26 Simpósio Espírita Instituição Beneficente "A Luz Divina" Educar para o Bem Estar

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1 26 Simpósio Espírita Instituição Beneficente "A Luz Divina" Educar para o Bem Estar Ao iniciar sua palestra, Leonardo Kurcis ressaltou a importância do dia 18 de abril para a Doutrina Espírita, pois há 155 anos atrás, nessa data em Paris, no ano de 1857, ocorreu o lançamento de O Livro dos Espíritos e recomendou a sua releitura inúmeras vezes, pois se trata de um livro de estudo. O palestrante abordou o tema "Educar para o bem estar", esclarecendo que atingimos o bem-estar, quando encontramos satisfação e liberdade na vida, porém, a questão básica é: "Será possível nos educarmos para alcançar o bem-estar?". Aprendemos, na escola, tudo o que nos capacita para realizações nas mais diferentes áreas, porém não nos esclareceram de que maneira alcançaremos esse bem-estar. Na escola, é mais fácil trabalhar em favor do nosso mal-estar, por meio das avaliações e reprovações nas matérias que não gostamos. Aos poucos, porem, tem início uma percepção de que é possível contribuirmos para o bem-estar das pessoas, através de um processo de educação. A grande mudança que pode nos orientar nos dias de hoje, começou há dois mil anos atrás, com Jesus. Ele trouxe uma proposta afirmativa, em oposição à base dos ensinamentos anteriores, que tinha uma proposta negativa. Como exemplo, temos "Os Dez Mandamentos" o Decálogo, cujas recomendações são afirmações negativas: "Não faça isso, não faça aquilo". Oito delas se utilizam da palavra "não", expressando o que não se deve fazer. Em muitas ocasiões Jesus foi desafiado, pois criavam dificuldades para Ele. Afirma-se que "Os Dez Mandamentos" foram ditados, diretamente, por Deus a Moisés, porém, os espíritas sabem que essa transmissão se deu por intermédio dos Espíritos superiores, a Moisés. Contudo, se foi entendido que aquilo era a palavra direta de Deus, então qual foi a armadilha? Pediram para que Jesus buscasse, entre os dez mandamentos, o mais importante! Como é que Ele destacaria, de dez determinações de Deus, qual a mais importante? Uma tarefa, simplesmente,

2 impossível porque, na medida em que destacasse apenas uma, as outras nove não teriam a mesma importância! Jesus disse o seguinte: "O maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas" e um segundo mandamento semelhante a este é "amar ao próximo como a si mesmo". O que fez Ele? Reuniu todas as determinações negativas contidas dentro de "Os Dez Mandamentos" e as colocou dentro de uma proposta afirmativa: "Amar a Deus, amar o próximo e amar a si próprio". Ao observarmos atentamente essa frase, verificaremos que atende todas as negações. Quem ama, mata? Não. Quem ama, rouba? Não. Temos aí, o ponto de partida: Jesus nos ensinou o que fazer, sem reforçar o que não devemos. Quando Ele ensina: "Faça ao outro o mesmo que quer para si próprio", o faz de uma forma afirmativa. Jesus também ensina, dizendo: "A cada um será dado segundo as suas obras". A partir dessa frase, o que dizemos sobre a lei da semeadura? Normalmente, os adeptos das afirmações negativas tomam esse ensinamento pelo lado negativo e afirmam: "Quem semeia vento colhe tempestade". O Seu propósito era, de fato, direcionar a nossa vida para a responsabilidade, dizendo: "Aquilo que fazemos, produz resultados que colheremos adiante". Ao combinarmos a lei da semeadura com a lei de "ouro", ou seja, aquela que diz para "fazer ao outro aquilo que se quer para si mesmo", perguntamos: "Quais seriam as sementes recomendadas para semearmos?" - São as sementes que nos trazem a colheita. Nesta resposta temos uma afirmação. Será que essas colocações afirmativas estão presentes em nosso dia-a-dia? Lamentavelmente, prevalece o enfoque negativo, porém, gradativamente, essa nova visão positiva toma conta das nossas atitudes. O palestrante exemplificou, citando Peter Drucker, um verdadeiro mestre em administração, que recomendou aos administradores procurassem dar especial atenção às oportunidades, ao invés de dar atenção aos problemas. Drucker brincava, dizendo o seguinte: "Alimente as oportunidades com o melhor que você tem, e deixe os problemas morrerem de fome". Há situações em que devemos levar em consideração o problema, sempre que ele estiver trabalhando a favor de uma oportunidade. Isso ainda está longe de ser uma visão generalizada no campo da administração, porque é muito comum um supervisor ou gerente receber o subordinado e perguntar: "Qual é o problema?". Nesses diálogos, é muito raro ouvir: "Eu vim apresentar uma oportunidade". A realidade mostra que é frequente o subordinado trazer problemas ao seu supervisor. Quando utilizamos os conhecimentos da Programação Neurolinguística, constatamos a importância da orientação básica que é: "Oriente a sua vida em função daquilo que quer e não em função daquilo que

