TEMA: - DESAFIOS PARA O ACESSO INCLUSIVO E UNIVERSAL NOTA DE INFORMAÇÃO SOBRE A RESPOSTA AO ÉBOLA

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1 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: Fax: Website: PRIMEIRA REUNIÃO DO COMITÉ TÉCNICO ESPECIALIZADO DA SAÚDE, POPULAÇÃO E CONTROLO DE DROGAS (STC-HPDC-1) DE ABRIL DE 2015 ADIS ABEBA, ETIÓPIA SA14503 STC/EXP/HP/VI(I) TEMA: - DESAFIOS PARA O ACESSO INCLUSIVO E UNIVERSAL NOTA DE INFORMAÇÃO SOBRE A RESPOSTA AO ÉBOLA 1. Antecedentes A epidemia da Doença provocada pelo Vírus do Ébola (DVE) representa uma

2 Pág. 1 emergência de saúde pública sem precedentes que afecta o continente africano e outros. O surto, que iniciou na Guiné em Dezembro de 2013, propagou-se para Libéria, Sierra Leone e Nigéria. Posteriormente, foram reportados alguns casos na República Democrática do Congo e no Mali. Contudo, ambos os países incluindo a Nigéria foram declarados livres da Doença provocada pelo Vírus do Ébola. A União Africana, na liderança dos esforços envidados a nível continental para responder à epidemia e aos esforços contínuos, os quais incluem a afectação de uma missão conjunta médica e civil de saúde pública aos países afectados, através do Conselho de Paz e Segurança, na sua 450ª sessão de 19 de Agosto de 2014, mandatou a Comissão a afectar pessoal médico e paramédico. 2. Objectivos do projecto/iniciativa A missão da ASEOWA tem como objectivo melhorar a capacidade dos mecanismos de resposta existentes aos níveis nacional e internacional, através da mobilização de conhecimentos técnicos, apoio político e financeiro e em termos de recursos; para complementar os esforços da assistência humanitária em curso e o apoio aos esforços de coordenação dos Estados-membros afectados, com vista a reforçar a resposta às operações ao nível do terreno; e fazer advocacia para o apoio em termos de medidas de sensibilização pública e de prevenção em África e especificamente nas regiões afectadas; contribuir para o reforço dos sistemas de saúde nos Estados-membros afectados. 3. Mandato O Conselho de Paz e Segurança da União Africana na sua 450ª reunião realizada em Agosto de 2014, nos termos da Alínea f) do Artigo 6º, mandatou a afectação imediata da uma missão Civil e Humanitária liderada pela UA composta por médicos, enfermeiros e outro pessoal médico e paramédico. Subsequentemente, no dia 8 de Setembro de 2014, a Reunião de Emergência do Conselho Executivo da União Africana manifestou o seu apoio à decisão do CPS que autoriza a assistência da União Africana ao Surto do Ébola na África Ocidental (ASEOWA) EX.CL/Dec.1 (XVI). 4. Actualização sobre os últimos desenvolvimentos A UA iniciou a resposta do Ébola através da convocação de um Grupo de Trabalho Estratégico sobre o Ébola, cujas funções incluem o exercício de pressão e a advocacia para respostas éticas e eficazes ao Ébola aos vários níveis. Foi destacada uma equipa para avaliar a situação nos três Estadosmembros afectados, de 25 de Agosto a 5 de Setembro de Com base no relatório da equipa de avaliação que apresentou os detalhes da enorme lacuna existente em termos de recursos humanos nos três países mais afectados, a Comissão lançou um apelo para voluntários a serem afectos nos países afectados.

