Sheila Stolz 1. Palavras-chave: Direitos Humanos e Fundamentais. Democracia, Cidadania e Gênero. Mídia. Políticas Públicas de Inclusão Social.

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1 Gênero e mass media na realidade latino-americana contemporânea: desafios sócio-políticos para a construção de sociedades efetivamente democráticas e garantidoras dos direitos humanos Sheila Stolz 1 Resumo: O UN/INSTRAW, em seu Relatório de 2005, alerta para a acentuada reprodução nos meios de comunicação social de massa (MCSM) de estereótipos do que a sociedade global e suas distintas culturas assumem como feminino e masculino manifestados em imagens sexistas e que contribuem, ademais, para a manutenção das desigualdades de gênero e injustiças institucionalizadas. Partindo-se de abordagens transdisciplinares, do legado dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, do arcabouço legal vigente, das concepções teóricas feministas e da (des)construção do conceito de gênero, buscar-se-á compreender porquê a aparência corporal é fundamental na constituição da identidade, discutindo a relevância sócio-jurídica e política dos Mass Media tornarem-se difusores de uma imagem pluralista e promotora do respeito à diversidade estética e de gênero existentes nas sociedades latino-americana e brasileira essencialmente multiculturais e heterogêneas, exigências ético-políticas indispensáveis para a construção de sociedades democráticas e igualitárias. Palavras-chave: Direitos Humanos e Fundamentais. Democracia, Cidadania e Gênero. Mídia. Políticas Públicas de Inclusão Social. 1. Introdução O Instituto Internacional de Investigação e Capacitação das Nações Unidas para as Mulheres UN/INSTRAW, em seu Relatório de 2005, referente ao progresso na aplicação * Este trabalho é tributário de parte da pesquisa intitulada Discutindo a categoria gênero: um olhar social, histórico e jurídico sobre o lugar das mulheres na contemporaneidade, desenvolvida junto ao Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande NUPEDH/FURG. nupedh@furg.br 1 Doutoranda e Mestre em Direito pela Universitat Pompeu Fabra UPF, Barcelona, Espanha. Professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande FURG, Rio Grande/RS. Coordenadora do NUPEDH/FURG. Pesquisadora do Grupo Processos Participativos na Gestão Pública da Universidade Federal de Pelotas UFPEL, Pelotas/RS. sheilastolz@furg.br 1

2 da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim 2, alerta para a acentuada reprodução nos meios de comunicação social de massa MCSM de estereótipos do que a sociedade global e suas distintas culturas assumem como feminino e masculino, manifestados em imagens identificadamente sexistas e que contribuem, desta forma, para a manutenção das desigualdades entre homens e mulheres. Nesse sentido, convém recordar, conforme nos ensina Hall (1997), que os significados que compartilhamos na cultura, não são constantes, fixos, nem pré-existem como coisas no mundo social, mas sim produções que constantemente se modificam e que se manifestam em diversas instituições sociais como a família, a escola e a mídia, circulando, consequentemente, através de diferentes processos ou práticas culturais 3 e em distintos campos de saberes, como a Psicologia, a Educação e o Direito. E, como ratifica Silva: Tais significados inscrevem diferentes marcas nos corpos, moldam e regulam as percepções, os gestos, os sentimentos, os valores, as crenças, os hábitos, as maneiras de ser, de perceber a si e aos demais, e de agir como mulher ou homem [...] (2008, p.91). Assim, reconhecemos que os MCSM no que concerne especificamente a este ensaio: a imprensa, o rádio, a televisão, a internet e as novas tecnologias de informação e comunicação exercem na atualidade e têm exercido desde muito tempo 4, uma profunda e também decisiva orientação na vida social, política e cultural de toda e qualquer sociedade e, como tal, constituem-se em um importante instrumento de formação e configuração 2 Esta Declaração, proveniente da IV Conferência Mundial sobre a Mulher: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz, realizada em Pequim no ano de 1995, constitui-se como documento mais amplo e completo produzido por uma Conferência das Nações Unidas com relação aos direitos das mulheres, posto que, ademais de congregar em seu bojo as Conferências e os Tratados anteriores, tais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos DUDH, a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e a Declaração de Viena, indica as doze áreas nas quais urge que os Estados atuem eficazmente quanto à proteção e respeito às mulheres, quais sejam: 1. A persistente e crescente carga de pobreza sobre as mulheres; 2. As lacunas, insuficiências e desigualdade no acesso à educação e à formação; 3. As lacunas e insuficiências no acesso desigual e no domínio dos cuidados de saúde e serviços afins; 4. A persistência da violência contra as mulheres; 5. A persistência do sofrimento e da vitimização das mulheres que vivem em áreas de conflito armado e/ou sob ocupação estrangeira; 6. A persistente desigualdade entre homens e mulheres nas estruturas econômicas e políticas em todas as formas de atividades produtivas e a discriminação no acesso aos recursos; 7. A insuficiência de mecanismos aptos a promover o avanço das mulheres; 8. A falta de respeito, promoção e proteção dos direitos humanos das mulheres; 9. A persistência dos estereótipos femininos; 10. A desigualdade de acesso e participação das mulheres em todos os sistemas e meios de comunicação de massa; 11. As desigualdades na gestão dos recursos naturais e proteção ambiental; 12. A persistente discriminação contra as meninas e a violação dos seus direitos. 3 No que diz respeito à análise de gênero, Marilyn Strathern (1988) apresenta um excelente trabalho que aborda a dicotomia entre eles e nós, confrontando as diferenças entre o pensamento ocidental, antropológico e feminista, e as formas de pensar na sociedade melanésia, seu foco de estudos. 4 Corroborando com a constatação do Relatório de 2005 da UN/INSTRAW 2

