DIREITO PREVIDENCIÁRIO
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- Ayrton Cunha
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1 Transcrição Aula 03 INSS DIREITO PREVIDENCIÁRIO Prof. Hugo Goes
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3 Direito Previdenciário AULA 03 Olá! Bom dia! Vamos para nosso segundo assunto, nosso segundo capítulo, ou nosso segundo módulo, como queiram. O primeiro foi Seguridade Social, onde estudamos a evolução legislativa, conceito, organização e princípios constitucionais. Agora vamos para o segundo tópico que ficará a meu cargo: Beneficiários do RGPS. Esse assunto está na Lei Nº /1991. De acordo com a Lei N /1991, os beneficiários do RGPS são compostos pelos segurados e por seus dependentes. Os beneficiários do RGPS têm direito a usufruir de duas espécies de prestações: benefícios, prestação pecuniária; e serviços, bem imaterial colocado à disposição do beneficiário. Sendo que, a Reabilitação Profissional é um tipo de serviço que pode ser usufruído pelo beneficiário em caso de incapacidade laborativa com o objetivo de recuperar a capacidade para o trabalho. No caso do benefício, o mais conhecido é a Aposentadoria. O Salário Família, o Salário Maternidade, o Auxílio Doença, o Auxílio Acidente, a Pensão por Morte, o Auxílio Reclusão também são outros benefícios bem conhecidos que a Previdência Social concede aos seus beneficiários. Já os dependentes têm direito a receber apenas dois benefícios: Pensão por Morte; e Auxílio Reclusão. A pensão por morte é dada ao dependente quando ocorre a morte do segurado. E o auxílio reclusão poderá ser concedido ao dependente quando o segurado for preso. Os segurados podem ser obrigatórios ou facultativos, e ambos contribuem para a Previdência. O segurado obrigatório é obrigado a recolher a contribuição, visto que exerce uma atividade remunerada abrangida pelo RGPS. Ao passo que, o segurado facultativo não possui essa obrigação. Contudo, o segurado facultativo não tem direito a receber os benefícios caso não recolher a contribuição junto à Previdência Social. Os dependentes possuem um vínculo de natureza familiar com o segurado e, assim, também se torna beneficiário do RGPS. O dependente pode ser o cônjuge do segurado, o companheiro(a) do segurado, filho(a) do segurado, pais do segurado, irmãos do segurado, etc. Os dependentes estão delimitados no Art. 16 da Lei Nº /1991, não podendo ser primo, tios, ou avós do segurado. No RGPS, os segurados, as empresas e o empregador doméstico são contribuintes (Lei Nº /1991). A empresa e o empregador doméstico são somente contribuintes desse regime de previdência social. Já os dependentes são apenas beneficiários do RGPS. Sabe-se que os segurados são divididos em dois grupos: obrigatórios e facultativo. Para o segurado obrigatório a filiação decorre automaticamente do exercício da atividade remunerada abrangida pelo RGPS. À medida que, para o segurado facultativo a filiação só acontece depois da inscrição e do pagamento da primeira contribuição. Os segurados obrigatórios são de cinco categorias: 3
4 I. Empregados; II. Empregados Domésticos; III. Contribuinte Individual; IV. Trabalhador Avulso; e V. Segurado Especial. CONTRIBUINTES DO RGPS Contribuintes do RGPS Segurados Empregado Empregado Doméstico Obrigatórios Contribuinte Individual Trabalhador Avulso Especial Facultativo Empresa Empregador Doméstico De acordo com a Lei N /1991, os beneficiários do RGPS são compostos pelos segurados e por seus dependentes: BENEFICIÁRIOS DO RGPS Empregado Beneficiários do RGPS Segurados Dependentes Classe I Classe II Classe III Obrigatórios Facultativo Empregado Doméstico Contribuinte Individual Trabalhador Avulso Especial Cônjuge, companheiro(a) e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. Os pais. O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. 4
5 INSS (Superação) Direito Previdenciário Prof. Hugo Goes DEPENDENTES Os dependentes são separados em três espécies: Classe I, Classe II e Classe III. Nota-se que, a existência de dependentes de uma classe exclui os direitos dos dependentes das classes seguintes. Os dependentes da Classe I são preferenciais, ou seja, os dependentes das Classes II e III não tem direito à benefício quando há um dependente de Classe I. Por exemplo, caso o segurado morrer, os dependentes das Classes II e III não receberão Pensão por Morte se existir dependente da Classe I. Os dependentes têm direito a dois benefícios da Previdência Social: Benefícios dos Dependentes Pensão por Morte Auxílio Reclusão DEPENDENTES CLASSE I Classe I Cônjuge, companheiro(a) e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. Conceito de cônjuge: Cônjuge (marido ou esposa): É aquele civilmente casado com o segurado ou com a segurada. 5
6 O conceito de companheiro ou de companheira considera aquela pessoa que, sem ser casada, possui união estável com o segurado ou com a segurada. Pela CF/1988, essa união estável é reconhecida entre o homem e a mulher como entidade familiar. Contudo, o STF reconheceu a união estável entre pessoas do mesmo sexo para efeito da proteção do Estado. União Estável (companheiro ou companheira): Lei N /1991, Art. 16, 3 (...) 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o 3º do art. 226 da CF. CF/1988, Art. 226, 3º (...) 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Regulamento da Previdência Social (RPS), Art. 16, 6 (...) 6º Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção de constituição de família, observado o 1º do art do Código Civil. União estável entre pessoas do mesmo sexo: STF, RE AgR/MG, DJe de 25/08/2011; Portaria MPS N. 513/2010, Art. 1º. Ressalta-se que companheiro(a), como dependente de Classe I, precisa comprovar o vínculo (União estável), e não precisa comprovar a dependência econômica. Para comprovar se a pessoa é companheiro(a) do segurado(a), deve-se apresentar no mínimo três dos documentos listados no Regulamento da Previdência Social (RPS, Art. 22, 3º). No caso dos dependentes da Classe I, a dependência econômica é presumida, isto é, não necessita ser comprovada. A única ressalva são os enteados e os menores sob tutela que poderão ser equiparados a filho, e um dos requisitos é a comprovação da dependência econômica. Por sua vez, os dependentes de Classe II e III precisam comprovar a dependência econômica e, para isso, basta apresentar no mínimo três dos documentos listados no referido RPS. 6
