Tribunal de Contas do Estado do Pará. A C Ó R D Ã O Nº (Processo nº.2002/ )

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "Tribunal de Contas do Estado do Pará. A C Ó R D Ã O Nº.44.000. (Processo nº.2002/50366-5)"

Adriano de Miranda Arantes
8 Há anos
Visualizações:

1 A C Ó R D Ã O Nº (Processo nº.2002/ ) Assunto: Prestação de Contas referente ao Convênio nº. 05/2001, celebrado entre a ASSOCIAÇÃO AMAZÔNICA EVANGÉLICA e a SEOP. Responsável: Sr. GILBERTO MARQUES DE SOUZA, Presidente. Proposta de Decisão: Auditor EDILSON OLIVEIRA E SILVA Formalizador da Decisão: Conselheira MARIA DE LOURDES LIMA DE OLIVEIRA ( 2 do ART. 195, do RITCE-PA) EMENTA: Prestação de contas. Contas irregulares. Glosa de valor. Dano ao erário. Aplicação de multa. Recomendação à SEOP. Relatório do Auditor EDILSON OLIVEIRA E SILVA: Processo nº. 2002/ Este processo trata da prestação de contas da ASSOCIAÇÃO AMAZONICA EVANGÉLICA AAME - referente ao exercício financeiro de 2002, tendo por objeto específico as contas relativas ao Convênio nº. 06/2001 celebrado com a Secretaria Executiva de Obras Públicas SEOP-, e tem por responsável o Sr. Gilberto Marques de Souza. A Seção Técnica apresentou Relatório Técnico nas 271 a 273, no qual informa que o valor do convênio foi de R$ ,00 (trezentos mil reais) que foi repassado em três parcelas que descreve na fl. 271, e que seu objeto foi a Construção de um Hospital da AAME. Informa, ainda, a realização de processo licitatório regular e que a beneficiária aplicou recursos próprios no valor de R$ 3.439,84 (três mil, quatrocentos e trinta e nove reais); ao final, concluiu pela regularidade das contas. O Ministério Público junto a este Tribunal, por sua Procuradora Rosa Egydia Calheiro Lopes, emitiu parecer pela regularidade (fl. 275). Mas o eminente Conselheiro Nelson Chaves, a quem o processo foi distribuído, em despacho de fl. 277, determinou diligência in loco para apurar a execução do convênio. Cumprida a diligência, a 6ª CCE, -fl. 283/284-, em relatório 1

195, do RITCE-PA) EMENTA: Prestação de contas. Contas irregulares. Glosa de valor. Dano ao erário. Aplicação de multa. Recomendação à SEOP. Relatório do Auditor EDILSON OLIVEIRA E SILVA: Processo nº.

2 complementar, informa que diferentemente do atestado pela SEOP (laudo Conclusivo de fl. 245), foi constatada a existência de vários serviços não executados no valor de R$ ,72 (trinta e cinco mil, cento e vinte e nove reais, setenta e dois centavos), daí opinar pela irregularidade das contas, devolução do referido valor, pelo responsável, com as devidas correções e acréscimos, e pagamento de multa regimental. Sugere, também, a aplicação de multa ao fiscal da SEOP, Sr., RUI GUILHERME C. BENTES por ter assinado um laudo conclusivo que atestou como executados, serviços não executados. O Ministério Publico junto a este Tribunal de Contas, na fl. 287, requereu a citação do Presidente da AAME e do Fiscal que assinou o Laudo Conclusivo de fl A Associação Amazônia Evangélica remeteu os documentos juntados nas fl. 289 a 319, enquanto que o Sr. Guilherme Carneiro Bentes apresentou defesa na fl Após análises das defesas, o Setor de Engenharia reduziu o valor dos serviços não executados para R$ ,00 (vinte e seis mil, novecentos e oitenta e oito reais), conforme se verifica 283, e a 6ª CCE, fazendo um confronto entre a emissão do Laudo Conclusivo e a realização de serviços alegado pela entidade e pelo fiscal de SEOP,ratifica sua conclusão pela irregularidade. O Ministério Público, por seu Procurador Hildeberto Bitar, em Parecer de fl. 327 a 329, opina pela regularidade das contas e ausência de declaração falsa por parte do fiscal da SEOP. O que motivou a S. Exa. o Conselheiro Nelson Chaves,até então relator, a determinar a audiência da Seção Técnica ante certos aspectos destacados naquele Parecer. A 6ªCCE (fl. 342 a 346) ratifica sua posição pela irregularidade das contas, devolução do valor de R$35.129,72 (trinta e cinco mil, cento e vinte e nove reais, setenta e dois centavos). A Associação Amazônica Evangélica protocolou em , expediente em que encaminha exposição de seu Presidente ao Presidente deste Tribunal, tudo juntado nas fl.348 a 355. E em , o seu Presidente, diretamente, protocolou expediente com anexos que foi juntado nas fl. 363 a 387. O Setor de Engenharia emitiu, então, nova manifestação quantificando os serviços não executados em R$ ,26 (vinte e seis mil, duzentos e trinta reais, vinte e 2

acréscimos, e pagamento de multa regimental. Sugere, também, a aplicação de multa ao fiscal da SEOP, Sr., RUI GUILHERME C.

