caminhos da produção O céu indica os AGRICULTURA DE PRECISÃO

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1 1 PUBLICAÇÃO MENSAL DA COOPERATIVA CASTROLANDA Outubro 2012 ANO 8 N 76 Edison Lemos AGRICULTURA DE PRECISÃO O céu indica os caminhos da produção Tendência que abre um novo caminho para a gestão das propriedades rurais, a Agricultura de Precisão, através dos sinais de satélites do GPS coloca à disposição do agricultor um volume nunca visto de informações sobre as propriedades, abre a possibilidade de fazer o gerenciamento metro por metro de cada talhão, e de administrar a variabilidade da produtividade na fazenda, acompanhando sua evolução ano após ano. Distribuição gratuita

2 2 Geral Expediente Diretor Presidente Frans Borg Diretor Vice-Presidente Willem Berend Bouwman Diretor Secretário Richard Hendrik Borg Conselhereiros Jan Ate de Jager Jan Loman Hendrikus Salomons Roelof Rabbers Conselho Fiscal Alexander Augustus Mittelstedt Elizete Telles Petter Mark Allen Harvey Henk Boele Kassies Roberto Sleutjes Paulo Roberto Trentin Comitê de Agricultores Ricardo Henrique de Boer Luiz Roberto Moulatlet Arnold Hendrikus Salomons Florian Bernhard Schudt Celso Luiz Dall Agnol Claudio Henrique Kugler Comitê de Bovinocultores Ronald Rabbers Jan Loman Roberto Sleutjes Lucas Rabbers Nelci Jose Pedrozo Mainardes Roberto Meindert Borg Comitê de Suinocultores Armando Rabbers Elizete Telles Petter Richard Hendrik Borg Peter Greidanus Leonard Loman Marcelo de Jager Comitê de Bataticultores Jan Ate de Jager Jean Leonard Bouwman Bert Loman Batata Frita Osmar Tadashi Okubo Bert Loman Frederik de Jager Comitê Unidade de Feijão Albert Reinder Barkema Alexander A. Mittelstedt Eduardo M. Gomes Lambert Petter Roelof Kiers Comitê de Ovinocultores Willem van de Riet Armando Rabbers Geraldo Verschoor Comitê das Unidades Lácteas Jan Loman Teunis J. Groenwold Comitê do Pool de Leite Hendrikus Salomons Gerentes de Negócios Popke Ferdinand van der Vinne - Geral Marco Antonio Prado - Corporativo Mauro Cesar de Faria - Carnes Marcio Copacheski - Agrícola Henrique Costales Junqueira - Leite Cleudiney Iank - Batatas Edmilton Aguiar Lemos - Industrial Ivonei Durigon - Frigorífico Everson Orlando Lugarezi - Feijão Impressão Gráfica e Editora Midiograf Diagramação Amauri Castro Jornalista Responsável Leila Gomes - MTB 6584 Tiragem 1200 exemplares Periodicidade: Mensal comunicacao@castrolanda.coop.br Contato Comercial: Agromídia Guerreiro Agromarketing: *É permitida a reprodução desde que citada a fonte. Divulgação Editorial Frans Borg - Diretor Presidente GESTÃO EFICIENTE PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA Os recursos na produção agropecuária estão cada vez mais precários. Os hectares disponíveis estão mais onerosos e escassos, a água fator determinante deve ser valorizada e muito e o solo deve ser tratado como patrimônio de muito valor. Esses fatores de produção devem ser utilizados de uma forma muito eficiente, para trabalharmos em escala na produção já que o espaço é limitado. Para isso devemos buscar tecnologias e formas de produzir mais eficazes. O mercado vem oferecendo tecnologias que deverão ser validadas através de órgãos de pesquisas como a Fundação ABC e necessitamos administrar os recursos existentes e otimizá-los através de uma Gestão Eficiente. A nossa região sempre foi precursora no desenvolvim ento de tecnologias. A busca de maior eficiência na produção em consonância com as boas práticas ambientais é de suma importância se nós queremos ser competitivos. Uma destas tecnologias é a agricultura de precisão, muito discutida e ainda de difícil acesso por conhecimento ou mesmo pelo custo mas, devemos com certeza adaptar-nos a esta ferramenta, pois poderá fazer a diferença na utilização dos insumos e formas de produção para a nossa sustentabilidade. Nesta edição queremos enfatizar esta tecnologia como uma forma de utilizarmos os recursos disponíveis com mais precisão, buscando o aumento da produtividade por espaço ocupado e reduzindo custos. ENQUETE Você separa o lixo para reciclagem? Escreva para a Redação Envie seus comentários e opiniões sobre as reportagens publicadas para leila@castrolanda.coop.br Cooperativa Agropecuária Castrolanda Praça dos Imigrantes, 03 - Caixa Postal Colônia Castrolanda - Castro, PR Veja a opinião dos visitantes do site:

3 Corporativo 3 CLASSIFICADOS Vende-se Rebanho Jersey - mestiça jersey 60 cabeças. Tratar com Ulisses (42) ou (42) Vende-se Caminhão MB 1516 Caminhão MB 1516 com caçamba e guincho 9,5 ton. Ano Tratar com o Guilherme Kugler (42) ou com Claudio Henrique Kugler (42) Valor: R$ ,00. Vende-se Trator J D Ano Valor R$ ,00. Pulverizador Amazone Stara Sfil Titan. Contato: Luciano Tanque Resfriador Alfa Laval L, 2 ordenhas, trifásico. Tratar com Ervino Rentz (42) Valor: R$ 7.000,00. KIT Monitor de colheita AFS-200 para colhedeira CASE 2388 com antena Garmin GPS 16x-HVS. Monitor touch screen preto e branco que fica dentro da cabine. Gera mapas de produtividade de colheita para todos os grãos Kit inclui todo o cabeamento, sensores de humidade, Field Tracker, fluxo de grãos, software para PC e manual de operação, cartão removível de 16MB. O equipamento está localizado em Itapeva, SP. Pagamento à vista sem a oportunidade de parcelamento. Tratar: (15) Valor: R$ ,00. Capota de trator MF Vendo capota completa de trator MF283 com as pranchas laterais e faróis, todos originais. Tudo em perfeito estado e pronto para instalação. Frete por conta do comprador. Equipamento se encontra em Itapeva, SP - 113KM de Arapoti e 182KM de Castro. Tratar: (15) Valor: R$ 2.500,00. Vende-se geladeira específica para guardar sêmen suínos (com estabilizador de temperatura). Marca Cônsul. Tratar: (42) Área de hectares na Varginha. 50% agricutável. Edson Priotto. Tratar: (42) Vendo Filhotes de cães Dachshund. Nova ninhada.tratar: (42) Valor: R$ 100,00 Segadeira condicionadora New Holland, 3,50m e largura. Tenho para prestar serviço de corte de capim. Tratar: (42) Vende-se cocho para creche e terminação Em ótimo estado, são 22 peças R$ cada. Tratar com Luciano (42) Valor: 280,00. Ultrassom Pie Medical Modelo Pie Medical 480, transdutor linear transretal multifrequencial(5-7,5) Troca-se por 02 novilhas raça holandesa com prenhez confirmada. Tratar: (15) Valor: 6.500,00 Vende-se Pulverizador marca Stara Pulverizador. Ano: 2010 Barras de Pulverização com 18 metros eletroeletrônico. Tratar:(42) ou Vende-se Terreno - Na localidade de Santa Leopoldina (4 Km da BR), ao lado da chácara Estância Minuano. Com uma área de 11 alqueires, 8 hectares agricultáveis e com água de boa qualidade. Contato: / Ou deixar proposta com nº de telefone na caixa de correspondência da Castrolanda - matrícula Tratar: (42) FOTO EM DESTAQUE Unidade de Negócios Feijão Um registro aéreo da nova Unidade da Cooperativa Castrolanda. Inauguração em 30 de novembro, data de comemoração do aniversário da Castrolanda. A foto é de Paulo Bertolini. Cadastre o seu classificado no site NOVOS ASSOCIADOS MATRÍCULA NOME DO ASSOCIADO ATIVIDADE PRINCIPAL 1911 CARLOS MANOEL R. DA SILVA AGRICULTURA 1912 REINALDO RODRIGUES DA SILVA AGRICULTURA 1913 NILO SERGIO R. DA SILVA AGRICULTURA 1914 ELICIANE APARECIDA MOREIRA PECUÁRIA LEITEIRA 1915 JOÃO TEYDER IASCHVISTISKI PECUÁRIA LEITEIRA 1916 PEDRO GOMES PECUÁRIA LEITEIRA Charme e Encanto O quadro foto em destaque deste mês traz todo charme e encanto das pequenas Valentina e Vitória, filhas de Adelaide Boer Zan e Giani Marsal Zan, castrenses que moram em Cascavel (PR). Para pensar "Um homem é tão somente o produto de seus pensamentos. Tudo aquilo que ele pensa, ele se torna." Gandhi

