Motores Automação Energia Trasmissão & Distribuição Tintas

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1 Motores Automação Energia Trasmissão & Distribuição Tintas Relatório Anual 2010

2 Índice Relatório da Administração...03 Demonstrações Financeiras...09 Notas explicativas às demonstrações financeiras Relatório dos Auditores Independentes sobre as Demonstrações Financeiras...38 WEG S.A. Demonstrações Financeiras Parecer Do Conselho Fiscal...38 Balanço social de 2010 e Consolidado Brasil Relatório Anual 2010

3 Relatório da Administração Apresentamos aos nossos acionistas as Demonstrações Financeiras Consolidadas do Grupo WEG e da WEG S.A. relativas ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com o disposto na Lei das Sociedades por Ações e pelas normas estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Conjuntura O ano de 2010 foi marcado pela recuperação gradual da atividade econômica mundial, após a grave crise que atingiu todos os segmentos de mercado e praticamente todas as regiões do globo em Esta recuperação foi percebida de formas diferentes nos diversos mercados. De forma geral os mercados emergentes foram mais dinâmicos e os que mais têm contribuído para o crescimento da economia mundial. As economias mais maduras e desenvolvidas continuaram na busca do ajuste de desequilíbrios acumulados e da retomada do crescimento e do emprego. Neste contexto, erificamos que: g Segundo o relatório World Economic Outlook produzido pelo Fundo Monetário Internacional, o crescimento do produto das economias emergentes e em desenvolvimento deverá ser de 7,1% em 2010, contra apenas 2,7% das economias mais avançadas; g No Brasil, o produto interno bruto apresentou expansão ao longo de 2010, acumulando crescimento de 7,5% nos três primeiros trimestres em relação ao mesmo período do ano anterior. Destaca-se o crescimento da indústria, de 10,2% no período, na análise sob a ótica da produção. A análise da atividade industrial no Brasil, contudo, deve considerar alguns aspectos importantes. As taxas de crescimento anteriormente mencionadas são taxas médias de diversos segmentos industriais, que tiveram comportamentos muito diversos: alguns com crescimento já rápido e avançado, outros ainda nas fases iniciais de recuperação. Isto é importante para a interpretação dos resultados da WEG, já que atuamos em diversos nichos de mercado, cada qual com dinâmicas diferentes. Especificamente: g O IBGE apontou crescimento de 10,5% na produção industrial brasileira em 2010 em relação a 2009; g Da mesma forma, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) apontou preliminarmente crescimento de 11% no faturamento do setor eletroeletrônico brasileiro em relação ao ano anterior. Mais uma vez, este crescimento foi composto por desempenhos muito diferentes em cada segmento. Em 2010, o setor industrial brasileiro continuou enfrentando os efeitos negativos da apreciação cambial, que reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior e favorece a importação de produtos manufaturados. A decisão das autoridades dos EUA de implantar medidas de estímulo para a sua economia baseadas em uma política de juros historicamente baixos produziu, como efeito importante, a desvalorização do dólar norte-americano frente a praticamente todas as principais moedas do mundo. No caso brasileiro, o melhor desempenho relativo da economia, com o intenso fluxo de recursos estrangeiros para investimentos em renda fixa, em ações e em investimentos diretos, e o relevante peso de produtos primários na pauta de exportações, acabaram por potencializar este efeito de valorização da moeda. Aspectos econômico-financeiros Receita Operacional Em 2010 a Receita Operacional Líquida (ROL) consolidada atingiu R$ 4.392,0 milhões, mostrando crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. A recuperação do dinamismo em cada uma de nossas diferentes áreas de atuação, contudo, não foi uniforme. Observamos taxas de crescimento saudáveis nas áreas de equipamentos eletroeletrônicos industriais, de motores para uso doméstico e de tintas & vernizes. A área de GTD (equipamentos para o setor de energia), contudo, se ressentiu do fraco desempenho de entrada de pedidos em Destacamos os seguintes aspectos em cada uma destas áreas: Equipamentos eletroeletrônicos industriais com a recuperação do ritmo da produção industrial, tanto no Brasil como no resto do mundo, e a consequente expansão do investimento na capacidade produtiva industrial, observamos crescimento de 12% na ROL desta área de atuação em relação a Esta é a área de negócios que concentra a maior parte de nossos negócios no exterior, conduzidos em outras moedas que não o real. Desta forma, apesar do bom desempenho, a valorização da moeda brasileira prejudica as comparações, o que explica o crescimento relativamente menor. Equipamentos para geração, transmissão e distribuição de energia (GTD) nesta área observamos queda de 24% na ROL em relação a Este é um segmento caracterizado como de ciclo longo, no qual os efeitos das mudanças nos fundamentos de demanda são lentamente transferidos para as vendas e as receitas, e nossa atuação nesse segmento é focada em alguns nichos de mercado. Em geração de energia temos foco claro nas fontes que possibilitam geração renovável e distribuída, como as pequenas centrais hidrelétricas e a energia térmica de biomassa. Conforme mencionado, o desempenho negativo em GTD em 2010 é resultado do baixo volume de entrada de novos pedidos em 2009, quando a crise internacional ocasionou a diminuição dos investimentos. Relatório Anual

