GERENCIAMENTO COSTEIRO NO ESPÍRITO SANTO

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1 GERENCIAMENTO COSTEIRO NO ESPÍRITO SANTO RENATO CORREA GOMES Coordenação de Gerenciamento Costeiro - IEMA Vitória, 22 de setembro de 2011

2 GERENCIAMENTO COSTEIRO O Gerenciamento Costeiro, mais conhecido como GERCO, é um instrumento de gestão do uso e ocupação das áreas que se encontram sob a influência da linha costeira brasileira, onde se concentra a maior parte da população. São Instrumentos do Gerenciamento Costeiro Estadual I. Zoneamento Ecológico-Econômico Costeiro - ZEEC: instrumento básico de planejamento que recomenda, as normas de uso, ocupação do solo e de manejo dos recursos naturais da costa, em zonas específicas, definidas a partir de suas vulnerabilidades ecológicas e potencialidades sócio-econômicas. Elaborado em 2010; II. Sistema de Informações do Gerenciamento Costeiro - SIGERCO: instrumento do PEGC que terá a função de armazenar, processar e atualizar dados e informações do Programa, servindo de fonte de consulta rápida e precisa para a tomada de decisões. Sistema em implantação no IEMA;

3 GERENCIAMENTO COSTEIRO III. Plano de Gestão da Zona Costeira - PEGZC: concebido pelo conjunto de ações e programas setoriais, integrados e compatibilizados com as diretrizes estabelecidas no Zoneamento Ecológico-Econômico, envolvendo a participação das entidades civis e dos setores organizados da sociedade. Em elaboração, com previsão de finalização em 2011; IV. Monitoramento Ambiental da Zona Costeira - MAZC: constituído de uma estrutura operacional de coleta de dados e informações, de forma contínua, de modo a acompanhar os indicadores de qualidade sócio-ambiental da Zona Costeira e propiciar o suporte permanente do Plano de Gestão. Em desenvolvimento do monitoramento da erosão costeira; V. Relatório de Qualidade Ambiental da Zona Costeira - RQA-ZC: procedimento de consolidação periódica dos resultados produzidos pelo Monitoramento Ambiental e, sobretudo, de avaliação da eficiência das medidas e ações desenvolvidas a nível do PEGC/ES. Em elaboração relatório referente à balneabilidade e das lagoas costeiras;

4 A ORLA MARÍTIMA É a interface entre mar, terra e ar, seu limite é definido pelo espaço compreendido entre a isóbata de 10m até 50m continente adentro nas áreas urbanizadas, podendo se estender até 200m caso não haja urbanização (Decreto Federal n.º 5.300/04).

5 A PRAIA Área coberta e descoberta periodicamente pelas águas, acrescida da faixa subsequente de material detrítico, tal como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, até o limite onde se inicie a vegetação natural, ou, em sua ausência, onde comece um outro ecossistema (Lei nº 7.661/88).

6 PANORAMA As urbanizações que herdamos em nossas orlas, são atualmente a infra-estrutura utilizada para o turismo, e foram concebidas sem o devido conhecimento de critérios técnicos e legais; O histórico de ocupação da orla marítima brasileira sempre possuiu um olhar para a praia, no entanto, nunca houve uma preocupação no sentido de conhecer seu comportamento e sua interação com os ambientes associados; É fatídico, mas no Estado do Espírito Santo, por exemplo, a grande maioria dos processos de erosão costeira diagnosticados foram causados pela a ocupação desordenada na faixa de orla;

7 ESTUDO DE CASO 1 MARATAÍZES MARATAÍZES-ES Distância da capital: 127 Km População: habitantes. Economia: monocultura de abacaxi, pesca oceânica e turismo.

8 ESTUDO DE CASO 1 MARATAÍZES Valor da obra de recuperação da orla R$ 41,5 milhões

9 ESTUDO DE CASO 2 CONCEIÇÃO DA BARRA CONCEIÇÃO DA BARRA-ES Distância da capital: 256 Km População: hab. Economia: silvicultura, pesca artesanal e turismo. Praia da Bugia em 1989

10 ESTUDO DE CASO 2 CONCEIÇÃO DA BARRA Praia da Bugia, Conceição da Barra-ES

11 ESTUDO DE CASO 2 CONCEIÇÃO DA BARRA 2011

12 ESTUDO DE CASO 2 CONCEIÇÃO DA BARRA Valor da obra de recuperação da orla R$ 43 milhões 2009

13 CARTILHA Disponível para download no:

14 Aracruz/ES Aracruz/ES Anchieta/ES Anchieta/ES PORQUE DIRETRIZES? Fotos: Palê Zuppani Orientar agentes públicos e profissionais da área para que os projetos de Urbanização de Orla sejam elaborados em conformidade com os critérios técnicos e legislação ambiental vigente, de forma a proteger, conservar e promover uma melhor relação entre frequentador e o ambiente de praia. Melhorando assim a qualidade do turismo e aumentando a renda da população local. As diretrizes que serão apresentadas foram construídas a partir de contribuições do SPU-ES, Projeto TAMAR (ICMBio) e IEMA.