7 INSS (Superação) Direito Previdenciário Prof. Hugo Goes Regulamento da Previdência Social (RPS), Art. 22, 3 (...) 3º Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos: I certidão de nascimento de filho havido em comum; II certidão de casamento religioso; III declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; IV disposições testamentárias; V (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006) VI declaração especial feita perante tabelião; VII prova de mesmo domicílio; VIII prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; IX procuração ou fiança reciprocamente outorgada; X conta bancária conjunta; XI registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado; XII anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; XIII apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária; XIV ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; XV escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; XVI declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou XVII quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar. Pela lei, o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes da Classe I (Lei N /1991, art. 76, 2 ). Então, caso o segurado morrer, o cônjuge (divorciado ou separado judicialmente ou de fato) terá direito a receber pensão por morte somente se recebia pensão alimentícia. A prova de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal (MP Nº 871/2019). 7
8 Lei N /1991, art. 76, 2 e 3º (...) 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em igualdade de condições com os dependentes referidos no inciso I do art. 16 desta Lei. 3º Na hipótese de o segurado falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou excompanheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício. (Incluído pela Medida Provisória nº. 871, de 2019) MP Nº 871/2019 (...) Art. 25. A Lei Nº 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art º A prova de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior e ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento. (NR) O cônjuge separado de fato, divorciado ou separado judicialmente, terá direito à pensão por morte mesmo se o segurado não pagar pensão de alimentos, nos casos em que o segurado falecido despendia uma ajuda econômica ou financeira sob qualquer forma a esse cônjuge, o que se equipara à percepção de pensão alimentícia (Instrução Normativa INSS Nº. 77/2015). A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais (Lei N /1991, art. 77). Por exemplo, se um segurado morre e dentre seus dependentes há: uma cônjuge que é separado de fato, mas que recebia pensão alimentícia; uma companheira, com vínculo de união estável comprovado; e mais dois filhos com sua companheira. Nesse exemplo, a pensão por morte será rateada entre os quatro dependentes em partes iguais. Caso o valor global da pensão por morte for de R$ 1.000,00, o valor global será maior do que o salário mínimo, mas os valores rateados serão menores, ou seja, R$ 250,00 para cada dependente. Ainda no exemplo acima, se o cônjuge separado de fato, mas que recebia pensão alimentícia, tiver 45 anos na data do óbito do segurado, receberá o benefício de forma vitalícia. Se a companheira, com vínculo de união estável comprovado, tiver 25 anos, terá o benefício por seis anos. Se os filhos tiverem sete anos e cinco anos, receberão pensão por morte até os 21 anos. Considerando ainda o exemplo acima, se a pensão de alimentos do cônjuge separado de fato do segurado que morreu fosse cessar em quatro anos por determinação judicial, concluí-se que a pensão por morte também cessaria em quatro anos, não sendo vitalícia pelo fato da idade de 45 anos dessa dependente (Lei N /1991, art. 76, 3º). De outra forma, se o cônjuge separado de fato tivesse 25 anos e se a pensão alimentícia determinada judicialmente ainda tivesse que ser paga por mais 10 anos pelo segurado falecido, tem-se que essa dependente receberia esse benefício pelo prazo de 6 anos (Critério da idade do beneficiário segundo a Lei N /1991, art. 77). Agora, se a pensão de alimentos determinada judicialmente não fosse temporária e se essa dependente tivesse 45 anos, a pensão por morte seria vitalícia. 8
9 INSS (Superação) Direito Previdenciário Prof. Hugo Goes Instrução Normativa INSS Nº. 77/2015, Art. 371 (...) Art O cônjuge separado de fato, divorciado ou separado judicialmente, terá direito à pensão por morte, mesmo que este benefício já tenha sido requerido e concedido à companheira ou ao companheiro, desde que beneficiário de pensão alimentícia, conforme disposto no 2º do art. 76 da Lei nº , de Equipara-se à percepção de pensão alimentícia o recebimento de ajuda econômica ou financeira sob qualquer forma... 2 A Certidão de Casamento apresentada pelo cônjuge, na qual não conste averbação de divórcio ou de separação judicial, constitui documento bastante e suficiente para comprovação do vínculo, devendo ser exigida a certidão atualizada e prova da ajuda referida no 1º deste artigo apenas nos casos de habilitação de companheiro(a) na mesma pensão. Lei N /1991, arts. 76, 3º, e 77 (...) 3º Na hipótese de o segurado falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou excompanheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício. (Incluído pela Medida Provisória nº. 871, de 2019) Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais. (...) c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento ou da união estável: 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. 9
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