A DIFERENCIAÇÃO EU-AMBIENTE: UMA PERSPECTIVA WINNICOTTIANA PARA OS CASOS-LIMITE. Issa Leal Damous

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1 A DIFERENCIAÇÃO EU-AMBIENTE: UMA PERSPECTIVA WINNICOTTIANA PARA OS CASOS-LIMITE Issa Leal Damous Os casos-limite Depressões, psicossomatoses, transtornos alimentares, adições e outras compulsões têm sido quadros clínicos bastante comuns na clínica contemporânea. Diferentemente de uma problemática neurótica que resulta de conflitos intrapsíquicos atrelados à angústia de castração, esses quadros sugerem mais uma problemática limítrofe que se evidencia nas dificuldades de estruturação e manutenção tanto das fronteiras psíquicas quanto das fronteiras entre si e os objetos, demarcando uma experiência atrelada sobretudo às angústias de intrusão e/ou abandono. Reunidos aqui sob a denominação casos-limite, os pacientes submersos nessa problemática vivenciam sobretudo intensa instabilidade mental, problemas sérios de vinculação e desvinculação, forte sensação de irrealidade e repetidas atuações auto-destrutivas. O estudo dos casos-limite evoca toda uma tradição clínica que está atenta às experiências psíquicas mais precoces e inclui autores como Ferenczi, Melanie Klein, Balint, Winnicott e seus seguidores. As contribuições que daí vieram facilitaram o desenvolvimento no campo psicanalítico de uma leitura clínica cujos processos defensivos não são tão elaborados quanto o processo de recalcamento, mecanismo central que opera nas neuroses, mas nem por isso constituindo um diagnóstico de psicose ou perversão. Com isso, verifica-se uma problemática limítrofe que permeia o campo psicanalítico como um todo, seja ao demarcar que algumas subjetividades estão nas bordas dos grandes grupos diagnósticos (os casos-limite não constituem exatamente uma neurose, psicose ou perversão, muito embora possam ter traços dos três), seja no que diz respeito às próprias subjetividades limítrofes, em função das dificuldades nas relações com os objetos que enfrentam a partir da instabilidade das suas fronteiras psíquicas.

2 A partir do referencial teórico-clínico winnicottiano, pode-se dizer que os limites ou fronteiras psíquicas não estão constituídos desde os primórdios da vida mental e que há processos específicos para que se constituam de modo saudável, envolvendo primordialmente o ambiente enquanto os cuidados maternos que envolvem o bebê desde o início mais precoce de sua existência. Winnicott enfatiza, na verdade, o papel do ambiente como um componente bastante relevante para assegurar a constituição saudável das fronteiras psíquicas e, portanto, da saúde mental do ser humano. Mas de que modo o ambiente está envolvido com a constituição das fronteiras psíquicas? E de que modo essas fronteiras se constituem? O que os casos-limite têm a ver com isso? Segundo Winnicott (1945), antes que uma criança se perceba como um indivíduo em relação a outros indivíduos, um longo caminho é percorrido anteriormente em termos de desenvolvimento emocional primitivo, e é justamente nesse período mais arcaico onde estão as chaves para a compreensão de patologias como a psicose ou os casos-limite. A formulação winnicottiana básica diz respeito à emergência e desenvolvimento do self a partir de uma matriz relacional constituída pelo bebê e sua mãe. A temática central destas formulações é a delicada dialética entre contato e diferenciação que se localiza em torno da contínua e arriscada luta do self por uma existência individuada que ao mesmo tempo permita contato íntimo com outros (Greenberg e Mitchell, 1994:39). Nesse sentido, importa sobremaneira a Winnicott a interação da criança com as provisões ambientais, pois será esse o contexto que irá favorecer ou inibir um desenvolvimento verdadeiro de si mesmo (self) e, portanto, de uma psique saudável. Winnicott considera o psiquismo precoce do bebê como indiferenciado do ambiente, de modo que o cuidado materno envolve o bebê desde o início de sua vida, assumindo a função primordial de efetivar o seu processo de desenvolvimento. O ambiente funciona como uma provisão facilitadora dos processos de maturação do bebê, isto é, das tendências hereditárias que o impulsionam para a vida e para o crescimento e será necessário percorrer todo um caminho para que se estabeleça uma diferenciação do ambiente cada vez mais definida. Sendo assim, a provisão ambiental se entrecruza à

