MINUTA DE REGIMENTO INTERNO DA RFB APRECIAÇÃO E PROPOSTAS DA DS/RIO

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1 MINUTA DE REGIMENTO INTERNO DA RFB APRECIAÇÃO E PROPOSTAS DA DS/RIO Diante da exigüidade de tempo para a apresentação de sugestões, o grupo de trabalho da DS/RIO restringiu-se à análise do Capítulo IV da minuta, DAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES, uma vez que é nessa parte do Regimento Interno da RFB que as atribuições legais dos AFRFB, especialmente o seu poder de decisão, são desviadas e concentradas nos cargos em comissão. As propostas do grupo basearam-se nas deliberações da Assembléia Nacional de 23 de julho de 2009, adaptadas à numeração de artigos e incisos da minuta objeto da análise. Porém, antes de apreciarmos o capítulo IV, vale ressaltar que o grupo de trabalho considerou haver um exagerado dimensionamento da estrutura dos órgãos centrais e conseqüente concentração de DAS e FG em Brasília. Uma estrutura mais enxuta na Administração central poderia permitir a redistribuição de cargos em comissão, atendendo as necessidades das unidades descentralizadas, inclusive no Rio de Janeiro. CAPÍTULO IV: DAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES Na nova minuta de Regimento Interno da RFB foram retiradas todas as referências ao Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), o que pode ser considerado um avanço. Entretanto, ainda consta como atribuição dos Delegados e Inspetores-Chefes da RFB: - autorizar e determinar a execução de perícia e de procedimentos fiscais, inclusive para reexame ou abertura de novos procedimentos fiscais em períodos anteriormente auditados (artigo 283, inciso V); e como atribuição do Delegado da DERAT: - autorizar ou determinar a execução de perícia e de diligência (artigo 286, inciso VII).

2 É importante registrar que a manutenção dos dispositivos que conferem aos delegados e inspetores-chefes a atribuição de autorizar a execução de perícias e de procedimentos fiscais sugere a intenção da administração de não mexer na concentração de poder nos cargos de chefia, situação que fragiliza o cargo de auditor-fiscal. Então, não basta retirar as referências ao MPF, se não se altera na essência a submissão do trabalho do auditor relativamente aos ocupantes dos cargos em comissão. Entendemos, ainda que: - a execução da fiscalização deve permanecer separada do planejamento e programação das ações fiscais, trabalho que deve ser exercido por equipes específicas de AFRFB; - seja qual for o nome do instrumento a autorizar a ação fiscal, não deve caber a sua expedição a um ocupante de cargo em comissão e nem o instrumento deve restringir, mas apenas indicar, a abrangência do trabalho; - o contribuinte deverá ter acesso às informações necessárias à verificação da autenticidade da ação fiscal e o AFRFB responsável. Em relação a todos os artigos abaixo não houve alterações na minuta relativamente ao Regimento Interno da RFB em vigor. A única exceção é o inciso III do artigo 274 da minuta (artigo 273 do atual RI). Embora a modificação pretenda contemplar o respeito às atribuições legais do AFRFB, incluímos tal inciso no rol de propostas, uma vez que a nova redação não contempla a proposta aprovada na assembléia da categoria. Propostas (a numeração de artigos e incisos é a constante da nova minuta): Art. 272, I. Alterar a redação para designar auditor-fiscal para dirimir dúvidas sobre interpretação e aplicação de normas relativas à competência e exercício da autoridade aduaneira, procedimentos e serviços aduaneiros ;

3 Art. 274, II. Alterar a redação para designar auditor-fiscal para dirimir dúvidas quanto à interpretação da legislação tributária ; Art. 274, III. Alterar a redação para designar auditor-fiscal para decidir processos de consultas de interpretação da legislação tributária, aduaneira e correlata e recursos de divergências em processo de consulta, dando publicidade das decisões ; Art. 281, VI. Alterar a redação para designar auditor-fiscal para decidir sobre consultas relativas à interpretação da legislação tributária e à classificação de mercadorias, dando publicidade das decisões ; Art. 283, I. Excluir; Art. 283, VI. Excluir; OBSERVAÇÃO: Embora a lei vede recurso de ofício para os casos previstos no inciso, os Auditores da DS/RIO entendem que o mesmo é necessário, pois tais casos, muitas vezes, envolvem situações de risco funcional e aos recursos públicos bem maior que a não manutenção de autos de infração superiores a 1 milhão de reais. Se não for possível alterar a lei, deve-se criar um mecanismo interno de reexame quando houver concessão de valores acima de determinado limite. Art. 283, VII. Alterar a redação para decidir, em grau de recurso, sobre OBSERVAÇÃO: Há o entendimento local de que também deve haver um mecanismo de reexame para os casos em que, acima de determinado limite, haja o reconhecimento de imunidades ou concessão de isenções e benefícios fiscais. Art. 283, VIII. Alterar a redação para decidir, em grau de recurso, quanto à aplicação de multa a transportador, de passageiros ou de carga, em viagem doméstica ou internacional, que transportar mercadoria sujeita a pena de perdimento;

4 Art. 283, XI. Excluir; Art. 283, XIII. Excluir; Art. 286, II. Excluir; Art. 286, III. Excluir; (OBSERVAÇÃO: a mesma do artigo 283, inciso VI) Art. 286, IV. Alterar a redação para decidir, em grau de recurso, sobre (OBSERVAÇÃO: a mesma do artigo 283, inciso VII) Art. 286, V. Excluir; Art. 286, VI. Excluir; Art. 288, I. Excluir; Art. 288, II. Excluir; (OBSERVAÇÃO: a mesma do artigo 283, inciso VI) Art. 288, III. Alterar a redação para decidir, em grau de recurso, sobre (OBSERVAÇÃO: a mesma do artigo 283, inciso VII) Art. 288, VI. Excluir; Art. 288, VII. Excluir; Art. 295, acrescentar inciso VIII: VIII - prover, no âmbito de sua jurisdição, os meios materiais, humanos, tecnológicos e organizacionais necessários ao pleno exercício das competências dos ocupantes dos cargos previstos no artigo 6º da lei nº , de 6/12/2002. O grupo de trabalho da DS/RIO acrescenta uma modificação não apreciada na Assembléia Nacional de 23 de julho de 2009, referente às atribuições dos Presidentes de turma das DRJ:

5 Art Excluir a parte final do caput ( e decidir acerca das solicitações de diligências feitas pelo relator ) e o parágrafo único. (OBSERVAÇÃO: o entendimento é o de que o relator não pode ser cerceado no processo de formação da sua livre convicção, como estabelece o artigo 29 do Decreto nº 70235, que trata do Processo Administrativo Fiscal) Rio de Janeiro, 19 de março de 2010 DELEGACIA SINDICAL DO RIO DE JANEIRO