EFEITO DO ÁCIDO ACÉTICO SOBRE A GERMINAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ 1. INTRODUÇÃO

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1 EFEITO DO ÁCIDO ACÉTICO SOBRE A GERMINAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ LUZ, Viviane Kopp da (1) ; KOPP, Mauricio Marini (1) ; SILVA, Vanessa Neumann (1) ; FARIAS, Daniel da Rosa (1) ; MARINI, Naciele (1) ; SOUSA, Rogério Oliveira de (2) ; OLIVEIRA, Antônio Costa de (1). 1 Centro de Genômica e Fitomelhoramento FAEM/UFPel, Campus Universitário, Caixa postal 354, Cep , acostol@terra.com.br; 2 Departamento de Solos FAEM/UFPel, rosousa@ufpel.tche.br. 1. INTRODUÇÃO A característica principal do cultivo do arroz é a manutenção de uma lamina de água sobre o solo durante a maior parte do desenvolvimento da cultura. Esta condição favorece o desenvolvimento de microorganismos anaeróbicos que promovem a fermentação dos restos culturais formando compostos fitotóxicos. Dentre os quais se destacam os ácidos orgânicos de cadeia curta e baixo peso molecular como, o acético (2 carbonos), o propiônico (3 carbonos) e o butírico (4 carbonos), que ocorrem geralmente na faixa de concentração de 0,1 a 14 mm e proporção de 6:3:1 respectivamente (SOUSA, 2001). O efeito fitotóxico de cada ácido é variável principalmente de acordo com o comprimento da sua cadeia carbonada. O principal ácido orgânico formado é o acético sendo responsável por mais de 60 % da composição dos ácidos orgânicos presente no solo (SOUSA et al., 2000). Apesar de ser encontrado em maiores quantidades, ele apresenta efeito fitotóxico menor pois é composto por apenas 2 carbonos, enquanto que o ácido butírico composto por 4 carbonos encontra-se em menor quantidade mas apresenta efeito fitotóxico superior (RAO, et al.,1977). A toxidez por ácidos orgânicos manifesta-se, nas fases iniciais de desenvolvimento do arroz, exercendo efeito negativo à cultura, limitando a germinação afetando de forma direta a produtividade final das lavouras. O objetivo do trabalho foi avaliar a germinação de 12 genótipos de arroz submetidos a ação fitotóxica do ácido acético. 2. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em câmara de germinação, no qual foram utilizadas 12 cultivares de arroz conforme a Tabela 1. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com quatro repetições, sendo que a unidade experimental consistiu de 50 sementes para cada repetição. As sementes foram postas para germinar em rolos de papel germinador, e umidecidas segundo as Regras de Análise de Sementes (BRASIL 1992) permanecendo na câmara de germinação com temperatura de ºC por um período de 14 dias juntamente com os tratamentos no qual foram submetidas. Os tratamentos foram constituídos pela embebição dos rolos com quatro concentrações de ácido acético. As concentrações utilizadas foram 0 (testemunha);