3 jornada do lactente de uma dependência absoluta para uma dependência relativa e então para uma independência, e deve ser por isso mesmo suficientemente bom para reconhecer cada uma destas etapas e portar-se de modo adaptado às necessidades e angústias do bebê pertinentes a elas. Além disso, para Winnicott, é necessário situar também a transicionalidade que o bebê experimenta nessa jornada, e, sobretudo, a instauração do espaço potencial enquanto possibilidade de sustentação de uma distância suficiente eu-outro. Portanto, é a partir do percurso de um momento de indiferenciação para um momento de diferenciação, no contexto winnicottiano, que se pretende neste trabalho circunscrever os casos-limite. A diferenciação eu-ambiente A atenção de Winnicott se concentra, sobretudo, na relação mãe-bebê e no modo gradual como o bebê se torna capaz de viver sem a dependência direta e absoluta dos cuidados maternos, podendo de fato perceber a mãe como uma pessoa diferente dele. No momento inicial de indiferenciação, momento da vida em que não se pode distinguir um bebê a menos que se inclua também o ambiente que o segura, o bebê passa pela experiência onipotente de criar os objetos que satisfazem a sua necessidade. Isto só é possível pela experiência de ilusão proporcionada pelo holding da mãe suficientemente boa na qual a mãe oferece ao bebê de modo consistente e empático exatamente o objeto de que ele necessita, objeto que, do ponto de vista do bebê, foi ele quem mágica e onipotentemente criou. Trata-se do objeto subjetivo, o primeiro passo para a expressão espontânea do verdadeiro self. A sensibilidade adaptativa da mãe suficientemente boa faz com que a onipotência do bebê seja aceita e complementada repetidas vezes. Com isso, o bebê começa a acreditar na realidade externa como algo que surge e se comporta magicamente. O seu verdadeiro self se expressa espontaneamente e isto coincide com os acontecimentos que ele experimenta. Ele goza então da ilusão onipotente de que cria e controla o mundo. Essa etapa consiste na dependência absoluta, etapa em que o bebê está assegurado pela mãe que experimenta a preocupação materna primária, um estado

4 psicológico muito especial que ela desenvolve, uma devoção cuidadosa que assume ares de uma doença normal acompanhada de total possibilidade de recuperação e que se caracteriza pela adaptação sensível e delicada às necessidades do bebê já nos seus primeiros momentos de vida (Winnicott, 1956, 1963). Assim, no período precoce da vida do bebê, a mãe está totalmente identificada com ele que, por sua vez, depende absolutamente dela numa época em que ele mal começa a existir como indivíduo. Trata-se de um estágio muito primitivo, porém dotado de extrema sofisticação. A preocupação materna primária ajuda a mãe a adaptar-se em alto grau às necessidades do lactente, uma adaptação viva que não se dirige às necessidades pulsionais dele, por mais importantes que sejam. Ela se dirige às necessidades que são próprias ao ego de um bebê: Eu lhes lembraria a temperatura da água do banho, testada pelo cotovelo da mãe; a criança não sabe que a água podia estar ou muito quente ou muito fria, mas vê de modo natural a temperatura corporal (Winnicott, 1963:82). Verifica-se então uma relação muito primitiva, repleta de fusão e empatia, em nada mecânica. Por isso, o bebê não percebe o cuidado materno, não controla o que é bem ou mal feito, apenas se beneficia ou sofre distúrbios. A devoção natural e suficiente da mãe protege o processo do bebê de vir a ser, pois promove a sua continuidade do ser. A continuidade do ser estabelece por sua vez uma base para a constituição de um ego forte e integrado (inicialmente, o ego está num estado não-integrado e, durante a fase de dependência absoluta, vai assumindo uma integração estruturada) e também estabelece uma base para o verdadeiro self, a expressão do potencial herdado que está experimentando a continuidade da existência, e adquirindo à sua maneira e em seu passo uma realidade psíquica pessoal e o esquema corporal pessoal (Winnicott, 1960a:46). Quando o apoio materno vai bem, a mãe é capaz de prover quase exatamente o que o bebê necessita e, assim, dificilmente esse apoio é percebido pelo bebê, pois ele promove silenciosamente uma base de vital importância ao ego (Winnicott, 1960a). Diferentemente, quando essa provisão ambiental falha, o lactente se torna perceptivo,