3 Pág. 2 O Grupo de Trabalho Estratégico desenvolveu o Conceito de Operações e de Apoio à Missão para a Missão Médica Civil e Militar Apoio da Comissão da União Africana ao Surto do Ébola na África Ocidental (ASEOWA). O Conceito de Operação foi inicialmente concebido para uma equipe de pessoal médico composta por 100 membros, mas foi revisto para acomodar uma equipe médica até 2000 membros. Além disso, o Grupo de Trabalho Estratégico desenvolveu uma Estratégia de Comunicação que actualmente está a ser implementada através da provisão de informação pública sobre a resposta e comunicação para advocacia nos países afectados, Estados-membros e a comunidade internacional. Em Setembro de 2014, a CUA nomeou o Dr. Julius Oketta para liderar a ASEOWA. Posteriormente, a primeira equipe da ASEOWA composta por 17 membros e a segunda composta por 30 voluntários foram destacadas em Setembro e Outubro de 2014, respectivamente. Em Novembro de 2014, a Terceira equipe da ASEOWA composta por 39 voluntários foi afecta aos três países afectados pelo Ébola. Posteriormente, com o aumento da demanda de recursos humanos para o sector da saúde como uma necessidade crítica na resposta à DVE, a Comissão continuou a fazer o seguimento com os Estadosmembros da resposta à solicitação feita nos termos da Decisão do Conselho Executivo. A Presidente da Comissão da União Africana submeteu uma carta a todos os 54 Chefes de Estado e de Governo, no dia 13 de Outubro de 2014, apelando e solicitando que cada Estado-membro deve disponibilizar pelo menos 20 médicos à ASEOWA. Isto iria colocar imediatamente 1080 médicos à disposição da ASEOWA. Os seguintes Estados-membros contribuíram e/ou prometeram disponibilizar pessoal médico à ASEOWA: Burundi, Etiópia, Nigéria, Quénia, República Árabe Sarauí Democrática, República Democrática do Congo (RDC), Ruanda, Tanzânia e Uganda. Nessa altura, os seguintes voluntários destacados pelos Estados-Membros da UA foram afectos à Missão da ASEOWA com início em Dezembro de 2014: 194 Nigerianos, 155 Etíopes e 81 voluntários da RDC. Em Janeiro de 2015, foram afectos 170 voluntários Quenianos. A Comissão levou a cabo a mobilização de recursos para a missão da ASEOWA, a qual culminou com contribuições dos Parceiros de Desenvolvimento tais como a China (2 milhões de $EU), Noruega (2 milhões de $EU), Canadá (50,000 $EU) Suécia (2 milhões de $EU), Japão (3 milhões de $EU), EUA (10 milhões de $EU); UE (5 milhões de Euros) e Turquia (1 milhão de $EU) sob a forma de promessa e redimiu parcial ou totalmente os recursos financeiros e humanos da ASEOWA. A Presidente da Comissão da União Africana, Sua Excelência a Dr.ª Nkosazanna Dlamini Zuma, com o apoio do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e a Comissão das Nações Unidas para África (UNECA), organizou uma Mesa Redonda Empresarial no dia 8 de Novembro de 2014 em Adis Abeba, reunindo dirigentes das indústrias do sector privado a fim de angariar fundos para a luta contra o Ébola. Desde a Mesa Redonda de Adis Abeba, a Comissão com o apoio do sector privado, lançou em Lagos, Nigéria no dia 3 de Dezembro de 2014 a Campanha África Contra o Ébola e o código do Serviço de