4 Aspectos econômico-financeiros Já o desempenho das vendas, medido pela entrada de novos pedidos, mostrou aquecimento ao longo do ano, principalmente nos produtos de transmissão e distribuição. Os impactos desta melhora deverão ser mais evidentes ao longo de Motores para uso doméstico Esta área de negócios manteve bom desempenho ao longo de todo o ano com crescimento de 24% na ROL em relação a 2009, mesmo com a gradual retirada dos incentivos ao consumo na forma de reduções de impostos. Esta área de negócios, contudo, é caracterizada como de ciclo curto, ou seja, as mudanças nas condições de mercado são rapidamente transferidas para as vendas e as receitas. Ainda assim, as condições do mercado se mantiveram positivas, com expansão de emprego, renda e crédito impulsionando o mercado. Tintas e vernizes as boas condições da indústria brasileira permitiram obter crescimento da ROL de 20% em relação ao ano anterior nesta área de negócios. Este comportamento positivo está dentro das expectativas, uma vez que buscamos atender, em tintas e vernizes, os mesmos clientes que conquistamos nas outras áreas de negócios. Mercado Interno A Receita Operacional Líquida no mercado interno atingiu R$ 2.670,4 milhões, representando 61% da nossa ROL e mostrando crescimento de 5,7% sobre o ano anterior. Este crescimento foi decorrente da recuperação da atividade econômica, com reflexos positivos sobre a demanda de produtos de consumo durável e bens de capital para investimentos em expansão de capacidade produtiva. Construímos, ao longo dos últimos 50 anos, posição de liderança em todas as áreas de atuação no mercado brasileiro, expandindo continuamente nossa linha de produtos e serviços. Somos líderes na produção de equipamentos elétricos como motores elétricos, transformadores, geradores e, ao longo dos anos, temos evoluído na direção de oferecer soluções industriais completas e integradas. Mercado Externo A Receita Operacional Líquida obtida em nossos negócios nos mercados externos atingiu R$ 1.721,5 milhões, correspondendo a 39% da ROL. A comparação dos valores da ROL em reais mostra crescimento de 2,2% em relação ao ano anterior. Considerados os valores em dólares norteamericanos, a Receita Operacional Líquida no mercado externo atingiu US$ 892,9 milhões, atingindo crescimento de 15,7% em relação a instalações industriais na Índia, que se somam às fábricas que possuímos na Argentina, México, Portugal e China. Atualmente distribuímos nossos produtos em mais de 100 países nos cinco continentes e temos presença direta nos principais mercados mundiais. Buscamos diversificar nossa presença geográfica, mantendo taxas de crescimento consistentes no mercado externo e evitando os efeitos das variações do ciclo econômico de cada país. Custo dos Produtos Vendidos O Custo dos Produtos Vendidos (CPV) atingiu R$ 3.005,0 milhões em 2010 representando 68,4% em relação a ROL (67,8% em 2009). Desta forma, houve retração de 0,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior na margem bruta, que atingiu 31,6%. Observamos que os principais impactos sobre o CPV foram: g Alteração relativa no mix dos produtos vendidos, com maior presença de produtos de menor valor agregado, trazendo o aumento do custo de transformação e menor diluição dos custos fixos. Este é um efeito esperado, uma vez que a recuperação da demanda normalmente acontece mais rapidamente nos mercados e nos produtos menos elaborados. Temos notado a gradual expansão da recuperação da demanda nos produtos e mercados mais elaborados. g A apreciação da moeda brasileira tem exercido pressão sobre nossas margens ao elevar os custos em reais relativamente aos denominados em outras moedas. Trabalhamos para minimizar estas pressões combinando nossa política de compras globais de insumos com a política de hedge cambial. Despesas de Vendas, Gerais e Administrativas As Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas consolidadas totalizaram R$ 697,0 milhões, representando 15,9% da ROL em Houve crescimento absoluto de 10% sobre os R$ 633,5 milhões acumulados em 2009, embora o crescimento relativo tenha sido de apenas 0,9 pontos percentuais em relação a ROL. Da mesma forma que anteriormente descrito no caso do CPV, os efeitos das alterações de mix de produção explicam as variações negativas nas despesas operacionais. Em 2010 continuamos avançando em nossa atuação internacional. Aumentamos nossa participação no mercado mexicano de transformadores, adquirindo participação adicional no capital de nossa coligada Voltran, um dos líderes naquele mercado. Além disso, adquirimos o controle da ZEST, empresa líder na comercialização de produtos eletroeletrônicos para uso industrial na África do Sul. Além dessas aquisições, continuamos expandindo nossas operações fabris para além do Brasil. Construímos, em 2010, 4 Relatório Anual 2010

5 EBITDA Como resultado dos efeitos discutidos anteriormente, o EBITDA, calculado segundo a metodologia definida pela CVM no Ofício Circular 01/07, atingiu o montante de R$ 789,1 milhões em 2010, com queda de 5,8% sobre o resultado obtido em A margem EBITDA foi de 18%, 1,9 pontos percentuais abaixo da margem EBITDA do ano anterior. Despesas e Receitas Financeiras As Receitas Financeiras somaram R$ 348,5 milhões (R$ 383,5 milhões em 2009) e as Despesas Financeiras totalizaram R$ 225,4 milhões (R$ 272,1 milhões em 2009). Desta forma, o resultado financeiro foi positivo em R$ 123,1 milhões (R$ 111,3 milhões em 2009). Lucro Líquido Como resultado dos efeitos anteriormente mencionados, o Lucro Líquido Consolidado atribuível aos acionistas da WEG S.A. atingiu R$ 519,8 milhões, 5,6% inferior aos R$ 550,5 milhões obtidos em O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 15,8% em 2010 (17,9% em 2009). Capitalização Nosso modelo de negócios é baseado em sermos capazes de aproveitar as oportunidades de investimento para manter nosso padrão de crescimento sem aumento da exposição aos riscos financeiros. Para tanto, buscamos manter nosso acesso a recursos e fontes de liquidez, mantendo políticas de financiamento que privilegiam uma estrutura de capital sólida. Em 2010, aproveitamos a oferta de financiamento de longo prazo por parte de agentes como o BNDES para nosso programa de expansão de capacidade produtiva. Adicionalmente, buscamos diversificar mais nossas fontes, com nossa primeira captação de crédito junto ao International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial para o setor privado. Da mesma forma, continuamos acessando fontes de financiamento de curto prazo em moeda estrangeira para financiamento das operações de comércio exterior, aproveitando a proteção (hedge) natural e mantendo monitoramento constante da exposição financeira ao câmbio. Os recursos em caixa são aplicados em bancos de primeira linha e tipicamente em moeda nacional. Em 31 de dezembro de 2010 as disponibilidades e aplicações financeiras, todas classificadas como de curto prazo, totalizavam R$ 2.553,0 milhões. A dívida financeira bruta totalizava R$ 2.418,9 milhões, sendo 42% em operações de curto prazo e 58% em operações de longo prazo. Ao final de 2010 a posição líquida de caixa era de R$ 134,0 milhões Dezembro 2010 Dezembro 2009 Disponibilidades e Aplicações Financiamentos Curto Prazo Longo Prazo Caixa (Dívida Líquida) Investimentos Os investimentos em ativos fixos para expansão da capacidade produtiva somaram R$ 233 milhões em 2010, sendo 60% destinados aos parques industriais e demais instalações no Brasil e o restante às unidades produtivas e demais subsidiárias no exterior. Os desembolsos em expansão de capacidade ao longo de 2010 cresceram gradualmente com a melhoria das condições de demanda ao longo do ano. O investimento é sempre gerenciado no sentido de otimizar a ocupação da capacidade e maximizar o retorno sobre o capital investido. Destacamos os investimentos em duas novas unidades produtivas, que entrarão em operação nos primeiros meses de 2011: g WEG Linhares, onde estamos implantando um novo parque fabril, iniciando um projeto de longo prazo para a produção, inicialmente, de motores elétricos e que deverá, ao longo dos próximos anos, receber investimentos adicionais para a produção verticalizada de ampla linha de produtos; g WEG Índia, nossa primeira unidade produtiva neste país, voltada para a produção de equipamentos de alta tensão para aplicações industriais e de infra-estrutura. Relatório Anual