5 mas não exatamente das falhas do cuidado materno. O que ele percebe são as medidas reativas que ele terá que tomar a partir daí. Falhas na adaptação ambiental causam irritações e uma conseqüente necessidade de reagir. Isto interrompe a continuidade do ser e leva à vivência de uma angústia de aniquilamento, sentida pelo bebê como uma ameaça de desintegração [1]. Sob condições ambientais favoráveis, ou seja, sob um cuidado materno contínuo e consistente, o lactente estabelece uma continuidade da existência e assim começa a desenvolver a sofisticação que torna possível as irritações serem absorvidas pelo sentimento de onipotência que predomina no psiquismo primitivo. Isto preservará especialmente o verdadeiro self. Caso contrário, há um caminho aberto para as psicopatologias ou predisposições a elas. O ambiente tem por isso como principal função a redução ao mínimo de irritações a que o lactente deva reagir. Somente assim, segundo Winnicott, estarão lançadas as bases para uma saúde mental futura. O momento de indiferenciação caracterizado então pela dependência absoluta estabelece uma base narcísica fundamental que favorecerá a integração do ego num estado unitário, numa individualidade com uma existência psicossomática. Com isso, poderão ter início outros processos, como a personalização, isto é, o desenvolvimento do sentimento de estar dentro do próprio corpo, e a apreciação do tempo e do espaço e de outros aspectos da realidade (Winnicott, 1945). Além do mais, ocorre também o despertar da inteligência, e, com isso, o processo psíquico secundário, a função simbólica e a capacidade para as relações objetais (Winnicott, 1960a). Um relacionamento realmente verdadeiro e autêntico com o mundo externo é um patamar altamente complexo para o desenvolvimento emocional. O ponto de partida para esta complexidade repousa justamente no momento de ilusão que o bebê vivencia junto com sua mãe quando está indiferenciado com ela na dependência absoluta. E é porque a mãe prossegue fornecendo ao bebê a experiência de ilusão que ele passa a conhecer pedacinhos simplificados do mundo. De acordo com Winnicott, é especialmente importante para o desenvolvimento o quanto de ilusão foi experimentada e o quanto a psique primitiva foi capaz de usar como matéria-prima os objetos do

6 mundo externo propiciado pelo ambiente, pois, segundo ele, a ilusão onipotente que o bebê experimenta é a base do símbolo que de início é, ao mesmo tempo, espontaneidade e alucinação, e também, o objeto externo criado e finalmente catexizado (Ibid:133; grifos do autor). O ambiente opera portanto como facilitador para o desenvolvimento e concretização dos processos maturacionais do bebê favorecendo desse modo a potencialização do verdadeiro self, a fonte do gesto espontâneo (Winnicott, 1960b). Todavia, a continuidade do desenvolvimento emocional da criança corresponde estreitamente à retomada da mãe de sua própria independência. É necessário que ela possa se recuperar da preocupação materna primária e que possa falhar gradualmente na adaptação às necessidades do bebê. Isto significa que a mãe precisa começar a ser malsucedida nessa adaptação, até porque, para uma criança, seria muito aborrecido continuar vivenciando uma situação de onipotência quando ela já dispõe dos mecanismos que lhe permitem conviver com as frustrações e as dificuldades de seu meio ambiente (Winnicott, 1987:5-6). A desadaptação gradativa da mãe também é processual e envolve, é claro, o próprio desenvolvimento maturacional do bebê, como o começo da capacidade para a compreensão intelectual. Nesse contexto, o bebê adentra ao estágio de dependência relativa e já tem, entre outros aspectos, a capacidade para tomar consciência de sua dependência da provisão materna. A desadaptação por parte do ambiente deve estar orientada pelo rápido desenvolvimento que o bebê revela, ainda que, com certas variações, ele seja mais rápido ou mais lento do que ela. A mãe torna-se mais uma vez interessada em outros aspectos de sua vida e deixa de responder em tão fina sincronia às solicitudes do ego do bebê. O fato é que o bebê já emite sinais e gestuais e por isso ela não mais precisa materializar as alucinações dele, ela já pode responder às necessidades que ele exprime. O primeiro sinal para o bebê de que a mãe lhe é necessária é a angústia que ele experimenta em decorrência de quando a mãe está longe por um tempo superior ao da