4 4 Corporativo PERFIL DO ASSOCIADO As mulheres cooperativistas buscam seu espaço JENTJE PETTER Foto Edison Lemos :: Por Edison Lemos Ela nasceu em Rouveen mas foi registrada próximo dalí, em Staphorst, cidade da província de Overijssel no centro da Holanda, região de origem de boa parte dos imigrantes que fundaram a Colônia Castrolanda. Quando chegou ao Brasil, em 1959, tinha apenas quatro anos de idade. Embora se diga uma apaixonada pela agricultura, do tipo que sobe em colheitadeira em época de safra, conhece e acompanha todos os processos do plantio à colheita, passando pela logística de transporte, seu perfil mais conhecido não é este. Seu lado mais visível diz respeito ao relacionamento que mantém com as pessoas e comunidades próximas. Dotada de grande energia, sempre comunicativa e desenvolta em todos os ambientes, Jentje Petter é uma mulher que não pára. Parece estar sempre ligada, tratando de encaminhar algum assunto, resolver alguma questão ou situação. E, de fato, atividade é o que nunca faltou e não falta na sua vida. Jentje possui curso técnico de turismo e hospitalidade, e formação como guia turística, trabalho que a torna completamente realizada. Por cinco anos foi guia turística de grupos holandeses que vinham muito ao Brasil no final dos anos 90, o que lhe permitiu conhecer e aprender muito do Brasil inteiro abrindo a cabeça. Junto com um grupo de moradores cuida de promover e incentivar o turismo na Castrolanda. É associada e conselheira fiscal da Cooptur Cooperativa de Turismo da região dos Campos Gerais. Foi, por 10 anos, coordenadora do Grupo Folclórico Holandês da Castrolanda, tendo papel relevante na inserção de aulas de folclore holandês no currículo do ensino fundamental da Escola Evangélica da Castrolanda. Foi coordenadora da Escola Dominical (ensino religioso para crianças). Participou da União das Mulheres, antiga União Ruralista, hoje União Cristã Feminina. Atualmente, Jentje Petter concilia sua parcela de atividade nos negócios da família com os encargos de vice-presidente do Programa Mulher Cooperativista da Castrolanda, sem deixar de lado os cuidados de mãe e avó, sempre atenta às andanças dos filhos Alexandre, Adriano e Adelaide, todos adultos, e das netinhas de 2 e 4 anos. O envolvimento com a agropecuária, segundo revela, remonta ao início da vida de casada. Aos poucos foi se envolvendo com a parte burocrática e administrativa, a interface com a cooperativa, e os controles da leiteria, mantendo em dia os registros dos animais. Com o tempo os filhos foram crescendo e assumindo cada vez mais a propriedade. Atualmente eles cuidam das atividades da chácara com matrícula própria, enquanto ela se encarrega dos negócios agrícolas sob outra matrícula também da Castrolanda. Tradicional presença nas mostras e certames de gado leiteiro da região, a Chácara Erica, de propriedade da família, se notabiliza pela alta genética de seu plantel, o que proporciona a venda permanente de animais para todo Brasil, e a seguida conquista de importantes títulos nos principais eventos da pecuária de leite do sul do país. Entre eles está a conquista da Grande Campeã e Campeã Suprema do Agroleite 2008, com o animal Erica Lyster Joya 509. A exploração leiteira é hoje uma atividade em expansão na Chácara. Depois de muito tempo aprimorando o padrão genético dos animais, a pretensão é dobrar a produção chegando aos 8 mil litros/dia (o quanto a propriedade comporta) em futuro não muito distante. Isso vai determinar alguma mudança no perfil do estabelecimento. O trabalho em sistema de semi-confinamento deve mudar para confinado, exigindo também a remodelação de algumas instalações, inclusive sala de ordenha. Como liderança feminina, Jentje Petter lembra que o trabalho mais estruturado junto às mulheres começou em 2010 com as comemorações do Dia da Mulher. Posteriormente surgiu a proposta para o curso Mulher Atual, por parte do Sindicato Rural, onde cerca de 30 mulheres se engajaram. Depois, alguém propôs um trabalho e objetivos mais consistentes sob a denominação Mulher Cooperativista. E desde então mudou-se o sistema de comemoração do Dia da Mulher, buscando permanentemente o maior envolvimento das mulheres com o dia-a-dia da cooperativa, da agropecuária, e dos negócios da propriedade. Percebeu-se que as mulheres podem fazer muito mais e podem ser mais participativas. Há também a intenção de que o pequeno produtor chegue mais perto, porque hoje ele sente a cooperativa muito distante, o que decorre dos diferentes níveis sociais que participam da vida da organização. A nossa tentativa, diante dessa realidade, tem sido a de trabalhar no ponto de equilíbrio, buscando atender as necessidades identificadas como básicas para as mulheres, informa Jentje. Uma das conseqüências práticas disso manifestou-se durante o Agroleite As mulheres, organizadas, realizaram visitas a diversos estandes para conhecer e entender melhor o mundo do agronegócio. Atualmente as mulheres mantém um comitê executivo composto de 3 membros: presidente (Elza Kugler), vice- -presidente (Jentje Petter) e secretária (Aline De Boer) e um grupo de coordenação geral formado por 10 associadas eleitas, mais duas funcionárias designadas pela cooperativa. Esse núcleo constitui a base que se reúne ao menos uma vez por mês para tratar dos assuntos de interesse do grupo. O Programa de Desenvolvimento para Líderes -PDL, articulado através da cooperativa., constitui o principal trabalho das mulheres da Castrolanda atualmente. Nesse curso elas aprendem a organizar projetos e desenvolver habilidades que antes não haviam manifestado. Todo esforço se concentra em ampliar o nível de informação das mulheres a respeito dos negócios agropecuários e da própria cooperativa, para que elas se sintam úteis e participantes nas propriedades. Nós entendemos que o PDL é o começo de ações maiores que podem ser desenvolvidas. Numa próxima etapa pretende-se formar um novo grupo e assim sucessivamente, ir ampliando os grupos que ganham conhecimentos. A intenção é ir conquistando novos integrantes/simpatizantes com o nosso trabalho, que poderá talvez ser direcionado aos jovens buscando formar líderes futuros, informa Jentje Petter. Outra tarefa que o grupo de mulheres realiza atualmente é organizar toda programação e infra-estrutura, montar roteiros e programa de palestras para receber, em maio de 2013 a ELICOOP, evento que reúne as lideranças femininas cooperativistas do Paraná. Na ocasião, perto de 250 mulheres de todas as cooperativas paranaenses, vão se encontrar na Castrolanda para discutir assuntos de seu interesse.