3 seis centavos. W 6ª CCE, nas fl. 393 e 394 conclui por afirmar que o expediente é protelatório, e confirma sua conclusão anterior. O Ministério Público junto ao Tribunal, por sua Procuradora Iracema Braga, fl. 327/328, conclui pela irregularidade das contas, devolução do valor já referido e multa ao responsável na forma do art. 232 do RI, e ao fiscal da SEOP, também. É o relatório. Proposta de Decisão: No expediente de fl. 363/387, o responsável alega que os recursos reclamados foram utilizados em obras de aterramento e, para tanto, junta planta e informações do desnível do terreno que anteriormente existia, sem, porém, apresentar qualquer documento comprobatório das despesas que teriam sido realizadas, desatendendo assim ao princípio de que quem alega incumbe o dever de provar suas alegações. Daí por que a Seção Técnica manteve-se pela irregularidade e o Ministério Público, revendo sua posição intercorrente na tramitação do processo, - fl. 327/328-, em manifestação final concluiu pela irregularidade, com os acessórios já referidos. Ante o exposto, acolho a manifestação da Seção Técnica no que tange à inconsistência da defesa e, tomando por fundamento a manifestação final do MP junto a esta Corte, julgo estas contas irregulares e condeno o Senhor GILBERTO MARQUES DE SOUZA a devolver ao erário estadual o valor de R$ ,26 (vinte e seis mil, duzentos e trinta reais, vinte e seis centavos) devidamente atualizado e acrescido de juros legais computados desde o recebimento até a sua efetiva devolução, valor que, como refere a representante do MP, corresponde à não execução de parte dos serviços de instalação elétrica e assentamento de louças sanitárias completas, inclusive ferragem. E, por ter causado dano ao erário, condeno o Senhor Gilberto Marques de Souza ao pagamento de multa no valor de R$ 5.246,00 (cinco mil, duzentos e quarenta e seis reais), com base e fundamento no art. 232 do RI/TCE, a qual deverá ser recolhida no prazo de trinta dias, nos termos do Parágrafo 1º do art. 235 do mesmo regimento. No que tange ao fiscal da SEOP, Senhor Rui Guilherme Carneiro Bentes, que firmou o Laudo conclusivo juntado na fl. 245, atestando a execução integral do objeto do convênio, irregularmente, pois ficou provado que parte do dito objeto não foi executada, e que a mesma equivale a R$ ,26 (vinte e seis 3

232 do RI, e ao fiscal da SEOP, também. É o relatório. Proposta de Decisão: No expediente de fl.

4 mil, duzentos e trinta reais, vinte e seis centavos), deixo de a ele aplicar a multa sugerida pela Seção Técnica e pelo MP junto a este Tribunal pelo fato de que o Laudo de fl. 245, embora irregular e não retrate a real verdade, foi lavrado em , enquanto que a multa específica para sancionar tal irregularidade somente foi instituída pela Resolução nº de , não podendo, por vedação constitucional, retroagir para atingir ato praticado em dezembro de Determino, porém, que tal irregularidade seja comunicada ao titular da SEOP para que, no âmbito de sua competência, providencie e determine a adoção das medidas legais visando à apuração da responsabilidade do referido servidor. ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Pará, unanimemente, nos termos da Proposta de Decisão do Auditor, com fundamento no art. 38, inciso III, alíneas a,b,c c/c o art. 73, da Lei Complementar nº. 12, de 09 de fevereiro de 1993, o que segue: I- Julgar irregulares as contas e condenar o Sr. GILBERTO MARQUES DE SOUZA, Presidente, CPF nº , a devolução da quantia de R$ ,26 (vinte e seis mil, duzentos e trinta reais, vinte e seis centavos), atualizada a partir de , e aplicar a multa de R$5.246,00 (cinco mil, duzentos e quarenta e seis reais), pelo dano causado ao erário, a serem recolhidas no prazo de trinta (30) dias, contados da publicação desta decisão no Diário Oficial do Estado; II- Comunicar ao titular da SEOP para que, no âmbito de sua competência, providencie e determine a adoção das medidas legais visando à apuração da responsabilidade do servidor Rui Guilherme Carneiro Bentes, que firmou o Laudo conclusivo juntado na fl. 245, atestando a execução integral do objeto do convênio, restando comprovado no processo que parte do objeto não foi executada. Este Acórdão constitui-se título executivo, passível de cobrança judicial da 4

11.2007, não podendo, por vedação constitucional, retroagir para atingir ato praticado em dezembro de 2001.

5 dívida líquida e certa decorrente do débito e da multa, se não recolhidos no prazo legal, conforme estabelece o art. 116, 3º da Constituição Estadual e arts. 45, inciso III, b, e 46, c/c o art. 50 da Lei Complementar nº. 12/93. Plenário Conselheiro Emílio Martins, em 07 de outubro de FERNANDO COUTINHO JORGE Presidente MARIA DE LOURDES LIMA DE OLIVEIRA Formalizadora da Decisão LAURO DE BELÉM SABBÁ NELSON LUIZ TEIXEIRA CHAVES CIPRIANO SABINO DE OLIVEIRA JÚNIOR ANTONIO ERLINDO BRAGA IVAN BARBOSA DA CUNHA Presente à sessão o Procuradora do Ministério Público de Contas Dra. ROSA EGÍDIA CALHEIROS LOPES MBS/

Plenário Conselheiro Emílio Martins, em 07 de outubro de 2008.

Documentos relacionados

Tribunal de Contas do Estado do Pará

Tribunal de Contas do Estado do Pará A C Ó R D Ã O Nº 43.099 (Processo nº 2005/53339-0) Assunto: Prestação de Contas relativa ao Convênio nº 027/2005, firmado entre a FEDERAÇÃO PARAENSE DE VOLEIBOL e a SEEL. Responsável: Sr. CARLOS GETÚLIO