7 sua capacidade de crer em sua sobrevivência (Winnicott, 1963:84). A compreensão intelectual pode ser usada para cooperar nesse sentido já que a mãe pode dizer ao filho que irá sair para comprar pão e isto pode funcionar por um determinado tempo, ainda que ele venha a sentir raiva, desilusão, medo e impotência. Esta etapa corresponde ao desmame e é absolutamente necessária para capacitar a criança a distinguir cada vez mais claramente entre o eu e o não-eu. O efeito do desmame é a criança começar a permitir que os acontecimentos ocorram fora de seu controle e, por isso, ela pode colocar de lado parte de sua raiva pelo que desafia sua onipotência. Além disso, desenvolve-se também a tendência à integração do bebê em uma unidade: uma pessoa completa, com um interior e um exterior, e uma pessoa vivendo dentro de um corpo, e mais ou menos limitada pela pele (Ibid). Trata-se da idéia de um eu interior, o que significa a existência de um lugar no qual as coisas podem ser estocadas e que assim as identificações podem se complexificar e ser mais abrangentes. Sendo assim, o desenvolvimento emocional do bebê toma a forma de um intercâmbio contínuo entre a realidade interna e a externa, cada uma sendo enriquecida pela outra (Ibid). Num processo crescente, a criança estabelece círculos cada vez mais amplos da vida social e torna-se gradativamente capaz de se defrontar com o mundo e suas complexidades. Ela desenvolve a socialização e adentra na fase que Winnicott denomina rumo à independência. Nesse momento, a criança já tem meios próprios para viver segundo uma vida interna própria, ou seja, sem a necessidade de cuidados reais por parte do ambiente: Isto é conseguido através do acúmulo de recordações do cuidado, da projeção de necessidades pessoais e da introjeção de detalhes do cuidado, com o desenvolvimento da confiança no meio. Deve-se acrescentar aqui o elemento de compreensão intelectual, com suas tremendas implicações (Winnicott, 1960a:46).

8 Aqui, Winnicott (1963) descreve sobretudo os esforços da criança pré-escolar e da criança na puberdade, e aponta para a expectativa de que, quando adultas, possam continuar o processo de crescer e amadurecer. Para ele, o início da vida adulta é delineado pelo encontro de um lugar na sociedade através do trabalho, e talvez também através do casamento. Ademais, deve ter sido estabelecido especialmente algum padrão que signifique uma conciliação entre imitar os pais e desafiadoramente estabelecer uma identidade pessoal (Ibid:87). A perspectiva de Winnicott sobre a jornada do bebê da dependência para a autonomia é fundamentalmente enriquecida com os aspectos transicionais (Winnicott, 1951a, 1951b) e com as idéias de espaço potencial e do brincar (Winnicott, 1971a, 1971b). Segundo ele, conforme prossigam os processos maturacionais do bebê, os objetos e fenômenos transicionais devem dar forma à área da ilusão e estabelecer o espaço potencial entre a mãe e o bebê. O espaço potencial é uma terceira área de experimentação que mantém paradoxalmente separadas e unidas tanto a área subjetiva quanto objetiva, sendo, portanto, fundamentalmente a área do brincar e do viver criativo. Winnicott também chama esse espaço de playground intermediário, a área exatamente onde a magia se origina, onde a brincadeira começa, o espaço no qual o bebê experimenta a sua onipotência e pode, aos poucos, ir percebendo objetivamente o objeto. O espaço potencial comporta em si o paradoxo poderoso de ser um espaço que tanto separa quanto une o bebê a sua mãe, e torna claro como que, para Winnicott (1971b), não há uma separação entre ambos, há apenas a ameaça de uma separação, que pode ser muito ou pouco traumática. Trata-se de um espaço que pode tornar-se uma área infinita de separação, e o bebê, a criança, o adolescente e o adulto podem preenchêla criativamente com o brincar, que, com o tempo, se transforma na fruição da herança cultural (Ibid:150). No espaço potencial estão os objetos e fenômenos transicionais, norteadores para a transição do bebê de um estado no qual ele está indiferenciado da mãe para um estado no qual se relaciona com ela como alguém externo e diferenciado dele.