5 Corporativo 5 CONCURSO Cooperativa prorroga inscrições para concurso de fotografia Para comemorar o Ano Internacional das Cooperativas a Castrolanda abre as inscrições para o 3º Concurso Fotográfico que terá como tema "Castrolanda e seus campos de produção". O objetivo é reunir as imagens da Castrolanda e das propriedades dos Cooperados nos diversos segmentos de atuação para divulgar o potencial produtivo. As fotos vencedoras podem fazer parte do calendário 2013 da Cooperativa. PARTICIPANTES - A participação no concurso é gratuita e aberta para todos os cooperados e colaboradores da Cooperativa. Serão escolhidas 5 fotos vencedoras que melhor se ajustem aos critérios do concurso, levando em consideração sua qualidade técnica e artística. A participação implica a cessão por parte dos participantes a favor da Cooperativa dos direitos de reprodução, uso, distribuição, comunicação pública e transformação sobre as obras fotográficas, que poderão aparecer em impressos, folhetos, web site e outros editados pela Cooperativa, sempre descritos a autoria. ENVIO DAS OBRAS - Cada participante poderá enviar um máximo de três fotos. Cada uma delas com no mínimo de 3 MB. A fotografia deverá ser apresentada com um título, um breve resumo do que mostra, tendo que indicar a data e local onde foi tirada. As fotos deverão ser enviadas para o setor de comunicação da Cooperativa através do comunicacao@castrolanda.coop.br PRAZOS - O prazo de recebimento das fotografias será até o dia 15 de novembro de SELEÇÃO - Das obras recebidas o júri selecionará as finalistas que serão publicadas no Castrolanda Notícias e serão exibidas no site da Castrolanda. A organização do concurso reserva-se o direito de exibir as obras não finalistas na seção do banco de imagens do site. PRÊMIOS - Os autores das fotografias vencedoras serão premiados com vale compras na Grife Castrolanda. CONCURSO DE FOTOGRAFIA - O primeiro concurso realizado em 2010 teve como tema Castrolanda e os seus retratos e reuniu cerca de 250 fotos de diversos associados da Cooperativa. ANO INTERNACIONAL DAS COOPERA- TIVAS O ano de 2012 foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para ser o Ano Internacional das Cooperativas. A homenagem é mais que justa, pois o cooperativismo é um movimento que, só no Brasil, transforma a vida de cerca de 33 milhões de pessoas. O slogan escolhido para nortear as ações de 2012 foi Cooperativas constroem um mundo melhor. A temática reflete não apenas o espírito cooperativista, mas também o compromisso do segmento com o desenvolvimento global. Sorvete de Leite Condensado Ingredientes: 2 ovos (claras e gemas separadas) 1 lata de leite condensado Castrolanda 1 lata de leite Castrolanda 1 colher ( sopa) de essência de baunilha Modo de Preparo Reserve as claras e bata todos os demais ingredientes no liquidificador por 5 minutos. Transfira para um refratário e junte as claras batidas em neve. Deixe no congelador por 30 minutos. Reitire, bata na batedeira por 10 minutos e volte ao congelador por mais 30 minutos. Repita esse processo 4 vezes. quando o sorvete endurecer, sirva com a cobertura de sua preferência. FONTE:

6 6 Negócios Leite INFORME TÉCNICO RECRIA DE NOVILHA TERCEIRIZADA Uma realidade experimentada por associado da Castrolanda. :: Por: Ivo Rodrigues dos Santos / Silvano Harkatin estagiário acadêmico de zootecnia - UEPG A atividade de recria de novilhas constitui um desafio para muitas propriedades leiteiras no Brasil, dado o alto custo que a mesma representa na atividade e ao baixo desenvolvimento dos animais. Segundo Heinrichs (1993), a criação de novilhas representa o segundo maior custo na atividade (próximo a 20% das despesas totais), perdendo somente para os custos com a alimentação do rebanho em produção. O tempo que a novilha pode levar para entrar em produção vem fazendo crescer a preocupação dos técnicos e produtores sobre as taxas de crescimento na recria de novilhas leiteiras. Isso não só tendo em vista ganhos maiores, mas também pelo seu impacto sobre a produção de leite, que durante a vida produtiva dessas fêmeas, se torna muito grande em algumas situações (NRC, 2001). A atividade de recria, no entanto, não é levada a sério por grande parte de produtores de leite, sendo muitas vezes deixada em segundo plano, devido às novilhas não apresentarem retorno imediato do investimento. A terceirização da atividade de recria constitui-se, dessa forma, em uma excelente opção de evitar que manejos errôneos venham a prejudicar a vida produtiva do animal e diminuir assim a rentabilidade da atividade. A prática do sistema de recria terceirizada nos EUA já é bastante comum, e adotada por muitos produtores, no Brasil, porém, ela ainda está em fase de implantação. O sistema de recria terceirizada, de modo geral, ocorre da seguinte maneira: Produtor de Leite Os animais são recriados, seguindo normas técnicas, visando possibilitar ao animal em sua vida produtiva a máxima resposta em produção Conclusão Estabelece parceria ou vende os animais (desmamados ou não) a recriadores especializados na atividade Ao final do período de recria os animais são comercializados, ou então retornam as propriedades de origem, gestante Há uma maior tecnificação do sistema de produção, com animais produzindo mais e uma vida produtiva maior se comparado a animais recriados sem acompanhamento técnico Ivo Rodrigues dos Santos Técnico em Agropecuária, da assistência técnica da Cooperativa. Mais informações: ivo@castrolanda.coop.br De forma a avaliar a efetividade do sistema de recria de novilhas em sistema terceirizado, foram avaliados alguns parâmetros (considerando o período de março de 2008 a março de 2012) de uma propriedade localizada no município de Castro, PR, que iniciou o sistema de recria terceirizada em fevereiro de Tanto a especialização, como o crescimento da atividade leiteira, dado um cenário de baixa oferta de mão de obra qualificada assim como, o alto valor da terra, a escassez tem oferecido dificuldades para um crescimento sustentável da atividade. Diante disso, vários esforços têm sido concentrados pela Área de Negócios Leite da Cooperativa Castrolanda, como estratégias para promover esse desenvolvimento. Uma das ações desenvolvidas pela Cooperativa é o Programa de Recria de No-

7 Negócios Leite 7 vilhas que tem como objetivo, algumas estratégias específicas de desenvolvimento para a Cadeia Leiteira, dentre essas ações podemos citar: FOMENTO DE UM NOVO NEGÓCIO Oportunidade de integrar e otimizar os recursos das extensas áreas cultivadas com espécies forrageiras de inverno que são usadas para cobertura de solo. Tal estratégia está alinhada com os objetivos da Cooperativa Castrolanda que visa o aumento da captação de leite de tal forma que o rebanho da região venha a crescer em função de se evitar a evasão de fêmeas e incluí-las no processo produtivo. MAIOR CONHECIMENTO SOBRE A RECRIA E ESPECIALIZAÇÃO DA ATIVIDADE Maior entendimento sobre o desempenho das novilhas e a técnica de produção mais adequada, custo de produção e o impacto na vida produtiva da vaca e na longevidade. A especialização é uma estratégia sócio econômica, que visa desagregar atribuições de mão de obra competitiva na propriedade, disponibilizar recursos da propriedade como terra e alimento volumoso para o crescimento do negocio leiteiro, dirigindo seu foco para as atividades relacionadas especificamente com a vacas de leite. DESCRIÇÃO DA PROPRIEDADE EM FOCO LOCAL A propriedade estudada se chama Chácara Letícia; está localizada no municí- pio de Castro, PR (latitude: ; longitude: , com altitude média de 985 m), tendo como proprietária a Sandra Mara Zargisk Iank. A área total da propriedade é de cerca de 14,5 hectares (ha), com área disponível para a bovinocultura de leite de cerca de 11 ha (3,5 ha destinados a área de preservação permanente). Do total da área disponível de 11 ha, 9,5 ha são constituídos de área de pastagens, e 1,5 ha de área construída (sala de ordenha, bezerreiros, área de alimentação dos animais etc). A propriedade conta ainda com 20,0 ha de área arrendada, que antes da terceirização da recria era utilizada para as vacas secas e para as novilhas em recria. Nesses 20 há atualmente produz 10 há de milho e azevem para silagem. Os animais da propriedade são constituídos da raça Jersey. A atividade com a bovinocultura leiteira na Chácara Letícia iniciou-se em meados da década de 90, e desde então a atividade só vem crescendo, sendo que hoje tem-se como meta atingir 120 animais em lactação. Para alcançar tal meta já está em fase de construção, em outra área adquirida, novas estruturas para produção de leite. O sistema de produção de leite na propriedade é baseado em um sistema semi confinado, com pastagens perenes de tifton - 85 (Cynodon dactylon) e quicuio (Pennisetum clandestinum) e para o período do inverno o azevém anual (Lolium multiflorum Lam). A área correspondente à pastagem de tifton - Figura 1. Área utilizada pela Chácara Letícia para seu sistema de produção de leite no inicio da atividade com bovinos de leite. Figura 2. Produção de leite, Chácara Letícia