6 Investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) Nossos mercados estão passando por grandes transformações tecnológicas e nossos esforços em pesquisa e desenvolvimento incluem dispêndios voltados ao desenvolvimento de novos produtos, ao aprimoramento contínuo de produtos já disponíveis, na engenharia de aplicação e adaptação de produtos e sistemas e no aprimoramento dos nossos processos industriais. Em 2010 estes dispêndios somaram R$ 100,8 milhões, representando 2,3% da Receita Operacional Líquida. Dividendos A Administração irá propor na Assembleia Geral Ordinária a destinação, como remuneração aos acionistas sobre os resultados do exercício de 2010, o montante de R$ 306,4 milhões para pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio, o que corresponde a R$ 0, por ação antes das deduções de impostos. Este montante representa 59% do Lucro Líquido antes dos ajustes estatutários. Lucro Líquido, Dividendos e Pay-out (%) 44,2% 45,5% 502,8 52,0% 53,7% 575,0 560,4 54,7% 548,4 59,0% 519,8 374,8 165,5 228,8 298,8 301,1 300,0 306, Dividendos Lucro Líquido Pay-out Destaques Aquisição do controle do ZEST Group Em 25 de maio, anunciamos a aquisição do controle acionário (51%) do ZEST Group, companhia com sede na África do Sul. Parceiro da WEG na África do Sul há mais de 30 anos, o ZEST Group conquistou expressiva participação em todas as linhas de negócios, em particular nos motores elétricos, no qual se tornou líder do mercado sul-africano. O grupo inclui ainda companhias especializadas na montagem de painéis elétricos industriais, na montagem de grupos geradores e na prestação de serviços de comissionamento elétrico. O ZEST Group tornou-se a vigésima quarta subsidiária WEG no exterior e suas operações passaram, a partir do terceiro trimestre de 2010, a ser consolidadas pela WEG. A partir desta aquisição, a África do Sul, que já era um mercado importante, com perspectivas de crescimento acima da média mundial, tem se convertido na base da expansão da WEG em todo o continente africano. A expansão tem ocorrido tanto pelo aproveitamento do grande conhecimento dos mercados pela equipe do ZEST Group, como pela potencialização da grande experiência da WEG em energia, mineração e petróleo & gás. Controle do capital da Voltran Em 25 de maio, anunciamos também a aquisição de participação adicional no capital da Voltran S.A. de C.V., companhia mexicana fabricante de transformadores, elevando nossa participação a 60% do capital. A parceria entre a WEG e a família Jimenez, controladora da Voltran, 6 Relatório Anual 2010

7 iniciou-se em 2006, quando foram adquiridos 30% do capital da companhia mexicana. A marca Voltran é forte no mercado mexicano e a parceria com a WEG gerou bons resultados, com ampliação da linha de produtos e melhoria da capacidade de entrega. A evolução da parceria foi uma consequência natural destes resultados, buscando aproveitar as sinergias com as outras operações da WEG no México. Também neste caso, as receitas da Voltran passaram a ter impacto sobre as receitas consolidadas da WEG a partir do terceiro trimestre de Aquisição da Instrutech Em 09 de junho, anunciamos o acordo para aquisição, por nossa controlada WEG Equipamentos Elétricos S.A., da Instrutech Ltda., companhia que desenvolve e fabrica sensores eletrônicos para automação industrial, comercial e de proteção humana. A aquisição ampliou a linha de produtos e soluções integradas WEG na área de automação, adicionando produtos de elevado valor agregado e que não eram anteriormente ofertados. A Instrutech era a única empresa brasileira na produção de equipamentos específicos para automação de segurança homem/máquina. Os produtos e sistemas integrados de sensoreamento eletrônico são utilizados largamente em condições de trabalho extremas, em aplicações como máquinas operatrizes, injetoras de plástico, máquinas para madeira, embalagem, linhas transportadoras, etc. Aquisição da Equisul Em 06 de dezembro, anunciamos a assinatura de acordo para a aquisição da empresa Equisul Indústria e Comércio Ltda, especializada no desenvolvimento e fabricação de sistemas de fornecimento ininterrupto de energia (uninterruptible power supply ou UPS), incluindo no-breaks, inversores, retificadores, carregadores e bancos de baterias. A Equisul possui uma unidade fabril em São José (SC), conta com cerca de 50 colaboradores e deve obter receitas operacionais de aproximadamente R$ 15 milhões em A companhia foi fundada em 1995 e atuou como fabricante de sistemas de pequeno e médio porte até 2004, quando expandiu sua linha de produtos para sistemas trifásicos de grande porte com a incorporação da GPL Eletroeletrônica S.A., empresa tradicional neste segmento. Com a aquisição da Equisul, a WEG aumenta o seu portfólio de produtos e de soluções completas para sistemas de energia, incorporando as soluções conhecidas como critical power, equipamentos com ampla aplicação em setores como tecnologia de informação, financeiro e em processos críticos na indústria, como, por exemplo, nas plataformas de exploração de óleo e gás, no qual uma interrupção produtiva é potencialmente muito custosa. Com a crescente automação dos processos industriais, as sinergias tecnológicas e comerciais da área de UPS com os nossos outros negócios são cada vez mais importantes. A consolidação da Equisul somente ocorrerá a partir de janeiro de Perspectivas Acreditamos que as condições macroeconômicas serão, já a partir de 2011 e ao longo dos próximos anos, mais favoráveis para buscarmos o crescimento rentável de nossas atividades, tal como previsto em nosso planejamento estratégico. Nosso posicionamento nos oferece duas vertentes claras para o crescimento: a conquista de novos mercados e a ampliação da linha de produtos. Acreditamos que a melhoria gradativa da atividade econômica mundial continuará a estimular o investimento em expansão da capacidade produtiva nos diversos segmentos e mercados em que atuamos. No Brasil, esperamos a aceleração dos investimentos em infra-estrutura, com a complementação da implantação, pelo novo governo federal, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1) e o início dos dispêndios do PAC 2. Os preparativos para a realização dos dois principais eventos esportivos mundiais e que terão o Brasil como sede, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, deverão acrescentar ainda mais dinamismo à economia brasileira, com reflexos positivos para nossos negócios. Considerando a importância dos motores elétricos no consumo mundial de energia elétrica, até o final de 2010 aproximadamente, 15 países já haviam adotado padrões mínimos de eficiência energética para os motores elétricos. Estas regulamentações de eficiência energética dos motores elétricos, tais como as estabelecidas pela International Electrotechnical Commission (IEC), tem impactos importantes na diminuição do consumo de energia. Ao longo de 2011 deveremos observar mais países adotando regulamentações similares. Considerando o horizonte além do próximo ano, verificamos oportunidades promissoras com o desenvolvimento do chamado smart grid, que deverá trazer mudanças profundas na produção, no consumo e na distribuição da energia elétrica, através da utilização mais intensa de equipamentos e tecnologias de sensoreamento, comunicação e informação em equipamentos elétricos. O desenvolvimento do smart grid deverá também aumentar ainda mais a atratividade das fontes renováveis de geração de energia, área na qual temos conseguido grande experiência e sucesso. Nossa estratégia para aproveitar estas oportunidades é simples, mas robusta: mantemo-nos competitivos como fornecedores de equipamentos industriais ao mesmo tempo em que buscamos fortalecer nossa posição como fornecedor de soluções integradas, combinando os equipamentos eletroeletrônicos em sistemas específicos. Relatório Anual