9 Os objetos e fenômenos transicionais são a primeira possessão original não-eu. Eles já não fazem parte do corpo do bebê, mas ainda não são plenamente reconhecidos como pertencentes à realidade externa. Eles trazem, além disso, a enorme vantagem de serem utilizados pelo bebê para que ele possa superar a dependência materna e tornar suportável a ausência de sua mãe por um determinado período de tempo. E, o que é ainda melhor, o bebê experimenta a transicionalidade através da manipulação dos objetos em vez do controle mágico e onipotente que exercia sobre o objeto percebido subjetivamente. Os conceitos de objetos e fenômenos transicionais, bem como o espaço potencial e toda a teoria winnicottiana sobre o brincar e a criatividade são especialmente trabalhados para que se possa pensar a emergência do bebê de seu estado subjetivo para a objetividade e para a capacidade de pensar simbolicamente (Abram, 1996). A proposta de Winnicott nesse sentido é de que não apenas uma área interna e externa ao ser humano deve ser enunciada, mas que uma terceira área deve ser considerada e para a qual contribuem ambas as realidades, a interna e a externa: Trata-se de uma área que não é disputada, porque nenhuma reivindicação é feita em seu nome, exceto que ela exista como lugar de repouso para o indivíduo empenhado na perpétua tarefa humana de manter as realidades interna e externa separadas, ainda que inter-relacionadas (Winnicott, 1951b:15). Para Winnicott, a principal função dos objetos e fenômenos transicionais é dar forma nítida ao que correspondia à área de ilusão, e é isso que inicia todos os seres humanos numa área neutra de experiência que jamais será contestada em ter uma resposta para o paradoxo de ser concebida subjetivamente ou ser apresentada a partir do exterior. De fato, a total aceitação da realidade nunca é completada e sempre vai haver uma tensão para o ser humano no relacionamento entre a realidade interna e externa. Contudo, o alívio dessa tensão é justamente encontrado na área intermediária de experiência iniciada pelos objetos e fenômenos transicionais. Por isso eles são

10 inicialmente utilizados pelo bebê para manejar a superação de sua dependência materna, tornando suportável a diferenciação do ambiente. Vale notar que, no início da transicionalidade, se o tempo que o bebê pode suportar de distância da mãe se excede, os fenômenos transicionais se tornam gradativamente sem sentido e o bebê não pode experimentá-los (Ibid:31). À medida que isso ocorre, do ponto de vista do bebê, a mãe está morta e, portanto, não há mais a realidade da coisa que os objetos e fenômenos transicionais representavam (o apoio externo no qual se sustentavam tornou-se extremamente precário). Não obstante, é verdade que num desenvolvimento saudável, conforme o passar do tempo, o objeto transicional vai sendo relegado ao limbo, sem que seja recalcado e tampouco esquecido ou pranteado. Ele apenas perde o significado, principalmente porque os fenômenos transicionais ficaram difusos e se espalharam, alargando-se por todo o território intermediário entre a realidade psíquica e a realidade compartilhada, território que Winnicott chama de campo cultural e que inclui o brincar, a criatividade, as apreciações artísticas, o sentimento religioso, o sonhar, o fetichismo, o mentir e o furtar, a origem e a perda do sentimento afetuoso, o vício em drogas, o talismã dos rituais obsessivos, etc. Considerações finais O referencial winnicottiano permite verificar não apenas a importância do ambiente nas experiências psíquicas primárias, como ir além e compreender que o processo de diferenciação eu-ambiente também é extremamente relevante nestas experiências e essencial para a constituição de fronteiras psíquicas saudáveis. Pode-se dizer que o ponto alto desse processo está em que se constitua o espaço potencial, área de um terceiro território entre o território subjetivo e o território objetivo, que emerge da própria união entre dois seres, e que, ao mesmo tempo em que os separa, também os une, podendo mais tarde alargar-se e abranger todo o mundo.

11 Portanto, é na relação primordial mãe-bebê que está a facilitação do ambiente para o desenvolvimento dos processos de maturação de todo ser humano, ou seja, é nesta relação que está a base tanto do processo de integração do ego, quanto a conseqüente capacidade para a diferenciação do ambiente e, é claro, a capacidade para o viver criativo. A função do ambiente, nesse sentido, é oferecer fundamentalmente a segurança de que o bebê precisa para integrar-se numa unidade, ou seja, para que tenha minimamente a noção de um eu integrado numa vida psicossomática. Uma vez que esta noção esteja solidificada, estabelece-se, em contrapartida, a noção de que todo o restante será não-eu (Winnicott, 1962). O problema é quando o ambiente falha, isto é, quando o holding materno não é suficientemente bom, quer seja na indiferenciação, quer seja na diferenciação. Isto pode ser representado pela mãe que se cola muito à criança fazendo com que o ego nascente seja sufocado e invadido e, por outro lado, pela mãe distante e mecânica fazendo com que o ego fique sem consistência, ou mesmo por uma alternância brusca entre um posicionamento e outro. Falhas desse tipo deixam marcas profundas, pois estão referidas a uma época em que o psiquismo infantil era ainda muito arcaico e dependia totalmente da provisão do ambiente. Por isso, tanto uma presença intrusiva ou distante dos cuidados maternos, ou mesmo uma alternância brusca entre um e outro, achata a possibilidade de que o terceiro território se constitua entre o bebê e o ambiente, ou seja, o espaço potencial. Isto prejudica diretamente a indiferenciação mãe-bebê, a transicionalidade, o brincar, e, portanto, o próprio processo de simbolização que daí deriva. Sem esse espaço, a diferenciação eu-ambiente torna-se uma experiência ruim e, conseqüentemente, a própria saúde mental estará fadada à prejuízos. Nesse contexto, os casos-limite, que tanto tem comparecido na cultura e na clínica contemporânea através de determinados casos de depressão, compulsões, transtornos alimentares e psicossomatoses, são a expressão das dificuldades experimentadas nas relações primárias com o ambiente. Mesmo que sejam diversas as contribuições sobre a temática limítrofe no campo psicanalítico, e amplas as opções