8 8 Negócios Leite 85 é de 3,0 ha e a de quicuio 3,5 ha. A suplementação com volumoso para os animais é feita com silagem de milho e pré-secado de azevém (produzido em área própria e arrendada). A propriedade conta ainda com dois funcionários (um casal) e mão de obra familiar, para os manejos relativos à atividade. Em relação aos maquinários, a propriedade conta com os mesmos para o plantio das culturas citadas (milho silagem e azevém anual), já para a ensilagem das mesmas o processo é dependente de maquinários de terceiros. ATUAL SITUAÇÃO DA PROPRIEDADE APÓS A TERCEIRIZAÇÃO DA RECRIA - BEZERROS EM ALEITAMENTO A proprietária relata que, após o inicio da atividade da recria terceirizada obteve como vantagem a menor incidência de diarreias nos bezerros em aleitamento, pois após a terceirização houve um investimento na construção de um bezerreiro suspenso, com baias individuais, situação esta que permitiu um maior cuidado desses animais (antes os animais eram criados em casinhas). Conta ainda que, antes da construção do bezerreiro suspenso com baias individuais havia frequentemente casos das bezerras mamarem umas nas outras, situações que conduzia muitas vezes a perda de tetos, devido a casos de mastites que acabavam se instalando nos tetos dos animais. Hoje essa realidade é outra. PRODUÇÃO DE LEITE A produção de leite da Chácara Letícia como visualizado na figura 2, se considerássemos a média antes e após a terceirização concluir-se-ia que houve uma depressão da produção após a terceirização, porém quando analisamos a Figura 3, observa-se que hoje a produção tende ao aumento (próximo a 1200 litros dia). Essa redução de produção (Figura 2) foi devida ao descarte de animais com elevada CCS que ocorreu na propriedade, tendo vista a redução da CCS do tanque de resfriamento e o recebimento de uma maior bonificação pela qualidade do leite. Embora a média de produção de leite após a terceirização tenha apresentado uma pequena redução, a produtividade média considerando o período antes e após a terceirização da recria se elevou (Figura 3). Isso foi possível graças a recria terceirizada, que propiciou um melhor desenvolvimento aos animais, que responderam com uma maior produção de leite/ dia. Os dados de produtividade animal, considerando o período antes e após a terceirização, podem ser visualizados na figura 3 abaixo, (aumento de 2,47 litros de leite/ dia, na média por animal). QUALIDADE DO LEITE Em relação ao leite, um ponto que merece destaque é a melhoria alcançada na qualidade deste, pois como observado na Figura 4 abaixo, houve uma significativa melhora nesse parâmetro. Como visualizado acima, é possível observar que tanto os teores médios de gordura, proteína e sólidos totais obtiveram aumento em relação ao período anterior à recria. Segundo a proprietária, essa melhora se deve à maior atenção dada aos animais responsáveis pela produção de leite, em especial ao trato e a dieta dos mesmos. Antes esse tempo era bem mais restrito, pois os animais em recria acabavam tomando grande parte do tempo, relata. A alimentação responde por aproximadamente 50% das variações de gordura e proteínas do leite, porém praticamente não afeta o conteúdo de lactose de acordo com Fredeen (1996), o que explica a melhora naqueles índices na Chácara Letícia. A maior atenção ao manejo alimentar dos animais pode ser observada também como à ampliação do barracão de trato dos animais que ocorreu após a terceirização (investimento). Hoje o barracão de trato dos animais conta com 80 canzis, 30 a mais que os dos existentes antes da terceirização, possibilitando assim a ampliação do rebanho e da produção, facilitando dessa forma o manejo diário desses animais. Em relação à CCS (contagem de células somáticas) da propriedade, é possível observar (Figura 5) que esse parâmetro também foi positivamente influenciado pela recria terceirizada, pois segundo a proprietária, essa melhora é devida a maior atenção destinada aos animais em lactação, sendo possível a identificação de animais com elevada CCS e descarte dos mesmos. Em estudo semelhante, a Embrapa gado de leite (2004) conclui que o descarte de animais com elevada CCS, alem de reduzir a CCS do tanque resfriador de leite, também contribuiu para a melhoria dos teores de gordura, proteína, lactose e minerais como cálcio e o fósforo, melhorando assim a qualidade do leite. BONIFICAÇÃO PELA QUALIDADE DO LEITE A bonificação recebida pelo litro de leite foi outro ponto impactante. Devido à melhora alcançada com o manejo dos animais (recria terceirizada, dieta, descarte de animais, etc.) a atividade passou a remunerar mais, como exemplo, se considerar o período antes da recria terceirizada e compará-lo ao preço recebido após a terceirização, observa-se que o litro de leite está valendo cerca de 5,37% a mais do que o leite com a qualidade do período anterior à terceirização (considerando o valor do preço base da data de março de 2012 para os dois períodos analisados). Agora se considerar apenas o mês de março de 2012, quando a atividade já estava mais consolidada com as melhorias devido à terceirização, o impacto passa a ser mais representativo, chegando a ser de 8,26% a mais do que o período anterior à terceirização da recria. OPINIÃO DA PROPRIETÁRIA SOBRE A RECRIA TERCEIRIZADA A proprietária se diz otimista com os resultados alcançados com a recria tercerizada cita que foi uma aposta certa, que possibilitou uma maior atenção aos animais da propriedade, com melhora da qualidade do leite e maior rentabilidade com a atividade. Hoje a Chácara Letícia conta com 62 animais em lactação, com uma produtividade maior (18,68 litros/ animal/ dia) se comparada ao período anterior à recria que chegou a contar com 75 animais, e uma produtividade média de 13,20 litros animal dia (Figura 3). Isso foi possível devido à maior disponibilidade de tempo para manejo dos animais na propriedade, ao aumento da área por animal devido à saída dos animais em recria terceirizada e o efeito positivo de uma recria praticada seguindo princípios técnicos, que possibilitaram assim um desempenho melhor dos animais. Desde que iniciou a recria terceirizada, a propriedade já recebeu de volta 24 animais recriados e conta hoje com 37 animais em recria terceirizada. Dessa forma, a recria terceirizada na chácara Letícia resultou em uma maior quantidade e melhor qualidade do leite produzido e, consequentemente, maior bonificação recebida pelo leite. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na atividade leiteira, um entrave é o sistema de recria de novilhas, por ser esta uma fase longa, improdutiva e que demanda um grande desembolso por parte do produtor. Se a fase de recria da fêmea, do desaleitamento até o período reprodutivo for deficiente, certamente haverá comprometimento da produtividade do rebanho como um todo. Dessa forma, minimizar gastos na criação de novilhas, sem prejudicar o desempenho ou o potencial produtivo dos animais de reposição, deve ser o principal objetivo nos sistemas criação. Figura 3. Produtividade média por animal, Chácara Letícia Figura 5. Contagem de Células Somáticas, Chácara Letícia Figura 4. Qualidade do leite (gordura, proteína e sólidos totais), Chácara Letícia

9 Agroleite 9 13º Trekker Trek 2ª Etapa - Castrolanda Dando continuidade das edições anteriores na cobertuda do Agroleite 2012, confira nesta edição flashes do campeonato de tratores Trekker Trek. Classificação final CATEGORIA FRANK NEW HOLLAND Marnix Kool CATEGORIA EL-DORADO CBT Bert Loman CATEGORIA MUSTANG FORD Geraldo Morsink CATEGORIA TEIMOSO TIBAGIANO CASE Ricardo Bouwman CATEGORIA TIGRÃO FORD Albert Barkema A cobertura do Agroleite 2012 continua na próxima edição