8 Perspectivas Nosso orçamento de capital para 2011 prevê os seguintes investimentos: Investimentos (R$ milhões) Imobilizado (ampliação/modernização fabril) 193,0 Circulante (capital de giro) 140,4 Total de Investimentos 333,4 Estes investimentos serão financiados pela utilização da Reserva para Orçamento de Capital e de recursos a serem captados junto às instituições financeiras no Brasil e no Exterior. Câmara de Arbitragem A Companhia está vinculada à arbitragem na Câmara de Arbitragem do Mercado, conforme Cláusula Compromissória constante do seu estatuto social. Jaraguá do Sul (SC), fevereiro de A Administração 8 Relatório Anual 2010

9 Demonstrações Financeiras Balanços Patrimoniais de 31 de dezembro de 2010 e 2009 CONTROLADORA Reapresentação Transição Reapresentação Transição Notas 31/12/10 31/12/09 01/01/09 31/12/10 31/12/09 01/01/09 Nota (4) Nota (4) Nota (4) Nota (4) Ativo Ativo Circulante Caixa e equivalentes de caixa Aplicações financeiras Clientes Estoques Impostos a recuperar Dividendos e juros sobre capital próprio a receber Outros ativos circulantes Ativo não circulante Realizável a longo prazo Depósitos judiciais Partes relacionadas Impostos diferidos Impostos a recuperar Outros ativos não circulantes Investimentos Ativo imobilizado Ativo intangível Total do ativo As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Relatório Anual

10 Demonstrações Financeiras Balanços Patrimoniais de 31 de dezembro de 2010 e 2009 Em milhares de reais CONTROLADORA Reapresentação Transição Reapresentação Transição Notas 31/12/10 31/12/09 01/01/09 31/12/10 31/12/09 01/01/09 Nota (4) Nota (4) Nota (4) Nota (4) Passivo Passivo circulante Fornecedores Financiamentos e empréstimos Obrigações sociais e tributárias Imposto de renda e contribuição social Dividendos e juros sobre capital próprio a pagar Adiantamentos de clientes Participação nos lucros Outros passivos circulantes Passivo não circulante Financiamentos e empréstimos Obrigações tributárias Partes relacionadas Provisões para contingências Impostos diferidos Outros passivos não circulantes Total do passivo Patrimônio líquido Dos controladores Capital social Reservas de capital Reservas de lucros Ajuste de avaliação patrimonial Dividendos adicionais propostos Dos não controladores Total do patrimônio líquido Total do passivo e do patrimônio líquido As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 10 Relatório Anual 2010

11 Demonstrações Financeiras Demonstrações de Resultados Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 Em milhares de reais, exceto quando indicado de outra forma CONTROLADORA Reapresentação Reapresentação Notas 31/12/10 31/12/09 31/12/10 31/12/09 Nota (4) Nota (4) Operações em continuidade Venda mercado interno Venda mercado externo Receita operacional líquida Custo dos produtos e serviços vendidos - - ( ) ( ) Lucro bruto Honorários dos administradores 9 (1.580) (1.447) (17.336) (13.840) Despesas com vendas e distribuição - - ( ) ( ) Despesas administrativas (1.503) (1.567) ( ) ( ) Outras despesas operacionais 19 (75) (901) (85.219) ( ) Equivalência patrimonial Lucro antes do resultado financeiro Receitas financeiras (2.603) Despesas financeiras 20 (325) Lucro antes dos impostos Participação dos administradores 9 (727) (781) (4.213) (4.639) Imposto de renda e contribuição social 21 (421) (6.259) ( ) ( ) Lucro líquido do exercício Atribuível a: acionistas da companhia acionistas não controladores das companhias consolidadas Lucro por ação atribuível a acionistas da companhia - básico e diluído (em R$) 0,84 0,89 Demonstrações de Resultados Abrangente Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 Em milhares de reais CONTROLADORA 31/12/10 31/12/09 31/12/10 31/12/09 Lucro líquido do exercíco Ajuste acumulado de conversão (*) (34.008) ( ) (34.023) ( ) Total do resultado abrangente atribuído a: acionistas da companhia acionistas não controladores da companhia (*) O item na demonstração do resultado abrangente não é tributável. As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Relatório Anual

12 Demonstrações Financeiras Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 Notas Capital Social Reserva de capital Reserva de lucros Ajuste de avaliação patrimonial Ajuste Custo Conversão Atribuído Reserva de ágio Reavaliação ativos de controladas Reserva legal Reserva orçamento de capital Dividendos Adicionais Propostos Resultados cumulados Patrimônio Líquido da Companhia Em milhares de reais Patrimônio Líquido Total Participação dos Não Controladores Em 1º de janeiro de 2009 (transição) (54.037) Pagamento de dividendos (87.085) - (87.085) - (87.085) Transações de capital (26.667) (26.580) Reversão de dividendos exercícios anteriores Aumento de capital (56.769) ( ) Ágio na incorporação de ações Realização da reserva de reavaliação - (2.136) Ajuste de avaliação patrimonial Ajustes acumulados de conversão ( ) ( ) (12) ( ) Realização do custo atribuído líquido de impostos (51.886) Lucro líquido do exercício - ajustado Destinações propostas: - Reserva legal (27.420) Dividendos ( ) (71.027) (308) (71.335) Juros sobre capital próprio ( ) ( ) (883) ( ) Reserva para orçamento de capital ( ) Em 31 de dezembro de 2009 (reapresentação) (31.885) Pagamento de dividendos ( ) - ( ) - ( ) Transações de capital Realização da reserva de reavaliação - - (51) Reversão de dividendos exercícios anteriores Ajuste de avaliação patrimonial: Ajustes acumulados de conversão (34.008) (34.008) (15) (34.023) Realização do custo atribuído líquido de impostos (52.090) Lucro líquido do exercício Destinações propostas: Reserva legal (25.989) Dividendos ( ) (66.437) (1.244) (67.681) Juros sobre capital próprio ( ) ( ) (58) ( ) Reserva para orçamento de capital ( ) Em 31 de dezembro de (65.893) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 12 Relatório Anual 2010