3 social de gênero. Portanto, e como muito bem ressalta Young, [...] as questões de gênero e sexualidade deveriam ser analisadas como questões de justiça [...] (1997, p.95), posto que, o discurso da Justiça constitui-se, segundo esta autora (1990, p.15), em um discurso que faz referência, entre outros aspectos, a injustiça, a dominação e a opressão institucionalizadas. Neste contexto, onde convivemos com novas e clássicas tecnologias de informação e comunicação, o acesso aos bens simbólicos converteu-se em um requisito indispensável à gênese do comportamento individual e coletivo. Ademais, o fato de que os MCSM possibilitam o incremento das relações interpessoais tanto em âmbito local como em escala planetária é mais um elemento que requer que o seu acesso e uso constituam-se para além de democráticos, também éticos. Não obstante, como é notório, tanto em nível local como global, os MCSM são, via de regra, controlados por monopólios econômicos transnacionais e/ou por elites locais, circunstâncias que limitam não só o exercício do direito de cidadania e livre expressão, mas também o acesso a uma informação diversificada e plural, particularmente no que tange às mulheres, cujas ações, interesses e movimentos não são devidamente reconhecidos e potencializados nas notícias e anúncios veiculados nos mass media 5. Outrossim, vivemos numa época de exacerbado culto ao corpo, que impele as mulheres a uma infindável exposição a riscos graves à sua saúde como, por exemplo, a submissão a dietas milagrosas de injeção de drogas e medicamentos e/ou de operações cirúrgicas modeladoras e transformadoras do seu corpo em busca de um padrão de beleza produzido e ditado socialmente como desejável. Sendo que os MCSM exercem um relevante papel na criação, reforço e difusão de estereótipos (LOSCERTALES, 2003) oferecendo majoritariamente ao espectador/consumidor uma representação de mulher ideal, que costuma ser branca, jovem e delgada 6, bem como objeto de interesse e produto de consumo para muitas mulheres, convém advertir, seguindo Louro que: 5 Veja-se neste sentido a reveladora pesquisa Mídia e Políticas Públicas de Comunicação realizada pela Agência de Notícias dos Direitos das Crianças ANDI e aonde aponta que [...]temas relevantes para populações específicas como as relações entre mídia e infância (8,4%), questões de gênero (1,6%), raça/etnia (1,9%), pessoas com deficiência (0,6%) e direitos humanos em geral (4,6%) foram agendados em um volume aquém do que seria de esperar-se em um País com as características do nosso. (2007, p.16). 6 O preconceito contra a obesidade é uma manifestação a mais do culto à magreza característica corporal que está diretamente associada à imagem de poder e da mobilidade e ascensão sociais, culto este que gera um quadro de comportamentos sociais "esquizofrenizantes", já que de forma contraditória a indústria de alimentos, através da mídia, apela ao consumo de alimentos hipercalóricos, enquanto a sociedade exige, sobretudo das mulheres, que sejam esquálidas, delgadas e magras. 3

4 Reconhecer-se numa identidade supõe, pois, responder afirmativamente a uma interpelação e estabelecer um sentido de pertencimento a um grupo social de referência. Nada há de simples ou de estável nisso tudo, pois essas múltiplas identidades podem cobrar, ao mesmo tempo, lealdades distintas, divergentes ou até contraditórias. [...] Essas muitas identidades sociais podem ser, também, provisoriamente atraentes e, depois, nos parecem descartáveis [...] (2001, p.12). Nesta conjuntura, conhecida e vivenciada por muitos, cabe o seguinte questionamento: Serão os MCSM, através da programação e da publicidade que veiculam, a principal causa ou o espelho da produção desta representação social de mulher? Se realmente os modelos difundidos pelos MCSM são os únicos responsáveis, entre outros exemplos pela expansão dos Transtornos de Conduta Alimentar TCA 7 e outras tantas situações referentes a impactos na saúde e na auto-estima da mulher, ou se são elas próprias, as mulheres (pressionadas por si mesmas e o seu meio), que se deixam submeter aos padrões estereotipados sem questioná-los, trata-se de uma problemática que demanda, indubitavelmente, investigações de caráter multi e transdisciplinar, tendo em vista as inúmeras variáveis constituintes desta questão e que, dado as limitações deste trabalho, não ousamos abordá-las por completo ou esgotar a discussão. Não obstante, partindo-se das abordagens realizadas no âmbito da Pesquisa intitulada Discutindo a categoria gênero: um olhar social, histórico e jurídico sobre o lugar das mulheres na contemporaneidade, busca-se compreender o papel que ocupam os MCSM no que concerne às representações sociais de gênero, correlacionando os protótipos difundidos nos mass media, e a conseqüente violação de direitos humanos e fundamentais. Indicaremos, ademais, que a aplicação dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos e do arcabouço legal vigente ainda que incipiente podem e devem ser instrumentos úteis para a salvaguarda da liberdade de expressão e imprensa e também para a diminuição dos inúmeros males causados pela discriminação estética e de gênero vigentes na atualidade latino americana e, sobretudo na brasileira, foco de nossas análises mais minuciosas. 2. Estado de Direito, Democracia e MCSM 7 Estes complexos e graves transtornos afetam a milhares de mulheres e, em particular, àquelas mais jovens que se submetem à dietas suicidas para perder peso, em busca de uma identidade/padrão valorizada socialmente. Alguns especialistas acusam e responsabilizam os MCSM e a publicidade veiculada pela indústria da beleza, em seus diversos segmentos de alimentação, farmacêutico, de moda, de produtos de higiene e beleza por difundirem modelos estereotipados de ser mulher, que corroboram decisivamente ao desencadeamento de inúmeras doenças (marcadamente os TCA). 4