15 ROTEIRO DE PROJETO 1. Legislação; 2. Localização; 3. Projeto Arquitetônico; 4. Via litorânea e calçadão; 5. Projeto Paisagístico / Recuperação; 6. Projeto de Gestão de Resíduos Sólidos; 7. Eventos / Práticas desportivas. Fotos: Palê Zuppani Aracruz/ES Regência/ES Degredo/ES Urussuquara/ES

16 ROTEIRO DE PROJETO 1. LEGISLAÇÃO Lei Federal nº 7.661/88 Plano Nacional Gerenciamento Costeiro; Decreto Federal nº 5.300/04 Regulamenta Lei Federal nº 7661/88; Resolução CONAMA nº 303/02 Áreas de Preservação Permanente; Portaria IBAMA nº 10/95 Proíbe trânsito de veículo na praia; Portaria IBAMA nº 11/95 Iluminação na faixa de praia; Lei Estadual nº 5.816/98 Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro ES; Resolução CONSEMA nº 001/07 Licenciamento Ambiental municipal; PDM, Código de Obras, Código de Meio Ambiente E ABNT s. Fotos: GERCO/ES Anchieta/ES Vila Velha/ES Presidente Kennedy/ES Anchieta/ES

17 ROTEIRO DE PROJETO 2. LOCALIZAÇÃO O mar é dinâmico, por este motivo é importante conhecer sua máxima penetração no continente para determinar uma faixa de segurança para ocupação. Estudos morfodinâmicos da praia são necessários para estabelecer estes limites para a urbanização.

18 ROTEIRO DE PROJETO 3. ARQUITETÔNICO A altura máxima do estabelecimento é de 5,00m As mesas não poderão ocupar a faixa de areia Os equipamentos não poderão atrapalhar o fluxo de pedestre Nos casos de não haver espaço, as mesas serão reduzidas Praia das Castanheiras, Guarapari/ES Foto: Arquivo IEMA/GERCO (Processo IEMA n.º ) Grades de bebidas, mesas, cadeiras devem ser guardadas dentro do quiosque. A iluminação deve interferir o mínimo na praia.

19 ROTEIRO DE PROJETO 4. VIA LITORÂNEA E CALÇADÃO Deve-se respeitar as normas técnicas quanto à acessibilidade. A iluminação das vias e calçadões deverão interferir o mínimo possível na faixa de praia. Os projetos de calçadão e ciclovia deverão respeitar a faixa de segurança determinada para cada praia. Em alguns balneários, o projeto deverá prever o recuo da urbanização em direção ao continente como forme de respeitar o limite de segurança. Recomenda-se ao projetista trabalhar sem avançar em direção à areia da praia, de forma que seja utilizado somente o alinhamento da ocupação original.

20 ROTEIRO DE PROJETO 4. VIA LITORÂNEA E CALÇADÃO TRILHAS: Implantá-las próximo as vias de acesso à praia; Prover de sinalização Limitar com estacas ou guarda-corpo; Respeitar o relevo. Peracanga, Guarapari/ES

21 ROTEIRO DE PROJETO 5. RECUPERAÇÃO E PAISAGISMO Não poderá descaracterizar a vegetação nativa e a morfologia (duna) do local Projeto de recuperação das áreas degradadas e manejo das espécies exóticas Praia da Costa, Vila Velha/ES As espécies que proporcionam sombra deverão ser projetadas nas áreas de recreação ou similares Deverá prever áreas verdes de permeabilidade

22 ROTEIRO DE PROJETO 6. RESÍDUOS SÓLIDOS O projeto deve contemplar: informações sobre coleta, acondicionamento, descarte final, composição do lixo e estimativa de quantidade Prever lixeiras ao longo do calçadão As lixeiras devem ser resistentes e de fácil manutenção Nas faixas de areia com largura superiores a 50,00m deverá ter recipientes também na areia, próximo ao calçadão

23 ROTEIRO DE PROJETO 7. RECREAÇÃO E DESPORTO Avaliar se a largura da faixa arenosa é compatível à prática de esporte proposta; Identificar na praia as áreas mais propensas para a prática de determinados esportes; Para realização de eventos deverão ser obtidas autorizações da Prefeitura, do IEMA e da GRPU (se for o caso); Deverão ser previstos banheiros químicos ou similares durante o período de realização do evento.

24 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

25 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ASPECTOS TÉCNICOS - Espaçamento da estrutura do empreendimento, de modo a não causar retenção de sedimentos ou detritos, permitindo a adequada circulação e renovação das águas; -Não deverão ser previstos aterros para sua implantação; - Garantir o trânsito de pessoas, possibilitando transpor sua estrutura sem dificuldade, obedecendo as normas de acessibilidade; - A iluminação deverá atender os parâmetros luminotécnicos estabelecidos em normas técnicas, para mitigação de impactos da fotopoluição sobre as tartarugas marinhas; - Ter instalado, em pontos estratégicos, recipientes para acondicionamento temporário dos diferentes tipos de resíduos sólidos (lixo) provenientes das embarcações; -Prever existência de sistemas de combate e controle a incêndio; - Plano de Emergência Individual (Resolução CONAMA 398/08)

26 Obrigado! Contatos: Tel: (27) Fax: (27) Fotos: Palê Zuppani Anchieta/ES Guarapari/ES Vila Velha/ES Anchieta/ES