3 você não quer". Isso pode parecer sem importância, porém, segue um pequeno exemplo comprovando que há consequência. Orientemos uma criança para atravessar a rua. Quando dizemos a ela: "Não quero que seja atropelado", produzimos em sua mente uma imagem de que ela está sendo atropelada! Isso aumenta ou diminui a possibilidade do que vai acontecer? Aumenta. Quando mentalizamos algo, o processo, em seguida, é no sentido de atrair as condições para que aquilo aconteça. Então, como falaremos para a criança? "Atravesse a rua em segurança, vá em paz". Nesse caso, mentalizamos o nosso desejo, ou seja, que ela atravesse a rua em segurança. Quando damos importância para aquilo que não queremos, nos lembramos da experiência do motorista. Ele está dirigindo, vê um buraco à sua frente e olha para ele. O que acontece? Vai direto para o buraco. Uma vez, o Ayrton Senna fez a seguinte recomendação: "Quando estiver dirigindo, olhe onde você quer passar e não onde você não quer passar." Os jogadores de futebol ainda não perceberam que as colocações afirmativas podem favorecê-los. O atacante chega ao gol e olha firme para o goleiro. Para onde a bola será chutada? Em cima do goleiro! Se o goleiro for esperto, vestirá roupas chamativas para atrair a atenção do jogador. O atacante chuta para fora porque colocou o foco naquilo que não queria e perde a beleza do gol. Nas atividades esportivas é possível reconhecer essa prática afirmativa. Focalizemos, por exemplo, o basquete. Há duas possibilidades de treinamento: na quadra, quando os jogadores treinam arremesso livre e jogam a bola no cesto ou quando realizam um treinamento mental. O atleta procura um lugar tranquilo e treina, mentalmente, atirando as bolas para que todas caiam corretamente no cesto. Ele está focando aquilo que deseja, enquanto que o treino na quadra o leva, muitas vezes, a mentalizar que a bola não cairá no cesto. Isso acontece porque está diante de uma situação complexa, sente medo de errar e acaba errando. Vamos para o campo da psicologia. A Segunda Guerra Mundial, na década de 40, foi o maior conflito que tivemos no planeta e os contingentes de soldados que voltaram para os Estados Unidos vivenciaram muitos traumas, em função daquilo que aconteceu nos campos de batalha. Os responsáveis pelas Forças Armadas dos Estados Unidos solicitaram às Universidades, principalmente na área da Psicologia, que desenvolvessem terapias que auxiliassem os retornados. Houve um grande desenvolvimento nas observações e pesquisas, que beneficiou um número considerável de soldados. Essas pesquisas exigiram muito trabalho e, por conta disso, surgiram dificuldades para conseguir recursos. Em meio a esse cenário, o psicólogo Martin Seligman elaborou os conceitos da Psicologia Positiva. Ele entendeu que o objeto dessa psicologia era favorecer as pessoas para que alcançassem a felicidade. A partir dessa

