Superior Tribunal de Justiça

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1 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2017/ ) RELATOR RECORRENTE PROCURADORE S ADVOGADOS : MINISTRO HERMAN BENJAMIN : MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ : CLÁUDIA HELENA FUSO CAMARGO - SP RENATO BERNARDES CAMPOS - SP JOSÉ BAZÍLIO TEIXEIRA MARÇAL E OUTRO(S) - SP : ROSE MARY MANFREDI ZAMBON CLEMENTE : CARLA JULIANA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE : CAROLINA FERNANDA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE : ANA PAULA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE MARTIN : ÁLVARO AUGUSTO MORAES PEREIRA - SP DANIEL ANTÔNIO ANHOLON PEDRO E OUTRO(S) - SP EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. ENCERRAMENTO DO PROCESSO DE INVENTÁRIO E PARTILHA. NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO. LEGITIMIDADE. ACÓRDÃO COM FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAL E INFRACONSTITUCIONAL. SÚMULA 126/STJ. 1. Para fundamentar a nulidade do lançamento, assim se pronunciou a Corte local: "A notificação do débito se deu na pessoa da representante do espólio daquele que foi contribuinte do ISS quando o espólio já não existia e os respectivos bens, há muito, já haviam sido atribuídos à meeira e aos herdeiros. Assim, indevidamente a notificação pertinente ao lançamento não se deu na pessoa dos sucessores, sendo certo que a exigência fiscal inclui penalidades contra pessoas diversas do suposto infrator. (...) Destaca-se que a regular notificação do sujeito passivo é condição de eficácia do lançamento, é o que aperfeiçoa o lançamento. Sem a regular ciência do contribuinte sua ampla defesa e contraditório, garantias constitucionais inabaláveis, restam prejudicadas, o que é inaceitável" (fls , e-stj). 2. Decidida a questão com base em fundamento constitucional, é necessária a comprovação de que houve interposição de Recurso Extraordinário. Súmula 126/STJ. 3. Recurso Especial não conhecido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do : ""A Turma, por unanimidade, não conheceu do recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques e Assusete Magalhães votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão." Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2018 Página 1 de 4

2 Brasília, 27 de fevereiro de 2018(data do julgamento). MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2018 Página 2 de 4

3 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2017/ ) RELATOR :MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE :MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ PROCURADORES :CLÁUDIA HELENA FUSO CAMARGO - SP RENATO BERNARDES CAMPOS - SP JOSÉ BAZÍLIO TEIXEIRA MARÇAL E OUTRO(S) - SP :ROSE MARY MANFREDI ZAMBON CLEMENTE :CARLA JULIANA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE :CAROLINA FERNANDA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE :ANA PAULA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE MARTIN ADVOGADOS :ÁLVARO AUGUSTO MORAES PEREIRA - SP DANIEL ANTÔNIO ANHOLON PEDRO E OUTRO(S) - SP RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Trata-se de Recurso Especial (art. 105, III, "a", da CF) interposto contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo cuja ementa é a seguinte (fl. 311, e-stj): Apelação. ISS. Ação Anulatória de Débito Fiscal julgada improcedente. Recurso das autoras. Pretensão à reforma. Possibilidade. Notificação do procedimento administrativo, que mesmo sendo posterior à homologação da partilha, se deu na pessoa daquele que foi inventariante do espólio já inexistente. Notificação que é essencial para a validade do procedimento administrativo, que, de fato atingiu parte ilegítima. Reconhecimento da nulidade do lançamento em razão de vício material. Recurso ao qual se dá provimento. Os Embargos de Declaração foram rejeitados (fl. 330, e-stj). O recorrente, nas razões do Recurso Especial, sustenta que ocorreu violação dos arts , caput e 2º, do CPC/1973 e 131, III, da Lei 5.172/1966. Aduz, em suma, que a intimação do lançamento ao inventariante é legítima, tendo em vista que não poderia haver homologação da partilha sem a prova da quitação de todos os tributos. Contrarrazões apresentadas às fls , e-stj. É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2018 Página 3 de 4

4 RECURSO ESPECIAL Nº SP (2017/ ) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Os autos foram recebidos neste Gabinete em Observo que o Tribunal de origem, ao decidir a questão, fê-la com apoio em preceitos constitucionais e infraconstitucionais. Nesse sentido, destaco o seguinte trecho do acórdão recorrido (fls , e-stj): A notificação do débito se deu na pessoa da representante do espólio daquele que foi contribuinte do ISS quando o espólio já não existia e os respectivos bens, há muito, já haviam sido atribuídos à meeira e aos herdeiros. Assim, indevidamente a notificação pertinente ao lançamento não se deu na pessoa dos sucessores, sendo certo que a exigência fiscal inclui penalidades contra pessoas diversas do suposto infrator. (...) Destaca-se que a regular notificação do sujeito passivo é condição de eficácia do lançamento, é o que aperfeiçoa o lançamento. Sem a regular ciência do contribuinte sua ampla defesa e contraditório, garantias constitucionais inabaláveis, restam prejudicadas, o que é inaceitável. In casu, o Tribunal de origem ponderou que a notificação do sujeito passivo é condição de eficácia do lançamento, visto que permite o respeito à ampla defesa e ao contraditório. Contudo, contra o aresto impugnado foi interposto unicamente o presente Recurso Especial, deixando o ora recorrente de apresentar Recurso Extraordinário ao STF. Permanecem incólumes os fundamentos constitucionais do decisório recorrido, suficientes para mantê-lo. Incide o óbice da Súmula 126/STJ. A título elucidativo: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. APOSENTADO. CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO. ACÓRDÃO QUE DECIDE A CONTROVÉRSIA TAMBÉM SOB O ENFOQUE CONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SÚMULA 126/STF. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ. 1. O recurso especial não pode ser conhecido porque o acórdão do Tribunal de origem também se valeu de fundamentação constitucional para Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2018 Página 4 de 4

5 assentar que servidor público aposentado pode ser contratado por tempo determinado; e não houve interposição de recurso extraordinário. Incidência da Súmula 126/STJ. 2.(...) 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp /DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 28/06/2013). Por tudo isso, não conheço do Recurso Especial. É como voto. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2018 Página 5 de 4

6 CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA Número Registro: 2017/ REsp / SP Números Origem: PAUTA: 27/02/2018 JULGADO: 27/02/2018 Relator Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. MARIA CAETANA CINTRA SANTOS Secretária Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI AUTUAÇÃO RECORRENTE : MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ PROCURADORES : CLÁUDIA HELENA FUSO CAMARGO - SP RENATO BERNARDES CAMPOS - SP JOSÉ BAZÍLIO TEIXEIRA MARÇAL E OUTRO(S) - SP : ROSE MARY MANFREDI ZAMBON CLEMENTE : CARLA JULIANA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE : CAROLINA FERNANDA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE : ANA PAULA MANFREDI ZAMBON CLEMENTE MARTIN ADVOGADOS : ÁLVARO AUGUSTO MORAES PEREIRA - SP DANIEL ANTÔNIO ANHOLON PEDRO E OUTRO(S) - SP ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Impostos - ISS - Imposto sobre Serviços CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "A Turma, por unanimidade, não conheceu do recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Og Fernandes, Mauro Campbell Marques e Assusete Magalhães votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 02/08/2018 Página 6 de 4