10 10 Corporativo Corporativo Coleta Responsável de Resíduos desaúde Veterinária A Cooperativa Agropecuária Castrolanda lançou em setembro ao programa Coleta Responsável de Resíduos de Saúde Veterinária, iniciativa que contou com apoio especial dos setores de suinocultura, bovinocultura e loja agropecuária em parceria com a empresa Atitude Ambiental. Salientamos que a adesão dos cooperados a este programa é muito importante, em vista de que a disposição destes resíduos de forma inadequada na propriedade pode gerar multa de R$ 500,00 a R$ ,00 e ainda o responsável poderá responder civil e criminalmente. Patrícia Lucena Caron Gestão Ambiental Objetivo do Programa O objetivo deste programa é criar condições aos nossos cooperados de fazer a destinação ambientalmente correta dos seus resíduos de saúde veterinária. Por que a preocupação com a coleta desses materiais? Além da multa, responsabilidade civil e criminal. Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA estes resíduos estão enquadrados como resíduos perigosos e devem ser tratados com a devida atenção. A disposição inadequada oferece risco de contaminação de resíduos infecciosos ou por carreamento/infiltração para os seres humanos e também ambientes aquáticos e a organismos existentes. Outro aspecto também muito relevante é quanto à saúde do ser humano tendo em vista que o tratamento feito na água em que bebemos não trata residual de medicamento. O que o produtor deve fazer Separar o material por classe Biológico, Químico, Perfurocortante e acondicionar corretamente nas bombonas; Enviar somente Resíduos de saúde Animal ; Guardar documentação fornecida pela empresa Atitude, para apresentação aos órgãos oficiais; Respeitar e cumprir o cronograma de recolhimento; Comunicar eventualidades que ocorram durante o processo. A bombona deverá ser guardada em local seguro, fechada, identificando o local com placa de resíduo perigoso. Tipos de resíduos coletados Grupo A- Risco Biológico os quais deverão ser colocados dentro dos sacos brancos ( pode ser os de supermercado) todo material contaminado com: sangue, mucosas e secreções. Acondicionamento deve ser feito em local Fora do alcance de crianças e animais, ao abrigo do tempo e de preferência próximo ao local de descarte. Grupo B- Risco Químico resíduo de saúde / saneantes, ou seja, resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente como: inflamabilidade; corrosividade; reatividade e toxicidade e deverão ser colocados diretamente na bombona alguns exemplos são: frascos de medicamentos, frascos de vacina e embalagens de desinfetantes. Grupo E - Perfurocortante: Todo o material perfurocortante deverá ser colocado em recipiente resistente a ruptura e puncturas. Sugestão: Utilizar galões de desinfetantes que depois serão descartados dentro da bombona. Entrega de resíduos A cooperativa tem disponíveis bombonas para cooperados que não puderam entregar seus resíduos na primeira coleta, no entanto se faz necessário entrar em contato com a área ambiental ou pecuária da Cooperativa Castrolanda. Posteriormente a bombona deverá ser entregue em data e local a ser indicado e divulgado quando do agendamento de novas datas. A previsão de coleta pela empresa Atitude Ambiental será a cada 6 (seis) meses. O manuseio, acondicionamento e destinação incorreta serão de inteira responsabilidade do produtor cooperado, ficando sujeito às penalidades previstas em lei. É proibida a queima de qualquer tipo de material É expressamente proibido destinar resíduos de agrotóxicos (produtos vencidos, inutilizados e/ou suas embalagens), lâmpadas, pilhas, baterias, resíduos domésticos, sacos plásticos de outra cor que não o branco e resíduos recicláveis juntamente com os demais resíduos de serviço de saúde animal. Embalagens/Bulas de Medicamentos As embalagens de papel, bulas se não estirem contaminadas deverão ser obrigatoriamente rasgadas e destinadas para reciclagem.

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12 12 Corporativo FUNDAÇÃO ABC Parceria com a BASF garante avanço tecnológico para a Fundação ABC Ação conjunta eleva ainda mais o nome da instituição pelo país. :: Por Silvio Bonawitz Quem visita o Campo Demonstrativo e Experimental de Castro, naquele caminho que se faz até a sede, logo se depara com uma gleba que chama a atenção. Em meio aos vários tons de verde e amarelo, das plantações de inverno, várias estações meteorológicas, uma ao lado da outra. Para ser mais preciso, são 70, de um total de 250 equipamentos. Todos importados da Áustria. Rodrigo Tsukahara, coordenador da Agrometeorologia explica que aquele espaço está sendo utilizado para testar as estações. São lotes que depois de verificados, vão sendo liberados para os técnicos da Basf, que serão os responsáveis para instalar os aparelhos em várias partes do país, nas principais regiões agrícolas. Para fazer um comparativo, o Instituto Nacional de Meteorologia INMET tem aproximadamente a mesma quantidade em operação. Cada estação carrega um chip de celular, que vai transmitir os dados para o computador da Fundação ABC, onde a equipe do setor vai transformar isso em informação para os agricultores tomarem decisões quanto ao controle de pragas, por exemplo. Isso é apenas uma parte de uma parceria que a BASF firmou este ano com a Fundação ABC. Tsukahara conta que o projeto Agrodetecta é um sistema de apoio e decisão para o produtor, que envolve agronomia, tecnologia da informação, telemetria, meteorologia, fitopatologia e agrometeorologia. Esse tipo de sistema a gente já desenvolve desde 2004, foi realizado para doenças em trigo, com dados aqui da fundação. De lá pra cá fomos aperfeiçoando, atualizando e fazendo experimentos no campo. Em 2008, quando ganhamos um prêmio no congresso de Meteorologia, com um sistema para a doença da ferrugem, na soja, a empresa veio conversar com a gente para ver se podíamos fazer um trabalho mais amplo, envolvendo não só a soja, mas outras culturas também. O projeto tem contrato de três anos, mas o coordenador acredita que ele deve ser prorrogado e o sistema ser ampliado. Nesta primeira fase, ele está voltado para soja, milho, feijão e algodão. O que a fundação ganha com isso? O produto final pertence à BASF, mas a nossa instituição também ganha muito com esta parceria. Os recursos que vieram da multinacional possibilitaram que a fundação fizesse importantes investimentos, inclusive na contratação de pessoal técnico e especializado para a área de agrometeorologia. O setor passou de quatro para 13 colaboradores. O que contribui não só para os trabalhos do projeto, mas também para as outras pesquisas realizadas. O associado que mantém a Fundação ABC também sai ganhando. Só com as estações meteorológicas, a área do grupo ABC terá mais 20 instaladas, o que representa uma cobertura mais eficiente e mais informações para ajudar nas decisões do campo. É um ganho tecnológico que permitiu um grande avanço, e que não foi preciso que o nosso agricultor tivesse que tirar mais dinheiro do bolso para isso, avalia o gerente geral Eltje Jan Loman Filho.

13 Corporativo 13 EVENTO Mulher Cooperativista 2012 O comitê organizador junto da palestrante Patrícia Santos Elizete Petter, Rosemeire Prado, Hedwiges Wacherski, Jantje Morsink e Tereza Borg, homenageadas pelas Mulheres Cooperativistas O evento Mulher Cooperativista mais uma vez superou as expectativas da organização. Patrícia Santos abordou em sua palestra a capacidade da mulher para liderar e destacou a empreendedora moderna e objetiva que busca o autoconhecimento através de cursos, treinamentos além das práticas diárias das atividades seja na administração da sua propriedade ou em outros empreendimentos. O evento foi realizado na manhã do dia 27 de setembro, no Memorial da Imigração Holandesa. Participaram aproximadamente 200 mulheres e conforme a pesquisa de satisfação, mais de 80% das participantes acharam o evento satisfatório. Algumas das participantes foram homenageadas pelo destaque na mídia em Abertura oficial feita pelo diretor presidente da Castrolanda, Frans Borg