12 terminológicas para fazer referência a eles, pode-se dizer que, em geral, os indivíduos com estas formas de subjetivação não tiveram um bem-estar de base suficientemente bom que os assegurasse o narcisismo fundamental. Por isso, eles experimentam principalmente intensa instabilidade mental, oscilando entre angústia de intrusão e de abandono, bem como dificuldades para vincular e desvincular-se, e sensação de irrealidade nas experiências cotidianas. Na verdade, essas subjetividades sinalizam que estão às voltas com o objeto primário sentido como presente o tempo todo, seja porque é invasivo, seja porque é indiferente ou porque não tem empatia e interesse narcísico. É isto que dificulta a constituição de um espaço intermediário de experimentação e que traz prejuízos para os processos de simbolização e para as regulações dos relacionamentos das pessoas consigo próprias e com o mundo. Referências bibliográficas ABRAM, J. (1996) A linguagem de Winnicott. Dicionário das palavras e expressões utilizadas por Donald W. Winnicott. Rio de Janeiro: Revinter, GREENBERG, J. e MITCHELL, S. Relações objetais na clínica psicanalítica. Trad. Eimilia de Oliveira Diehl. Porto Alegre: Artes Médicas, WINNICOTT, D. (1945) Desenvolvimento emocional primitivo. In: Da pediatria à psicanálise. Obras escolhidas. Trad. Davy Bogomoletz. Rio de Janeiro: Imago, (1951a) Objetos transicionais e fenômenos transicionais. In: Da pediatria à psicanálise. Obras escolhidas. Trad. Davy Bogomoletz. Rio de Janeiro: Imago, (1951b) Objetos transicionais e fenômenos transicionais. In: O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, (1956) A preocupação materna primária. In: Da pediatria à psicanálise. Obras escolhidas. Trad. Davy Bogomoletz. Rio de Janeiro: Imago, 2000.

13 (1960a) Teoria do relacionamento paterno-infantil. In: O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Trad. Irineo C. Schuch Ortiz. Porto Alegre: Artes Médicas, (1960b) Distorção do ego em termos de falso e verdadeiro self. In: O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Trad. Irineo C. Schuch Ortiz.Porto Alegre: Artes Médicas, (1962) A integração do ego no desenvolvimento da criança. In: O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Trad. Irineo C. Schuch Ortiz. Porto Alegre: Artes Médicas, (1963) Da dependência à independência no desenvolvimento do indivíduo. In: O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Trad. Irineo C. Schuch Ortiz. Porto Alegre: Artes Médicas, (1971a) O brincar: uma exposição teórica. In: O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, (1971b) O lugar em que vivemos. In: O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, (1987) Os bebês e suas mães. São Paulo: Martins Fontes, [1] A desintegração não é simetricamente oposta à não-integração. Esta se refere a um estado primário do ego anterior a uma unificação de si mesmo numa individualidade e numa existência psicossomática. E a desintegração, por sua vez, é um fenômeno psiquiátrico cujo exame psicopatológico em análise mostra que tem um sentido apenas quando o atraso ou falha na integração primária predispõe à desintegração quando ocorre regressão, ou quando fracassa algum tipo de defesa (Winnicott, 1945). Nesse sentido, a não-integração não é nem um pouco assustadora como o pode ser a desintegração. Muito pelo contrário, ela faz parte do desenvolvimento emocional dos seres humanos.

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