13 Demonstrações Financeiras Demonstração dos Fluxos de Caixa Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 Em milhares de reais CONTROLADORA Reapresentação Reapresentação 31/12/10 31/12/09 31/12/10 31/12/09 Atividades operacionais Lucro antes dos impostos e participações Depreciações e amortizações Equivalência patrimonial ( ) ( ) (2.090) (6.449) Participação no resultado - colaboradores Aumento/redução nas contas a receber (96.268) Aumento/redução nas contas a pagar (23.418) ( ) Aumento/redução nos estoques - - ( ) Outras variações de ativos e passivos (108) Imposto de renda e contribuição social pagos (472) (48) ( ) ( ) Pagamento da participação nos resultados - colaboradores - - ( ) (72.251) Fluxo de caixa líquido originado de atividades operacionais (10.966) Atividades de investimento Investimentos (1) (54.265) - - Aquisição de imobilizado - - ( ) ( ) Aquisição de intangível - - (84.357) (40.762) Resultados de venda de imobilizado Recebimento de dividendos/juros sobre capital próprio Ajuste acumulado de conversão - - (34.008) ( ) Incorporação de ações de investimentos Fluxo de caixa líquido aplicado em atividades de investimento ( ) ( ) Atividades de financiamento Financiamento de capital de giro ( ) Financiamento de longo prazo Pagamento de dividendos/juros sobre capital próprio ( ) ( ) ( ) ( ) Fluxo de caixa líquido aplicado em atividades de financiamento ( ) ( ) ( ) Caixa e equivalentes de caixa em 1º de janeiro Caixa e equivalentes de caixa em 31 de dezembro As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Relatório Anual

14 Demonstrações Financeiras Demonstração do Valor Adicionado Exercícios findos em 31 de dezembro de 2010 e 2009 Em milhares de reais CONTROLADORA Reapresentação Reapresentação 31/12/10 31/12/09 31/12/10 31/12/09 Receitas Vendas de mercadorias, produtos e serviços Outras receitas Provisão para perda com crédito de clientes - reversão (constituição) - - (4.455) Insumos adquiridos de terceiros (589) (1.505) ( ) ( ) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros (514) (604) ( ) ( ) Perda / recuperação de valores ativos (75) (901) (6.454) (28.358) Valor adicionado bruto (589) (1.505) Depreciação, amortização e exaustão (292) (323) ( ) ( ) Valor adicionado líquido produzido pela entidade (881) (1.828) Valor adicionado recebido em transferências Resultado de equivalência patrimonial Receitas financeiras Valor adicionado total a distribuir Distribuição do valor adicionado Pessoal Remuneração direta Benefícios F.G.T.S Impostos, taxas e contribuições Federais Estaduais Municipais Remuneração de capitais de terceiros Juros Alugueis Remuneração de capitais próprios Dividendos Juros sobre o capital próprio Lucros retidos / prejuízo do exercício (*) A demonstração do valor adicionado não faz parte das demonstrações financeiras consolidadas em IFRS As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 14 Relatório Anual 2010

15 1. Informações sobre a Companhia A WEG S.A. (a Companhia ) é uma companhia aberta com sede em Jaraguá do Sul - SC, Brasil, empresa holding integrante do Grupo WEG, e tem como objeto social a produção, industrialização, comercialização, exportação e importação de: (i) sistemas industriais, eletromecânicos e eletrônicos, máquinas elétricas girantes, máquinas e equipamentos em geral, aparelhos para produção, distribuição e conversão de energia elétrica, material elétrico, controladores programáveis, partes e componentes de máquinas, aparelhos e equipamentos em geral, turbinas hidráulicas de todos os tipos e capacidades, e (ii) resinas em geral, materiais tintoriais, substâncias e produtos de origem vegetal e química. As operações são efetuadas através de parques fabris localizados no Brasil, Argentina, México, Portugal, África do Sul, China e Índia. A Companhia tem suas ações negociadas na BM&FBovespa sob o código WEGE3 e está listada, desde junho de 2007, no segmento especial de governança corporativa denominado Novo Mercado. Em 27 de setembro de 2010, a Companhia anunciou o estabelecimento do programa patrocinado de American Depositary Receipts ( ADRs ) Nível I. A partir de 28 de setembro de 2010, os ADRs passaram a ser negociáveis no mercado de balcão ( over-the-counter ou OTC), nos Estados Unidos da América, sob o símbolo WEGZY. 2. Políticas contábeis As demonstrações financeiras foram preparadas considerando o custo histórico como base de valor, exceto quando de outra forma indicado, e ajustadas para refletir o custo atribuído na data de transição para IFRS. A preparação das demonstrações financeiras requer o uso de certas estimativas contábeis e julgamento da Administração da Companhia, sendo as mais relevantes divulgadas na nota explicativa 3. A autorização para conclusão da preparação destas demonstrações financeiras ocorreu na reunião de diretoria realizada em 1º de fevereiro de Em relação às demonstrações financeiras consolidadas e individuais as políticas adotadas foram: a) Demonstrações financeiras consolidadas em IFRS As demonstrações financeiras consolidadas em IFRS foram elaboradas e estão sendo apresentadas de acordo com as políticas contábeis adotadas no Brasil, que compreendem as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e os pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB. Estas são as primeiras demonstrações financeiras apresentadas pela Companhia de acordo com os CPCs e IFRS. As principais diferenças entre as práticas contábeis anteriormente adotadas no Brasil e o IFRS, incluindo a reconciliação do patrimônio líquido e do resultado abrangente estão descritas na nota 4. b) Demonstrações financeiras individuais As demonstrações financeiras individuais (Controladora) foram preparadas com as práticas contábeis adotadas no Brasil emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPCs) e são publicadas em conjunto com as demonstrações consolidadas Consolidação a) Base de consolidação a partir de 1º de janeiro de 2010 As demonstrações financeiras das controladas são elaboradas no mesmo período de divulgação que o da controladora, utilizando políticas contábeis consistentes. São eliminados todos os saldos, receitas, despesas, ganhos e perdas não realizados, oriundos de transações entre as empresas do Grupo incluídas na consolidação. O resultado do período e o resultado abrangente são atribuídos aos acionistas da controladora e à participação dos não controladores das companhias consolidadas. Perdas são atribuídas à participação de não controladores, mesmo que resultem em um saldo negativo. Relatório Anual