14 14 Negócios Agrícola AGRICULTURA DE PRECISÃO :: Por Edison Lemos O campo high tech torna mais precisa a gestão da propriedade Florian Schudt, cooperado da Castrolanda O primeiro contato de Florian Schudt com a Agricultura de Precisão aconteceu no ano de Decidido a promover a correção dos solos da fazenda de acordo com os diferentes tipos de manchas determinados pelo relevo, a formação de origem e o tipo de rocha identificados, adquiriu um trado, um GPS, programa para o GPS e para o computador, contratou uma empresa especializada para fazer a aplicação do calcário, e foi à luta. Nesse primeiro ano foi trabalhada 1/3 da área de 1200 hectares. E nos anos seguintes manteve-se a estratégia, sempre 1/3 a mais. A opção pelo calcário como entrada teve como critérios o fato de se tratar de um insumo barato (R$70,00 a tonelada contra R$1.300,00 do adubo), os resultados imediatos que oferece, e a importância de elevar o ph do solo para um nível que os especialistas consideram ideal, algo em torno de 5%a 6%. Agrônomo e produtor rural à frente de um empreendimento familiar que soma hectares de lavoura, Florian mantém uma agenda tecnológica que prevê agora o ingresso na aplicação de Fósforo em taxa variada, através de plantadeiras com equipamentos já disponíveis. Enquanto isso, já trabalha com aplicação de Potássio a taxa variável, aplicado tanto por plantadeira como por distribuidor de adubo. Ele relata que também já teve uma experiência positiva com a Fundação ABC na aplicação de Nitrogênio a taxa variável na cultura do trigo. Há alguns anos, uma grande seca atingiu o trigo na fazenda da família em Itararé logo após a floração. Foram 63 dias sem chuva exatamente na fase de enchimento de grão. Como havia recebido uma aplicação de Nitrogênio a taxa variável, a cultura conseguiu responder com um bom nível de produtividade, comprovando que o investimento em tecnologia sempre compensa. Outra etapa iniciada esse ano se refere à adoção do chamado modelo Argentino. Diferentemente do Brasil, onde a praxe é iniciar a correção a partir da análise de solo, os hermanos começaram a praticar Agricultura de Precisão a partir de mapas de colheita. Esse é o caminho que a fazenda toma agora. Uma vez que já dispõe de um histórico de análises de solo de suas áreas, Florian cuida de montar seus mapas de colheita, a partir dos dados capturados pelos sensores e computadores das colheitadeiras, que medem o quanto está sendo colhido. O monitor de colheita permitirá reconhecer as manchas diferentes de terreno e traçar o histórico para ver como essas manchas vão se alterando ao longo do tempo, em quais níveis de produtividade. É muito difícil em agricultura comparar um ano com outro, porque interfere em fatores controláveis, como adubação, material genético, população de plantas, uso de defensivos e inseticidas. Mas não interferimos em temperatura, luminosidade, e chuva, e esses três fatores já são suficientes para prejudicar tudo que se fez na Agricultura de Precisão. Eu não diria que nós aumentamos produtividade, mas que conseguimos manter a produtivida- Daqui a 20 anos, tem que estar melhor que hoje, e a Agricultura de precisão é capaz de fazer isso". de em anos onde estes fatores foram menos favoráveis, garante Florian. Às vésperas de contar com as imagens de mapas de colheita de todas as culturas, e depois de passar pela aplicação de Calcário e Potássio a taxa variável, o pacote de ferramentas de Agricultura de Precisão em uso na fazenda dos Schudt inclui ainda o uso de piloto automático no plantio, aplicação de fertilizantes e defensivos, desligamento de secção com base no piloto automático no fertilizante e no defensivo, amostragem de solo em gride (com o mesmo gride, sempre o mesmo raio de 5 metros de cada ponto). Todo trabalho é feito pela equipe da própria fazenda, que recebe treinamento para isso. No máximo, quando há necessidade, a Fundação ABC é chamada a prestar algum serviço. Confira a seguir, outras ideias, pensamentos e experiências recolhidas pelo agricultor Florian Schudt, ao longo de cinco anos de trabalho em Agricultura de Precisão. Sustentabilidade Nosso objetivo é termos rentabilidade no campo, trabalhar de forma econômica no sentido de colocar a quantidade de recursos inteligente para cada situação, seja recursos monetário, humano, ou de máquinas. É preciso ser competitivo, não temos o direito de errar. Mas não temos o objetivo de ter a maior produtividade. O que interessa é ter a melhor produção com o melhor custo. Isso significa que, sustentabilidade para nós é perpetuarmos nossos negócios, que os funcionários e suas famílias tenham condições de manter seus trabalhos e nós condições de manter seus salários. Nosso solo, daqui a 20 anos, tem que estar melhor que hoje, e a Agricultura de precisão é capaz de fazer isso. Precisão na Agricultura O primeiro exercício para ingressar na Agricultura de Precisão é ter precisão na agricultura. Para nós isso significou conhecer verdadeiramente nossos custos, quanto era gasto em cada talhão, quanto custa o funcionário, quanto custa a máquina, tudo. Depois que eu tive a visão financeira da empresas eu ampliei meu espectro de diagnóstico e fui ver a situação do solo, e depois fomos ampliando. Não adianta alguém totalmente desestruturado, desorganizado, comprar GPS e achar que está fazendo

15 Negócios Agrícola 15 Especialização Na fazenda nós (eu, o Fábio da Cunha, nosso agrônomo, os operadores de máquinas) somos a mão-de-obra. Quando instalamos um piloto automático numa plantadeira ele dá um treinamento para os funcionários e eu faço questão de também ser treinado. Se nós não tivermos esse conhecimento da tecnologia e algum nível de compreensão de como funcionam, o pessoal vem, instala o equipamento e deixa descalibrado, sem funcionar direito, porque eles também estão aprendendo. Quando você vai procurar esse funcionário da revenda, ele recebeu oferta melhor e já está trabalhando no Mato Grosso. Então acontece de equipamento que custou R$ 20 mil acabar aposentado porque foi mal manuseado. Ou de uma antena de R$ virar mico sem ter sido usamim. Sem eles eu não chegaria a lugar algum. Mas aí entra no problema da mão de obra de quem vai consertar o equipamento. Não se consegue quem possa fazer o trabalho. Este só pode daqui há 3 semanas; outro já não trabalha mais na empresa, foi para outra companhia. Então a população de técnicos é muito pequena, ainda estamos engatinhando neste setor. E tem mais, quem tem o conhecimento não está distribuindo esse conhecimento, porque hoje esse é um nicho de mercado da agricultura que está dando a maior rentabilidade. Nós estamos vivendo um momento em que poucos entendem a tecnologia, poucos tem acesso, e quem entende não abre mão da informação em hipótese alguma, e esse é o grande desafio: há poucas pessoas fornecendo a tecnologia e poucos que sabem lidar com ela. O grave na retenção da informação é que não se tem como conferir. Como vamos nos certificar do que é verdadeiro? Aí entra a função da Fundação ABC, pesquisando os equipamentos, determinando quais funcionam de forma correta, descobrindo como se calibram essa máquinas. Florian valoriza muito a sua equipe de trabalho Agricultura de Precisão; é muito mais amplo e complexo. Não adianta comprar equipamento e depois não saber avaliar, não saber usar, ter informação e depois não saber o que fazer com a informação, nem onde usar. da. Se a gente não tiver conhecimento de base precisa ficar esperto. Os vendedores só passam o equipamento e depois ninguém sabe lidar com ele, é uma dificuldade imensa. Por exemplo, nos venderam um equipamento que funciona bem em 80% dos casos mas em 20% deixa totalmente na mão. Ele controla piloto automático, controla distribuição de taxa variada controla tudo, e de repente fica sem sinal: nos deixa à pé. O técnico nos dá a seguinte resposta: põe no modo manual, simula uma determinada velocidade de aplicação e vai tocando! Onde está sua Agricultura de Precisão? Foi para o ralo! Equipe & Conhecimento De nada adianta o produtor decidir fazer Agricultura de Precisão, adquire as melhores máquinas, mas seu funcionário vai trabalhar bêbado, não olha os filtros do trator, dá ré em cima da plantadeira. Graças a Deus nós montamos uma equipe bem estruturada, treinada, comprometida com o trabalho bem feito. A minha equipe é tudo para O uso das tecnologias Quadriciclo coleta amostra de solo