4 ideia, fez uma série de considerações quanto à dificuldade de se conceituar a própria felicidade. Outros pesquisadores entenderam que o objetivo dela seria o bem-estar. Seligman diz o seguinte: "É bom que a terapia cuide dos problemas, entretanto isso não é suficiente se levarmos para o campo da medicina. Podemos dizer que ela tem uma atividade curativa, mas pode perfeitamente desenvolver uma atividade no sentido de fazer com que a saúde seja mais alcançável pelas pessoas. No caso da psicologia, o fato das pessoas vencerem suas fobias, não significa que entrem numa condição de bem-estar. Na realidade, elas saem de uma condição de mal-estar. Iniciou-se uma busca para identificar o que realmente favorece o bem-estar das pessoas que, quando alcançado, faz com que sintam satisfação pela vida e vivam melhor. Então, como é possível conquistar esse bem-estar? Primeiro, foi necessário descobrir os elementos que pudessem permiti-lo. Consideremos como primeiro elemento as emoções positivas. Quando as vivenciamos, criamos o bem-estar. Em nossas afirmações, prevalece o enfoque do negativo. Como mudamos isso? Há, no livro de Seligman, uma sugestão de exercício chamada "Três Bênçãos". Ele recomenda que, diariamente, identifiquemos três coisas boas que aconteceram no dia e que não precisa ser nada sensacional como, por exemplo, "encontrei um amigo na sorveteria e tomamos um tremendo sorvete" ou algo expressivo: "Finalmente, consegui ser promovido na empresa que trabalho". Seria adequado escrevermos sobre as "Três Bênçãos" diariamente e o motivo de a considerarmos uma bênção. Assim, será mais fácil destacar tudo aquilo que acontece em nossa vida e que está relacionado com as emoções positivas. Não significa que deixaremos de registrar as emoções negativas mas, reconheceremos que hoje elas prevalecem e não sobra espaço algum para as emoções positivas. Também perceberemos que, em nossas conversas, favoreceremos as emoções positivas das outras pessoas ou poderemos bombardeá-las com mais emoções negativas. Para aumentar as percepções sobre as emoções negativas, basta ligar a televisão e assistir alguns programas que relatam o plantão de polícia, e as desgraças que acontecem por todos os lados. Se um dia as pessoas descobrirem o quanto contribuem para bem-estar das outras, mudarão o discurso e procurarão transmitir emoções positivas, destacando a beleza de se ouvir uma música, olhar uma paisagem ou uma fotografia, para que as pessoas sintam alegria e satisfação. Observamos isso em nossas conversas. Ao iniciarmos um treinamento para conhecer as pessoas e as coisas que favoreçam o seu bem estar, mudaremos a nossa forma de pensar porem, se o nosso foco é aquilo que causa mal-estar e transmitirmos isso, o nosso procedimento mental será dessa qualidade.

5 Desenvolvendo a perspectiva para o positivo, a proposta não é eliminar o negativo mas, sim, ampliar a percepção sobre a realidade, da melhor forma possível e, ao desenvolvê-la, veremos que aquilo que apontamos como muito feio, não é tão feio assim. Talvez não tenhamos entendido direito as coisas, ou identificamos nas situações negativas, a possibilidade de transformá-las em positivas. Assim, as emoções positivas são um dos elementos que favorecerem o nosso bem-estar. O segundo elemento que Martin Seligman aponta é o engajamento. O que é estar engajado? É quando nos propomos alguma realização, sem perceber o tempo passar nos entregamos de corpo e alma naquilo que fazemos. É necessário transformar aquilo que consideramos chato ou que nos martiriza em algo que nos melhore. Encontrando condições para o engajamento, mudará completamente a nossa perspectiva, pois sairemos da condição de obrigação quando fazemos aquilo que não gostamos. Enquanto perdurar o mal-estar, nenhuma nova oportunidade surgirá, porque aquela situação é uma lição para ser vivenciada e superada. Por exemplo, em uma aula de história, o professor passou um exercício "X" que nós resolvemos de uma forma brilhante. Ele continuará passando aquele exercício? Não. Ele passará outro. Assim também é a vida. Vamos abrindo os caminhos para que as oportunidades surjam, na medida em que vencemos as dificuldades. Lembre-se "alimente com o melhor que você tem as oportunidades e deixe os problemas morrendo de fome". Se orientamos as atividades para aquilo que favoreça o engajamento e, neste caso, não nos referimos apenas a trabalho, encontraremos oportunidades, muitas vezes, tão flexíveis que favorecerão o engajamento. Atuar na vida de uma forma engajada contribui para o nosso bem-estar. O terceiro elemento que Martin Seligman aponta, são os relacionamentos saudáveis. A quem cabe desenvolver relacionamentos saudáveis? A cada um de nós. Uma das coisas que nos traz bem-estar é o convívio com as pessoas, que também sentem prazer em conviver conosco. Novamente, é necessário que haja uma mudança significativa do foco. O que olhamos nas pessoas? Aquilo que não gostamos ou aquilo que nós gostamos? Visualmente, olhamos aquilo que não gostamos e então, criticamos. Precisamos identificar os aspectos positivos da convivência social, porém, temos dificuldade para descobrir os aspectos positivos em nós mesmos. Fomos educados para acreditar que somos "uma droga", que nada sabemos e que só fazemos coisas erradas. Quando destacarmos o outro por meio de uma sentença afirmativa, façamos o mesmo conosco. Procuremos encontrar em nós e nos outros, aquilo que pode ser elogiado. A mudança acontece quando eliminamos o hábito da crítica e criamos o hábito do elogio, cuidando para que ele seja verdadeiro.

