchentes e secas, cujas conseqüências se tornaram mais extremas e dramáticas em algumas regiões. A mudança climática global e a poluição atmosférica também podem ter um impacto sobre os recursos de água doce e sua disponibilidade e, com a elevação do nível do mar, ameaçar áreas costeiras de baixa altitude e ecossistemas de pequenas ilhas. A água é necessária em todos os aspectos da vida. O objetivo de todos nós é assegurar que se mantenha uma oferta adequada de água de boa qualidade para toda a população do planeta, ao mesmo tempo em que se preserve as funções hidrológicas, biológicas e químicas dos ecossistemas, adaptando as atividades humanas aos limites da capacidade da natureza e combatendo vetores de moléstias relacionadas com a água. Tecnologias inovadoras, inclusive o aperfeiçoamento de tecnologias nativas, são necessárias para aproveitar plenamente os recursos hídricos limitados e protegê-los da poluição. A escassez generalizada, a destruição gradual e o agravamento da poluição dos recursos hídricos em muitas regiões do mundo, ao lado da implantação progressiva de atividades incompatíveis, exigem o planejamento e manejo integrados desses recursos. Essa integração deve cobrir todos os tipos de massas inter-relacionadas de água doce, incluindo tanto águas de superfície como subterrâneas e levar devidamente em consideração os aspectos quantitativos e qualitativos. Deve-se reconhecer o caráter multisetorial do desenvolvimento dos recursos hídricos no contexto do desenvolvimento sócio-econômico, bem como os interesses múltiplos na utilização desses recursos para o abastecimento de água potável e saneamento, agricultura, indústria, desenvolvimento urbano, geração de energia hidroelétrica, pesqueiros de águas interiores, transporte, recreação, manejo de terras baixas e planícies e outras atividades. Os planos racionais de utilização da água para o desenvolvimento de fontes de suprimento de água subterrâneas ou de superfície e de outras fontes potenciais têm de contar com o apoio de medidas concomitantes de conservação e minimização do desperdício. No entanto, deve-se dar prioridade às medidas de prevenção e controle de enchentes, bem como ao controle de sedimentação, onde necessário.

3 Os recursos hídricos transfronteiriços e seu uso são de grande importância para os Estados ribeirinhos. Nesse sentido, a cooperação entre esses Estados pode ser desejável em conformidade com acordos existentes e/ou outros arranjos pertinentes, levando em consideração os interesses de todos os Estados ribeirinhos envolvidos. Deve-se dar um destaque todo especial ao desenvolvimento e manejo integrado dos recursos hídricos, a avaliação e proteção desses recursos, da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos, ao abastecimento de água potável e saneamento, ao desenvolvimento urbano sustentável, à água para produção sustentável de alimentos e desenvolvimento rural sustentável e aos impactos da mudança do clima sobre os recursos hídricos. Sendo a água doce um instrumento de integração regional, é através de hidrovias que essa integração se torna mais efetiva. As hidrovias e o transporte fluvial poderão adquirir vital importância para o desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas, se os países amazônicos valorizarem e implementarem o transporte modal na região. O aumento da produção agrícola, principalmente daqueles voltados para a exportação, como a soja e plantados em regiões muito distantes, onde o seu transporte por caminhões ou ferrovias tornariam o preço não competitivo no mercado internacional, fez com que as hidrovias passassem a ganhar importância. Destacamos a importância da Hidrovia do Madeira, que escoa para o moderno Porto de Itacoatiara, na Amazônia brasileira, toda a soja produzida nos Estados de Mato Grosso e Rondônia e também da Bolívia. Desse Porto, em grandes navios graneleiros, a soja chega aos mercados europeus e americanos. O Governo Brasileiro vem realizando estudos no sentido do aproveitamento hidrelétrico de Santo Antônio e Girau, no Rio Madeira, no Estado de Rondônia, com capacidade total de MW. É com esse foco, que as usinas do Rio Madeira irão viabilizar a hidrovia até a Bolívia, tornando-a um eixo de integração e desenvolvimento binacional e realizando antigo sonho de brasileiros e bolivianos. Vem sendo, também, avaliada, a implantação da Hidrovia Araguaia-Tocantins. Outra hidrovia de grande importância na bacia amazônica é a Hidrovia do Orenoco, na Venezuela. De acordo com a situação hidrográfica existente, seria relativamente fácil organizar um sistema Sul- Americano de navegação fluvial, que se realizaria pela interconexão das bacias do Orenoco, Amazonas e do Prata, mediante o Eixo Fluvial Norte-Sul (figura abaixo).