4 Pág. 3 Mensagens Curtas 7979 (com a excepção do Chade onde o código é 6969) em 42 países africanos para angariar pelo menos 1 $EU por subscritor que desejar contribuir para a campanha da UA da luta contra o Ébola. A Presidente participou no lançamento formal do código do Serviço de Mensagens Curtas noutros Estados-membros tais como Etiópia e África do Sul, entre outros. A criação de um mecanismo/fundo sob os auspícios da Fundação da União Africana e gerida pelo Banco Africano de Desenvolvimento, no qual todas as doações do sector privado e a angariação de fundos em apoio a este esforço serão depositados. Os fundos, canalizados através deste mecanismo, serão usados para apoiar o Corpo de Médicos Africanos afecto no âmbito do Apoio da União Africana ao Surto do Ébola na África Ocidental (ASEOWA). Os recursos mobilizados farão parte de um programa a médio e longo prazos, incluindo o que está contido na página 6 da Decisão EX.CL/867(XXVI) sobre a criação de Centros Africanos para o Controlo e Prevenção de Doenças (CCD Africanos), com vista a reforçar a capacidade de África para fazer face às emergências de saúde pública no futuro. No dia 5 de Dezembro de 2014, a Comissão da União Africana e a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) aliaram-se à Agência Africana de Comunicações (AAC) para acolher a 10ª Cimeira Anual Africana e Internacional sobre os Meios de Comunicação Social (AIMS) sob o tema "Mobilização de Meios de Comunicação Social: Reescrever a Narrativa sobre o Ébola Através de Esforços Responsáveis e Coordenados ". Espera-se que esta plataforma estratégica melhore a capacidade dos jornalistas na linha da frente em relação à crise da DVE na Guiné, Libéria e Sierra Leone e incentive a apresentação de relatórios de mensagens positivas nas histórias não contadas e heróis africanos anónimos na batalha contra a DVE. Espera-se que a plataforma desenvolva e implemente estratégias eficazes para os relatórios dos meios de comunicação social, que podem ajudar a reescrever a narrativa negativa. Os jornalistas africanos através de EX.CL/867(XXVI), página 8, podem apresentar histórias equilibradas de um continente em desenvolvimento que tenta agir em solidariedade, desde o governo até a nível da base, para derrotar o vírus mortal. As equipes da ASEOWA afectas no terreno pelo governo para a gestão de incidentes relacionados com o Ébola comprometem-se em prestar apoio aos seguintes seis pilares da resposta, conforme foi adoptado pelos países: Gestão de Casos Gestão Logística Vigilância e Identificação de Contactos Comunicação e Informação Mobilização Social Cuidados Psicossociais 5. Recomendações O surto da DVE continua a ter impacto sobre o tecido socioeconómico, político e cultural, não apenas nos países afectados mas em todo o continente. Isso testou a nossa determinação e resistência como africanos e como um continente, bem como a nossa unidade, solidariedade e o projecto de integração da União. A

5 Pág. 4 juventude africana (de ambos os sexos) esteve à altura para fazer face à situação, enquanto os Estados-membros estavam hesitantes e responderam ao apelo da Comissão para os voluntários irem ajudar os nossos irmãos e irmãs na Libéria, Sierra Leone e Guiné. Estes jovens estão a prestar serviços heróicos na linha da frente do Ébola. A Comissão manifesta o seu profundo apreço por estes jovens e convida aos Ministros a fazerem o mesmo, através de uma declaração especial que reconhece o papel dos jovens do continente na luta contra o Ébola. Depois do obstáculo inicial, redescobrimo-nos e estamos agora a aproveitar a ocasião. Ainda há muito por fazer. Todas as restrições e proibição de viagens impostas aos países afectados pelo Ébola e os seus povos devem ser retiradas. Todas as formas de estigmatização devem acabar. É o Ébola que deve ser isolado e não os países afectados e os seus povos. Os Ministros, enquanto reconhecem e manifestam apreço pelo apoio e a solidariedade exprimidos pelos Estados-membros, são convidados a pronunciar-se sobre o levantamento de todas as restrições e acabar com a estigmatização. Apesar do processo significativo levado a cabo depois da intervenção internacional, incluindo a ASEOWA da UA e as acções relacionadas, há necessidade de reforçar ainda mais, coordenar e concentrar todos os esforços na contenção da propagação do Ébola, enquanto se mitiga o seu impacto. O surto da DVE expôs o frágil e fraco sistema de saúde de muitos países africanos e a necessidade de estarem preparados para futuras ameaças à saúde pública. O Uganda, a RDC e agora a Nigéria e Senegal demonstraram que o Ébola pode ser derrotado com operações adequadas e uma forte liderança política durante o período de emergência. Estes países são convidados a partilhar as suas experiências com os Ministros. Além disso, os Ministros são convidados a endossar o papel principal da Comissão na coordenação da resposta africana, através da ASEOWA e galvanizar o apoio da comunidade internacional. O papel dos Parceiros de Desenvolvimento na prestação de apoio financeiro e material aos países afectados e à Comissão deve ser reconhecido.