5 2. 1. Aclarando conceitos e concepções Na conhecida obra Notas sobre Derecho y Lenguaje, Carrió (1990) aponta a estreita vinculação entre o fato de que os operadores jurídicos empregam a linguagem como uma ferramenta de trabalho, e os conseqüentes problemas que advêm da utilização dos termos que integram esta linguagem 8 e que condicionam, em grande medida, os acordos e desacordos existentes na seara jurídica. No que se refere à noção de democracia pode-se dizer que, além de ambígua, ela é de uma frondosidade conceitual ímpar residindo aí a dificuldade de uma simples e definitiva categorização da mesma. Pode-se arguir, seguindo Gallie ( ), que o conceito de democracia é um conceito essencialmente controverso (essentially contested concept), precisamente porque a sua natureza requer, tanto no âmbito jurídico como da filosofia política, constantes debates sobre o seu correto uso, seja por sua complexidade, seja por possuir uma forte carga emotiva, ou ainda porque adquiriu novas conformações, fruto de novos contextos histórico-sociais. Acrescenta-se a esta constatação, o fato de que no âmbito do Direito as dimensões ideológicas e axiológicas assumem um extraordinário protagonismo. Todos estes condicionantes exigem, consequentemente, uma aproximação reflexiva sobre as concepções de democracia. Terminados estes esclarecimentos iniciais, e com base nas advertências realizadas, passamos a dar seqüência à discussão a que nos propusemos no início desta seção. Muito se fala sobre o papel dos MCSM como instrumentos aptos a garantir a democracia e o aperfeiçoamento das típicas instituições do Estado de Direito, mas será que os MCSM têm realmente cumprido essa função? Para responder a essa pergunta, faz-se imprescindível, em um primeiro momento, especificar de quê concepção ou concepções de democracia estamos tratando para depois poder estabelecer suas interfaces com a mídia priorizando, para tanto, alguns de seus componentes mais imediatos como, por exemplo, a discussão sobre as liberdades de expressão e de imprensa e sua interconexão com os Direitos Humanos. Já conscientes das advertências que previamente foram feitas, um ponto essencial a ser enfrentado consiste em encontrar um conceito de democracia minimamente compartilhado. Se nos remetermos à etimologia da palavra democracia: demos (povo) e kratos (governo-poder), esta parece ser uma tarefa simples. Nesse 8 Como bem aponta Hart a [...] grande anomalia da linguagem jurídica [...] manifesta-se na [...] nossa incapacidade para definir suas expressões mais cruciais em termos de contrapartidas fáticas ordinárias [...] (1962, p. 97). 9 Com relação a este tema veja-se também, McIntyre ( ) e Stolz (2008). 5

6 sentido, democracia é o governo-poder do povo. Não obstante a relevância da definição etimológica, ela nos diz muito pouco quando pensamos em nossas heterogêneas e complexas sociedades. Uma forma de delimitarmos o modelo de democracia que trataremos a seguir é circunscrevê-lo ao âmbito da democracia liberal. Como as concepções de democracia adquiriram natureza e amplitude diversificada 10 e, precisamente por esta amplitude de concepções plausíveis de democracia, acreditamos ser suficiente delimitar 11 o enfoque sobre a democracia liberal a duas grandes concepções de democracia que podem ser denominadas de: minimalista ou procedimental 12 e maximalista ou substantiva 13. A concepção de democracia mínima, desenvolvida por Bobbio (2000), apresenta um conjunto de regras que: 1) são capazes de expressar quem está a cargo do Poder e, como tal, autorizado a tomar as decisões coletivas; e, 2) sob que procedimentos. Segundo o autor, se existem regras capazes de contestar estas questões, existe, consequentemente, uma democracia mínima. A identificação da democracia como método consegue abarcar os diferentes perfis que pode adquirir a democracia, sempre, é claro, que este perfil não invalide sua natureza e seus valores congregados em um conjunto de pressupostos básicos 14, a saber: 1) participação política do maior número de indivíduos que estejam interessados em fazer parte da vida política; 2) regra da maioria compreendida como o critério central para a tomada de decisões políticas que se coaduna e respeita os direitos das minorias; 3) garantia dos direitos de liberdade e livre informação, considerados fundamentais para que cidadãs e cidadãos possam optar por diferentes programas políticos e governantes que se alternaram no poder; 4) pluralismo político; 5) eleições regulares, imparciais e suficientemente indefinidas quanto aos resultados eleitorais; 6) controles e contrapesos entre os três poderes do Estado. 10 Alude Held (1996), por exemplo, a existência de doze diferentes modelos de democracia. 11 Esta delimitação procede do fato de que o nosso objetivo, no que tange a este trabalho, não consiste em tecer uma exaustiva revisão desta temática. 12 Para uma defesa desta concepção veja-se Przeworski, Dentro de cada uma delas existe, ademais, uma pluralidade de conceitos. No que segue, identificaremos de forma concisa os pressupostos, elementos e funções de cada um destes grandes blocos de concepções. 14 Os pressupostos apresentados por Bobbio o fazem um firme defensor do marco legal que acompanha um sistema democrático, dado que este permite, a juízo do autor, neutralizar as arbitrariedades, os autoritarismos, os totalitarismos e/ou qualquer forma de Poder Estatal que se apresente com o intuito de restringir as liberdades. A principal função da democracia constitui-se, portanto, em assegurar a liberdade dos indivíduos frente à prepotência do Estado. Um dos principais problemas desta concepção é que pode levar-nos a pressupor que uma vez estabelecida a democracia procedimental, a comunidade política terá resolvido todos os seus problemas. Outro ponto nefrálgico diz respeito à opacidade ou falta de transparência quanto às ações do Poder Estatal que podem levá-lo a governar para mais além dos anseios da vontade popular. 6