4 Este Eixo Fluvial, com quase km de extensão, seria constituído pelos rios Orenoco, Casiquiare- Negro, pequeno trecho do Amazonas, os rios Madeira-Mamoré-Guaporé e, no Cone Sul, os rios Paraguai e Paraná, que deságuam no rio da Prata. Na parte Norte e Centro do continente, entre outros rios, são navegáveis:? Um terço do rio Orenoco, o rio Apure e seu afluente o rio Portuguesa;? Rio Amazonas Solimões e grandes trechos de seus formadores Marañón e Ucayali;? Na parte do norte do rio Solimões, os rios Napo, Putomayo, Caquetá, Negro e Trombetas;? Ao sul do Amazonas os rios Purus, Madeira, Mamoré e Guaporé, os rios Beni e Madre de Dios, Tapajós, Tocantins e Araguaia. No Cone Sul, para a navegação e transporte, temos os rios da bacia do Prata que são:? Paraná, Paraguai e Uruguai e o rio Tietê e alguns de seus afluentes. Estes últimos rios fazem parte das Hidrovias Paraguai-Paraná e Tietê-Paraná. O grande eixo hidroviário da bacia amazônica torna-se extremamente atrativo, devido a sua grande extensão. A experiência na hidrovia Paraguai- Paraná, mostra que o frete é da ordem de U$ 0,007 t/km que, comparados com outras formas de transporte, é plenamente justificado, além de que esse tipo de transporte é o que menos agride o meio ambiente, o que torna-se uma vantagem do ponto de vista ecológico, devido aos frágeis ambientes das bacias do Orenoco e do Amazonas. A integração intermodal traz soluções interessantes para o fluxo do comércio entre os países da bacia amazônica, a União Européia, os Estados Unidos e a Ásia. Os corredores complementares, por rodovias (U$ 1,05 t/km) ou por ferrovias (U$ 0,06 t/km), resultariam em um preço final mais atraente do que hoje é praticado. Com uma superfície total que representa quase a metade do território Sul Americano, as bacias hidrográficas do Orenoco e do Amazonas cobrem a maior parte dos territórios dos países da Comunidade Andina de Nações e do Brasil. Sem dúvida, até o presente, os transportes fluviais por aqueles rios, mesmo que estes estejam entre os maiores do mundo, se tem desenvolvido numa medida inferior às suas

5 possibilidades reais. Essa situação reflete-se também, nos intercâmbios comerciais dos mencionados países, que, de igual maneira, pouco utilizam este modo de transporte. Como conclusão, podemos afirmar que o caminho para alcançarmos essa integração e ter um desenvolvimento econômico que venha beneficiar a todos é a Gestão dos recursos hídricos como elemento de transformação da Sociedade Amazônica. O primeiro passo já foi dado, pois existem diversos estudos, faltando colocá-los em prática, como o caso da Integração Intermodal da América do Sul, o que outros chamam de Integração Multimodal. Daí ser importantíssimo empregarmos, o quanto antes, esse conceito de gestão. Essa gestão deve -se basear na outorga, no monitoramento e na fiscalização de todas as atividades que envolvem a utilização dos recursos hídricos por todos os países da Bacia Amazônica, bem como na pesquisa científica e na capacitação técnica e administrativa dos órgãos gestores. Deverá haver, por parte de todos os países, a implem entação e o acompanhamento das políticas de melhorias sociais (educação, saúde, geração de emprego, etc.), de forma que o IDH da região seja o mais uniforme e elevado possível. O fórum adequado e de consenso de todos os Países Amazônicos, conforme foi decidido na XI Reunião Ordinária do Conselho de Cooperação Amazônica, reunido na cidade de Santa Cruz de La Sierra, no período de 20 a 23 de novembro de 2002, é a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica OTCA, que foi constituído nessa Reunião e cuja ata e Carta