16 b) Base de consolidação até 1º de janeiro de 2010 As seguintes diferenças eram aplicáveis em 31 de dezembro de 2009 e foram ajustadas para fins de comparabilidade: g As participações de não controladores representavam a parcela do lucro ou prejuízo e patrimônio líquido que não era detida pela Companhia e eram apresentadas separadamente na demonstração consolidada do resultado e no grupo de patrimônio líquido no balanço patrimonial consolidado, em separado do patrimônio líquido da controladora. As aquisições de participações de não controladores eram contabilizadas com base no método da extensão contábil da Companhia controladora, por meio do qual a diferença entre o valor pago e o valor contábil da participação adquirida era reconhecida como ágio. g Na ocorrência de perda de controle, a Companhia contabilizava a equivalência patrimonial no investimento retido na data da perda do controle. c) Investimentos, novas aquisições e reestruturações societárias As demonstrações financeiras consolidadas em IFRS são compostas pelas demonstrações financeiras da controladora WEG S.A. e de suas controladas que estão apresentadas na nota 11. Em 1 de setembro de 2010, ocorreu a alteração da denominação social da controlada WEG Indústrias S.A. para RF Reflorestadora S.A., e posteriormente a cisão do segmento tintas para a empresa WEG Tintas Ltda. Em 25 de maio de 2010, o Grupo WEG adquiriu o controle do Zest Group, companhia com sede na África do Sul formada pela distribuidora líder em motores elétricos naquele mercado e por companhias especializadas na montagem de painéis elétricos industriais, na integração de produtos para a montagem de grupos geradores e na prestação de serviços. Em 30 de junho de 2010, foram consolidados os ativos e passivos dessa controlada. As receitas, custos e despesas foram consolidados a partir de 01 de julho de Em 1 de junho de 2010, adquiriu as empresas Sensores Eletrônicos Instrutech Ltda e Logotech Sensores Eletrônicos Ind. e Com. Ltda, com objetivo de complementar a linha de produtos WEG através de produtos e sistemas integrados de sensores eletrônicos. Em 11 de junho de 2010, a WEG adquiriu o controle da Voltran S.A. de C.V., companhia mexicana fabricante de transformadores, elevando sua participação de 30% para 60% do capital, passando de coligada à controlada. Em 30 de junho de 2010, foram consolidados os ativos e passivos dessa controlada. As receitas, custos e despesas foram consolidados a partir de 01 de julho de A mais valia paga nas aquisições do controle das controladas Instrutech, Logotech, Voltran e Zest, foram atribuídas como goodwill até que os estudos para alocação do ágio estejam concluídos. A expectativa da Administração é de concluir esses estudos no prazo máximo de um ano após a aquisição do controle dessas controladas Combinações de negócios Ao adquirir um negócio, a Companhia avalia os ativos e passivos financeiros assumidos com o objetivo de classificá-los e alocá-los de acordo com os termos contratuais, as circunstâncias econômicas e as condições pertinentes, em até um ano após a data de aquisição. Se a combinação de negócios for realizada em estágios, o valor justo na data de aquisição da participação societária previamente detida no capital da adquirida é reavaliado a valor justo na data de aquisição, sendo os impactos reconhecidos na demonstração do resultado. O ágio é inicialmente mensurado como sendo o excedente da contraprestação transferida em relação aos ativos líquidos adquiridos (ativos identificáveis e passivos assumidos). Se a contraprestação for menor do que o valor justo dos ativos líquidos adquiridos, a diferença é reconhecida como ganho na demonstração do resultado. Após o reconhecimento inicial, o ágio é mensurado pelo custo, deduzido de quaisquer perdas acumuladas do valor recuperável. Para fins de teste do valor recuperável, o ágio adquirido em uma combinação de negócios é, a partir da data de aquisição, alocado a cada uma das unidades geradoras de caixa da Companhia que se espera sejam beneficiadas pelas sinergias da combinação, independentemente de outros ativos ou passivos da adquirida serem atribuídos a essas unidades. Quando um ágio fizer parte de uma unidade geradora de caixa e uma parcela dessa unidade for alienada, o ágio associado à parcela alienada deve ser incluído no custo da operação ao apurar-se o ganho ou a perda. O ágio desta operação é apurado com base nos valores proporcionais da parcela alienada em relação à unidade geradora de caixa. 16 Relatório Anual 2010

17 2.3. Conversão de moeda estrangeira O critério para conversão dos saldos ativos e passivos das operações em moeda estrangeira, exceto investimentos, consiste na conversão para moeda nacional (R$) à taxa de câmbio vigente na data de encerramento das demonstrações financeiras. Os ganhos e perdas resultantes da atualização desses ativos e passivos verificados entre a taxa de câmbio vigente na data da transação e os encerramentos dos períodos são reconhecidos como receitas ou despesas financeiras no resultado. a) Moeda Funcional das empresas do Grupo As demonstrações financeiras consolidadas em IFRS são apresentadas em Reais (R$), que é a moeda funcional da controladora e de suas controladas localizadas no Brasil. A moeda funcional das controladas no exterior é determinada com base no ambiente econômico principal em que ela opera, sendo que quando a moeda for diferente da moeda funcional de apresentação das demonstrações financeiras, essas são convertidas para o Real (R$) na data do fechamento. b) Transações e saldos As transações em moeda estrangeira são inicialmente registradas à taxa de câmbio da moeda funcional em vigor na data da transação. Os ativos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio da moeda funcional em vigor na data do balanço. Todas as diferenças são registradas na demonstração do resultado. Itens não monetários mensurados com base no custo histórico em moeda estrangeira são convertidos utilizando a taxa de câmbio em vigor nas datas das transações iniciais. Itens não monetários mensurados ao valor justo em moeda estrangeira são convertidos utilizando as taxas de câmbio em vigor na data em que o valor justo foi determinado. c) Conversão de balanços das empresas do Grupo Os ativos e passivos das controladas no exterior são convertidos para Reais pela taxa de câmbio da data do balanço, e as correspondentes demonstrações do resultado são convertidas pela taxa de câmbio da data das transações. As diferenças cambiais resultantes da referida conversão são contabilizadas separadamente no patrimônio líquido. No momento da venda de uma controlada no exterior, o valor diferido acumulado reconhecido no patrimônio líquido, referente a essa controlada no exterior, é reconhecido na demonstração do resultado. Eventual ágio na compra de uma controlada no exterior após 1º de janeiro de 2009 e eventuais ajustes a valor justo dos valores contábeis dos ativos e passivos resultantes da aquisição são tratados como ativos e passivos da controlada no exterior e convertidos na data do fechamento Caixa e Equivalentes de Caixa Incluem os saldos em conta movimento e aplicações financeiras (Nota 5), de liquidez imediata, registradas aos valores de custo acrescidas dos rendimentos auferidos até a data do encerramento do período, de acordo com as taxas pactuadas com as instituições financeiras e não excedem o seu valor de mercado ou de realização Contas a receber de clientes Corresponde aos valores a receber de clientes pela venda de mercadorias ou prestação de serviços no decurso normal das atividades, demonstradas a valores presente e de realização. A provisão com perdas de créditos de clientes foi calculada com base em análise de risco dos créditos, que considera o histórico de perdas, sendo suficiente para cobrir perdas sobre os valores a receber (Nota 6) Estoques Os estoques são avaliados e estão demonstrados ao custo médio de produção ou preço médio de aquisição considerando o valor presente, quando aplicável. As provisões de estoques para: (i) realização, (ii) baixa rotatividade, e (iii) estoques obsoletos são constituídas quando consideradas necessárias pela Administração. As importações em andamento são demonstradas ao custo acumulado de cada importação. A Companhia custeia seus estoques por absorção, utilizando a média móvel ponderada (Nota 7) Partes relacionadas As transações de compras e vendas de insumos e produtos são efetuadas em condições e prazos semelhantes às transações com terceiros não relacionados (Nota 9) Imobilizado A Companhia, com o objetivo de mensurar seus ativos imobilizados a valor justo, efetuou a avaliação pelo custo atribuído. Os ativos não avaliados pelo custo atribuído são avaliados ao custo de aquisição e/ou construção, acrescido de juros capitalizados durante o período de construção, quando aplicável, deduzido das respectivas depreciações, com exceção de terrenos, que não são depreciados. Estão inclusos os custos incorridos dos empréstimos durante o período de construção, modernização e expansão de unidades industriais. Relatório Anual