7 A concepção substantiva de democracia tem como ponto de partida os componentes específicos da democracia liberal, sobretudo, no que concerne ao controle do Poder do Estado (TOURAINE, 1996) que deve respeitar em suas ações e diretrizes políticas os direitos humanos e fundamentais. A estes requisitos, somam-se, a efetiva participação dos grupos minoritários com independência dos interesses ou das práticas que sustentem; a existência de diversos canais de participação cidadã e que sejam adicionais aos partidos políticos existentes; o acesso a diversas fontes de informação por parte d@s cidadãs/cidadãos; o direito à liberdade em suas distintas facetas; a igualdade política d@s cidadãs/cidadãos independentemente de seus recursos financeiros e econômicos; a efetiva proteção das liberdades individuais e de grupos por parte de órgãos judiciais independentes e não discriminatórios; a proteção d@s cidadãs/cidadãos contra detenções arbitrárias, exílio, tortura e intromissões abusivas por parte dos órgãos do Estado ou de forças não estatais organizadas. Estes componentes implicam outro mais: nos casos em que a autoridade política encontra-se limitada e suas ações são balanceadas e ponderadas, os direitos individuais e das minorias protegidos e o Estado de Direito efetivamente assegurado, a democracia requer uma Constituição ou seja, uma norma suprema que salvaguarde direitos, princípios (DWORKIN, 1978; 2006) e valores e de onde, conclui Diamond, que [...] as democracias liberais são e devem ser democracias constitucionais (1999, p.12). Entende-se por democracia substancial, portanto, as articulações estabelecidas entre a democracia, os princípios constitucionais e a garantia dos Direitos Humanos. Nesse sentido, a democracia substancial articula o liberalismo político 15 e a tradição democrática com outro fator decisivo: o social. A presença do componente social supõe uma nova complexidade organizativa e de processos de decisão, já que o sistema político deve agora alcançar um novo equilíbrio fundamentado na compatibilidade prática das distintas racionalidades: liberal, democrática e social. Assim, nas democracias liberais-sociais ocidentais, impõe-se a idéia de que sem uma dimensão substancial que promova o acesso d@s cidadãs/cidadãos a uma série de bens e serviços sociais públicos que por muito tempo foram privilégios de uma determinada camada social bem como a eliminação da dependência fática e material daqueles que se situam abaixo de certos limites sócio-econômicos plausíveis para o pleno desenvolvimento autônomo de seus projetos de vida, carece totalmente de sentido a lógica democrática (HELLER, 1985). A dimensão maximalista da democracia supõe, também, a 15 Transformando-o em um liberalismo igualitário, segundo Dworkin (1978; 2006, p ). 7