6 Quando inventamos coisas que não sentimos, manipulamos o outro e ele perceberá. Nos relacionamentos, precisamos aprender a conquistar o outro e exercer uma influência positiva nele. Para ajudar ou oferecer alguma contribuição para as pessoas, precisamos influenciá-la de uma maneira aceitável, sem imposição. Como é que eu sei se a minha influência será positiva? Lembremos d Aquele que disse: "Faça ao outro aquilo que você quer para si próprio". Ao fazermos, falarmos ou pensarmos algo que desejamos e fizermos isso em relação aos outros, certamente a nossa, será uma boa influência e as pessoas dirão: "Puxa vida, tem uma coisa boa que está vindo desta pessoa que me interessa e ninguém a está obrigando". Jesus a ninguém obrigou que aceitasse Suas palavras e Seus ensinamentos, que eram colocados como uma possibilidade e não como uma obrigação. Com esta visão, ampliamos o número de pessoas cuja convivência se torna harmoniosa, fortalecendo as emoções positivas de todos os envolvidos. O quarto elemento que Martin Seligman aponta é o sentido. Em tudo que fazemos na vida, é preciso que haja um sentido superior, maior do que nós mesmos. Chegaremos à conclusão que nosso engajamento beneficia a comunidade em que vivemos e todos aqueles que, de alguma forma, sejam tocados pelo que fazemos. O trabalho voluntário é uma excelente forma de beneficiarmos os demais. Encontramos nessa atividade, um significado maior, que não é o de ocupar o tempo, nem de ganhar dinheiro e isso coloca sentido em tudo que fazemos. O quinto e último elemento é o resultado. Devemos ter um interesse especial para alcançar resultados, nos capacitando na obtenção de resultados, buscando o aperfeiçoamento na matéria que constitui a nossa área de trabalho, sendo objetivos, identificando ações e desenvolvendo a flexibilidade. Muitas pessoas tentam uma vez, não dá certo; tentam a mesma coisa pela segunda vez e não dá certo; continuam fazendo a mesma coisa e não dá certo. O que acontecerá? Nada. Quando percebemos isso, é chegada a hora de procurar outro caminho. Quando alcançamos resultados e concretizamos as coisas, isto muito contribui para o nosso bem-estar. Muitos tiveram essa experiência em suas vidas porque conseguiram algo, especialmente na vida profissional. É comum encontrarmos pessoas acreditando que trabalham para o patrão. Será? O trabalho, é uma das principais fontes à nossa disposição, para que alcancemos o bem-estar. Logo, trabalhamos para nós mesmos e, com isso, assumimos algo importante: nos tornamos responsáveis pelos resultados. O curioso, quando se fala em responsabilidade, é outro ensinamento da Psicologia Positiva e que encontramos no trabalho de Martin Seligman. Ele fala de um treinamento específico para a assertividade. Normalmente,

7 acreditamos que as nossas reações, emoções e sentimentos estão diretamente ligados aos estímulos que ocorrem à nossa volta porem, não estão. O que ensina a Psicologia Positiva é que as nossas reações são comandadas pela maneira como vemos os estímulos e atribuímos um determinado significado. O que acontece é que assumimos a responsabilidade pela nossa vida e isso está em conformidade com o ensinamento de Jesus que diz: "A cada um será dado segundo as suas obras". O problema é que andamos por aí, atribuindo a responsabilidade do nosso bem-estar ou malestar às outras pessoas, quando somos os únicos responsáveis. Assumindo essa verdade, adquirimos um poder fantástico. Se as emoções e reações dependem do significado que damos para os estímulos, procuremos exercitar essa capacidade. Para isso, perguntamos o seguinte: "Se colocarmos dez pessoas diante de um mesmo estímulo, todas terão a mesma reação? Porquê terão reações diferentes?". Caso o estímulo determinasse a reação, todas teriam a mesma reação porem, o significado que cada um dá, é diferente. "Melhor que perdoar, é não se ofender" porque não é o outro que nos ofende. A ofensa é uma construção nossa. É o significado que damos para aquilo que a pessoa falou ou fez. Dentro desta proposição, encontramos algumas colocações no livro "Florescer", como o exercício da gratidão. A recomendação é a seguinte: identifique algo que aconteceu na sua vida cuja pessoa você julga merecedora da sua gratidão. Então escreva, sem pressa, uma carta que tenha, pelo menos, umas duzentas palavras, conforme recomenda o autor do livro, desenvolva e relate o que você entende daquela situação. Depois aos poucos, melhore o conteúdo da carta. Um dia, você fala para a pessoa: "Eu gostaria de me encontrar com você". Encontrando-se com ela, diga: "Eu quero ler uma carta que escrevi para você. Por favor, não me interrompa porque lerei a carta toda". A leitura da carta produz um relacionamento fantástico entre as duas pessoas. Que tal fazermos uma carta de gratidão? Algo interessante acontece quando fazemos uma coisa boa: ficamos leves e alegres. É como se houvesse uma massagem interior. Isso significa que a atividade no bem trabalha a favor do nosso bem-estar. Fazer o bem reflete no bem-estar do outro, porém, em primeiro lugar, reflete em nosso bem-estar. Por isso, uma carta de gratidão mudará significativamente a nossa vida. Precisamos desenvolver virtudes e colocamos as seguintes perguntas: "Qual é o papel das Religiões? Qual deve ser o interesse maior da Casa Espírita?". Contribuir para que as pessoas desenvolvam suas virtudes. Provavelmente, ouviremos: "Você tem que deixar de ser egoísta". Com isso, damos atenção à fera do egoísmo e o alimentamos ainda mais. Numa situação como esta, qual seria a proposta afirmativa? Desenvolver a virtude do altruísmo. Quando reprimimos alguma coisa nos sentimos mal porque a