16 16 Negócios Agrícola AGRICULTURA DE PRECISÃO Projeto de inclusão tecnológica vai abrigar produtores da Castrolanda A história da Agricultura de Precisão é recente no Brasil. E na Castrolanda mais ainda, atingindo por volta de cinco anos apenas. O começo se deu quando alguns agricultores trocaram suas colheitadeiras e as novas vieram com monitor de colheita, equipamento destinado a mensurar o quanto está sendo colhido em determinada área. Os produtores perceberam então que havia partes do talhão com produtividades horríveis e partes com produtividades ótimas. Essa variação foi o fato gerador que os levou a entender que precisavam trabalhar essa variabilidade. A Agricultura de Precisão surge para que o agricultor possa explorar de maneira benéfica a variabilidade de solo e clima dentro da gleba por meio da utilização de ferramentas de tecnologia, satélites, GPS e outros instrumentos. Como depende do saber gerado por várias outras áreas do conhecimento, como Informática, Agronomia, Administração, Engenharia Agrícola e outras, a Agricultura de Precisão também oferece ferramentas para a melhor gestão da propriedade agrícola, e a busca de melhores rendimentos. Agricultura de Precisão é respeitar as diferenças. É buscar o que ela pode trazer de melhor para a agricultura e o meio ambiente. É uma postura gerencial que leva em conta a variabilidade espacial. Agricultura de Precisão é gestão do campo. As máquinas e equipamentos são ferramentas que apóiam. Na Agricultura de Precisão quando faz um investimento para aplicar corretamente, considerando a variabilidade, o agricultor está tendo retorno econômico e ao mesmo tempo cuidando o meio ambiente. Quando o produtor está aplicando insumos em excesso no solo, não está apenas perdendo dinheiro, mas também contaminando o meio ambiente, alerta o doutor Ricardo Inamasu, pesquisador da Embrapa São Carlos (SP), reconhecida autoridade no assunto. É possível produzir em harmonia com a natureza. E para isso temos que ser eficientes no uso da luz, da água, dos insumos. E para sermos eficientes teremos de usar a tecnologia. Portanto, associar Agricultura de Precisão, que é um canal de inovação tecnológica no campo, com o desafio ambiental, é algo extremamente oportuno, reforça por sua vez o professor Telmo Amado, da Universidade Federal de Santa Maria (RS), também referência quando o assunto é Agricultura de Precisão. Para fomentar entre seus associados o uso de práticas da Agricultura de Precisão, especialmente entre os pequenos e médios produtores, a Cooperativa Castrolanda está montando um projeto de formação de um núcleo de agricultura de precisão como forma de fazer a prestação de serviços ao agricultor na fase de coleta de solos e na fase de aplicação, inicialmente de calcário, e na sequencia de fertilizantes a taxa variada. Isso nós pretendemos implementar em 2013 e vamos fazer em conjunto com a Fundação ABC, que será uma parceira. Como a Fundação não consegue dar conta de atender a demanda que tem, e para disseminar o uso dessas práticas, é preciso que as cooperativas formem pequenos núcleos e que possam fazer com que a prática seja capilarizada entre seus quadros de associados, informa o gerente de negócios agrícolas da Castrolanda, Márcio Copacheski. Segundo ele esse núcleo estará abrigado dentro da cooperativa com uma equipe responsável, que vai dimensionar que tipo de equipamentos a cooperativa deverá dispor. Caberá aos agrônomos detectarem quem, em seu...para ganhar a amplitude que imaginamos também é preciso formar pessoas." Márcio Copacheski Gerente de Negócios Agrícola grupo de associados está interessado na tecnologia. Então a cooperativa vai nas glebas, mapeia, faz a coleta de solo georeferenciada envia para a Fundação ABC, que interpreta e faz os mapas, retornando para a cooperativa. Depois a cooperativa finaliza o processo de prestação de serviço, com o agrônomo avaliando os resultados e os efeitos na safra seguinte. O efeito esperado não é reduzir o uso de insumos mas otimizar o uso de insumos e aumentar a produtividade média dos nossos associados, informa o gerente. O caminho que a Fundação ABC faz até chegar no agricultor nós queremos fazer. Formar um núcleo, um grupo de pessoas, preparar essas pessoas com a ajuda da Fundação, ir aumentando, ganhando corpo e paralelamente a equipe técnica vai disseminando as práticas junto aos associados interessados. A médio e longo prazo esperamos ampliar o uso das práticas e o número de associados que tomam conhecimento e começam a utilizar total ou parcialmente a agricultura de precisão. E para ganhar a amplitude que imaginamos também é preciso formar pessoas, detalha Márcio Copacheski. Ampliar o debate sobre o tema, fazer experiências práticas, verificar e demonstrar aos produtores o efeito de uma calagem a taxa variada, aplicar calcário onde precisa mais e menos onde precisa menos, disseminar o uso da agricultura de precisão são também objetivos desse trabalho. Tudo isso, de acordo com o gerente de negócios agrícolas, visando desmistificar a visão da Agricultura de Precisão como uma caixa preta, cujo uso e conhecimento é privilégio de poucos. Na verdade, argumenta ele, a grande limitação no uso dessa tecnologia em larga escala em primeiro lugar é seu custo, que exige investimentos consideráveis. Em segundo lugar é a falta de conhecimento das empresas e de mão- -de-obra qualificada para orientar e dar suporte ao agricultor. Por fim, surge o problema da deficiência de infraestrutura de comunicação que, às vezes, não permite utilizar dados de satélite em propriedades distantes na zona rural. Mas antes de pensar em Agricultura de Precisão adverte Márcio, cabe ao agricultor trabalhar precisão na agricultura, otimizando seus resultados dentro da propriedade através do uso de todos os meios disponíveis. Nesse cenário, a Agricultura de Precisão é o algo a mais, o ajuste fino da produção.