8 criação de espaços para a participação popular e cidadã com o conseqüente respeito por identidades e culturas diversas. Em definitiva, esta concepção de democracia requer o incremento de políticas públicas de distribuição de riquezas e de inclusão social, desafios prementes que enfrentam, entre outras, as democracias latino-americanas. Nota-se que, até o momento, não foram tratadas por nenhum dos teóricos da democracia citados, as relações que se estabelecem ou que podem vir a se estabelecer entre a democracia e os MCSM de acordo com nossa concepção, circunstância que decorre do fato de que este tema ainda é abordado de forma superficial na teoria política 16. Apesar das claras deficiências existentes no debate intelectual e político sobre ditas relações, essa é uma tendência que vem se transformando nos últimos anos. Keane (1991), por exemplo, ressalta que a luta por uma mídia democrática é um projeto em curso sem soluções definitivas. Depois de explicar o quanto os MCSM são importantes na construção da opinião pública, Sartori (1998) critica de forma incisiva o que chama de informação e educação realizadas através da imagem televisiva, argumentado que a exposição constante à televisão focada centralmente no uso da imagem provoca a diminuição na capacidade de compreensão e de discussão de conceitos abstratos representando sérios problemas para a democracia e às atividades políticas. Neste diapasão, argumenta Bourdieu (1997), que a consolidação de uma democracia efetiva possui co-relação com a manutenção e garantia de um espaço equânime conferido pela mídia aos diferentes atores sociais, circunstância que notadamente não se verifica na atualidade A Trajetória da Regulação dos MCSM no Brasil e os Tratados Internacionais de Direitos Humanos Ainda que não seja nossa intenção realizar uma análise detalhada dos instrumentos normativos que tratam da regulação dos MCSM, pensamos ser conveniente trazer à discussão alguns breves subsídios sobre o tema. Uma das principais características da regulação dos mass media decorre do fato do Estado através do Governo Federal original e historicamente sempre centralizar o poder de concessão e/ou proibição de funcionamento das empresas de comunicações. A mencionada centralização Estatal aparece no primeiro ato normativo do setor o Decreto , de 1931 (regulamentado 16 Opinião manifestada entre outros por: MIGUEL, Luis Felipe Um ponto cego nas teorias da democracia: os meios de comunicação, In: BIB Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais. n. 49. Rio de Janeiro, 2000, p

9 pelo Decreto , de 1932), permanecendo no mais relevante inalterada por mais de meio século, até que em 1991 se estabelece uma nova política de licitações nas concessões públicas de comunicação. Ao analisar a história da implantação das comunicações no Brasil, Ribeiro (2001) relaciona os distintos elementos que contribuem para uma relação mais ou menos próxima entre as empresas de comunicação e os agentes políticos, a saber: 1) O sistema de concessões públicas; 2) O controle oficial das cotas de papel e outros insumos básicos à comunicação; 3) Financiamentos, isenções fiscais e subsídios; 4) Fiscalização governamental das atividades de comunicação: 5) Publicidade governamental. Não há dúvidas de que a Constituição acenou com avanços consideráveis no que concerne à regulação dos MCSM, estabelecendo, por exemplo, o estímulo à produção independente e regionalizada, a promoção da cultura nacional e regional e as restrições de publicidade ligada a produtos prejudiciais à saúde. Contudo, a inexistência de uma legislação que regulamente esses dispositivos constitucionais, acaba por atribuir na maioria dos casos que são levados a apreciação judicial o mero papel de postulados teóricos, verbi gracia, o famoso caso envolvendo a cervejaria Skol e a Organização Não-Governamental Observatório da Mulher. Em 2006, na campanha publicitária Musa do Verão da cervejaria Skol amplamente divulgada nos meios televisivos aparece no material publicitário uma mulher loura e magra, de biquíni, que, depois de ser clonada como uma garrafa de cerveja, passa a ser distribuída entre os homens. A ONG Observatório da Mulher recorreu ao Ministério Público de São Paulo que instaurou um Inquérito Civil Público. A AMBEV, detentora da Skol, a princípio acenou que assinaria um Termo de Ajustamento de Conduta, mas como não houve acordo no concernente ao conteúdo do Termo, a empresa acabou abandonando o diálogo. Resultado diferente, fruto, como o caso anterior, da atuação vigilante da sociedade civil organizada 17 e do Ministério Público, obteve-se na denúncia impetrada em 2003 pelo Cladem-Brasil, uma rede latino-americana de ONGs, contra a Cervejaria Kaiser que colocou em circulação as bolachas de chope que diziam Mulher e Kaiser: especialidades da casa. Por força de um Termo de Ajuste de Conduta com a Promotoria de Defesa do Consumidor de São Paulo, a Cervejaria Kaiser foi obrigada a fazer anúncios de contrapropaganda em jornais e revistas de circulação nacional, além de financiar seminários em cinco regiões do país para reparar os danos à imagem da mulher. 17 Particularmente através de ONGs e dos movimentos de mulheres. 9

10 Com base nos exemplos supracitados, consideramos crucial a aprovação de leis que tornem obrigatórias a execução dos ditames constitucionais e das declarações de Direitos Humanos que o Brasil é signatário, seja como forma de contraposição à lógica econômica e mercadológica, que norteia as ações da mídia através da ampliação de sua responsabilidade social, seja como forma de atender às necessidades sociais, aos interesses públicos e aos valores éticos e que devem nortear a sociedade brasileira segundo a Constituição Federal 18. Antes de concluir esta seção, cabe retomarmos as imagens de mulher apresentadas pelos comerciais de cerveja citados anteriormente, pois, o simples fato de que ainda se veicule este tipo de estereótipo estigmatizado, reforça o entendimento de que, todavia, se perceba e aceite socialmente a plena disposição dos corpos femininos como objetos de consumo e de embelezamento do entorno, demonstrando, ademais, o quão pouco as mulheres são valorizadas e reconhecidas como sujeitos de direitos autônomos. Nesse sentido, convém recordar que de acordo com o Art. 1º da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher Convenção de Belém do Pará (1994) entende-se por violência contra a mulher [...] qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada. Entre os direitos dispostos por essa Convenção o Art. 6º estabelece que o direito de toda mulher a ser livre de violência abrange, entre outros: [...] a) o direito da mulher a ser livre de todas as formas de discriminação; e b) o direito da mulher a ser valorizada e educada livre de padrões estereotipados de comportamento e costumes sociais e culturais baseados em conceitos de inferioridade ou subordinação. Ademais, para equilibrar a situação feminina, sugere a Convenção de Belém do Pará que incumbe aos Estados a implantação de políticas públicas com vistas a fomentar o conhecimento e a proteção dos direitos femininos e o incentivo à modificação de fatores sócio-culturais de discriminação, indicando no Art. 8º, alínea g, que cabe aos Estados incentivar os 18 Constituição Federal de 1988: Art A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. 10