2 4; 8 e 12 mm. As avaliações realizadas foram contagem da germinação aos 7 e 14 dias. Os dados foram submetidos à análise de variância em um modelo fatorial. Após foi procedido o estabelecimento de regressão para verificação do desempenho das cultivares frente ao estresse em cada variável. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados da análise de variância mostraram, pelo teste F, efeitos significativos, ao nível de 5 % de significancia para os fatores genótipo e dose, para todas as variáveis analisadas, no entando em nenhuma variável ocorreu efeito significativo de interação genotipo x dose, implicando em mesmo comportamento dos genótipos frente a variação dos tratamentos. Na Tabela 2 estão apresentados as equações de regressão estabelecidas para para cada genótipo nas variaveis analisadas. A Figura 1 demonstra o comportamento diferencial dos genótipos e o efeito das doses sobre a germinação das cultivares avaliadas. Pode-se observar que para todos os genótipos analisados ocorreu aos 14 dias um aumento de germinação. Uma possível explicaçao para esse fato é de que as sementes que estavam em dormencia, ao chegarem aos 14 dias sofreram ao longo desse tempo um efeito estimulante de quebra de dormência em função da ação do ácido, o que pode ter possibilitado este incremento de germinação. Analisando a Figura 1 observa-se aos 7 dias, que os genótipos 1 e 2 foram os que apresentaram melhor germinação quando submetidos à doses crescentes de ácido, sendo que o genótipo 2 apresentou melhora da sua germinação a concentrações baixas do ácido. Já os genótipos 7 e 10 tiveram uma queda drástica em sua germinação quando submetidos a concentrações mínimas de ácido, sendo que em concentrações médias ocorreu uma estabilização da germinação e a altas concentrações ocorreu novamenete uma redução drastica da germinação. O pior desempenho frente ao ácido foi do genótipo 6, no qual teve sua resposta potencializada possivelmente pela baixa qualidade fisiológica da semente que mesmo na concentração 0 mm de ácido teve pior germinação que as demais. 4. CONCLUSÕES Foi determinada variabilidade genética para o caráter germinação de arroz submetida a ação fitotóxica do ácido acético. Os genótipos BRS 7 Taim e Nipombari foram os que apresentaram melhor germinação frente ao ácido butírico sendo classificadas como tolerantes ao efeito fitotóxico. Os piores indices de germiação das sementes submetidas aos tratamentos com ácido foram dos genótipos Pelota, Texmont e Pussur indicando sensibilidade ao efeito fitotóxico do ácido. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOUSA, R.O. Oxirredução em solos alagados afetada por resíduos vegetais. Porto Alegre, p. Tese, Doutorado em Ciência do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2001.

3 RAO, D.N.; MIKKELSEN, D.S. Effect of acetic, propionic, and butyric acids on rice seedlings growth. and nutrition. Plant and Soil, The Hague, v.47, p , 1977 SOUSA, R.O.; PERALBA, M.C.R.; MEURER, E.J.; et al. Ácidos orgânicos em solos alagados. In: REUNIÃO SUL-BRASILEIRA DE CIENCIA DO SOLO, 3., 2000, Pelotas. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNDA/DND/CLAV, Tabela 1. Relação das cultivares utilizados no estudo do desempenho germinativo sob efeito fitotóxico do ácido acético. Genótipo Descrição 1 BRS 7 Taim 2 Nipombari 3 Firmeza 4 Agrisul 5 Taquari 6 Pelota 7 Texmont 8 Toride 9 Fany 10 Pussur 11 Diamante 12 IRGA Tabela 2. Equações de regressão dos genótipos estudados quanto a germinação aos 7, 14 dias e total do período. Genotipo Regressão 7 Dias 14 Dias Total 1 81, x 2 +0,20x 3,65+0,725x 86,1-0,1x 2 68,48+3,80 x 2-0,22x 5,15+0,163x 82,26+2,18 x 2-0,11x 3 74,82+2,95 x 2-0,38x 7,4-0,65 x 2 +0,16x 82,22+2,306 x 2-0,23x 4 83,5-0,69 x 2-0,11x 2,1+1,84x 86,47+0,49x 2-0,05x 5 82,2+1,67 x 2-0,37x 9,43-2,33 x 2 +0,32x 91,62-0,66x 2-0,055x 6 63,17-3,58x 2 +0,10x 8,82-1,36x 2 +0,19x 72-4,94 x 2 +0, ,3 x 3 +3,5 x 2-0,18x 6,4+0,97x 89,5-18,5 x 3 +3,4 x 2-0,18x 8 71,425-1,48x 2 +0,26x 8,65-2,52x 2 +0,31x 79,2-0,39x ,62x 0,4+2,47x 84,4-0,15x ,87 x 3 +1,97 x 2-0,1x 7,3+2,07x 76-12,33 x 3 +2,84x 2-0,16x 11 82,22-0,99x 2 +0,31x 0,09+2,11x 82,025-2,94x 2 +0,27x 12 67,78+2,85x 2-0,43x 9,68-2,01x 2 +0,36x 77,93+3,86x 2-0,32x

4 Figura 1. Representação gráfica das regressões dos 12 genótipos de arroz em diferentes concentrações de ácido acético.

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