de Santa Cruz, se referiu à importância dos recursos hídricos e da melhoria da qualidade de vida das populações amazônicas. Referências Bibliográficas ARMY CORPS OF ENGINEERS, USA. Orinoco Casiquiare - NegroWaterway, 3 vol., US Army, AZEVEDO NETO, Vasco : Transportes na América do Sul: Desenvolvimiento e Integracão Continental, 90 p, Inst. Politécnico da Bahia, Salvador-Bahia, BANCO MUNDIAL: Informe sobre el Desarrollo Mundial, , 290 p, Madrid, Barcelona, Mexico, CABRAL, Bernardo: O Papel das Hidrovias no Desenvolvimento Sustentável da Região Amazônica Brasileira, 2 -da Edicão, 415 p, Senado Federal, Río de Janeiro, GEIPOT, MINISTERIO DOS TRANSPORTES DE BRASIL: Anuario Estadístico de Transportes -1999, 340 p., Brasilia, noviembre GEORGESCU C. P., Paul y Constantino: Integración Fluvial Sur-Americana / South-American River Integration, bilingual edition, 115 p., USB, BID, Caracas, GEORGESCU C. P., Constantino y Paul: Los Ríos de la Integración Sur-Americana, 438p, USB, Caracas, Georgescu C. P.: Diagnóstico del Transporte Internacional y su Infraestructura en América del Sur (DITIAS): Transporte fluvial (Amazonas y Orinoco), Montevideo, TRANSTEC S.A. : Informe sobre el Transporte Fluvial en los Países Miembros del Pacto Andino, 2 vol., 24 p + Anexos, VEGA A., Guillermo: Integración Bioceánica del Pacífico al Atlántico, 29 p, Revista de la Academia Diplomática del Perú, No. 42, Lima, PARTE II Apresentação de FURNAS centrais elétricas S/A A apresentação foi elaborada com o objetivo de prover o seu público alvo com informações básicas sobre a atuação de FURNAS no setor elétrico brasileiro e, principalmente, sobre as características e potencialidades verificadas nos estudos de inventário do trecho do Rio Madeira compreendido entre Porto Velho e Abunã, no Estado de Rondônia. O conteúdo dos slides é apresentado de forma resumida, a seguir. 1ª Parte Apresentação da Empresa Principais dados técnicos referentes ao Parque Gerador e ao Sistema de Transmissão de FURNAS. Dados referentes a suprimento e venda de energia, por FURNAS, em âmbito regional e nacional. Apresentação institucional da Empresa, com indicação de suas competências empresariais e suas principais atividades na implantação e exploração de empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica. Relação dos principais Centros Tecnológicos e Centros de Treinamento da Empresa. 2ª Parte Inventário do Rio Madeira Principais d ados dos Estudos de Inventário e seus principais atores. Mapas de localização do trecho inventariado e de seus dois aproveitamentos. Critérios básicos adotados na elaboração dos estudos. Características e Arranjo Geral dos dois aproveitamentos selecionados no Inventário e mapas dos respectivos reservatórios. Comparação com outras usinas hidrelétricas da região amazônica, em termos de área inundada versus

6 potência instalada. Mapa resumido do sistema elétrico nacional interligado e das opções de interconexão das usinas hidrelétricas do Rio Madeira a esse sistema. Breve histórico da navegação no Rio Madeira e mapa indicativo dos trechos navegáveis e dos trechos com obstáculos a serem transpostos para permitir a plena navegação na bacia daquele importante caudal. Mapas da área de influência da hidrovia do Madeira, a ser implantada, e suas possíveis interligações hidroviárias, que permitirão a criação de um eixo de transportes fluviais ao longo de toda a América do Sul. Conclusão apontando os principais benefícios dos aproveitamentos múltiplos, propostos nos estudos de inventário, para a infraestrutura de energia elétrica e transportes da região, particularmente para Brasil, Bolívia e Peru.