11 [...] meios de comunicação a que formulem diretrizes adequadas de divulgação, que contribuam para a erradicação da violência contra a mulher em todas as suas formas e enalteçam o respeito pela dignidade da mulher. Nota-se neste dispositivo a intenção de se acordar com os meios de comunicação social a possibilidade, de per se plausível, de que em sua programação sejam incluídos, entre outros, valores que estimulem a igualdade feminina e diminuam a discriminação de gênero. No entanto, este mesmo dispositivo, também pode ser interpretado como uma obrigação para que os MCSM não aumentem a incidência de distintos tipos de violência contra a mulher ao impor ideais de beleza difíceis de serem alcançados, ou ao apresentar as mulheres apenas como objeto estético, de docilidade e/ou de submissão, perpetuando, por conseguinte, os estereótipos e os comportamentos pouco afeitos à equidade de gênero. Outros Tratados de Direitos Humanos também podem ser interpretados de forma a exigir maior respeito à imagem feminina e à equidade de gêneros. Entre eles, o Pacto de Direitos Civis e Políticos, que enfatiza, no Art. 26 a proibição de qualquer forma de discriminação, seja por motivo de [...] raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, situação econômica, nascimento ou qualquer outra situação. No mesmo sentido, a Declaração Universal dos Direitos das Crianças, no 10º princípio, estabelece que: [...] a criança gozará de proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Por discriminação de qualquer outra natureza entende-se também a discriminação de gênero e, neste caso, o que se pretende evitar é a transmissão daqueles estigmas prejudiciais à formação infantil capazes de perpetuar a discriminação de gênero. Não estamos aqui, como alguns podem apressadamente imaginar, defendendo o cerceamento da liberdade de expressão e imprensa que possuem os meios de comunicação. Trata-se mais bem de ampliar a responsabilidade da mídia, exigindo que tais liberdades atentem e atendam às necessidades sociais. Em outros termos, que a mídia inclua em sua programação uma maior diversidade estética e de gênero, evitando especialmente a discriminação contra a mulher O MCSM e as Políticas Públicas de Gênero Ainda que a liberdade de expressão e imprensa sejam valores cruciais à democracia liberal-social, torna-se imprescindível questionar o que de fato representam, na atualidade, 11

12 estes ideais. Podemos começar argumentando que a censura estatal-governamental nunca é uma ameaça definitivamente vencida, nem mesmo nas democracias liberais-sociais consolidadas; se bem, também seja verdade, que a censura encontra em espaços verdadeiramente democráticos fortes obstáculos para instalar-se tanto no que diz respeito à existência de dispositivos constitucionais e legais limitadores, tanto como pela resistência oferecida pela opinião pública aos atos que apontam a alguma forma de censura. Pois bem, se de um lado são necessários mecanismos regulatórios para banir a censura dos regimes constitucionais adotados pelas democracias contemporâneas 19, de outro, e cada vez mais, também se torna evidente a necessidade de que se formulem marcos legais regulamentadores do exercício dessas liberdades. Primeiro, porque em um contexto em que o exercício das liberdades de expressão e imprensa se encontram frequentemente subordinados aos interesses do MCSM, nos deparamos, necessária e frequentemente, com restrições e ausências de opiniões e imagens diversificadas. Segundo, porque alguns atores sociais em particular aqueles historicamente excluídos encontram sérias dificuldades em obter espaços de visibilidade nos MCSM, permanecendo, portanto, alijados de um importante espaço público. Terceiro, porque muitos espaços que são concedidos a estes atores sociais acabam mais bem transmitindo imagens e opiniões depreciativas e/ou estigmatizantes acerca dos mesmos. Desta forma, o Direito Humano e Fundamental a uma comunicação ampla e plural, não passa de um direito limitado restrição essa que, note-se bem, não deriva só e necessariamente de uma decisão político-empresarial dos controladores das empresas midiáticas, mas também resulta de falhas inerentes ao sistema jurídico-político vigente. Sendo assim, as liberdades de expressão e de imprensa se fortalecem quando efetivamente associadas ao direito positivo de participação na esfera pública, questão na qual a mídia ocupa um papel central. Desse modo, aumentar significativamente os pólos de produção e difusão da informação, elevando a diversidade de discursos na esfera dos MCSM, é um importante caminho para a democratização social. A partir dessa perspectiva, portanto, fenômenos como a concentração da capacidade de difundir informações deve ser afrontada como uma ameaça tão importante à liberdade de expressão quanto à censura governamental. Situação que é particularmente crítica no que diz respeito à radiodifusão e à 19 Com o intuito de salvaguardar a pedra angular das democracias configurada na liberdade de expressão e de imprensa. 12