17 AGRICULTURA DE PRECISÃO Negócios Agrícola 17 A pesquisa e as novas ferramentas de gestão Quando se trata de Agricultura de Precisão o que se busca identificar é o que está limitando a produtividade." Fabrício Pinheiro Povh Engenheiro Agrônomo - Fundação ABC Pioneiros na adoção do plantio direto na palha, os agricultores da região dos Campos Gerais, saíram na frente também na pesquisa sobre Agricultura de Precisão. Conduzido pela Fundação ABC o projeto começou em 1998, e desde então foi feito um grande trabalho de levantamento de dados sobre a região, com investimento na compra de base cartográfica e ortofotos para formação do SIG, o Sistema de Informações Geográficas da área. O trabalho agora tomou outro rumo, como detalha o coordenador da área de Mecanização Agrícola e Agricultura de Precisão, engenheiro agrônomo Fabrício Pinheiro Povh na entrevista a seguir. Depois de uma caminhada de 12 anos de trabalho em Agricultura de Precisão, o que se tem de mais importante a registrar do trabalho da Fundação ABC nesta área? Fabrício Pinheiro Povh -Falando em Agricultura de Precisão cada área é uma situação diferente. Existem áreas viáveis, não viáveis, áreas que vão render dinheiro, outras que não vão render. Nós não dispomos de uma análise econômica geral.o que tem de ser feito é analisar caso a caso. Como resultado de pesquisa nós testamos várias ferramentas para poder dizer para o produtor o que é mais importante dentro de tudo que se tem na Agricultura de Precisão, e o que dá para deixar de lado por enquanto. Essas ferramentas são: monitor de colheita, condutividade elétrica do solo, sensores óticos de planta. Essas três são as que nós conseguimos usar e orientar como usar. O monitor de colheita o produtor tem que comprar, mas em relação à condutividade elétrica e os sensores óticos nós dispomos na Fundação e sabemos que funcionam. Essas duas ferramentas o produtor não precisa comprar. Poderiam estar na mão de um prestador de serviço ou da Fundação como está hoje, ou na mão da cooperativa. E o produtor pagaria pelo serviço, ou seja, vai pagar pelo volume de área que quer mapear. Assim se consegue dar acesso até para os pequenos produtores. Faz sentido falar em produtividade quando se trata de Agricultura de Precisão? Fabrício - Quando se trata de Agricultura de Precisão o que se busca identificar é o que está limitando a produtividade. E para cada produtor pode ser um fator diferente. Para alguns pode ser mais fácil manejar e para outros pode ser mais difícil. O começo de tudo é o produtor entender a variabilidade que tem em sua área e então procurar os fatores que são mais importantes. Então nós vamos conseguir medir se tem retorno ou não. Qual a disponibilidade de serviços da Fundação nessa área? Fabrício - Nós ajudamos a processar os dados dos mapas de colheita, podemos oferecer o mapa de condutividade elétrica do solo (dispomos de equipamento para isso), podemos oferecer os mapas dos sensores óticos, podemos recomendar doses de nitrogênio, principalmente para trigo (mas já estamos trabalhando em cima de milho e feijão). E o mesmo sensor vai servir para outras coisas. Estamos trabalhando com aplicação de regulador de crescimento em trigo, dessecação de feijão, tudo com o mesmo equipamento. Junto com o LIGA também fazemos mapas de classificação de solo (perto de 40 mil hectares já foram mapeados). Também podemos fazer serviço de mapeamento de altimetria detalhado.quando se consegue usar todas essas ferramentas em conjunto é possível enxergar qual a linha que cada produtor deve seguir para obter melhores ganhos. O que dá para falar de custo/ benefício em relação à Agricultura de Precisão? Fabrício -Custo/benefício é difícil de medir, a não ser que se conheça muito bem a área, sabendo o que limita a produtividade, o que se consegue corrigir e quanto se pode ganhar. Mas na região dos Campos Gerais do Paraná onde a variabilidade em solos é muito grande pode-se dizer que aqui dificilmente não vai dar certo. Aqui a chance de se ter bons resultados é muito maior do que em outras regiões do Paraná, como Oeste e Norte, onde a variabilidade de solos é muito menor. Aqui, pela própria característica da região, nós temos grande chance de ganhar. Mas temos que fazer bem feito. Porque quanto maior a variabilidade mais fatores podem impactar na produção. Como está a demanda do produtor em busca dessa ferramenta de gerenciamento do seu negócio agrícola? Fabrício - Nós tivemos duas fases. Quando começou a Agricultura de Precisão há 12 anos as ferramentas oferecidas não atendiam completamente. Houve um boom, muitos usaram, não viram resultados, abandonaram,e hoje não acreditam muito. Agora estamos numa nova fase, onde se tem várias ferramentas a mais, que são muito melhores do que havia no passado, e alguns já começaram a enxergar. Então estamos chegando a um momento onde a tendência é de aumento da procura. De dois anos para cá a procura está aumentando inclusive por parte da assistência técnica. Agora alguns produtores começam a cobrar dos assistentes técnicos e eles começam a querer entender do que se trata para poder atender o produtor. O custo dos equipamentos hoje, em relação ao início do processo, ficou mais acessível ou permanece sendo uma coisa cara? Fabrício - Quando a tecnologia se consolida e você tem de enfrentar a concorrência, porque mais empresas querem entrar no negócio, os preços tendem a cair. Mas ainda existe muito equipamento caro, e isso é um fator limitante ao uso da tecnologia. Então quando se fala em equipamentos que o agricultor tem de usar, como monitor de colheita, piloto automático, ou controlador de seção, ou taxa variável que ele precisa comprar, acaba limitando a quem dispõe de capital e condição de adquirir esses equipamentos. Com isso o pequeno produtor acaba ficando de lado. Mas há formas de atingir o pequeno sem ele precisar gastar muito. Uma das alternativas é esse caminho visualizado pela Castrolanda. Normalmente esse tipo de trabalho tem ficado na mão de terceiros, mas se a cooperativa quiser assumir, trabalhando em conjunto com a Fundação ABC, nós podemos garantir que seja feito um serviço de qualidade. Isso já é um diferencial muito grande para os produtores, que podem confiar no trabalho que está sendo oferecido. Um salto no uso dessa tecnologia está condicionado a que fatores, no seu entendimento? Fabrício - Basicamente mão-de-obra! Nós não temos muitos profissionais capacitados para executar esse tipo de trabalho do jeito que a gente acredita que seja a melhor maneira. E a causa é a falta de opções de capacitação oferecidos no Brasil, que é bastante limitado. Eu próprio quando me formei saí da faculdade sem saber o que era Agricultura de Precisão. Tive de buscar conhecimento fora,como mestrado, doutorado, trocar informações com pessoas fora do Brasil. Eu consigo buscar tudo isso porque é o meu trabalho, a minha linha de atuação. Mas o foco do assistente técnico da cooperativa é atender o produtor em todas as áreas, da semeadura à colheita, e geralmente não tem o tempo necessário para obter capacitação para poder atender de maneira mais completa. Certamente a cooperativa montando uma equipe bem preparada vai conseguir atender melhor o produtor. Portanto vamos ter de capacitar uma equipe para fazer um bom trabalho.

18 18 Corporativo EVENTO Fórum Coop 2012 discutirá o futuro do cooperativismo no Brasil :: Da assessoria As comemorações alusivas ao Ano Internacional das Cooperativas no Brasil encerrarão no Paraná, na cidade de Carambeí, onde foi criada a primeira Cooperativa de Produção a Batavo, durante o Fórum Coop 2012 que ocorrerá entre os dias 22,23 e 24 de novembro e reunirá grandes nomes do cooperativismo e do agronegócio, além de uma vasta programação Cultural. O ano de 2012 foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional das Cooperativas e em todo o mundo esse foi o tema de diversos encontros que discutiram a importância deste modelo de arranjo para o futuro do agronegócio e da economia. Durante o Fórum Coop 2012 será elaborada a Carta de Carambeí, um documento que será destinado ao poder público, contendo as necessidades do setor para o futuro. O Fórum abordará o modelo cooperativista e intercooperativista paranaense, de base holandesa; e contará com palestras de Wayne Reeves, sobre a transferência de tecnologia nos EUA; Marcos Jank, tendências da economia brasileira; Antônio Ortiz, forças e tendências moldadas à agricultura e à escala de produção agrícola; Geraldo Berger, avanços da biotecnologia; Cícero Bley, bioenergia e sustentabilidade; além do presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas; do presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar); entre outras autoridades do setor. Peculiaridades O evento será realizado no Parque Histórico de Carambeí, um dos maiores museus a céu aberto do Brasil, que retrata o início da colonização holandesa em nosso país. Durante o encontro, ainda será realizada uma encenação da colheita de trigo em quatro fases distintas, evidenciando a diferença na tecnologia empregada, ou seja, manual, semimanual, mecanizada e a atual. Também será realizada uma encenação, na Vila Histórica do Parque, com aproximadamente 100 pessoas da comunidade retratando a vida dos colonizadores no início do século, com roupas e ofícios da época. Ainda ocorrerão diversas apresentações culturais étnicas.

19 Corporativo 19 TURISMO Cooptur oferecerá roteiros especiais durante o Fórum Coop 2012 :: Da assessoria Os participantes do Fórum Coop 2012 terão a possibilidade de fazer passeios exclusivos pela região dos Campos Gerais, através da Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur). A região apresenta um traço diferenciado, por sua colonização e exuberância natural ímpar no Brasil. Segundo Marcio Canto de Miranda, vice-presidente da cooperativa, a ideia da criação desses dois roteiros surgiu para propiciar, aos visitantes e seus acompanhantes, que conheçam a região. Temos dois roteiros diferenciados um focado nas belezas naturais e o outro na cultura holandesa, explicou. Carambeí / Castrolanda O visitante conhecerá um dos maiores moinhos no Brasil; a colônia holandesa de Castrolanda, que é responsável pela cooperativa do mesmo nome; uma estufa de flores; e aproveitará de um tradicional café holandês; além da visita em um dos lugares de maior importância histórica da região, a Fazenda Capão Alto. Datada de 1704, a Fazenda integrava a Rota dos Tropeiros e nela ainda encontram-se diversas ruínas e o casarão em estilo colonial de Carambeí / Ponta Grossa O roteiro contempla a segunda maior beleza natural do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha. Formado por arenitos, formações rochosas desgastadas pelo tempo e que adquiriram diversas formas; as Furnas, que são três crateras rochosas que dão vista aos lençóis subterrâneos de água; e a Lagoa Dourada, que leva esse nome pela coloração de sua água durante o por do sol. Além deste passeio em particular, haverá uma visita panorâmica pelo centro de Ponta Grossa e ao comércio local para compras.

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