18 Os gastos com manutenção ou reparos, que não aumentam significativamente a vida útil dos bens, são contabilizados como despesas, quando ocorridos. Os ganhos e as perdas em alienações são apurados comparando-se o produto da venda com o valor residual contábil e são reconhecidos na demonstração do resultado. A depreciação é calculada pelo método linear e leva em consideração a vida útil econômica dos bens (Nota 12). A vida útil econômica dos bens será revisada periodicamente com objetivos de adequar as taxas de depreciação Intangível São avaliados ao custo de aquisição, deduzido da amortização e de eventual provisão para ajustá-los a seus prováveis valores de realização, quando necessário. Os ativos intangíveis com vida útil definida são amortizados, no mínimo em 5 anos e levando em conta o prazo estimado de geração de benefícios econômicos futuros. O ágio por expectativa de rentabilidade futura, sem prazo de vida útil definida, foi amortizado até 31 de dezembro de 2008, estando sujeito a teste de recuperabilidade anualmente ou sempre que indícios indicarem eventual perda de valor econômico (Nota 13) Avaliação a valor recuperável de ativos Os ativos imobilizados, intangíveis e, quando aplicável, outros ativos não circulantes são avaliados, anualmente, ao valor recuperável através dos fluxos de caixa futuros. Em 31 de dezembro de 2010 não foi apurado redução sobre esses ativos Demais ativos circulantes e não circulantes Apresentados pelo valor de custo ou de realização, incluindo, quando aplicável, os rendimentos auferidos, as variações monetárias e cambiais incorridas, bem como o ajuste a valor presente Provisões As provisões para ações judiciais são reconhecidas quando a Companhia e as suas controladas têm a obrigação presente ou não formalizada como resultado de eventos passados, sendo provável que uma saída de recursos seja necessária para liquidar a obrigação e o valor possa ser estimado com segurança. As provisões são revisadas periodicamente observadas as suas naturezas e apoiadas na opinião dos advogados da Companhia (Nota 15) Demais passivos circulantes e não circulantes Demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis, acrescidos, quando aplicável, dos correspondentes encargos financeiros em base pro rata die, das variações monetárias e cambiais incorridas, bem como do ajuste a valor presente Juros sobre o capital próprio e dividendos Para fins societários, os juros sobre o capital próprio estão demonstrados como destinação do resultado diretamente no patrimônio líquido. Para fins fiscais, foram tratados como despesa financeira, reduzindo a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social. A distribuição dos juros sobre o capital próprio e dos dividendos é reconhecida como um passivo com base nos dividendos mínimos definidos pelo estatuto social da Companhia. Qualquer valor acima do mínimo obrigatório somente é reconhecido como um passivo quando aprovado pelo acionista em Assembleia Geral ou Conselho de Administração (Nota 16) Ajuste a valor presente Os ativos e passivos decorrentes de operações de curto prazo, quando relevante, foram ajustados a valor presente com base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações do mercado. A mensuração do ajuste a valor presente foi realizada em base exponencial pro rata die, a partir da origem de cada transação. As reversões dos ajustes dos ativos e passivos monetários foram contabilizadas como receitas ou despesas financeiras Demonstração dos fluxos de caixa Preparada pelo método indireto, de acordo com as normas e procedimentos do CPC Demonstração do valor adicionado Elaborada de acordo com as normas e procedimentos do CPC Plano de pensão A Companhia patrocina plano de previdência do tipo benefício definido e concede também determinados benefícios de assistência à saúde pós-emprego a funcionários em nível executivo. Esses benefícios são financiados em regime de caixa. O custeio dos benefícios concedidos pelos planos de benefícios definidos é estabelecido separadamente para cada plano, utilizando o método do crédito unitário projetado. 18 Relatório Anual 2010