13 televisão brasileira, como bem demonstra a análise de Konder Comparato sobre esta questão quando afirma que nos MCSM [...] apenas os detentores das licenças para exploração dos canais de radiodifusão possuem plena liberdade de manifestação do pensamento e de opiniões; os demais membros da coletividade, não (1991, p.306). Resta-nos perguntarmos se a regulação democrática do conteúdo dos MCSM, mais que indução à censura e restrição às liberdades de expressão e imprensa não representa, de fato, o exercício do pleno direito à voz, pensamento e opinião de todos os atores sociais? De acordo com os defensores do pluralismo democrático 20, no que concerne às relações entre os atores sociais e à mídia, faz-se necessário que se rompa com a unilateralidade de tais relações. Não obstante, para que este rompimento ocorra, devem ser satisfeitos alguns requisitos mínimos e substanciais de igualdade social para que efetivamente o conjunto d@s cidadãs/cidadãos possa ter voz pública e superar aquilo que Dewey denominou de [...] o isolamento do público dos aspectos políticos da vida social [...] (DEWEY, 1954, p.224). Em segundo lugar, argumentam os pluralistas, entre eles Thompson (1995, p ), que é imprescindível a equiparação de oportunidades de expressão, através de um pluralismo regulado e do incentivo a que se criem diversas organizações independentes de mídia, para que os diversos atores e grupos sociais possam se beneficiar da publicização midiática. Nesse sentido, a visibilidade midiática cria uma nova base reflexiva e recursiva para atores sociais. Este espaço público serve não apenas para que os atores modifiquem suas estratégias de apresentação e suas práticas discursivas na esfera pública, mas também para conformar o modo pelo qual os sujeitos e os membros dos diversos grupos sociais se entendem a si próprios e a seus interesses legítimos. 3. Ser, perceber-se e atuar como mulher! Após séculos de uma divisão nítida e rígida dos papéis sociais destinados aos homens e às mulheres, e das inúmeras lutas em prol da libertação feminina têm-se, na contemporaneidade, a efetiva possibilidade de ruptura destas atribuições e funções previamente estabelecidas pelas normas sociais e de conduta e, como consequência, a quebra irreversível do paradoxo do masculino como oposto ao feminino. Surge, portanto, a necessidade de uma redefinição do ser homem e do ser mulher, bem como do que isso 20 Entre eles, J. Madison, D. B. Truman e R. Dahl. 13

14 representa e/ou pode vir a representar em nossas complexas, heterogêneas e multiculturais sociedades. A percepção de que a ordem social pode ser diferente daquela que o senso comum consolidou, auxiliando a gerar inúmeras mudanças na situação da estrutura social e familiar, acaba por emergir como fator propulsor da liberdade feminina. É imprescindível, porém, observar atentamente as características desta liberdade conquistada em forma de igualdade de direitos entre homens e mulheres, pois ainda são impostas às mulheres inúmeras e significativas limitações, como àquela referente à dificuldade do engendramento de uma nova forma autônoma e equitativa da mulher ser, perceber-se e atuar dentro do corpo social, seja na vida privada ou pública. Não se trata de minimizar as conquistas alcançadas pelo movimento feminista, mas de observar atentamente o uso que se fez, se faz ou se pode fazer dessas conquistas. A busca pela concretização material dos avanços formais como, por exemplo, o direito à igualdade jurídica entre homens e mulheres, ocorridos outrora deve aliar-se, como bem sinaliza Oliveira, à necessidade do [...] primado da diferença sem hierarquia e sem ambigüidade [...] (1991, p.15). Essa conquista do lugar do feminino não é algo simples ou já dado por muitas razões. Dentre elas, pode-se arrazoar, que ainda se vive em uma estrutura social eminentemente masculina, seja na esfera pública onde os homens são majoritariamente aqueles que exercem os cargos de direção e poder seja na esfera privada onde as mulheres ainda continuam assumindo as funções consideradas tipicamente femininas ou configurando-se, nesta mesma esfera, vítimas da violência sexual e sexista. Em segundo lugar, a existência de novos e porque não dizer, plurais papéis que a mulher vem sendo compelida a exercer de forma simultânea a feminilidade transfigurada entre outras nas atividades do lar e maternais e as consideradas tipicamente masculinas e que envolvem o trabalho, o profissionalismo, a objetividade, a racionalidade e a competitividade. Em suma, a situação complexa e cambiante em que se encontra a mulher do século XXI deveria verse melhor refletida nos MCSM, pois esta seria, sem sombra de dúvida, uma forma de colaborar com a efetiva superação das velhas e ainda presentes atitudes patriarcais e arcaicas vigentes em nossa sociedade. 4. Conclusão 14