8 motivação que nos move quando cuidamos das coisas que não gostamos, se chama sofrimento. Nossos sentidos "brilham", quando realizamos aquilo que desejamos porque, à medida que desenvolvemos a capacidade do altruísmo, realizamos coisas boas que resultam em bem-estar. Neste sentido, o que nos motiva é o entusiasmo. Quando não gostamos, é sofrimento. O que é preferível? Qual o significado da palavra entusiasmo? Significa estar com Deus. Orientemos nossa caminhada evolutiva para o desenvolvimento das virtudes, da tolerância e da paciência. A grande proposta afirmativa é: fazer aos outros o que queremos para nós mesmos, encaminhando a vida para o que queremos e podemos, começando um treinamento bem produtivo. Como reagem os seres humanos? A visão negativa está, tão profundamente arraigada em alguns, que nos lembra uma situação em que alguém foi convidado para um jantar excelente, a sobremesa era mais excelente ainda. Então, a dona da casa perguntou para o convidado: "O que você achou da sobremesa?". Ele respondeu: "Até que não estava ruim". Mesmo expressando satisfação, utilizamos uma colocação negativa. A partir de um enfoque afirmativo, faremos do Espiritismo ou da nossa religião, uma religião de alegria, em que as pessoas chegam contentes ao Centro Espírita e saem contentes. Neste sentido, chamamos a atenção para a grande responsabilidade dos palestrantes que tem o seguinte compromisso: o público, depois da palestra precisa sair melhor do que chegou. Colocando um enfoque positivo, contribuiremos de maneira significativa na educação dos nossos filhos. Uma pesquisa demonstrou que, quando a criança chega aos oito anos de idade já ouviu, pelo menos, cento e oitenta mil vezes a palavra "não". O problema é que essa palavra apenas inibe, sem nada ensinar. Somente caminhamos na vida quando aprendemos a agir de maneira positiva. Eis porque a proposta de Jesus sempre foi uma proposta afirmativa. Ele nos ensinou o que fazer, mas continuamos presos àquela pedagogia do "não", do medo. Essa é a grande transformação: Jesus nos libertou do medo até pela forma como nos apresentou Deus. É possível amarmos alguém, da qual tenhamos medo? Não. A grande barreira para o amor, é o medo e a falta de confiança, que precisamos superar. Educar para o bem-estar é uma empreitada perfeitamente possível. Para isso, recomendo o livro "Florescer", que deve ser lido, relido, estudado e refletido. Quando vamos ao médico, dizemos: "Olha, doutor, eu gostaria que, de preferência, você cuidasse da minha saúde e isso é mais do que contribuir para que eu não tenha doença". No psicólogo podemos dizer: "Senhor psicólogo, ensine-me a viver com satisfação e a desenvolver meu bem-estar. Se necessário, cure também as minhas frustrações, mas não fique só nisso: ajude a construir o meu bem-estar".

9 Jesus é o grande Mestre que cuida para que tenhamos bem-estar. Seguir Jesus é fonte de alegria, satisfação, emoções positivas, engajamento e relacionamento que dá sentido à vida e nos inunda de resultados fantásticos. Leonardo Kurcis Palestra proferida em 18 de abril de 2012, na Instituição Beneficente "A Luz Divina". 26º Simpósio Espírita de 02 a 28/04/2012