19 Os compromissos atuariais com os planos de benefícios de pensão e aposentadoria são provisionados, conforme procedimentos previstos pelo CPC 33, com base em cálculos atuariais, elaborados anualmente por atuários independentes, de acordo com o método da unidade de crédito projetada, líquido dos ativos garantidores do plano, sendo os custos correspondentes reconhecidos durante o período laborativo dos empregados. O método da unidade de crédito projetada considera cada período de serviço como fato gerador de uma unidade adicional de benefício, que são acumuladas para o cômputo da obrigação final. Adicionalmente, são utilizadas outras premissas atuariais, tais como estimativa da evolução dos custos com assistência médica, hipóteses biológicas e econômicas e, também, dados históricos de gastos incorridos e de contribuições dos empregados (Nota 22) Instrumentos financeiros Os instrumentos financeiros da Companhia incluem: a) Caixa e equivalentes de caixa: Apresentados ao seu valor de mercado, que equivale ao seu valor contábil. b) Aplicações financeiras: O valor de mercado está refletido nos valores registrados nos balanços patrimoniais. As aplicações financeiras estão classificadas como destinadas à negociação (Nota 5). c) Contas a receber de clientes: Encontram-se reconhecidas pelo seu valor de realização por meio da utilização do método da taxa efetiva de juros e são classificadas como empréstimos e recebíveis (Nota 6). d) Fornecedores: Encontram-se reconhecidos pelo seu custo amortizado por meio da utilização do método da taxa efetiva de juros e são classificados como recebíveis. e) Financiamentos e empréstimos: O principal propósito desse instrumento financeiro é gerar recursos para financiar os programas de expansão da Companhia e eventualmente suprir as necessidades de seus fluxos de caixa no curto prazo (Nota 14). g Financiamentos e empréstimos em moeda nacional - são classificados como passivos financeiros não mensurados ao valor justo e estão contabilizados pelos seus valores atualizados de acordo com as taxas contratadas. Os valores de mercado destes empréstimos são equivalentes aos seus valores contábeis por se tratarem de instrumentos financeiros com características exclusivas oriundas de fontes de financiamento específicas. g Financiamentos e empréstimos em moeda estrangeira - são financiamentos contratados para sustentar o capital de giro das operações comerciais no Brasil e nas controladas no exterior e estão atualizados de acordo com as taxas contratadas Subvenções e assistências governamentais Subvenções governamentais são reconhecidas quando houver razoável certeza de que o benefício será recebido e que todas as correspondentes condições serão satisfeitas. Quando o benefício se refere a um item de despesa, é reconhecido como receita ao longo do período do benefício, de forma sistemática em relação aos custos cujo benefício objetiva compensar. Quando o benefício se referir a um ativo, é reconhecido como receita diferida e lançado no resultado em valores iguais ao longo da vida útil esperada do correspondente ativo. Quando a Companhia receber benefícios não monetários, o bem e o benefício são registrados pelo valor nominal e refletidos na demonstração do resultado ao longo da vida útil esperada do bem, em prestações anuais iguais (Nota 25) Reconhecimento de receita A receita de venda de mercadoria é reconhecida no resultado quando todos os riscos e benefícios inerentes ao produto são transferidos para o comprador e é provável que benefícios econômicos serão gerados a favor da Companhia Impostos a) Imposto de renda e contribuição social qapurados pelo Lucro Real e Presumido de acordo com a legislação vigente (Nota 21). O Imposto de Renda e a Contribuição Social diferidos foram apurados com base na Instrução CVM nº 371/02 (Nota 10). A Companhia e suas controladas no Brasil optaram pelo Regime Tributário de Transição RTT, instituído pela Lei nº /09, para os impostos IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, para o biênio 2008/2009, que continuam sendo apurados conforme os métodos e critérios contábeis definidos pela Lei nº 6.404/76, vigentes em 31 de dezembro de Relatório Anual

20 b) Imposto sobre vendas Receitas, despesas e ativos são reconhecidos líquidos dos impostos sobre vendas, exceto: (i) quando os impostos sobre vendas incorridos na compra de bens ou serviços não for recuperável junto às autoridades fiscais, hipótese em que o imposto sobre vendas é reconhecido como parte do custo de aquisição do ativo ou do item de despesa, conforme o caso; (ii) quando os valores a receber e a pagar forem apresentados juntos com o valor dos impostos sobre vendas; e (iii) o valor líquido dos impostos sobre vendas, recuperável ou a pagar, é incluído como componente dos valores a receber ou a pagar no balanço patrimonial Lucro por ação básico e diluído O lucro básico por ação é calculado mediante a divisão do lucro atribuível aos acionistas da Companhia, pela quantidade média ponderada de ações ordinárias emitidas durante o exercício social. O lucro diluído por ação é calculado ajustando-se a média ponderada da quantidade de ações ordinárias em circulação supondo todas as ações ordinárias potenciais que provocariam diluição (Nota 27). 3. Estimativas e Premissas O processo de elaboração das demonstrações financeiras envolve a utilização de estimativas. A determinação dessas estimativas levou em consideração experiências de eventos passados e correntes, pressupostos relativos a eventos futuros, e outros fatores objetivos e subjetivos. Itens significativos sujeitos a essas estimativas e premissas incluem: a) revisão da vida útil econômica do ativo imobilizado e de sua recuperação nas operações; b) análise do risco de crédito para determinação da provisão para créditos de liquidação duvidosa; c) mensuração do valor justo de instrumentos financeiros; d) compromissos com benefícios pós-emprego de colaboradores; e e) imposto de renda diferido ativo sobre prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social, assim como da análise dos demais riscos para determinação de outras provisões, inclusive para contingências advindas de processos administrativos e judiciais e demais ativos e passivos na data do balanço. A liquidação das transações envolvendo essas estimativas poderá resultar em valores divergentes dos registrados nas demonstrações financeiras devido às imprecisões inerentes ao processo de estimativa. Essas estimativas e premissas são revisadas periodicamente. 4. Adoção inicial dos CPCs a) Base de transição para IFRS Em todos os períodos anteriores, incluindo o exercício findo em 31 de dezembro de 2009, a Companhia preparou suas demonstrações financeiras de acordo com as políticas contábeis adotadas no Brasil (BRGAAP) até então vigentes. As presentes demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de dezembro de 2010 são as primeiras preparadas de acordo com as normas estabelecidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e IFRS. Desta forma, a Companhia preparou suas demonstrações financeiras cumprindo as normas previstas nos CPCs para os períodos iniciados em, ou após, 1º de janeiro de 2010, como descrito em suas políticas contábeis. Para as presentes demonstrações financeiras, o saldo de abertura considerado foi o de 1º de janeiro de 2009, data da transição para os CPCs. Esta nota explica os principais ajustes efetuados pela Companhia para reapresentar o balanço patrimonial de abertura, após adoção dessas novas normas contábeis, em 1º de janeiro de 2009 e também para o balanço patrimonial originalmente publicado, preparado de acordo com as normas anteriormente vigentes, para o exercício encerrado em 31 de dezembro de b) Isenções adotadas A Companhia aplicou a isenção de combinação de negócios descrita no IFRS 1 e na Deliberação CVM 647/10 (CPC 37) e, assim sendo, não reapresentou as combinações de negócios que ocorreram antes de 1º de janeiro de 2009, data da transição. c) Custo Atribuído A Companhia apurou o valor justo de seus ativos imobilizados e utilizou esse valor como sendo o custo atribuído desses ativos na data da transição. Como consequência a Companhia revisou as estimativas de vida útil desses ativos imobilizados e alterou suas taxas anuais de depreciação. 20 Relatório Anual 2010