15 Iniciamos este ensaio analisando algumas concepções de democracia com o intuito de indicar o papel que cabe ser desempenhado pelos MCSM em uma sociedade democrática. Logo após, examinamos a contribuição de alguns Tratados Internacionais de Direitos Humanos e a própria Constituição Federal de 1988, no que tange à regulamentação da liberdade de expressão e imprensa e à respectiva veiculação de imagens discriminatórias da mulher. Mencionamos, ademais, as conquistas históricas do feminismo e a sua luta não somente pela igualdade, mas pelo respeito à diferença, para chegarmos à constatação de que, atualmente, é amplamente difundida a idéia de que a mulher é maltratada pelos MCSM e sua publicidade, parecendo ser indiscutível que esta realidade simbólica possui correspondência com a realidade cotidiana/objetiva, onde as mulheres seguem lutando pela eqüidade de gêneros ao mesmo tempo que aceitam, paradoxalmente, muitas escravidões relacionadas à exploração e transformação de seus corpos. Este contexto complexo e em constante mutação, característico da contemporaneidade, faz com que por vezes mudanças sociais significativas ocorram sem que o Direito lhe dê a devida importância ou sem que os operadores jurídicos realizem uma análise aprofundada de tais aspectos. As repercussões sócio-culturais dos temas aqui abordados são de difícil mensuração, ainda que de uma grandeza inegável, sobretudo, no que concerne às respostas concretas que o sistema jurídico de um Estado de Direito Democrático deve dar. Se as mulheres, neste movimento de construção e reconstrução de suas identidades e papéis são forçadas a uma busca por desmistificações de estereótipos e conquistas de seus próprios paradigmas, elas estão também diante de mais um dos muitos obstáculos que caracterizam as relações de gênero. O corpo feminino mais do que servir aos interesses do discurso mercadológico e socialmente construído, precisa buscar sua plena e livre expressividade. Somente desta forma, a mulher, enquanto pessoa humana, será capaz de alcançar sua integral dignidade. E é esta plenitude do respeito aos limites do eu, d@ outr@ e d@s outr@s, que torna possível a construção de uma individualidade coesa e harmônica, independentemente de questões sexuais e características particulares de cada corpo. É também a salvaguarda, a promoção e o respeito pelos Direitos Humanos e Fundamentais que viabiliza a construção de uma cultura emancipatória e democrática. 15

16 Referências Bibliográficas BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 13 ed. Trad. Carmen C. Varrialle [et al.]. Brasília: Ed. da UnB, BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Trad. Maria Lúcia Machado. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, COMPARATO, Fábio Konder. É possível democratizar a televisão? In: NOVAES, Adauto (org.). Rede Imaginaria. Televisão e Democracia. São Paulo: Companhia das Letras, CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. Convenção de Belém do Pará, Disponível em: Acesso em 19 de outubro de DECLARAÇÃO E PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIM. Disponível em: Acesso em 17 de dezembro de DIAMOND, Larry. Developing, Democracy Toward Consolitation. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, DWORKIN, Ronald. Taking Rights Seriously. Duckworth, Londres, Justice in Robes. Belknap Harvard Press, Cambridge Mass., DEWEY, John. The public and its problems. Chicago: Swallow Press, HALL, Stuart. Representation: cultural representations and signifying practices. Londres: Sage & Open University, HELLER, Hermann. Escritos políticos. Trad. Salvador Gómez de Arteche. Madrid: Alianza, KEANE, John. The media and democracy. London: Polity Press LOSCERTALES, F. El lenguaje publicitário: estereotipos discriminatorios que afectan a las mujeres. In: La mujer y la publicidad. Madri: Informe del Instituto de la Mujer de la comunidad de Madrid, LOURO, Guacira. Pedagogia da sexualidade. In: LOURO, Guacira et al. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p McINTYRE, A. The Essential Contestability of Some Social Concepts. Ethics, 84, , p

17 OLIVEIRA, Rosiska. Elogio da diferença: o feminino emergente. São Paulo: Brasiliense, PRZEWORSKI, Adam. Minimalist Conception of Democracy: A Defense. In: SHAPIRO, Ian e HACKER-CORDÓN, Casiano (eds.). Democracy s Value. Cambridge: Cambridge University Press, RIBEIRO, Ana Paula Goulart. Clientelismo, corrupção e publicidade: como sobreviviam as empresas jornalísticas no Rio de Janeiro dos anos 50. In: Anais do XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação. Campo Grande: Intercom, SARTORI, Giovanni. Homo videns: la sociedad teledirigida. Trad. Ana Díaz Soler. Buenos Aires: Taurus, SILVA, Fabiane. Linguagens, estilos, adornos corporais...: a produção das identidades adolescentes na contemporaneidade. In: RIBEIRO, Paula et al. (orgs.). Educação e Sexualidade: identidades, famílias, diversidade sexual, prazeres, desejos, preconceitos, homofobia. Rio Grande: Ed. da FURG, 2008, p STOLZ, Sheila. Estado de Direito e Democracia: Velhos Conceitos e Novas Realidades Frente aos Direitos Humanos. Texto inédito aguardando publicação e que foi apresentado no Seminário Formalismo, Dogmática Jurídica e Estado de Direito: Um debate sobre o direito contemporâneo a partir da obra de Tercio Sampaio Ferraz Junior, São Paulo, FGV, THOMPSON, John. The Media and Modernity. Cambridge: Cambridge University Press, TOURAINE, Alain. O Que é a democracia? Trad. G. J. de S. Teixeira. Petrópolis: Vozes, YOUNG, Iris Marion. Justice and the Politics of Difference. New Haven: Princeton University Press, Intersecting Voices: Dilemmas of Gender, Political Philosophy and Policy. New Haven: Princeton University Press,

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